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com-textos-coordenacao-e-subordinacao-de-periodos

Publicado em NOVA ESCOLA 02 de Fevereiro | 2017

Língua Portuguesa

Gramática com textos:


coordenação e
subordinação de períodos
novaescola

Objetivo(s)

Apresentar o período composto


Analisar as relações de coordenação e subordinação entre períodos
Analisar as relações semânticas presentes na construção dos períodos
compostos.

Conteúdo(s)

Período composto
Relações de coordenação e subordinação
Relações semânticas em períodos compostos.

Ano(s)

6º, 7º, 8º, 9º

Tempo estimado

Seis aulas

Desenvolvimento

1ª etapa
Inicie a aula colocando no quadro o silogismo abaixo.

Todo brasileiro é sul-americano.


Todo paulista é brasileiro.
Todo paulista é sul-americano.

Explique aos alunos que a palavra silogismo vem do verbo syllogízo (em
grego) e significa reunir, juntar pelo pensamento, conjeturar. Trata-se de um
tipo de raciocínio desenvolvido na Grécia Antiga pelo filósofo Aristóteles (384
a.C. - 322 a.C.). Parte-se de duas afirmações, chamadas premissas, para
chegar a uma conclusão. O exemplo acima começa com uma afirmação geral
- Todo brasileiro é sul-americano -, passa por outra mais específica - todo
paulista é brasileiro - e chega à conclusão - todo paulista é sul-americano.

Entendido o conceito de silogismo, apresente à moçada o objetivo desta


sequência didática: estudar o período composto. Explique que, para isso, é
importante relembrar o período simples. Mostre aos alunos que, no
silogismo acima, há três períodos simples - cada um com um verbo ( ser).

Em seguida, peça que os alunos tentem reescrever o silogismo colocando


todas as informações em um único período. Caso perceba que os estudantes
estão com dificuldade, proponha que pensem em uma expressão indicativa
de hipótese ou condição - sugira o uso dos conectivos se e caso. Dê um
tempo para que realizem a atividade e corrija coletivamente no quadro.

Uma possibilidade de redação é a seguinte:

Se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro; logo, todo


paulista é sul-americano.

Outra é:

Se todo brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro, todo paulista é


sul-americano.

Durante a correção, mostre aos alunos que a transformação dos três


períodos em um ocorreu por meio do acréscimo de palavras como se, e, logo.
Explique que esses elementos funcionam como articuladores entre as
orações que fazem parte do período composto.

Pergunte se a conclusão (todo paulista é sul-americano) se sustenta ao


suprimirmos uma das duas orações indicadoras de condição (se todo
brasileiro é sul-americano e todo paulista é brasileiro). Os estudantes vão
notar que não.

2ª etapa
Proponha, então, que a turma se organize em duplas e transforme outros
dois silogismos em períodos compostos. Desta vez, oriente os alunos para
que comecem as frases pela conclusão.

a) Todos homens são mortais.


Sócrates é homem.
Sócrates é mortal.

b) Todo metal dilata com o calor.


A prata é um metal.
A prata dilata com o calor.

Dê um tempo para que os alunos procurem as respostas e peça que as


apresentem. Uma possibilidade de construção é:

a) Sócrates é mortal, já que Sócrates é homem e todo homem é mortal.

Outra é:

b) Sócrates é mortal porque Sócrates é homem e todo homem é mortal.

Deixe claro aos alunos a diferença de sentido entre as duas reescritas. No


primeiro caso, trata-se de um período de caráter condicional, em que o
locutor cria uma hipótese e a comprova. No segundo, as duas premissas são
tomadas como verdades, como dados que embasam o pensamento.

Explique à classe que os articuladores que interligam as orações - porque, já


que, logo, se e e -, representam uma classe de palavras chamada
"conjunções".

3ª etapa

Escreva no quadro os seguintes períodos compostos:

José saiu e Pedro chegou.


Quando José saiu, Pedro chegou.

Pergunte aos estudantes se os dois períodos possuem o mesmo significado.


Conclua com a classe que não. O primeiro possui duas orações interligadas
pela conjunção e e sugere a ideia de linearidade: primeiro José saiu e depois
Pedro chegou. Já o segundo indica concomitância entre as duas ações. Essa
simultaneidade é marcada pela presença da conjunção quando.

Explique, então, a diferença entre períodos compostos por coordenação e por


subordinação. Para isso, desmembre as duas orações presentes no item a e
pergunte à classe se elas são compreensíveis separadamente. José
saiu e Pedro chegou . A moçada vai perceber que sim.
Questione se o mesmo ocorre no item b. Os alunos vão dizer que não.
Comente que a oração Quando José saiu é um trecho solto e precisa de
complementos para fazer sentido.

Explique à classe que essa característica - possibilidade ou não de existir


independentemente do complemento - é usada por vários gramáticos para
diferenciar períodos coordenados e subordinados. São chamados períodos
compostos por coordenação aqueles em que as orações estão articuladas,
mas não há dependência entre elas. O período composto por subordinação,
por sua vez, possui orações articuladas, mas com uma relação de
dependência.

Para saber mais...

A diferenciação entre período composto por coordenação e por subordinação


apresenta vários pontos de discussão entre os gramáticos. Muitos acreditam
que também existe dependência nas orações coordenadas.

Não há consenso também sobre as denominações. Para alguns autores, o


período subordinado é composto por duas orações distintas - a principal e a
subordinada. Para outros, todo o período subordinado representa a oração
principal e, dentro dela, está a oração subordinada.

Como as relações estabelecidas pelos períodos compostos são importantes


para a estruturação do pensamento e da argumentação, talvez o mais
importante, nesse estágio de aprendizado, é dar aos alunos o conhecimento
dessas relações. Realize uma problematização compatível com o nível escolar
e não insista em aspectos da nomenclatura e classificações minuciosas.

Para se aprofundar sobre o tema, leia o texto A Coordenação e a


Subordinação nas Perspectivas Tradicional e Funcionalista: confrontos de
Andréa Marques.

4ª etapa

Peça que os alunos tragam a gramática para a classe e leia com eles os
trechos referentes à coordenação e à subordinação. Veja se a turma
apresenta alguma dúvida e explique-a. Em seguida, façam uma breve síntese
do conteúdo lido e diga para os alunos anotarem nos cadernos.

Após a escrita dessa síntese, proponha que a moçada classifique as seguintes


manchetes - publicadas no jornal Folha de S. Paulo em 03 de novembro de
2010 - em períodos compostos por coordenação ou subordinação.
a) Facebook afirma que corretora comprou dado sigiloso de usuários.
b) Gal relança obra e prepara novo disco.
c) Estudo explica por que ocidental não diferencia rostos orientais.
d) Proteína pode ser capaz de destruir células cancerígenas.
e) Republicanos ganham força, mas racham.

Para corrigir a tarefa, sublinhe os verbos de cada período e procure identificar


com a turma se eles precisam de complemento. Caso julgue interessante, use
a gramática como suporte durante a correção.

Em Facebook afirma que corretora comprou dado sigiloso de usuários,


sublinhe os verbos afirma e comprou. Ao dividir os períodos, os alunos vão
perceber que, sozinha, a primeira oração não possui sentido completo. O
verbo afirma pressupõe um complemento - que, no caso, é a oração que
corretora comprou dado sigiloso de usuários. Trata-se, portanto, de um
período composto por subordinação.

Na manchete Gal relança obra e prepara novo disco, repita o procedimento


com a classe. Sublinhe os verbos, divida os períodos e peça que os alunos
analisem as frases. Eles vão notar que, nesse caso, nenhum dos verbos
precisa de elementos da outra oração para ter seu sentido completo. Trata-
se, então, de um período composto por coordenação.

Repita a mesma orientação para analisar as demais manchetes. Quando


terminar, comente com a classe que a língua é muito rica e a classificação dos
gramáticos nem sempre dá conta dessa riqueza. É por isso que as gramáticas
se modificam ao longo do tempo.

5ª etapa

Comente com a classe que, embora as gramáticas afirmem que o e é uma


conjunção coordenada aditiva, há uma série de exemplos na Língua
Portuguesa em que ele aparece associado a ideias bem diferentes da adição.

Em seguida, peça que os alunos se dividam em trios e discutam os possíveis


sentidos assumidos pelo conectivo e nos textos publicitários abaixo:

Dê um Boticário no dia das mães e transforme-a numa linda mulher.


(Propaganda
para o dia das mães do Boticário, outdoor, Juiz de Fora, abril/2006).

Mude para a Tim e ganhe mais créditos no seu pré-pago (Propaganda Tim,
Revista Época, 20 abr 2006)

Não leve trabalho pra casa. Tenha Internet no seu Oi e leia seus e-mails no
caminho. (Propaganda, Revista Época 5 jul 2010)
Voe Azul e dê férias para o seu bolso.
(Propaganda, Revista Época 5 jul 2010)

Dê um tempo para a realização da atividade e corrija-a. Leve os alunos a


perceberem que, embora o conectivo e seja comumente associado à ideia de
adição, nos casos acima ele remete à ideia de condição e às relações de
causalidade. Explique que o vínculo apresentado nessas orações não é de
dependência sintática, mas sim da ordem do significado.

As frases Voe Azul / Dê férias para o seu bolso poderiam ser separadas e
justapostas sem a presença de conectivos. Há um vínculo implícito entre elas,
remetendo ao contexto em que se inserem e ao sentido que as atravessa.
Como estamos na dimensão do texto publicitário, mais forte será a sua ação
se ele passar como um dado natural e não como uma construção com o
objetivo de persuadir o leitor. Assim, se justificaria o camuflamento da
subordinação nessas construções.

Levante ainda com os alunos outros usos da conjunção e. Ela pode ser usada
com o sentido de adversidade - O menino caiu e não chorou -, com o sentido
de conclusão - Chegamos atrasados, perdemos o ônibus e não fomos viajar -
entre outros.

Avaliação

Proponha que os alunos leiam, em trios, o poema "Eu, etiqueta" de Carlos


Drummond de Andrade. Com base na leitura, peça que elaborem um texto
publicitário em que o conectivo e seja usado de duas maneiras: como
conjunção aditiva - Raul usa blusa da marca X e Ana usa calça da marca Y - e
como organizador de períodos com valor de hipótese - Use a marca X, a
marca Y e você será feliz. Os textos publicitários devem ser entregues ao
professor e apresentados para a classe na aula seguinte. Eu, etiqueta Em
minha calça está grudado um nome que não é o meu de batismo ou cartório,
um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na
boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até
hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei,
mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma
coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio,
meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha
xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a
cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência,
indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da
matéria anunciada. Estou, estou na moda. É doce estar na moda, ainda que a
moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as
marcas registradas todos os logotipos do mercado. Com que inocência
demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão
mim-mesmo ser pensante, sentinte e solitário com outros seres diversos e
conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora
vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer,
principalmente). E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação. Não sou
- vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para
vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta
etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde
terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias
tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam, e cada gesto, cada
olhar, cada vinco da roupa resumia uma estética? Hoje sou costurado, sou
tecido, sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da
vitrina me tiraram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece
como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Para me ostentar assim,
tão orgulhoso e ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome
retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa. Eu
sou a coisa, coisamente. (Carlos Drummond de Andrade) Disponível em:
acd.ufrj.br/~pead/tema10/perspectivas.html - Acesso em 02 nov 2010

Créditos: Conceição Aparecida Bento Formação: Doutora em Letras pela


Universidade de São Paulo e professora universitária.

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