DISTRIBUIÇÃO DE
ENERGIA ELÉTRICA
RESUMO I. INTRODUÇÃO
A aplicação de transformadores de distribuição nos sistemas
Este trabalho se constitui num resumo do Projeto de
das concessionárias exige uma série de providências e avalia-
ções, sejam elas referentes aos próprios equipamentos, bem P&D-06, ciclo 2000/2001 da COELBA [1] com o mesmo
assim, aos diversos fenômenos envolvidos na operação dos título, tendo sido incluídos os capítulos de maior relevância.
referidos sistemas. Assim é que foram avaliadas as taxas de falha das di-
A ligação delta-estrela, apresenta particularidades exclusivas, versas Territoriais da COELBA, bem assim, analisados os
tais como, dificuldades na aplicação de fusíveis nos primários
e probabilidades de ferroressonâncias. diagnósticos/avarias em 1309 transformadores retirados,
Além disso, um curto fase-terra no secundário provoca cor- levantada a parte ativa, inspecionados o óleo, painel,
rentes nos enrolamentos primários iguais em p.u. às correntes enrolamentos, núcleo e fixações. A Tabela 1 a seguir resu-
dos enrolamentos secundários. Porém, as correntes nas linhas me as prováveis causas das citadas avarias.
de entrada são reduzidas pelo fator 3 , dificultando assim a
eliminação de um defeito num ponto afastado dos referidos TABELA 1
transformadores. Diagnóstico de Avarias Analisadas
Verificou-se que o carregamento de troca não deve ser superi- item Avaria/Diagnóstico Nº de unidades %
or a 140% e que o carregamento de máxima eficiência poderia
1 Penetração de água 60 4,58
ser modificado.
2 Baixo nível de isolamento 80 6,11
Foram analisadas as taxas de falha e estudados os limites
mecânicos e térmicos no curto-circuito, bem assim, as tempe- 3 Curto-circuito externo 497 37,96
raturas finais nos enrolamentos após a ocorrência das faltas. 4 Curto-circuito interno 202 15,43
Concluiu-se que nos transformadores de distribuição o limite 5 Descarga atmosférica 30 2,29
térmico é que governa os projetos das unidades para suportar 6 Interrupção no painel 16 1,22
os curto-circuitos.
7 Desequilíbrio de fases 104 7,94
O trabalho também contempla a verificação dos tempos de
operação dos fusíveis primários para defeitos fase-terra e as 8 Sobrecarga 320 24,45
sobretensões causadas nas fases não envolvidas no curto-cir- 9 TOTAL 1309 100
cuito (fases sãs).
Foram também realizados ensaios destrutivos em 7 (sete) uni-
dades, objetivando validar-se as conclusões dos estudos. II. CARREGAMENTO DE TROCA
PALAVRAS-CHAVE
O carregamento de troca pode ser definido:
Carregamento de troca. Ensaios destrutivos. Limites térmicos
e mecânicos. Sobretensões nos secundários. Transformadores
a) em função do carregamento de troca admitido, do car-
de distribuição. regamento inicial e da taxa de crescimento da carga.
b) em função do custo ao longo do ciclo de vida do trans-
formador (LCC).
c) em função da perda de vida provável das unidades.
kgf/cm²
80 600 Tensão de
Dens. de Escoamento no Cobre
60 400
Corrente a 200º C
40 Curto-Circ. Tensão de Tração
200
20 Radial Máxima
Limite 0 Admissível no Cobre
0 Térmico
A B C D E F G H J K
A B C D E F G H J K
Fabricante
Fabricante
FIGURA 1. Limites Mecânico e Térmico e Densidade de FIGURA 3. Tensão de Tração Radial Máxima em
Corrente de Curto Circuito de Transformadores Transformadores de Classe 15 kV, 45 kVA,
Classe 15 kV, 45 kVA Comparada com as Tensões de Escoamento do
Cobre a 200º C e Admissível de Projeto
B. Solicitações Térmicas no Curto-circuito
As solicitações térmicas no curto-circuito são carac- Fica portanto demonstrado que nos transformadores de
terizadas pela elevação de temperatura nos condutores e distribuição, os limites mecânicos não são críticos e que o
no isolamento das bobinas causadas basicamente pelas per- limite térmico é que governa as restrições em curto-circuito.
das ôhmicas no cobre. Tomando-se, outrossim, os limites mecânicos médios das
Os critérios e teorias em que se baseia o estudo das unidades de 15 kV pesquisadas, em comparação com o limite
solicitações térmicas apresentam pequenas variações que térmico, verifica-se que à medida que a potência das unidades
conduzem a resultados relativamente distintos. A aumenta, o limite mecânico se reduz, tendendo a alcançar o
suportabilidade dos transformadores pode ser avaliada em limite térmico, conforme mostrado na Figura 4 a seguir.
função do tempo máximo permitido no curto-circuito. Os
Densidade de Corrente
140
to [1]. Como o método de Vidmar é bastante semelhante
110
ao de Küchler, apenas este último foi considerado na Figu- 80
ra 2 para transformadores de 15 kV, 15 kVA. 50
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210 225 240
300
fase-terra com contato com o neutro. As bitolas menores,
Enrolamentos, ºC
250
DIN/VDE
# 4 AWG e # 2 AWG foram consideradas mesmo nos trans-
200
formadores maiores, admitindo-se a possibilidade da exis-
150 ANSI
100 tência de ramais (derivações) eventualmente ligados ao
Método Clássico
50 Alemão condutor tronco. Além disso, foi considerada uma alta
0 resistividade do solo, de 500 Ω.m , para o cálculo das
A B C D E F G H J K
impedâncias de seqüência zero. Em todos os casos porém,
Fabricante
não foram consideradas faltas sob condições de resistência
FIGURA 5. Temperatura Final nos Enrolamentos dos de arco e sim, curto-circuitos francos.
Transformadores de 15 kV e 112,5 kVA, após Observa-se na hipótese a) que em grande parte dos
Curto-circuito nos Terminais com 3 Segundos eventos, as correntes primárias não são suficientes para
de Duração – Temperatura inicial 95 ºC
causar a queima dos fusíveis, além de ocorrer severas
sobretensões em pelo menos uma das fases não envolvidas
no curto. É claro que se esta situação se mantiver durante
V. SOBRETENSÕES NA REDE SECUNDÁRIA
um período de tempo muito longo, haverá deterioração
CAUSADAS POR FALTAS À TERRA –
dos fusíveis que certamente se queimarão após um tempo
TEMPOS DE ABERTURA DOS FUSÍVEIS
indeterminado. O problema é tanto mais grave quanto mai-
O valor da corrente de curto-circuito no caso de uma ores forem as potências nominais das unidades.
falta à terra na rede secundária depende da tensão pré-falta São dois os reflexos principais neste caso; a perda adici-
e das impedâncias de seqüências positiva, negativa e zero. onal de vida dos transformadores e a conseqüente queima dos
A impedância de seqüência zero pode limitar o valor aparelhos dos consumidores ligados a uma das “fases sãs”.
da corrente a ponto de não causar a queima dos fusíveis Também na hipótese b) ocorrem muitos casos em que
primários dos transformadores. as correntes de curto-circuito para a terra (neutro) não são
Por sua vez, a relação X0/X1 da reatância de seqüên- suficientes para causar a queima dos fusíveis primários,
cia zero para a reatância de seqüência positiva, é que de- provocando sobretensões perigosas, porém em menor in-
termina o coeficiente de aterramento e conseqüentemente, tensidade que aquelas referentes à hipótese a).
a amplitude das tensões nas fases sãs, isto é, naquelas não
afetadas diretamente pela falta. TABELA 8
Os fusíveis de proteção dos transformadores devem Valores Percentuais das Tensões nos Aparelhos
portanto ter duas funções principais: Tensão Tempo de Tensão nominal do aparelho,V
• Proteger o transformador e a rede secundária associa- resultante, abertura dos
V fusíveis, s 110 115 120 127
da, contra os efeitos das correntes de curto-circuito.
158 (b) 290 143,6 137,4 131,7 124,4
• Proteger os aparelhos dos consumidores ligados às fa-
181(a) NO(*) 164,5 157,4 150,87 142,5
ses não envolvidas pela falta, eliminando o defeito num Nota (*) o fusível não queima num tempo definido, podendo vir
tempo compatível com a suportabilidade de tensão dos a operar após deterioração do mesmo, num tempo indefinido.
referidos aparelhos.
Objetivando comparar os valores máximos das ten-
Os cálculos referentes aos níveis de curto-circuito sões indicadas na Tabela 8 com as tensões máximas permi-
monofásico foram feitos segundo as seguintes hipóteses: tidas para capacitores até 660V de acordo com as normas
a) Curto-circuito fase-terra supondo o neutro no trans- DIN/IEC 33/CO/67 e VDE 0560 [1], tem-se:
i=1
i
i=1
i
A recuperação de casos se processa da seguinte manei-
ra, como esquematizada na Figura 4: baseada na descrição do
para: i =1,...m (descrições) e para: k = 1,...r (casos prévios)
e onde: novo problema de decisão (caso novo) o caso base é procura-
(x − y i ) do pelos casos prévios a partir de um suporte de decisão. A
1 − i ≡ denota a semelhança na i- ésima procura é feita baseada em similaridades. Os casos prévios
Ri
descrição do novo caso e um caso prévio; passam pela função combinação (grau de casamento) e são
ωin ≡ peso da i- ésima descrição no vetor peso do novo caso; ordenados de forma decrescente do grau de casamento. A
ωipk ≡ peso da i- ésima descrição no vetor peso do caso função combinação determina o grau de similaridade do po-
prévio. tencial útil dos casos prévios com um novo caso.
VII. CONCLUSÕES
O resultado esperado mais importante neste projeto
era a construção de um sistema computacional de suporte
a tomada de decisão durante o processo de reconfiguração
do sistema de distribuição da CEB, e que pudesse ser inte-
grado a sistema já utilizado pelos despachantes. Este re-
sultado foi alcançado.
O programa operacional poderá também ser utiliza-
dos pelos despachantes para reconfigurar a sistema visan-
do futuras condições operativas, como concentração de
carga em certos ramais ou desligamentos para manuten-
ções programadas. Isto leva a redução da interrupção de
energia nos clientes.
RESUMO I. INTRODUÇÃO
O presente projeto objetivou desenvolver um Sistema Atualmente, na medida em que as Concessionárias vão
automatizado de uso local em Subestações de Distribuição de
Energia Elétrica, para viabilizar o controle do carregamento sendo privatizadas, as mesmas vêem-se obrigadas a
dos transformadores de potência de forma otimizada em Tem- maximizar sua rentabilidade pelo maior ganho na
po Real. Foram implantados protótipos em duas Subestações
comercialização e pela minimização de custos através da
da CPFL, com resultados muito satisfatórios. O Sistema
disponibiliza localmente um conjunto de possibilidades de uso gestão otimizada de seus ativos. Fazer convergir interesses
futuro para cada transformador individualmente, que possibi- empresariais, necessidades de um atendimento o quanto
lita majorar o fator de utilização de cada um, dependendo das
possível ininterrupto à carga, requisitos regulatórios, e pro-
condições operativas e do histórico do equipamento, ao mes-
mo tempo que garante que a confiabilidade do transformador blemas operativos da rede elétrica requer o tratamento de
seja mantida qualquer que seja o carregamento. Além disso, um enorme número de variáveis. Mais recentemente, com a
essa ferramenta permite uma reconfiguração de rede mais
implantação de sistemas de controle digitais em subestações,
otimizada, com ganhos expressivos no planejamento da ope-
ração e expansão do sistema. Desta forma, o planejamento a essa convergência tem sido em parte viabilizada através da
longo prazo passa a prever o uso sistêmico das potências capacidade local de processamento que permite usar mo-
liberáveis de cada transformador a partir do Centro de Opera-
dernas técnicas para previsão de carga, e funções de contro-
ção da CPFL. Assim torna-se ser possível um controle
otimizado de cada transformador a partir de tomadas de deci- le automático do sistema primário da instalação. Para tanto,
sões centralizadas no despachante, passando por meio da fer- faz-se necessária a aplicação de um sistema de controle de
ramenta local de cada Subestação.
carregamento dos transformadores de potência, como pro-
O desenvolvimento da ferramenta local foi o objetivo desta
primeira fase do projeto, que está sendo concluído neste ano posto neste trabalho, com base no carregamento do trans-
de 2003 e durou quase 4 anos. Para os próximos anos estão formador concatenado com um sistema de previsão de car-
sendo previstos o refinamento e validação dos algoritmos im- ga de curta duração (de alguns minutos a algumas horas à
plantados e a integração dos sistemas locais ao Centro de
Operação da CPFL. frente), com capacidade de tratar a natureza aleatória da carga
A metodologia desenvolvida introduz um novo paradigma no nos transformadores ou no alimentador.
controle de carregamento de transformadores de potência e Até recentemente o controle do carregamento de trans-
foi a base de uma Tese de Doutorado [1] defendida pelo Ge- formadores de potência baseava-se na potência instantâ-
rente do projeto na CPFL.
nea passante pelo equipamento em relação a nominal. Isto
PALAVRAS-CHAVE
restringia sua melhor utilização, uma vez que, de forma
Carregamento de Transformadores de Potência, Previsão de
Carga, Redes Neurais Artificiais, Sistemas de Distribuição, mais determinante que a potência, a temperatura do óleo e
Sistemas inteligentes. dos enrolamentos são os fatores mais limitadores do carre-
gamento do transformador.
Hoje em dia, o carregamento passou a ser controlado
J. L. P. Brittes (PhD, Gerente do projeto), trabalha na CPFL – Compa- através de um processo híbrido que envolve a corrente e as
nhia Paulista de Força e Luz (jlpbrittes@cpfl.com.br).
temperaturas do óleo e enrolamento. Mesmo assim, os li-
J. A. Jardini (PhD, Coordenador do projeto), é Prof. Dr. Titular da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) e coordena- mites tradicionais adotados para as proteções de
dor do GAGTD/PEA - Grupo de Automação da Geração, Transmissão e sobretemperatura do óleo e enrolamento são conservado-
Distribuição de Energia Elétrica do Departamento de Engenharia de
Energia e Automação Elétricas (jardini@pea.usp.br). res. Para ilustrar isso, um transformador classe 55ºC com
L. C. Magrini (PhD), J. Yasuoka (MSc), F. Crispino (MSc) e P. S. D. dois estágios de ventilação, apresenta os ajustes de con-
Kayano (MSc), trabalham no GAGTD da EPUSP/PEA
(magrini@pea.usp.br).
trole de operação como mostra a Tabela 1.
J. Camargo, R. A. Souza Jr e A. Lazzarini, trabalham na empresa Estas grandes margens de segurança convencionalmen-
Expertise Engenharia (expertise@expertise-eng.com.br). te adotadas entre os níveis térmicos de desligamento e os res-
pectivos limites reais de operação decorrem de haver pouco II. DESCRIÇÃO DO SISTEMA
conhecimento das reais condições operativas do transforma-
Para este ciclo de 2003 do projeto, o objetivo foi
dor. Dados históricos, como carga pregressa para cada trans-
implantar o sistema computacional em duas Subestações
formador, se disponíveis, estão em fitas magnéticas no Cen-
da CPFL, com base na metodologia que vem sido de-
tro de Operação. Dados de confiabilidade estão em listagens
senvolvida ao longo de quase 4 anos do projeto. Sobre
no Departamento de Manutenção. Dados climáticos, em ge-
a base de um sistema de aquisição de dados e previsão
ral, não estão disponíveis. Dados instantâneos de tempo real,
de carga, foram implantados os demais módulos (des-
tais como as temperaturas do transformador, são pouco
critos a seguir) que permitem em última instância, o cál-
confiáveis em função da falta de exatidão dos termômetros. E
culo de potência adicional para os transformadores.
dados futuros tais como estimativa de temperatura e da carga
Os protótipos do Sistema foram implantados nas
não são facilmente obtidas, sobretudo em tempo real.
Subestações de Campinas Centro (SECAM) e Andori-
Assim, torna-se difícil ao operador tomar medidas
nha (SEAND) da CPFL, em face do diferente compor-
pouco conservadoras caso o nível de alarme de alguma das
tamento da carga. A SECAM possui três transformado-
proteções inerentes do transformador seja atingido. Mes-
res de 30/40/50 MVA e 20 alimentadores de 11,95 kV e
mo assim, em muitos casos, o segundo estágio pode ser
a SEAND possui dois transformadores de 30/40 MVA e
atingido, podendo provocar desligamentos de energia
10 alimentadores de 11,95 kV. Um dos transformadores
setoriais, denigrindo a imagem da Concessionária e acar-
da SECAM foi equipado com fibras óticas para monito-
retando elevadíssimos custos à sociedade como um todo,
ramento das temperaturas internas de operação. Este
principalmente porque isto tende a ocorrer na hora da ponta.
procedimento permitiu desenvolver algoritmos para cál-
Por outro lado, não se pode também relaxar os crité-
culo mais exato do aquecimento portável para transfor-
rios de operação sem nenhum controle adicional, pois ope-
madores não sensoreados.
rar um transformador com temperatura do enrolamento (da
Em cada Subestação, o Sistema consiste de uma
isolação sólida) acima de 95ºC implica em perda de vida
LAN com transdutores digitais para os alimentadores e
adicional, além da nominal, caso o ponto mais quente do
UACs para aquisição de grandezas elétricas, térmicas e
enrolamento chegue a 140ºC poderá favorecer a formação
de confiabilidade dos transformadores. Essa LAN
de bolhas, que irão provocar o desligamento do transfor-
conecta-se a dois microcomputadores operando em rede,
mador pela atuação do relê de gás.
um servindo como SCADA e outro processando a fer-
Todavia, o monitoramento de equipamentos, e a im-
ramenta computacional em tempo real.
plantação em subestações de plataformas de automação
A ferramenta computacional (figura 1) consiste de
apontam para uma tendência de mudanças nos critérios de
quatro módulos interconectados, os quais são alimenta-
controle do carregamento de transformadores
dos pela plataforma de aquisição de dados em tempo
conservativos. Novos procedimentos de carregamento mais
real. A cada 15 minutos (nos quartos de hora) é realiza-
razoáveis, centrados na confiabilidade do equipamento e
da a previsão de carga com horizonte de até 4 horas à
em limites de temperaturas de controle muito mais ousa-
frente (Módulo 1) que subsidia informações das condi-
dos começam a aparecer. Isso só se torna mais seguramen-
ções futuras de carregamento do transformador para os
te aplicável, mediante a implementação de um processo
módulos de cálculo das temperaturas do óleo e
heurístico de controle da carga do transformador.
enrolamento (Módulo 2) e cálculo dos critérios de
A seguir, apresenta-se a descrição do sistema desen-
confiabilidade do transformador (Módulo 3). De posse
volvido para controle de carregamento de transformado-
dessas informações, o sistema é capaz de fornecer valo-
res de potência em tempo real, implantados em duas das
res de potência que podem ser liberadas dentro das pró-
mais importantes subestações de distribuição da CPFL na
ximas 4 horas (Módulo 4) respeitando-se os limites de
cidade de Campinas, SP.
operação do transformador.
Este módulo foi bastante estudado [2], [3], [4], [5], e Este módulo é responsável pelo cálculo dos critérios de
tem dado resultados considerados muito satisfatórios, porém confiabilidade do transformador e foi implementado empre-
passíveis ainda de melhora, o que é muito importante para gando-se um processo “pseudo fuzzy” e contou com a cola-
uma função de controle automático de tempo real que envol- boração de especialistas em nível mundial e nacional, em de-
ve o transformador de potência das SEs. Hoje, ele opera com corrência de outro projeto da CPFL, além de um grande tra-
uma Rede Neural por dia da semana, sendo: uma para Previ- balho de levantamento de dados de confiabilidade dos trans-
são de Base (24 ponto quente) e cinco redes (uma para cada formadores em questão. É um módulo único que agrega uma
intervalo futuro de 15 min (¼h, ½h, 1h, 2h, 4h) para previsão visão de projeto, manutenção, operação e acessórios do trans-
de seguimento. Assim, para cada transformador ou formador para viabilizar o controle do carregamento do equi-
alimentador, pode-se ter até 42 Redes Neurais individuais pamento em tempo real baseado na confiabilidade [1].
implantadas no sistema para realizar as previsões, pois cada Para a operação deste módulo de software, foram as-
uma atende a um dado perfil de carga, sendo que não se con- sumidos quatro Blocos de Avaliação: Projeto, Manutenção,
segue um agrupamento satisfatório, de modo a reduzir o vo- Operação e Acessórios, independentes entre si, com alguns
lume da análise. Como as RNAs necessitam de um processo dados de entrada em comum. Cada Bloco possui três saí-
de “retreinamento” periódico, e isto implica em manipular pelo das: uma de classificação do Risco, outra para um campo de
menos 12 variáveis independentes (coeficiente de aprendiza- Alarmes, e outra indicando as Temperaturas de Controle. O
do, coeficiente do método, arquitetura da rede, tamanho do Bloco Projeto é exceção quanto a isso, pois não tem um
conjunto treinamento, etc.), pode-se verificar que há uma enor- campo de alarmes na saída, haja vista a imutabilidade da
me necessidade de se refinar os “settings” deste módulo. Este condição de suas variáveis de confiabilidade.
A. Sondagens SPT
Foram executados 15 furos de sondagem a percussão
de simples reconhecimento. A profundidade das perfura-
ções variou entre 10,25 e 13,40 m. Em linhas gerais, a Área
2 do Sítio Experimental exibe um horizonte orgânico na
superfície do terreno, que em alguns pontos, chega à pro-
fundidade aproximada de 1,5 m. Imediatamente abaixo do
horizonte orgânico, pode-se identificar a presença de ma-
teriais argilosos e siltosos, com tons vermelhos, amarelos
e marrons. Tais colorações estão usualmente associadas a
processos de laterização. A profundidade até onde esse
fenômeno pode ser observado se situa tipicamente entre 2
e 5 m. O número de golpes na região de solo alterado varia
entre 2 e 18. Abaixo dos materiais alterados surgem argi-
las rijas a duras, com colorações cinza e marrom. O NSPT
desses materiais é elevado, facilmente excedendo a 20 gol-
pes. Além dos solos argilosos, o perfil da Área exibe lentes
arenosas, característica típica da Formação Guabirotuba.
B. Ensaios CPT
Os dados de ensaios de cone realizados estão apresen- FIGURA 1 - Dados de resistência de ponta das sondagens CPT
tados na Figura 1, através de um gráfico que mostra a vari- da Área 2.
ação da resistência de ponta ao longo da profundidade.
Os dados de resistência de ponta mostram um cresci-
mento contínuo da resistência com a profundidade. Em ge-
ral, os sedimentos mais superficiais que, conforme descri-
to anteriormente, exibem sinais de plintificação ou
laterização, possuem resistências de ponta inferiores a 6,0
MPa. À medida que a profundidade aumenta, ocorre um
incremento nas resistências, tendo-se alcançado 8 a 12 MPa
nas prospecções mais profundas.
VI. CONCLUSÕES
As fundações de postes diretamente engastados muitas
vezes envolvem a abertura de uma cava no terreno, com
FIGURA 5 - Evolução da rotação do poste no nível da uma profundidade de 60 cm mais 10 % da altura do
instrumentação, em função do momento aplicado – dados do elemento estrutural. Embora essa regra seja largamente
inclinômetro.
difundida, inclusive internacionalmente, a mesma não
incorpora propriedades do solo, sendo questionável a sua
aplicação irrestrita a todas as geologias. É importante um
estudo geotécnico prévio, que permita dimensionar
V. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
adequadamente o embutimento da estrutura.
Os resultados da prova de carga no poste de distribuição Além do controle de qualidade na fabricação dos
evidenciam importantes aspectos, relacionados com o elementos estruturais como peça de concreto armado,
desempenho da fundação do elemento estrutural em estudo. melhorias poderão advir intensificando-se a fiscalização das
As rotações e deslocamentos medidos na prova de carga empreiteiras que instalam postes em linhas de distribuição.
mostraram-se elevados para a magnitude das forças horizontais No caso de estruturas cuja fundação envolve a execução
e momentos aplicados. Com base nos dados disponíveis, pode- de reaterros, uma compactação eficiente do solo tenderá a
se estimar que o deslocamento horizontal no topo do poste melhorar a rigidez ao tombamento.
chegou a exceder 70 cm durante a prova de carga. Na instalação do poste de distribuição do presente
Deve-se observar que o poste em questão é dimensionado estudo – em que se procurou simular condições de execução
estruturalmente para receber cargas de 3 kN. Os resultados típicas – a energia de compactação mostrou-se em torno
da prova de carga em questão indicam que esse carregamento de 17 % do Proctor normal. Conseqüentemente, o grau de
produziria deformações significativas no solo de fundação, compactação alcançado no campo tendeu a ser reduzido.
com um elevado “desaprumo” do elemento estrutural. Na prática, a dificuldade de se conciliar o aproveitamento
A forma das curvas força x deslocamento ou momento do solo retirado da cava com as condições ideais de umidade
x rotação não permite que se proceda a uma extrapolação também contribui para reduzir a densidade do reaterro.
para a identificação da solicitação associada à condição
última. É interessante notar que, nos últimos estágios do
carregamento, a rigidez da interação fundação – elemento VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
estrutural (ou o gradiente das curvas) mantém-se
[1] BUTCHER, A. P., McElmeel, K., Powell, J. J. M. “Dynamic probing
aproximadamente constante. Esse comportamento and its use in clay soils,” in Advances in site investigation practice,
possivelmente se deve à mobilização, nos primeiros Londres: Thomas Telford, , pp. 383 – 395.
incrementos de carga, sobretudo da resistência do material [2] CHAMECKI, P.R., Kormann, A.C.M., Nascimento, N.A.,
Dyminski, A.S. “Sítio Experimental de Geotecnia da UFPR – Ob-
do reaterro. A partir de um certo nível de carregamento, jetivos e Dados Preliminares”. In Anais 1998 ABMS XI Congresso
ocorreria a plastificação plena do solo compactado, Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica.
passando-se então a solicitar mais significativamente o [3] KORMANN, A.C.M. “Comportamento geomecânico da Formação
Guabirotuba:estudos de campo e laboratório,” Tese de Doutorado,
terreno natural adjacente à fundação do poste. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2002.
Os ensaios de compactação em laboratório mostram [4] MASSAD, F.; Rocha, J.L.R.; Yassuda, A.J. “Algumas característi-
que a reduzida energia utilizada na execução do reaterro cas geotécnicas de solos da Formação Guabirotuba”. In Anais 1981
Simpósio Brasileiro de Solos Tropicais em Engenharia, pp.706-723.
da cava (114 kNm/m3) conduz a densidades inferiores às [5] ORLANDO, C. “Fundações submetidas a esforços verticais axiais
correspondentes à condição ótima do Proctor normal (670 de tração. Análise de provas de carga de tubulões em areias poro-
sas,” Dissertação de Mestrado, Escola Politécnica da Universidade
kNm/m3). Como conseqüência, o grau de compactação
de São Paulo, 1985.
que o material pode alcançar no campo é reduzido. No [6] PALADINO, L. “Fundações para torres de linhas de transmissão”.
presente estudo, considerando-se a umidade média do solo In Anais 1975 Congresso Panamericano de Mecânica dos Solos e
Engenharia de Fundações., pp. 437 – 449.
por ocasião do reaterro (39 %) e analisando-se as curvas
[7] ROJAS-GONZALES, L. F., Digioia, A. M. Jr., Longo, V. J. “A new
de compactação do material, pode-se verificar que o grau design approach for direct embedment foundations.” IEEE
de compactação médio dificilmente excederia 75 %. Transactions on Power Delivery, vol. 6, pp. 1336 – 1340, Apr. 1991.
PALAVRAS-CHAVE
Malhas de aterramento, redes de distribuição, resistividade II. METÓDOS APLICADOS
elétrica aparente do solo, sistema elétrico.
Os métodos adotados nestes estudos de casos são de
aplicação direta e imediata, ilustrando-se, a seguir, os princi-
I. INTRODUÇÃO pais tópicos necessários para o desenvolvimento do trabalho:
O projeto de um sistema de aterramento, seja ele cons- • Estudo da resistividade do solo no local da construção
tituído desde um pequeno sistema com malha de aterramento do sistema de aterramento, com o uso do resistivímetro
simples em linha, ou de pequeno porte, até aos mais com- Syscal Jr., de leitura digital, fabricado pela Íris Instruments,
plexos, compostos de grandes malhas de significativa exten- utilizando-se do método de Schlumberger [1];
são, requer efetivamente o cálculo da resistência de • Estratificação do solo em duas, três e quatro cama-
aterramento e dos potenciais na superfície do solo, sendo das, com a utilização do programa computacional
que este sistema de aterramento é elaborado com o objetivo Tecat Pro IV;
de ser um elemento ativo no circuito, devido às necessida- • Simulação da resistência de aterramento para diversos
des de segurança das pessoas, em contato ou próximas às arranjos, através do programa computacional Tecat Pro
partes condutoras, e manter a continuidade do sistema elé- IV, tendo-se como referência, a malha de terra preli-
trico. A realização de um sistema de aterramento tem como minar definida em projeto;
uma das premissas básicas, determinar o menor valor possí- • Construção da malha de aterramento definida em pro-
vel da resistência de aterramento, não permitindo que sejam jeto em diversas etapas, com a colocação dos eletro-
ultrapassados os valores de potenciais que originam corren- dos verticais, sua interligação com eletrodos horizon-
tes capazes de provocar fibrilação ventricular. tais, sendo medida a resistência de aterramento da
Todavia, é importante observar uma perfeita conexão malha em questão, em cada uma de suas etapas, con-
entre o sistema elétrico em questão e a terra (sendo o solo vergindo a construção da malha de projeto para a con-
um elemento condutor), através de um sistema de figuração obtida na simulação computacional, que
aterramento que seja viável e econômico e não coloque em otimizasse o sistema de aterramento;
risco pessoas, equipamentos e animais. • Medição da resistência de aterramento nas diversas eta-
pas da construção da malha de aterramento, utilizan-
do-se de um terrômetro MT-100 WAF, da Megabrás
Este trabalho foi financiado integralmente pela Manaus Energia S.A. Instrumentos, devidamente calibrado e aferido;
(ciclo P&D 2000-2001). • Comparação dos valores da resistência de aterramento,
Todos os autores são professores e discentes vinculados ao Núcleo de obtidos através da simulação com uso do Tecat Pro IV,
Eficiência Energética (NEFEN), da Universidade Federal do Amazonas
(UFAM) (e-mail do coordenador: ncampelo@ufam.edu.br). e os valores reais efetivamente medidos em campo.
TABELA 3
Resistências de aterramento para a malha da sonda da Constantino Nery
Valores Medidos Valores Simulados
Arranjo 1a Leitura 2a Leitura Média Leitura 2 Camadas 4 Camadas Média
Malha Ω (ohms) Ω (ohms) Ω (ohms) Ω (ohms) Ω (ohms) Ω (ohms)
R 1 Haste 67,00 70,00 68,50 37,74 45,06 41,40
R 2 Haste 70,00 69,00 69,50 20,87 26,24 23,55
R 4 HasteC/ Cabo 12,00 13,00 12,50 11,15 14,48 12,81
R Malha Desconectada 12,00 13,00 12,50 11,15 14,48 12,81
R Malha Conectada 12,00 11,00 11,50 Medições realizadas com solo úmido
III. ENSAIOS
FIGURA 5 - Estrutura para realização dos ensaios
Os ensaios foram realizados no laboratório de alta
potência do Cepel, em Adrianópolis, Rio de Janeiro. A Fi-
gura 4 mostra o circuito utilizado. Foram provocados cur-
IV. RESULTADOS
tos-circuitos trifásicos de 10 kA (eficaz) em 13,8 kV, utili-
zando um pedaço de fio de cobre bastante fino, instalado Dos cinco modelos projetados, quatro realmente fo-
no barramento de forma a provocar curtos-circuitos com ram testados. O outro, por ser muito parecido com um
arco elétrico. Quando o sistema era energizado, a corrente modelo que passou nos ensaios, porém de fabricação mais
fundia o fio e o arco era formado. O valor do curto-circui- difícil, foi descartado.
to corresponde à máxima corrente que existe no sistema A Figura 6 mostra o resultado do primeiro conector
da Cemig, nesse nível de tensão. O tempo escolhido de ensaiado. É possível observar o fenômeno do corte dos
duração do arco foi 1 segundo, que está de acordo com os cabos e obviamente concluir que esse modelo de conector
tempos das proteções da empresa. não cumpriu a função a que se destinava.
A Figura 7 é o ensaio em dois modelos diferentes ao é possível evitar esse fenômeno com uma solução barata,
mesmo tempo. O conector em formato de cone suportou tanto do ponto de vista de material, quanto de instalação
bem o ensaio, mas não foi o escolhido porque tem mais do conector, já que ele pode ser instalado com muita faci-
massa que os demais. Os outros dois, em formato de bola, lidade e rapidez.
aparentemente protegeram os cabos, mas, na verdade, o O bom desempenho do conector escolhido deveu-se
desgaste foi muito grande e por muito pouco o cabo não ao fato dele afastar o arco elétrico do cabo.
foi atingido. Por isso, esse modelo não foi aprovado. Tanto os conectores de Alumínio 356, quanto puro,
O conector que será adotado é o das Figuras 3 e 5. A tiveram o mesmo desempenho. Por isso, a tendência é a
foto tirada após o ensaio, Figura 8, mostra com detalhes adoção da liga 356, pois é mais barata e mais fácil de en-
como ele protegeu o cabo. O arco veio pelo barramento contrar no mercado.
nu e parou na ponta do conector. Esse ensaio foi repetido
outras vezes e o resultado foi o mesmo.
VI. AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem as contribuições dos colegas
V. CONCLUSÕES da Cemig S. B. Panatieri, L. F. Dias, G. M. Gontijo, C. D.
Pessoa, G. M. Brandão, F. A Ferreira, M. C. Oliveria e a
A principal conclusão desse trabalho é que realmente
todos os funcionários do laboratório do Cepel que tanto
contribuíram para a realização desse trabalho.
Sensoriamento de Interrupções
em Redes de Distribuição Rural
J.A.Cipoli, M.A. De Marco, R. Kaminski
1 – Sinal Bom
Nesta situação o sistema de sensoriamento opera ade-
quadamente sentindo a falta de energia, discando e avisan-
do a central, localizada em Campinas, da ocorrência.
C. Verificação dos Níveis de Sinal - Segunda Bateria FIGURA 2. Sítio Rio Manso
de Testes – Maio/2002
Após os testes de comunicação realizados na primeira
fase, foram introduzidos vários melhoramentos no sistema VII. COMENTÁRIOS FINAIS
de comunicação, compreendendo antena, celular e interface. A. Referentes ao Sensor
O resultado da nova bateria de testes é apresentado a • Exaustivos testes de campo desenvolvidos durante 06
seguir : meses em 03 protótipos no Centro de Treinamento da
CPFL em Paulínia, no sítio Rio Manso em Espírito San-
1 – Sinal Bom to do Pinhal e em bairro de Campinas, mostraram que o
Nesta situação tanto o sistema de sensoriamento SIR – Sensor de Interrupção Rural é eficiente e confiável
analógico como o digital operaram adequadamente, sen- na detecção e comunicação das interrupções.
tindo a falta de energia, discando e avisando a central, lo- • A utilização do SIR – Sensor de Interrupção Rural para
calizada em Campinas . detectar faltas de alta impedância e furtos de conduto-
res está em fase inicial, porém os resultados prelimina-
2 – Sinal de Médio para Baixo res são promissores.
Na região de divisa entre os municípios de Espírito
Santo do Pinhal e Mogi Guaçu o nível do sinal para telefo- B. Referente ao Sistema de Comunicação
nia celular situa-se na faixa de médio para baixo dependen- • A utilização do sistema de comunicação baseado na tele-
do da posição física com relação as montanhas. fonia celular rural mostrou ser eficiente e competitivo.
Nesta situação tanto o sistema de sensoriamento • A tendência é que a competitividade e a eficiência da co-
analógico como os digitais continuaram a operar adequa- municação via celular se torne ainda mais atrativa, com o
damente sentindo a falta de energia, discando e avisando a maior adensamento das repetidoras que vem ocorrendo.
central, localizada em Campinas, da ocorrência. C. Referentes ao conjunto Sensor / Equipamentos
Complementares
3 – Sinal Extremamente Fraco/Inexistente • A eficiência e o custo compatível dos protótipos desen-
Na região do Sítio Rio Manso ( figura 2) situado num volvidos e testados indicaram a conveniência dos “pro-
vale de uma região montanhosa às margens do Rio Mogi tótipos” serem transformados em “produtos”.
Guaçu, o sinal para telefonia celular se situa na faixa entre • A CPFL e a Universidade Mackenzie estão envidando es-
extremamente fraco e inexistente, conforme informações forços para a continuação das pesquisas e desenvolvimen-
coletadas anteriormente na região. to de fabricantes do SIR – Sensor de Interrupção Rural.
Verificou-se que os ajustes realizados durante o mês
de maio no conjunto celular/antena foram eficientes, con-
seguindo também sucesso na ligação efetuada nessa região. VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Convém lembrar que nos testes efetuados, na mesma re-
Relatório Técnico: “Sensoriamento de Interrupções em Redes de Distri-
gião, em abril de 2002, não foi possível estabelecer a co-
buição Rural”, Projeto de P&D ANEEL, CPFL & Universidade
municação. Mackenzie - Ciclo 2001
“t+ ? t”
F ig u ra 1 F ig u ra 2
“t”
x V(t)
V(t-1)
x V=V(t)-VP(t)
“t+ ? t” VP(t)
“t+ ? t”
F ig u ra 3
“t” x
“t+ ? t”
x FIGURA3: Estimativa da velocidade no tempo “t+∆t “
“t” x
FIGURA 2: Imagem esquemática do método de Esta parte do trabalho baseia-se na análise da variável
acompanhamento do ciclo de vida do sistema convectivo. 1/A*(δA/ δt), onde A é a área do sistema convectivo. Este
parâmetro é indicativo do crescimento (ou decrescimento)
g) Método de calculo da velocidade e direção de
relativo do sistema com respeito a sua área média em um
propagação:
intervalo de tempo δt (tipicamente ½ hora). Se o valor é
A partir do critério de identificação de um mesmo SC
positivo o sistema está em processo de expansão, se o valor
no tempo “t” e nas imagens sucessivas em “t+∆t”, para
é próximo de zero o sistema atingiu a maturação e se o
cada um dos limiares, baseado no critério de máxima
valor for negativo o sistema está na fase de dissipação.
superposição, o calculo inicial da velocidade (em km/h) é
O objetivo desta etapa è a geração de um modelo de
gerado considerando a diferença entre a posição do centro
ciclo de vida dos sistemas baseados na informação estatística
de massa do mesmo sistema em imagens sucessivas dividi-
do comportamento dos sistemas. A partir dos trabalhos de
das pelo tempo entre as imagens. Normalmente esse tem-
Machado e Laurent (2003), o modelo do ciclo de vida de
po é de 30 minutos
um SC pode ser estimado a partir da seguinte equação.
Nos casos de “split” ou “merge”, algumas vezes, a
at 2 + bt + c
velocidade calculada não è realista, porém a velocidade é A(t ) = α ∗ e (1)
calculada como a média da velocidade dos sistemas próxi- onde α, a, b e c são parâmetros a serem definidos de
mo ao sistema em questão. O critério de vizinhança utili- acordo com o tempo de vida total do sistema. Porem, o
zado é realizado considerando um circulo de 2,5 graus de valor 1/A*(δA/ δt) são tipicamente retas.
raio centrado no centro de massa ou de quatro vezes o raio
efetivo do sistema, ou o que for maior. 1 / A ∗ ( ∂ A / ∂ t ) = mt + b (2)
No caso de um sistema novo o de geração espontâ- o valor de m e b dependem do tempo de vida total do
nea, o critério de proximidade é utilizado para a estimativa sistema. O estudo estatístico esteve focalizado na
da velocidade inicial do SC. classificação em grupos dos sistemas de acordo com o
V. AGRADECIMENTOS
Os autores Agradecem ao CTA pelo apoio dado na
elaboração desta pesquisa e a Eletropaulo e Elektro na
adaptação do modelo às necessidades do setor elétrico e
ao financiamento da pesquisa.
RESUMO INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta o projeto e a implementação de um
sistema para identificação local de equipamentos instalados Toda concessionária de distribuição de energia elé-
nas linhas de distribuição por meio de coordenadas geográfi- trica possui milhares de transformadores, chaves e outros
cas (Global Positioning System) e acesso a banco de dados equipamentos em sua rede de distribuição. Existe hoje uma
via telefone celular. O sistema desenvolvido consiste basica-
mente de um terminal portátil do tipo computador de mão enorme demanda por operações de manutenção nesses
(PDA), montado sobre uma jaqueta GPS tendo um cartão de equipamentos, exigindo uma atualização constante das
comunicação do tipo bluetooth para ligação com um telefone bases de dados contendo informações técnicas e de manu-
celular GSM, com comunicação GPRS. Este terminal portátil
é capaz de se conectar a Internet e acessar um servidor desen- tenção dos equipamentos instalados.
volvido para esta aplicação que acessa bancos de dados da Observa-se, entretanto, que essas informações não são
ESCELSA e retransmite as informações solicitadas para o ter- satisfatoriamente e nem completamente atualizadas nessa
minal portátil.Um sistema aplicativo foi desenvolvido permi-
tindo que um eletricista localizado em um ponto qualquer da base de dados, seja por inexistência de informações mais
rede de distribuição de energia, consiga obter na tela do termi- detalhadas sobre os equipamentos, seja por falta de ferra-
nal portátil um mapa dos elementos da rede de distribuição mentas apropriadas para que essa atualização seja feita re-
localizados em um quadrado com 100 metros de lado tendo o
eletricista no centro. A partir deste mapa o eletricista conse- motamente (em campo) de forma rápida e segura, ou mes-
gue obter informações técnicas de todos os equipamentos mo pela existência de inconsistências na localização geo-
mostrados na tela e ainda enviar informações de novas liga-
gráfica dos equipamentos em manutenção e das correspon-
ções efetuadas na rede. O sistema encontra-se atualmente em
fase experimental de operação na ESCELSA – Espírito Santo dentes ações preventivas e corretivas a serem tomadas.
Centrais Elétricas S. A. Nesse cenário, ocorre um grande desperdício de tem-
PALAVRAS-CHAVE po e muito esforço é despendido na busca/atualização de
Redes de comunicação de dados sem fio; Identificação de equi- informações sobre os equipamentos e nas suas operações
pamentos; Sistema de posicionamento global. de manutenção, o que degrada a disponibilidade de serviço
da empresa e retarda as operações diárias de manutenção.
O objetivo maior do projeto é desenvolver um protó-
Este trabalho teve o apoio financeiro da ESCELSA – Espírito Santo
Centrais Elétrica S. A. (Programa de P&D/ANEEL – ciclo 2001/2002).
tipo de sistema que facilite as operações de cadastro/ma-
M. Monteiro é doutorando em engenharia elétrica na UFES (e-mail: nutenção dos equipamentos de linha na rua, permitindo ao
maxmonte@terra.com.br). técnico a obtenção em tempo real de todas as identifica-
E. S. Moura é mestre em informática pela UFES (e-mail: ções e informações técnicas destes equipamentos, assim
emoura@emescam.br).
A. B. Drago é mestre em engenharia elétrica pela UFES (e-mail:
como possibilitar a atualização destas informações uma vez
adrian@inf.ufes.br). concluído o serviço.
L. O. B. S. Santos é mestrando em informática pela UFES (e-mail: Espera-se, com a disponibilização de um sistema como
lolavo@terra.com.br).
este, aumentar a confiabilidade e diminuir o tempo neces-
P. F. S. Amaral é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da
UFES (e-mail: pfsamaral@automatica.com.br ). sário para as operações de manutenção, ganhando-se em
J. G. P. Filho é professor do Departamento de Informática da UFES (e- produtividade e eficiência do sistema como um todo.
mail: zegonc@inf.ufes.br). A existência de um banco de dados georeferenciado,
P. F. Rosa é professor do Instituto de Informática da UFU (e-mail:
frosi@ose.com.br).
contendo informações técnicas e de localização de todos
G. D. Bazelatto é engenheiro eletricista da ESCELSA(e-mail: os equipamentos da rede de distribuição de uma concessi-
geraldob@escelsa.com.br onária de energia, é obrigatória para facilidade das opera-
I. ARQUITETURA DO SISTEMA
Nessa etapa o usuário, tendo previamente seleciona- FIGURA 10: Tela de informações do GPS.
do o elemento sobre o qual deseja operar, escolhe a opera-
ção desejada. As operações disponíveis nessa versão de E. Módulo de comunicação Internet/Http
validação são: Trata-se de um módulo interno, implementado atra-
vés de um objeto computacional, responsável pela comu-
• Nova Ligação nicação com o servidor do sistema. Esse módulo deve es-
Associa o número do medidor e à coordenada do poste tabelecer a conexão GPRS/Internet, através do sistema
ou ponto significativo de divisão de circuito, posto trans- GSM da operadora de celular, com o servidor, passando a
formador onde ele foi ligado, como visto na figura 8. utilizar o protocolo Http para a troca de informações.
Mensagem de resposta:
<?xml version=”1.0" ?>
<msg>
<loginSuccess>true</loginSuccess>
FIGURA 12 – Componentes da camada de controle
</msg>
A figura 13 mostra a página inicial do site da web FIGURA 15 – Tela de login para acesso ao módulo de
relativa ao projeto. gerência.