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FIRJAN

CIRJ
SESI
SENAI
IEL

ELEMENTOS DE
MÁQUINAS
versão preliminar

SENAI-RJ • Mecânica
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

ELEMENTOS DE
MÁQUINAS
FIRJAN−Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente

Diretoria Corporativa Operacional


Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor

SENAI-Rio de Janeiro
Fernando Sampaio Alves Guimarães
Diretor Regional

Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

ELEMENTOS DE
MÁQUINAS

SENAI-RJ
2003
Elementos de Máquinas
2003

SENAI – Rio de Janeiro


Diretoria de Educação

Ficha Técnica

Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda


Gerência de Produto Darci Pereira Garios
Produção Editorial Vera Regina Costa Abreu
Coordenação Alda Maria da Glória Lessa Bastos
Revisão Técnica Ézio Zerbone
Revisão Editorial Lilia Zanetti Freire
Colaboração Antonio Carlos Cezar de Carvalho
Projeto Gráfico e Editoração Artae Design & Criação

Edição revista da apostila Mecânica de Elementos de Máquinas do convênio


SENAI-RJ/MICHELIN, 2001

SENAI – Rio de Janeiro


GEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 - Tijuca
20270-903 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (0xx21) 2587-1116
Fax: (0xx21) 2254-2884
E-mail: GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................13

UMA PALAVRA INICIAL ................................................................15

1 ELEMENTOS DE FIXAÇÃO ..........................................................19

Elementos de fixação ............................................................................................... 21

Influência da natureza da ligação .................................................................. 21

Influência da forma das peças a unir ............................................................. 23

Influência dos esforços a transmitir ............................................................... 25

Influência do meio de ligação utilizado ......................................................... 26

Roscas ............................................................................................................. 27

Parafusos ........................................................................................................ 30

Estojos ............................................................................................................. 39

Chumbadores ................................................................................................. 40

Porcas ............................................................................................................. 40

Arruelas ........................................................................................................... 43

Anéis elásticos ................................................................................................ 45

Pinos ............................................................................................................... 45

Chavetas ......................................................................................................... 47

Rebites ............................................................................................................ 52

Soldagem ........................................................................................................ 54
Molas ............................................................................................................... 61

Vamos praticar ? ........................................................................................................ 70

2 MANCAIS DE DESLIZAMENTO E DE ROLAMENTO .......... 79

Guias ............................................................................................................................. 81

Descrição ........................................................................................................ 81

Condições de funcionamento ........................................................................ 82

Classificação das guias ................................................................................. 83

Guias de deslizamento ................................................................................... 85

Mancais de deslizamento .............................................................................. 90

Mancais de rolamento .................................................................................. 113

Vamos praticar ? ..................................................................................................... 138

3 ACOPLAMENTOS ........................................................................ 145

Acoplamentos ......................................................................................................... 147

Definição ....................................................................................................... 147

Ligações entre árvores colineares ............................................................... 148

Acoplamentos rígidos ................................................................................... 148

Acoplamentos flexíveis ................................................................................. 149

Ligações entre árvores concorrentes .......................................................... 150

Ligações entre árvores cujas linhas de centro são paralelas .................... 152

Vamos praticar ? ..................................................................................................... 153

4 TRANSMISSÕES ........................................................................... 155

Correiras e polias................................................................................................... 157

Correias planas ............................................................................................ 159

Correias trapezoidais ................................................................................... 163

Correias dentadas ........................................................................................ 166

Transmissão por cabos ................................................................................ 168


Condições de funcionamento da polia ........................................................ 171

Construção da polia ..................................................................................... 172

Tipos de polia ............................................................................................... 173

Estudo cinemático ........................................................................................ 176

Correntes ................................................................................................................ 180

Tipos de correntes ........................................................................................ 182

Normalização de correntes .......................................................................... 186

Engrenagem de corrente ............................................................................. 186

Condições de funcionamento ...................................................................... 187

Estudo cinemático ........................................................................................ 188

Engrenagem ............................................................................................................. 190

Geometria do dente ...................................................................................... 192

Ângulo de pressão ....................................................................................... 192

Grau de engrenamento ................................................................................ 193

Interferência de dentes evolventes .............................................................. 194

Engrenagem cilíndrica de dentes retos ....................................................... 194

Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais ............................................. 198

Engrenagens cônicas ................................................................................... 204

Parafuso sem-fim e engrenagem helicoidal ............................................... 209

Vamos praticar? ...................................................................................................... 219

5 ATIVIDADES COMPLEMENTARES ........................................... 229


Prezado aluno,

Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há
mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.

Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.

Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.

Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.

Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.

Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.

Seja bem-vindo!

Andréa Marinho de Souza Franco

Diretora de Educação
Elementos de Máquinas – Apresentação

Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo
as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios
renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas e
rápidas respostas.

Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização
constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se nessas novas
demandas sociais.

É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as
condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender, favorecendo o
trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos, ampliando suas
possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente .

Este material trata, sem esgotar o assunto, dos elementos da máquina e visa instrumentalizar o
profissional com os conceitos, as características de utilização e a simbologia mais pertinentes da área
em questão.

SENAI-RJ – 13
Elementos de Máquinas – Uma Palavra Inicial

Uma palavra inicial


Meio ambiente...

Saúde e segurança no trabalho...

O que é que nós temos a ver com isso?

Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.

As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços


necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam usar
recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do tipo de
indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz.

É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis ou,
quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da
natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos
que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a
recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao
redor dessas indústrias.

Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o problema da


poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa, pois
as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos ventos,
do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a origem
do problema. No entanto, é importante repetir que, quando as indústrias depositam no solo os resíduos,
quando lançam efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao
meio ambiente.

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos
de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade

SENAI-RJ – 15
Elementos de Máquinas – Uma Palavra Inicial

limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
desta forma, obviamente, não é sustentável.

Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.

Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticas
que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas e energia,
diminuam os resíduos e impeçam a poluição.

Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos é
importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto
e vida útil dos produtos.

As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas.
Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.

É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios diferentes
e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, as
cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas.

Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando acreditarem
que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para sua reputação ou
para sua segurança.

A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.

Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no trabalho,


usando os equipamentos de proteção individual e coletiva, de outro, cabe aos empregadores prover a
empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva
e a adequação dos equipamentos de proteção.

A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e
governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de
todos.

16 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Uma Palavra Inicial

Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente, sobre
a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que
possam levar à melhoria de condições de vida para todos.

Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança
no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa
com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.

Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho
– o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?

SENAI-RJ – 17
Elementos de fixação
Nesta Seção...

Influência da natureza da ligação

Influência da forma das peças a unir

Influência dos esforços a transmitir

Influência do meio de ligação utilizado

Roscas

Parafusos

Estojos

Chumbadores

Porcas

Arruelas

Anéis elásticos

Pinos

Chavetas

Rebites

Soldagem

Molas

Vamos praticar?

1
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Elementos de fixação
Todo mecanismo comporta um certo número de peças montadas umas sobre as outras. Algumas
dentre elas são fixas, outras são móveis.

As necessidades de fabricação, de montagem, de transporte, de reparação, obrigam igualmente o


projetista a prever em várias peças órgãos fixos ou móveis.

As montagens utilizadas em construções mecânicas são várias e dependem do efeito de inúmeros


fatores: natureza da ligação a estabelecer, formas das peças a unir, meio utilizado para unir as peças,
sentido e grandeza dos esforços a transmitir etc.

Influência da natureza da ligação


Podem-se classificar as diferentes montagens em três categorias, segundo a natureza da ligação.

Montagens de ligação rígidas


São montagens nas quais as peças montadas são inteiramente rígidas, inteiramente solidárias uma
à outra, sem que haja possibilidade de movimento relativo (figura a seguir).

C D E

fixo fixo

SENAI-RJ – 21
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Montagens de ligação semi-rígida


Estas montagens permitem um certo movimento relativo de duas peças. Este movimento pode ser
de translação (montagem deslizante) ou de rotação (montagem rotativa).

A B C D C A B

deslizante fixo fixo rotativo

Para os dois casos, deve-se facilitar o movimento possível (deslizante ou rotativo) e impedir qualquer
outro movimento (imobilizar em rotação no primeiro caso e em translação no segundo caso).

Montagens de ligação elástica


São montagens onde as peças montadas são reunidas por uma ligação flexível: mola, tampão de
borracha etc. (figura a seguir).

A peça móvel, cujo movimento pode ser de rotação ou de translação, retorna por mola desde que a
força motriz cesse.

D B C A

móvel fixa

Observação

Todas estas montagens podem ser permanentes ou desmontáveis. A ligação


pode ser direta ou efetuar-se por intermédio de órgãos de ligação:
parafusos, porcas etc.

22 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Influência da forma das peças a unir


A classificação da montagem também pode se dar de acordo com a forma das peças a se unir.

Superfície plana
A superfície plana torna fácil a usinagem por fresagem ou aplainamento. As montagens obtidas
podem ser de ligação rígida ou semi-rígida, permanentes ou desmontáveis. O movimento possível pode
ser de rotação ou de translação (observe a figura).

A B

Superfície cilíndrica
Tratando-se de superfície cilíndrica, a usinagem, através do torno, é de fácil execução. O ajuste é
sensível e de grande precisão. As duas peças serão bem centradas uma em relação a outra (observe
a figura).

A B

Superfície cônica
Para se ajustarem, árvore e furo deverão ter a mesma conicidade, o que é de difícil obtenção. A
montagem cônica é, conseqüentemente, mais difícil que a montagem cilíndrica (observe a figura).

SENAI-RJ – 23
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Em compensação, se as duas peças estão bem ajustadas, a centragem é perfeita. No mais, as duas
peças, apertadas uma contra a outra, possibilitarão uma ligação por aderência.

A B

Enfim, a montagem obtida é quase sempre por ligação rígida.

Superfície esférica
No que diz respeito à superfície esférica, sua execução, montagem e ajuste são difíceis, sendo seu
emprego bastante raro (observe a figura a seguir).

Superfície prismática
A montagem de um prisma sobre outro de mesma forma e de mesma secção assegura a imobilização
em rotação (observe a figura a seguir).

Esta é, conseqüentemente, uma montagem deslizante, e a união de um dispositivo de bloqueio em


translação realiza uma ligação completa. A usinagem, porém, é bastante longa e o ajuste, difícil.

24 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Superfície helicoidal
O atarrachamento direto de uma peça roscada sobre um furo roscado realiza uma montagem por
superfícies helicoidais.

A usinagem é fácil, mas o ajuste é em geral imperfeito e a centragem, ruim (observe a figura a
seguir).

Influência dos esforços a transmitir


A escolha das montagens pode ser feita em função das características dos esforços suportados,
direção, sentido e intensidade das forças.

Direção e sentido dos esforços


O conhecimento desses elementos permite a determinação da natureza da deformação
suportada pelas peças, como tensão, compressão, cisalhamento, flexão, torção, enfim solicitações
compostas.

SENAI-RJ – 25
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Intensidade das forças


O conhecimento da natureza da deformação e da grandeza das solicitações permite o cálculo da
seção do órgão a montar, a escolha da disposição das peças a montar em vista a reduzir o aperto ou
suprimir certas solicitações perigosas ( cisalhamento dos parafusos, por exemplo).

Influência do meio de ligação utilizado


Apesar da diversidade dos meios utilizados, uma pequena classificação é apresentada somente em
duas categorias, segundo o princípio utilizado.

Ligação por obstáculo


Um elemento de montagem C, alojado em conjunto às duas peças a reunir A e B, se opõe ao
movimento relativo, totalmente ou parcialmente.

A ligação é dita “positiva”, caso ela exija a desmontagem ou a destruição do elemento de montagem
para separar as duas peças montadas. Exemplo: rebitagem a frio.

A C

Ligação por aderência


Para fazer deslizar uma sobre a outra, duas peças A e B sob a atuação de uma força normal P ,
é necessário exercer uma força F, pelo menos igual a P.f (sendo f o coeficiente de atrito entre A e
B). Inversamente, se F é inferior ao produto P.f, as duas peças aderem uma à outra. Esta propriedade
é utilizada para assegurar a ligação entre as duas peças A e B (figura a seguir).

26 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

A P A

F
F

P
P
B B

Como esta ligação não é positiva, corre-se o risco de deslizamento se o esforço de aderência P
diminui ou se o esforço lateral F aumenta e ultrapassa o valor P.f. O que não é inconveniente, pois
evita o risco de ruptura das peças.

Este meio de ligação é bastante utilizado em construções mecânicas, podendo a aderência ser
obtida por sistemas parafuso-porca, por parafuso etc., sobre superfícies planas, cilíndricas, cônicas,
etc., conforme figuras a seguir.

A A

B B A B

Roscas
Uma rosca é uma superfície cilíndrica sobre a qual se entalham ranhuras helicoidais que fazem
aparecer as saliências chamadas filetes.

A superfície cilíndrica sobre a qual se forma uma rosca pode ser uma haste cilíndrica ou um furo
cilíndrico (observe a figura a seguir).

Uma haste cilíndrica roscada é chamada de parafuso e um furo roscado é chamado de porca.

SENAI-RJ – 27
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Características de uma rosca


Uma rosca é definida pelos seguintes elementos:

passo

• Diâmetro nominal – é o diâmetro do cilindro inicial que dá origem ao parafuso (d).


• Passo – é a distância entre o centro de dois filetes consecutivos.
• Número de entradas – quando é necessário um passo maior que o normal para um diâmetro
relativamente pequeno, faz-se passar duas roscas idênticas e de passo bem grande, defasadas em 180°,
por uma mesma haste cilíndrica (figuras anteriores).

• Forma do perfil – os filetes de rosca podem ser encontrados em cinco formatos diferentes:

28 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

30 o

45 o 10 o

80 o

30 o

• Sentido de aperto da rosca – uma rosca pode ser apertada girando o parafuso para o lado direito
ou para o lado esquerdo, em função de sua aplicação.

SENAI-RJ – 29
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Roscas ISO (international standard organization)


Antigamente as roscas não tinham uma forma de construção definida e cada país tinha sua própria
normalização, definindo dimensões como: altura do filete, ângulo do filete, passos etc.

Isto dificultava a intercambialidade entre as peças em construções mecânicas de países diferentes.

Para satisfazer a esta necessidade de intercambialidade foi criada na década de 1950, pela
Organização Internacional de Normalização, uma norma internacional que rege a forma de construção
dos diversos tipos de roscas.

Esta normalização foi adotada pelo Brasil, na década de 1960, bem como pela maioria dos outros
países. Isto permite a intercambialidade entre peças de construção mecânica em esfera mundial.

Parafusos
Um parafuso é uma haste roscada com uma cabeça cuja forma permite o aperto do mesmo.

Segundo o modo de atuação, distinguem-se os parafusos de montagem, que garantem a ligação


rígida de duas peças. Estamos tratando aqui do parafuso de pressão, que assegura o bloqueio de uma
peça móvel após regulagem.

Segundo a natureza dos materiais das peças a fixar, distinguem-se os parafusos de metais e os
parafusos de madeira. Há um certo número de parafusos que são normalizados, mas há um grande
número de parafusos que não o são (os especiais), comumente utilizados.

Parafusos de montagem
Consideremos uma peça A que deseja-se tornar solidária a uma peça maciça B através de parafusos.

Para este fim, os parafusos atravessam livremente a peça A e se aparafusam na peça B. A


primeira apresenta, assim, um furo liso, a segunda, sum furo roscado.

Quando se dá o aperto do parafuso, a peça A é apertada entre a cabeça do parafuso e a peça B,


resultando daí a ligação por aderência entre as peças A e B.

30 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

O furo da peça A será passante e com uma folga de 0,25 a 0,5mm em relação ao diâmetro nominal
do parafuso, já que este será centrado pela própria rosca quando aparafusado na peça B.

O aperto do parafuso se dá com uma deformação elástica do mesmo, não se fazendo necessário
um aperto enérgico, mas moderado a fim de que o limite elástico não seja ultrapassado.

Por outro lado, em caso de choques ou de vibração, evita-se o desaperto dos parafusos com um
dispositivo apropriado, o qual veremos mais adiante.

Parafusos normalizados
Os parafusos são identificados segundo a forma de suas cabeças.

• Parafusos de cabeça sextavada (H), exemplo na figura anterior.


• Parafusos de cabeça cilíndrica (C), podendo ser ainda com cabeça cilíndrica abaulada (CB),
conforme figuras a seguir.

• Parafusos de cabeça escareada (F/90), também podendo ter ainda a cabeça escareada e abaulada
(FB/90) (figura a seguir).

• Parafusos com sextavado interno, podendo apresentar a cabeça cilíndrica (CHc), ou a cabeça
escareada (FHc/90). Observe as figuras.

• Parafusos de cabeça quadrada (Q). Confira um exemplo na figura que segue.


k

d d
l
l

i b
b 1=d

c 90 o 20 o

SENAI-RJ – 31
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Designação dos parafusos de montagem


Para designar um parafuso (veja figura), basta indicar os seguintes elementos:

• O tipo do parafuso, H, CHc, F/90 etc.


• O tipo de rosca e seu diâmetro nominal, M8, M10, M15 etc.
• O comprimento útil do parafuso.

tipo de rosca ∅ nominal da rosca


tipo de parafuso comprimento útil
CHc M8 × 30
{
{
{ L

Se a rosca do parafuso for de passo fino, deve-se indicar o mesmo ao lado da indicação da rosca
(figura a seguir).

tipo de rosca
∅ nominal da rosca
passo da rosca (fina)
tipo de parafuso comprimento útil
CHc M8 × 1 × 30
{
{
{

Se o sentido da rosca for à esquerda, deve-se indicar com a inclusão das letras Re, ao lado da
indicação da rosca (figura a seguir).

∅ nominal da rosca
tipo de rosca indicação rosca esquerda
tipo de parafuso comprimento útil
CHc M8Re × 30
{
{
{

32 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Abaixo seguem alguns exemplos de como ler a designação de parafusos.

• H M10 x 50 – parafuso de cabeça sextavada, rosca métrica ISO de diâmetro


nominal 10mm e comprimento útil de 50mm.
• CHc M6 x 40 – parafuso de cabeça cilíndrica com sextavado interno, rosca métrica
ISO de diâmetro nominal 6mm e comprimento útil de 40mm.
• FHc/90 M12 x 100 – parafuso de cabeça escareada com sextavado interno, rosca
métrica ISO de diâmetro nominal 12mm e comprimento útil de 100mm.

• F/90 M4 x 30 – parafuso de cabeça escareada com fenda, rosca métrica ISO de


diâmetro nominal 4mm e comprimento útil de 40mm.

• C M5 x 40 – parafuso de cabeça cilíndrica com fenda, rosca métrica ISO de


diâmetro nominal 5mm e comprimento útil 40mm.

Parafusos especiais
Há ainda um grande número de parafusos que são utilizados com uma freqüência bem menor na
indústria mecânica, e por isso são denominados parafusos especiais, tais como: parafuso de cabeça com
fenda estrelada e parafuso com fenda cruzada, conforme figuras a seguir.

Parafusos de pressão
Neste caso é mais freqüente o parafuso ser aparafusado na peça A (figuras a seguir) e sua
extremidade apóia-se sobre a peça B, daí a ligação por aderência entre B e a parte inferior de A.

Observe que o parafuso é solicitado por um esforço de compressão e não de tração.

B
B

SENAI-RJ – 33
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Algumas vezes a extremidade do parafuso penetra na peça a fixar; há neste caso aderência e
travamento.

Em outros casos, há a penetração sem o aperto da peça B, ocorrendo somente a imobilidade em


rotação da peça B.

Normalização dos parafusos de pressão

Esta é feita de forma idêntica aos parafusos de montagem, diferenciando-se apenas na simbologia
que diz respeito à extremidade do parafuso, sendo a forma da cabeça dos parafusos de pressão similar
às formas de cabeça dos parafusos de montagem, com diferença apenas em suas dimensões, conforme
figuras a seguir.

34 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

• Parafuso de cabeça hexagonal reduzida (Hm)

• Parafuso de cabeça quadrada ordinária (QP)

• Parafuso de cabeça quadrada reduzida (Qm)

• Parafuso de cabeça cilíndrica estreita (Cm)

• Parafuso sem cabeça com fenda (sem simb.)

• Parafuso sem cabeça com sextavado interno (Hc)

SENAI-RJ – 35
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

A classificação das extremidades se dá conforme a sua forma usinada.

• Ponta plana, com chanfro, como nos parafusos de montagem. Há o risco de esmagamento dos
filetes da extremidade (figura a seguir).

• Ponta cônica que penetra em um furo da mesma forma, fazendo travamento e pressão (figura a
seguir).

• Ponta com furo de centro, que se aplica sobre uma circunferência, com forte pressão. Corre-se
o risco de deteriorar a peça apertada. Extremidade freqüentemente temperada (figura a seguir).

• Ponta cilíndrica, parte não roscada de diâmetro inferior ao corpo do parafuso, usado para apoiar
ou para penetração. Pode ser curta ou longa (figuras a seguir).

Abaixo seguem alguns exemplos da discriminação dos parafusos de pressão:

• QP M8 x 30 ponta cônica – parafuso de cabeça quadrada ordinária, rosca ISO de diâmetro


nominal 8mm, comprimento útil 30mm e ponta cônica.

36 – SENAI-RJ
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• Hm M10 x 60 ponta plana – parafuso de cabeça sextavada reduzida, rosca ISO de diâmetro
nominal 10mm, comprimento útil 60mm e ponta plana (também encontrado sem indicação do tipo de
ponta).

• Hc M6 x 25 ponta cilíndrica longa – parafuso sem cabeça com sextavado interno, rosca ISO de
diâmetro nominal 6mm, comprimento útil 25mm e ponta cilíndrica longa.

• Cm M5 x 20 ponta com furo de centro – parafuso de cabeça cilíndrica estreita, rosca ISO de
diâmetro nominal 5mm, comprimento útil 20mm e ponta com furo de centro.

• Qm M8 x 15 ponta cilíndrica curta – parafuso de cabeça quadrada reduzida, rosca métrica ISO
de diâmetro nominal 8mm, comprimento útil 15mm e ponta cilíndrica curta.

• M12 x 30 – parafuso sem cabeça com fenda, rosca ISO de diâmetro nominal 12mm, comprimento
útil 30mm e ponta plana.

Parafusos para construções mecânicas


Tomemos duas peças A e B que se deseja tornar solidárias uma à outra (figura a seguir).

Neste caso o corpo do parafuso atravessa livremente as duas peças que, aparafusadas pela porca,
se encontram fixadas entre a cabeça do parafuso e a porca. O que resulta, entre A e B, numa força de
aderência que será suficiente para a ligação das duas peças.

A d
5
l

d1
B

Neste tipo de construção há o empecilho de, no momento do aperto, o corpo do parafuso girar
em conjunto com a porca.

Para se obter um aperto enérgico, é necessário um dispositivo que se oponha a esta rotação.
Para isso a cabeça dos parafusos deve ter:

a) Uma forma prismática (hexagonal ou quadrada), permitindo a imobilização em rotação através


de uma forma apropriada do seu alojamento: ressalto (figura anterior), furo quadrado e ranhura em
T (figuras a seguir).

SENAI-RJ – 37
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b) Uma “unha” colocada sob a cabeça, desde que haja uma forma de revolução (cilíndrica, esférica,
ou cônica). A unha é forjada bruta desde que o corpo do parafuso também o seja (figuras a seguir).

60 o

Ou ainda pode ser usinada e prensada em um furo feito sob a cabeça do parafuso, desde que o
corpo do parafuso seja usinado (figuras a seguir).

A unha se aloja em um furo com um rasgo, feito sobre uma das peças a fixar (observe a última figura).

A imobilização em rotação dos parafusos de cabeça cilíndrica pode igualmente ser obtida pelo apoio
de uma parte usinada da cabeça contra um ressalto, ou ainda, através de unha (figuras a seguir).

38 – SENAI-RJ
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Normalização dos parafusos para construção mecânica

Estes parafusos são normalizados de maneira semelhante aos tipos descritos anteriormente:

• Parafusos de cabeça hexagonal, símbolo H.


• Parafusos de cabeça quadrada, símbolo Q.
• Parafusos de cabeça cilíndrica, símbolo CE e símbolo C.
• Parafusos de cabeça redonda, símbolo RE e símbolo RET.
• Parafusos de cabeça escareada, símbolo F/90E, símbolo F/90ET.
• símbolo FB/90E e símbolo FB/90ET.

Estojos
Quando uma peça A deve ser fixada a uma peça maciça B que não pode ser atravessada por um
parafuso de construção mecânica, utiliza-se o estojo, soldado ou aparafusado em B (figuras a seguir).

Em seguida a peça A é fixada à B pela porca que é aparafusada no estojo.

Os estojos devem ser aparafusados até ficarem travados pela peça B, a fim de que não haja o
desaperto do estojo quando da retirada da porca.

Para distinguir as duas extremidades, os comprimentos roscados são geralmente diferentes, a


extremidade livre é terminada em uma ponta esférica e a extremidade aparafusada em uma ponta e
chanfrada (figura anterior).

Em casos de desmontagens freqüentes, pode-se utilizar os estojos de extremidade articulável.

SENAI-RJ – 39
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Após desmontada a porca, o estojo bascula, o que permite a desmontagem da peça, sem que seja
necessária a retirada por completo da porca.

Chumbadores
São utilizados para fixar uma máquina sobre uma fundação maciça. O corpo e a cabeça são imersos
no concreto, e suas formas são feitas com intuito de que se consiga uma boa fixação após a secagem do
cimento. São exemplos de formas: chumbador “rabo de peixe” e chumbador de olhal (figuras a seguir).

Sendo assim, os chumbadores não são desmontáveis.

A
A

Porcas
As porcas são elementos de fixação que são aparafusadas e se apóiam sobre uma das peças a
fixar. A superfície de apoio é geralmente plana, podendo ser eventualmente esférica.

A forma exterior da porca é feita de maneira a permitir o encaixe de uma chave de aperto (forma
prismática, forma circular com ranhura etc.).

40 – SENAI-RJ
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Porcas normalizadas
Para todos os parafusos aplicados a metais, o normal é utilizar a porca hexagonal H com as
mesmas dimensões que a cabeça do parafuso H e com altura igual a 0,8d.

Pode-se utilizar ainda uma porca com a altura maior (Hh), caso o esforço solicitante seja muito grande.

Ou ainda uma porca cuja altura seja menor (Hm), comumente utilizada como contra-porca.

A porca hexagonal pode ter também uma base aumentando a superfície de contato.

Ou ainda pode ter rasgos, para ser travada por pinos.

SENAI-RJ – 41
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E por fim há ainda a porca hexagonal cega, destinada a proteger a extremidade do parafuso

Além da forma hexagonal, existem também as porcas com formas:

quadrada (Q) cilíndrica com fenda (c)

porca borboleta (o) porca recartilhada

porca cruzada porca de quatro braços

Porcas especiais
São inúmeras as porcas especiais. A seguir veremos apenas três exemplos desses tipos de porcas:
porcas cilíndricas (duas primeiras figuras) e porcas entalhadas (última figura).

42 – SENAI-RJ
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Arruelas
Uma arruela é um disco plano que se interpõe entre a porca e a peça a fixar, visando aumentar
a superfície de apoio e reduzir a pressão de contato.

Por outro lado, o uso de uma arruela evita o atrito entre a porca e a superfície da peça; a
rotação efetua-se entre a porca e a arruela.

As arruelas podem executar outras funções, como: batentes, frenagem de porcas etc.

As arruelas planas podem ter quatro diâmetros para um mesmo parafuso usado (figura a seguir).

LL
L
M MU
Z

Por outro lado, existem as arruelas fendadas que permitem uma desmontagem lateral, sem que para
isso seja necessário retirar a porca (figura a seguir).

SENAI-RJ – 43
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As arruelas pivotantes desempenham a mesma função das arruelas fendadas.

Arruelas elásticas
Seu objetivo é evitar o desaperto do parafuso em relação à porca sob o efeito dos choques e
vibrações. As mais utilizadas são:

Arruela de pressão

Esta é uma mola com somente uma espira e secção quadrada. Tem corte oblíquo, feito nas arestas,
de forma a se encaixarem quando apertada (figura a seguir).

Arruela com serrilhado

São arruelas que possuem pequenas lingüetas que se rebaixam elasticamente quando há o aperto da
porca. O serrilhado pode ser externo, interno ou duplo, e a arruela é plana ou cônica (figuras a seguir).

Arruelas cônicas

São arruelas elásticas de forma cônica, podem ser lisas ou estriadas, conforme figuras a seguir.

44 – SENAI-RJ
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Anéis elásticos
Seu objetivo é fazer a imobilização em translação de peças fixas ou rotativas.

Os anéis elásticos podem ser montados alojados em um rasgo na árvore, anel elástico externo; ou no
interior do furo da peça rotativa, anel elástico interno (figuras a seguir).

A A
C C

A B
A B A

Pinos
Um pino é um tarugo de metal destinado a tornar duas peças solidárias uma à outra, em rotação ou
em translação, atravessando-as. Ele realiza, portanto, uma ligação por obstáculo (figura a seguir).

A B

O pino deve se manter no alojamento e suportar o esforço transmitido de A para B, porém, sendo
sua seção frágil, ele não pode suportar um esforço excessivo.

SENAI-RJ – 45
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Pinos normalizados

Pino cônico (I)

É aquele que, introduzido em um furo do mesmo formato (conicidade 2%), se mantém no lugar por
aperto (figura anterior).

Contrapino (V)

Trata-se de pino feito de um arame semicircular curvado sobre si próprio, formando um olhal em
uma das extremidades (figura a seguir).

Após a montagem do pino em um furo cilíndrico, as pontas são afastadas


para mantê-lo no lugar.

Pinos especiais

Pinos ranhurados

São pinos cilíndricos com três ranhuras longitudinais obtidas pelo entalhamento do metal (figura a
seguir). Introduzido em um furo cilíndrico, este pino se mantém no lugar por deformação elástica.

seção

46 – SENAI-RJ
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Estes pinos podem ter inúmeras variações: ranhura em uma ou nas duas extremidades, ou ainda
uma ranhura central, como mostram as figuras a seguir.

Pinos elásticos

Estes são obtidos pela calandragem de uma chapa metálica de grande resistência, tendo um chanfro
em uma das extremidades para facilitar a montagem (figura a seguir).

B C

Esses pinos são alojados em um furo cilíndrico, de diâmetro ligeiramente inferior, e se mantêm no
lugar por deformação elástica, sendo de baixo custo e bastante resistentes ao cisalhamento.

Chavetas
Uma chaveta é uma pequena peça em forma de cunha, forçada entre dois órgãos com o objetivo de
torná-los solidários um ao outro (figura a seguir).

F
F1

F2

F3

A B C

SENAI-RJ – 47
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De acordo com a função, elas são classificadas como: chavetas transversais, colocadas
perpendicularmente ao eixo das peças montadas, e transpassando-as (figura anterior); chavetas longitudinais,
colocadas paralelamente ao eixo central das peças, e forçada entre elas; e chavetas tangenciais, colocadas
perpendicularmente ao eixo central das peças e forçada entre elas (figuras a seguir).

F C A
F1
F1 B
F2
F2 F1

C
A B

Chavetas transversais
Como mostra a ilustração da chaveta (primeira figura apresentada neste tópico), as duas peças a
montar A e B são encaixadas uma na outra

Utilizando a montagem cônica ou cilíndrica, a chaveta atravessa as duas peças, fixa-se apoiada em
uma peça e força a outra em um sentido contrário ao de desmontagem. Esta é uma ligação por obstáculo,
e a chaveta suporta um esforço de cisalhamento se a montagem transmite um esforço axial ou radial.

Chavetas longitudinais
As chavetas longitudinais têm por objetivo assegurar a ligação em rotação de rodas, polias, volantes
etc., com as árvores sobre as quais estão montadas, determinando assim a transmissão de um movimento
radial (segunda figura apresentada).

Este é um enchavetamento livre, no qual as peças montadas são solidárias somente em rotação. Elas
podem deslizar uma sobre a outra, ou também solidárias em translação por outro meio.

Enchavetamento forçado

Utilizam-se as chavetas inclinadas, onde a face superior apresenta uma inclinação de 1% em relação
à face inferior.

Chavetas inclinadas normalizadas

Chaveta com cabeça (figura a seguir)

A chaveta é forçada em seu alojamento através de sua cabeça.

48 – SENAI-RJ
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O intervalo existente entre a cabeça e a peça B permite a desmontagem da chaveta

A corte AA
C

A B

Para a transmissão de pequenos esforços, pode-se utilizar uma chaveta com cabeça de dimensões
reduzidas, que se aloja em um rebaixamento feito na árvore (figura a seguir).

A corte AA
C

A B

Chavetas sem cabeça (figura a seguir)

Suas extremidades são arredondadas. A chaveta é prensada em um rasgo na árvore. A roda deslizará
sobre a árvore e o furo da roda é forçado sobre a chaveta.

A B

Essa chaveta permite uma ligação maior das peças a montar, mas apresenta o inconveniente de
descentrar ligeiramente a árvore em relação ao furo da roda (figura a seguir).

d2
d1

o1
o2

SENAI-RJ – 49
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Enchavetamento livre

Utilizam-se as chavetas paralelas, ou seja, sua face superior é paralela à face inferior.

O fundo do rasgo na árvore é paralelo ao eixo central, assim como o rasgo do furo da roda.

Este tipo de enchavetamento é feito somente para ligações em rotação, por obstáculo, e a chaveta é
submetida a um esforço de cisalhamento, ao qual sua forte seção resiste bem.

A transmissão da rotação se efetua através das faces laterais da chaveta, que são ajustadas lateralmente
com os rasgos. Porém, é recomendável que haja uma folga grande entre a chaveta e o rasgo da roda,
para facilitar a montagem.

Chavetas paralelas normalizadas

Chavetas ordinárias (duas primeiras figuras a seguir)

Podem ser de extremidades arredondadas ou planas. No primeiro caso o rasgo da árvore é feito com
uma fresa de topo (terceira figura a seguir), e a chaveta é prensada neste rasgo.

A C B A B

No segundo caso, o rasgo da árvore é usinado com uma fresa circular (figura a seguir), e a chaveta
desliza sobre o rasgo.

D D
a

50 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Chavetas fixadas por parafusos (figura a seguir)

São chavetas de extremidades arredondadas, fixadas na árvore por parafusos. Há ainda, no centro,
um furo roscado com o mesmo diâmetro do parafuso (Seção AA) para a desmontagem.

curso
Seção AA

Chaveta meia-lua (figura a seguir)

É um segmento de círculo alojado em um rasgo fresado na árvore.

É de fácil montagem e desmontagem, tratando-se de chaveta simples e econômica, mas de uso


limitado a transmissões de baixos esforços.

Enchavetamento tangencial

A chaveta utilizada neste caso é cilíndrica, e após sua execução é feita uma fresagem oblíqua (figura
a seguir). A árvore é igualmente usinada e a roda tem um furo cilíndrico ortogonal ao furo central, e de
mesmo diâmetro que a chaveta.

A chaveta é forçada e posicionada entre a árvore e a roda, fazendo assim uma ligação completa
entre as duas peças, ou seja, por obstáculo e por aderência.

A chaveta tem sua extremidade roscada, o que permite a fixação através de uma porca.

elipse
seção A
A A

SENAI-RJ – 51
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Rebites
Um rebite é uma haste cilíndrica com uma cabeça, cuja extremidade é comprimida, após sua
colocação, formando uma segunda cabeça. Temos, assim, a rebitagem.

contra
s

batedor
d
15d

Neste caso os rebites não podem ser desmontados. Para facilitar a rebitagem, o metal deverá ser
bastante maleável: utiliza-se comumente o aço doce, o aço extra-doce, o cobre, o latão, o alumínio e o
duralumínio.

Diferentes tipos de rebites


As formas mais comuns de rebites são descritas abaixo.

Rebites com cabeça redonda ( R )

São os mais usados, mas existem ainda os rebites de cabeça redonda com dimensões ampliadas
(Ra), com um anel sob a cabeça (Rb), e com dimensões reduzidas (Rm).

R Rb

Rebites de cabeça escareada, plana ou abaulada

Neste rebites, o ângulo pode ser 90º, 60º ou 120º (F/90, F/60, F/120).

52 – SENAI-RJ
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Rebites de cabeça cilíndrica plana (Css)

Estes são aplicados para pequenos diâmetros.

Rebites de cabeça abaulada (G)

Estes rebites são pouco utilizados.

A rebitagem pode assumir a mesma forma que as cabeças, ou então ser diferente desta.
0,5d

Todos os rebites vistos anteriormente podem ter igualmente um furo em seu corpo, o que facilita a
formação da rebitagem.

SENAI-RJ – 53
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Encontram-se também no comércio inúmeros outros tipos de rebites, assim como os rebites ocos,
facilmente rebitados a frio ou ainda os rebites que permitem a formação de rebitagem em uma face
inacessível (figuras a seguir).

rebite POP local


inacessível

rebite LGC

Os rebites são comumente utilizados para montagem de vigas em estruturas metálicas e de chapas
em calderaria.

Soldagem
A soldagem consiste na ligação direta entre duas peças, seja por fusão local e interpenetração dos
elementos ligados, seja por meio de um metal ou liga que faça a união entre as duas peças.

Soldabilidade
A facilidade de soldar depende de inúmeros fatores, tais como os descritos a seguir.

Condições físicas

Estão relacionados à temperatura de fusão, dilatação e condutibilidade térmica e elétrica dos materiais
a soldar.

Condições químicas

Dizem respeito à existência ou não de camada de óxido refratário, oxidação maior ou menor segundo
a temperatura de soldagem etc.

Condições metalúrgicas

Referem-se ao recozimento dos materiais à temperatura de soldagem etc.

54 – SENAI-RJ
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Classificação
A soldagem pode ser classificada segundo critérios a seguir descritos.

Quanto à natureza da solda

A solda pode ser homogênea ou heterogênea

Quanto à procedência da soldagem

A solda pode ser realizada por pressão, por fusão etc.

Quanto ao modo de aquecimento

A solda pode ser aquecida à chama, a arco, por resistência etc.

Materiais soldáveis
A seguir, estão listados os materiais soldáveis e suas características.

Materiais ferrosos

A soldabilidade é tanto melhor quanto menor o teor de carbono. A presença de enxofre e de fósforo
deve ser evitada.

Cobre e suas ligas

Soldar o cobre é difícil devido à sua grande condutividade térmica, à presença de óxidos livres sobre
o cobre e à oxidação rápida do cobre a altas temperaturas. É possível soldar somente o cobre isento de
oxigênio, latão e bronze.

Alumínio e suas ligas

Esta é uma soldagem difícil devido à camada de alumina que recobre o metal, a qual é necessário eliminar.

Processos de soldagem
Os processos de soldagem utilizados são inúmeros e bastante complexos. Veremos adiante algumas
noções rápidas destes processos.

SENAI-RJ – 55
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Soldagem por pressão

As peças a montar, de aço doce, são aquecidas e em seguida pressionadas uma contra a outra, por
choque ou por pressão. Trata-se de procedimento lento e pouco utilizado.

Soldagem por passagem de corrente elétrica

Soldagem por pontos

As chapas a montar são pressionadas uma contra a outra entre dois eletrodos cilíndricos, nos quais
se faz passar uma corrente. Há aí o aquecimento e a ligação, pois as peças estão pressionadas uma
contra a outra para assegurar a interpenetração (figura a seguir).

eletrodo ponto de
solda

Soldagem contínua

O processo anterior só permite uma soldagem ponto a ponto, porém utilizando-se roletes obtém-se
uma linha contínua de soldagem (figura a seguir).

recartilha

Soldagem por fusão – com deposição do metal

Soldagem a maçarico

A fusão das bordas das peças a montar e da vareta de metal de deposição é obtida através do calor
produzido pela combustão de um gás (acetileno, hidrogênio, butano) com o oxigênio, na saída de um
maçarico (figura a seguir).

56 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

ar

acetileno
bico

Esta técnica se aplica a todos os metais e ligas soldáveis, com metal de deposição de mesma
natureza que as peças a unir.

Soldagem a arco elétrico

O calor necessário à fusão das bordas das peças a montar e da vareta de metal de deposição é
fornecido através de um arco elétrico. Este é formado entre a vareta (um eletrodo) e as peças (o outro
eletrodo), conforme pode ser visto na figura a seguir.

pinça
eletrodo revestido

Esta soldagem pode se efetuar sobre uma atmosfera neutra (argônio, hélio), a fim de evitar a
oxidação do metal devido à alta temperatura. Por outro lado, o argônio facilita a formação do arco
elétrico (figura a seguir).

argônio
eletrodo
arco
2 a 3mm

Brasagem

Ligação realizada por um metal ou uma liga de deposição diferente dos materiais a montar. A
temperatura de fusão da solda é inferior àquela dos metais a soldar.

SENAI-RJ – 57
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Brasagens utilizadas

• brasagem ao cobre ( cobre puro ou Cu + Zn ou Cu + Ag);


• brasagem à prata ( Ag + Cu ou Ag + Cu + Zn );
• brasagem ao alumínio etc.

Vantagens

Possibilita a montagem de metais de materiais diferentes, ou difíceis de soldar, temperatura de solda


moderada, o que resulta em tensões e deformações reduzidas.

Montagens com solda


São descritas, a seguir, as várias modalidades de montagens com solda

Posição das peças

Montagem ponta a ponta

Refere-se à montagem usada como recobrimento, estando as bordas planas ou rebatidas (figuras A e
B), para recobrimento de chapas (figura C), para cobre-junta simples (figura D) ou dupla (figura E).

A solda pode ser obtida por fusão, a arco ou a chama, ou ponto a ponto, por passagem de corrente
elétrica. Nesses casos, a montagem será sempre um recobrimento ou ainda um cobre-junta.

C D E

Os pontos de solda podem estar dispostos sobre uma só linha (figura A), ou sobre duas linhas em
carreira (figura B) ou defasados (figura C). A última figura (D) indica as várias disposições das chapas.

58 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

l
∅d

l l p1
∅d
p

A B C

Montagens em ângulos

De acordo com as figuras a seguir a solda pode ser exterior, inferior ou dupla. O cordão de solda
pode ser contínuo, descontínuo com elementos em oposição ou alternados.

α ≥ 60°
α
α

A B C D
A
α ≥ 60° α α
α α
α

A
D
B B C

Preparação das bordas e forma da solda

Solda borda a borda

Solda sobre bordas retas, para chapas finas, com chanfro simples ou em U para chapas médias, e
com chanfro duplo ou duplo U para chapas espessas, como mostra a figura a seguir.

A B C D E F

SENAI-RJ – 59
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Solda com um só lado (figuras anteriores A, C e F), ou com repetição no lado oposto (figuras
anteriores B, D e E).

Solda em ângulo: cordão de solda com seção triangular, côncava ou convexa (figura a seguir).

a
A B C
e

e 10 15 20 25 30 40 50
a 3 4 5 5,5 6 7 7,5

Aplicações
Para a fabricação de peças brutas, a soldagem se aplica a dois casos:

• fabricação de um pequeno número de peças, que não justifique a utilização de modelos (moldagem)
ou de matrizes (forjamento); e

• fabricação de peças de grandes dimensões: estruturas, carcaças etc.

Mas, também se aplica a:

• obtenção de peças brutas de todas as dimensões e em todas as indústrias: estruturas carters etc.
• montagem de chapas e perfis, em substituição à rebitagem, em todas as indústrias: serralharia,
caldeiraria, carroceria de automóveis, construção marítima e aeronáutica etc.

Vantagens e inconvenientes da soldagem


Com a soldagem, criam-se peças simples, econômicas, resistentes e de fabricação rápida. Porém,
deve-se ressaltar não só que a viabilidade da solda depende da escolha da forma e dos materiais a serem
utilizados, mas também que as montagens obtidas não são desmontáveis.

60 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Escolha das formas


Determinar a forma e a preparação dos elementos a soldar, a ordem de execução das soldas e seus
acessos, a redução das deformações e dos contornos, é essencial para uma boa soldagem.

Elementos a montar

Deve-se reduzir seu número e sua preparação, procurar formas simples, fáceis de trabalhar, utilizando,
de preferência, os perfis, tubos e chapas comerciais, eventualmente os elementos forjados e usinados
(figuras a seguir).

estojo soldado parafuso

Soldas

Elas devem estar acessíveis, não estar sujeitas a grandes esforços ou a choques e devem ser em
número e comprimento reduzidos.

Deformações e contrações

O aquecimento brutal e local das peças a montar determina uma forte dilatação e uma diminuição da
resistência mecânica da zona aquecida.

O restante das peças está frio e rígido e dificulta a dilatação e a contração da parte aquecida. Isto
gera os acúmulos de tensão, as deformações permanentes, as fissuras e por vezes a ruptura.

Para reduzir estes inconvenientes, utilizam-se as soldas simétricas (em X ou duplo U ), fazendo as
linhas de solda sobre os eixos de simetria.

Molas

Conceito e classificação
As molas são dispositivos utilizados para impulsionar ou amortecer peças num conjunto mecânico.
Existem diversos tipos, porém as helicoidais são as mais empregadas. Essas classificam-se em: de
tração e de compressão.

SENAI-RJ – 61
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

d d
m
De

Dm

De
Di
Lo
Lo

Quanto à seção, a mola pode ser circular, quadrada e retangular.

Hélice cilíndrica de
seção retangular
δ
p e

Nas molas de tração como nas de compressão, são especificados no desenho os seguintes elementos:

• diâmetro do fio (d);


• diâmetro interno da espira (Di);
• comprimento livre da mola (Lo); e
• número de espiras.

Outros tipos de molas

Torção

Normalmente utilizada em suspensão de automóveis.

l M

62 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

As informações anteriores supõem, em cada caso, que a carga seja axial, induzindo uma tensão
torcinal nas molas. A mola de torção é aquela que oferece resistência a um momento tendente a
enrolá-la mais ainda. Um exemplo é o da mola do sistema Bendix do motor de partida dos automóveis.

Flexão

As mais usadas são as espirais e normalmente são utilizadas em portas de enrolar, recuo da máquina
de furar etc.

Prato

É formada por uma pilha de arruelas denominadas Belleville e montadas com concavidades
convenientemente dispostas.

Normalmente são aplicadas para amortecimento de choques ou compensar folgas axiais.

1 2

3 4

Características e aplicações
As molas, elementos de máquinas comuns e de grande importância, são empregadas para diversos
objetivos:

• absorver energia de cargas subitamente aplicadas, como no caso das molas de suspensão de
automóveis e do material rodante ferroviário;

SENAI-RJ – 63
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

• atuar como reservatório de energia, como nos relógios;


• assegur uma pressão ou força, como nos casos de pressão entre superfícies de atrito das embreagens
e da manutenção do contato entre um tucho e o ressalto, came ou excêntrico em que se apóia; e

• amortecer vibrações.

Apresentaremos inicialmente, as molas helicoidais de compressão, as quais podem ser constituídas


de arame com seção circular, quadrada ou retangular.

Nas figuras são mostrados alguns tipos de molas helicoidais de compressão, ilustrando quatro métodos
de acabamento das extremidades.

A B C D
Forma das
Extremidades abertas Extremidades fechadas Extremidades abertas Extremidades fechadas
extremidades
não esmerilhadas não esmerilhadas esmerilhadas esmerilhadas

Representação

Dimensões nominais de materiais para molas

Nos países de sistema métrico, o diâmetro do arame varia, em geral de 0,1mm em 0,1mm até 1mm,
em seguida de 0,2mm em 0,2mm até 2mm, depois de 0,5mm em 0,5mm até 10mm e daí por diante,
em valores inteiros de milímetro.

Altura da mola fechada e comprimento da mola livre

A altura da mola fechada é seu comprimento total quando a mola é comprimida até que se toquem
entre si todas as espiras adjacentes.

O comprimento da mola quando livre é seu comprimento quando nenhuma carga atua sobre ela.

Cálculo de molas helicoidais

O cálculo de molas envolve, normalmente, um processo de tentativas e aproximações sucessivas.

Algumas vezes, infelizmente, as limitações de espaço estabelecem restrições a certas dimensões,


como é o caso, por exemplo, da montagem de molas do interior de furos de diâmetro fixado.

64 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Em qualquer caso, quando uma ou mais variáveis devem ter seus valores arbitrados, o projetista
deverá fazer várias tentativas e, então, escolher a solução que lhe parecer melhor.

Materiais usados nas molas helicoidais

Em geral, os aços de mola são de alto teor de carbono (usualmente mais do que 0,5%C), tratados
termicamente e trabalhados a frio para um alto limite elástico. Um grande limite elástico é importante
para as molas a fim de permitir uma grande deflexão obedecendo à lei de Hooke. As molas helicoidais
são enroladas a frio, até o diâmetro de arame de, aproximadamente, 1/2 pol. (12,7mm), e a quente
quando o diâmetro do arame ultrapassar o valor acima citado. O material pode ser tratado termicamente
antes de enrolar (nos pequenos diâmetros) ou depois da mola enrolada. Quando o arame tratado
termicamente é enrolado a frio, devem ser aliviadas as tensões depois do enrolamento mediante
aquecimento à temperatura aproximada de 260 graus centígrados (500 graus Fahrenheit) durante 15 a
60 minutos, conforme as dimensões da mola.

Arame estirado para mola

(ASTM A227-47) – é um material de baixo custo, que pode ser obtido em tamanhos de 0,035 pol. a
9/16 pol., indicado quando as tensões são baixas e as condições de serviço não são severas. É enrolado
a frio e não é temperado ou revenido. Seu teor de carbono varia de 0,60 a 0,71. Os defeitos de
superfície são mais prováveis neste material do que nos de melhor qualidade.

Arame corda de piano

(ASTM A228-48) – é estirado a frio (80% de redução) e feito de aço de alto teor de carbono,
apresentando uma excelente superfície, com teor de carbono variando de 0,7% a 1%. É enrolado a frio.
Comercialmente pode ser obtido em tamanhos variando de 0,004pol. a 0,156pol. É o melhor material
existente para tamanhos inferiores a 1/8 pol.

Arame para mola temperado em óleo

(ASTM A229-51) – é estirado a frio para o diâmetro desejado (redução de 50% a 70%) e, então,
temperado e revenido. Esse material é usualmente enrolado a frio e, depois, aliviado de tensões. Sua
superfície poderá não ser a melhor.

Arame de mola de válvula

(ASTM A230-47) – é um arame de alta qualidade, temperado em óleo e com excelente estado de
superfície. É usado para condições de serviço severas.

SENAI-RJ – 65
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Molas enroladas a quente

Usualmente em arames de diâmetro acima de 3/8 a 1/2 pol., as molas são fabricadas seja em aço-
carbono seja em aço especial, temperadas e revenidas depois de enroladas. Se o material original for
estirado a quente, a superfície ficará descarbonetada até certa profundidade e o módulo aparente de
elasticidade será um pouco mais baixo. Se o custo puder ser coberto, a superfície descarbonetada pode
ser removida por meio de esmerilhamento sem centro.

Arame recozido

É algumas vezes usado por motivos particulares e a mola é tratada termicamente depois de enrolada.

Fatores que afetam a resistência à fadiga das molas


Para as molas submetidas a altas tensões de trabalho e cargas repetidas, o estado da superfície é
vitalmente importante. Qualquer ligeiro defeito, como fendas, picadas, marcas de ferramentas, fissuras
de têmpera, incisões ou arranhões acidentais, podem resultar em falha por fadiga.

A perda superficial de carbono é um sério fator de enfraquecimento à fadiga, especialmente em


barras estiradas a quente. Uma superfície com baixo carbono corresponde a um aço de baixa resistência.
Nela a tensão é máxima e, por ela, a falha por fadiga começará.(Quando a carga é estática, algumas
incidências de tensões superficiais acima da resistência ao escoamento não prejudicarão, pois o
escoamento é localizado). A proteção da superfície, em ambientes corrosivos, pode ser obtida com
revestimentos de cádmio ou de outros elementos. Entretanto, sendo o material utilizado no revestimento
mais fraco do que o aço, atuará como uma fonte de falha por fadiga.

Molas de tração
Estas molas são, em geral, enroladas com as espiras tocando-se entre si e a tensão inicial é criada
pela força a aplicar na mola quando as espiras estão a ponto de se separarem.

A lei de Hooke só é aplicável depois que a tensão inicial é atingida.

O ponto fraco das molas de tração é, em geral, o ponto em que a espira é dobrada para fazer a alça.
No caso de a carga ser de fadiga, o raio de curvatura das extremidades dobradas deve ser tão grande
quanto possível. Além do efeito de concentração de tensões, o ponto de dobramento fica sujeito a
esforços de torção e flexão, sendo o momento fletor aproximadamente igual ao de torção.

P d

A
De

66 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Molas em lâminas
As molas em lâmina podem apresentar-se como vigas em balanço.

l
l
h
F
F1 f1 f

F f2

Feixe de molas
Se as molas planas de resistência uniforme forem divididas, como está indicado pelas linhas pontilhadas
da figura acima, obtêm-se os mesmos esforços de tensão e deflexão, considerando-se que os efeitos
do atrito sejam desprezados.

Obtêm-se, assim, um feixe de molas em lâminas, com todas as lâminas da mesma espessura.

Os materiais usados são praticamente os mesmos utilizados nas molas helicoidais de arames
laminados a quente, principalmente os SAE 1095, 6150-60, 9 250-60.

Outros tipos de molas

Mola anelar
Tem a forma de um anel e é usada em vedadores de óleo etc.

Mola motriz
Lâmina fina, enrolada em espiral fixa na extremidade interna, usada como fonte de energia para
movimentar brinquedos, relógios, porta-escova de motores elétricos etc.

SENAI-RJ – 67
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Mola tipo cabelo, arame


Lâmina enrolada em espiral sem nenhum contato entre as espiras; constitui mecanismo delicado e
sensível, usado em instrumento de precisão, relógios de pulso etc.

Mola Belleville
É um disco cônico com um furo central, usada para grandes cargas, em condições de espaço e
deflexão limitadas, e quando uma curva carga-deflexões não retilínea for vantajosa.

1 2

3 4

Mola voluta
Formada de uma lâmina relativamente larga, enrolada segundo uma hélice cônica (tronco de cone)
com superposição das espiras. É usada quando são exigidas peças muito compactas e características de
amortecimento, pelo atrito entre as espiras, e de valor crescente da constante da mola.

Mola espiral de extremidades livres


É formada por uma lâmina delgada em espiral com extremidade interna livre. Usada quando for
necessária uma força praticamente constante para todas as deflexões. Pode suportar grandes deflexões.

Mola de borracha
Apresentam-se em variadas formas. Comumente usadas em montagens para isolar vibrações,
possuem alta capacidade de armazenar energia por unidade de volume e trabalham bem à compressão
e ao cisalhamento. Outros materiais são empregados com a mesma finalidade, inclusive o ar.

68 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Concluindo, em muitos casos, como no projeto de molas delicadas para instrumentos de precisão,
os problemas incomuns que surgem exigirão conhecimento especializado. Se um certo tipo de mola
deve ser produzido em quantidade, protótipos devem ser construídos e testados para se ter a certeza
de que as características desejadas foram, de fato, alcançadas.

Para as molas sujeitas à fadiga, o fator mais importante a considerar é o estado da superfície. Deve-
se notar que uma contusão acidental, em uma mola tensionada, será certamente causa de uma falha
depois.

SENAI-RJ – 69
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Vamos praticar?

1. Indique com C as alternativas corretas, e com I as incorretas.

( ) Todo mecanismo comporta um certo número de peças montadas umas sobre as outras,
algumas são fixas e outras são móveis.

( ) Dois fatores que influem nas montagens em construções mecânicas são a natureza da ligação e
a forma das peças.

( ) A natureza da ligação pode ser: ligação completa, ligação incompleta e ligação elástica.

( ) As montagens podem ser diretas ou por intermédio do órgão de ligação, e as ligações podem ser
permanentes ou desmontáveis.

( ) A forma das peças pode ser: plana, cilíndrica, cônica, esférica, prismática e helicoidal.

2. Complete as alternativas abaixo corretamente.

a) Uma superfície ____________________ é de difícil obtenção, mas em compensação, se as


peças são bem __________________ a centragem é perfeita.

b) Em uma superfície _____________________ o ajuste deve ser sensível e de grande precisão,


além das duas peças serem bem centradas.

c) Em uma superfície helicoidal, a usinagem é fácil, mas o ajuste é ________________ e a


____________________ ruim.

3. Assinale com X as alternativas corretas abaixo.

( ) A direção e o sentido dos esforços a transmitir influenciam na escolha da montagem, permitindo


a determinação da natureza da deformação suportada pelas peças.

( ) A intensidade das forças aplicadas influencia na escolha da montagem, permitindo o cálculo da


seção do órgão a montar.

( ) A influência do meio de ligação utilizado é dividida em duas categorias: ligação por obstáculo e
ligação por aderência.

( ) A ligação por obstáculo não é uma ligação positiva.

( ) A ligação por aderência é uma ligação positiva.

( ) A ligação é dita positiva quando há desmontagem ou destruição do elemento de montagem para


separar as duas peças.

70 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

4. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) Uma superfície cilíndrica, na qual entalham-se ranhuras ______________________ que fazem


aparecer saliências chamadas de _______________, é uma ________________________.

b) Uma haste cilíndrica roscada é chamada de ___________________ e um furo cilíndrico


roscado é chamado de ________________________.

c) Uma rosca é definida por cinco elementos, a saber: __________________ nominal,


__________________, _______________ de _________________, ________________ do
___________________, ____________________ de ___________________.

d) Rosca ___________________ é uma rosca cujas formas de ______________ obedecem a


uma ___________________ internacional, o que permite a intercambialidade entre peças de
construção.

5. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) Um _______________________________ é uma haste roscada com uma cabeça cuja


forma permite o _______________________________ do parafuso.

b) Há quatro maneiras de se classificar os parafusos. Quanto ao modo de atuação, eles são de


______________________ ou de ______________________. E quanto à natureza dos materiais das
peças a fixar, são eles de ______________ e de _________________________.

c) Os parafusos de montagem fazem uma ligação por ______________________ entre as peças.

d) No caso dos parafusos de ____________________________, não se faz um aperto enérgico,


mas sim __________________________ a fim de que o limite elástico não seja ultrapassado.

6. Faça a relação entre as siglas, na coluna à esquerda, e as designações, na coluna à direita.

a) Q ( ) parafuso de cabeça escareada com fenda

b) CHc ( ) indicação de rosca à esquerda

c) FB/90 ( ) parafuso de cabeça sextavada com rosca métrica ISO de diâmetro nominal
8mm e comprimento útil 60mm

d) M8 ( ) parafuso de cabeça cilíndrica

e) C ( ) parafuso de cabeça cilíndrica com sextavado interno

f) F/90 ( ) parafuso de cabeça quadrada

g) H ( ) rosca métrica ISO com diâmetro 8mm

h) CB ( ) parafuso de cabeça cilíndrica com fenda, rosca métrica ISO de diâmetro nominal
6mm, passo fino 0,15mm e comprimento útil 30mm

SENAI-RJ – 71
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

i) FHc/90 ( ) parafuso de cabeça sextavada

j) Re ( ) parafuso de cabeça escareada com sextavado interno

l) H M8 x 60 ( ) parafuso de cabeça escareada com fenda, rosca métrica ISO à esquerda,


diâmetro nominal 5mm e comprimento útil 25mm.

m) C M6 x 0,75 x 30

n) F/90 M5Re x 25

7. Faça a correlação entre as simbologias, na coluna à esquerda, e a designação, à direita.

a) Cm ( ) Parafuso de cabeça quadrada ordinária

b) Hc ( ) Parafuso de cabeça sextavada reduzida

c) M8 x 15 ponta cônica ( ) Parafuso de cabeça cilíndrica reduzida

d) Qm ( ) Parafuso de cabeça quadrada reduzida

e) Qp ( ) Parafuso sem cabeça com sextavado interno

f) Hm ( ) Parafuso sem cabeça com fenda, rosca ISO de diâmetro nominal


8mm, comprimento útil 15mm e ponta cônica.

8. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) Os parafusos de pressão são solicitados por um esforço de _______________________ e não de


____________________________.

b) Quando se deseja obter uma ligação por aderência entre duas peças utilizando parafusos de
pressão, pode ser utilizada ponta _____________________ ou ponta ______________.

c) Quando se deseja imobilizar uma das peças em rotação, o tipo de ponta utilizada será
__________________.

9. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) Utilizando parafusos para construções mecânicas, é feita uma ligação por ______________ entre
as duas peças.

b) Nas montagens que utilizam os parafusos para ______________________ mecânica, é


aconselhável que o alojamento da _______________ do parafuso tenha uma construção que facilite o
aperto final do parafuso.

72 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

c) A cabeça dos parafusos para construção mecânica deve ter sua forma _______________
ou de ________________ com uma unha sob a cabeça, para facilitar o aperto final.

d) Os estojos podem ser _________________________, aparafusados ou


__________________, conforme sua aplicação.

e) Para distinguir as duas extremidades de um estojo, normalmente os comprimentos


____________________ são diferentes, a extremidade _______________________ termina em uma
ponta_____________________________ e a extremidade ______________________________, em
ponta________________________ e chanfrada.

f) O estojo com extremidade ____________________________ é comumente usado em casos de


desmontagem freqüente.

g) Os ____________________________ são comumente utilizados para fixar uma máquina sobre


uma fundação maciça.

h) O _______________________ e a _______________________ dos chumbadores são imersos


no concreto, e por isso eles não são _________________________.

10. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) As ________________________________ são elementos de fixação que são aparafusados e se


apóiam sobre uma das peças a fixar, e sua superfície de apoio é geralmente ____________________,
podendo ser eventualmente ______________________.

b) Para peças metálicas, o mais comum é utilizar as porcas ________________________ que têm
o símbolo _____________________________.

11. Faça a correlação entre os símbolos, da coluna à direita, e suas descrições, na coluna à esquerda.

a) Hm ( ) porca quadrada

b) Q ( ) porca hexagonal

c) C ( ) porca hexagonal com altura reduzida

d) H ( ) porca hexagonal com altura maior

e) Hh ( ) porca cilíndrica com fenda

12. Leia as afirmativas abaixo e entre os parênteses coloque um C para as corretas e um I para as
incorretas.

( ) Uma arruela é um disco plano que se interpõe entre a porca e a peça a fixar, aumentando a
superfície de apoio e reduzindo a pressão de contato.

SENAI-RJ – 73
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

( ) Uma arruela também faz com que haja um maior atrito entre a porca e a superfície da
peça.

( ) As arruelas planas podem ter cinco diâmetros diferentes para um mesmo parafuso.

( ) As arruelas elásticas têm como objetivo evitar a separação dos filetes do parafuso em relação
à porca.

( ) A arruela de pressão é uma mola com somente uma espira e seção retangular.

( ) As arruelas com serrilhado podem ter o serrilhado externo, interno ou ainda duplo.

( ) As arruelas cônicas podem ser lisas ou estriadas.

( ) Os anéis elásticos têm como objetivo fazer a imobilização em translação de uma peça.

( ) Os anéis elásticos podem ser internos ou externos.

13. Complete corretamente as afirmativas abaixo.

a) O objetivo de um pino é o de tornar duas peças _______________________ uma a outra, seja


em _____________________ ou em translação.

b) Os pinos realizam uma ligação por _________________________________.

c) Os pinos devem se manter no _______________________ e suportar os esforços transmitidos


de uma peça à outra.

d) Por ter sua seção frágil, os pinos não podem suportar mais que um esforço ______________.

e) Dois exemplos de pinos normalizados são os pinos _____________________ com o símbolo I,


e os _________________________ com o símbolo V.

14. Nas afirmativas abaixo, coloque um X entre parênteses das que forem corretas.

( ) Um pino cônico deve ser introduzido em um furo também cônico, e se mantém no lugar por
deformação elástica.

( ) Um contrapino deve ser introduzido em um furo cilíndrico, e se mantém no lugar por


aperto.

( ) Os pinos ranhurados devem ser introduzidos em um furo cilíndrico, e se mantém no lugar por
deformação plástica.

( ) Um pino elástico deve ser introduzido em um furo cilíndrico de diâmetro ligeiramente inferior,
e se mantém no lugar por deformação elástica.

74 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

15. Nas afirmativas abaixo, indique com um C as corretas e com um I as incorretas.

( ) Chaveta é uma pequena peça em forma de cunha, forçada entre dois órgãos, com o objetivo
de torná-los solidários.

( ) As chavetas transversais são colocadas perpendicularmente ao eixo central das peças,


transpassando-as.

( ) As chavetas longitudinais são montadas paralelamente ao eixo central das peças, e forçada entre elas.

( ) As chavetas tangenciais são colocadas transversalmente ao eixo central das peças.

( ) As chavetas transversais suportam um esforço de cisalhamento e fazem uma ligação por aderência.

( ) Um enchavetamento forçado utiliza chavetas cuja face superior tem uma inclinação de 1% em
relação à face inferior.

16. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) No enchavetamento livre são utilizadas as chavetas __________________________.

b) O enchavetamento _______________________ é feito somente para ligações em rotação


e por obstáculo.

c) As chavetas paralelas são submetidas a um esforço de ________________________.

d) A transmissão da rotação é feita através das faces ______________________da chaveta.

e) É recomendável que haja uma folga_____________________ entre a chaveta e o rasgo do


furo da roda, para facilitar a ________________________.

f) As chavetas paralelas podem ser: chavetas ordinárias com suas extremidades


______________, ou _________________, chavetas ____________________ por
___________________ ; e chavetas ______________________

g) As chavetas tangenciais têm uma forma____________________________ com uma


fresagem ____________________________.

h) No enchavetamento tangencial, há uma ligação ____________________ entre as duas


peças, ou seja, por obstáculo e por __________________________.

i) As chavetas tangenciais são fixadas por meio de uma ___________________________ ,


que se atarracha em sua extremidade roscada.

17. Indique entre os parênteses um C quando a afirmativa for correta e um I quando for incorreta.

( ) Um rebite é uma haste cilíndrica com uma cabeça, e cuja extremidade é comprimida,
formando uma nova cabeça rebitada.

SENAI-RJ – 75
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

( ) Os rebites, assim como os parafusos, podem ser desmontados e remontados inúmeras vezes.

( ) Para facilitar a rebitagem, o material do rebite deverá ser um metal bastante maleável.

( ) A cabeça rebitada só é feita na forma redonda.

( ) As formas mais comuns de rebites são os de cabeça redonda, cabeça sextavada, cabeça
escareada e cabeça cilíndrica com fenda.

18. Complete corretamente as afirmativas abaixo.

a) O objetivo da soldagem é fazer uma ________________direta entre ________________


peças através de fusão.

b) Os fatores que influenciam na soldabilidade são as condições


__________________________, _______________________ e
________________________.

c) A soldagem pode ser classificada quanto à ___________________________ da solda,


quanto à ___________________ da soldagem e quanto ao modo de _________________.

d) Os materiais ferrosos têm uma melhor soldabilidade à medida que o ___________________ é


menor.

e) As ligas de cobre possíveis de soldar são o __________________ e o


________________, pois são isentas de oxigênio.

f) As ligas de alumínio são de difícil soldagem porque é necessário eliminar a camada de


___________________ que recobre o material.

19. Complete o texto com as palavras listadas no quadro abaixo.

MAÇARICO LENTO CONTÍNUA ÂNGULOS

OPOSTO ARCO-ELÉTRICO PONTA FUSÃO

PRESSÃO PONTOS RETAS

CORRENTE PASSAGEM UM

BRASAGEM REPETIÇÃO ESPESSAS

CHANFRO PONTA ÂNGULO

76 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Elementos de Fixação

Vimos anteriormente vários processos de soldagem: a soldagem por __________________, que é


um processo ______________________ e muito pouco utilizado; soldagem por _________________
de _______________________ elétrica, que utiliza dois procedimentos diferentes – a soldagem por
_____________________ que utiliza eletrodos cilíndricos ou a soldagem ______________________
que utiliza eletrodos em forma de roletes; soldagem por _____________________ com deposição do
metal, que pode também ter dois procedimentos – a soldagem a________________________ que se
aplica a todos os metais e ligas soldáveis e a soldagem a __________________________, e por fim
a ____________________________ que pode ser ao cobre, à prata, ao alumínio etc.

Em montagens com solda, os principais pontos a serem observados são: a posição das peças, podendo
ser uma montagem ________________________ a _________________________ ou uma mon-
tagem em __________________; a preparação das bordas, que podem ser _________________
para chapas finas, com ____________________ simples ou em U para chapas médias, ou ainda com
chanfro duplo ou em duplo U para chapas ____________________; e por fim a forma da solda, que
pode ser com __________________________ só lado ou com ________________________ no
lado ____________________ e solda em _________________________.

20. Nas afirmativas abaixo, indique com um C as corretas e com um I as incorretas.

( ) A soldagem permite a obtenção de peças simples, econômicas, resistentes e de fabricação


rápida.

( ) É ponto crítico no processo de soldagem, a escolha da forma e dos materiais.

( ) É essencial para uma boa soldagem: determinar a forma, a preparação dos elementos, a ordem
de execução, os acessos, a redução das deformações e dos contornos.

( ) As soldas devem ser em número e comprimento reduzidos, além de estar acessíveis, e não
estar sujeitas a grandes esforços ou a choques.

( ) Para se reduzir os problemas das deformações e contrações é conveniente utilizar as soldas


simétricas.

SENAI-RJ – 77
Mancais de
deslizamento e de
rolamento
Nesta Seção...

Guias

Descrição

Condições de funcionamento

Classificação das guias

Guias de deslizamento

Mancais de deslizamento

Mancais de rolamento

Vamos praticar?

2
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Guias

Descrição
A guia do movimento relativo de duas peças móveis, montadas em certa posição e sujeitas a
esforços, consiste na manutenção desta posição durante o movimento.

Estes são elementos dos mais comuns em todas as máquinas, e sua importância é fundamental
para o bom funcionamento mecânico.

Analise, a seguir, os exemplos apresentados.

Guia de translação
A figura que segue representa o esquema de uma bomba de pistão. A manivela AO entra em
rotação através de um motor e comanda a haste BC do pistão. Por intermédio da biela AB, o esforço
motor é transmitido para a biela no sentido de rotação anti-horário, segundo a direção AB, portanto em
uma direção oblíqua em relação a BC. Isto resulta em um esforço F2, dirigido para baixo que tende a
fletir a haste AB do pistão. Para evitar esta flexão, coloca-se uma articulação B de maneira que seu
movimento seja retilíneo na direção BC, através da inclusão das corrediças D e E.

D E
A

C F1 B

F2
F

SENAI-RJ – 81
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A corrediça será simples se a manivela girar sempre no mesmo sentido (figura seguinte).

A corrediça será dupla se a manivela estiver sujeita a girar nos dois sentidos, pois a força F2 muda
de sentido quando o movimento de rotação inverte.

A corrediça assegura o movimento de translação, guiando a articulação B.

Guia de rotação
As figuras a seguir representam o esquema de um eixo 00', sobre o qual está fixa uma manivela em
rotação através de um motor, sendo que a manivela recebe em A a reação do esforço F’ da haste.
Para equilibrar os esforços e manter o eixo em rotação será necessário prever guias ou mancais
conforme M e N para que absorvam estes esforços.

Os mancais serão dispostos do mesmo lado, no caso da manivela (primeira figura ), ou dispostos de
dois lados, no caso de um virabrequim (segunda figura).

As duas guias ou mancais asseguram o movimento de rotação do eixo, guiando-o.

motor A F’ F’ A motor
N M M N

o’ o’ o
Cm Cm

Condições de funcionamento
Nas condições de funcionamento, três aspectos são relevantes.

• O movimento deve ser possível

A escolha da forma e das dimensões da peça móvel e de suas guias deve ser feita de forma a
permitir o movimento considerado, segundo uma trajetória e uma amplitude bem definida.

82 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

• O movimento deve ser fácil

O movimento deve ser previsto de forma que as resistências do movimento absorvam pequena
parte da energia do sistema motriz, cuja redução do atrito poderá ser feita através de lubrificação.

• O movimento deve ser um só

A peça móvel e suas guias devem ser previstas de modo que impeçam o movimento em outras
direções que não sejam a do deslocamento considerado, e impeçam outros esforços sobre a peça
móvel que não sejam os considerados para o movimento da peça.

Classificação das guias


Considerando-se não só a definição de guias como suportes de partes móveis das máquinas, mas
também o tipo de partes móveis, podemos classificar as guias em:

• guias de deslizamento;

• mancais de deslizamento; e

• mancais de rolamento.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos de aplicação dessas guias.

Guias de deslizamento
Quando uma superfície plana desliza sobre outra em translação, temos as guias que passaremos a
classificar basicamente de guias de deslizamento. É o caso, por exemplo, da mesa de uma fresa que
desliza sobre as guias.

Nas figuras que seguem são mostrados alguns exemplos de aplicação das guias de deslizamento.

C A D A A
F2
F3 F1
R1 R2 R3

B B B

SENAI-RJ – 83
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A A A

B C

B B

A C A B

Mancais de deslizamento
Quando a parte móvel é um eixo que desliza sobre outra em rotação, e o deslizamento representa
o movimento relativo principal entre o eixo e o mancal, temos as guias que passaremos a classificar
basicamente de mancais de deslizamento.

É o caso, por exemplo, do pino do êmbolo do cilindro do motor de combustão interna, fixado à biela.

Nas figuras a seguir são mostrados alguns exemplos de aplicação dos mancais de deslizamento.

z B L
F3
C3 x’
A B
d
y’ F2 y ∅

C2 A
C1 l l
A B
F1 z’
x A B C D
A B2

C B1

fenda

Mancais de rolamento
Quando a parte móvel é um eixo que desliza sobre outra em rotação, e a principal forma de
movimento relativo entre o eixo e o mancal é rolante, temos as guias que passaremos a classificar

84 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

basicamente de mancais de rolamento. É o caso, por exemplo, do rotor do alternador utilizado nos
veículos modernos, que está apoiado em dois mancais de rolamento.

Nas figuras a seguir são mostrados alguns exemplos de aplicação dos mancais de rolamento.

A B C D E F D
D D

interferência interferência rotativo


D C
B fixo
D C C
E fixo

deslizante fixo

deslizante
deslizante
rotativa rotativo
interferência

jogo axial 0,1 a 0,2 Montagem Direta Montagem Indireta


calço de regulagem porca de regulagem

e e
árvore rotativa peça rotativa

Guias de deslizamento

Condições para um bom funcionamento


Suponhamos que a corrediça móvel A se desloca por translação retilínea sobre uma corrediça fixa
B (figura a seguir), e se submete a solicitações das forças F1, F2, F3 e aos torques C1, C2, C3.

Temos portanto que prever, para as duas peças, dispositivos construtivos tais que o movimento de
A sobre B seja possível, fácil e que o movimento de translação desejado seja o único possível.

z
A C3 F3 x’
B
F2
y’ y
C2

F1
C1 z’
x

SENAI-RJ – 85
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Para que o movimento seja possível, a escolha das formas construtivas das corrediças deve ser
feita de modo que:

• permita o movimento de translação desejado e possibilite a trajetória livre da corrediça móvel;

• permita um movimento fácil, sem absorver muita energia do sistema. A redução das perdas por
atrito poderá ser obtida pela escolha adequada do conjunto de corrediça, empregando-se materiais
construtivos de baixo coeficiente de atrito com bom acabamento superficial e utilizando lubrificação
adequada;

• oponha-se a todos os movimentos de deslizamento que não seja o previsto, prevendo superfícies
de contato que impeçam os movimentos de translação sob a ação das forças F2 e F3 e os movimentos
de rotação solicitados pelos torques C1, C2 e C3; e

• mantenha a precisão de deslocamento da corrediça móvel sobre a fixa, prevendo usinagem


precisa para as corrediças, com tolerâncias dimensionais e geométricas adequadas e sistemas para a
regulagem de folgas para compensar o aumento do jogo de funcionamento, devido ao desgaste natural
das corrediças.

Formas de superfícies de guias


As formas construtivas das corrediças devem permitir um movimento relativo de translação.

As formas construtivas que respondem a esta condição são: o conjunto de plano sobre plano, o
conjunto cilíndrico e o conjunto prismático.

É necessário que a translação seja o único movimento possível. Apenas a seção prismática responde
completamente a esta condição; o conjunto plano sobre plano deverá ser completado por obstáculos
que restrinjam o movimento da corrediça a uma trajetória retilínea; e o conjunto cilíndrico deverá ser
completado por obstáculos que se oponham a toda rotação da corrediça.

A usinagem deve ser fácil e precisa. Sob este aspecto, o conjunto cilíndrico é o mais fácil de ser
realizado e o conjunto prismático é o mais difícil.

A fabricação deve ser econômica, sendo necessário, portanto, procurar o mínimo de superfícies de
apoio. Em particular, se uma das forças F2 e F3 ou se um dos torques C1, C2 e C3 não existir,
podemos eliminar algumas superfícies de apoio.

Guias com dois graus de liberdade

Quando a força F3 (figura anterior) está sempre dirigida para baixo, podemos utilizar uma guia
incompleta, deixando a corrediça com duas direções possíveis de movimento. Além da possibilidade
de deslizamento segundo a direção XX’, que é a desejada, existe também a liberdade de deslocamento
segundo a trajetória ZZ’, para cima, deixando-a assim com dois graus de liberdade.

É o caso da mesa de uma plaina limadora.

86 – SENAI-RJ
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A seguir, apresentamos alguns exemplos de realização.

Guias com réguas laterais

Para manter a guia móvel A sobre a sua trajetória retilínea, coloca-se lateralmente um par de
réguas, C e D (figura a seguir), removíveis e reguláveis. A utilização destas réguas permite não só
uma usinagem mais fácil, mas também a regulagem da folga lateral das guias.

Estas réguas impedem a ação da força F2 e do torque C3. O peso da corrediça impede a rotação
da guia pela ação dos torques C1 e C2.

A usinagem das guias é fácil, o posicionamento plano sobre plano é correto porque as duas guias se
apóiam uma sobre a outra somente por duas superfícies estreitas.

O aumento das folgas devido ao desgaste natural é recuperado automaticamente no sentido vertical
e é corrigido pelo ajuste das réguas no sentido horizontal.

C A D

Guias com um plano e uma ranhura em V

Já vimos que o posicionamento plano sobre plano, para girar duas peças segundo a direção de seus
planos comuns, é possível. Então o posicionamento de um plano e uma ranhura em V (primeira figura)
é funcional. O equilíbrio das forças F2 e F3 e dos torques C1, C2 e C3 é possível graças ao peso da
guia móvel A.

Este conjunto é fácil de ser fabricado porque apresenta apenas três superfícies a serem usinadas e
ajustadas. A dilatação térmica ocorre livremente, e o aumento de folgas devido ao desgaste natural é
recuperado automaticamente. Um exemplo é o barramento de um torno (segunda figura).

A A

F4
F3 F1
R1 R2 R3

B B

SENAI-RJ – 87
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Guia com duas ranhuras em V

A direção do deslocamento é definida pelas duas ranhuras em V (figura a seguir), porém há excesso
de superfícies em contato.

F2 F4 F1
R1 R2 R3 R4

O equilíbrio das forças F2 e F3 e dos torques C1, C2 e C3 é possível graças ao peso da guia móvel A.

Este conjunto é muito mais difícil de ser fabricado que os conjuntos apresentados anteriormente,
pois as ranhuras em V têm que estar perfeitamente paralelas e as distâncias entre as ranhuras, tanto
na guia móvel A como na guia móvel B, têm que ser exatamente iguais. Este conjunto permite a
recuperação automática das folgas em função do desgaste natural, porém a dilatação térmica lateral
não ocorre livremente.

A forma em V das guias pode ser substituída por uma forma cilíndrica (figura a seguir), constituída
de uma barra redonda ou de um tubo fixo por parafuso ao guia fixo B ou ao guia móvel A. A superfície
de atrito é bastante reduzida.

Guias com um grau de liberdade

A guia móvel só tem uma possibilidade de deslocamento segundo a direção XX’, que é a desejada.
A guia fixa equilibra portanto os esforços F1 e F3, e os torques C1, C2 e C3. Para realizar esta
condição, utilizam-se guias com seção poligonal ou circular.

Esta solução é mais completa que a precedente, mas a fabricação e a ajustagem são bem mais
difíceis.

A seguir, apresentamos alguns exemplos de realização.

88 – SENAI-RJ
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Guia com seção retangular

A guia de seção retangular pode ser simples ou duplo, horizontal ou vertical (observe as figuras).

A B
B1
A

calços B1 B2 B2
C

A usinagem das guias é relativamente fácil, mas a ajustagem é difícil, sendo necessário ajustar as
quatro faces da guia.

O conjunto de guias em T (figura a seguir), que deriva do conjunto retangular, também de difícil
ajustagem, é utilizado em morsas paralelas.

Guias com seção trapezoidal

A guia de seção trapezoidal, chamada de guia rabo de andorinha (figuras a seguir), tem uma forma
aparentemente simples, mas na realidade é muito difícil de ser ajustada. O calço C facilita a ajustagem
e permite regular a folga das guias e recuperá-la quando há o desgaste normal de operação, sendo
empregado normalmente para guiar a mesa de máquinas operatrizes.

A A C

B B

SENAI-RJ – 89
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Guia de seção circular

A guia de seção circular permite normalmente dois graus de liberdade, sendo necessário prever
algum obstáculo à rotação da guia em função do torque C1. Pode ser uma chaveta paralela (figura a
seguir), ou um eixo estriado.

A B

A guia de seção circular pode ser usada em alguns casos incompletos, isto é, sem obstáculo à
rotação, como num pistão de automóvel (primeira figura a seguir). A guia circular pode ser dupla, pois
deixa a guia com um só grau de liberdade (figuras a seguir).

A seção circular é de fácil usinagem e de fácil ajustagem.

cilindro
pistão

B2 A B1
B1 A B2 B2 A B1

C1

Mancais de deslizamento

Condições necessárias ao bom funcionamento


Consideremos um eixo que gira em duas guias A e B (figura a seguir) e é submetido às solicitações
das forças F1, F2 e F3, dirigidas nos sentidos XX’, YY’ e ZZ’, e os torques C1, C2 e C3.

O propósito dos apoios A e B é de guiar o movimento de rotação do eixo, isto é, tornar o movimento
de rotação do eixo possível e fácil.

90 – SENAI-RJ
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F3
C3 x’

F2
y’ y

C2
C1

A B
z’
x F1

Para que o movimento seja possível, a escolha da forma construtiva do mancal de deslizamento
deve ser feita de modo que:

• permita o movimento de rotação desejado e possibilite a parte girante de descrever sua trajetória
(circunferência completa ou parcial) sem encontrar obstáculo;

• permita um movimento fácil, sem absorver muita energia do sistema, e a redução, ao mínimo
possível, das forças de atrito;

• oponha-se a todos os movimentos que não sejam os de rotação em torno de XX’, prevendo
ligações particulares que se oponham a todos os movimentos que não sejam o de rotação desejado; e

• mantenha a precisão de rotação do eixo nos mancais durante o funcionamento do conjunto,


escolhendo a forma adequada para as peças, que devem ser de fácil usinagem, ajustagem e manutenção.

Formas de mancais de deslizamento


A forma construtiva deve permitir um movimento relativo de rotação. As formas construtivas que
respondem a esta condição são: o cilindro, o cone, a esfera e o plano perpendicular a outro em rotação.

A usinagem deve ser fácil e precisa. Deste ponto de vista, o conjunto cilíndrico é mais fácil de ser
fabricado que o conjunto plano sobre plano; o conjunto cônico é de difícil fabricação; e o conjunto
esférico é dificílimo, devendo, portanto, ser excluído.

Como a fabricação deve ser econômica, deve ser previsto o mínimo necessário de superfície de
apoio.

Uma vez que a rotação deve ser o único movimento possível, devem ser previstas ligações que
impeçam o movimento de translação do eixo.

SENAI-RJ – 91
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Mancal cilíndrico

O mancal cilíndrico permite dois graus de liberdade, o movimento de rotação desejado e um


movimento de translação. Portanto, deve ser complementado por obstáculos que se oponham ao
movimento de translação do eixo dentro dos mancais, equilibrando a força axial F1.

Utiliza-se um encosto simples se a força axial for sempre em um mesmo sentido (primeira figura),
e um encosto duplo, se a força axial for nos dois sentidos (figuras seguintes).

A B 2 parafusos CHc
A A B C D

Mancal cônico

O mancal cônico impede o movimento de translação em um sentido da força axial F1 (primeira


figura).

Se a força axial for nos dois sentidos, será necessário o uso de dois mancais cônicos em oposição
um ao outro. Porém, o mancal cônico gera forças tangenciais de atrito que freiam o movimento de
rotação, podendo até mesmo causar o travamento do mancal. O emprego deste conjunto é restrito a
casos especiais, como a usinagem entre pontos em um torno (segunda figura).

A B
B A C

Mancal esférico

O mancal esférico tem características bastante interessantes, porém a sua fabricação é muito difícil.

Mancal plano sobre plano

O mancal plano sobre plano impede o movimento de translação em um sentido da força axial F1.
Ele permite o deslizamento de um plano sobre outro, porém deve ser sempre completado por um
sistema que mantenha o eixo centrado e no mesmo lugar, centragem por encaixe.

92 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Fatores para um bom mancal

Precisão de usinagem

As tolerâncias dimensionais do eixo e do mancal devem ter precisão média. Além disso, o ajuste do
conjunto deve deixar uma folga mínima de funcionamento, porém suficiente para permitir a rotação do
eixo e para obter uma boa lubrificação (um valor médio de folga de 0,0015d a 0,0020d, sendo d o
diâmetro do eixo).

A tolerância de retidão e de cilindricidade do conjunto deve ter boa precisão.

Comprimento do mancal

Quanto maior o comprimento L do mancal, menor será a pressão média no mancal, e melhor será
a estabilidade do eixo. Porém, muitas vezes não há muito espaço para a colocação do mancal.

Análises feitas anteriormente sugerem a adoção de L = 1,0d a 1,5d, sendo d o diâmetro do eixo
(primeira figura), equilibrando assim vários prós e contras.

É interessante que o comprimento das peças permita a divisão do mancal em duas partes iguais
(figura seguinte).

A A

SENAI-RJ – 93
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Dilatação térmica

Sob o efeito do calor, o eixo se dilata, diminuindo um pouco a folga radial entre o eixo e o mancal,
o que deve ser previsto no projeto. A dilatação se apresenta, principalmente, aumentando o comprimento
do eixo, não sendo necessário se opor a esta deformação, sob pena de ocorrência de forças de
compressão e risco de flambagem. O apoio do eixo para impedir o movimento em translação deve ser
feito em apenas um mancal, ficando o outro livre, o que permitirá a livre dilatação do eixo. Na figura
a seguir, o mancal A está fixo e o mancal B livre.

A B

Flexão

Sob o efeito dos esforços, o eixo tende a fletir (primeira figura), o que resulta em um mau alinhamento
do eixo em relação ao mancal, desgastando a superfície do mancal de uma forma desigual (figura
seguinte).

L
d
∅ a P

a F

A B

Para diminuir a flexão do eixo podemos:

• aproximar os mancais a fim de diminuir o comprimento do eixo;

• aumentar a rigidez, aumentando o diâmetro do eixo ou utilizando material de maior resistência; e

• adotar mancais autocompensadores, que permitem absorver a deformação quando o eixo é longo
e fortemente carregado (figura a seguir).

94 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

1,5 a 3d
A B2

d

C B1

Desgaste

Devem-se utilizar, para a confecção dos mancais, materiais duros e resistentes ao desgaste, adotando
uma lubrificação hidrodinâmica, e evitando o atrito direto dos materiais.

Materiais para mancais de deslizamento


Os mancais de deslizamento são fabricados de modo que as superfícies de contato do mancal
estejam sujeitas a maior desgaste que as superfícies de contato do eixo.

Os mancais são passíveis de substituição, total ou parcial, quando apresentam desgaste excessivo.
Tal procedimento visa proteger o eixo, a peça mais cara.

As propriedades que devem ser consideradas vantajosas nos materiais que se destinam à construção
de mancais são:

• baixo módulo de elasticidade, o que redundará em facilidade de o material tomar a forma desejada;

• baixa resistência ao cisalhamento, o que proporcionará facilidade de alisamento da superfície;

• baixa soldabilidade ao aço, o que dificultará o aparecimento de defeitos ou cortes na superfície;

• capacidade de absorção de corpos estranhos ou “incrustabilidade”, permitindo que, pela penetração


em sua massa, sejam os mesmos removidos da película de lubrificante;

• resistência à compressão e à fadiga;

• resistência às temperaturas;

• resistência à corrosão;

• boa condutibilidade térmica;

• coeficiente de expansão térmica semelhante ao do aço; e

• baixo custo, como sempre.

SENAI-RJ – 95
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Os principais materiais, com que são fabricados os mancais de deslizamento, estão relacionados a
seguir.

Metal patente

Em 1839, o norte-americano Issac Babbit obteve a patente de um metal constituído por 89% de
estanho, 9% de antimônio e 2% de cobre. A característica do chamado metal patente é possuir pequeninas
esferas duras incrustadas em metal mole.

As esferas conferem ao material uma boa resistência ao desgaste, enquanto que o metal mole se
adapta facilmente, oferecendo uma boa superfície de trabalho. O metal patente apresenta ótimas
características como material para mancais, exceto sua capacidade de carga e sua resistência à fadiga,
que são relativamente baixas, podendo ainda diminuir consideravelmente com aumento de temperatura.

Empregam-se, com sucesso, revestimentos de metal patente com espessura superior a 0,4mm para
cargas constantes até 35 kgf/cm2 e velocidades até 150 m/min, com temperatura máxima de 100°C. As
cargas podem atingir, momentaneamente, até 80 kgf/cm2, sem problemas.

Nos metais patentes à base de estanho, de composição similar ao patenteado por Babbit, não deve
haver chumbo em proporção superior a 0,5%. O chumbo em proporção superior a 3,5% ocasiona o
desgaste quase imediato do mancal ao entrar em serviço.

Existem, entretanto, metais patentes à base de chumbo, no qual este aparece em proporção de 71%
a 85%, sendo de 10% a 18% a percentagem de antimônio, e de 5% a 11%, a de estanho. Neste caso, o
estanho não deve ultrapassar os 11% sob pena de trazer o mesmo inconveniente que o excesso de
chumbo nos “babbits” de estanho.

Podem-se empregar também ligas de chumbo endurecidas com álcalis, ou seja, 95% a 98% de
chumbo e pequenas proporções de cálcio, alumínio e outros metais. O principal inconveniente dos metais
à base de chumbo é sua pouca resistência à corrosão.

Os revestimentos delgados, com espessura inferior a 0,4mm, comprovaram resistir muito mais à
fadiga. Empregam-se revestimentos com espessura de 0,025 a 0,127mm em motores de combustão
interna, sobre outros metais para mancais ou diretamente sobre os casquilhos de aço.

Ligas cobre-níquel

O emprego destas ligas sob a forma de matriz esponjosa impregnada com o metal patente permite
superar o inconveniente de baixa resistência à fadiga dos metais patentes comuns.

Alumínio

Ligas formadas de 90% de alumínio, 6% de estanho, 2% de cobre e 2% de níquel possuem grande


resistência à fadiga e à corrosão. São apropriadas para cargas contínuas até 140 kgf/cm2 e cargas
momentâneas até 250 kgf/cm2, com velocidades entre 240 e 360 m/min. A dureza do munhão deve ser
300 Brinell.

96 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Prata

A prata é excelente metal para mancais, apresentando apenas como inconveniente sua tendência
a soldar-se com o eixo, caso haja película lubrificante. A dureza superficial do munhão deve ser de 300
Brinell, e as cargas momentâneas podem atingir até 280 kgf/cm2 com velocidade de 60 m/min.

Liga de chumbo-bronze

Emprega-se na fabricação de casquilhos uma liga de 80% de cobre, 10% de estanho e 10% de
chumbo. A capacidade de suporte de carga é da ordem de 105 kgf/cm2 com velocidade de 600 m/min,
sendo de 300 Brinell a dureza do munhão.

Bronze

Diversos tipos de bronze, constituídos por 79% a 89% de cobre, 6% a 11% de estanho, além de,
eventualmente, chumbo e zinco, em menores proporções, são bastante usados em mancais.

Liga de cobre-chumbo

Sua composição é de 60% a 65% de cobre e 35% a 40% de chumbo, sendo muito usada na
fabricação de mancais que trabalham em condições severas.

Aço

Podem ser empregados mancais de aço para elevadas pressões com muito pouca velocidade,
sendo necessária uma folga bem grande e óleo em muita quantidade.

Ferro fundido

Suas condições como material para mancais são similares às do aço, apresentando o mesmo grande
inconveniente: falta, praticamente total, de capacidade de ajustar sua superfície à do eixo.

Mancais porosos

Feitos de material esponjoso obtido por sinterização capaz de absorver óleo em cerca de 25% de
seu volume, podem ser de chumbo, bronze, ferro, aço inoxidável ou alumínio. São empregados em
casos de alimentação de lubrificantes, de forma que o próprio calor do movimento e a pressão oriunda
da carga extraem o lubrificante do mancal. De tempos em tempos, deve-se encharcar o mancal com
óleo. A velocidade de deslizamento pode atingir 600 m/min para cargas de ordem de 7 kgf/cm2. Estes
materiais porosos são usados na fabricação de mancais semicirculares.

SENAI-RJ – 97
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Grafita

Fabricam-se mancais dotados de lubrificação própria com casquilhos de grafita, capazes de suportar
temperaturas até 455°C. Não podem, entretanto, suportar choque, nem pressões superiores a 42 kgf/cm2.

Teflon, nylon e resinas fenílicas

Costumam ser empregados para pequenas cargas e baixas velocidades, sem lubrificação.

Podem ser utilizados para mancais com cargas reduzidas a velocidades elevadas, sendo lubrificados
com água. Em alguns casos, necessitam de lubrificação a óleo ou graxa.

Importante, em mancais revestidos com estes tipos de materiais, é manter a temperatura abaixo
de 65°C.

Borracha

É empregada em mancais lubrificados com água, para velocidade até 300 m/min, submetidos a
pressão de carga até 7 kgf/cm2. As borrachas comuns se deterioram ao contato com óleo ou graxas.

Lignum vitae

É uma madeira com elevado teor de óleo, que não suporta temperaturas maiores que 99°C, sob
pena de carbonizar-se. Os mancais de Lignum vitae podem suportar cargas até 7 kgf/cm2, sendo
lubrificados com água. Seu desgaste, entretanto, é rápido. Para garantir longa duração em serviço é
preciso que as pressões de cargas sejam inferiores a 2 kgf/cm2.

Buchas de fricção

98 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

O exemplo anterior nos mostra uma bucha fixada por molas prato e buchas metálicas roscadas
fixas, utilizadas no sistema de corte de câmaras de ar após a extrusão.

Buchas são peças mecânicas que têm o objetivo de suportar um movimento radial ou axial sobre
um eixo, permitindo que haja um deslizamento suave e com o mínimo de atrito possível entre componentes
de apoio e giratório de uma máquina.

Buchas de bronze

Uma árvore com polias, pinhões etc. é presa em posição e guiada por suportes chamados mancais.

O movimento longitudinal é controlado por limitadores tais como anéis de encosto.

Respeitadas as dimensões, é também necessário: o alinhamento dos alojamentos, assentos


concêntricos, superfícieis de fricção polidas e cilíndricas, além da quantidade apropriada de folga, uma
vez em repouso, de tal modo que o conjunto funcione satisfatoriamente.

tampas

árvore

buchas bipartidas

Classificação

a) Mancais num só bloco (ajustamento forçado duro)

A árvore tem vários mancais, todos num só bloco, e as buchas são presas nas caixas dos mancais.

As buchas têm ajuste forçado duro.

SENAI-RJ – 99
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A diminuição do diâmetro interno que resulta em um ajuste forçado duro pode ser compensada
com as seguintes operações:

• após prensar as buchas nas caixas de mancal, alargue-as até a dimensão desejada; e

• alargue as buchas até um diâmetro ligeiramente maior, antes de montá-las forçadas duro.

Observação

A principal desvantagem neste tipo de conjunto é a impossibilidade de


eliminar excesso de folga quando se empreenderem eventualmente
trabalhos de reparos ou revisão.

b) Buchas bipartidas

Montagem com tampas de mancais

A árvore é sustentada por vários mancais, cada um tendo dentro dele uma bucha bipartida.

a - mancal
h e
b - flange
g c
c - assento da tampa
f

d - superfícies de fricção

e - copos e canais de
lubrificação
g

g f - chanfros
h
g - assento para os casquilhos
b d
das buchas bipartidas

h - rebaixo

Com as tampas dos mancais retiradas:

1. verifique as dimensões de cada meia-bucha, pois deformação é possível quando as buchas são
separadas ( sendo as buchas estanhadas e depois usinadas até as dimensões finais);

2. faça os retoques com uma lima ou um raspador para eliminar a maioria das deformações
sobrecitadas, se for possível. Senão, instale as meias-buchas em seus mancais respectivos, utilizando
com cautela um balancim ou uma prensa hidráulica.

100 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

As duas buchas devem estar perfeitamente assentadas em seus alojamentos;

3. marque o corpo, a tampa e as duas meias-buchas para que não haja uma montagem invertida,
em relação às buchas;

4. insira um pino de posição para imobilizar a bucha dentro do seu alojamento;

5. execute a montagem da tampa e do corpo do mancal com os dois casquilhos;

6. aperte energicamente as porcas mas a pressão exercida por estas últimas não deve deformar os
dois casquilhos; e

7. assegure-se do bom alinhamento das buchas e retoque segundo as necessidades.

a c - ½ casquilho
e

d b - árvore

c d - tampa

b e - porcas e arruelas
i

a
f - corpo do mancal
f
i - distância a ser verificada
g
g - pino de posição

Este tipo de montagem possibilita trabalhos de revisão ou de manutenção,


visto ser necessário apenas limar ou usinar os assentos interiores nos
casquilhos e depois alargar ou broquear a bucha de novo.
Todos os componentes podem ser montados na árvore antes de instalá-la
em seu alojamento.

g g f - corpo do mancal

a - casquilho inferior

b - árvore completa

g - correia para transporte

h h b h - limitadores
a a
f f

SENAI-RJ – 101
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Rasgos ou canais de lubrificação

Servem para a lubrificação da bucha.

furo para lubrificar

abastecimento
área de pressão máxima

o
óle
o do
ol uçã
dev
dev
olu
ção
do
óle
o

devolução do resultante de carga


óleo abastecimento
canal de lubrificação

furo para lubrificar


sentido de rotação

• furo para lubrificar - permite ao lubrificante um movimento normal. Por isso, assegure-se,
sempre que for possível, de colocar a orientação do furo na parte superior da peça.

• canal de abastecimento - é a seção intermediária entre o furo para lubrificar e o canal de


lubrificação.

• canal de lubrificação - proporciona diretamente a lubrificação, constituindo um reservatório


de óleo.

Fabricação de buchas

Ordem de execução

• Usine a bucha num torno, deixando um sobremetal de usinagem

• Corte a peça pelo eixo horizontal

102 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

• Estanhe as duas metades

• Volte para o torno e usine as dimensões finais. Para centrar, utilize uma placa de quatro castanhas.

Canais ou ranhuras de devolução de óleo

Estes canais servem para transportar o óleo desde as arestas da bucha até a saída da área de
pressão máxima, distribuindo-o no centro e depois na direção da ranhura de abastecimento.

Canais de lubrificação

Perfil

• O perfil das ranhuras deve ser semi-circular e o diâmetro varia de acordo com o diâmetro da
bucha.

• O centro arredondado encontra-se em um só lado da ranhura se houver um só sentido de rotação,


mas, em ambos os lados, se a árvore tiver dois sentidos de rotação.

sentido de rotação da árvore

sentido de rotação da árvore

cantos arredondados

• A ranhura deve ter uma profundidade constante se a camada de óleo tiver uma espessura constante.

SENAI-RJ – 103
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Como executar um canal de lubrificação no torno

placa do torno
bucha seção AA

ferramenta

Os cantos arrendondados são feitos com uma ferramenta de forma especial.

Esta operação pode ser empreendida de duas maneiras diferentes:


1. Avanço automático
- árvore principal desengatada; e
- ferramenta montada no carro superior.
2. Avanço manual
- árvore principal engatada; e
- ferramenta presa no mangote do cabeçote móvel.

Como executar um canal de lubrificação na bancada

Uma vez que as superfícies estão quase completamente raspadas e o furo de lubrificação executado,
trace a posição do canal de lubrificação (tem que ser localizado pelo comprimento da bucha).

Selecione a ferramenta de acordo com o diâmetro; utilize um bedame meia-cana.

Prenda a bucha na morsa, não se esquecendo de colocar mordentes de proteção (de chumbo ou de
cobre).

Coloque a ferramenta na bucha para assegurar-se que seja possível executar uma ranhura de
profundidade e comprimento correto e constante de C até D. Em seguida, execute o canal de lubrificação.

Os cantos arredondados podem ser realizados com uma pequena talhadeira chata. Não se esqueça
de guardar a mesma inclinação de corte por todo o canal.

Retire todas as rebarbas e asperezas que possam impedir a circulação de óleo (utilize um raspador
chato ou um raspador especialmente afiado).

104 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A fim de obter um movimento liso e assim evitar todo desgaste anormal, precisa-se eliminar tanto
as marcas de ferramenta como os defeitos de concentricidade e alinhamento, raspando as buchas.

Raspadores de superfícies côncavas

a) material

Aço fundido especialmente tratado.

b) forma

• Triangular - utilizado mais freqüentemente para raspar buchas de diâmetro reduzido e para retirar
rebarbas das arestas num furo alargado ou broqueado.

• Normal - pode ser fabricado de uma lima triangular usada.

seção CC

• Rebaixado - a área que trabalha é rebaixada para aumentar a eficiência das arestas de corte e
para facilitar a afiação.

B
seção BB

SENAI-RJ – 105
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

c) afiação

lo
bo
re
do
io
ra
rebaixo

A afiação executa-se em dois passos sucessivos:

• esmerilhamento-arenito; e

• pedra de afiar a óleo

Raspagem

A função do eixo é auxiliar a operação de ajuste, sendo realizada conforme as seguintes etapas:

• cubra as áreas apropriadas do eixo com uma fina camada de zarcão;

• insira o eixo na bucha;

• faça girar o eixo que, em rotação, vai depositar zarcão em volta dos pontos brilhantes;

• efetue passes helicoidais com raspador (para a direita e para a esquerda) nos pontos brilhantes; e

• volte a realizar a operação até a obtenção de um ajuste satisfatório .

g b a - ângulo de incidência
a

b - ângulo de cunha

g - ângulo de saída

106 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Como usar bedame meia-cana para executar um canal de lubrificação

Nos mancais bipartidos, o interior das arestas deve ser chanfrado em forma de cunha.

tampa
árvore
A casquilho

B casquilho
casquilho B

Buchas de bronze pré-lubrificadas e sinterizadas

SENAI-RJ – 107
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A - Definição

• Esta bucha é manufaturada com as técnicas de uso do pó metálico, a fim de produzir uma matéria
porosa.

• Assume a forma de uma esponja metálica, cujos poros se comunicam uns com os outros e com
a superfície. Esta porosidade constitui 30% do volume da peça, que está impregnada de um óleo de
base de hidrocarboneto.

B - Etapas de confecção

• Aglomeração do pó

Os pós são comprimidos a frio em um molde (pós de cobre, de estanho, de ferro etc).

• Sinterização

As peças são “cozidas”.

• Calibragem

Esta operação serve para compensar a deformação ocorrida durante a sinterização.

• Impregnação

O óleo é forçado nos poros em vácuo.

C - Buchas de utilização comum

bucha cilíndrica bucha esférica

bucha com flange

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D - Ajuste

• Tolerância no alojamento - H7

• Tolerância no eixo - f7 ou g6

E - Instalação das buchas

Utilize um mandril perfeitamente cilíndrico e polido (uma vez a operação completada, restitua as
ferramentas ao depósito depois que as untar com graxa).

bucha arruela mandril extrator

1. Como montar uma bucha com uma prensa;

• coloque a arruela 1 no mandril;

• introduza o mandril na bucha;

• empurre esta última para dentro da peça; e

• quanto aos ajustes, veja o tópico apropriado sobre os ajuste forçados sobre pressão.

SENAI-RJ – 109
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

2. Desmontagem de um mandril

• monte o extrator 3 no conjunto;

• aparafuse até que o mandril esteja completamente retirado;

• velocidade rotativa elevada;

• pequenas cargas;

• nenhum movimento axial; e

• nenhum movimento alternativo.

Estas buchas devem ser montadas só com mandril e depois não devem ser
calibradas com alargador, visto que as navalhas do alargador cisalharão
as esferas de bronze sinterizado e as rebarbas entupirão os orifícios de
lubrificação.

Buchas de bronze impregnadas de teflon (chamadas buchas DU na França)

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Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A - Definição

Em sua fabricação, utilizam-se diferentes plásticos, sendo o politetrafluoretileno (PTFE) o mais


largamente usado.

Este tipo de bucha apresenta a vantagem da excelente combinação das propriedades de fricção
ofertadas pelo PTFE. Não é uma matéria de fricção auto-lubrificadora, pois funciona sem lubrificante.
De qualquer modo, não há dificuldade nenhuma quanto à presença de um lubrificante que muitas
vezes possa ser um aditivo positivo.

B - Composição

camada superficial

camada intermediária de bronze impregnado

suporte de aço

Esta bucha é composta de três camadas:

• um suporte de uma folha de aço estanhada para protegê-la contra a corrosão;

• uma camada intermediária de bronze sinterizado misturado com PTFE e um fino pó de chumbo; e

• uma camada superficial que é uma mistura de teflon e um fino pó de chumbo, com espessura de
25m aproximadamente.

C - Peças diferentes

Esta combinação de matérias pode servir para fabricar as peças seguintes:

• buchas curvadas ou enroladas a partir de uma chapa de aço;

• arruelas de empuxo; e

• tiras de fricção.

D - Ajustes

1. Ajuste forçado sob pressão

Por causa da elasticidade de metais, duas peças podem ser montadas a frio.

SENAI-RJ – 111
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

c 90o
a
b M
M

90o c
a
M b
F M F F
P P
M

T T T

F = peça fêmea M = peça macho

A montagem de duas peças deve seguir os procedimentos abaixo:

• as superfícies devem estar polidas e ter chanfros para facilitar a montagem;

• lubrificar as duas superfícies de contato;

• assegurar-se de que as linhas de eixo das duas peças estejam concêntricas;

• logo no início da operação a peça a ser montada deve ser corretamente alinhada;

• a força requerida para realizar o ajuste deve ser exercida paralelamente ao eixo, evitando assim
flambagem; e

• a velocidade de penetração deve ser reduzida a fim de não danificar as superfícies de contato.

Detalhes da operação

Afim de efetuar um ajuste correto, tome em consideração os aspectos seguintes:

• o valor da força necessária para efetuar o ajuste;

• especificações dimensionais e possibilidades de manipulação das peças; e

• peças cujas dimensões sejam relativamente reduzidas e fáceis de manejar montam-se num balancim
(Q = 1500daN).

Buchas Especiais

O avanço da tecnologia nos apresenta novos tipos de buchas como o rolamento roto-linear RRL,
por exemplo, que está melhor apresentado no item “ Rolamento”, visto que a designação dada por
fabricantes é Rolamentos Roto-Lineares.

112 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Projeto de Mancal

Qual é a finalidade da árvore? O que é que causa as forças externas? A árvore está dentro de uma
caixa? Os mancais são auto-alimentados ou o lubrificante vem de um reservatório que também é usado
para outros fins? Depois que se conhecem as respostas a estas perguntas, o projeto pode começar.

O diâmetro e o comprimento do mancal dependem da grandeza da carga unitária. A relação


comprimento-diâmetro I/d depende de se esperar ou não que o mancal trabalhe em condições de película
espessa. Um mancal longo (grande relação I/d) reduz o coeficiente de atrito e o fluxo de óleo pelas
extremidades e, portanto, é desejável onde existir película delgada ou lubrificação limite. Por outro lado,
quando ocorrer lubrificação forçada ou positiva, a relação I/d será relativamente pequena. Esses mancais
têm maior fluxo de óleo pelas extremidades e, por isso, trabalham mais frios. Em geral, a prática corrente
é usar uma relação I/d próxima da unidade e então aumentar esta relação, se for provável ocorrer
lubrificação com película delgada ou decrescê-la para lubrificação com filme espesso ou altas temperaturas.
Se a deflexão da árvore for grande, deve-se usar mancais curtos, para evitar o contato metal nas
extremidades dos mancais.

Mancais de rolamento

Constituição
Para deslocar um bloco de pedra, podemos, em lugar de deslizá-lo sobre o solo, montá-lo sobre rolos.

Durante o movimento, temos simultaneamente o rolamento do bloco A sobre os rolos C e o rolamento


dos rolos C sobre o solo. O bloco avança portanto duas vezes mais rápido que os rolos, que saem atrás
do bloco e são recolocados na frente. O atrito de deslizamento é trocado pelo atrito de rolamento, que é
bem menor.

P
B C

Da mesma forma, para fazer girar um eixo A dentro de um mancal fixo B (figura a seguir),
podemos, em lugar de deslizar o eixo A sobre o mancal B, montá-lo sobre rolos C. Ocorrerá,
simultaneamente, o rolamento do eixo A sobre os rolos C e o rolamento dos rolos C sobre o mancal B.

SENAI-RJ – 113
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

C w
A

fixo B
P

Para evitar a recolocação dos rolos da frente para trás, colocam-se rolos em toda a circunferência
do mancal (figura a seguir).

w B
R1 R
R3 4
R2

Só os rolos inferiores suportam as cargas P do conjunto.

Evitamos assim o atrito de deslizamento, trocando-o pelo atrito de rolamento, que é muito menor.

O funcionamento é o mesmo se o eixo A é fixo e o mancal B é giratório.

É difícil montar com precisão os rolos entre o eixo e o mancal, e freqüentemente os materiais
usados na fabricação do eixo e do mancal são de dureza insuficiente, sofrendo rápido desgaste. É
portanto preferível fabricar, em um mesmo conjunto, os rolos e os caminhos, pistas de rolamento,
montando os rolos entre as pistas interna e externa. Este conjunto constitui um rolamento (figura a
seguir).

Pode-se observar, na figura seguinte, um rolamento e seus elementos constituivos.

114 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

anel externo

anel interno

pista interna

espaçador
esfera
pista externa

Elementos rolantes
Os elementos rolantes de um rolamento podem ser esferas ou rolos; os rolos podem ser cilíndricos,
cônicos ou abaulados. Um caso particular de rolos são os rolos tipo agulha, que vêm a ser constituídos
por rolos cilíndricos de diâmetro extremamente pequeno em relação ao seu comprimento.

Espaçadores

Os espaçadores destinam-se a manter os elementos rolantes em sua posição e evitar o atrito entre eles.

Dois anéis concêntricos

Os anéis concêntricos contêm as pistas de rolamento, sendo um anel com a pista externa e um anel
com a pista interna .

esfera gorne do anel externo

porta-esferas ou separador

canal ou gorne do anel interno

anel externo
anel interno

SENAI-RJ – 115
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Materiais e acabamento dos rolamentos


Os elementos rolantes e os anéis são fabricados, geralmente, com aço de alto teor de carbono e de
cromo, endurecido para 58 a 65 Rockwell C, por exemplo, um aço da série 52100 que tem, normalmente,
1% de carbono e, aproximadamente, 1,5% de cromo. A dureza típica varia, na prática, de 58 a 62
Rockwell C, o que dá uma resistência à tração de, aproximadamente, 140 kg/mm2. O níquel e o
molibidênio também são usados como elementos de liga. Algumas vezes, emprega-se aço de superfície
carbonetada. A dureza é importante, do ponto de vista de desgaste (logo, de fadiga). Assim, uma
dureza de 50 Rockwell C proporciona apenas cerca de metade da vida em relação à dureza de 60
Rockwell C.

Os diâmetros dos corpos rolantes em um determinado rolamento devem ser muito aproximadamente
os mesmos, admitindo-se uma diferença máxima de 0,00127mm a 0,00254mm, uma vez que, do contrário,
a carga não será uniformemente distribuída entre os vários elementos, induzindo, portanto tensões
excessivas nos mesmos.

Os separadores são feitos, em geral, com aços de baixo carbono, mais maleáveis. Existem , entretanto,
rolamentos que exigem outros materiais para fabricação dos separadores. Neste casos, são empregados
o bronze, ferro-bronze silicoso, bronze fosforoso, “monel S” e materiais fenólicos.

Condições de emprego dos mancais de rolamento


Provavelmente, a vantagem mais importante dos mancais de rolamento é a de que o atrito na
partida não é superior ao de operação, em contraste com o atrito inicial de metal com metal que se
observa nos mancais de deslizamento. Isto significa que o “coeficiente de atrito” varia pouco com a
carga e a velocidade, exceto nos casos extremos. Esta propriedade torna os mancais de rolamentos
particularmente indicados para elementos de máquinas que devem sofrer paradas e partidas freqüentes
e que partem sob cargas, como os eixos de carros ferroviários.

Uma outra característica de diversos tipos de mancais de rolamentos é a de que eles são capazes
de suportar esforços radiais e axiais. Os mancais de rolamentos requerem pouco lubrificante e pequena
manutenção; ocupam um espaço axial menor que os mancais lisos, mas um maior espaço radial; são
mais ruidosos e mais caros que estes últimos e têm vida limitada como decorrência das altas tensões
(repetidas) em suas pistas, o que resulta em eventual falha por fadiga.

Os mancais de deslizamento e os de rolamento apresentam, um com o outro, vantagens relativas


que tornam um ou outro tipo mais indicado para determinada aplicação.

Assim, não se pode dizer que um é melhor que o outro, exceto em relação a um determinado
problema. Mesmo assim, ainda ocorrem discordâncias de pontos de vista entre engenheiros sobre qual
dos mancais é melhor.

Os mancais de rolamentos são elementos de máquinas especializados e padronizados, que o projetista


não projeta mas apenas escolhe de um catálogo. Contudo, examinaremos, resumidamente, as
considerações básicas de emprego dos rolamentos.

116 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Capacidade de carga

A intensidade de carga que pode ser suportada com segurança por um mancal de rolamento varia
de acordo com o tipo de rolamento. Por exemplo, os rolamentos de rolos têm capacidade de carga
superior à dos rolamentos de esferas, pois a superfície teórica de contato de um rolo é um segmento de
reta, e a superfície teórica de contato de uma esfera é um ponto.

Porém, em função da deformação elástica das peças e da forma da pista dos rolamentos, o contato
efetua-se, no primeiro caso, segundo um retângulo, e no segundo caso, segundo uma elipse.

A rolo B esfera

A capacidade de carga varia igualmente com as dimensões dos rolamentos, diâmetro dos elementos
girantes, espessura dos anéis, número de esferas ou de rolos que suportam a carga etc.

Os fabricantes de rolamento prevêem cargas de choque típicas dos rolamentos de muitos valores
diferentes, e o utilizador escolhe o rolamento mais apropriado ao seu uso no catálogo do fabricante.

Direção da carga

As cargas que atuam em um eixo em rotação resumem-se em cargas radiais F1 e cargas axiais F2.
Os fabricantes prevêem rolamentos que suportam somente cargas radiais, somente cargas axiais ou
cargas radiais e axiais combinadas.

O utilizador precisa conhecer a direção dos esforços sobre o mancal e escolher o rolamento adequado.

R1 R2

F2 R3

F1 F

SENAI-RJ – 117
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Dilatação térmica

O material pode sofrer um alongamento sob o efeito do aumento de temperatura. A montagem dos
rolamentos deve permitir a dilatação do eixo.

Uma forma de permitir esta dilatação é montando um rolamento bloqueado e um livre. O rolamento
bloqueado serve de apoio radial e determina o posicionamento axial em ambos os sentidos. Deve,
portanto, estar fixado axialmente na sua posição tanto no eixo como no alongamento.

O rolamento livre serve unicamente de apoio radial e deve permitir o deslocamento axial provocado
pela dilatação.

Outra forma é compor um arranjo onde cada um dos rolamentos fixa o eixo axialmente em um
sentido somente. Conhecido como bloqueio bilateral, é utilizado principalmente em eixos curtos, porém
deverá ser observada uma folga axial mínima entre os rolamentos, a fim de permitir o deslocamento
axial provocado pela dilatação.

Flexão

O eixo pode sofrer uma flexão sob o efeito de forças às quais é submetido. Caso ocorra a flexão,
o anel interno do rolamento será solicitado em rotação, seguindo um eixo YY’, e o anel externo
seguindo o eixo normal de rotação XX’. Os dois anéis em rotação, seguindo eixos diferentes, terão um
funcionamento diferente. Os fabricantes prevêem rolamentos que permitam certo desalinhamento
entre os dois anéis: são os rolamentos à rótula, que devem ser usados quando a flexão for inevitável.

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Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

XX’

XY Y’X’ XY Y’X’

XX

Tipos de rolamentos
Os tipos básicos de rolamentos de esferas ou rolos, que se fabricam atualmente, já tinham sido
desenvolvidos na década de 1930. Não houve nenhuma grande mudança em sua construção básica.
Tem havido porém um grande número de melhorias no projeto interno, algumas recentemente, no
sentido de otimizar as dimensões dos corpos rolantes e pistas, a fim de se obter a máxima capacidade
de carga possível. Os projetos de desenvolvimento atuais visam principalmente a criação de unidade
ou conjuntos de rolamentos especiais para certas aplicações. A idéia é entregar uma unidade completa
e pronta para ser montada diretamente na máquina. Descreveremos a seguir os tipos mais comuns de
rolamentos, com suas aplicações e características particulares.

Rolamento rígido de uma carreira de esferas

O rolamento rígido de uma carreira de esferas é de construção simples, não separável. É sem
dúvida o tipo mais comum de rolamento. As esferas são relativamente grandes e correm em pistas em
forma de canal, possibilitando ao rolamento suportar cargas radiais e axiais em ambos os sentidos. O
rolamento pode trabalhar em altas rotações e é de lubrificação e supervisão relativamente simples,
possuindo capacidade muito limitada para absorver erros de alinhamento.

SENAI-RJ – 119
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Os rolamentos rígidos de esferas também são fabricados com uma placa de proteção ou de vedação
em um ou ambos os lados (figura a seguir). A placa é fixada em uma ranhura no anel externo e evita
a entrada de material estranho no rolamento. Os rolamentos com duas placas de proteção ou de
vedação são preenchidos com a quantidade correta de graxa quando são fabricados e,
conseqüentemente, não necessitam de uma relubrificação. Estes rolamentos são freqüentemente
chamados de rolamentos blindados, ou ainda, rolamentos lubrificados para a vida.

Os rolamentos blindados podem ser fornecidos com vários tipos de graxa, para atender a diferentes
faixas de temperatura.

Os rolamentos rígidos de esferas são também fornecidos com uma ranhura para anel de retenção.
Este pode ser encaixado na ranhura e com isto a fixação axial do rolamento torna-se mais simples.

N NR

Exemplo de aplicação - O eixo deste ventilador é suportado por dois rolamentos rígidos de uma
carreira de esferas com placas de vedação tipo Z.

Nesta aplicação as placas têm a função de evitar que a graxa, que é pressionada pela engraxadeira,
passe através do rolamento e se acumule dentro do alojamento entre os rolamentos, onde não seria de
nenhuma utilidade (figura a seguir).

120 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Características

Capacidade de carga radial: alta.

Axial: baixa, em ambos os sentidos.

Capacidade de rotação: alta, podem trabalhar em altas rotações.

Montagem: necessitam de bom alinhamento entre o eixo e o alojamento.

Rolamento rígido de duas carreiras de esferas

Os rolamentos rígidos de duas carreiras de esferas (figura a seguir) são similares, na construção,
aos rolamentos rígidos de uma carreira. O grande número de esferas dá a estes rolamentos uma alta
capacidade de carga radial. A construção mais recente, sem rasgos de entrada das esferas, faz com
que estes rolamentos, agora, possam suportar cargas axiais em ambos os sentidos. Não podem absorver
desalinhamentos angulares, pois estes fariam com que as esferas e as pistas fossem submetidas a
intensas e inaceitáveis cargas.

Características

Capacidade de carga radial: alta, maior que no rolamento rígido de uma carreira.

Axial: baixa, em ambos os sentidos.

Capacidade de rotação: média, não podem trabalhar com rotações altas.

Montagem: necessitam de um alinhamento rigoroso entre o eixo e o alojamento.

Rolamento de uma carreira de esferas de contato angular

Os rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular (figura a seguir) mostram grandes
similaridades com os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas. A diferença é que as pistas são
inclinadas entre si formando um ângulo de contato. Conseqüentemente, este rolamento pode suportar

SENAI-RJ – 121
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

em um sentido cargas axiais mais altas que um rolamento rígido de esferas de igual tamanho. Entretanto,
não pode ser solicitado no sentido oposto, já que não há pistas desse lado para suportar as cargas. Isto
significa que um rolamento de esferas de contato angular não pode ser usado sozinho; sempre tem de
ser aplicado com um outro que suporte carga axial no sentido oposto.

Possuem apenas uma limitada capacidade de absorver erros de alinhamento.

Os rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular são freqüentemente montados lado a
lado. Eles podem ser dispostos de modos diferentes em O (back-to-back), em X (face-to-face). A
fim de tornar possível o uso de algum destes arranjos, é necessário que os rolamentos tenham sido
fabricados para montagem em pares.

Isto significa que as faces laterais dos anéis devem ser retificadas de forma a haver uma correta
folga interna axial e uma distribuição de carga uniforme.

Os rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular são fabricados normalmente com
ângulo de contato de 40%, mas existem rolamentos com ângulo de contato de 15% e de 25%.

Exemplo de aplicação - um rolamento de uma carreira de esferas de contato angular pode, por
exemplo, ser usado no fuso de uma furadeira manual elétrica. Devido à posição inclinada das pistas, o
rolamento de esferas de contato angular é capaz de suportar a carga axial que surge durante a operação
de furação (figura a seguir).

122 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Características

Capacidade de carga radial: alta.

Axial: alta, em apenas um sentido.

Capacidade de rotação: alta, podem trabalhar em altas rotações.

Montagem: necessitam de um bom alinhamento entre o eixo e o alojamento.

Rolamento de duas carreiras de esferas de contato angular

O rolamento de duas carreiras de esferas de contato angular (figura a seguir) tem características
similares a dois rolamentos de uma carreira de esferas de contato angular montados na posição O.

Certas aplicações consistem em apenas um desses rolamentos. O cubo de roda de um automóvel


pode ser citado como um exemplo deste tipo de aplicação. Os rolamentos de duas carreiras podem
suportar cargas axiais em ambos os sentidos. Porém, como possuem rasgo de entrada de esferas em
um dos lados, se for aplicada uma carga axial predominantemente maior num dos sentidos, o rolamento
deverá ser disposto de forma que esta carga axial não seja dirijida contra o rasgo de entrada. Este tipo
de rolamento possue apenas uma limitada capacidade de absorver erros de alinhamento.

SENAI-RJ – 123
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Características

Capacidade de carga radial: alta.

Axial: alta, em ambos os sentidos.

Capacidade de rotação: média, não podem trabalhar em rotações muito altas.

Montagem: necessitam de um bom alinhamento entre o eixo e o alojamento.

Rolamento de rolos cilíndricos

Os rolamentos de rolos cilíndricos são fabricados predominantemente em tipos de uma carreira de


rolos, os quais diferem entre si pela disposição dos flanges de guia. Os rolos são guiados por flanges
incorporados ao anel interno ou externo.

O anel com flange e a gaiola retêm os rolos, formando um conjunto que pode ser separado do outro
anel. A característica separável destes rolamentos facilita a montagem e desmontagem em certos
casos. Os rolamentos de rolos cilíndricos podem suportar elevadas cargas radiais, mas nenhuma
capacidade de carga axial, pelo fato de que as faces dos rolos cilíndricos transmitem a carga axial
deslizando contra os flanges. Os rolamentos de rolos cilíndricos permitem um ligeiro desalinhamento
angular do eixo em relação ao alojamento do rolamento.

O rolamento de uma carreira de rolos cilíndricos é fabricado em vários tipos, possuindo várias
disposições diferentes dos flanges.

Os rolamentos do tipo NU possuem dois flanges integrados no anel externo e anel interno sem
flanges, enquanto que o tipo N possui dois flanges integrados no anel interno e anel externo sem
flanges. Eles permitem um deslocamento axial da caixa em relação ao eixo dentro de certos limites
(ver as tabelas de rolamentos), em ambos os sentidos, e também são utilizados como rolamentos
livres.

Os rolamentos de rolos cilíndricos do tipo NJ possuem dois flanges integrados no anel externo e um
no anel interno e pode ser utilizado para a fixação axial do eixo em um sentido.

Os rolamentos de rolos cilíndricos do tipo NUP também têm dois flanges integrados no anel externo.

124 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

O anel interno possui um flange integrado e um anel-flange solto. Estes rolamentos podem ser utilizados,
portanto, para fixar o eixo em ambos os sentidos.

Em conjunto com o anel de encosto HJ, os rolamentos do tipo NJ podem efetuar uma fixação axial
do eixo em ambos os sentidos, e os rolamentos do tipo NU podem fixar o eixo axialmente em um
sentido. Não é aconselhável colocar um anel de encosto em ambos os lados do rolamento do tipo NU,
pois isto pode provocar uma compressão axial dos rolos.

tipos de rolamento

séries mais comuns para cada tipo de rolamento

Características

Capacidade de carga radial: alta.

Axial: nenhuma.

Capacidade de rotação: média, não podem trabalhar em rotações muito altas.

Montagem: necessitam de um bom alinhamento entre o eixo e o alojamento.

SENAI-RJ – 125
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Rolamento de agulhas

Sob o ponto de vista construtivo, os rolamentos de agulhas (figura a seguir) se assemelham aos
rolamentos de rolos cilíndricos.

As dimensões dos rolos e o método de guiá-los são as características diferentes entre esses dois
tipos de rolamentos. O diâmetro dos rolos tipo agulha é pequeno, geralmente de 1,5 a 5mm e o
comprimento é normalmente 2,5 vezes o seu diâmetro. O diâmetro dos rolos nos rolamentos de rolos
cilíndricos é consideravelmente maior e o comprimento é aproximadamente de 1 a 1,6 vezes a medida
do diâmetro.

Os rolamentos de agulhas são fabricados em vários tipos diferentes e são indicados para aplicações
cujo espaço radial é reduzido. Se o espaço disponível é muito pequeno, os rolamentos de agulhas são
usados sem o anel interno ou sem os dois anéis, ou seja, apenas uma gaiola de agulhas. As gaiolas de
agulhas são constituídas de agulhas presas por uma gaiola, que trabalham em pistas usinadas no eixo
e na caixa.

Uma bucha de agulhas é obtida pela combinação de um conjunto de agulhas com um anel externo
feito de aço prensado. A gaiola geralmente é de aço prensado, mas gaiolas de plástico são também
utilizadas. A bucha de agulhas apresenta as mesmas vantagens do rolamento de agulhas, e, devido à
baixa altura da seção, é indicada para certas aplicações onde uma gaiola de agulhas não pode ser
empregada, devido à dificuldade de se temperar a pista externa na caixa.

Características

Capacidade de carga radial: alta.

Axial: nenhuma.

Capacidade de rotação: média, não podem trabalhar em altas rotações.

Montagem: necessitam de um rigoroso alinhamento entre o eixo e o alojamento.

126 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Rolamento de rolos cônicos

Os rolamentos de rolos cônicos (próxima figura) têm um grande número de aplicações na indústria
mecânica e, em particular, na área automobilística. Em um rolamento de rolos cônicos, a linha de ação de
carga sobre o rolo forma um ângulo com o eixo do rolamento. Estes rolamentos são particularmente
recomendados quando agem cargas combinadas ( radial e axial). Os rolamentos são do tipo separável,
isto é, o anel externo (capa) e o anel interno com a gaiola e os corpos rolantes (cone) podem ser
montados separadamente. Os rolamentos de rolos cônicos são sempre montados em pares, por suportarem
cargas axiais somente em um sentido. Devido ao fato de a pista ser de contato angular, surge uma carga
axial sempre que uma carga radial for aplicada neste rolamento ( carga axial induzida). Possuem apenas
uma limitada capacidade de absorver erros de alinhamento e necessitam de regulagem do jogo axial.

Características

Capacidade de carga radial: alta.

Axial: alta, em apenas um sentido.

Capacidade de rotação: média, não podem trabalhar em altas rotações.

Montagem: necessita de um bom alinhamento entre o eixo e o alojamento.

Rolamento axial de esferas de escora simples

Os rolamentos axiais de esferas de escora simples possuem uma carreira de esferas, mantida em
posição por uma gaiola e dois anéis com pistas circulares de pouca profundidade.

O anel de eixo tem um furo um tanto menor que o anel de caixa e é posicionado pelo eixo. O anel
de caixa tem um diâmetro externo um tanto maior que o anel de eixo. O rolamento pode suportar
carga axial em apenas um sentido e não resiste a cargas radiais. Os rolamentos axiais de esferas de
escora simples não podem ser empregados em conjunto com mancais de deslizamento, pois a folga
destes mancais pode aumentar em operação e então o rolamento axial ficaria sujeito à carga radial.
Isto conduziria a uma falha prematura da gaiola. Não podem absorver qualquer desalinhamento angular
que ocorra entre o eixo e o alojamento do rolamento.

SENAI-RJ – 127
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Exemplo de aplicação – As cargas do gancho de um guindaste são suportadas por um rolamento


axial de esferas de escora simples.

Características

Capacidade de carga radial: nenhuma.

Axial: alta, em apenas um sentido.

Capacidade de rotação: baixa, não podem trabalhar em rotações elevadas, em virtude da força
centrífuga exercida sobre as esferas.

Montagem: necessitam de um rigoroso alinhamento entre eixo e o alojamento.

Rolamento axial de esferas de escora dupla

Os rolamentos axiais de esferas deste tipo podem suportar cargas axiais em ambos os sentidos e,
portanto, podem ser utilizados para fixar o eixo em ambos os sentidos. Eles não devem ficar sujeitos a
cargas radiais.

Os rolamentos axiais de esferas de escora dupla são compostos de um anel de eixo, dois anéis de
caixa com superfície de assento plana ou esférica e duas gaiolas axiais de esferas. Eles são separáveis.
Os anéis de caixa e as gaiolas de esferas são idênticos aos rolamentos axiais de esferas de escora
simples correspondentes.

Características

Capacidade de carga radial: nenhuma.

Axial: alta, em ambos os sentidos.

Capacidade de rotação: baixa, não podem trabalhar em rotações elevadas, em virtude da força
centrífuga exercida sobre as esferas.

Montagem: necessitam de um rigoroso alinhamento entre eixo e o alojamento.

128 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Rolamento autocompensador de esferas

Os rolamentos autocompensadores de esferas têm duas carreiras de esferas e uma pista esférica
comum no anel externo, que confere ao rolamento a propriedade de ser auto-alinhável, permitindo
pequenos desalinhamentos angulares do eixo em relação ao alojamento do rolamento. São, portanto,
especialmente indicados para aplicações nas quais podem produzir-se desalinhamentos por erros de
montagem ou por flexão do eixo. O desalinhamento angular permissível varia de 1,5% a 3% de acordo
com o tamanho de série dos rolamentos. O rolamento pode suportar cargas axiais leves como também
cargas radiais.

Os rolamentos autocompensadores são necessários em aplicações nas quais o eixo é suportado por
rolamentos em caixas separadas, uma vez que não é possível alinhar as caixas com suficiente precisão
para prevenir inclinação dos rolamentos. Os rolamentos autocompensadores de esferas são usados
largamente nas caixas padronizadas.

Estes rolamentos usualmente tem furos cônicos e são montados sobre buchas de fixação.

Características

Capacidade de carga radial: baixa.

Axial: baixa, em ambos os sentidos.

Capacidade de rotação: média, não podem trabalhar em altas rotações.

Montagem: são projetados para absorver ligeiros desalinhamentos entre o eixo e o alojamento.

Rolamento autocompensador de rolos

Os rolamentos autocompensadores de rolos possuem duas carreiras de rolos, que operam sobre
uma pista esférica comum no anel externo, e duas pistas no anel interno inclinadas, formando um

SENAI-RJ – 129
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

ângulo com o eixo do rolamento. Estes rolamentos são auto-alinhantes e não são afetados por pequenos
desalinhamentos angulares do eixo em relação ao alojamento do rolamento ou flexões do eixo. Além
das cargas radiais, os rolamentos podem suportar cargas axiais atuando em ambos os sentidos. O
desalinhamento angular permissível com os rolamentos autocompensadores de rolos varia de 1 a
2,5%, de acordo com a série do rolamento escolhido.

Exemplo de aplicações – O eixo de vagões ferroviários é suportado por dois rolamentos


autocompensadores de rolos (figura a seguir). O alojamento do eixo se inclina devido ao sistema de
suspensão utilizado. Quando um trem executa uma curva, a caixa foge do alinhamento com o eixo.

Uma grande quantidade de rolamentos autocompensadores de rolos é produzida com furo cônico,
o que facilita a montagem e desmontagem por meio de bucha de fixação, buchas de desmontagem ou
diretamente em assentos cônicos do eixo.

Características

Capacidade de carga radial: média.

Axial: média, em ambos os sentidos.

Capacidade de rotação: baixa, não podem trabalhar em alta rotações.

Montagem: são projetados para absorver ligeiros desalinhamentos entre o eixo e o alojamento do
rolamento.

130 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Rolamento axial autocompensador de rolos

Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos são usados para altas cargas axiais. A pista
esférica dá a propriedade de autocompensação ao rolamento. O rolamento pode suportar elevadas
cargas radiais tão bem quanto as axiais.

É fabricado com dois tipos de gaiolas: usinada de latão ou prensada de aço.

Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos são usados em muitas aplicações tais como:
pontes móveis, guindastes, eixos propulsores e turbinas.

Exemplos de aplicação – O eixo de um gerador vertical é suportado por um rolamento axial


autocompensador de rolos e por um rolamento autocompensador de rolos radial.

Neste caso, o rolamento axial também suporta cargas radiais.

Características

Capacidade de carga radial: alta.

Axial: alta, em apenas um sentido.

Capacidade de rotação: média, não podem trabalhar em altas rotações.

Montagem: são projetados para absorver ligeiros desalinhamentos entre o eixo e o alojamento.

Rolamento com furo cônico

Certos tipos de rolamentos, tais como os rolamentos autocompensadores de esferas, auto-


compensadores de rolos e rolamentos de duas carreiras de rolos cilíndricos, são fabricados numa
versão com furo cônico. No caso de rolamentos de tamanho médio e pequeno a conicidade é 1 por 12,
e para grandes rolamentos, 1 por 30. Os rolamentos com furo cônico podem ser montados sobre
buchas de fixação, buchas de desmontagem ou em eixos com assento cônico.

SENAI-RJ – 131
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Bucha de fixação

É a bucha de espessura fina, cuja fenda é posicionada sobre o eixo. Tem superfície externa cônica,
que serve de assento ao rolamento. A bucha possui uma seção rosqueada para receber a porca de
fixação. Esta porca é usada para deslocar o rolamento na bucha até que esta se prenda firmemente no
eixo. A porca é mantida em posição por uma arruela de trava. Quando a porca estiver apertada, uma
das pontas da arruela de trava é dobrada para dentro de um entalhe existente na porca. A lingüeta
interna da arruela de trava se encaixa numa ranhura de bucha e impede que a porca e a própria
arruela girem.

A bucha de fixação é geralmente empregada quando os rolamentos devem ser montados em eixos
lisos. É fácil a montagem e desmontagem dos rolamentos em buchas de fixação e, conseqüentemente,
estas são geralmente usadas em arranjos simples de rolamentos, empregando caixas padronizadas
com base.

Os tipos de rolamentos mais empregados com buchas de fixação são os rolamentos


autocompensadores de esferas e autocompensadores de rolos, mas outros tipos de rolamentos, como
os rígidos de esferas podem ser montados com buchas de fixação. Uma outra facilidade, além da
montagem e desmontagem obtida com as buchas de fixação, é que podem ser usados eixos usinados
com uma tolerância relativamente grande.

Contudo, os rolamentos montados sobre buchas de fixação não podem ser empregados para
aplicações que requerem grande precisão.

Buchas de desmontagem

A bucha de desmontagem, como a bucha de fixação, possui fenda mas não possui nenhuma porca
para empurrar o rolamento sobre ela. A bucha de desmontagem, ao contrário, é empurrada entre o
eixo e o rolamento por meio de uma porca posicionada no eixo. Uma porca KM do mesmo tipo de
porca usada com a arruela de trava MB na bucha de fixação pode ser usada para este propósito. Para
se retirar a bucha de desmontagem, uma porca apropriada é posicionada na seção rosqueada da
bucha e apertada contra o rolamento até que a bucha se solte. Em aplicações de rolamentos com
buchas de desmontagem, a tolerância exigida para o eixo não é tão rigorosa como nos casos dos
rolamentos com furo cilíndrico, diretamente no eixo.

Os eixos fabricados com assentos cônicos (figura a seguir) são uma solução onerosa. Em
conseqüência são raramente empregados, exceto em máquinas de alta precisão ou altíssimas solicitações
de carga.

132 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Mancais Y

Arranjos de rolamentos simples e econômicos podem ser conseguidos utilizando-se os mancais Y.


A sua construção especial os tornou populares em máquinas agrícolas e de construção, transportadores,
ventiladores e também em máquinas para produção de alimentos e embalagens, e hoje se utiliza na
indústria em geral.

O mancal Y é composto de um rolamento Y (um rolamento rígido de esferas especial) e uma caixa
adequada de ferro fundido cinzento ou de chapa de aço prensada.

Os mancais Y podem absorver pequenos erros iniciais de alinhamento, porém, não permitem
deslocamentos axiais e, assim sendo, não são adequados para trabalhar com rolamentos livres. A
distância entre os rolamentos, portanto, deve ser curta ou eles devem ser aplicados em estruturas
metálicas flexíveis, para evitar que fiquem sujeitos a sobrecargas axiais, por exemplo, como resultado
de uma dilatação térmica do eixo.

Rolamentos Y

Os rolamentos Y são rolamentos rígidos de esferas, vedados em ambos os lados e que possuem
superfície externa esférica. Eles são facilmente fixados no eixo através de um anel de trava excêntrico,
dois parafusos de trava inseridos no anel interno largo ou uma bucha de fixação.

Os rolamentos Y são fornecidos contendo uma quantidade apropriada de graxa à base de lítio. Eles
geralmente não requerem manutenção, porém, se necessário, podem ser relubrificados através de um
ou dois furos no anel externo. A faixa de trabalho admissível é de -30 a +110 graus centígrados.

Caixas para rolamentos

As caixas, com os correspondentes rolamentos montados, constituem mancais econômicos e de


fácil manutenção.

São feitas em ferro fundido cinzento ou nodular. As tolerâncias de usinagem do assento do rolamento
na caixa são tais que fica assegurado um ajuste folgado do anel externo e, na maioria dos casos, a
largura do assento deixa os rolamentos livres axialmente. Desta forma, a dilatação do eixo e os pequenos
erros dimensionais e de posicionamento na montagem podem ser absorvidos na própria caixa.

SENAI-RJ – 133
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Mediante a introdução dos anéis de bloqueio pode-se conseguir a fixação axial do rolamento. Se o
rolamento é montado sobre bucha de fixação e se vai empregar só um anel, este deverá ser colocado
ao lado do rolamento em que está a porca de fixação. O rolamento então se desloca de sua posição
central de uma distância igual à metade da largura do anel de bloqueio.

As caixas são fornecidas com vedadores. Os vedadores de feltro, a menos que se indique o
contrário, consistem de tiras de feltro, que são empregadas normalmente para velocidades periféricas
de até 4m/s e +100 graus centígrados. Antes de montar, as tiras de feltro deverão ser mergulhadas
em óleo quente durante alguns minutos. Esta faixa de temperatura de funcionamento também é
aplicada aos novos vedadores de lábio duplo, de construção bipartida e feitos de poliuretano, com
periférica de até 8m/s.

Montagens de rolamentos
A montagem a seguir mostra rolamentos autocompensadores de dupla carreira de rolos, com fixação
dos dois anéis internos e um anel externo, visando compensar a dilatação do eixo.

134 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A montagem acima, mista com rolamento rígido de uma carreira de esferas e rolamento de rolos
tipo NU, mostra o rolamento rígido fixo no eixo através de porca Km e arruela MB e no alojamento
através de anel elástico e o batente da tampa, e o rolamento de rolo fixo tanto no eixo como no
alojamento através de anel elástico. Para prever a dilatação do eixo é utilizado este tipo de rolamento
de rolo, que permite esta dilatação através do anel interno do rolamento de rolo.

A montagem acima é de rolamentos de rolos cônicos em X. Observe que o X considera o sentido


de carga em cima dos rolos (não o eixo dos rolos). Este tipo de montagem é utilizado normalmente
quando o eixo gira, ficando o alojamento como apoio.

Note que a distância entre os anéis externos dos rolamentos é maior que a distância dos anéis
internos. Isto lhes dá maior estabilidade.

O ajuste da folga dos rolamentos é feito através do espaçador existente entre a tampa e o alojamento.
Aperta-se até travar o rolamento, tira-se a medida e adiciona-se a folga conforme tabela do fabricante,
obtendo a espessura do calço.

SENAI-RJ – 135
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Este tipo de montagem acima é normalmente utilizado quando o alojamento gira, o que faz com que
ele fique apoiado no eixo. Observe que a distância entre os anéis internos dos rolamentos é maior do
que a distância entre os anéis externos. Esta montagem em O assim é chamada porque o sentido das
cargas sobre os rolos do rolamento formam um O.

A folga existente entre o alojamento e as tampas serve para confirmar que os anéis externos dos
rolamentos estão fixos. O ajuste da folga deste tipo de montagem se faz apertando-se a porca Km até
que os rolamentos fiquem presos e depois afrouxando-os 1/4 de volta, ou utilizando a tabela de folgas
do fabricante.

Mancal de escora vertical mancal de dupla escora

136 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

A montagem acima é feita com dois rolamentos de rolos (NU) e um rolamento de contato angular
de uma carreira de esferas ( observe que o anel interno do rolamento de contato angular é composto
de dois anéis).

SENAI-RJ – 137
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

Vamos praticar?
1. O que são guias?

2. Quais são as condições necessárias ao funcionamento de uma guia?

3. Como são classificados as guias?

4. Como deve ser feita a escolha da forma construtiva de uma corrediça de uma guia de deslizamento,
para que o movimento seja possível?

5. O que são guias de deslizamento com dois graus de liberdade?

138 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

6. O que são guias de deslizamento com um grau de liberdade?

7. Dê dois exemplos de guias de deslizamento com um grau de liberdade.

8. Dê dois exemplos de guia de deslizamento com dois graus de liberdade.

9. Como deve ser feita a escolha de forma construtiva de um mancal de deslizamento, para que o
movimento seja possível?

10. Quantos graus de liberdade permite o mancal cilíndrico?

11. O mancal cilíndrico necessita de comprimento? Qual?

SENAI-RJ – 139
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

12. Por que o mancal cônico só é usado em aplicações especiais?

13. Em que influi o comprimento de um mancal de deslizamento?

14. Qual a influência da dilatação térmica em um mancal de deslizamento?

15. Relacione sete materiais empregados na fabricação de rolamentos?

16. Na utilização de buchas em mancais, devemos ter atenção em relação ao alinhamento, para
não haver jogo com eixo.

( ) certo ( ) errado

140 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

17. Podemos ter buchas em mancais em um só bloco ou buchas bipartidas. No primeiro caso a
principal desvantagem é:

a) a fabricação

b) retirada ou eliminação do excesso de jogo ao consertar

c) o fato de ser reutilizável

d) suas dimensões

e) os chanfros

18. As buchas são forçadas duro. Esta afirmação é relativa às buchas bipartidas.

( ) certo ( ) errado

19. As folgas radiais recomendadas para mancais de bronze fundido (bucha) são obtidas através de
gráficos e dependem do material das buchas e dos eixos utilizados.

( ) certo ( ) errado

20. O arredondamento do canto de um canal de lubrificação em buchas deve ser:

a) somente de um lado, se o eixo girar nos dois sentidos

b) sem arredondamento, se o eixo girar nos dois sentidos

c) nos dois lados, se o giro for nos dois sentidos

d) nos dois lados, se o giro for num sentido

e0 sem arredondamento, se o eixo girar só num sentido

21. 5% de cobre, 85% de estanho e 10% de antimônio era a liga original do

a) metal branco

b) metal Babbit

c) metal patente

d) metal anti-fricção

e) todas acima

SENAI-RJ – 141
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

22. As buchas Alpo-calcar são utilizadas em tolerâncias apertadas

( ) certo ( ) errado

23. As buchas DU são utilizadas em velocidades reduzidas, cargas elevadas, movimento longitudinal
e movimento alternativo.

( ) certo ( ) errado

24. Quais são os elementos que constituem um mancal de rolamento?

25. Qual o material mais indicado para a fabricação dos elementos rolantes e os anéis de um
mancal de rolamento?

26. Qual a principal vantagem do emprego de um mancal de rolamento?

142 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Mancais de Deslizamento e de Rolamento

27. Classifique os rolamentos apresentados abaixo:

SENAI-RJ – 143
Acoplamentos

Nesta Seção...

Definição

Ligações entre árvores colineares

Acoplamentos rígidos

Acoplamentos flexíveis

Ligações entre árvores concorrentes

Ligações entre árvores cujas linhas de centro são paralelas

Vamos praticar?

3
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

Acoplamentos

Definição
Os acoplamentos são peças de ligação entre árvores distintas, das quais uma é a árvore motriz, ou
seja, a que tem movimento, e a outra é a árvore conduzida, ou seja, a que recebe o movimento.

Os acoplamentos são peças fixas, desmontadas somente para reparos ou por motivos especiais.

Os acoplamentos podem ser utilizados em três tipos de ligações distintas:

a) árvores colineares, que mantêm um mesmo alinhamento entre centros.

b) árvores concorrentes, que têm suas linhas de centro cruzadas.

SENAI-RJ – 147
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

c) árvores paralelas, cujas linhas de centro não se encontram.

Ligações entre árvores colineares


Os acoplamentos permanentes ligando árvores colineares podem ser de dois tipos: os Rígidos e
Flexíveis.

Os acoplamentos rígidos exigem um perfeito alinhamento entre as duas árvores colineares, pois
caso isto não aconteça, podem ocorrer esforços que acarretem a falha ou até mesmo a quebra destes
tipos de acoplamentos.

Os acoplamentos flexíveis permitem pequenos desalinhamentos e/ou angularidades, além de um


leve deslocamento das árvores. Estes acoplamentos têm ainda a capacidade de amortecer alguns
esforços que venham a ocorrer, evitando-se assim a possível quebra do conjunto.

Acoplamentos rígidos

Flanges
É o tipo mais clássico de acoplamento, adequado a transmissões de cargas elevadas e baixas velocidades.

Para assegurar um alinhamento preciso, os parafusos devem ser apertados firmemente e por igual
em toda a volta do flange.

Para facilitar o alinhamento, estes flanges têm em sua construção uma protuberância B, que se
encaixa em um rebaixo C no lado oposto.
H7p6

H7g6

H7p6

B C

148 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

Luvas de compressão ou aperto


São peças montadas sobre duas árvores com uma chaveta que encaixa em ambas as árvores,
passando ao longo de toda sua extensão.

Devido à sua construção bipartida, as luvas têm a vantagem de poderem ser montadas e/ou removidas,
sem afetar o alinhamento entre as árvores.

Acoplamentos flexíveis
São acoplamentos que se utilizam de um elemento que lhes permite a característica de flexibilidade
entre as peças solidárias às árvores conduzida e condutora.

Acoplamentos elásticos
São acoplamentos providos de uma bucha motriz (12) que tem em sua extremidade quatro braços,
como mostra a figura a seguir, e uma bucha fêmea, conduzida, provida de quatro ranhuras (2) internas.

Entre as duas buchas há um disco de borracha com vários cortes formando uma seção trapezoidal
(3), que possibilita o encaixe das duas buchas.

O disco de borracha é o elemento flexível que irá proteger o acoplamento contra vibrações que
possam ocorrer devido a um desalinhamento ocasional.

3 1 2 11

12
disco de
borracha
2

SENAI-RJ – 149
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

Acoplamentos de mola
São acoplamentos providos de dois flanges com vários rasgos simétricos nos quais se encaixa uma
mola de aço (b). A própria mola transmite o movimento de um flange a outro (c) dando a característica
de flexibilidade ao conjunto.

Acoplamentos de engrenagem
São acoplamentos compostos de uma bucha motriz e uma bucha conduzida, ambas com dentes de
engrenagem externos, e uma camisa externa, com dentes de engrenagem internos que se engrenam
com as buchas. A flexibilidade é obtida através da folga entre os dentes das engrenagens.

Note que um bom alinhamento será benéfico aos acoplamentos flexíveis, tendo em vista que estes
dão sempre um melhor resultado quando o desalinhamento é casual. Sendo assim, as árvores devem
ser cuidadosamente alinhadas e um programa de manutenção deve ser estabelecido para mantê-las
dentro do alinhamento inicial.

Ligações entre árvores concorrentes


Os acoplamentos utilizados neste tipo de ligação também são considerados como acoplamentos
flexíveis, devido à sua construção, que também oferece características de flexibilidade.

150 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

É importante saber que o ângulo formado entre duas árvores não deve ser maior que 15°, para que
se possa ter um bom rendimento com estes tipos de acoplamento, não devendo exceder 10° quando se
utilizam grandes velocidades de rotação.

Acoplamento universal Hooke


Este acoplamento tem um de seus lados estacionário e o outro se articula em torno de dois pinos,
um na posição horizontal e o outro na vertical. Existe ainda um reforço na direção dos rasgos de
chaveta e parafusos de fixação que mantém a chaveta apertada em sua sede, evitando o deslocamento
axial do acoplamento.

Se as árvores conectadas não são colineares, este tipo de acoplamento não dará velocidade constante
à árvore conduzida. Caso se consiga uma velocidade constante, esta não será igual à da árvore motriz.

Acoplamento universal duplo


Este acoplamento tem uma peça intermediária que permite às duas outras peças que se acoplam a
ela se articularem em torno de dois pinos.

Suas características são iguais às vistas nos acoplamentos universais Hooke, com a diferença de
que a velocidade transmitida é constante, mesmo que as árvores não sejam colineares. Isto, somente
se os ângulos formados entre as duas árvores e a peça central forem iguais.

Acoplamento universal de velocidade constante


Este acoplamento segue o mesmo princípio dos acoplamentos universais vistos anteriormente, mas
devido à sua construção, onde o comando é feito através de esferas de aço alojadas em calhas, o
ângulo entre as duas árvores é sempre constante em relação ao ponto de articulação e assim a
velocidade será sempre a mesma em ambas as árvores.

SENAI-RJ – 151
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

Ligações entre árvores cujas linhas de centro são paralelas


Devido ao tipo de construção, os acoplamentos utilizados neste tipo de ligação têm um movimento
de deslizamento entre as peças, além do movimento de rotação. É de grande importância, então, que
o acoplamento não fique sem lubrificação.

Acoplamento Oldham
Os ressaltos da peça central se encaixam nos rasgos das peças extremas que são fixadas às
árvores por meio de chavetas.

Quando em rotação, a combinação dos movimentos produz uma conexão flexível, que permite o
desalinhamento.

Assim como os acoplamentos universais Hooke, este tipo de acoplamento, quando em ligações
entre árvores que não sejam colineares, não transmite, à árvore conduzida, uma velocidade constante
e igual à da árvore motriz.

Acoplamento Oldham americano


Este acoplamento tem uma peça central oca, sendo sua cavidade cheia com lubrificante que atinge
a superfície das lâminas não metálicas através de palhetas porosas no bloco, o que permite uma
lubrificação constante do acoplamento.

No mais, o seu funcionamento é idêntico ao descrito anteriormente.

152 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

Vamos praticar?

1. Complete o texto abaixo corretamente.

Acoplamentos são peças de __________________________ entre árvores distintas, das quais


uma é árvore ______________________ e a outra é a árvore ____________________________.

Acoplamentos são classificados como peças _______________________________, pois


somente serão desmontados para _________________ ou algum motivo especial.

2. Correlacione as colunas:

a) árvores paralelas

b) árvores concorrentes

c) árvores colineares

3. Indique com um C as alternativas corretas e com um E as alternativas erradas.

( ) Em uma ligação entre árvores colineares, podemos encontrar acoplamentos rígidos ou


acoplamentos desmontáveis.

( ) Para que haja um bom funcionamento dos acoplamentos rígidos é primordial que as duas
árvores estejam perfeitamente alinhadas.

( ) A principal característica dos acoplamentos flexíveis é que estes permitem um leve


desalinhamento e/ou angularidade entre as árvores.

( ) Flanges e luvas de compressão são dois tipos de acoplamentos flexíveis.

( ) Para que se assegure um bom alinhamento de flanges e luvas, deve-se apertar todos os
parafusos firmemente e por igual.

4. Faça a correlação entre os tipos de acoplamentos e seus elementos, que permitem que haja a
flexibilidade:

a) acoplamento de molas ( ) disco de borracha com seção trapezoidal

b) acoplamento de engrenagens ( ) mola de aço

c) acoplamento elásticos ( ) folga entre os dentes das engrenagens

SENAI-RJ – 153
Elementos de Máquinas – Acoplamentos

5. Complete corretamente o texto abaixo.

Para que se possa obter o melhor funcionamento possível dos acoplamentos ____________, é
importante que as árvores sejam cuidadosamente ____________________ e que haja um programa
de _____________________ para mantê-las dentro do alinhamento.

6. Marque com um X as afirmativas incorretas:

( ) Para que se possa utilizar acoplamento em ligações entre árvores concorrentes é necessário
que o ângulo formado entre as duas árvores não seja superior a 15°.

( ) Acoplamento universal Hooke, acoplamento universal duplo e acoplamento universal de


velocidade constante, são tipos de acoplamentos que podem ser utilizados em ligações entre árvores
paralelas.

( ) Utilizando-se acoplamento universal Hooke em ligações entre árvores colineares, a velocidade


da árvore conduzida não será constante nem igual à da árvore condutora.

( ) Consegue-se uma velocidade constante utilizando acoplamentos universais duplos, contanto


que os ângulos entre as duas árvores e a peça central sejam o mesmo.

7. Complete corretamente o texto abaixo.

Os acoplamentos Oldham e Oldham americano são utilizados em ligações entre árvores


_______________________________.

Devido às suas características de funcionamento, é vital que haja uma boa ________________
dos elementos.

Nos acoplamentos Oldham americano a ___________________ é constante, contanto que sua


____________________ central esteja cheia de lubrificante.

Estes acoplamentos também não transmitem uma velocidade de rotação _________________


se as árvores não forem colineares.

154 – SENAI-RJ
Transmissões

Nesta Seção...

Engrenagem Correias e polias


Geometria do dente Correias planas
Ângulo de pressão Correias trapezoidais
Grau de engrenamento Correias dentadas
Interferência de dentes Transmissão por cabos
evolventes Condições de funcionamento da polia
Engrenagem cilíndrica de Construção da polia
dentes retos Tipos de polia
Engrenagem cilíndrica de Estudo cinemático
dentes helicoidais Correntes
Engrenagens cônicas Tipos de correntes
Parafuso sem-fim e Normalização de correntes
Engrenagem helicoidal Engrenagem de corrente
Vamos praticar? Condições de funcionamento

Estudo cinemático

4
Elementos de Máquinas – Transmissões

Correias e polias
O objetivo das correias e polias é transmitir potência entre árvores afastadas com a modificação do
torque e do número de rotações.

Duas polias fixas em árvores afastadas são interligadas por meio de um elemento flexível, que pode
ser uma correia plana, uma correia em V ou um cabo flexível (figura a seguir).

A polia montada na árvore do motor movimenta-se sob a ação de rotação do motor e é conhecida
como polia condutora (transmite a rotação). A polia montada na árvore do equipamento movimenta-se
sob a ação da rotação da polia condutora, através da correia, e é conhecida como polia conduzida
(recebe a rotação).

A transmissão de potência da polia condutora para o elemento flexível, e depois do elemento


flexível para a polia conduzida, efetua-se pela aderência entre o elemento móvel e as polias.

SENAI-RJ – 157
Elementos de Máquinas – Transmissões

Para que haja boa aderência entre o elemento flexível e as polias é necessário um bom atrito entre
os elementos, sujeitando o elemento flexível a uma tração inicial quando em repouso, chamada tensão
de montagem, que assegurará a aderência necessária (figura a seguir).

Esta tração deve ser bem definida, se for muito grande o elemento flexível será avariado pela
tensão excessiva, se for muito pequena não dará o atrito necessário.

No momento em que o sistema entra em marcha, um lado do elemento flexível se tensiona – lado
tenso – e o outro se afrouxa – lado frouxo (figura a seguir).

A polia motora B polia receptora

lado frouxo

∅D2

lado tenso
∅D1

Isto ocorre porque a tensão, na parte da correia que se aproxima da polia motora, é maior do que a
tensão da parte da correia que se afasta da polia motora. A diferença entre a tensão do lado tenso (T)
e a tensão do lado frouxo (t) é a tensão efetiva (Te).

Te = T – t

158 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

A B

t
t
F
Cm
R2
O1 O2
R1 Cr

T
T

Quando a linha de centro, entre as polias, está na horizontal, o lado frouxo da correia deve ficar em
cima, a fim de aumentar o ângulo de contato da correia com a polia.

Os eixos freqüentemente são paralelos, mas podem ser ortogonais e até mesmo ter uma posição
relativa qualquer (figuras a seguir).

A A polia condutora
A

C
B

y’ B polia
x x’
conduzida

D
y

Correias planas
Uma correia plana é uma correia que se mantém plana sobre a polia e cuja seção transversal é
retangular e consideravelmente mais larga do que espessa.

Por maior aderência que haja, entre a correia plana e a polia, o deslizamento da correia nas polias
é inevitável, o que resulta em uma pequena alteração na relação de rotações transmitidas. O deslizamento
das correias planas é, em geral, de 5% a 10%.

SENAI-RJ – 159
Elementos de Máquinas – Transmissões

Tal correia – um dos elementos mais antigos para transmitir potência de uma árvore para outra – é
preferível em muitas transmissões, principalmente quando for necessário baixo custo inicial, flexibilidade
(conseqüentemente, absorção de choques e vibrações), grandes distâncias entre os centros das polias,
longa duração (se isto for considerado no projeto), funcionamento silencioso, deslizamento quando
ocorrer sobrecarga (dentro de uma certa intensidade). As transmissões com correias planas projetadas
de maneira adequada operam indefinidamente com uma pequena manutenção, desde que a tensão na
correia seja mantida corretamente.

Qualidades necessárias
O estudo das condições de funcionamento das correias planas demonstrou que necessitam ter boa
aderência com a polia, portanto, ter coeficiente de atrito elevado, boa resistência mecânica, flexibilidade,
elasticidade e ser leve. A correia deve ter resistência aos agentes atmosféricos e à atmosfera existente
na oficina como umidade, calor, vapores ácidos, óleo etc enfim, ela deve ser fácil de montar, ter baixo
custo de aquisição e manutenção e durar bastante.

Numerosos materiais são utilizados na fabricação das correias planas, como o couro, certos materiais
têxteis (algodão, seda), qualquer material plástico (nylon), borracha, etc., mas nenhum destes materiais
possui todas as qualidades desejadas, portanto, freqüentemente, são associados para melhorar suas
qualidades.

Tipos

Correias em couro

O couro é obtido pelo curtimento da pele do boi. As peças obtidas podem ter um comprimento
máximo de 1,2m e uma largura máxima de 0,5m, a espessura podendo variar de 3 a 7mm. A correia de
couro apresenta uma resistência à tração de 60 a 70 N/mm2, porém considera-se, para cálculo, resistência
prática de 40 N/mm2. O coeficiente de atrito varia de 0,2 a 0,5 e a massa especifica varia de 1 a 1,1
Kg/dm.

As correias de couro são econômicas, respondem bem ao serviço quando em condições normais
de utilização, mas convivem mal com atmosferas úmidas ou ácidas e resistem mal à ação dos óleos.
Por isto devem ser limpas e enceradas com substâncias apropriadas em intervalos regulares.

160 – SENAI-RJ
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Correias têxteis

a) Algodão – Podem ser tecidas em algodão com espessura máxima de 5mm ou podem ser formadas
de tecidos finos justapostos e unidos. Podem ser fabricadas com grandes larguras e grandes
comprimentos sem emendas. As correias em algodão são flexíveis, de baixo custo, porém sensíveis à
umidade e aos vapores ácidos. São empregadas para transmitir pequenas potências ou como
transportadores.

b) Seda natural – As correias tecidas em fios de seda natural possuem grande resistência mecânica,
grande flexibilidade, boa resistência ao calor, à umidade e ao óleo, mas o seu custo é muito elevado.

c) Nylon – As correias tecidas em fios de nylon possuem boa resistência mecânica, grande
flexibilidade, boa resistência ao calor, à umidade e ao óleo, porém seu custo é razoável.

Correias compostas

a) Balata – São correias tecidas em algodão e impregnadas de uma resina natural (a balata)
extraída de uma árvore nativa da América do Sul. As correias de balatas são flexíveis, possuem boa
resistência à umidade, mas são sensíveis ao calor.

b) Algodão e borracha – São correias feitas em camadas, com tecidos de algodão impregnado de
borracha e posteriormente vulcanizadas. Correias de borrachas são feitas também com uma estrutura
de algodão, que é mais resistente ao alongamento. Elas são flexíveis, aderentes, resistentes à umidade,
porém o calor excessivo e o óleo deterioram a borracha.

c) Couro e nylon – São correias constituídas por uma camada de nylon colocada entre duas camadas
de couro. O couro em contato com a polia assegura boa aderência, e o nylon aumenta a resistência
mecânica. Estas correias são flexíveis e não podem ser estendidas.

Comparação dos diferentes tipos de correia


Abaixo, em ordem decrescente de capacidade são comparadas as principais qualidades das correias.

a) Resistência mecânica – Nylon, seda, algodão, couro e borracha.

b) Flexibilidade – Fibras têxteis, couro, borracha e nylon.

c) Aderência – Borracha, couro, fibras têxteis e nylon.

d) Resistência à umidade – Balata, borracha, seda e nylon.

e) Resistência ao calor – Nylon (100°C), borracha (70°C), couro (60°C) e balata (40°C).

f) Resistência a vapores ácidos – Borracha, balata e seda.

g) Resistência ao óleo – Algodão e seda.

SENAI-RJ – 161
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Emendas em correias planas


As correias planas podem ser contínuas, adquiridas com tamanhos desejados ou emendas, adquiridas
com grandes comprimentos e montadas conforme a necessidade. Podem ser utilizados dois processos
para unir as extremidades das correias planas, que são:

União permanente

Para a união permanente, as extremidades são cortadas em bisel e coladas ou costuradas.

União desmontável

Para a união desmontável são utilizados sistemas desmontáveis de formas diversas como parafusos
(figura A), placas metálicas (figura B), passadores (figura C), grampos (figura D) etc. Estes sistemas
permitem regular o comprimento da correia, regulando também a tensão na correia, mas criam um
ponto fraco na correia.

A C

162 – SENAI-RJ
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Correias trapezoidais
As correias trapezoidais possuem lados inclinados (primeira figura), que se encaixam em ranhuras
trapezoidais previstas no aro das polias (figura seguinte).

A correia trapezoidal entra em contato com a polia apenas pelas laterais, o que faz com que a força
radial P se decomponha em duas forças normais N, bem maiores (figura a seguir). Desta forma a
força de atrito entre a correia e a polia será bem maior que na correia plana.

Por maior aderência que haja entre a correia trapezoidal e a polia, o deslizamento da
correia nas polias é inevitável, o que resulta uma pequena alteração na relação de rotações transmitida.
O deslizamento das correias trapezoidais é, em geral, de 1% a 2%.

Como a força de atrito entre a correia trapezoidal e a polia é bem maior que a força de
atrito entre a polia e a correia plana, na transmissão de potência com correia trapezoidal é necessário
uma tensão de montagem To bem maior que na transmissão de movimento com correias planas, o que
reduz a carga radial sobre a polia e conseqüentemente sobre a árvore.

N
N

t P N = P/2 sinβ


sinβ
T = t.e

SENAI-RJ – 163
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Construção das correias trapezoidais


Quando a correia trapezoidal se curva sobre a polia, a zona exterior da correia é comprimida e a
zona intermediária não sofre alteração, é a chamada zona neutra; na parte retilínea todas as zonas da
correia são tracionadas.

zona tensa

zona neutra

zona comprimida

flancos sujeitos

a fissuras

Na construção padrão de uma correia trapezoidal são empregados:

a) Um ou vários elementos de tração, que são geralmente feitos de fios de fibras têxteis (algodão),
ou fibras sintéticas (nylon) ou em fios de aço. Ficam sempre situados na zona neutra da correia.

b) Na parte externa da correia, na zona tracionada, borracha em camadas ou um tecido


emborrachado de fibras oblíquas, de modo a permitir um alongamento fácil.

c) Na parte interna da correia, na zona comprimida, borracha macia.

d) Para que a correia resista bem ao desgaste, é colocado na parte externa um tecido em algodão
impregnado de borracha.

cordonéis vulcanizados

lona borracha

As correias trapezoidais são sempre contínuas, adquiridas já com o comprimento desejado. As dimensões
da seção trapezoidal são normalizadas e designadas por letras, e o ângulo é padronizado em 40°.

164 – SENAI-RJ
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Secção L (mm) H (mm)

Y 6 4
40º
Z 10 6
L
A 13 8

B 17 11

C 22 14
H
D 32 19

E 3 25

Como a correia trapezoidal é adquirida já no comprimento de utilização, existem séries padronizadas


e comprimentos de correias conforme tabelas a seguir. Caso seja necessário comprimento de correias
fora desta padronização, será preciso encomendar ao fabricante.

Características das transmissões com correias trapezoidais


As correias trapezoidais funcionam silenciosamente, não necessitam de aparelhamento e trabalham
bem com pequenas distâncias entre centros.

Para aumentar a força transmitida pelas correias trapezoidais, pode-se aumentar a seção da correia,
ou aumentar o número de correias, conseguindo-se assim a transmissão de potências consideráveis.

SENAI-RJ – 165
Elementos de Máquinas – Transmissões

No caso do rompimento de uma correia, em transmissões com mais uma correia trapezoidal, não
há, necessariamente uma perda de tempo de produção, porque as correias restantes geralmente suportam
a carga até que seja conveniente uma parada para reparos. Não se deve colocar uma correia nova
junto com outras usadas. As correias antigas já se deformaram tanto, que a nova pode receber muita
carga, suficiente talvez para parti-la, devendo-se, portanto, substituir todo o conjunto.

Nestas transmissões, os choques são transferidos apenas parcialmente de uma árvore à outra, por
causa da ação de “assentamento” das correias nas ranhuras. Esta ação, porém, acarreta maior perda
por atrito.

Existe um certo número de formas especiais de seções de correias e de arranjos especiais de


polias. Transmissões a 90° são usadas, bem como árvores em ângulos especiais.

Correias dentadas
As correias dentadas possuem dentes transversais moldados, que encaixam-se perfeitamente nos
sulcos da polia, eliminando os deslizamentos e as variações nas rotações transmitidas, comuns quando
utilizamos correias planas ou trapezoidais.

Como os dentes da correia se encaixam nos dentes da polia, não há possibilidade da correia deslizar
sobre a polia, obtendo uma relação de transmissão constante.

Construção das correias dentadas


As correias dentadas são compostas de:

trapezoidal b) revestimentos de neoprene


HTO

c) dentes de neoprene
d) revestimento de nyllon

a) elemento de tração

a) Elemento de tração – Os cordões em espiral, de fibra de vidro ou aço, compõem os elementos


das correias que transmitem e suportam a carga. Estes são extremamente resistentes à tração, de
flexibilidade duradoura, e não permitem o alongamento das correias.

166 – SENAI-RJ
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b) Revestimento de neoprene – A parte externa e os dentes da correia são feitos de material


neoprene. Esta cobertura fina e flexível dá aos elementos de tração a proteção necessária contra a
sujeira, óleo e umidade, além de proteger contra o desgaste por atrito, no caso de transmissão pela
parte plana da correia.

c) Dentes de neoprene – Os dentes moldados que entram nos sulcos da polia são precisamente
formados e espaçados. São moldados de forma que o diâmetro da raiz dos dentes coincida com o
diâmetro primitivo da polia de passo correspondente e de modo que o espaçamento dos dentes da
correia não se altere durante a flexão. A resistência dos dentes ao cisalhamento é maior do que a
resistência dos elementos de tração, quando seis ou mais dentes estão engrenados na polia.

d) Revestimento de nylon – O revestimento do elemento de atrito da correia é feito com um tecido


de nylon forte, resistente ao desgaste e com baixo coeficiente de atrito. Este revestimento dá uma
proteção aos dentes semelhante à cementação da superfície tratada do aço. Após muito tempo de
operação, o revestimento torna-se altamente polido e normalmente a duração excede a dos outros
componentes da correia.

Relações fundamentais da correia dentada

Circunferência primitiva

A circunferência primitiva é a circunferência que passa pelo centro dos elementos de tração da
correia dentada, quando a correia está enrolada sobre a polia dentada.

Diâmetro primitivo

O diâmetro primitivo é o diâmetro da circunferência primitiva. Ele é a base do dimensionamento da


polia dentada.

Diâmetro externo

O diâmetro externo é o diâmetro do círculo que passa pelo topo do dente da polia dentada.

Passo

O passo é um fator fundamental. Na correia dentada, passo é a distância entre centros dos dentes,
medida no comprimento primitivo da correia. Na polia, passo é a distância entre centros dos sulcos,
medida na circunferência primitiva da polia.

SENAI-RJ – 167
Elementos de Máquinas – Transmissões

Agora, observe a figura a seguir.

Características das transmissões com correias dentadas


As correias dentadas são finas, leves e sem emendas e asseguram uma transmissão silenciosa e
sem deslizamento.

A capacidade de transmissão de força das correias dentadas é vastíssima, indo de valores fracionários
a centenas de HP’s, ou de gramas a toneladas de torque.

Como a transmissão pela correia sincronizada não depende de fricção, não necessita de um alto
tensionamento inicial To e, conseqüentemente, as cargas nos rolamentos são reduzidas ao mínimo.

A velocidade é transmitida uniformemente. Não existe deslizamento, como nas correias trapezoidais
e planas, não apresentando, portanto, vibrações.

A eliminação da fricção, ausência de alto tensionamento e construção fina da correia contribuem


para a ausência de aquecimento, resultando em alta eficiência mecânica.

O nível de ruído é relativamente baixo dentro das variações de velocidade em transmissões industriais
e funções leves, uma vantagem em muitas instalações de máquinas e outros equipamentos.

Transmissão por cabos


A transmissão por cabo substitui a transmissão por correia quando as polias estão muito distantes
uma da outra – distâncias superiores a 15m aproximadamente – e quando a potência transmitida é
grande (figura a seguir). A transmissão por cabo é utilizada tanto para transporte de carga como para
o transporte de pessoas, como nos teleféricos.

168 – SENAI-RJ
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Condições de funcionamento
A transmissão se efetua por aderência do cabo sobre as polias (primeira figura), podendo a aderência
ser aumentada com o uso de polias com o ângulo mais fechado, de modo que o cabo seja enforcado na
polia (segunda figura), o mesmo princípio das correias trapezoidais.

Como a transmissão por cabo é utilizada em polias muito distantes, o peso do cabo é considerável e
suficiente para assegurar a aderência do cabo a polia, não necessitando de aplicação da tensão inicial To.

Devido ao peso do cabo, forma-se uma flecha considerável.

Quando o sistema está parado, a flecha é igual nos dois ramos do cabo; quando o sistema está em
movimento, a flecha é maior no ramo frouxo que no ramo tenso.

motriz receptora

Se a flecha for muito grande, será necessário o uso de polias intermediárias de apoio para o cabo.

SENAI-RJ – 169
Elementos de Máquinas – Transmissões

parada

polia polia
condutora conduzida

em funcionamento

As polias condutoras e conduzidas para cabos devem ser de grandes diâmetros, pois os cabos não
têm condições de descrever raios pequenos sem serem danificados. As polias intermediárias de apoio
podem ter pequenos diâmetros.

Construção dos cabos


Um cabo é constituído por um certo número de fios enrolados em hélice ou trançados. Podem ser
cabos têxteis formados de fios de cânhamo ou algodão ou cabos metálicos, formados de fios de aço
sobre uma alma de cânhamo.

alma de cânhamo
aço

cânhamo

A junção das extremidades dos cabos pode ser feita por uma trançagem ou por luvas especiais de
união (figura a seguir).

Polias
Uma polia é fabricada para ser montada sobre uma árvore e receber uma correia ou um cabo.
Para isto ela comporta três partes: o munhão central que permite a ligação com a árvore, o aro que
recebe a correia ou o cabo e uma parte intermediária que liga o munhão central do aro (figura a
seguir). A forma do aro varia de acordo com o tipo de correia.

170 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

aro
barra redonda colocada
entre o aro e o munhão

munhão em aço moldado


reforço

Condições de funcionamento da polia


Na ligação da polia com a árvore, é necessário assegurar boa co-axiliadade da árvore com o
munhão central, uma união fixa entre a árvore e a polia, que permita a transmissão do movimento da
polia para a árvore e uma fixação que impeça a polia de saltar da árvore. Exemplos de fixação são
mostrados nas figuras a seguir.

SENAI-RJ – 171
Elementos de Máquinas – Transmissões

Chaveta paralela com fixação realizada por parafuso.

Chaveta tipo meia lua, com fixação realizada por porca e parafuso usinado na extremidade da árvore.

Chaveta com cabo na extremidade da árvore.

No contato da correia com a polia é necessário assegurar uma boa aderência não só pela escolha do
material da polia, mas também pela manutenção da correia no centro do aro da polia, através de um bom
alinhamento entre a polia condutora e a polia conduzida.

A polia deve ser leve, para reduzir os esforços inerciais, deve ser balanceada para evitar as vibrações
e resistente à ação das forças centrífugas.

Construção da polia
A polia pode ser fundida e as partes funcionais usinadas, como a parte externa do aro, o furo
central, e as faces laterais. Estas polias são econômicas, mais pesadas e mal balanceadas.

A polia pode ser montada e soldada, resultando em polias leves e resistentes, porém mal balanceadas.

172 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

A polia pode ser feita a partir de peças de chapas metálicas embutidas e montadas posteriormente,
resultando em polias leves, resistentes e com bom balanceamento.

rebites ou
pontos de
solda

O munhão central da polia deve ter um comprimento suficiente para assegurar uma boa ligação
com a árvore. Em geral, este comprimento é um pouco superior à largura do aro da polia. O furo
central do munhão normalmente é cilíndrico e a centragem é obtida por um ajuste preciso entre a
árvore e o furo do munhão. Excepcionalmente, é utilizado um furo cônico no munhão de conicidade de
10°, que dará uma centragem perfeita sobre a árvore também cônica.

O aro deve ter largura ligeiramente superior à largura da correia, e sua forma varia de acordo com
o tipo de correia ou de cabo que vai conduzir.

Tipos de polia

Polias para correias planas


Nas polias para correias planas, a largura do aro deve ser ligeiramente maior que a largura da
correia. O aro deve ser ligeiramente abaulado a fim de manter a correia dentro do plano médio da polia
(primeira figura), as vezes o aro é plano, ou munido de ressaltos laterais, para manter a correia na polia
(figura a seguir).

SENAI-RJ – 173
Elementos de Máquinas – Transmissões

Polias para correias trapezoidais


As polias para correias trapezoidais possuem o aro com ranhura para receber a correia, sendo o ângulo
da ranhura ligeiramente inferior ao ângulo da correia, para melhorar o efeito da cunha (figura a seguir).

30o, 34o ou 38o

As polias podem ser fundidas e usinadas (primeira figura) ou podem ser formadas por conjuntos de
elementos embutidos (segunda figura), ou ainda ter suas partes montadas de forma a permitir a
regulagem da tensão da correia (última figura).

variável
∅ primitivo

rebites ou
pontos de
solda
folga

90o ± 0,5o

O aumento da força transmitida é muitas vezes obtida pelo aumento do número de correias e não
pelo aumento da seção da correia. O aro da polia terá tantas ranhuras quantas forem as correias
utilizadas.

soldas

174 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Polias para correias dentadas


Os tipos de polia para acionamento por correias dentadas são tão variados quanto as correias. Têm
sulcos espaçados uniformemente em sua superfície periférica, de modo a proporcionar um encaixe
preciso com os dentes das correias. Os sulcos são projetados de modo que os dentes das correias
entrem e saiam dos mesmos, com um mínimo de fricção.

As polias podem ter cubo prolongado integral ou com bucha (primeira figura). As correias dentadas
têm uma leve tendência de movimento lateral esquerdo ou direito, dependendo de sua construção
interna. Por este motivo, é necessário o uso de pelo menos uma polia com flanges laterais (segunda
figura), que em geral, pela economia, é a menor. No entanto, se funcionando em eixos verticais, e
quando a distância de centros for maior do que oito vezes o diâmetro da polia menor, as duas polias
devem ser flangeadas.

Polias para cabos


As polias para cabos comportam uma ou mais ranhuras para receber o cabo. O perfil da ranhura
deve permitir o contato do cabo com as laterais da ranhura sem contato no fundo da ranhura, funcionando
como cunha para aumentar a força de atrito entre o cabo e a polia. Mas muitas vezes, a ranhura é feita
de forma que o cabo apóie livremente no fundo da ranhura.

SENAI-RJ – 175
Elementos de Máquinas – Transmissões

Para poder aumentar a aderência coloca-se uma cinta de borracha no fundo da ranhura.

Estudo cinemático

Relação de transmissão simples


Considerando que o atrito entre o elemento flexível e as polias é ideal, a aderência entre eles é
suficiente para que não haja deslizamento do elemento flexível sobre as polias. Podemos afirmar que
a velocidade tangencial na extremidade da polia A (Vta) e a velocidade tangencial na extremidade da
polia B (Vtb) são iguais, pois as mesmas estão interligadas pelo mesmo elemento flexível, tendo
portanto que manter velocidade tangencial igual a velocidade linear (Vc) do elemento flexível.

polia B
polia A

Vta = Vtb = Vc

176 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Como a velocidade tangencial de uma polia é igual ao produto do número de rotações por minuto
(N) pelo seu perímetro (P) temos:

Vta = Na x Pa Vtb = Nb x Pb

Vta = Na x p x da Vtb = Nb x p x db

Como:

Vta = Vtb

Temos:

Na x pa x da = Nb x pa x da

Dividindo-se os dois membros da equação por pa temos:

Na x da = Nb x db

Concluindo-se a seguinte regra:

O número de rotações por minuto da polia A (Na) vezes o seu diâmetro (da) é igual ao
número de rotações por minuto da polia B (Nb) vezes o seu diâmetro (db).

Na x da = Nb x db

Exemplo:

Um motor, girando a 1400 rotações por minuto, tem montado no seu eixo uma polia com 240mm de
diâmetro. Calcular o diâmetro da polia conduzida, sabendo-se que a árvore sobre a qual ele está
deverá girar a 520 rotações por minuto.

Resolução:

Na = 1400 rpm da = 240mm Nb = 520 rpm db = ?

Recorre-se à fórmula dada e tira-se o valor de db.

SENAI-RJ – 177
Elementos de Máquinas – Transmissões

Na x da = Nb x db

db = Na x da
Nb

db = 1400 x 240
520

db = 646mm

Relação de transmisão múltipla


Quando a relação de velocidade das árvores por ligar é muito grande, colocam-se polias
intermediárias.

Exemplo:

Um motor gira a 900 rotações por minuto, e pretende-se transmitir o movimento para uma árvore
que gira a 54 rotações por minuto.

Por razões de ordem prática, a transmissão não poderá ser feita diretamente, isto é, teremos que
recorrer a polias intermediárias.

Vamos arbitrar para a polia condutora d1, montada no eixo do motor, o diâmetro de 120mm; para a
polia conduzida d2, montada no eixo intermediário, o diâmetro de 800mm; e para a polia condutora d3,
também montada no eixo intermediário, o diâmetro de 80mm.

178 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

O esquema é o apresentado na figura que segue.

d2N2
d3N3 B
d1N1

A C

d4N4

A polia d4, montada na árvore que deve girar a 54 rotações por minuto, tem que ser calculada.

Resolução:

N1 = 900rpm d1 = 120mm d2 = 800mm d3 = 80mm d4 = ?

Recorre-se à fórmula dada e tira-se o valor da velocidade angular N2 do eixo intermediário.

N1 x d1 = N2 x d2

N2 = N1 x d1
d2

N2 = 900 x 120
800

N2 = 135rpm

A árvore intermediária dará 135rpm, como nesse eixo está montada a outra polia condutora d3 de
80mm, esta dará também 135rpm.

SENAI-RJ – 179
Elementos de Máquinas – Transmissões

Aplicamos novamente a fórmula e tiramos o valor do diâmetro da polia d4.

N3 x d3 = N4 x d4

d4 = N3 x d3
N4

d4 = 135 x 80
54

d4 = 200mm

Correntes
O objetivo das correntes é transmitir potência entre duas árvores afastadas, com a modificação do
torque e do número de rotações. A relação de transmissão é rigorosamente constante, e as árvores
são sempre paralelas.

As duas árvores a serem interligadas são munidas de discos, guarnecidos de dentes (engrenagens
de corrente) interligados por um elemento não muito flexível, como as correias, mas articulado, as
correntes. Como a corrente encaixa-se nos dentes da engrenagem de corrente, torna todo o deslizamento
impossível.

A transmissão de potência da engrenagem de corrente condutora para a corrente e depois


da corrente para a engrenagem de corrente conduzida efetua-se por empuxo direto.

180 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Como a transmissão de potência em correntes efetua-se por empuxo direto, não necessita da
tensão inicial de montagem.

Porém é conveniente que haja uma tensão mínima na corrente para garantir que não se soltará
durante o funcionamento.

Quando a linha de centro entre as engrenagens de correntes está na horizontal, o ramo frouxo da
corrente deve ficar embaixo (primeira figura), ao contrário do que ocorre com as correias, a fim de
obter um engrenamento rápido dos dentes. Quando a linha de centro entre as engrenagens de correntes
está na vertical, deve-se empregar um tensionador de corrente (segunda figura), pois a corrente tem
tendência a sair da engrenagem de corrente inferior.

engrenagem engrenagem
engrenagem receptora w1
motora
motora ramo tenso
corrente
F

w1 tensionador de
corrente
w3

engrenagem
ramo frouxo receptora
w2

As correntes são sujeitas à tração necessária para transmitir a potência; à flexão em torno das
engrenagens, o que produz desgaste nas ligações; à força centrífuga, que se soma à carga da corrente;
ao impacto ou carga dinâmica que tem lugar quando um elo faz contato com um dente da engrenagem
e que é a fonte da maior parte do ruído nestas transmissões.

O rendimento de transmissões por corrente é de cerca de 96% ou mais.

Como no caso dos mancais de rolamentos, a fabricação de correntes é especializada, e o engenheiro


seleciona a corrente de acordo com sua finalidade.

Para aumentar a potência transmitida, as correntes podem ser duplas, triplas etc.

SENAI-RJ – 181
Elementos de Máquinas – Transmissões

Como na maioria dos equipamentos mecânicos, onde existem partes metálicas móveis em contato,
sob carga, a lubrificação é um fator de muita importância na transmissão por corrente, o que se aplica
especialmente quando se espera o desempenho durável e eficiente dos modernos equipamentos de
alta velocidade, fabricados com precisão.

Tipos de correntes
Os tipos principais de correntes usados para transmissão de potência são a corrente de roletes
(primeira figura), a corrente silenciosa (segunda figura) e, para baixas velocidades (máximo de
275m/min.), a corrente articulada (terceira figura).

fino rolete elo

passo chapa de ligação


bucha

Corrente articulada
Esta corrente é composta de elos articulados sobre eixos. Cada elo é constituído por duas placas
laterais, retilíneas ou chanfradas, colocadas alternadamente, uma por fora, outra por dentro, ligadas
por pequenos eixos de escora. Os eixos são rebitados sobre as placas laterais.

182 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Durante o funcionamento de um sistema de transmissão por corrente de pinos, a superfície de


contato, entre as placas metálicas da corrente e os eixos da corrente, é pequena, gerando pressões
elevadas, deslizamento difícil e desgaste rápido. Na transmissão do torque, da corrente para a
engrenagem de corrente, os eixos da corrente deslizam diretamente sobre os flancos dos dentes das
engrenagens de corrente, gerando atrito, perda de energia e desgaste.

Por conseqüência de seus inconvenientes, as correntes de pinos somente são utilizadas como
correntes de levantamento, como em pontes rolantes, portas de comportas, talhas para a transmissão
de grandes esforços a velocidades baixas (0,5m/s).

Corrente de roletes
Para remediar os inconvenientes da corrente de pinos, foi concebida a corrente de roletes.

1 2 5 1 3 4
1 – elos internos

2 – eixo fundo (furado)

3 – elos externos

4 – eixo rebitado

5 – rolete

A corrente de roletes é composta de dois tipos de elos articulados distintos, elos internos e elos
externos.

Os elos internos são formados por duas placas metálicas reunidas por dois eixos ocos montados
sob pressão nas placas metálicas.

Os elos externos são formados por duas placas metálicas reunidos por dois eixos rebitados.

A articulação dos elos efetua-se por rotação do eixo no interior da bucha, gerando uma superfície
de contato importante.

elo externo elo interno

SENAI-RJ – 183
Elementos de Máquinas – Transmissões

Sobre a bucha é colocado o rolete, que gira livremente sobre ela.

O rolete rola sobre o flanco do dente do pinhão de corrente, diminuindo consideravelmente o atrito.

Para permitir a montagem e a desmontagem da corrente sem desmontar os rolos, um dos eixos de
um elo externo é substituído por eixos especiais que são travados por um dispositivo de engate rápido,
permitindo assim uma desmontagem e uma montagem rápida.

emenda trava redução redução com elo interno

Corrente silenciosa
A corrente silenciosa é constituída por placas metálicas articuladas sobre eixos. As placas metálicas
possuem dois dentes triangulares que atuam contra as faces dos dentes das engrenagens de corrente
(figura a seguir), suprimindo assim todas as folgas entre a corrente e os dentes da engrenagem.

A engrenagem de corrente para a corrente silenciosa é de dentes de perfil retilíneo.

184 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Para aumentar a área de contato entre as superfícies de atrito, facilitar a lubrificação e reduzir o
desgaste pode-se interpor segmentos de casquilho entre as chapas metálicas e os eixos. As placas
metálicas, L0 e L2 giram sobre os segmentos S1 e S2 solidários a L1.

L0 A 10 L1 A21 L2
segmento

S1 S’ 0 S2 S’ 1

Como os dentes do pinhão de engrenagem não penetram entre os eixos da corrente como nas
correntes de rolos, é necessário que o pinhão de engrenagem possua abas laterais, F1 e F2, para guiar
a corrente.

F1 F2

Outra forma de melhorar o rendimento da correia silenciosa é trocar o deslizamento por um giro
sobre uma aresta. Coloca-se em cada placa metálica um pivô P2 e uma superfície de apoio A0.

As correntes silenciosas são muito silenciosas, porém muito mais pesadas que as correntes de rolos.

L0 P1 L1 A1 L2

A0 P2

SENAI-RJ – 185
Elementos de Máquinas – Transmissões

Normalização de correntes
Existem diversas normas para correntes de rolos, como a norma americana ANSI e ASA, as
normas européias ISO e DIN etc.

É necessário que se observe atentamente qual a norma que está sendo empregada, pois correntes
com o mesmo passo, porém pertencentes a normas diferentes, terão os diâmetros das buchas diferentes,
o diâmetro exterior dos rolos diferentes etc.

Engrenagem de corrente
As engrenagens de correntes são discos guarnecidos de dentes talhados por ferramentas especiais,
que dão a forma apropriada ao dente. Para cada tipo de corrente a ser utilizada, há um perfil de dente
específico.

df d
de d
a

Relações fundamentais da engrenagem de corrente

Circunferência primitiva

A circunferência primitiva é a circunferência que passa pelo centro dos eixos da corrente quando
a corrente está enrolada sobre a engrenagem de corrente.

Diâmetro primitivo ( Dp)

O diâmetro primitivo é o diâmetro da circunferência primitiva. O diâmetro primitivo caracteriza a


engrenagem da corrente e é a base do seu dimensionamento.

Passo (P)

O passo é a distância medida ao longo da circunferência primitiva de um certo ponto, num dente, ao
ponto correspondente no dente adjacente.

186 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

passo

a
Dp

Número de dentes (Z)

O número de dentes corresponde ao número de saliências ou reentrâncias na circunferência primitiva.


É sempre um número inteiro.

Módulo (m)

O módulo é o quociente da divisão do diâmetro primitivo pelo número de dentes. É expresso


sempre em milímetros.

Para que uma corrente engrene em duas engrenagens de corrente, é necessário que as duas
engrenagens tenham o mesmo módulo.

m = Dp
Z

Condições de funcionamento
A transmissão por corrente apresenta as seguintes vantagens e desvantagens.

Vantagens Desvantagens

Não neces s i t a de t ens ão i ni ci al s obre a corrent e, port ant o Des l i z ament o i mpos s í vel ent re a engrenagem
cargas reduz i das s obre os mancai s , pos s i bi l i dade de t rans mi t i r de corrent e e a corrent e port ant o t rans mi s s ão
t orques el evados , rendi ment o el evado ( 98% a 99%) de vel oci dade ri goros a e cons t ant e

Acei t a reduções el evadas , a corrent e é i ns ens í vel a vari ações Vel oci dade l i near máxi ma de funci onament o é
at mos féri cas et c. mui t o pequena, em função dos efei t os da
força cent rí fuga

A manut enção das corrent es reduz -s e à prot eção cont ra pó e à Funci onament o menos maci o e menos
l ubri fi cação, as corrent es s ão de l onga duração. As engrenagens s i l enci os o que as correi as , cus t o mui t o
de corrent e não s e engrenam di ret ament e, port ant o as el evado
di s t ânci as ent re as árvores podem s er al t eradas s em grandes
i nconveni ent es

SENAI-RJ – 187
Elementos de Máquinas – Transmissões

Estudo cinemático

Relação de transmissão
Como a transmissão efetua-se sem deslizamento, podemos afirmar que a velocidade tangencial na
extremidade da engrenagem de corrente 1 (vt1) e a velocidade tangencial na extremidade da
engrenagem de corrente 2 (vt2) são iguais, pois elas estão ligadas pela mesma corrente, tendo portanto
que manter velocidades tangenciais iguais a velocidade linear (Vc) da corrente.

Vt1 Vc
w
e

Vt2

Vt1 = Vt2 = Vc

Como a velocidade tangencial de uma engrenagem de corrente é igual ao produto do seu número
de rotações por minuto (N) pelo seu perímetro (P), temos:

Vt1 = N1 x P1 Vt2 = N2 x P2

O perímetro de uma engrenagem de corrente pode ser calculado multiplicando-se o número de


dentes da engrenagem (Z) pelo seu passo (p).

passo

188 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Logo, temos:

Vt1 = N1 x Z1 x p1 Vt2 = N2 x Z2 x p2

Sendo:

Vt1 = vt2

Temos:

N1 x Z1 x p1 = N2 x Z2 x p2

Como o passo das duas engrenagens de corrente é igual, podemos dividir os dois membros da
equação pelo passo:

N1 x Z1 = N2 x Z2

Concluindo-se a seguinte regra:

O número de rotações por minuto da engrenagem de corrente 1 (N1) vezes o seu número
de dentes (Z1) é igual ao número de rotações por minuto da engrenagem de corrente 2 (N2)
vezes o seu número de dentes (Z2).

N1 x Z1 = N2 x Z2

Exemplo:

Um motor munido de um pinhão de corrente de 15 dentes gira a 800 rotações por minuto.

Ele aciona um equipamento que faz 200 rotações por minuto. Calcule o número de dentes do
pinhão de corrente conduzido.

Resolução:

N1 = 800 rpm Z1 = 15 dentes N2 = 200 rpm Z2 = ?

Recorre-se a fórmula dada e tira-se o valor de Z2.

SENAI-RJ – 189
Elementos de Máquinas – Transmissões

N1 x Z1 = N2 x Z2

Z2 = N1 x Z1
N2

Z2 = 800 x 15
200

Z2 = 60 dentes

Logo, a engrenagem de corrente do equipamento deverá ter 60 dentes.

Engrenagem
O objetivo das engrenagens é transmitir potência entre duas árvores próximas, com a modificação
do torque transmitido e do número de rotações, com relação de transmissão rigorosamente constante.
As duas árvores podem ser paralelas (primeira figura), concorrentes (segunda figura), ortogonais
(última figura), ou mesmo ocupar uma posição relativa qualquer.

y x’ x
x’ x x’ 0 x

y’ y
y’ y

y’

As engrenagens derivam das rodas de fricção, que não possibilitam a transmissão de grandes
esforços por causa do deslizamento possível entre as superfícies de contato. Para vencer este
inconveniente, adicionaram-se dentes à roda de fricção que impedem todo deslizamento entre as
rodas, pois a transmissão efetua-se por empuxo direto e não mais por aderência, podendo portanto
transmitir torques elevados. Veja figuras a seguir.

D
d

d
D

190 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Considerando-se duas rodas de fricção de diâmetros D e d, pode-se substituir estas duas rodas de
fricção por duas rodas dentadas que tenham os diâmetros primitivos D e d.

As engrenagens podem ter dentes externos, que é o caso mais freqüentes dentes internos, ou
possuir raio infinito, sendo denominada cremalheira.

Engrenagens de dentes externos


As rodas têm sentidos de rotação opostos.

Engrenagens de dentes externos e internos


A engrenagem maior é cortada internamente e a menor é cortada externamente. O sentido de
rotação das duas engrenagens é idêntico.

Engrenagens de dentes externos e cremalheira


O movimento de rotação se transforma em movimento de translação de sentido igual.

A circunferência primitiva de duas engrenagens que se engrenam é sempre tangente uma à outra.

SENAI-RJ – 191
Elementos de Máquinas – Transmissões

Geometria do dente
Entre os diferentes perfis existentes para obter a forma dos dentes, o perfil em evolvente de círculo
foi padronizado e é hoje o adotado pelos fabricantes de máquinas.

A evolvente de círculo é a curva descrita em um ponto de uma reta que rola sobre um círculo sem
deslizamento.

20 o

A evolvente de círculo pode ser traçada fixando-se um lápis na extremidade de um fio enrolado
sobre um disco. Desenrolando-se o fio e mantendo-o esticado, o lápis traçará uma curva – esta é a
evolvente de círculo.

fio tenso

0
disco

Ângulo de pressão
O ângulo de pressão é o ângulo da direção da força que atua perpendicularmente na face do dente
da engrenagem.

192 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

20 o

O ângulo de pressão é formado pela tangente ao círculo primitivo e a tangente ao círculo de base.
O círculo de base é o círculo de onde a evolvente é originária.

B∅
∅1 2
A A
B

círculo primitivo
círculo base para evolvente de ∅3 graus
evolvente de ∅2 graus

Os ângulos de pressão normalmente utilizados são os de 15º e 20º.

círculo primitivo

círculo de base

a = 15o a = 20o

ângulo de pressão

Grau de engrenamento
Para que a ação da engrenagem condutora seja contínua, é necessário que sempre tenha pelo
menos um par de dentes em contato. Para isto, é necessário que um novo par de dentes entre em
contato antes do término do contato do dente precedente.

SENAI-RJ – 193
Elementos de Máquinas – Transmissões

T2
D

A F
M

T1

O grau de engrenamento pode ser imaginado como o número médio de dentes em contato em
engrenagens conjugadas. Para as melhores condições de funcionamento, o grau de engrenamento
deve ser o maior possível, ou no mínimo igual a 1,25. Valor menor que um significa que um par de
dentes deixa de estar em contato antes que o par seguinte tenha atingido seu ponto de contato inicial,
e que a transmissão não é contínua.

Nas engrenagens normalizadas, nas quais o ângulo de pressão é de 20°, a continuidade da transmissão
é sempre assegurada, se o número de dentes das engrenagens for maior que sete.

Interferência de dentes evolventes


Quando o dente de engrenagens conjugada tende a projetar-se para dentro do círculo de base, a
cabeça do dente de uma engrenagem tende a penetrar no flanco da outra engrenagem, tornando o
funcionamento impossível. Há interferência dos dentes.

Em uma engrenagem normalizada, onde o ângulo de pressão é de 20°, os cálculos mostram o


seguinte resultado:

Se Z1 < 13 – Sempre haverá interferência dos dentes, qualquer que seja o número de dentes Z2.
Este é o número mínimo de dentes a adotar.

Se Z1 > 13 – Pode ter ou não interferência, dependendo do número de dentes de Z2.

Se Z1 > 17 – Jamais haverá interferência dos dentes, qualquer que seja o número de dentes de Z2.

Engrenagem cilíndrica de dentes retos


Engrenagens cilíndricas de dentes retos são rodas dentadas, cujos dentes são retos e paralelos ao
eixo, usadas para transmitir potência entre árvores paralelas quando estas árvores não estão muito
afastadas e quando se deseja uma razão de velocidade constante.

194 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Relações fundamentais

Circunferência primitiva

A circunferência primitiva, da qual as engrenagens derivam, corresponde ao diâmetro externo das


rodas de fricção.

Diâmetro primitivo (DP)

O diâmetro primitivo é o diâmetro da circunferência primitiva. Ele é a base para o dimensionamento


de uma engrenagem. As engrenagens têm seus diâmetros primitivos tangentes quando estão engrenadas.

Número de dentes (Z)

O número de dentes corresponde ao número de saliências ou reentrâncias na circunferência primitiva.


É sempre um número inteiro.

Passo circular (P)

O passo circular é a distância medida ao longo da circunferência primitiva, de um certo ponto num
dente ao ponto correspondente no dente adjacente. Logo, o passo é a medida de um arco de círculo.

Módulo (m)

O módulo de uma engrenagem é o resultado da divisão do diâmetro primitivo pelo número de


dentes. No sistema métrico é expresso sempre em milímetros.

SENAI-RJ – 195
Elementos de Máquinas – Transmissões

Para que uma engrenagem engrene em outra, é necessário que as duas tenham o mesmo módulo.

A figura a seguir apresenta os dentes em tamanho natural para diversos módulos. Nota-se que o
tamanho aumenta à medida que o módulo diminui.

Diâmetro externo (De)

O diâmetro externo é o diâmetro do círculo que passa pelo topo do dente, círculo de topo. A
circunferência de topo encerra a engrenagem.

Diâmetro interno (Di)

O diâmetro interno é o diâmetro do círculo que passa pelo fundo dos vãos entre os dentes, círculo
de raiz.

Altura do dente (h)

A altura do dente é a distância entre o círculo de topo e o círculo de raiz da engrenagem.

Face do dente

A face do dente é a parte da superfície do dente que está acima do diâmetro primitivo.

196 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Flanco do dente

O flanco do dente é a parte da superfície do dente que está abaixo do diâmetro primitivo.

Espessura do dente (e)

A espessura do dente é o comprimento do arco da circunferência primitiva, compreendido entre os


flancos do mesmo dente.

Espessura da engrenagem

A espessura da engrenagem é a largura da engrenagem medida axialmente, ou seja, é a distância


entre as faces laterais dos dentes, medida paralelamente ao eixo da engrenagem.

Folga de fundo

A folga de fundo é a distância radial entre o círculo de raiz de uma engrenagem e o círculo de topo
da engrenagem conjugada.

Fórmulas para o cálculo das dimensões da engrenagem de dentes retos

ELEMENTO ENGRENAGEM

Diâmetro primitivo (Dp) Dp = Z.m

Diâmetro externo (De) De = Dp + 2.m ou De = m (Z + 2)

Diâmetro interno (Di) Di = Dp – 1,166m

Módulo (m) m = Dp ou m = P ou m = De
Z p Z+2

Passo circular (P) P = p.m

Altura do dente (h) h = 2,166 x m

Espessura do dente (e) e = P ou e = pm


2 2

Distância entre centros (a) a = Dp1 + Dp2 ou a = m(Z1 + Z2)


2 2

Observação: pelas normas ABNT e DIN, temos h = 2,166 x m

SENAI-RJ – 197
Elementos de Máquinas – Transmissões

Agora, vamos realizar os cálculos solicitados a seguir.

Calcular as dimensões de duas rodas dentadas de 25 e 52 dentes, módulo 3 e a distância dos eixos?

Solução:

Engrenagem Z1 = 25 dentes

Dp = Z.m De = Dp + 2.m Di = Dp – 1,166.m P = p.m

Dp = 25 x 3 De = 75 + (2 x 3) Di = 75 – (1,166 x 3) P = 3,14 x 3

Dp = 75mm De = 81mm Di = 71,50mm P = 9,42mm

h = 2,166.m e = pm a = m(Z1 + Z2)


2 2
h = 2,166 x 3

h = 6,49mm e = 3,14 x 3 a = 3(25 + 52)


2 2

e = 4,71mm a = 115,5mm

Engrenagem Z2 = 52 dentes

Dp = Z.m De = Dp + 2.m Di = Dp – 1,166.m P = p.m

Dp = 52 x 3 De = 156 + (2 x 3) Di = 156 – ( 1,166 x 3) P = 3,14 x 3

Dp = 156mm De = 162mm Di = 52,51mm P = 9,42mm

Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais


A face e o flanco de um dente de engrenagem cilíndrica reta são superfícies paralelas ao eixo da
engrenagem. Estes mesmos elementos em um dente helicoidal são hélices cilíndricas e, assim, uma
extremidade do dente é adiantada circunferencialmente em relação à outra. Como resultado, a
extremidade avançada entra em contato primeiro, resultando que o dente recebe a carga gradualmente.

198 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Se a extremidade avançada ainda estiver em contato quando a extremidade atrasada entrar em


contato, a linha de contato através da superfície do dente corta, em diagonal, o flanco e a face, indo de
um ponto alto da face em uma extremidade a algum ponto baixo do flanco na outra extremidade do
dente. Em engrenagens helicoidais, tem-se, em geral, mais de um dente trabalhando, o que nem sempre
acontece para engrenagens de dentes retos.

A maior resistência e o engrenamento mais suave, como explicado acima, dão às engrenagens
helicoidais tais vantagens, sendo elas denominadas “em espinha de peixe” e comumente usadas em
redutores para serviço pesado de transmissão entre árvores paralelas. Os dentes helicoidais são sujeitos
a muito menos choques que os dentes de engrenagens retas, por causa da gradual transferência de
carga de dente para dente, e podem, em conseqüência, funcionar em velocidades periféricas muito
mais elevadas. A gradual transferência de carga conduz a um funcionamento silencioso.

Inclinação da hélice
A inclinação da hélice B é o ângulo formado entre a linha de centro no flanco do dente e a linha de
centro do cilindro primitivo.
desenvolvimento do cilindro
primitivo e da hélice primitiva
d
A
A

hélice primitiva b h

B p.d

B
cilindro primitivo

Uma vez que as engrenagens helicoidais são naturalmente não- b


intermutáveis (uma hélice à direita se engrena com uma hélice à
esquerda, quando os eixos são paralelos), não existem valores padrões
de inclinações de hélice.
Dg
L
Ângulos de 15° a 25° são típicos, porém para certas engrenagens
a inclinação da hélice pode ser menor que 15°. Como o esforço
axial aumenta quando a inclinação da hélice cresce, esta inclinação b P cd
é conhecida como: Pc
esforço
C
plano de face

a) Módulo aparente (mt) – O módulo aparente de uma axial


hélice à
engrenagem helicoidal é o resultado da divisão do diâmetro primitivo esquerda

pelo número de dentes. No sistema métrico é expresso sempre em


hélice à
milímetros. b
direita
hélice à
esquerda Dp
b) Módulo real (Mn) – O módulo real de uma engrenagem

SENAI-RJ – 199
Elementos de Máquinas – Transmissões

helicoidal é o resultado da multiplicação do módulo aparente pelo coseno do ângulo de inclinação da


hélice B. No sistema métrico é expresso sempre em milímetros.

Diâmetro externo (De)

É o diâmetro do círculo que passa pelo topo do dente.

Diâmetro interno (Di)

É o diâmetro do círculo que passa pelo fundo dos vãos entre os dentes.

Altura do dente (h)

É a distância entre o círculo do topo e o círculo da raiz da engrenagem.

Face do dente

É a parte da superfície do dente que está acima do diâmetro primitivo.

Flanco do dente

É a parte da superfície do dente que está abaixo do diâmetro primitivo.

Espessura do dente (e)

É o comprimento do arco da circunferência primitiva compreendido entre os flancos do mesmo


dente.

Espessura da engrenagem

É a largura da engrenagem medida axialmente, ou seja, é a distância entre as faces laterais dos
dentes medida paralelamente ao eixo da engrenagem.

Folga do fundo

É a distância radial entre o círculo de raiz de uma engrenagem e o círculo de topo da engrenagem
conjugada.

200 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Relações fundamentais
A maioria dos termos definidos para a engrenagem de dentes retos aplica-se à engrenagem de
dentes helicoidais, acrescidas de algumas expressões novas.

Circunferência primitiva

A circunferência primitiva, da qual as engrenagens derivam, corresponde ao diâmetro externo das


rodas de fricção. As engrenagens têm seus diâmetros primitivos tangentes quando estão engrenadas.

Diâmetro primitivo (DP)

É o diâmetro da circunferência primitiva, sendo a base para o dimensionamento de uma engrenagem.

Número de dentes (Z)

Corresponde ao número de saliências ou reentrâncias na circunferência primitiva. É sempre um


número inteiro.

Passo circular (P)

A engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais


tem dois tipos de passo.

Um passo considerado no plano de face, o passo pn= passo real


pt = passo aparente
aparente, e o outro considerado no plano mn = módulo real
perpendicular ao dente, o passo real. mt = módulo aparente

a) Passo aparente (Pt) – O passo aparente é a


b pn
distância medida ao longo da circunferência
primitiva perpendicularmente ao eixo, de um certo
ponto, num dente, ao ponto correspondente no
pt
dente adjacente. Logo, o passo aparente é um arco
de círculo.
pn
b) Passo real (Pn) – O passo real é a distância b
medida perpendicularmente ao centro do flanco pt
do dente, de um certo ponto num dente, ao ponto
b
correspondente no dente adjacente. Logo, o passo
real também é um arco de círculo.

SENAI-RJ – 201
Elementos de Máquinas – Transmissões

Fórmulas para o cálculo das dimensões de engrenagem de dentes helicoidais

ELEMENTO ENGRENAGEM

Diâmetro primitivo (Dp) Dp = mn.Z ou Dp = mt.Z


cos b

Diâmetro externo (De) De = Dp + 2.mn ou De = mn Z +2


cos b

Diâmetro interno (Di) Di = Dp – 2,5.mn ou Di = mn Z - 2,5


cos b

Módulo aparente (mt) mt = mn ou mt = Pt ou mt = Dp


cos b p Z

Módulo real (mn) mn = mt.cos b ou mn = Pn


p

Passo aparente (Pt) Pt = mt.p ou Pt = Pn ou Pt = Dp.p


cos b Z

Passo real (Pn) Pn = mn.p

Altura do dente (h)* h = 2,25 . mn

Espessura do dente (e) e = pn ou e = mn.p


2 2

Distância entre centros (a) a = Dp1 + Dp2 ou a = mt (Z1 + Z2)


2 2

* Pela ISO (UNE 10.016) 20o h=2,25mm

Agora, vamos realizar os cálculos solicitados a seguir.

Deseja-se fazer uma engrenagem de dentes helicoidais de 18 dentes de módulo real 2,5.

Quais são as dimensões se a inclinação do dente é de 45°?

202 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Solução:

Dp = mn.Z mt = mn Pt = mt.p De = Dp + 2.mn


cos b cos b
Pt = 3,536x3,14 De = 63,64 + 2x2,5

Dp = 2,5x18 mt = 2,5 Pt = 11,10mm De = 68,64mm


cos 45o 0,7071

Dp = 2,5x18 mt = 3,536mm
cos 45o

Dp = 63,64mm

Di = Dp – 2,5.mn h = 2,25.mn

Di = 63,64 – 2,5x2,5 h = 2,25x2,5

Di = 57,39mm h = 5,625mm

E = Pn = mm x p = 2,5 x 3,14 e = 3,925mm


2 2 2

Engrenagens helicoidais em árvores não paralelas


Um par de engrenagens helicoidais para transmissão entre árvores não paralelas é chamada de
engrenagem em espiral. Este tipo de engrenagem pode ser fabricada para funcionar em árvore em
qualquer ângulo a, porém o mais comum é a 90°.

Os ângulos da inclinação da hélice de engrenagem condutora e da engrenagem conduzida b, podem


ter uma infinidade de valores. Porém a soma de b1 com b2 deve ser igual ao ângulo formado entre as
árvores.

Tais engrenagens são adequadas para a transmissão de pequena potência a velocidades razoáveis.

Vale ressaltar que os passos aparentes e, assim como o módulo aparente e


são diferentes entre a roda Z1 e a roda Z2; isto provém do fato de que a
inclinação do denteado não é a mesma (b1 ≠ b2 ). Ao contrário, o módulo
real é idêntico para as duas rodas.

Engrenagens em espinha de peixe


Tais engrenagens são helicoidais duplas e a discussão precedente se aplica, também, a este tipo.

SENAI-RJ – 203
Elementos de Máquinas – Transmissões

O objetivo das hélices à direita e à esquerda é absorver o empuxo axial na própria engrenagem,
eliminando assim a necessidade de se contrabalançar este empuxo nos mancais. Para que cada parte
receba metade da carga, as engrenagens em espinha de peixe devem ser montadas com precisão e
uma das árvores deve ser montada de modo que flutue no sentido axial. Usam-se grandes inclinações
da hélice, de 30° a 45° e, em conseqüência, as forças de empuxo são bastante grandes para manter
ambas as partes em contato no movimento.

A engrenagem vista na figura anterior exige máquina especial para a usinagem. A engrenagem
vista na figura a seguir pode ser usinada com ferramenta comum. O espaço no centro dessa engrenagem
permite a saída da ferramenta.

Engrenagens cônicas
As engrenagens cônicas são utilizadas para transmitir movimento de rotação entre eixos concorrentes
que fazem entre si um ângulo qualquer, porém o ângulo entre as árvores mais comuns é o de 90°.

204 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

As engrenagens cônicas ficam sujeitas mais ou menos a mesma ação que as engrenagens cilíndricas
de dentes retos.

As engrenagens cônicas não são intercambiáveis; elas são projetadas em pares.

Relações fundamentais

ha

h
cone da cabeça

ga cone primitivo
hf
cone da base
90o - d gf
cone complementar
diâmetro da cabeça da

da
diâmetro da cabeça d

d
diâmetro da base df

df

SENAI-RJ – 205
Elementos de Máquinas – Transmissões

Os topos dos cones primitivos da engrenagem cônica condutora e da engrenagem cônica conduzida
devem convergir para um ponto comum, senão o engrenamento é impossível.

d2
d1

d1
d1
d2

z2
d2

Diâmetro primitivo (Dp)

O diâmetro primitivo é o diâmetro da base do cone primitivo.

Número de dentes (Z)

O número de dentes corresponde ao número de saliências ou reentrâncias no cone primitivo. É


sempre um número inteiro.

Passo circular (P)

O passo circular é a distância medida ao longo da circunferência de base do cone primitivo de um


certo ponto num dente ao ponto correspondente no dente adjacente.

Módulo (m)

O módulo de uma engrenagem cônica também é o resultado da divisão do diâmetro primitivo pelo
número de dentes. No sistema métrico é expresso sempre em milímetros.

Cone externo

O cone externo é o cone que passa pelo topo dos dentes da engrenagem. sendo caracterizado pelo
ângulo externo e pelo diâmetro externo.

Diâmetro externo (De)

O diâmetro externo é o diâmetro da base do cone externo.

206 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Cone interno

O cone interno é o cone que passa pela raiz dos dentes da engrenagem, sendo caracterizado pelo
ângulo interno e pelo diâmetro interno.

Diâmetro interno

O diâmetro interno é o diâmetro interno do cone interno.

Altura do dente (h)

A altura do dente é a distância entre o cone de cabeça e o cone de base da engrenagem, medido na
parte maior do dente.

Face do dente

A face do dente é a parte da superfície do dente que está acima do cone primitivo.

Flanco do dente

O flanco do dente é a parte da superfície do dente que está abaixo do cone primitivo.

Espessura do dente (e)

A espessura do dente é o comprimento do arco de círculo, medido ao longo da circunferência de


base do cone primitivo, compreendido entre flancos do mesmo dente.

Espessura da engrenagem (b)

A espessura de uma engrenagem cônica é a distância entre as faces laterais dos dentes medida
paralelamente ao cone primitivo.

Folga do fundo

A folga do fundo é a distância entre o cone de base de uma engrenagem cônica e o cone de cabeça
da engrenagem cônica conjugada, medida na parte maior do dente.

SENAI-RJ – 207
Elementos de Máquinas – Transmissões

Cone complementar

O cone complementar é um cone imaginário cuja geratriz é perpendicular à do cone primitivo,


traçada a partir da extremidade maior do dente.

Geratriz do cone primitivo (L)

A geratriz do cone primitivo é a distância do vértice do cone primitivo até a extremidade do dente,
medida sobre o cone primitivo.

Fórmulas para o cálculo das dimensões de engrenagem cônica de dente reto em


árvores a 90°

ELEMENTO ENGRENAGEM

Diâmetro primitivo (Dp) Dp = Z.m

Diâmetro externo (De) De = Dp + 2.m.cosd ou De = m.Z + 2mcosd

Diâmetro interno (Di) Di = Dp – 2,5.m.cosd ou Di = m.Z – 2,5mcosd

Módulo (m) m = Dp ou m = P
Z p

Passo circular (P) P = m.p

Altura do dente (h) h = 2,25.m

Espessura do dente (e) e = P ou e = m.p


2 2

Ângulo primitivo (d) d1 = arc tg Dp1 ou d1 = arc tg Z1


Dp2 Z2

d2 = arc tg Dp2 ou d2 = arc tg Z2


Dp1 Z1

Geratriz do cone primitivo (L) L = 0,5Dp


send

Distância entre centros (a) a = Dp1 + Dp2 ou a = m.(Z1 + Z2)


2 2

208 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Agora, vamos realizar os cálculos:

Determine as características de um pinhão cônico.

Módulo = 5mm Z = 22 dentes ângulo primitivo = 35%

Solução:

Dp = Z.m De = m.Z + 2 cosd Di = m. Z – 2,5cosd P = m.d

Dp = 22x5 De = 5.Z2 + 2cos35° Di = 5.Z2 – 2,5cos35° P = 5x3,14

Dp = 110mm P = 15,70mm

De = 5.Z2 + 2x0,819 Di = 5.Z2 – 2,5x0,819

De = 118,19mm Di = 99,77mm

h = 2,25.m e=P L = 0,5Dp


2 send
h = 2,25x5

h = 11,25 e = 15,7 L = 0,5x110


2 sen35o

e = 7,85 L = 0,5x110
0,574

L = 95,89mm

Parafuso sem-fim e engrenagem helicoidal


O parafuso sem-fim, acoplado a uma engrenagem helicoidal, é usado para transmitir potência entre
árvores que não se interceptam e que, quase sempre, estão em ângulos retos. O contato por impacto
no engrenamento de engrenagens retas e outras não se apresenta nos parafusos sem-fim. Em vez
disso, a rosca do sem-fim desliza, em contato com os dentes da engrenagem, resultando em
funcionamento silencioso, se o projeto de confecção for adequado.

O perfil de lados retos da rosca do sem-fim facilita a produção, seja do ponto de vista de quantidade,
seja da precisão. A rosca do sem-fim pode ser aberta num torno, ou pode ser fresada com fresa
helicoidal. A engrenagem deve ser usinada por fresa helicoidal; porém, se a precisão e uma melhor
forma não forem importantes, as fresas de forma dão resultados razoáveis.

SENAI-RJ – 209
Elementos de Máquinas – Transmissões

Relações fundamentais

Na rosca sem-fim

passo real
corte:BB

passo oblíquo

d1
b B

∅d 2

corte:AA
vista de cima da rosca

A
A

b
hélice à direita

210 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Cilindro primitivo

O cilindro primitivo da rosca sem-fim é tangente à circunferência primitiva da engrenagem helicoidal,


quando os dois estão engrenados. É o ponto onde haverá a transmissão do movimento.

Diâmetro primitivo

O diâmetro primitivo é o diâmetro do cilindro primitivo rosca sem-fim.

Número de dentes (z)

O número de dentes de uma rosca sem-fim corresponde ao seu número de entradas. Se a rosca
sem-fim tem uma entrada, o seu número de dentes é um, se a rosca sem-fim tem duas entradas, o seu
número de dentes é dois, e assim por diante.

Passo

A rosca sem-fim tem dois tipos de passo. Um passo considerado no plano do eixo da rosca, o passo
aparente, e o outro considerado no plano perpendicular do dente, o passo real.

a) Passo aparente (Pt) - O passo aparente é igual à distância medida segundo o eixo da rosca sem-
fim, de um certo ponto num dente, ao ponto correspondente num dente adjacente. É igual ao passo
aparente da engrenagem helicoidal.

b) Passo real (Pn) - O passo real é igual à distância medida perpendicularmente à inclinação da
hélice de um certo ponto num dente ao ponto correspondente no dente adjacente.

Módulo

A rosca sem-fim tem dois tipos de módulos. Um módulo considerado no plano do eixo da rosca, o
módulo aparente, e o outro considerado no plano perpendicular do dente, o módulo real.

a) Módulo aparente (Mt) - O módulo aparente é escolhido arbitrariamente na lista dos módulos
padronizados. É igual ao módulo aparente da engrenagem helicoidal.

b) Módulo real (Mn) - O módulo real é calculado em função do módulo aparente escolhido e do
ângulo de inclinação da hélice.

Diâmetro da cabeça (De)

O diâmetro da cabeça é o diâmetro do cilindro que passa pelo topo do dente da rosca sem-fim.

SENAI-RJ – 211
Elementos de Máquinas – Transmissões

Diâmetro da base (Di)

O diâmetro da base é o diâmetro do cilindro que passa pelo fundo do dente da rosca sem-fim.

Altura do filete

A altura do filete é a distância entre o cilindro de topo e o cilindro da raiz da rosca sem-fim.

Espessura do filete (e)

A espessura do filete é o comprimento do cilindro primitivo, compreendido entre os flancos do


mesmo filete.

Folga do fundo

A folga do fundo é a distância radial entre o cilindro da raiz da rosca sem-fim e o círculo de topo da
engrenagem helicoidal conjugada.

Comprimento filetado (Lv)

É o comprimento total da rosca sem-fim, sendo medido do primitivo ao último filete da rosca,
segundo o eixo da rosca.

Na engrenagem de rosca sem-fim

Circunferência primitiva

A circunferência primitiva da engrenagem helicoidal é a circunferência que tangencia o cilindro


primitivo da rosca sem-fim, quando os dois estão engrenados.

Diâmetro primitivo

O diâmetro primitivo é o diâmetro da circunferência primitiva da engrenagem helicoidal.

Número de dentes

O número de dentes corresponde ao número de saliências ou reentrâncias na circunferência primitiva.


É sempre um número inteiro.

212 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Passo

A engrenagem helicoidal tem dois tipos de passo, um passo considerado no plano de face, o passo
aparente, e o outro considerado no plano perpendicular ao dente, o passo real.

a) Passo aparente (Pt) – O passo aparente é a distância medida ao longo da circunferência primitiva,
perpendicularmente ao eixo, de um certo ponto num dente adjacente.

Logo o passo aparente é um arco de circunferência. É igual ao passo aparente da rosca sem-fim.

b) Passo real (Pn) – O passo real é a distância medida perpendicularmente à linha de centro do
flanco do dente, de um certo ponto num dente, ao ponto correspondente no dente adjacente. Logo, o
passo real também é um arco de círculo.

b
pt

Módulo

A engrenagem helicoidal tem dois tipos de módulo. Um módulo considerado no plano de face, o
módulo aparente, e o outro considerado no plano perpendicular ao dente, o módulo real.

a) Módulo aparente (Mt) – O módulo aparente de uma engrenagem helicoidal é o resultado da


divisão do diâmetro primitivo pelo número de dentes. No sistema métrico é expresso sempre em
milímetros. É igual ao módulo aparente da rosca sem-fim.

b) Módulo real (Mn) – O módulo real de uma engrenagem helicoidal é o resultado da multiplicação
do módulo aparente pelo coseno do ângulo de inclinação da hélice. No sistema métrico é expresso
sempre em milímetros.

SENAI-RJ – 213
Elementos de Máquinas – Transmissões

Diâmetro da cabeça (De)

O diâmetro da cabeça é o diâmetro do círculo que passa pelo topo do dente. A circunferência da
cabeça encerra a engrenagem.

Diâmetro da base (Di)

O diâmetro da base é o diâmetro do círculo que passa pelo fundo dos vãos entre os dentes.

Altura do dente (h)

A altura do dente é a distância entre o círculo de topo e o círculo da raiz da engrenagem.

Largura do dente (b)

A largura do dente é o comprimento medido na raiz do dente exatamente de um lado ao outro.

Largura da engrenagem (B)

A largura da engrenagem é o comprimento medido axialmente de uma face à outra da engrenagem.

Semi-ângulo (d)

O semi-ângulo é o ângulo dado nas faces laterais do dente da engrenagem.

214 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Fórmulas para o cálculo das dimensões da rosca sem-fim e da engrenagem helicoidal

ELEMENTO ROSCA SEM-FIM (Z1) ENGRENAGEM HELICOIDAL (Z2)

Diâmetro primitivo (DP) Dp1= mt.Z1 Dp2 = mt.Z2


tga

Número de dentes (filetes) Z1 = n de entradas Z2 = Dp2


mt

Passo aparente (Pt) Pt = mt.p Pt = mt.p

Passo real (Pn) Pn = Pt cosa ou Pn = mn.p Pn = Pt cosb ou Pn = mn.p

Módulo aparente (mt) módulo padronizado mt = Dp2


Z

Diâmetro externo (De) De = Dp1 + 2mt De = Dp2 + 2mt

Diâmetro interno (Di) Di = Dp1 - 2,5mt Di = Dp2 - 2,5mt

Altura do dente (h) h1 = 2,25mt h2 = 2,25mt


(filete)

Inclinação da hélice tga = mt.Z1 cosb = mt.Z2


Dp1 Dp2

Comprimento Lu = 2.mt (1 + √Z2)


do filete (Lu)

Espessura e= Pn e= Pn
do dente (e) 2 2

Distância entre centros (a) a = mt (Z1 + Z2)


2

Largura B = 0,8.Dp1
da engrenagem (B)

Semi-ângulo tgd = 2c.Pt


ao centro da face Dp1 + 1,2Pt
contato (d)

Z 20 28 35 45 55 65 75 85
Coeficiente
c 1,8 1,9 2,1 2,3 2,5 2,6 2,8 2,9

Distância na ponta da = De2+(Dp1-2mt) (1-cosd)


do dente (da)

SENAI-RJ – 215
Elementos de Máquinas – Transmissões

Agora, vamos realizar os cálculos solicitados a seguir.

Calcular todas as dimensões da rosca sem-fim e da engrenagem de rosca sem-fim de um redutor


de velocidade, sendo:

Nº de entradas da rosca sem-fim .......................................................................... Z1 = 1

Nº de dentes da engrenagem. ................................................................................ Z2 = 30

Módulo aparente .................................................................................................... mt = 2

Inclinação da hélice ............................................................................................... b = 3°50’

Dp2 = mt.Z2 Pt = mt.p Pn = Pt cosb De = Dp2 + 2mt


Dp2 = 2 × 30 Pt = 2 × 3,14 Pn = 6,28 × cos3o50′ De = 60 + (2 × 2)
Dp2 = 60mm Pt = 6,28mm Pn = 6,28 × 0,99776 De = 64mm
Engrenagem

Pn = 6,27mm
Di = Dp2–2,5mt h2 = 2,25mt e = pn tgd = 2c.pt
2 Dp1 + 1,2Pt

Di = 60–(2,5 × 2) h2 = 2,25 × 2 e = 6,27 tgd = 2 × 1,9 × 6,28


2 29,85 + (1,2 × 6,28)

Di = 55mm h2 = 4,50mm e = 3,13mm tgd = 0,63831


d = 32o33′

da = De2 + (Dp1–mt)(1–cosd) B = 0,8.Dp1


da = 64 + (29,85–(2 × 2))(1–cos32 33′) o
B = 0,8 × 29,85
da = 68,06mm B = 23,88mm

Dp1 = mt.Z1 Pt = mt.p Pn = Pt cosb De = Dp1 + 2mt


tgb
Dp1 = 2 × 30 Pt = 2 × 3,14 Pn = 6,28 × cos3o50′ De = 29,85 + (2 × 2)
Sem-fim

tg3o50′

Dp1 = 2 ×1 Pt = 6,28mm Pn = 6,28 × 0,99776 De = 33,85mm


0,06700

Dp1 = 29,85mm Pn = 6,27mm

Di = Dp2–2,5mt h1 = 2,25mt e = pn Lu = 2mt(1 + √Z )2

Di = 29,85–(2,5 × 2) h1 = 2,25 × 2 e = 6,27 Lu = 2 × 2(1 + √30)


2

Di = 24,85mm h1 = 4,50mm e = 3,13mm Lu = 25,91mm

216 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Como a transmissão efetua-se sem deslizamento podemos Vtx


afirmar que a velocidade tangencial no diâmetro primitivo, da X
engrenagem X (Vtx) e a velocidade tangencial no diâmetro primitivo
da engrenagem Y (Vty) são iguais, pois as mesmas estão engrenadas.
Vty
Y
Como a velocidade tangencial de uma engrenagem é igual ao
produto de rotações por minuto (N) pelo seu perímetro (Pp) temos:

Vtx = Nx X Ppx Vty = Ny X Ppy

O perímetro primitivo de uma engrenagem pode ser calculado multiplicando-se o número de dentes
(Z) da engrenagem pelo seu passo (P), temos:

Vty = Ny X Zy X Py

Como

Vtx = Vty

Temos:

Nx x Zx x Px = Ny x Zy x Py

Como o passo das duas engrenagens é igual, podemos dividir os dois membros da equação pelo
passo:

Nx x Zx = Ny x Zy

SENAI-RJ – 217
Elementos de Máquinas – Transmissões

Concluindo-se a seguinte regra:

O número de rotações por minuto da engrenagem x (Nx), multiplicado pelo seu número
de dentes (Zx), é igual ao número de rotações por minuto da engrenagem y (Ny) multiplicado
pelo número de dentes (Zy).

Nx x Zy = Ny x Zy

218 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

Vamos praticar?

1. Qual o objetivo das correias e polias?

2. Como se efetua a transmissão de potência entre a polia e o elemento flexível?

3. Para assegurar uma boa aderência entre a polia e o elemento flexível, o que é necessário?

4. O que acontece ao elemento flexível no momento em que o sistema entra em marcha?

5. O que é uma correia plana?

SENAI-RJ – 219
Elementos de Máquinas – Transmissões

6. Quais são os materiais empregados na fabricação de correias planas?

7. Como podem ser feitas emendas em correias planas?

8. Por que as correias de seção trapezoidal têm maior aderência com a polia que a correia plana?

9. Como é constituída uma correia trapezoidal?

10. Qual o ângulo padronizado para uma correia trapezoidal?

11. Por que as correias dentadas eliminam o deslizamento entre a correia e a polia?

220 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

12. Como são compostas as correias dentadas?

13. Cite algumas vantagens da correia dentada em relação à correia plana e trapezoidal.

14. Quando deve ser utilizada a transmissão por cabo?

15. Como pode ser aumentada a aderência do cabo com a polia?

16. O que pode ser feito para diminuir a flecha provocada pelo peso do cabo?

17. Como é constituído um cabo?

SENAI-RJ – 221
Elementos de Máquinas – Transmissões

18. Como podem ser unidas as extremidades de um cabo?

19. Quais são as três partes que compõem uma polia?

20. Quais são as condições necessárias para uma ligação da polia com a árvore sem problemas?

21. Como pode ser construída uma polia?

22. No sistema de transmissão da figura a seguir, são dados os diâmetros das polias e o número de
rotações da primeira polia condutora. Calcule a velocidade da última polia conduzida.

N1 = 1200 rpm | d1 = 60 | d2 = 200 | d3 = 100 | d4 = 150 | d5 = 80 | d6 = 160 | N6 = ?

222 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

d2
d1N1 N2 = N3
d3

d6N6

d4
N4 = N5 d5

23. Qual a finalidade das correntes?

24. Como se efetua a transmissão de potência entre a engrenagem de corrente e a corrente?

25. Por que na transmissão por corrente não é necessário a tensão inicial de montagem?

SENAI-RJ – 223
Elementos de Máquinas – Transmissões

26. Sendo necessário o emprego de um tensor de corrente em um sistema de transmissão por


corrente, de que lado da corrente o tensionador deve ser montado, no ramo tensionado ou no ramo
frouxo?

27. Quais são os principais tipos de corrente?

28. Qual a principal vantagem da corrente de rolos sobre a corrente de pinos?

29. Qual a principal vantagem e a principal desvantagem da corrente de rolos sobre a corrente
silenciosa?

224 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

30. É possível colocar uma corrente de norma DIN em uma engrenagem de corrente de norma
ASA? Por quê?

31. Quais são as principais características das engrenagens de corrente?

32. No eixo de um motor que gira a 1800 rotações por minuto está montada uma engrenagem de
corrente com 20 dentes. Este motor aciona um equipamento onde está montada uma engrenagem de
corrente com 75 dentes. Calcule o número de rotações por minuto do equipamento?

33. Qual o objetivo das engrenagens?

SENAI-RJ – 225
Elementos de Máquinas – Transmissões

34. Como podem ser os dentes de uma engrenagem?

35. Explique o que é ângulo de pressão de uma engrenagem.

36. Explique o que é grau de engrenamento de uma engrenagem.

37. Por que o número mínimo de dentes de uma engrenagem normalizada deve ser de 17 dentes?

38. O que são engrenagens cilíndricas de dentes retos?

39. O que é o passo circular de uma engrenagem de dentes retos?

40. Qual o requisito indispensável para que duas engrenagens de dentes retos possam se engrenar?

226 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Transmissões

41. Calcule:

Duas engrenagens de dentes retos têm um entre-eixo de 108 milímetros. A engrenagem menor tem
18 dentes, e a maior, 54 dentes. Calcule as dimensões das duas engrenagens.

42. Calcule a velocidade linear do elevador (EL.) sabendo que o motor tem uma velocidade angular
de 1200rpm.

Dados complementares:

Z1 = 50; Z2= 325; Z3 = 65; Z4 = 300; Z5 = 69; Z6 = 276; d1 = 300mm; d2 = d1; VL = ?

motor Z5

Z1
d1

Z4

EL

Z2 Z3 d2

SENAI-RJ – 227
Elementos de Máquinas – Transmissões

43) Calcule a velocidade angular do gerador sabendo que a esteira é movida pelo volume de água
e com velocidade linear de 3,14m/s.

Dados complementares:
gerador Z2
Z1 = 50 d3

Z2= 300

d3 = 100

d4 = d3
Z1
VL = 3,14m/s

N1 = ?

d4

44) Calcular as dimensões de duas rodas de dentes helicoidais cujos eixos se interceptam a 90º,
módulo real 3. A relação do número de rotações i é de 5/3 e a roda pequena z, tem 39 dentes.
Inclinação da hélice b1 = 35º.

228 – SENAI-RJ
Atividades
complementares

5
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

Atividades complementares

Assinale a alternativa que completa, de forma correta, os itens de 1 a 14

1. O objetivo das correias e polias é:

( ) transmitir potência entre duas árvores próximas com modificações do torque e da velocidade
angular.

( ) transmitir potência entre duas árvores distantes com modificação do torque e da velocidade
angular.

( ) transmitir potência entre duas árvores concorrentes com modificação do torque e da


velocidade angular.

2. Para assegurar uma boa aderência entre a polia e o elemento flexível, é necessário:

( ) utilizar um produto capaz de aumentar o coeficiente de atrito, como por exemplo parafina.

( ) aplicar uma tensão inicial To.

( ) fazer pequenos sulcos nas superfícies de contato para aumentar aderência.

3. As emendas em correias planas podem ser feitas através de:

( ) colagem, trançagem e luvas especiais

( ) colagem, costura, grampos, passadores etc.

( ) colagem, soldagem, trançagem, grampos e costura.

SENAI-RJ – 231
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

4. O ângulo padronizado para uma correia trapezoidal é:

( ) 35º

( ) 50º

( ) 40º

5. A aderência da correia trapezoidal é superior à da correia plana devido a:

( ) uma composição de material base.

( ) força normal gerada nas superfícies de contato inclinadas.

( ) ausência de emendas.

6. A transmissão por cabo deve ser utilizada quando:

( ) a potência a ser transmitida é muito elevada.

( ) a distância entre as polias for maior que 15m.

( ) a velocidade angular a ser transmitida for muito pequena.

7. A transmissão de potência entre a engrenagem de corrente e a corrente efetua-se por meio de:

( ) atrito.

( ) deslizamento.

( ) empuxo direto.

8. Na transmissão por corrente não é necessária a tensão inicial de montagem, devido ao fato de a
transmissão efetuar-se por:

( ) atrito, e não por empuxo direto.

( ) deslizamento, e não por atrito.

( ) empuxo direto, e não por atrito.

9. Na utilização de um tensor de corrente, este sempre deverá estar posicionado:

( ) no ramo frouxo.

232 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

( ) no ramo tenso.

( ) em ambos os ramos.

10. Os principais tipos de corrente são:

( ) articulada, de roletes e silenciosa.

( ) articulada, silenciosa e de inversão de rotação.

( ) simples, duplas e triplas.

11. As correntes de roletes podem ser das normas:

( ) ABNT e AFNOR.

( ) ASTM e ISO.

( ) ISO e ASA.

12. Os dentes de uma engrenagem podem ser:

( ) abaulados ou triangulares.

( ) externos, internos ou de raio infinito.

( ) fixos ou postiços.

13. O número mínimo de dentes de uma engrenagem normalizada deve ser de 17 dentes devido:

( ) ao ângulo de pressão ter 14º.

( ) ao ângulo de pressão ter 35º.

( ) ao ângulo de pressão ter 20º.

14. Para que duas engrenagens de dentes retos possam se engrenar, é indispensável que:

( ) o módulo seja o mesmo.

( ) o número de dentes seja o mesmo.

( ) o diâmetro primitivo seja o mesmo.

SENAI-RJ – 233
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

15. Duas engrenagens de dentes retos têm um entre-eixo de 108mm. A engrenagem menor tem 24
dentes e módulo 3. Calcule as dimensões das engrenagens.

16. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens, sabendo que o receptor R deve girar a
400rpm, e que temos um motor girando a 1800rpm. A engrenagem condutora do motor tem 20 dentes
retos. Módulo 2,5, distância entre eixos 70mm. Faça uma tabela com características de cada
engrenagem.

As quatro engrenagens devem ser diferentes.

O eixo de saída e o eixo de entrada estão no mesmo plano.

Engrenagens Z Dp De Di
1 4
1
motor 2
1800rpm
70

2 3
3

17. Calcular as dimensões de duas rodas dentadas de 25 e 52 dentes, módulo 3. Qual a distância dos eixos?

18. Duas rodas têm um entre-eixo de 108 milímetros. O pinhão tem 18 dentes, a relação de transmissão
I é de 3 para 1.

Calcular:

a) o módulo m

234 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

b) a profundidade do dente h

c) o passo p

19. Segundo a figura abaixo, calcular o número de rotações por minuto da roda tangente Z6.

z1 42

n1 . 500 [rpm]

δ3 25º
d3

d4 z6 40
z2 48

n6 ?

z5 1 filete

20. Calcular, no exemplo da figura abaixo, a velocidade de elevação em metros por minuto da carga G.

d1 80
n1 . 480 [rpm]

z7 2 filetes tambor
Ø 200

z8 40
z3 25

z’ 30
d2 400

z5 30

z4 40 z6 60

SENAI-RJ – 235
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

21. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens sabendo que a bomba deve girar a
1200rpm e que temos um motor girando a 3000rpm. A engrenagem condutora do motor tem 32 dentes
retos, módulo 2, distância entre eixos 80mm. Faça uma tabela com as características de cada engrenagem.

As quatro engrenagens devem ser diferentes

O eixo de saída e o eixo de entrada estão no mesmo plano.

Engrenagens Z Dp De Di
4 1
1
bomba motor 2
1200rpm 3000rpm
80

3 2
3

22. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens de dentes retos, módulo 2. O motor gira
a 625rpm e a velocidade do receptor é igual a 2/5 da velocidade do motor, ou seja, N4 = 2/5N1.

Os diâmetros primitivos são: dp1 = 80 e dp2 = a + 10

Faça uma tabela com as características de cada engrenagem.

As quatro engrenagens devem ser diferentes.

O eixo de saída e o eixo de entrada estão no mesmo plano.

Engrenagens Z Dp De Di
1 4
1
motor receptor 2
625rpm
70

2 3
3

236 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

23. Estude uma caixa de redução com quatro engrenagens sabendo que o receptor deve girar a
500rpm e que temos um motor girando a 1500rpm. Z1 tem 50 dentes e Z2 tem 100 dentes. O módulo
é 2 e a distância entre os dois engrenamentos é igual. Faça uma tabela característica de cada engrenagem,
e dê o valor da distância entre centros.

As quatro engrenagens devem ser diferentes.

O eixo de saída e o eixo de entrada estão no mesmo plano.

Engrenagens Z Dp De Di
4 1
1
bomba receptor 2
500rpm 3 a 2
3

24. Abaixo, vemos a cadeia cinemática de um torno.

Quais são as velocidades angulares em rd/s de:

B 2 D F H M N

Dados:

NA = 3000rpm, ØF = 60mm,

ØK = 140mm, ØC = ØL = 160mm

ØA = ØB = ØD = ØE =

ØG = ØH = ØM = ØN = 80mm D

Número de dentes:
M
Z1 = 27; Z2 = 84; Z3 = 24; N
F
A
Z4 = 66; Z5 = 26; Z6 = 70
1 2 H
A razão de transmissão entre a rosca B
C

sem-fim e a roda é 1/8. G

E
6 L

4 3
K

SENAI-RJ – 237
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

25. No esquema abaixo se encontra representada uma caixa de velocidade de um torno com as
seguintes características:

Pinhão N.o de dentes


a 30
b 60
c 45 Gv
Ø 110 Pv
c
d 45 a
1 1
3 2
1 63 4
b d
1’ 42 2
2 55
A
2’ 50
3
3 42
1’
3’ 63 2’
3’
4’
4 30 B D
4
4’ 75 1500rpm E
A 30 C 5
Ø 154
B 63 eixo da
placa
C 42
D 21
E 84

módulo = 2

Calcular:

a) As relações de transmissão da PV e da GV

b) As relações de transmissão da caixa

c) A relação das velocidades baixas

d) A relação das velocidades altas

e) As 16 velocidades do eixo de placa (sob forma de tabela).

26. O que são mancais de rolamento?

238 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

27. Quais são as condições que devem ser analisadas para o emprego de um mancal de
rolamento?

28. Qual o rolamento que possui maior capacidade de suportar cargas, os de esferas ou os de
rolos?

29. Dê exemplo de uma forma de permitir que um eixo em rotação dilate sem afetar um mancal de
rolamento.

30. Quando a flexão de um eixo for inevitável, que tipo de rolamento devemos usar?

31. Cite um tipo de rolamento que suporte apenas cargas radiais.

SENAI-RJ – 239
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

32. Cite um tipo de rolamento que suporte apenas cargas axiais.

33. Cite três tipos de rolamentos que suportem tanto cargas axiais como cargas radiais.

34. Complete corretamente as afirmativas abaixo:

a) Todo mecanismo comporta um certo número de peças __________________, algumas são


____________________e outras são móveis.

b) A natureza da ligação e a forma das peças são fatores que influenciam nas ________________.

c) A natureza da ligação pode ser: ___________________, incompleta ou ___________________.

d) As formas das peças podem ser: ___________________, ____________________, esférica,


__________________, _________________ e plana.

e) Uma montagem pode ser direta ou por intermédio de ______________________.

f) Os meios de ligação podem ser ______________________ ou _______________________.

35. Indique com C as alternativas corretas, e com I as incorretas.

( ) Numa superfície helicoidal, a usinagem é fácil, mas o ajuste é imperfeito e a centragem ruim.

( ) Uma ligação é dita positiva quando há desmontagem ou destruição do elemento de fixação,


para separar as duas peças.

( ) A ligação por obstáculos é uma ligação positiva.

( ) Uma montagem com superfície cônica é de difícil usinagem, mas em compensação, se as


duas peças são bem ajustadas, a centragem é perfeita.

240 – SENAI-RJ
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

36. Indique com um X entre os parênteses as afirmativas incorretas.

( ) Rosca é uma superfície cilíndrica na qual são usinadas ranhuras helicoidais que fazem surgir
saliências chamadas de filetes.

( ) Uma haste cilíndrica roscada é chamada de porca.

( ) Os cinco elementos que identificam uma rosca são: passo, diâmetro nominal, número de entradas,
sentido de aperto e a forma do perfil.

( ) Um furo cilíndrico roscado é chamado de parafuso

( ) Rosca ISO é uma rosca cujas formas de construção obedecem a uma norma exclusivamente
brasileira.

( ) O sistema ISO de roscas permite uma intercambialidade mundial entre peças de construção
mecânica.

37. Faça a relação entre as siglas, da coluna à esquerda, e as designações, na coluna à direita.

a) H M8 x 60 ( ) indicações de rosca esquerda

b) Hm ( ) parafuso de cabeça quadrada ordinária

c) M8 x 15 ponta cilíndrica ( ) parafuso de cabeça cilíndrica com sextavado interno

d) Re ( ) parafuso de cabeça sextavada, rosca métrica ISO diâmetro


nominal 8mm e comprimento útil de 60mm

e) Qp ( ) parafuso sem cabeça com fenda, rosca métrica ISO, diâmetro


nominal 8mm comprimento útil 15mm e ponta cilíndrica.

f) F/90 M5 x 0,5 x 60 ( ) parafuso de cabeça sextavada com dimensões reduzidas

g) CHc ( ) parafuso de cabeça escareada, rosca métrica ISO, diâmetro


nominal 5mm, passo fino, comprimento útil 60mm.

38. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) Os _______________________podem ser soldados, aparafusados ou articuláveis, conforme sua


aplicação

b) Os chumbadores são comumente utilizados para fixar uma ______________________ sobre


uma fundação maciça.

c) As porcas mais comumente utilizadas em peças metálicas são as porcas


___________________ que têm o símbolo H.

d) As arruelas __________________________ podem ter quatro diâmetros diferentes para um


mesmo parafuso.

SENAI-RJ – 241
Elementos de Máquinas – Atividades Complementares

e) As arruelas com serrilhado podem ter o serrilho ______________________,


________________ ou duplo.

f) Os anéis elásticos podem ser _____________________________ou


______________________.

39. Coloque um C entre os parênteses nas afirmativas corretas, e um I nas afirmativas incorretas:

( ) O objetivo de um pino é de tornar duas peças solidárias uma a outra, seja em translação ou em
rotação.

( ) Dois exemplos de pinos normalizados são os pinos ranhurados com o símbolo I, e os contra-
pino com o símbolo V.

( ) Um pino cônico deve ser introduzido em um furo cilíndrico e se mantém no lugar por aperto.

( ) Os pinos elásticos devem ser introduzidos em um furo cilíndrico de diâmetro ligeiramente


inferior ao seu diâmetro.

( ) As chavetas podem ser encontradas em três tipos: as transversais, as longitudinais e as


tangenciais.

( ) Um enchavetamento pode ser livre ou forçado.

( ) Um enchavetamento livre, com chavetas longitudinais, é o tipo mais comumente utilizado.

( ) O enchavetamento livre é feito somente para ligações em rotação.

( ) No enchavetamento livre a transmissão da rotação é feita através das faces laterais da chaveta.

( ) As chavetas paralelas podem ser: ordinárias com suas extremidades planas ou arredondadas,
fixadas por parafusos ou meia-lua.

40. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) Um _______________________ é uma haste cilíndrica com uma cabeça, cuja extremidade


é ____________________, formando uma nova cabeça rebitada.

b) Os rebites não podem mais ser ______________________, após feita a rebitagem.

c) O material dos rebites é de um metal bastante ___________________, para facilitar a rebitagem.

d) A cabeça rebitada pode ser feita de diversas _________________________

e) São encontrados, ainda, os rebites _______________________, e os rebites que permitem a


formação de rebitagem em uma face __________________________.

242 – SENAI-RJ
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41. Complete as afirmativas abaixo corretamente.

a) O objetivo da soldagem é fazer uma ligação ______________________ entre peças através


de ___________________.

b) Os materiais ferrosos têm uma melhor ______________________ à medida que o teor de


carbono é _______________________.

c) As ligas de ____________________ possíveis de soldar são o latão e o bronze, pois são


isentos de ________________________.

d) É essencial, para uma boa soldagem, determinar a ___________________, a preparação dos


________________________, a ordem de _________________________, os acessos, a redução
das ____________________ e dos ______________________________.

e) Para reduzir os inconvenientes das ______________________ e contrações é conveniente utilizar


as soldas _______________________.

42. Indique com um C as afirmativas corretas e com um I as incorretas:

( ) Soldagem por ponto e soldagem contínua fazem parte do processo de soldagem por passagem
de corrente elétrica.

( ) Soldagem a maçarico e soldagem a arco elétrico fazem parte do processo de soldagem por
fusão com deposição de metal.

( ) A posição das peças, a preparação das bordas e a forma da solda são os principais pontos a
serem observados em montagem com solda.

( ) A soldagem é um processo pouco utilizado nas indústrias, devido a sua complexidade e alto
custo.

SENAI-RJ – 243
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CIRJ
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