Anda di halaman 1dari 2

2.

MORGAN E O MARXISMO

2.1 AS BASES

De Kant originaram-se as bases das grandes correntes do século XIX: positivismo e


idealismo. Contra G. F. Hegel ergueram-se L. Feuerbach e K. Marx, assim como E. Husserl
pugnou contra o positivismo. Do positivismo, nasceu o evolucionismo de H. Spencer, e
deste, L. Morgan seria um dos mais famosos e lidos durante aquele período histórico. Como
afirmou Laplantine (2003, p.49), “O evolucionismo encontrara sua formulação mais
sistemática e mais elaborada na obra de Morgan.”

Mas, quais seriam os pontos em que ambas as correntes, seja positivismo e


evolucionismo, ou idealismo e materialismo?

O primeiro deles é a base kantiana, ou a visão de mundo baseada nas formas ​a


​ a posteriori do conhecimento. Ora, Immanuel Kant delimitou bem o terreno de suas
priori e
filosofia, a qual segundo ele, “não poderia ir além das categorias do entendimento humano”,
segundo Maréchal (1923, p. 57), “pensava Kant que um dos erros iniciais dos metafísicos
era o uso da razão, a passo que os cientistas naturais, físicos e matemáticos, faziam o uso
das faculdades naturais do conhecimento (ou seja, a ​res cogitans e a ​res extensa​,
separadas anteriormente por René Descartes). Eis a revolução copernicana da filosofia. G.
F. Hegel, por sua vez, afirmou que a verdade está na ideia. E K. Marx, achando ter invertido
o seu mestre, disse que a verdade está na matéria. Os positivistas, ao contrário de Hegel,
afirmam o meio exterior, a partir da experiência, proporciona a verdade, e assim são
seguidos pelos evolucionistas, que acrescentaram elementos mais naturalistas.

Muito embora opostos pelo mesmo vértice, nenhum deles eliminou a base kantiana
lançada no Ocidente, quer externamente ou internamente.

O segundo deles é a completa aversão ao sagrado, ou religioso. Com a abolição da


transcendência da metafísica por Kant (MARÉCHAL, 1923, p. 29-37), restaram apenas os
costumes. Dos costumes, Hegel reduziu-os ao Estado Germânico, enquanto seus
discípulos e opositores, Feuerbach e Marx, considerava a religião o “ópio do povo.” ​Last but
not least​, os positivistas, influenciados por Comte, pregavam a profanização do conteúdo
religioso e a sacralização da ciência, e sob este aspecto, Laplatine (2003, p. 50) afirma:

Em primeiro lugar a maioria dos antropólogos desse período, absolutamente


confiantes na racionalidade científica triunfante, são não apenas agnósticos mas
também deliberadamente anti-religiosos. Morgan, por exemplo, não hesita em
escrever que "todas as religiões primitivas são grotescas e de alguma forma
ininteligíveis", e Tylor deve parte de sua vocação a uma reação visceral contra o
espiritualismo de seu meio. Mas e certamente o Ramo de Ouro, de Frazer (trad. fr.
1981-1984),que realiza a melhor síntese de todas as pesquisas do século XIX
sobre as "crenças"e "superstições".

A partir destes dois pontos é possível chegar a uma síntese do pensamento de


Morgan e do Marxismo.
2.2. O EXAME

Segundo Lévi-Strauss (1993), “Morgan fundou simultaneamente a antropologia


social e os estudos de parentesco, explicando por que a primeira deve atribuir tanta
importância aos segundos. De acordo com Morgan, de todos os fatos sociais, os que dizem
respeito ao parentesco e ao casamento manifestam, no mais alto grau, esses caracteres
duráveis, sistemáticos e contínuos, que dão ocasião à análise científica.” (ASSIS &
KÜMPEL, 2011, p. 81)
Enquanto Marx, junto a Engels, é chamado de pai do socialismo científico, também
conhecido como Materialismo-Histórico-Dialético.
No livro A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, Engels se
aproveita de notas de Marx acerca do livro de Morgan, A Sociedade Antiga, a qual
apresentava ao interlocutor, uma visão materialista, diferente das influências cosmogonias
do mundo antigo, tal como a Teogonia, de Hesíodo.
Segundo Assis & Kümpel (2011, p. 83), Morgan organiza a investigação das
sociedades arcaicas em conformidade com a concepção materialista, segundo a qual o
fator decisivo na história é, em última instância, a produção e a reprodução da vida
imediata. Isso significa que a ordem social de uma época está determinada por duas
espécies de produção: a) pelo grau de desenvolvimento do trabalho: quanto menos
desenvolvido é o trabalho, mais restrita é a quantidade dos seus produtos e, por
consequência, a riqueza da sociedade; b) pelo grau de influência da família: quanto menos
desenvolvido é o trabalho, com maior força se manifesta a influência dominante dos laços
de parentesco sobre o regime social.
Eis a principal convergência entre Morgan e Marx: o materialismo e o ódio a tudo
que seja transcendente.

LIVROS USADOS

ASSIS, Olney Queiroz & KÜMPEL, Vitor Frederico. Manual de antropologia jurídica.
São Paulo: Saraiva, 2011.
MARÉCHAL, Joseph. Le point départ de la métaphysique: La Crique de Kant.
Bruxelas: Charles Beyart, 1923.
LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2003.

Anda mungkin juga menyukai