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Blog Receita de Samba
www.receitadesamba.blogspot.com A SAUDOSA PRAÇA ONZE (Texto) ..................................................................... 2
A NOVA AURORA RAIOU ................................................................................... 4
BOM DIA, AVENIDA ........................................................................................... 4
LAURINDO ......................................................................................................... 4
MANGUEIRA, NÃO! ........................................................................................... 5
OBRIGADO, GENERAL ........................................................................................ 5
PRAÇA 11, BERÇO DO SAMBA ........................................................................... 5
PRAÇA ONZE ...................................................................................................... 6
PRAÇA ONZE, CARIOCA DA GEMA .................................................................... 6
RANCHO DA PRAÇA ONZE ................................................................................. 7
SAMBA NA PRAÇA ONZE ................................................................................... 7
VEM SURGINDO A AVENIDA ............................................................................. 7
VOZ DO MORRO ................................................................................................ 8

A Praça Onze e o Samba

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1865, o largo do Rocio é rebatizado e passa a se chamar Praça Onze de


A SAUDOSA PRAÇA ONZE Junho.

“...As Tias Baianas eram os grandes esteios da comunidade negra,


responsáveis pela nova geração que nascia carioca, pelas frentes do trabalho
comunal, pela religião, rainhas negras de um Rio de Janeiro chamado por
Heitor dos Prazeres de “Pequena África”, que se estendia da zona do cais do
porto até a Cidade Nova, tendo como capital a praça Onze...”
Trecho do livro “Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro” de Roberto Moura

No começo do século 19 a tão cantada Praça Onze era ainda


conhecida como Rocio Pequeno, um lugar baldio e desabitado que os
moradores costumavam usar como um grande depósito de lixo. Quando D,
João VI transferiu sua residência para a Quinta da Boa Vista, na região de São
Cristóvão que àquela época ficava bem além dos limites da cidade, o trajeto
entre a localidade e o centro do Rio era feito apenas de barco e bastante
Após a abolição da escravidão em 1988 a população de niveis sociais
demorado.
mais altos abandona a Cidade Nova, mudando-se para a Zona Sul. Como a
D. João mandou então aterrar uma área pantanosa e construiu uma região era próxima da zona portuária e do centro do Rio, tinha bons
estrada que ligava as duas regiões e diminuia consideravelmente o trajeto. A transportes coletivos e uma boa estrutura urbana, rapidamente os grandes
estrada era inicialmente conhecida como “Caminho do Aterrado”. Logo casarões da Cidade Nova foram tomados por ex-escravos, boa parte deles
recebeu iluminação extensiva e vigilância e passou a ser chamada de vindos da Bahia e das fazendas do Vale do Paraíba. Essas comunidades se
“Caminho das Lanternas”. estabeleceram ao redor da Praça Onze, transformando aquela região no que
A população era incentivada a construir ao longo da estrada, se pode chamar de primeiro gueto negro no Rio de Janeiro, que mais tarde
ganhando isenção de impostos. Quanto maior a construção, que deveria seria batizado por Heitor dos Prazeres como a “Pequena África”.
manter os padrões de elegância da cidade, maior o desconto. Assim, grandes
casas e sobrados foram sendo construídos, o numero de habitantes cresceu e A Praça Onze foi um dos maiores e mais importantes redutos que o
rapidamente se instalou ali um pequeno distrito urbano, a “Cidade Nova”. E samba carioca já teve. Alí viveram as famosas “Tias Baianas”, que cediam
o largo do Rocio Pequeno tornou-se o centro comercial da Cidade Nova. Com suas casas para que o samba, mal visto pela sociedade e perseguido pelo
a vitória da marinha brasileira na Batalha do Riachuelo em 11 de junho de polícia, pudesse ser cantado ao som de prato e faca por bambas como
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Pixinguinha, Donga, João da Baiana... O próprio João da Baiana fala sobre a Tempos de Paulo da Portela, Ismael Silva e outros grandes líderes que dava a
época: vida por suas escolas e faziam samba por amor, bem diferente dos dias de
hoje.
As nossas festas duravam dias, com comida e bebida, samba e
batucada. A festa era feita em dias especiais, para comemorar algum
acontecimento, mas também para reunir os moços e o povo “de origem”. Tia
Ciata, por exemplo fazia festa para os sobrinhos dela se divertirem. A festa
era assim: baile na sala de visitas, samba de partido alto nos fundos da casa e
batucada no terreiro. A festa era de preto, mas branco também ia lá se
divertir. No samba só entravam os bons no sapateado, só a “elite”. Quem ia
pro samba, já sabia que era da nata. Naquele tempo eu era carpina
(carpinteiro). Chegava do serviço em casa e dizia: mãe, vou pra casa da Tia
Ciata. A mãe já sabia que não precisava se preocupar, pois lá tinha de tudo e
a gente ficava lá morando, dias e dias, se divertindo. Eu sempre fui
responsável pelo ritmo, fui pandeirista. Participei de vários conjuntos, mas
era apenas para me divertir. Naquele tempo, não se ganhava dinheiro com
samba. Ele era muito mal visto.

Foi na Praça Onze que o carnaval ganhou forças e se tornou uma


festa dos Ranchos e mais tarde das Escolas de Samba. Durante dez anos a Em 1942 a Praça Onze foi demolida, dando lugar à Avenida
Praça Onze foi palco dos desfiles das escolas cariocas. Lá se encontravam os Presidente Vargas. Foi-se o berço do samba, mas sua história ficou
bambas do Estácio, da Favela, Mangueira, Salgueiro, Oswaldo Cruz... eternizada em dezenas de sambas compostos nos anos 40 e 50. Reuni alguns
deles pra vocês ouvirem e relembrarem os tempos de ouro das escolas de
Nessa época ninguém podia imaginar as proporções que essa festa samba e do carnaval carioca!
alcançaria. Era quando se desfilava no cordão, com não mais que trezentas
pessoas (quando a escola era muito grande) todas cantando em coro o Saiba mais sobre a Praça Onze:
samba e os versadores da escola mostravam como se improvisava, só no http://daniellathompson.com/Texts/Praca_Onze/praca_onze.htm
gogó.

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A NOVA AURORA RAIOU A União das Escolas de Samba


Cristóvão de Alencar e Paulo Pinheiro Respeitosamente faz o seu apelo
Ataulfo Alves, 1942 Três e duzentos de selo
Requereu e quer saber
Não existe mais a Praça Onze Se quem viu a Praça Onze acabar
Toda a cidade entristeceu Tem direito à Avenida
A voz do cantor lá do morro morreu Em primeiro lugar
Até o tamborim gemeu a chorar Nem que seja depois de inaugurar
Agora vida nova vamos começar Nem que seja depois de inaugurar
A praça acabou, mas o samba precisa continuar

Alerta, tamborins de todas as escolas LAURINDO


Pastoras, eu quero ouvir de novo o seu canto Herivelto Martins
A alegria voltou, a nova aurora raiou Trio de Ouro, 1942
Vamos o samba cantar
para a saudade nos deixar sossegar Laurindo sobe o morro gritando
Não acabou a Praça Onze, não acabou
Vamos esquentar nossos tamborins
BOM DIA, AVENIDA Procura a porta-bandeira e põe a turma em fileira
Herivelto Martins e Grande Otelo E marca ensaio pra quarta-feira
Trio de Ouro, 1943
E quando a escola de samba chegou
Lá vem a nova avenida Na Praça Onze não encontrou mais ninguém
Remodelando a cidade Não sambou
Rompendo prédios e ruas Laurindo pega o apito, apita a evolução
Os nossos patrimônios da saudade Mas toda a escola de samba
É o progresso. E o progresso é natural Largou a bateria no chão
Lá vem a nova avenida E foi-se embora cantando
Dizer à sua rival: Bom dia Avenida Central E daí a pirâmide foi aumentando, aumentando
E daí a pirâmide foi aumentando, aumentando
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MANGUEIRA, NÃO! Não há mais pirâmide na Praça Onze, não


Herivelto Martins e Grande Otelo Há samba, há samba... Providência de Deus
Francisco Alves e Trio de Ouro, 1943 E quem já chorou a sua destruição
Agora festeja a ressurreição
Acabaram com a Praça Onze
Demoliram praças e ruas, eu sei O morro inteiro sabia
Podem até acabar com o Estácio Que a Praça Onze voltava
O velho Estácio de Sá Voltou, está aí pra quem quiser sambar
Derrubem todos os morros Sambar até cansar
Derrubem meu barracão Já se ouve o som do tamborim
Silenciar a Mangueira, não! Anunciando que vai haver carnaval
A cidade agradece
Mangueira foi um morro que nasceu sambando Obrigado, General!
Mangueira foi um morro que viveu cantando
Mangueira nasceu, Mangueira se fez... Obrigado, General. Tamborim de continência
Fala tamborim, Fala bateria! Obrigado, General. Ôi, a cuíca tá roncando
Ninguém há de dizer que Mangueira faleceu Obrigado, General. Olha o ritmo saudando
Mangueira não morre Obrigado, General. Tamborim de continência

OBRIGADO, GENERAL PRAÇA 11, BERÇO DO SAMBA


Benedito Lacerda e Herivelto Martins Zé Keti
Trio de Ouro, 1946 Zé Kéti, 1982

O morro inteiro sabia que a Praça Onze voltava Favela do Camisa Preta, do Sete Coroas
Voltou, está aí pra quem quiser sambar Cadê o teu samba, Favela?
Sambar até cansar Era criança na Praça Onze
Já se ouve o som do tamborim Eu corria pra te ver desfilar
Anunciando que vai haver carnaval Favela, queremos teu samba
A cidade agradece, Obrigado, General! Teu samba era quente
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Fazia meu povo vibrar Favela, Salgueiro


Até a lua, a lua cheia Mangueira, Estação Primeira
Sorria, sorria Guardai os vossos pandeiros, guardai
Porque a escola de samba não sai
Milhões de estrelas brigavam por um lugar melhor
Queriam ver a Portela, Mangueira, Estácio de Sá Adeus minha Praça Onze, adeus
E a Favela com suas baianas tradicionais Já sabemos que vais desaparecer
Brilhava mais que a luz do antigo lampião a gás Leva contigo a nossa recordação
Fragmentos de brilhantes como fogos de artifícios Mas ficarás eternamente em nosso coração
Desprendiam lá do céu e caíam como flores E algum dia nova Praça nós teremos
Na cabeça das pastoras e dos sambas de Noel E o teu passado cantaremos
Correrias, empurrões, gritarias e aplausos
E o sino da capela não parava de bater
Os malandros vinham ver
Meu samba estava certo, sim PRAÇA ONZE, CARIOCA DA GEMA
Miro Silva, Silvio de Oliveira, Duduca e Rmildo
Enquanto as cabrochas gingavam Samba Enredo do Salgueiro, 1965
No seu rebolado, no ritmo da batucada
De olho comprido, que nem bobinho És carioca da gema, digna de um poema,
Eu terminava dormindo na calçada Ó Praça Onze, eterna capital
Do nosso samba brasileiro,
Tradição do carnaval.
PRAÇA ONZE Nas madrugadas em festas,
Herivelto Martins e Grande Otelo Boêmios esqueciam serestas
Trio de Ouro, 1941 Para compor com um grupo de batuqueiros
Iluminados pela luz de candeeiros.
Vão acabar com a Praça Onze Tia Ciata, que era bamba pra valer,
Não vai haver mais Escola de Samba Não desprezava um pagode
Não vai, chora o tamborim Antes do dia amanhecer
Chora o morro inteiro Oi, abre a roda, meninada
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Que o samba virou batucada SAMBA NA PRAÇA ONZE


Pau pau-pereira Antônio Fontes Soares
Pau pereira ingratidão Jamelão, 1958
Todo pau o vento leva
Só o pau-pereira não Praça Onze,
Tens um passado de glória
Canto em memória dos sambistas de outrora
RANCHO DA PRAÇA ONZE Quando ouço o toque dos tamborins nas favelas
João Roberto Kelly e Francisco “Chico” Anísio Lembro do grande sambista, nosso Paulo da Portela
Dalva de Oliveira, 1964 Em memória vou cantando relembrando o bacharel
Que é o nosso saudoso Noel
Esta é a Praça Onze tão querida Já estão glorificados, todos cobertos de glória
Do carnaval a própria vida Os sambistas falecidos que no cenário do samba
Tudo é sempre carnaval Tem seu nome na história
Vamos ver desta praça a poesia,
E sempre em tom de alegria
Fazê-la internacional. VEM SURGINDO A AVENIDA
Benedito Lacerda e Gastão Vianna
A praça existe, alegre ou triste Cyro Monteiro e Nélson Gonçalves, 1942
Em nossa imaginação
A praça é nossa, e como é nossa
No Rio quatrocentão. Desapareceu a Praça Onze
Mas o samba se faz em qualquer local
Este é o meu Rio boa praça Vem surgindo a Avenida Getúlio Vargas
Tantas praças que ele tem Que será o orgulho desta linda capital
Vamos da Zona Norte à Zona Sul
Deixar a vida toda azul Eu não quero ser ingrato
Mostrar na vida o que faz bem Não esqueço a velha praça
Praça Onze, Praça Onze. Que já fez tanto mulato
Batuqueiro bom de raça
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E foi lá que eu encontrei Portela e todas as escolas de samba


Minha vida, o meu amor Mesmo sem a Praça todos hão de ver
A farra abandonei Que as escolas não deixarão de descer
Hoje sou trabalhador A Praça Onze acabou, mas nós temos onde brincar
Por isso não vamos chorar
Salve Rio de Janeiro
São Paulo, Belo Horizonte
Todo mundo é brasileiro
Água da mesma fonte

Eu sou filho desta terra


Que Jesus abençoou
Que nunca perdeu na guerra
Pela paz sempre lutou

VOZ DO MORRO
Geraldo Pereira e Moreira da Silva
Moreira da Silva, 1942

Sabemos que já acabou a Praça Onze


E que as escolas de samba não saem
Mangueira, já participou à Portela
E esta retransmitiu para o Salgueiro e Favela
Preparem seus tamborins
A Praça Onze acabou, mas nós temos onde brincar
Por isso não vamos chorar

Desce a Estação Primeira


Com seu conjunto de bamba
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