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EXMO (A) SR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA FEDERAL

PREVIDENCIÁRIA DE XXXXXXXXXXX – RS

XXXXXXXXXXXXXXXXX, já cadastrado
eletronicamente, vem, com o devido
respeito, perante Vossa Excelência, por meio
de seus procuradores, propor

AÇÃO DE REVISÃO DE RENDA MENSAL


INICIAL

em face do INSTITUTO NACIONAL DO


SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes
fundamentos fáticos e jurídicos que passa a
expor:

I - DOS FATOS:
O Autor recebe atualmente a aposentadoria por tempo de
contribuição NB XXXXXXXXXX-X concedida nos autos do
processo judicial nº XXXXXXXXXXX.

Entretanto, no benefício da parte Autora não foi


computado o período em gozo de benefício por incapacidade
intercalado com o exercício de atividades entre 25/01/1999 e
30/05/1999.

Além disso, no processo judicial nº XXXXXXXXXXXXX, em


que foi concedido o benefício em questão não houve análise da
forma de cálculo mais benéfica ao Autor, determinando-se
simplesmente que fosse concedida a aposentadoria por tempo
de serviço integral nas condições anteriores à Emenda
Constitucional nº 20/98, tendo em vista que naquela data já
havia cumprido todos os requisitos para obtenção do benefício a
esta data.

Dessa forma, a parte Autora vem postular a revisão de seu


benefício para que seja computado o tempo em gozo de
benefício, bem como seja calculado o benefício na data e na
forma em que o valor do benefício lhe for mais vantajoso.

II - DO DIREITO

DA COISA JULGADA
Inicialmente, a parte Autora destaca que não existe
coisa julgada em relação aos pedidos apresentados no presente
processo. Isto porque, no processo judicial nº XXXXXXXXXX a
parte Autora buscava o reconhecimento do tempo de serviço
rural entre 04/08/1965 e 14/05/1972 e a concessão de
aposentadoria por tempo de contribuição.

No presente processo, a parte Autora busca o computo


do período em gozo de benefício por incapacidade no período de
25/01/1999 a 30/05/1999 e a revisão da forma de cálculo de seu
benefício a fim de que seja aplicada a sistemática de cálculo que
lhe é mais vantajosa, com a retroação do período básico de
cálculo à data em que resultado do cálculo da RMI lhe era mais
benéfico.

No que tange ao reconhecimento do período de


25/01/1999 a 30/05/1999, não há necessidade de tecer maiores
comentários, pois, obviamente não há coisa julgada já que não
houve qualquer menção a este assunto ou a outro que se possa
com ele confundir.

No que tange à aplicação da sistemática de cálculo mais


vantajosa ao benefício da parte Autora, com a realização do
cálculo na data que garanta a maior RMI, ressalta-se que apesar
de sentença ter fixado a RMI do benefício, não há coisa julgada.

Em primeiro lugar, porque o acréscimo do tempo de


serviço ora postulado altera as circunstâncias consideradas no
processo anterior, com a alteração de tempo de serviço e
inclusão de novos salários de contribuição no PBC, de forma que,
havendo o reconhecimento do período ora postulado será
necessária nova avaliação acerca das condições de elegibilidade,
bem como análise da data de aquisição do direito e sistemática
de cálculo mais vantajosa.

Ademais, o fato de benefício de aposentadoria por


tempo de contribuição ter sido concedido judicialmente não gera
coisa julgada em relação ao pedido de recálculo do valor do
benefício para retroação do período básico de cálculo e aplicação
de sistemática que lhe é mais vantajosa, tendo em vista que a
alegação de direito adquirido à forma de cálculo trata-se de
pedido autônomo e diverso do pedido de concessão de
aposentadoria por tempo de contribuição. Nessa esteira,
destaca-se a jurisprudência do TRF4:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. REVISÃO. DIREITO ADQUIRIDO
AO MELHOR BENEFÍCIO. COISA JULGADADA NÃO
CONFIGURADA. 1. Na dicção legal, a coisa julgada é a
eficácia que torna imutável e indiscutível a decisão não
mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário (CPC,
art. 467), impedindo o reexame da causa no mesmo
processo (coisa julgada formal) ou em outra demanda
judicial (coisa julgada material). Tal eficácia preclusiva -
que visa a salvaguardar a segurança nas relações sociais
e jurídicas, conferindo-lhes estabilidade - projeta-se para
além do conteúdo explícito do julgado, alcançando todas
as alegações e defesas que poderiam ter sido suscitadas
e não o foram pelas partes, nos termos do art. 474 do
Código de Processo Civil. 2. Não constitui óbice ao
processamento da ação a regra estabelecida
pelo art. 474 do CPC, porque, dada a sua
autonomia, a pretensão a reconhecimento de
direito adquirido ao melhor benefício não se
enquadra no conceito de "alegação ou defesa"
que a parte poderia opor ao acolhimento ou à
rejeição do pedido (que, no caso, era o
deferimento de aposentadoria por tempo de
serviço/contribuição). 3. Não há se falar em coisa
julgada em relação a pedidos que não foram objeto de
pronunciamento judicial específico (art. 469 do CPC).
(TRF4, AC 5000988-05.2011.404.7209, Quinta Turma,
Relatora p/ Acórdão Vivian Josete Pantaleão Caminha,
D.E. 07/03/2013)

Dessa forma, não há que se falar em coisa julgada, eis


que no processo XXXXXXXXXXXXXX, a parte Autora postulou
apenas o reconhecimento de tempo de serviço rural e concessão
de aposentadoria por tempo de contribuição. Assim, no processo
anterior, em nenhum momento houve pedido para que o cálculo
do benefício considerasse a sistemática mais benéfica ao Autor,
tendo em vista o seu direito adquirido ao cálculo na data mais
vantajosa.

Da mesma forma, no dispositivo da sentença não há


qualquer negativa ou referência ao direito adquirido à forma de
cálculo mais vantajosa.

Nesse ponto ressalta-se que a única parte da sentença


apta a fazer coisa julgada é o dispositivo sentencial, nos termos
do art. 469, do CPC:

“Art. 469. Não fazem coisa julgada:


I - os motivos, ainda que importantes para
determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como
fundamento da sentença;
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida
incidentemente no processo”.

E o texto do referido dispositivo é fielmente aplicado


pelo STJ, que afirma reiteradamente que se não há decisão
expressa no dispositivo não há coisa julgada:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO POR RÉUS
EM DEMANDA JULGADA IMPROCEDENTE. AUSÊNCIA DE
INTERESSE RECURSAL.FUNDAMENTOS DA DECISÃO.
COISA JULGADA. OCORRÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE.DECISÃO MANTIDA.1. Os réus em
demanda julgada improcedente não têm interesse
recursal para interpor recurso contra o acórdão de
improcedência da ação.2. Somente a parte
dispositiva da sentença é alcançada pela
coisa julgada material. Os fundamentos de
fato e de direito em que se baseou a sentença não
são atingidos pela coisa julgada e podem ser
reapreciados em outra ação (art. 469 do CPC).3.
Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg nos
EDcl no AREsp 99.368/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 27/11/2012, DJe
07/12/2012)

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA DE COTAS


CONDOMINIAIS. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA.
VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS.
DESCABIMENTO. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA.
SÚMULA Nº 211/STJ. FUNDAMENTAÇÃO DO JULGADO.
COISA JULGADA. NÃO OCORRÊNCIA. COISA JULGADA
FORMAL. PRECLUSÃO. DISTINÇÃO. DOUTRINA. DÉBITO
CONDOMINIAL NÃO PREVISTO NO EDITAL.
ARREMATAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO.
PRECEDENTES. 1. Não há falar em negativa de prestação
jurisdicional se o tribunal de origem motiva
adequadamente sua decisão, solucionando a
controvérsia com a aplicação do direito que entende
cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido
pela parte. 2. Compete ao Superior Tribunal de Justiça,
em sede de recurso especial, a análise da interpretação
da legislação federal, motivo pelo qual se revela inviável
invocar, nesta seara, a violação de dispositivos
constitucionais porquanto matéria afeta à competência
do STF (art. 102, inciso III, da Carta Magna). 3. A
ausência de prequestionamento da matéria suscitada no
recurso especial, a despeito da oposição de embargos
declaratórios, impede o conhecimento do recurso
especial (Súmula nº 211/STJ). 4. A teor do disposto no
art. 469, inciso I, do Código de Processo Civil, os
motivos, ainda que importantes para determinar o
alcance da parte dispositiva do julgado, não fazem
coisa julgada. 5. Se a responsabilidade do
adquirente do imóvel pelo pagamento do débito
condominial foi utilizada como um dos
fundamentos para o indeferimento de pedido
incidental formulado pelo condomínio nos autos
da execução, não há falar em coisa julgada a
impedir a rediscussão da matéria em posterior
ação de cobrança. 6. A doutrina especializada ensina
que a expressão "coisa julgada formal" deve ser usada
apenas com referência às sentenças. Decisões
interlocutórias sujeitam-se à preclusão, o que impede a
rediscussão da matéria no mesmo processo, mas não em
outro. 7. Segundo a jurisprudência desta Corte, em não
havendo ressalvas no edital de praça, não pode ser
atribuída ao arrematante a responsabilidade pelo
pagamento das despesas condominiais anteriores à
alienação judicial. 8. Recurso especial conhecido em
parte e, nessa parte, provido.(REsp 865.462/RJ, Rel.
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 08/03/2012)

ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
EMBARGOS À EXECUÇÃO. POLICIAL RODOVIÁRIO
FEDERAL.REAJUSTE DE 3,17%. LIMITAÇÃO. MP 2.225/01.
POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE OFENSA À COISA JULGADA
1. Não há falar em ofensa à coisa julgada se na parte
dispositiva da sentença exequenda não existir expressa
determinação no sentido de que seja afastada a
limitação determinada pela Lei n.º
9.654/98.Precedentes.2. A entrada em vigor da
mencionada Lei, em atenção ao disposto no art. 10 da
Medida Provisória nº 2.225-45/01, constitui termo final
para a incidência do reajuste de 3,17% aos integrantes
da carreira de Policial Rodoviário Federal. Precedentes. 3.
Tendo sido a Gratificação de Atividade Policial Rodoviário
Federal, a Gratificação de Desgaste Físico e Mental e a
Gratificação de Atividade de Risco criadas pela Lei n.º
9.654/98, tida como limite para a incidência do reajuste
de 3,17%, não deve ele incidir sobre as aludidas
gratificações.4. Embargos de declaração acolhidos, sem
efeitos infringentes.(EDcl no AgRg no REsp 1145040/PR,
Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA
TURMA, julgado em 17/04/2012, DJe 23/05/2012)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR
PÚBLICO. POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. EMBARGOS À
EXECUÇÃO. OFENSA À COISA JULGADA. INEXISTÊNCIA.
RESÍDUO DE 3,17%. ADVENTO DA LEI Nº 9.654/1998.
REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA. LIMITAÇÃO TEMPORAL.
POSSIBILIDADE. 1. Não há, na parte dispositiva da
sentença exequenda, determinação expressa para que
seja afastada a limitação temporal do pagamento do
resíduo de 3,17%, o que infirma a alegação de ofensa à
coisa julgada em sede de embargos à execução. 2. A
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no
sentido de que a Lei nº 9.654/1998 promoveu a
reestruturação da carreira dos Policiais Rodoviários
Federais, razão pela qual constitui o termo final da
incidência do reajuste de 3,17%, conforme disposto no
art. 10 da Medida Provisória 2.225-45/2001. 3. Agravo
regimental a que se nega provimento. Embargos de
declaração prejudicados. (AgRg no REsp 1180194/PR,
Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em
09/10/2012, DJe 19/10/2012)

Assim, como o dispositivo da sentença apenas indicou


determinada forma de cálculo, sem afastar, ou mesmo analisar,
a possibilidade de que o benefício fosse calculado por outra
sistemática segundo o direito adquirido ao benefício mais
vantajoso, não há que se falar em coisa julgada.

Portanto, em que pese nos autos do processo anterior


tenha sido realizado cálculo do salário de benefício de acordo
com as regras anteriores a Emenda Constitucional 20/98,
utilizando no PBC as contribuições anteriores a DER em
05/11/2003, não esta afastada a possibilidade de a parte Autora
ingressar com processo judicial buscando a revisão do benefício
para aplicação de sistemática mais vantajosa de cálculo,
porquanto a forma de cálculo do benefício não foi objeto do
pedido inicial, nem houve no dispositivo da sentença qualquer
afirmação de que o Autor não teria direito a outra forma de
cálculo do benefício.
Ante o exposto, está demonstrada a ausência de coisa
julgada no presente caso, eis que são diversos os pedidos
apresentados em ambos os processos.

DO INTERESSE DE AGIR

No que tange ao interesse processual, a parte Autora


esclarece que buscou o INSS a fim de postular
administrativamente a revisão de seu benefício, porém, o INSS
agendou a data de 13/09/2013 para que a parte Autora
apresente o pedido de revisão. Dessa forma, está configurado o
interesse processual pela demora injustificada da administração
apreciar o pedido.

Isto porque, não pode ficar o segurado a mercê do INSS,


que sob o pretexto de organização interna adotou o sistema de
agendamento de datas para protocolar pedidos, e, assim,
submete os segurados a longos períodos de espera para
apresentar sua pretensão frente ao INSS. Nessa toada, também
se destaca a jurisprudência entendendo pela existência de
interesse de agir pela demora do INSS em apresentar resposta ao
segurado:

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE.


DEMORA NA DECISÃO. ART. 49 DA LEI N. 9.874/99.
PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA E DA RAZOABILIDADE.
DIREITO FUNDAMENTAL À RAZOÁVEL DURAÇÃO DO
PROCESSO E À CELERIDADE DE SUA TRAMITAÇÃO.
INTERESSE DE AGIR CONFIGURADO. 1. A Lei n.
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito
federal, dispôs, em seu art. 49, um prazo de trinta dias
para a decisão dos requerimentos veiculados pelos
administrados, prazo esse prorrogável por igual período
mediante motivação expressa. 2. Não se desconhece o
acúmulo de serviço a que são submetidos os servidores
do Instituto Previdenciário, impossibilitando, muitas
vezes, o atendimento do prazo determinado pelo Diploma
Legal. Todavia, o transcurso de quase seis meses entre o
pedido administrativo e o ajuizamento da demanda, sem
qualquer movimentação e sem qualquer decisão da
Autarquia Previdenciária no processo administrativo de
concessão da pensão, mostrou-se deveras exacerbado e
contrariou fatalmente os princípios da eficiência e da
razoabilidade, previstos, respectivamente, no art. 37,
caput, da CF e no art. 2º, caput, da Lei do Processo
Administrativo Federal, aos quais a Administração Pública
está jungida. Portanto, a demora do INSS em
manifestar-se acerca do pedido de concessão de
pensão por morte formulado na esfera
administrativa configura o interesse de agir da
parte autora. 3. In casu, o fato de o Instituto ter
concedido a pensão por morte e pago os valores
atrasados na via administrativa, apenas após o
ajuizamento da ação, estaria a caracterizar, não a perda
de interesse processual superveniente, mas o
reconhecimento do pedido superveniente à propositura, a
acarretar a consequente extinção do processo com
resolução do mérito, nos termos do art. 269, inciso II, do
CPC. 4. Reconhecida, no caso concreto, a necessidade,
para evitar alegação futura de nulidade do julgado, da
anulação, de ofício, da sentença, para que seja
angularizada a relação processual, mediante a citação
válida do INSS, permitindo às partes que discutam sobre
o acerto dos valores pagos na via administrativa a título
de atrasados. (TRF4, AC 5009298-45.2011.404.7000,
Sexta Turma, Relator p/ Acórdão Celso Kipper, D.E.
10/05/2012)

PREVIDENCIÁRIO. NÃO COMPARECIMENTO À PERÍCIA


ADMINISTRATIVA. ABANDONO VOLUNTÁRIO DO PEDIDO.
1. Não há necessidade de esgotamento da via
administrativa, quando do pedido de benefício
previdenciário. Todavia, deve ficar demonstrada
pretensão resistida, ainda que pela demora na
análise do requerimento. 2. No caso de a parte autora
não comparecer à perícia médica marcada no âmbito
administrativo, optando por ingressar imediatamente em
juízo, não há pretensão resistida, porquanto houve
abandono voluntário do pedido naquela âmbito, sem que
o INSS tivesse oportunidade de analisar o pedido. 3.
Recurso acolhido, para extinguir o feito sem resolução do
mérito, por falta de interesse processual. Não
comparecimento. (5046732-59.2011.404.7100, Quarta
Turma Recursal do RS, Relator p/ Acórdão Paulo Paim da
Silva, julgado em 19/10/2011)

E veja-se que, no presente caso, a parte Autora terá de


aguardar por vários meses para apresentar os motivos do seu
pedido de revisão e, ainda necessitará esperar que o INSS
analise o pedido da parte Autora. Trata-se de demora excessiva
na tramitação do processo administrativo que não pode ser
imposta a parte Autora.

Dessa forma, está comprovado o interesse de agir da


parte Autora pela demora injustificada no prazo de agendamento
da revisão do seu benefício.

DO MÉRITO

A parte Autora recebe aposentadoria por tempo de


contribuição concedida através do processo judicial nº
XXXXXXXXXX, o qual reconheceu tempo de serviço rural e
concedeu o benefício a partir de 05/11/2003.

Ocorre que no benefício da parte Autora não foi


computado como tempo de contribuição o período em gozo de
auxílio doença entre 25/01/1999 e 30/05/1999, bem como, não
foi analisada a melhor forma de cálculo do benefício concedido a
parte Autora, ao passo que constatando-se o seu direito a se
aposentar pelas regras originais da Lei 8.213/91, simplesmente
determinou-se o cálculo do benefício segundo as regras
anteriores à Emenda Constitucional nº 20/952, considerando no
período básico de cálculo os últimos 36 meses de contribuição
anteriores a DER.

Dessa forma, não foi concedido o benefício mais


vantajoso ao Demandante, posto que este possuía direito a
benefícios com rendas mensais inicias superiores se considerado
como data do direito adquirido momento posterior.

DO PERÍODO EM GOZO DE AUXÍLIO DOENÇA

A parte autora gozou de benefício de auxílio doença


entre 25/01/1999 e 30/05/1999, sendo que este benefício foi
concedido de forma intercalada com o exercício de atividades
laborativas, conforme se verifica do CNIS e do próprio resumo de
tempo de serviço emitido pelo INSS por ocasião da implantação
da aposentadoria.

Assim, este período deve ser computado como tempo de


contribuição e, no período básico de cálculo da aposentadoria por
tempo de contribuição, deve ser incluído o valor do salário-de-
benefício do auxílio-doença como salários-de-contribuição em
relação ao período em gozo do benefício por incapacidade, nos
termos dos artigos 55, inciso I e 29, §5º da Lei 8.213/91:

Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação


dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c
do inciso I do art. 18, na média aritmética simples
dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o
período contributivo, multiplicada pelo fator
previdenciário; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)
[...]
5º Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver
recebido benefícios por incapacidade, sua duração
será contada, considerando-se como salário-de-
contribuição, no período, o salário-de-benefício que
serviu de base para o cálculo da renda mensal,
reajustado nas mesmas épocas e bases dos
benefícios em geral, não podendo ser inferior ao
valor de 1 (um) salário mínimo.

Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na


forma estabelecida no Regulamento,
compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de segurados
de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior
à perda da qualidade de segurado:
[...]
II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de
auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;

Na mesma esteira, reconhecendo como tempo de


contribuição o período em gozo de benefício por incapacidade
intercalado com períodos de contribuição, destaca-se a
jurisprudência do TRF4:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. CÔMPUTO COMO


PERÍODO DE CARÊNCIA PARA A PERCEPÇÃO DE OUTROS
BENEFÍCIOS. POSSIBILIDADE, DESDE QUE INTERCALADO
COM INTERVALOS DE CONTRIBUIÇÃO. APOSENTADORIA
POR IDADE URBANA. ART. 142 DA LBPS. 1. O tempo em
que o segurado esteve em gozo de auxílio-doença ou de
aposentadoria por invalidez, desde que intercalado com
períodos de trabalho efetivo, ou de efetiva contribuição,
pode ser computado para fins de carência. 2. Se os
salários-de-benefício do auxílio-doença e/ou da
aposentadoria por invalidez percebidos no período básico
de cálculo de outro benefício só podem ser considerados
como salário de contribuição para a estipulação da renda
mensal inicial da nova pretensão (aposentadoria por
tempo de contribuição, v.g., ) se medearam períodos
contributivos, de modo a serem intercalados - ou seja,
entre a data de início do novo benefício e aquele por
incapacidade deve existir período de contribuição -, não
há razão para dar tratamento diferenciado à questão
posta nos presentes autos (cômputo, como período de
carência, do tempo em que o segurado estiver em gozo
de benefício por incapacidade), tanto mais quando a
legislação previdenciária conceitua como período de
carência "o número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao
benefício". 3. A concessão de aposentadoria por idade
urbana depende do preenchimento da carência exigida e
da idade mínima de 60 anos para mulher e 65 anos para
homem. 4. Tendo a segurada sido filiada ao sistema antes
da edição da Lei n. 8.213/91, a ela deve ser aplicada,
para fins de cômputo da carência necessária à concessão
da aposentadoria, a regra de transição disposta no art.
142 da Lei de Benefícios, independentemente da
existência ou não de vínculo previdenciário no momento
da entrada em vigor de dito Diploma. (TRF4, AC
0000265-72.2013.404.9999, Sexta Turma, Relator Celso
Kipper, D.E. 15/04/2013)

Dessa forma, o período em gozo de auxílio doença entre


25/01/1999 e 30/05/1999 deve ser computado como tempo de
contribuição, considerando-se como salário-de-contribuição no
período o valor do salário-de-benefício do auxílio doença.

DO DIREITO ADQUIRIDO A MELHOR FORMA DE CÁLCULO

No presente caso, considerando tempo de contribuição a


ser reconhecido no presente processo, em conjunto o tempo de
contribuição já reconhecido administrativamente e no processo
anterior, o Autor possui direito adquirido a aposentadoria tanto
pelas regras anteriores quanto pelas regras posteriores à
Emenda Constitucional nº 20/98, bem como pelas regras da Lei
nº 9.876/99. A tabela abaixo demonstra detalhadamente o tempo
de serviço do Autor:

Data de início Data final Empresa Tempo de Contribuição

04 / 08 / 1965 14 / 05 / 1972 Segurado Especial 6 anos, 9 meses e 11 dias

15 / 05 / 1972 31 / 03 / 1973 Ministério do Exército 10 meses e 17 dias

01 / 06 / 1974 28 / 02 / 1979 xxxxxxxxxx Ltda. 4 anos e 9 meses

3 anos e 11 meses convertidos


01 / 03 / 1979 31 / 01 / 1983 xxxxxxxxxx Ltda.
em 5 anos, 5 meses e 24 dias

21 / 09 / 1983 21 / 11 / 1983 xxxxxxxxxxxxx AS 2 meses e 1 dia

5 meses e 2 dias convertidos


01 / 02 / 1984 02 / 07 / 1984 xxxx & Cia Ltda.
em 7 meses e 2 dias

5 anos, 4 meses e 15 dias


02 / 07 / 1984 16 / 11 / 1989 xxxxxx Ltda convertidos em 7 anos, 6 meses
e 9 dias

7 meses e 23 dias, convertidos


01 / 12 / 1990 23 / 07 / 1991 xxxxxxxxxx
em 10 meses e 26 dias

3 anos, 7 meses e 22 dias


01 / 08 / 1991 22 / 03 / 1995 xxxxxxxx & Filhos Ltda convertidos em 5 anos 1 mês e
6 dias

xxxxxxxxx Comércio e 1 mês 6 dais convertidos em 1


23 / 03 / 1995 28 / 04 / 1995
Pavimentações Ltda mês 20 dias

xxxxxxxx Comércio e
29 / 04 / 1995 05 / 09 / 1995 4 meses e 7 dias
Pavimentações Ltda

01 / 02 / 1996 24 / 06 / 1997 xxxxxxxx e Cia Ltda. 1 anos, 4 meses e 24 dias

Tempo em Benefício
20 / 08 / 1997 22 / 10 / 1998 1 ano, 2 meses e 3 dias

25 / 01 / 1999 30 / 05 / 1999 Tempo em Benefício 4 meses e 6 dias


x Prestação de Serviços
02 / 01 / 2001 04 / 11 / 2003 2 anos, 10 meses e 3 dias
Ltda

Total tempo de contribuição até a DER 38 anos, 5 meses e 9 dias

Total tempo de contribuição até 30/06/2000 (melhor


35 anos, 7 meses e 6 dias
data para cálculo)

Total tempo de contribuição até 28/11/1999 35 anos, 7 meses e 6 dias

Total tempo de contribuição até 16/12/1998 35 anos e 3 meses

Dessa forma, como já possuía 35 anos de tempo de


contribuição em 16/12/1998, Demandante possui direito
adquirido a aposentadoria integral desde 1998, inclusive
preenchendo todos os requisitos exigidos pelas legislações
posteriores.

Assim, como adquiriu o direito em diversos marcos


posteriores, mês a mês, é direito do segurado a concessão do
benefício com realização dos cálculos considerando como dia
para a realização do cálculo a data em que o benefício for mais
vantajoso.

Isto porque, a partir do momento em que o segurado


adquiriu o direito a aposentadoria, porém optou por permanecer
em atividade, deve lhe ser garantido o direito de optar pelas
regras que lhe alcancem o melhor benefício, não podendo o
segurado ser prejudicado na renda do seu benefício por ter
continuado vertendo contribuições para o INSS após o momento
em que adquiriu o direito ao melhor benefício possível.
Após adquirir o direito, o segurado pode exercê-lo a
qualquer tempo, sendo lhe facultado escolher qual o momento
mais benéfico para tanto.

Entender de outra forma, seria uma afronta a garantia


constitucional da intangibilidade do direito adquirido (ar. 5º
XXXVI), eis que se estaria negando o direito do segurado a
receber aposentadoria que lhe é mais benéfica, e para a qual
preencheu todos os requisitos, unicamente por que em outro
momento também preencheu requisitos a outra aposentadoria
que lhe é menos vantajosa.

Nesse sentido, a jurisprudência do STF:

PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO CITRA PETITA.


NULIDADE DO ACÓRDÃO EMBARGADO.
PREVIDENCIÁRIO. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR
BENEFÍCIO. RETROAÇÃO DO PERÍODO BÁSICO DE
CÁLCULO. 1. O julgamento citra petita caracteriza
questão de ordem pública, a ser reconhecida de ofício,
implicando nulidade do acórdão anterior. 2. O prazo de
decadência do direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a revisão do ato de concessão do
benefício, previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91 -
a partir da redação dada pela Medida Provisória n. 1.523-
9, de 27-06-1997 e suas reedições posteriores,
convertida na Lei n. 9.528, de 10-12-1997, alterada pelas
Medidas Provisórias n. 1.663-15, de 22-10-1998,
convertida na Lei n. 9.711, de 20-11-1998, e n. 138, de
19-11-2003, convertida na Lei n. 10.839, de 05-02-2004 -
somente é aplicável aos segurados que tiveram
benefícios concedidos após a publicação da Medida
Provisória que o previu pela primeira vez, não podendo
esta incidir sobre situações jurídicas já constituídas sob a
vigência da legislação anterior. Precedentes do colendo
STJ e desta Corte. 3. No entanto, recentemente, a
Primeira Seção do STJ - que passou a julgar os processos
envolvendo matéria previdenciária - alterou aquele
entendimento (REsp n. 1.303.988, Rel. Ministro Teori
Albino Zavascki, Dje de 21-03-2012). Não obstante,
considerando (a) que tal decisão ainda está sujeita a
Embargos de Divergência e (b) que foi reconhecida, pelo
Supremo Tribunal Federal, a repercussão geral da
questão (RE 626.489 RG - SE, Rel. Ministro Ayres Britto,
Dje de 02-05-2012), tenho por mais prudente, por ora,
manter a posição até agora externada. 4. Tendo em vista
que o benefício da parte autora foi concedido antes da
publicação da Medida Provisória n. 1.523-9, de 27-06-
1997, posteriormente convertida na Lei n. 9.528/97,
inexiste prazo decadencial para que aquela pleiteie a
revisão da RMI do benefício. 5. Dado que o direito à
aposentadoria surge quando preenchidos os
requisitos estabelecidos em lei para o gozo do
benefício, e tendo o segurado preenchido todas as
exigências legais para inativar-se em um
determinado momento, não pode servir de óbice
ao reconhecimento do direito ao cálculo do
benefício como previsto naquela data o fato de ter
permanecido em atividade, sob pena de restar
penalizado pela postura que redundou em
proveito para a Previdência. Ou seja, ainda que
tenha optado por exercer o direito à
aposentação em momento posterior, possui
o direito adquirido de ter sua renda mensal
inicial calculada como se o benefício
tivesse sido requerido e concedido em
qualquer data anterior, desde que
implementados todos os requisitos para a
aposentadoria. 6. É devida a retroação do
período básico de cálculo (PBC) ainda que não
tenha havido alteração da legislação de regência,
pois a proteção ao direito adquirido também se faz
presente para preservar situação fática já
consolidada mesmo ausente modificação no
ordenamento jurídico, devendo a Autarquia
Previdenciária avaliar a forma de cálculo que seja
mais rentável aos segurados, dado o caráter social
da prestação previdenciária, consoante previsão
contida no art. 6.º da Constituição Federal. 7. Muito
embora o art. 122 da Lei n. 8.213/91 tenha previsto a
retroação do período básico de cálculo nos casos de
aposentadoria integral (regra reproduzida nas normas
regulamentadoras), é possível a extensão desse direito
aos casos de concessão de aposentadoria proporcional,
em face do princípio da isonomia e em respeito ao
critério da garantia do benefício mais vantajoso, como,
aliás, preceitua o Enunciado N.º 5 do próprio Conselho de
Recursos da Previdência Social - CRPS: "A Previdência
Social deve conceder o melhor benefício a que o
segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse
sentido." 8. Os salários de contribuição que integrarão o
novo período básico de cálculo (PBC) deverão ser
atualizados até a data em que reconhecido o direito
adquirido, apurando-se nessa data a renda mensal inicial
(RMI), a qual deverá ser reajustada, nos mesmos meses
e índices oficiais de reajustamento utilizados para os
benefícios em manutenção, até a Data do Início do
Benefício-DIB. A data de início de pagamento (DIP)
deverá coincidir com a DER. 9. O cálculo da renda
mensal inicial de benefício previdenciário concedido a
partir de março de 1994 inclui a variação integral do
IRSM de fevereiro de 1994 (39,67%). Súmula 77/TRF4.
10. Os efeitos financeiros da revisão deferida são
devidos desde a DER, respeitada a prescrição quinquenal
e os limites do pedido. (TRF4, QUOAC 5001264-
85.2010.404.7204, Sexta Turma, Relator p/ Acórdão
Celso Kipper, D.E. 30/11/2012)

Ainda, em decisão recente, ao julgar o RE 630.501,


ao qual foi reconhecida repercussão geral, o STF
julgou que o segurado possui direito ao melhor benefício,
mesmo quando não houverem alterações legislativas após
a aquisição do direito, mas, em razão da oscilação nos
valores da contribuições o cálculo da RMI seja mais
vantajoso em momento diverso do momento da
concessão do benefício.

No mesmo sentido, a jurisprudência do TRF4:


PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA
MATERIAL CORROBORADO POR TESTEMUNHAS.
ATIVIDADE ESPECIAL. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA
MAIS VANTAJOSA. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR
BENEFÍCIO. RETROAÇÃO DO PERÍODO BÁSICO DE
CÁLCULO. INAPLICABILIDADE DE REDUTORES
POSTERIORES AO SALÁRIO DE BENEFÍCIO. TUTELA
ESPECÍFICA. 1. O tempo de serviço rural para fins
previdenciários, a partir dos 12 anos, pode ser
demonstrado através de início de prova material, desde
que complementado por prova testemunhal idônea.
Precedentes da Terceira Seção desta Corte e do egrégio
STJ. 2. Constando dos autos a prova necessária a
demonstrar o exercício de atividade sujeita a condições
especiais, conforme a legislação vigente na data da
prestação do trabalho, deve ser reconhecido o respectivo
tempo de serviço. 3. Se o segurado implementar os
requisitos para a obtenção de aposentadoria pelas
regras anteriores à Emenda Constitucional nº
20/98, pelas Regras de Transição (art. 9º da
mencionada Emenda) e pelas Regras Permanentes
(art. 201, § 7 º da CF e 56 e ss. do Decreto nº
3048/99), poderá inativar-se pela opção que lhe for
mais vantajosa. 4. Dado que o direito à aposentadoria
surge quando preenchidos os requisitos estabelecidos em
lei para o gozo do benefício, e tendo o segurado
preenchido todas as exigências legais para inativar-se em
um determinado momento, não pode servir de óbice ao
reconhecimento do direito ao cálculo do benefício como
previsto naquela data o fato de ter permanecido em
atividade, sob pena de restar penalizado pela postura
que redundou em proveito para a Previdência, ou seja,
ainda que tenha optado por exercer o direito à
aposentação em momento posterior, possui o direito
adquirido de ter sua renda mensal inicial calculada como
se o benefício tivesse sido requerido e concedido em
qualquer data anterior, desde que implementados todos
os requisitos para a aposentadoria. 5. O segurado tem
direito adquirido ao cálculo do benefício de
conformidade com as regras vigentes quando da
reunião dos requisitos da aposentação
independentemente de prévio requerimento
administrativo para tanto. Precedentes do STF e
do STJ. 6. É devida a retroação do período básico
de cálculo (PBC) diante da alteração promovida
pela Lei 7.787/89 e mesmo que não tenha havido
alteração da legislação de regência, pois a
proteção ao direito adquirido também se faz
presente para preservar situação fática já
consolidada mesmo ausente modificação no
ordenamento jurídico, devendo a Autarquia
Previdenciária avaliar a forma de cálculo que seja
mais rentável aos segurados, dado o caráter social
da prestação previdenciária, consoante previsão
contida no art. 6.º da Constituição Federal. 7. Muito
embora o art. 122 da Lei n. 8.213/91 tenha previsto a
retroação do período básico de cálculo nos casos de
aposentadoria integral (regra reproduzida nas normas
regulamentadoras), é possível a extensão desse direito
aos casos de concessão de aposentadoria proporcional,
em face do princípio da isonomia e em respeito ao
critério da garantia do benefício mais vantajoso, como,
aliás, preceitua o Enunciado N.º 5 do próprio Conselho de
Recursos da Previdência Social - CRPS: "A Previdência
Social deve conceder o melhor benefício a que o
segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse
sentido." 8. Os salários de contribuição que integrarão o
novo período básico de cálculo (PBC) deverão ser
atualizados até a data em que reconhecido o direito
adquirido, apurando-se nessa data a renda mensal inicial
(RMI), a qual deverá ser reajustada, nos mesmos meses e
índices oficiais de reajustamento utilizados para os
benefícios em manutenção, até a Data do Início do
Benefício-DIB. A data de início de pagamento (DIP)
deverá coincidir com a DER. 9. A apuração da nova renda
mensal inicial dar-se-á sem prejuízo da aplicação do (ora
revogado) art. 144 da Lei n. 8.213/91, quando a data
considerada para o recálculo daquela inserir-se no
período neste mencionado. Tal aplicação não configura
sistema híbrido, pois foi determinada pela Lei n. 8.213
exatamente para os benefícios concedidos no período
imediatamente anterior à sua vigência, situação em que
passa a se encontrar a parte autora. 10. Determina-se o
cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere
à obrigação de implementar o benefício, por se tratar de
decisão de eficácia mandamental que deverá ser
efetivada mediante as atividades de cumprimento da
sentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem
a necessidade de um processo executivo autônomo (sine
intervallo). (TRF4, APELREEX 5028006-46.2011.404.7000,
Sexta Turma, Relator p/ Acórdão João Batista Pinto
Silveira, D.E. 29/11/2012)

Assim, é dever do INSS, bem como do poder judiciário,


verificar a data em que o benefício torna-se mais vantajoso a
parte Autora. Ressalta-se que o cálculo do valor do benefício
mais vantajoso deverá ser realizado segundo a legislação vigente
na data considerada no cálculo e considerando como PBC o
período imediatamente anterior a esta data, bem como
reajustando o valor da RMI desde a data considerada no cálculo
até a data de inicio do benefício.

No presente caso, após o reconhecimento e computo


como tempo de contribuição do período em gozo de benefício
entre 25/01/1999 e 30/05/1999, tem-se que a melhor data de
cálculo será 30/06/2000.

Dessa forma, deverá ser calculado o benefício nesta


data, considerando-se como período básico de calculo o período
entre julho de 1994 e maio de 2000, pelas regras atuais do art.
29, inciso I, da Lei 8.213/91, aplicando-se a regra de transição do
fator previdenciário prevista no art. 5º da Lei 9.876/99:

Art. 5o Para a obtenção do salário-de-benefício, o


fator previdenciário de que trata o art. 29 da Lei no
8.213, de 1991, com redação desta Lei, será
aplicado de forma progressiva, incidindo sobre um
sessenta avos da média aritmética de que trata o
art. 3o desta Lei, por mês que se seguir a sua
publicação, cumulativa e sucessivamente, até
completar sessenta avos da referida média.

De outro lado, na remota hipótese de não se reconhecer o


tempo em benefício entre janeiro e maio de 1999 para fins de cálculo
da RMI na data de 30/06/2000, deverá ser efetuado a ser efetuado o
cálculo na data de 29/11/1999, calculando-se a RMI nos termos do da
redação original do art. 29 da Lei 8.213/91, através das média
aritmética simples de todos os últimos salários-de-contribuição dos
meses imediatamente anteriores a novembro de 1999, até o máximo
de 36 salários-de-contribuição, apurados em período não superior a 48
meses.

Em qualquer caso, a RMI deverá ser reajustada na mesma


forma dos reajustes dos benefícios da Previdência Social desde a data
considerada no cálculo até a data de inicio do benefício (05/11/2003).

DA RETROATIVIDADE DOS EFEITOS FINANCEIROS

O STF já decidiu que os efeitos financeiros da revisão de


benefício previdenciário que tenha por objeto a aplicação da
melhor sistemática de cálculo do benefício retroagem até a data
de entrada do requerimento do benefício de aposentadoria,
respeitando-se apenas a prescrição qüinqüenal. Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA
DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. APLICAÇÃO
DA SÚMULA 287 DO STF. DECISÃO QUE SE MANTÉM POR
SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. O princípio da
dialeticidade recursal impõe ao recorrente o ônus de
evidenciar os motivos de fato e de direito suficientes à
reforma da decisão objurgada, trazendo à baila novas
argumentações capazes de infirmar todos os
fundamentos do decisum que se pretende modificar, sob
pena de vê-lo mantido por seus próprios fundamentos. 2.
O agravo de instrumento é inadmissível quando a sua
fundamentação não impugna especificamente a decisão
agravada. Nega-se provimento ao agravo, quando a
deficiência na sua fundamentação, ou na do recurso
extraordinário, não permitir a exata compreensão da
controvérsia. (súmula 287/STF). 3. Precedentes desta
Corte: AI 841690 AgR, Relator: Min. Ricardo Lewandowski,
DJe- 01/08/2011; RE 550505 AgR, Relator: Min. Gilmar
Mendes, DJe- 24/02/2011; AI 786044 AgR, Relator: Min.
Ellen Gracie, DJe- 25/06/2010. 4. In casu, o acórdão
recorrido assentou: PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL.
DECADÊNCIA. IRRETROATIVIDADE. DIREITO ADQUIRIDO
AO MELHOR BENEFÍCIO. RETROAÇÃO DO PERÍODO
BÁSICO DE CÁLCULO. 1. O prazo de decadência do direito
ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do
ato de concessão do benefício, previsto no art. 103,
caput, da Lei n. 8.213/91 - a partir da redação dada pela
Lei n. 9.528, de 10-12-1997, alterada pelas Leis n.
9.711/98 e 10.839/04, todas precedidas de uma ou mais
medidas provisórias - somente é aplicável aos segurados
que tiveram benefícios concedidos após a publicação da
lei que o previu pela primeira vez, não podendo esta
incidir sobre situações jurídicas já constituídas sob a
vigência da legislação anterior. 2. Tendo em vista que o
benefício da parte autora foi concedido antes da
publicação da Lei n. 9.528/97, inexiste prazo decadencial
para que aquela pleiteie a revisão da RMI do
benefício. 3. Dado que o direito à aposentadoria surge
quando preenchidos os requisitos estabelecidos em lei
para o gozo do benefício, e tendo o segurado preenchido
todas as exigências legais para inativar-se em um
determinado momento, não pode servir de óbice ao
reconhecimento do direito ao cálculo do benefício como
previsto naquela data o fato de ter permanecido em
atividade, sob pena de restar penalizado pela postura
que redundou em proveito para a Previdência. Ou seja,
ainda que tenha optado por exercer o direito à
aposentação em momento posterior, possui o direito
adquirido de ter sua renda mensal inicial calculada como
se o benefício tivesse sido requerido e concedido em
qualquer data anterior, desde que implementados todos
os requisitos para a aposentadoria . 4. O segurado
tem direito adquirido ao cálculo do
benefício de conformidade com as
regras vigentes quando da reunião
dos requisitos da aposentação
independentemente de prévio
requerimento administrativo para
tanto. Precedentes do STF e do STJ. 5.
Os salários de contribuição que integrarão o novo
período básico de cálculo (PBC) deverão ser
atualizados até a data em que reconhecido o
direito adquirido, apurando-se nessa data a
renda mensal inicial (RMI), a qual deverá ser
reajustada, nos mesmos meses e índices oficiais
de reajustamento utilizados para os benefícios
em manutenção, até a Data do Início do
Benefício-DIB. A data de início de pagamento
(DIP) deverá coincidir com a DER. 6. Vigente a Lei
n° 6.423, de 17-06-77, na data de início do
benefício, o reajuste dos primeiros 24 salários-
de-contribuição do PBC deve observar a variação
nominal da ORTN/OTN (Súmula 2/TRF - 4ª Região).
Deve-se observar que a revisão da renda mensal inicial
por tais critérios gera reflexos na aplicação do art.
58/ADCT e reajustes subsequentes, respeitada a
prescrição quinquenal. 7. A partir da edição da Lei nº
6.708/79, que entrou em vigor no dia 1º de novembro de
1979 e introduziu nova periodicidade de reajuste,
passando de anual para semestral, a atualização do
menor e maior valor teto dos salários-de-contribuição
deve ser realizada com base na variação do INPC. 8. Em
não utilizando o INPC para o reajustamento do menor e
do maior valor teto no período entre o advento da Lei n.º
6.708/79 e a edição da Portaria MPAS n.º 2.840/82, a
autarquia previdenciária causou prejuízo aos segurados
no cálculo da renda mensal inicial relativamente aos
benefícios cujas datas de início estão compreendidas no
período de novembro de 1979 a abril de 1982, inclusive.
9. Na revisão prevista no artigo 58 do ADCT, durante a
vigência do Decreto-Lei nº 2.351/87, deve ser utilizado
como divisor o Piso Nacional de Salários, afastando-se a
incidência do Salário Mínimo de Referência. Precedentes
da Corte. 10. Os efeitos financeiros da
revisão deferida são devidos desde a
DER, respeitada a prescrição
quinquenal e os limites do pedido. (fls.
242/243). 5. Agravo Regimental desprovido.
(AI 855561 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira
Turma, julgado em 28/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
DJe-180 DIVULG 12-09-2012 PUBLIC 13-09-2012)

Assim, como o direito ao cálculo do benefício da forma


mais vantajosa ao segurado deve ser assegurado
independentemente de requerimento administrativo, tem-se que
os efeitos financeiros da revisão devem retroagir a DER do
benefício.
E ressalte-se que no presente caso o INSS já possuía
todos os elementos necessários para reconhecer o benefício por
incapacidade gozado entre e 25/01/1999 e 30/05/1999 como
tempo de contribuição e para efetuar o cálculo da maneira mais
vantajosa por ocasião da implantação do benefício, porquanto
todos os dados estão registrados nos sistemas da previdência.

E nem se argumente que o fato de o benefício ter sido


concedido em sentença judicial impossibilitaria a análise pelo
INSS acerca da correção ou inadequação do cálculo, eis que é
dever do INSS analisar os cálculos dos processos judiciais a fim
de verificar a sua correção, apresentando recursos ou
impugnações aos cálculos que julga superiores aos devidos. E
da mesma forma, em homenagem ao princípio da lealdade, e
tendo em vista o caráter social do benefício e o dever do INSS
garantir o benefício mais vantajoso ao segurado, deveria o INSS
ter informado a existência de forma legal para apuração do valor
da RMI que resultaria em benefício mais vantajoso ao segurado.

Nessa esteira destaca-se que o INSS corrigiu de oficio o


tempo de contribuição considerado na sentença, ao passo que
esta informava que o Autor teria 42 anos, 1 mês, 27 dias (sem
considerar o período que ora se postula), informando nos autos
através de resumo de tempo de serviço que na realidade o Autor
teria 38 anos, 1 mês e 1 dia. Deveria o INSS ter agido da mesma
forma em relação ao cálculo do valor de benefício indicando a
existência de sistemática prevista em lei que seria mais benéfica
ao Autor.
Alias, quanto à obrigação do INSS ter informado que
havia forma de cálculo mais vantajosa ao Autor destaca-se o
Enunciado N.º 5 do próprio Conselho de Recursos da Previdência
Social - CRPS: "A Previdência Social deve conceder o melhor
benefício a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor
orientá-lo nesse sentido."

Assim, não se pode transgredir judicialmente direito que


a própria Autarquia garante aos segurados administrativamente,
determinando que seus servidores indiquem o melhor benefício
ao segurado.

Não é possível afastar tal enunciado unicamente por que


a concessão do benefício se deu por ordem judicial, pois na
implantação do benefício deveria o servidor do INSS ter apurado
e indicado a existência de cálculo mais benéfico.

Ainda a demonstrar o direito à retroação dos efeitos


financeiros a data de inicio do benefício, destaca-se também o
posicionamento do TRF4, o qual entende que os efeitos
financeiros das revisões devem retroagir a data de inicio
do benefício independentemente de haver requerimento
especifico ou comprovação do direito, pois o que importa
é que a parte já tenha incorporado o direito ao seu
patrimônio jurídico na data de inicio do benefício:

PREVIDENCIÁRIO. TRANSFORMAÇÃO DA APOSENTADORIA


POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO EM APOSENTADORIA
ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL.
LEI N. 9.032/95. TERMO INICIAL DA REVISÃO DO
BENEFÍCIO. A conversão do tempo de serviço comum em
especial é possível até a edição da Lei nº 9.032/95.
Demonstrado o tempo de serviço especial por 15, 20 ou
25 anos, conforme a atividade exercida pelo segurado e
a carência, é devida à parte autora a transformação da
aposentadoria por tempo de contribuição, atualmente
percebida, em aposentadoria especial, sem a incidência
do fator previdenciário. Marco inicial dos efeitos
financeiros da revisão do benefício da parte autora
fixado na DER, respeitada a prescrição quinquenal,
porquanto esta Corte tem considerado que desimporta
se naquela ocasião o feito foi instruído adequadamente,
ou mesmo se continha, ou não, pleito de reconhecimento
do tempo de serviço especial posteriormente admitido
na via judicial, sendo relevante para essa disposição
o fato de a parte, àquela época, já ter incorporado
ao seu patrimônio jurídico o benefício nos termos
em que deferido. (TRF4, APELREEX 0000017-
15.2009.404.7003, Quinta Turma, Relator Rogerio
Favreto, D.E. 25/10/2012)

PREVIDENCIÁRIO. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR


BENEFÍCIO. RETROAÇÃO DO PERÍODO BÁSICO DE
CÁLCULO. [...] 3. Tendo em vista que o benefício da parte
autora foi concedido antes da publicação da Medida
Provisória n. 1.523-9, de 27-06-1997, posteriormente
convertida na Lei n. 9.528/97, inexiste prazo decadencial
para que aquela pleiteie a revisão da RMI do benefício. 4.
Dado que o direito à aposentadoria surge quando
preenchidos os requisitos estabelecidos em lei para o
gozo do benefício, e tendo o segurado preenchido todas
as exigências legais para inativar-se em um determinado
momento, não pode servir de óbice ao reconhecimento
do direito ao cálculo do benefício como previsto naquela
data o fato de ter permanecido em atividade, sob pena
de restar penalizado pela postura que redundou em
proveito para a Previdência. Ou seja, ainda que tenha
optado por exercer o direito à aposentação em momento
posterior, possui o direito adquirido de ter sua renda
mensal inicial calculada como se o benefício tivesse sido
requerido e concedido em qualquer data anterior, desde
que implementados todos os requisitos para a
aposentadoria. 5. Ainda que só tenha requerido a
concessão do benefício posteriormente, tem a parte
autora o direito à apuração da renda mensal inicial de
acordo com a legislação anterior à Lei n. 7.787/89, em
especial a Lei n. 6.950/81 e o Decreto-Lei n. 2.351/87,
quando sob a sua vigência já preenchera os requisitos à
aposentação. 6. Os salários de contribuição que
integrarão o novo período básico de cálculo (PBC)
deverão ser atualizados até a data em que reconhecido o
direito adquirido, apurando-se nessa data a renda
mensal inicial (RMI), a qual deverá ser reajustada, nos
mesmos meses e índices oficiais de reajustamento
utilizados para os benefícios em manutenção, até a Data
do Início do Benefício-DIB. A data de início de pagamento
(DIP) deverá coincidir com a DER. 7. A apuração da nova
renda mensal inicial dar-se-á sem prejuízo da aplicação
do (ora revogado) art. 144 da Lei n. 8.213/91, quando a
data considerada para o recálculo daquela inserir-se no
período neste mencionado. Tal aplicação não configura
sistema híbrido, pois foi determinada pela Lei n. 8.213
exatamente para os benefícios concedidos no período
imediatamente anterior à sua vigência, situação em que
passa a se encontrar a parte autora. 8. Os efeitos
financeiros da revisão são devidos desde a DER,
respeitada a prescrição quinquenal e os limites do
pedido. (TRF4, AC 5035099-17.2012.404.7100, Sexta
Turma, Relator p/ Acórdão Celso Kipper, D.E. 25/10/2012)

Ressalta-se ainda que a Turma Nacional de


Uniformização já pacificou o entendimento de que os efeitos
financeiros da concessão e revisão de benefício devem retroagir
à data inicio dos benefícios a serem revisados
independentemente de requerimento administrativo do
segurado em relação ao direito reconhecido em juízo. Vejamos:

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL.


APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. DATA
INÍCIO DO BENEFÍCIO. SÚMULA 33 DA TNU. PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1. Acórdão da
lavra da Turma Recursal do Rio Grande do Sul manteve
os termos da r. sentença que houvera concedido
benefício de Aposentadoria especial a partir da data do
ajuizamento da ação, em razão de não ter sido
comprovada a juntada de todos os documentos que
embasaram a decisão nos autos do processo
administrativo. [...]
2. A parte-autora interpôs Pedido de Uniformização, no
qual sustentou que o acórdão da Turma Recursal destoa
da jurisprudência do STJ bem como da Súmula 33 desta
Turma Nacional, relativamente à fixação da data do início
do benefício (DIB), devendo ser concedido o benefício a
partir da data do requerimento administrativo. 3. O
Pedido de Uniformização não foi admitido pela Presidente
da 2ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul ao argumento
de tratar-se de hipótese de reexame fático-probatório. 4.
CONHEÇO do presente incidente ante a divergência
estabelecida, e no mérito DOU PROVIMENTO. 5.. Assiste
razão à recorrente quando insiste no argumento de
concessão do benefício de Aposentadoria especial a
partir da data de entrada do requerimento administrativo
(DER) – e não do ajuizamento da ação. Esta Turma
Nacional tem entendido, na dicção da referida
Súmula 33, que estando presentes os requisitos
para a concessão de um benefício, seja ele qual
for, na data da entrada do requerimento
administrativo, esta deve se constituir no termo
inicial do benefício. E foi o que se verificou no
presente caso. 6. Em sintonia com a linha de raciocínio
da Súmula 33, tem-se entendido que, seja em
ação de concessão de benefício, seja em
ação revisional, o termo inicial do benefício
deve ser sempre na DER,
independentemente da questão
reconhecida na via judicial ser ou não
idêntica àquela aventada na seara
administrativa. Isso decorre, em regra, do
segurado ser hipossuficiente e, bem como,
ser um dever do INSS conceder o benefício
que lhe seja mais vantajoso . 7. “PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO.
REVISÃO DE BENEFÍCIO. EFEITOS FINANCEIROS.
CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS QUANDO DO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO ORIGINAL
EM JUÍZO. DISPOSIÇÃO LEGAL EXPRESSA. INTELIGÊNCIA
DA SÚMULA 33 DA TURMA NACIONAL DE
UNIFORMIZAÇÃO. 1. Na dicção da Súmula 33 da TNU,
“Quando o segurado houver preenchido os requisitos
legais para a concessão de aposentadoria por tempo de
serviço nada data do requerimento administrativo, esta
data será o termo inicial da concessão do benefício”. 2.
Em Incidentes de Uniformização Nacional recentemente
julgados, reafirmou-se a noção de que a tarefa de
fixação da data de início do benefício – DIB (no caso de
concessão de benefício) ou a majoração da renda mensal
inicial – RMI (no caso de revisão de benefício) deve ser
orientada pela identificação da data em que foram
aperfeiçoados todos os pressupostos legais para a
outorga da prestação previdenciária nos termos em que
judicialmente reconhecida. Neste sentido, a título
ilustrativo, as decisões colhidas nos Incidentes de
Uniformização n. 2004.72.95.02.0109-0 (DJ 23.03.2010)
e n. 2007.72.55.00.2223-6 (DJ 09.08.2010), ambos de
minha relatoria. 3. A assunção de tal linha de
entendimento em todas as suas consequências
impõe reconhecer que, para efeito da fixação dos
efeitos temporais da determinação judicial de
concessão ou de revisão de benefício
previdenciário, é também irrelevante que o
requerimento administrativo contenha, de modo
formal, a específica pretensão que,
posteriormente, foi reconhecida em Juízo. 4. É
desimportante que o processo administrativo
contenha indícios de que uma específica pretensão
do beneficiário (por exemplo, cômputo de tempo rural,
reconhecimento da natureza especial da atividade,
reconhecimento de tempo de serviço urbano informal)
tenha sido deduzida perante a Administração
Previdenciária. 5. Interpretação distinta que condicionasse
a eficácia de proteção social à formalização de requerimento
administrativo com todas as variantes fáticas significaria, a
um só tempo, exigir da pessoa que se presume
hipossuficiente em termos de informações o conhecimento
dos efeitos jurídicos de circunstâncias fáticas que lhe dizem
respeito, e a criação, pela via judicial, de norma jurídica
restritiva de direitos sociais, na contramão da regra
hermenêutica fundamental segundo a qual as normas
previdenciárias devem ser interpretadas favoravelmente às
pessoas para as quais o sistema previdenciário foi instituído .
6. É altamente conveniente à Administração
Previdenciária socorrer-se, em Juízo, da prova
cabal de sua ineficiência e de inaceitável
inadimplência na prestação do devido serviço
social a seus filiados (Lei 8.213/91, art. 88),
buscando convolar ilegal omissão de ativa
participação no processo administrativo em
locupletamento sem causa, à custa justamente do
desconhecimento de seus filiados. Neste sentido,
acrescente-se, tanto mais enriqueceria a
Administração quanto mais simples e
desconhecedor de seus direitos fosse o indivíduo.
7. Os efeitos da proteção social determinada
judicialmente (fixação da DIB ou da nova RMI do
benefício) vinculam-se à data do requerimento
administrativo, ainda que o processo
administrativo não indique que uma específica
circunstância fática foi alegada pelo leio
pretendente ao benefício. 8. Pedido de Uniformização
conhecido e provido. A Turma, por unanimidade,
conheceu do Pedido de Uniformização e, por maioria,
deu-lhe provimento nos termos do voto divergente.
(PEDILEF 200872550057206, JUIZ FEDERAL JOSÉ
ANTONIO SAVARIS, DOU 29/04/2011 SEÇÃO 1.)” (grifei)
8. O entendimento daTNU não discrepa do STJ, a saber:
“PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE APOSENTADORIA.
CONTAGEM DE TEMPO RURAL. RECONHECIMENTO.
TERMO INICIAL. DATA DO REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. 1. Segundo o art. 49, II, da Lei
8.213/91, que trata dos benefícios previdenciários, a
data do início da aposentadoria por idade será o
momento de entrada do requerimento administrativo. 2.
A jurisprudência desta Corte fixou-se no sentido de que,
tendo o segurado implementado todos os requisitos
legais no momento do requerimento administrativo, esse
deve ser o termo inicial do benefício, independente da
questão reconhecida na via judicial ser ou não idêntica
àquela aventada na seara administrativa. Precedentes.
3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp
1213107/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,
julgado em 20/09/2011, DJe 30/09/2011)” 9. Pedido de
Uniformização PROVIDO para, com base nos termos da
Súmula 33 desta Turma Nacional, e independentemente
da denominação que se dá ao benefício quando do
requerimento administrativo, fixar a data de início do
benefício (DIB) de Aposentadoria Especial na data da
data de entrada do requerimento administrativo (DER).
(TNU, PEDILEF 200971580079668, Relator PAULO
RICARDO ARENA FILHO, DJ 31/08/2012 – grifos
acrescidos)

Ante o exposto, tendo em vista que o INSS já possuía


condições por ocasião da implantação do benefício de verificar a
aposentadoria mais vantajosa, e considerando o posicionamento
do STF no sentido de que a revisão pela melhor forma de cálculo
do benefício independe de requerimento administrativo, bem
como o posicionamento do TRF4 no sentido de que não há
necessidade de requerimento especifico, bastando que o direito
tenha se incorporado no patrimônio jurídico da parte Autora para
que os efeitos financeiros retroajam até a data de inicio do
benefício, devem ser pagas ao Autor as parcelas atrasadas desde
a data de inicio da aposentadoria por tempo de contribuição que
recebe, respeitada a prescrição qüinqüenal das parcelas
vencidas.
III– DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A parte Autora declara, nos termos do art. 4º da Lei


1.060/50 e art. 212, IV, do C/02, que necessita da concessão do
benefício de Assistência Judiciária Gratuita, pois não possui
condições de arcar com os ônus pecuniários judiciais sem
prejuízo próprio ou de sua família.

Nessa toada ressalta-se que o entendimento do STJ é no


sentido de que a simples afirmação de não possuir condições de
arcar com as custas judiciais sem prejuízo de seu sustento e de
sua família é suficiente para o deferimento do benefício de AJG:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO.


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. RENDA INFERIOR A
10 SALÁRIOS MÍNIMOS. CONCESSÃO. O entendimento do
Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que basta,
para a obtenção da AJG, que a parte declare não possuir
condições de arcar com os ônus processuais, sem
prejuízo próprio ou de sua família, como é o caso
concreto. (TRF4, AG 0009601-61.2012.404.0000, Quinta
Turma, Relatora Vivian Josete Pantaleão Caminha, D.E.
09/11/2012)

Ademais, a jurisprudência do TRF4 vem consolidando o


entendimento no sentido de fixar patamar objetivo para
concessão do da AJG, em 10 salários mínimos:

IMPUGNAÇÃO À AJG. PATAMAR MÁXIMO. DEZ SALÁRIOS


MÍNIMOS. A Segunda Seção desta Corte vem
consolidando entendimento no sentido de fixar patamar
objetivo para a concessão do benefício da AJG, qual seja
dez salários mínimos. (TRF4, AC 5014036-
24.2012.404.7200, Terceira Turma, Relatora p/ Acórdão
Maria Lúcia Luz Leiria, D.E. 18/11/2012)
BENEFÍCIO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. Na
esteira da jurisprudência dominante neste Tribunal,
merece litigar ao abrigo do benefício da justiça gratuita
todo aquele que percebe remuneração líquida mensal
não superior a dez salários mínimos. Diante desse
contexto, e até que haja prova em contrário (ou seja, até
que reste comprovada a percepção de renda mensal
superior a dez salários mínimos), merece reforma o
decisum, para que seja concedida ao agravante o
benefício da AJG. (TRF4, AG 0009604-16.2012.404.0000,
Quinta Turma, Relatora Vivian Josete Pantaleão Caminha,
D.E. 09/11/2012)

No presente caso a renda mensal do Autor está muito


aquém do limite de 10 salários mínimos indicado pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região para fins de concessão do
benefício de AJG, conforme se demonstra pelo INFBEN do
Benefício da aposentadoria por tempo de contribuição e pelo
contracheque do Demandante.

Ante o Exposto, requer seja deferido o benefício da


Assistência Judiciária Gratuita.

IV– DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

A medida satisfatória assenta-se no preenchimento de


dois requisitos fundamentais: a veracidade das alegações
sustentadas e o periculum in mora, sendo este o prejuízo que a
demora da prestação jurisdicional pode ocasionar.

A veracidade das alegações é evidente, eis que se trata


de matéria exclusivamente de direito já assentada pelos
tribunais, inclusive no julgamento RE 630.501, ao qual foi
reconhecida repercussão geral, como bem demonstra a
jurisprudência acima colacionada.

Já o perigo da demora processual vem demonstrado


pelo caráter alimentar do beneficio recebido pela parte Autora.
Nesse sentido preleciona José Antônio Savaris 1 ao tratar da
urgência no processo previdenciário:

“A urgência no recebimento dos valores


correspondentes a um beneficio da seguridade social se
presume pela própria natureza (alimentar) e finalidade
desse beneficio, qual seja, a de prover – de modo eficiente
e imediato recursos para suprimento das necessidades
elementares das pessoas.
O problema não se verifica apenas na – de per se –
danosa situação de incerteza jurídica pela demora na
resposta estatal (administrativa ou judicial). A questão
crucial aqui diz respeito à irreverssível privação de bem-
estar que se agrava com o passar do tempo.”

Ante o exposto, REQUER a Autora, em sede de


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, a imediata suspensão dos
descontos efetuados pelo INSS na sua folha de pagamento.

IV– DO PEDIDO

FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência:

1 SAVARIS, José Antõnio, Direito Processual Previdenciário, 3ª Ed, Curitiba, Juruá, p.351.
a) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita,
tendo em vista que a parte Autora não tem como suportar
as custas judiciais sem o prejuízo de seu sustento e de sua
família;

b) O recebimento e deferimento da presente peça inaugural;

c) A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal,


para que, querendo, apresente defesa;

d) A produção de todos os meios de prova admitidos,


principalmente a documental;

e) O julgamento da demanda com total procedência,


condenando o INSS a:

1) Reconhecer e computar o período intercalado em gozo


de benefício entre 25/01/1999 e 30/05/1999 como
tempo de contribuição, considerando como salário-de-
contribuição no período o valor do salário-de-beneficio
gozado neste lapso temporal;

2) Revisar a renda mensal inicial do benefício de


aposentadoria por tempo de contribuição, calculando o
valor da RMI na data que garanta o benefício mais
vantajoso, segundo a legislação vigente nesta data e
retroagindo período de cálculo ao período
imediatamente anterior a data considerada no cálculo;

3) Pagar as parcelas vencidas decorrentes da revisão,


corrigidas desde a época da competência de cada
parcela até o efetivo pagamento, retroagindo os
efeitos financeiros da revisão à data de inicio do
benefício, respeitando-se a prescrição quinquenal;

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Dá à causa o valor2 de R$ 81.815,27

xxxxxxxxxx, 19 de Abril de 2013.

Nome do Advogado(a)
OAB/XX XXXXXX

2 Valor da causa = parcelas vencidas (R$ 68.771,15) + Parcelas vincendas (R$ 13.044,14) = R$81.815,27

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