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Introdução às Relações Internacionais – Departamento de Relações Internacionais (UFPB)

Introdução
As relações internacionais tratam das relações políticas, econômicas, sociais, e culturais entre
dois países ou entre muitos países. Nós incluímos também nesta definição as relações que os
países têm com outros atores importantes, tais como corporações globais ou organizações
internacionais. Você sabia que o que nós consideramos atualmente como relações
internacionais originaram-se a pelo menos 2.500 anos atrás? Durante o século 5 AC, os grupos
políticos relevantes eram as cidades-estado gregas ao invés dos Estados-nação modernos.

Cidades-estado tais como Atenas e Esparta comercializavam entre si, participavam de


competições esportivas transfronteiriças, praticavam a diplomacia, formavam alianças, e
lutavam guerras umas contra as outras, como inimigas, e como aliadas contra o império persa.
As relações internacionais nesse período pareciam, em alguns aspectos, similares ao que são
hoje, mas, naturalmente, o sistema internacional moderno também mostra-se muito diferente.
Os Estados-nação de hoje atuam em um sistema global da interação. Mercadorias, tecnologia, e
dinheiro mudam de mãos com o clique de uma mouse em vez do lançamento de uma
embarcação. Os Estados ainda lutam guerras, mas a capacidade destrutiva das armas
modernas, especialmente as armas nucleares, introduz um elemento forte de cautela em como
os Estados resolvem seus conflitos com os outros. Os atores não-estatais, tais como
corporações globais, os grupos de defesa ambiental, e as redes de criminosos e terroristas
cruzam as fronteiras e compartilham do palco internacional ao lado dos países e seus governos.

Este curso introduz o aluno ao mundo fascinante e complexo de relações internacionais. A


melhor maneira de começar a adquirir um conhecimento sólido deste campo é dominar alguns
termos e conceitos básicos que são usados para descrever as relações internacionais e a política
externa, e aprender a como empregar a estrutura dos níveis de análise para organizar e
compreender argumentos e idéias sobre as relações internacionais.

As Relações Internacionais Fazem Parte da Nossa Vida Diária


Se você é, por acaso, uma das muitas pessoas—mais de um bilhão no mundo até a data de
2013—que possui um iPhone, você provavelmente conhece a Apple, a famosa companhia
americana de computador. Embora o iPhone seja projetado por Apple na Califórnia, seus
componentes são produzidos pelo mundo inteiro. Uma companhia na Coréia do Sul, a
Samsung, manufatura o processador das aplicações. O módulo da tela e do toque vêm de
Japão. Infineon, uma companhia Alemã, produz o módulo da câmera. Os vários componentes
são enviados para a China, onde uma companhia chamada Foxconn monta e envia os celulares

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aos clientes em todo o globo. Como um consumidor, você beneficia-se diretamente desta rede
global de comércio: o telefone móvel que você compra e o serviço que recebe é mais barato do
que seria se seu telefone fosse construído e mantido em um único país. Alguns trabalhadores
asiáticos, europeus, e americanos se beneficiam deste comércio também, considerando que
quanto mais telefones são vendidos, mais empregos são criados nos Estados Unidos, Europa, e
Ásia do Leste para produzi-los e consertá-los.

Os interesses nas relações internacionais às vezes envolvem conflito e guerra ao lado do


comércio e benefício econômico mútuo. Em 11 de Setembro de 2001, membros da organização
transnacional terrorista Al Qaeda sequestraram dois aviões e os jogaram contra as torres
gêmeas do World Trade Center na cidade de Nova Iorque. Eles também sequestraram um
terceiro avião e o lançaram contra o Pentágono em Washington. Um quarto avião foi também
desviado para Washington mas, por causa da ação dos passageiros, eles não conseguiram
manter o controle do avião e este caiu num campo aberto na Pensilvânia. Mais de 3.000
pessoas morreram durante os ataques de 11 de setembro, incluindo centenas de policiais e
bombeiros que tentaram salvar as vítimas iniciais nas torres gêmeas. Estes ataques deram lugar
a uma invasão americana do Afeganistão, cujo governo Talibã estava dando refúgio para a Al
Qaeda, e serviram como justificação para uma segunda guerra dos Estados Unidos contra o
Iraque, em 2003. Os ataques também geraram operações de espionagem e de forças especiais
contra a Al Qaeda em inúmeros países, incluindo o Paquistão em maio de 2011, quando seu
líder, Osama Bin Laden, foi morto.

A guerra contra o terrorismo foi uma parte proeminente do engajamento recente dos Estados
Unidos nas relações internacionais. Mas numa perspectiva mais longa, nós devemos reconhecer
que em termos relativos os americanos estão entre os povos do mundo menos afetados por
guerras externas. Basta lembrar que, por exemplo, na guerra de Vietnã, uma das guerras mais
longas e caras lutadas pelos Estados Unidos, 58.000 americanos foram mortos e
aproximadamente 300.000 feridos. Entretanto, o adversário dos Estados Unidos, o Vietnã do
Norte, sofreu 1.1 milhão de mortos e 600.000 feridos. Em 1995, o governo Vietnamita estimou
que 2 milhões de civis no norte e outros 2 milhões no sul morreram também durante a guerra.
As vítimas Vietnamitas representaram em torno de 13 por cento da população total desse país.

Considere que os cidadãos da França e da Alemanha se trataram como adversários por quase
100 anos. Esses dois países lutaram uma guerra entre si em 1870, e foram os principais
combatentes em duas guerras mundiais devastadoras, entre 1914 e 1918 e outra vez entre
1939 e 1945. Não se surpreende que, por muitas décadas, os povos francês e alemão se viam
com suspeita e ressentimento, considerando-se inimigos mortais. Mas, desde 1949, os
governos francês e alemão cooperaram um com o outro politica e economicamente no que é

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chamado hoje de União Européia (UE) — um grupo de 28 países europeus que se regulam por
leis e práticas comuns—e militarmente em uma aliança chamada de Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), que requer os Estados Unidos e seus parceiros europeus a virem à
defesa de qualquer um deles que sofra um ataque militar.

Hoje, uma guerra entre a França e a Alemanha é quase impensável, e em 2012 a União
Européia foi outorgada o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento de suas realizações
históricas. Os cidadãos franceses e alemães cruzam livremente a fronteira de cada um e
trabalham nas fábricas e escritórios do outro. Os alemães e os franceses até renunciaram as
suas antigas moedas correntes nacionais, o Marco alemão e o Franco francês; começando em
2002, compartilharam, junto com outros quinze membros da União Européia, de uma moeda
corrente comum chamada de Euro. Hoje, os membros da União Européia preocupam-se muito
pouco com uma guerra entre eles e muito sobre a instabilidade econômica enquanto se
esforçam para recuperarem-se de uma crise financeira que ameaçou sua própria prosperidade
e a da economia global.

As relações internacionais envolvem não apenas a guerra e o movimento de produtos e


dinheiro através das fronteiras, mas também a capacidade das pessoas de se movimentarem
através daquelas fronteiras. Se você não for um cidadão do país, os governos nacionais exigem
que você tenha uma permissão especial antes que você possa legalmente trabalhar no país.
Mesmo simplesmente visitando países diferentes como um turista, você frequentemente terá
de pedir a permissão, na forma de um Visto, dos governos respectivos daqueles países. Os
cidadãos de alguns países têm mais facilidade de cruzar a fronteira nacional do que os cidadãos
de outros países; em 2012, por exemplo, cidadãos da Suécia e Finlândia podiam entrar em
outros 168 países sem necessitar de um visto, ao passo que os cidadãos chineses poderiam
entrar sem visto em apenas 41 países, e os cidadãos do Paquistão, em somente 32 países.

Os americanos, desde que possuam suficiente condição financeira, podem viajar para quase
todos os países do mundo. Mas um país que não podem visitar sem permissão especial de seu
próprio governo é Cuba, porque o governo dos Estados Unidos tem tentado por muito tempo
punir o regime comunista de Cuba através do isolamento. Esta é uma inconveniência
relativamente pequena comparada com o que as relações internacionais impuseram às pessoas
que viviam na Europa Oriental entre o final da década de 1940 e o final da década de 1980.
Durante esse tempo uma cortina do ferro, um termo inventado pelo líder britânico Winston
Churchill para capturar as divisões políticas e humanas profundas, separou as partes ocidental e
oriental da Europa. Os governos comunistas dos países europeus orientais tentaram impedir
que seus cidadãos viajassem para o oeste porque temiam que as pessoas achariam a liberdade
tão atrativa que não retornariam para casa. As partes oriental e ocidental da capital alemã de

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hoje, Berlim, foram divididas pelo muro de Berlim. Berlinenses do leste que tentaram escapar
através do muro para Berlim Ocidental foram rotineiramente alvos de tiros por guardas da
Alemanha Oriental.

As relações internacionais afetam grandemente nossas vidas diárias. Atualmente, há hoje 195
países no mundo e eles interagem uns com os outros em torno de uma variedade ampla de
questões políticas, econômicas, sociais, culturais, e científicas. Os países interagem também
com uma gama de organizações internacionais governamentais (OIGs) — as organizações a que
os Estados aderem para promoverem seus interesses políticos ou econômicos—tais como as
Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário internacional (FMI), a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEC), a Organização Mundial da Saúde (OMS), e a Organização
Mundial do Comércio (OMC). Os países lidam também regularmente com atores privados cujas
ações ultrapassam as fronteiras nacionais, tais como o conglomerado americano da General
Electric, a companhia chinesa de computador Lenovo, o grupo internacional de resposta à crise
de saúde Médecins Sans Frontières, e movimentos políticos e sociais transnacionais tais como a
Irmandade Muçulmana e o Fórum Social Mundial. Sua tarefa é ganhar uma compreensão
desses relacionamentos, e para tal fim nós começamos colocando algumas das fundações
necessárias.

Noções Fundamentais para o Estudo de Relações Internacionais


Nesta seção nós aprenderemos alguns conceitos ou terminologia básicos para o estudo de
relações internacionais. A compreensão destes conceitos lhe ajudará a se familiarizar com as
discussões no campo.

A etapa inicial é identificar os atores fundamentais nas relações internacionais. Embora haja
muito debate a respeito do assunto, nós podemos identificar, de início, pelo menos três classes
importantes de atores-chave nas relações internacionais.

Primeiramente, nós estamos interessados nos líderes nacionais. Por líderes nacionais nós nos
referimos a indivíduos que chefiam o poder executivo, como o Presidente dos Estados Unidos,
o Primeiro-Ministro do Paquistão, ou o Chanceler da Alemanha, e, por consequência, são
habilitados a tomar decisões nas áreas militar e de política externa em nome de seus países.
Nós incluímos também aqueles indivíduos, tais como o Ministro da Defesa da Rússia ou o
Ministro Brasileiro da Agricultura, que em consequência de sua posição podem influenciar e
implementar decisões de chefe do poder executivo, como o Presidente Russo ou Brasileiro.

Em segundo lugar, nós estamos interessados nos Estados. Nas relações internacionais nós
frequentemente dizemos que a "Índia" tem este ou aquele interesse de política externa, ou que

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a "China" tem esta ou aquela estratégia em relação à "Rússia", ou que a "Venezuela" está
empregando este ou aquele instrumento da política externa para alcançar algum objetivo.
Índia, China, Rússia, e Venezuela estão entre os 195 Estados no sistema internacional atual.
Mas o que, em general, é um Estado? É uma entidade política com duas características
primordiais: um pedaço de território com fronteiras razoavelmente definidas, e autoridades
políticas que exercem a soberania, isto é, têm um poder eficaz e reconhecido de governar os
residentes no território e a capacidade de estabelecer relações com governos que controlam
outros Estados.

O Estado deve ser diferenciado de um outro ator importante das relações internacionais, a
nação. Os Estados são unidades políticas, ao passo que as nações são grupos de pessoas que
compartilham uma cultura, uma história, ou uma língua comum. O termo Estado-nação refere-
se a uma unidade política habitada por pessoas que compartilham uma cultura, história, ou
língua comum. Embora o termo Estado-nação seja usado frequentemente na literatura das
relações internacionais, usualmente como o sinônimo de país, Estados-nação puros são raros:
os exemplos possíveis poderiam incluir a Albânia, onde mais de 95 por cento da população são
etnicamente albaneses, ou a Islândia, que possui uma língua e uma cultura encontradas
somente nessa ilha. As nações frequentemente transcendem o limite de um Estado; os
membros da nação chinesa, por exemplo, são encontrados na China continental e em Formosa,
mas também na Singapura, na Malásia, e em outras partes do Sudeste Asiático. Por igual modo,
os Estados frequentemente contêm mais de uma nação. A antiga União Soviética incluiu não
somente os Russos mas também os Armenianos, Ucranianos, Georgianos, Latvianos, e
Lituanienses, entre outros.

A unidade relevante é o Estado, não a nação; a maioria de Estados podem hoje em dia aspirar a
ser um Estado-nação, mas é a possessão da condição de Estado ao invés da condição de nação
que é central; certamente o termo "interestatal" seria mais exato do que o "internacional" se
não fosse pelo fato de que este é o termo usado nos Estados Unidos para descrever, por
exemplo, as relações entre a Califórnia e Arizona. Por essa razão, o Reino Unido cabe mais
facilmente na definição convencional de relações internacionais do que a Escócia, ou Canadá
mais do que o Quebec, mesmo que a Escócia e o Quebec sejam mais nações do que o Reino
Unido ou o Canadá.

A característica diferenciadora do Estado é a soberania. Este é um termo difícil, mas em sua raiz
está a idéia da autonomia jurídica. Os Estados soberanos são soberanos porque inexiste um
órgão mais elevado com o poder de lhes emitir ordens. Na prática, alguns Estados podem ter a
habilidade de influenciar o comportamento de outros Estados, mas esta influência é uma
matéria de poder e não de autoridade.

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A definição convencional de relações internacionais enfatiza o fato de que o relacionamento


entre Estados é um de anarquia. Anarquia neste contexto não significa necessariamente a
ilegalidade e o caos; ao invés, significa a ausência de um sistema formal de governo. Inexiste
nas relações internacionais um centro formal e centralizado de tomada de decisão como há, a
princípio pelo menos, dentro do Estado.

Em terceiro lugar, para compreender as relações internacionais nós queremos frequentemente


analisar os atores não-estatais. Estes são atores diferentes dos Estados que funcionam dentro
ou através das fronteiras do Estado, com consequências importantes para as relações
internacionais. As empresas multinacionais tais como a americana Coca-Cola, a eletrônica
holandesa Phillips, e o conglomerado japonês Mitsubishi são atores não-estatais com
importantes operações de negócios em todo o globo. A Igreja Católica e o Conselho Nacional de
Igrejas dos Estados Unidos são ativos em todo o mundo e são assim atores não-estatais
importantes; e, com objetivos e métodos radicalmente diferentes, as diversas organizações
criminosas e terroristas, tais como as máfias ou Al Qaeda, são atores não-estatais de monta.

O que estes atores querem e como eles conseguem o que querem nas relações internacionais?
Aqui é útil distinguir interesses, estratégias, objetivos (ou alvos), e instrumentos da política.

Quando nós dizemos que um Estado (ou Estado-nação) tem um interesse particular, nós
queremos dizer que o Estado deseja manter ou alcançar alguma condição do mundo que para
ele é tão importante que ele está disposto a pagar custos significativos. Por exemplo, em anos
recentes, o governo chinês revelou que tem um interesse em alcançar a soberania sobre o mar
do Sul da China (ou da China Meridional), talvez porque essa área possa ser rica em petróleo e
gás natural. Ao fazer essa reivindicação, a China entrou em conflito com muitos vizinhos tais
como a Indonésia, a Malásia, as Filipinas, e o Vietnã, pois eles também reivindicam a soberania
sobre partes desse espaço marítimo. Não é de surpreender que o mar do Sul da China
transformou-se numa potencial zona de risco na política internacional.

Como os Estados promovem ou defendem um interesse? Eles o fazem pelo desenvolvimento e


execução de uma estratégia. Essencialmente, uma estratégia conecta meios a um fim. Se o
objetivo ou alvo final da China é alcançar a soberania sobre o mar do Sul da China, parte de sua
estratégia pode consistir na indução de países como o Vietnã e as Filipinas a renunciarem suas
próprias reivindicações sobre o mar do Sul da China, e ao mesmo tempo reconhecer a
soberania chinesa sobre a área. A China recorrerá a instrumentos de políticas para ajudá-la a
obter esse objetivo. Os instrumentos de políticas podem assumir uma variedade de formas. No
exemplo do mar do Sul da China, a China até o momento tem usado múltiplos instrumentos de
políticas, incluindo a diplomacia, a propaganda, e baixos níveis de força militar.

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Fontes:

• Grieco, Joseph, Ikenberry, G.John e Mastanduno, Michael. Introduction To International


Relations. New York: Palgrave Macmillan, 2005, p.2,4-9.

• Brown, Chris e Ainley, Kirsten. Understanding International Relations. New York:


Palgrave Macmillan, 2009, p.1-4.

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