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CURSO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Professor Evaldo Rodrigues

INQUÉRITO POLICIAL

- CONCEITO: O inquérito é “o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma
infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo” (Tourinho Filho).

- A PERSECUÇÃO CRIMINAL: Tem como finalidade a apuração das infrações penais e sua respectiva autoria. Se divide
em duas fases:

- Fase Inquisitiva: É o inquérito policial (atividade preparatória da ação penal - preliminar e informativo).

- Fase Processual: É a fase processual, submissa ao contraditório e à ampla defesa.

- INSTRUMENTALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL: O inquérito policial serve como um instrumento:

- Preservador: Embora seja peça prescindível (a ação penal pode ser movida com base em peças de informação),
sua instauração é apta à precaução contra ações penais temerárias, sem justa causa ou infundadas, com vantagens à
economia processual;

- Preparatório: Reúne elementos de informação, protegendo a prova contra a ação do tempo e conferindo robustez
à justa causa para a ação penal.

- NATUREZA JURÍDICA DO INQUÉRITO POLICIAL: É um procedimento de índole eminentemente administrativa,


de caráter informativo, preparatório da ação penal. Rege-se pelas regras do ato administrativo em geral.

- DESTINATÁRIOS DO INQUÉRITO POLICIAL: Tem como destinatários imediatos o Ministério Público, e o ofendido
(seus sucessores processuais), bem como destinatário mediato tem o juiz (indireto).

- CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL:

- Discricionariedade: O delegado conduz as investigações discricionariamente. A autoridade policial pode atender


ou não aos requerimentos patrocinados pelo indiciado ou pela própria vitima (art. 14, CPP), só não poderá
indeferir a realização do exame de corpo de delito, quando a infração praticada deixar vestígios (a
discricionariedade do inquérito não é absoluta).

- Escrito: Todas as peças do inquérito policial serão escritas ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade. Os atos produzidos oralmente serão reduzidos a termo.

- Sigiloso: Ao contrário do que ocorre no processo, o inquérito não comporta publicidade, sendo procedimento
sigiloso. Pode consultar os autos o magistrado, membro do Ministério Público e o advogado.

- Oficialidade: Presidido por servidor público – Delegado de Polícia.

- Oficiosidade: Havendo crime de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial deve atuar de ofício,
instaurando o inquérito e apurando prontamente os fatos, dispensando qualquer autorização para agir. Já nos crimes
de ação penal pública condicionada e ação penal privada, a autoridade policial está condicionar à autorização da
vítima (depende de permissão para poder atuar).

- Indisponibilidade: Iniciado o inquérito, não pode o delegado de polícia dele dispor. Se diante de uma
circunstância fática, o delegado percebe que não houve crime, nem em tese, não deve iniciar o inquérito policial
(não está, a princípio, obrigado a instaurar o inquérito policial). Contudo, uma vez iniciado o procedimento
investigativo, deve levá-lo até o final, não podendo arquivá-lo.

- Inquisitivo: As atividades persecutórias ficam concentradas nas mãos de uma única autoridade e não há o
contraditório ou da ampla defesa (não existem partes, apenas uma autoridade investigando - permite agilidade nas
investigações). Contudo, em razão da “ausência de defesa”, não pode o magistrado, na fase processual, valer-se
apenas do inquérito para proferir sentença condenatória.
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- Dispensabilidade: O inquérito não é imprescindível para a propositura da ação penal. Nesse sentido a
denúncia/queixa podem ter por base inquéritos não policiais, dispensando-se a atuação da polícia judiciária.

- Dica: Características do INQUÉRITO POLICIAL: "SEI DOIDO": Sigiloso, Escrito, Inquisitório, Dispensável, Oficioso,
Indisponível, Discricionário e Oficial.

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- COMPETÊNCIA (ATRIBUIÇÃO):

- Critério Territorial: Leva-se em consideração a circunscrição em que se consumou a infração (competência das
delegacias dos “bairros - cidades”).

- Critério Material: Tem-se a atuação da policia em relação a delegacias especializadas na investigação e no


combate a determinado tipo de infração (ex.: competência da delegacia de “homicídios” ou “Roubos e Furtos”).

- Critério em Razão da Pessoa: Leva-se em consideração a figura da vitima (ex.: competência da delegacia da
Mulher, Turista ou do Idoso).

- PEÇAS INAUGURAIS DO INQUÉRITO POLICIAL: Auto de prisão em flagrante, requisições, requerimentos,


portarias.

- INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL: Será iniciado:

- Nos Crimes de Ação Pública:

- De ofício;
- Mediante requisição da autoridade judiciária
- Mediante requisição do Ministério Público,
- A requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

- OBS: O requerimento conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;


b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

- OBS: Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

- OBS: Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.

- OBS: O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

- Nos Crimes de Ação Pública: Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

- PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO: Em regra geral é de 10 dias, estando o indiciado preso
(improrrogável - contado o prazo a partir do dia da prisão) e 30 dias, se o agente está solto (pode ser prorrogável, o
quanto for necessário, a requerimento do delegado e mediante autorização do juiz).

- VÍCIOS: Sendo o inquérito dispensável, não tem o condão de, uma vez viciado, contaminar a ação penal. Em outras
palavras, os males ocorridos no inquérito não têm a força de macular a fase judicial. Ex.: Havendo prisão em flagrante
ilegal durante o inquérito, ela deve ser relaxada, todavia, este fato não leva à nulidade do futuro processo contra o suposto
autor do fato.

- VALOR PROBATÓRIO: Relativo, pois carece de confirmação por outros elementos colhidos durante a instrução
processual. Para ter valor probatório, é preciso que seja realizado sob o crivo do contraditório e ampla defesa.

- INCOMUNICABILIDADE: O art. 21, do CPP, contempla a possibilidade de decretação da incomunicabilidade do preso


durante o inquérito policial. Ocorre que, este dispositivo, em face do disposto no art. 136, § 3°, inciso IV, da CF (“é
vedada a incomunicabilidade do preso”), não foi recepcionado pela Carta Magna.

Art. 21, CPP: “A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será 2
permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir”.

Parágrafo único. “A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em
qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil”.

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- PROVIDÊNCIAS: Art. 6º, CPP: “Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá”:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos
peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro,
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua
folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e
o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)

Art. 7º, do CPP: “Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade
ou a ordem pública”.

- INDICIAMENTO: Trata-se de ato privativo da autoridade policial, no qual, após o transcurso das investigações, decidirá
de a pessoa indiciada está ou não vinculada ao fato. Em regra ocorre quando do relatório de encerramento do
procedimento. O indiciamento deve descrever os elementos de informação coligidos na investigação preliminar (inquérito
policial) que representem indícios suficientes de autoria relativamente à perpetração de infração penal pela pessoa
investigada.

- OBS: A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

- OBS: No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar
onde possam ser encontradas.

- OBS: Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

- ENCERRAMENTO: Os autos do inquérito, integrados com o relatório, serão remetidos ao Judiciário, para que sejam
acessados pelo titular da ação penal.

Art. 17, CPP: “A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito”.

- Princípio da Indisponibilidade: Após sua instauração o inquérito policial não pode ser arquivado pela
autoridade policial, mas semente pelo juiz.

Art. 18, CPP: “Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para
a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia”.

- OBS: É possível o trancamento do Inquérito Policial realizado mediante Habeas Corpus dirigido para o Tribunal
de Justiça ou para o Magistrado competente, dependendo da autoridade coatora.

- Crimes de Ação Penal Pública: Deve o magistrado abrir vistas do inquérito ao titular da ação penal (Ministério Público),
que poderá: oferecer denúncia, requisitar novas diligências ou promover o arquivamento do inquérito policial. O
magistrado não pode indeferir as diligências requisitadas pelo MP por entender que as mesmas são protelatórias.
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- OBS: Havendo divergência do magistrado quanto ao pedido de arquivamento, deve o magistrado (art. 28, CPP)
remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça, para que a deliberação final seja dada por órgão superior do
próprio Ministério Público.

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- Crimes de Ação Penal Privada: Deve-se aguardar a iniciativa da vítima, através do seu advogado, para que acesse os
autos da investigação que estão disponíveis em cartório, no intuito do oferecimento da queixa crime, no prazo de 06
meses, em regra.

- Termo Circunstanciado: Próprio para os crimes de menor potencial ofensivo é uma peça despida de rigor formal,
contendo breve e sucinta narrativa que descreve os fatos e indica os envolvidos e eventuais testemunhas, devendo ser
remetido aos Juizados Especiais Criminais. A legitimidade para presidência do TCO é da autoridade policial.

- OUTRAS DISPOSIÇÕES DO CPP:

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá
por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Art. 9º: Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.

Art. 11º: Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:


I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.

- OBS: O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas
diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade.

Parágrafo Único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar
quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com
exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra,
independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente,
sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados
relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

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Aula 02
DA AÇÃO PENAL

- CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL:

a) Possibilidade Jurídica do Pedido: Previsibilidade na lei penal e possível.


b) Interesse de Agir: Necessidade e utilidade do uso das vias jurisdicionais.
c) Legitimação Para Agir: Ação Pública - Ministério Público / Ação Privada - Particular
d) Justa Causa: Deve haver o mínimo probatório de indícios da autoria e materialidade delitiva..
e) Condições Especificas: São exemplos: a representação da vítima ou a requisição do Ministro da Justiça, (ação
públicas condicionadas),

- CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL:

- OBS: Art. 100, caput, do Código Penal: “A ação penal é pública, salvo quando a lei, expressamente, a declara
privativa do ofendido”.

- OBS: Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e
Município, a ação penal será pública.

- OBS: O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

- AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: É aquela de titularidade do Ministério Público (órgão acusador
oficial do Estado) e não necessita de manifestação de vontade da vítima ou de terceiros para ser exercida (atuação de
ofício). Será a ação cabível quando do silêncio da lei acerca da ação penal cabível.

- Titularidade: O inciso I, do art. 129, da CF, confere a titularidade da ação penal pública ao Ministério Público,
sendo impensável o exercício da ação por iniciativa do delegado ou do magistrado.

- Princípios/Características:

- Obrigatoriedade (legalidade processual): Estando presentes os requisitos legais, o Ministério Público está
obrigado a oferecer a denúncia para que o processo seja iniciado. Não cabe ao MP juízo de conveniência ou
oportunidade (art. 24 do CPP: “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público”).

- Indisponibilidade ou Indesistibilidade: Em decorrência do princípio da obrigatoriedade, uma vez proposta a ação


penal, o Ministério Público não pode dela dispor. Não pode o órgão ministerial, sequer, desistir do recurso
interposto. Perceba que o MP não é obrigado a recorrer, contudo, se o fizer, não poderá desistir do recurso
manejado.

- OBS: Apesar de não poder desistir da ação, o MP pode, em sede de alegações finais, pleitear a absolvição
do réu, impetrar habeas corpus em favor deste, e até recorrer para beneficiá-lo.

- Oficialidade: A persecução penal em juízo está a cargo de um órgão oficial, qual seja, o Ministério Público.

- Oficiosidade: a ação penal pública incondicionada não carece de qualquer autorização para instaurar-se, devendo
o Ministério Público atuar ex officio. 5
- Indivisibilidade: a ação penal deve estender-se a todos aqueles que praticaram a infração criminal. Assim, o
Parquet tem o dever de ofertar a denúncia em face de todos os envolvidos. Contudo, devemos esclarecer que o
oferecimento da denúncia contra um acusado ou mais, possibilita, ainda, a posterior acusação de outros.

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- Intranscendência ou Pessoalidade: A ação só pode ser proposta contra quem praticou o delito. A demanda não
pode prejudicar terceiros que não tenham concorrido de alguma forma para o cometimento da infração. O
falecimento do autor do fato não impede que os herdeiros, dentro das forças da herança, estejam obrigados a
indenizar a vítima pelos danos causados.

- AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA: Nesta modalidade a titularidade continua sendo do Ministério Público,
que, entretanto, não pode agir de ofício, pois depende da prévia manifestação de vontade do ofendido (representação) ou
do Ministro da Justiça (requisição).

- Representação do Ofendido: Crime de lesão corporal leve (CP, art. 129, caput); crime de lesão corporal culposa (CP, art.
129, § 6); crime contra a honra de funcionário público, em razão de suas funções (art. 141, II); ameaça (art. 147, parágrafo
único);

- Destinatários: A representação, ofertada pela vítima, por seu representante ou por procurador com poderes
especiais não precisa ser advogado, pode ser destinada à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao próprio
juiz.

- Ausência de Rigor Formal: Segundo o STF, a representação é não tem rigor formal, podendo ser apresentada
oralmente ou por escrito, tanto na delegacia, quanto perante o magistrado ou o membro do Ministério Público. O
importante é que a vítima revele o interesse claro e inequívoco de ver o autor do fato processado.

- Prazo da Representação: Deve ser ofertada, como regra, no prazo de 06 meses do conhecimento da autoria da
infração penal, isto é, de quando a vítima toma ciência de quem foi o responsável pelo delito.

- OBS: Por ser prazo de natureza decadencial, é contado na forma do art. 10 do CP, ou seja, inclui-se o dia
do início e exclui-se o do vencimento. Este prazo também não se interrompe, não se suspende nem se
prorroga. Caso se encerre em final de semana ou feriado, a vítima deverá representar à autoridade que
esteja de plantão, afinal, não haverá prorrogação para o primeiro dia útil subsequente.

- O Menor Representado: Se a vítima for menor de 18 anos, o direito de representação deve ser exercido pelo
representante legal.

- OBS: E se o menor de 18 for emancipado, poderá representar? Não (a capacidade plena que detém é só
para os atos da vida civil). Ressalta-se que o prazo decadencial só passa a contar a partir do advento da
maioridade. O risco, contudo, é a ocorrência da prescrição. Por outro lado, caso a vítima seja maior de 18
anos, só esta pode representar.

- OBS: As Pessoas Jurídicas, quando vítimas de infração, podem representar por intermédio de seus
representantes, no silêncio destes, por seus diretores ou sócios-administradores.

- Ausência de Vinculação do Ministério Público: O Parquet, diante da representação, analisa se estão presentes os
requisitos legais, para só então oferecer denúncia. Contudo pode, inclusive, em sua peça acusatória, enquadrar a
conduta delituosa em tipificação diversa da apontada pela vítima, ou até mesmo, promover o arquivamento.

- Eficácia Objetiva: se a vítima indica na representação apenas parte dos envolvidos, o Ministério Público pode, de
pronto, ofertar denúncia contra os demais coautores ou partícipes, sem a necessidade de nova manifestação de
vontade do ofendido (princípio da indivisibilidade da ação penal).

- Retratação: A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia. A retratação só pode ser feita até o
oferecimento da denúncia, pela mesma pessoa que representou.

- OBS: Para a doutrina majoritária, a vítima pode retratar-se e reapresentar a representação quantas vezes
entender conveniente, respeitando apenas o marco do oferecimento da denúncia e o prazo decadencial dos
06 meses.

- OBS: No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
representação passará ao cônjuge/companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
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Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.

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- A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de
seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente
o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.

- A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.

- Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.

- A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial
para que esta proceda a inquérito.

- O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos
que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias.

- Requisição do Ministro da Justiça: É um ato de conveniência política, a cargo do Ministro da Justiça, autorizando a
persecução criminal nas infrações que a exijam. Exemplo: Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fara do Brasil
(CP, art. 7, § 3º, b); crimes contra a honra cometidos contra chef e de governo estrangeiro (CP, art. 141, I, c/c parágrafo
único do art. 145); crimes contra a honra praticados contra o presidente da República (CP, art. 141, I, c/c art. 145,
parágrafo único).

- Destinatário: A requisição ministerial será endereçada ao Ministério Público, na figura do Procurador Geral.

- Prazo Para Oferecimento: Pode ser ofertada a qualquer tempo, enquanto a infração não estiver prescrita, ou a
punibilidade não estiver extinta por qualquer outra causa.

- Retratação: Não cabe retratação da requisição, pois esta revelaria fragilidade do Estado brasileiro (é ato
administrativo irrevogável).

- Ausência de Vinculação do MP: Ofertada a requisição, pode o órgão ministerial propor o arquivamento do feito,
caso entenda que não existe justa causa para o início da demanda, assim como imprimir definição jurídica diversa
daquela que foi apresentada.

- Eficácia Objetiva: Assim como a representação, a requisição ministerial, se não forem contemplados todos os
criminosos, poderá o Ministério Público, de pronto, denunciar os que não foram enquadrados, sem a necessidade
de aditamento pelo Ministro da Justiça.

- AÇÃO PENAL DE INICIATIVA PRIVADA: O titular do direito de ação é o ofendido ou seu representante legal, trata-
se de caso de substituição processual, no qual o ofendido age em nome próprio.

- OBS: Na Ação Privada o autor denomina-se querelante e o réu, querelado.

- OBS: (Art. 41) A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando
necessário, o rol das testemunhas.

- Titularidade: O exercício do direito de ação cabe ao ofendido ou ao seu representante legal (art. 30, CPP). No caso de
morte ou declaração de ausência da vítima, o direito de ação transfere-se ao cônjuge (incluída a companheira),
ascendentes, descendentes e irmãos, nesta ordem preferencial (art. 31, CPP).

- OBS: A procuração deverá constar expressamente os poderes especiais do procurador, o nome do querelado e a
menção ao fato criminoso. As irregularidades que porventura ocorrerem na procuração considerar-se-á sanadas se o
querelante também assinar a queixa. A assinatura do querelante na queixa, em conjunto com seu advogado, isentará
o procurador de responsabilidade por eventual imputação abusiva, não sendo, nessa hipótese, necessária
procuração (art. 44, CPP).

- Princípios: São norteadores da ação penal privada os princípios:


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- Oportunidade ou Conveniência: É facultado à vítima decidir entre ofertar ou não a ação, pois ela é a titular do
direito. Não querendo exercê-lo, pode ficar inerte e deixar transcorrer o prazo decadencial de 06 meses para ofertar
a queixa ou, se assim o desejar, renunciar a este direito de forma expressa ou tácita. Se divide em decadência e
renúncia.

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- Decadência: Ocorre pela omissão da vítima em propor a ação privada no prazo de 06 meses, contados
como regra do conhecimento da autoria da infração (tal prazo não se prorroga, não se suspende nem se
interrompe, contando-se na forma do art. 10, do CP, incluindo-se o primeiro dia e excluindo-se o do
vencimento) e ocasiona a extinção da punibilidade..

- Renúncia: Opera-se pela prática de ato incompatível com a vontade de ver processado o infrator (passar a
manter laços de amizade com o infrator, convidando-o, por exemplo, para batizar um filho - mera
cordialidade e atos de boa educação não implicam renúncia), ou através de declaração expressa da vítima
neste sentido. A renúncia é ato voluntário, unilateral, pré-processual e irretratável, já que tem por
consequência a extinção da punibilidade.

- OBS: Se a renúncia for ofertada em benefício de parcela dos infratores, se estenderá a todos.
Renunciando a vítima em proveito de um ou alguns, todos lucram.

- Disponibilidade: Uma vez exercida a ação penal, poderá o particular desistir desta, seja perdoando o acusado,
seja pelo advento da perempção. Se divide em perdão da vítima e perempção.

- Perdão da Vítima: Ocorre quando a vítima perdoa o réu por qualquer motivo (extinção da punibilidade).
Contudo, precisa ser aceito pelo imputado, senão não operará efeitos (ato bilateral). Uma vez oferecido o
perdão mediante declaração nos autos, o demandado será intimado para dizer se concorda, dentro de 03
dias. Se nada disser, o silêncio implica acatamento (aceitação tácita).

- OBS: Havendo corréus, o perdão oferecido a apenas um aproveitará aos demais. Caso um ou
alguns não o aceitem, o processo continuará contra aqueles que o recusaram.

- OBS: No aspecto temporal, o perdão pode ser ofertado até o trânsito em julgado da sentença final.

- Perdão x Renúncia: O Perdão é ato uniliteral, pré-processual e independe de aceitação. Já a


renúncia é ato bilateral, processual e depende de aceitação.

- Perempção: Ocorre depois de exercido o direito de ação, sendo ocasionada pela inércia na condução da
ação privada, ocasionando a extinção da punibilidade. São hipóteses:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias
seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a
que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais (a
ausência deve ser injustificada);

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

- Indivisibilidade: É dizer, ou processa todos, ou não processa ninguém. O Ministério Público, como fiscal, não
pode aditar a queixa crime, lançando novos réus ao processo.

- Intranscendência ou Pessoalidade: Estabelece que a ação só pode ser proposta contra a pessoa a quem se imputa
a prática do delito.

- Espécies de ação penal privada:

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- Exclusiva ou Propriamente Dita: É aquela exercida de iniciativa privada, mediante a oferta da queixa-crime.

- Titularidade: Pode ser proposta pelo:

a) Ofendido (se maior de 18 anos e capaz);

b) Por seu representante legal, (se o ofendido for menor de 18 anos);

c) No caso de morte do ofendido ou declaração de ausência, pelo seu cônjuge (incluída a companheira),
ascendente, descendente ou irmão. No caso de morte ou ausência do querelante no curso do processo, estes
terão o prazo de 60 dias para prosseguir com a ação, e a omissão leva à perempção.

Ex.: Calúnia, Difamação e Injúria (ATENÇÃO trata-se de rol como taxativo e preferencial - Se comparecer
mais de uma pessoa com direito de queixa, segue a preferência acima).

- Personalíssima: Somente o ofendido pode oferecer a queixa, sendo o seu exercício vedado até mesmo ao representante
legal, inexistindo, ainda, sucessão por morte ou ausência. Se a vítima for menor de 18 anos, terá de aguardar completar a
maioridade para exercer a ação. Enquanto isto, o prazo decadencial não estará correndo. Se doente mental, terá de recobrar
a sanidade.

- Único Ex.: Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento  Art. 236: Contrair casamento,
induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois
de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

- Ação Penal Privada Subsidiária da Pública: Tem cabimento diante da inércia do MP, que, nos prazos legais, deixa de
atuar, não promovendo a denúncia ou, em sendo o caso, não se manifestando pelo arquivamento dos autos do inquérito
policial, ou ainda, não requisitando novas diligências. É uma forma de fiscalização da atividade ministerial, evitando
eventuais arbítrios pela desídia do Parquet. É uma mera faculdade, cabendo ao particular optar entre manejar ou não a
ação, gozando como regra do prazo de 06 meses, iniciados, contudo, do encerramento do prazo que o MP.

- Art. 29, CPP: “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal,
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os
termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal”.

- OBS: As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser
representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou
sócios-gerentes (Art. 37).

- OUTROS DISPOSITIVOS:

- Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício. Ex.: prescrição.

- No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público,
declarará extinta a punibilidade.

- O prazo para o aditamento da queixa será de 03 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os
autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais
termos do processo

- Prazo para Oferecimento da Denúncia:

- Réu Preso: 05 dias, contado da data em que o Ministério Público receber os autos do inquérito policial,

- Réu Solto ou Afiançado: 15 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do 9
inquérito policial. Se houver devolução do inquérito à autoridade policial contar-se-á o prazo da data em que o MP
receber novamente os autos.

- Inquérito Policial Dispensado pelo MP: O prazo será contado da data em que tiver recebido as peças de
informações ou a representação.

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- Pedido de Arquivamento do Inquérito pelo MP: Art. 28, CPP: “Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar
a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e
este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender”.

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Aula 03
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA

- ELEMENTOS ESSENCIAIS DAS MEDIDAS CAUTELARES: Necessariedade e Adequabilidade

Necessariedade:

a) assegurar a aplicação da lei penal;


b) conveniência da investigação ou instrução criminal;
c) evitar a prática de infrações penais, conforme previsão legal.

- OBS: Os requisitos são alternativos: é suficiente a presença de apenas um dos três.

Adequabilidade:

a) gravidade do crime;
b) circunstâncias do fato;
c) condições pessoais do indiciado ou acusado.

- OBS: Os requisitos são cumulativos: devem ser analisados os três em conjunto.

- OBS: Cabe a decretação de medidas cautelares isoladas ou cumulativas.

- PODEM PLEITEAR AS MEDIDAS CAUTELARES:

Durante a investigação criminal:

a) Ministério Público;
b) autoridade policial (por representação).

- OBS: O juiz não pode decretá-las de ofício.

Durante o processo:

a) Ministério Público;
b) querelante (ação privada);
c) assistente de acusação (ação pública).

- OBS: Pode o juiz decretá-las de ofício.

- OBS: Antes do transito em julgado da condenação, o sujeito só poderá ser preso em três situações: flagrante
delito, prisão preventiva e prisão temporária. No entanto, só poderá permanecer nessa condição em duas delas:
prisão temporária e preventiva.

- A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.

- O descumprimento da medida cautelar pode gerar a sua substituição por outra medida, a cumulação com
outra restrição ou, em último caso, a decretação da preventiva.

- O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

- As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem definitivamente condenadas,
nos termos da lei de execução penal.

- OBS: A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade do domicílio.
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- Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de perigo, resistência ou de
tentativa de fuga do preso.

- MANDADO: Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a
quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente.

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Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu,
lhe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.

- Mandado e violação do domicílio:

- Se o executor do mandado verificar que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será
intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão.
- Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força
na casa, arrombando as portas, se preciso;
- Sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas,
tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.

- PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO: Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o
executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que,
depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.

- Entender-se por perseguição:

a) Se avistado, for perseguido sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em determinada direção
ou local, desde que for ao seu encalço.

- Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da pessoa do executor
ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a
dúvida.

- PRISÃO ESPECIAL: Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando
sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:

I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos
secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas
dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por
motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.

- OBS: A prisão especial consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. Contudo, Não
havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento.

- OBS: A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela
concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.

- OBS: O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum.

- OBS: Independentemente da patente ou nível hierárquico do militar, estes serão recolhidos em estabelecimento militar
adequado, com o objetivo de preservar a sua integridade física e moral.

DA PRISÃO EM FLAGRANTE
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- TIPOS DE FLAGRANTE:

a) Próprio, quando o sujeito está cometendo a infração penal ou acaba de cometê-la;

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b) Impróprio, quando há perseguição ao agente, logo após, pela autoridade, pela vítima ou qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor do delito;

c) Presumido, quando o agente é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis, que façam
presumir ser ele autor da infração.

- Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito.

- Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

- APRESENTAÇÃO DO PRESO: À autoridade competente, ouvirá o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura,
entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o
acompanharem e ao interrogatório do acusado (há o direito ao silêncio).

- A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor,
deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

- Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016).

- Prisão em flagrante por apresentação espontânea: Não existe. A autoridade policial não poderá prender em
flagrante a pessoa que se apresentar espontaneamente. Isso porque o art. 304, caput, do CPP dispõe que
"apresentado o preso a autoridade competente...".

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de
prestado o compromisso legal.

Comunica-se a prisão ao juiz competente, ao Ministério Público, à família do preso ou a quem ele indicar. Se não indicar
advogado, cópia do auto será enviada à Defensoria Pública. O preso deve receber nota de culpa em 24 horas, contendo o
resumo da acusação, além do nome da autoridade, do condutor e das testemunhas.

- COMUNICAÇÃO DA PRISÃO:

- Comunica-se a prisão ao juiz competente (em até 24h), ao Ministério Público, à família do preso ou a quem ele
indicar.
- Se não indicar advogado, cópia do auto será enviada à Defensoria Pública.
- O preso deve receber nota de culpa em 24 horas, contendo o resumo da acusação, além do nome da autoridade,
do condutor e das testemunhas.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante
(Relaxamento da prisão em flagrante pela própria autoridade policial).

- Recebido o auto de prisão em flagrante, o juiz pode:

a) relaxá-lo, determinando a soltura do indiciado, por considerá-lo ilegal;


b) mantê-lo, por reputá-lo legal, optando por:
b.1) converter a prisão em flagrante em preventiva, se presentes os requisitos do art. 312 do CPP e não cabível
nenhuma outra medida cautelar alternativa;
b.2) conceder liberdade provisória, com ou sem fiança, conforme o caso.

- OBS: Sempre que for constatada a possibilidade de ocorrência da alguma excludente de ilicitude (art. 23, CP), deve o juiz
conceder liberdade provisória, sem fiança.

DA PRISÃO PREVENTIVA

- A prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação ou do processo, conforme requerimento do 13
Ministério Público, do querelante, do assistente de acusação ou por representação da autoridade policial. Em juízo, ela
pode ser decretada de ofício pelo magistrado.

- OBS: Não se decreta a prisão preventiva, quando houver suspeita de prática do fato sob o manto de qualquer
excludente de ilicitude.

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- OBS: A prisão cautelar deve submeter-se aos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade, sob pena de se
estender em demasia, gerando patente constrangimento ilegal.

- REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA: Materialidade + Indício de Autoria + Elemento Alternativo (art. 312, CPP):

a) garantia da ordem pública;


b) garantia da ordem econômica;
c) conveniência da instrução criminal;
d) assegurar a aplicação da lei penal.
e) Acrescenta-se a possibilidade de sua decretação para o descumprimento de qualquer das obrigações impostas por
força de outras medidas cautelares (art. 319, CPP).

Garantia da Ordem Pública: Se calca em alguns pontos básicos: gravidade concreta do crime, repercussão social, maneira
destacada de execução, condições pessoais negativas do autor e envolvimento com associação ou organização criminosa.
Basta a comprovação de dois desses cinco elementos para justificar a preventiva.

Garantia da Ordem Econômica: Trata-se da segurança econômica, pela continuidade da atividade criminosa pelo agente
do colarinho branco.

Conveniência da Instrução Criminal: é restrita, baseada, como regra, na colheita das provas. Se esta se der de maneira
livre e escorreita, descabe a preventiva; se for perturbada pelo acusado, emerge a necessidade da cautelar.

Aplicação da Lei Penal: Calca-se, fundamentalmente, na potencialidade de fuga do indiciado ou réu, desde que lastreada
em fatos e não meras presunções.

- SERÁ ADMITIDA A DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA:

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no
inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

IV - quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra
hipótese recomendar a manutenção da medida.

- PRISÃO PREVENTIVA UTILITÁRIA: A finalidade é permitir a apuração da identidade civil do indiciado ou réu.
Assim que tal objetivo for atingido, solta-se o preso.

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

PRISÃO TEMPORÁRIA

A prisão temporária está adstrita à cláusula de reserva jurisdicional, e, em face do disposto no art. 2° da Lei n° 7.960/1989,
somente pode ser decretada pela autoridade judiciária, mediante representação da autoridade policial ou requerimento do
Ministério Público.

- OBS: A temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz, pressupondo provocação.

- Cabimento:

a) Quando imprescindível para as investigações do inquérito policial.


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b) Quando o Indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos ao esclarecimento de sua identidade;

c) Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes:

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a) homicídio doloso;
b) sequestro ou cárcere privado;
c) roubo;
d) extorsão;
e) extorsão mediante sequestro;
f) estupro;
g) atentado violento ao pudor;
h) rapto violento;
i) epidemia com resultado de morte;
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte;
l) quadrilha ou bando;
m) genocídio, em qualquer de suas formas típicas;
n) tráfico de drogas;
o) crimes contra o sistema financeiro;
p) os crimes hediondos e assemelhados, quais sejam, tráfico, tortura e terrorismo, mesmo os não
contemplados no rol do art. 1° da lei no 7.960/1989, por força do § 4° do art. 2° da lei no 8.072!1990 (lei de
Crimes Hediondos), são suscetíveis de prisão temporária.

- Prazos:

- Regra geral: Prazo de 05 dias, prorrogáveis por mais 05 dias em caso de comprovada e extrema necessidade.

- Crimes Hediondos ou Assemelhados: O prazo da prisão temporária é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias,
em caso de comprovada e extrema necessidade.

- OBS: A prorrogação pressupõe requerimento fundamentado, cabendo ao magistrado deliberar quanto a sua
admissibilidade. Não cabe prorrogação de ofício. Na prorrogação, deve o magistrado ouvir o MP quando o pedido
for realizado pela autoridade policial.

- Procedimento:

a) O juiz é provocado pela autoridade policial, mediante representação, ou por requerimento Ministério Público;
b) O juiz, apreciando o pleito, tem 24 horas para, em despacho fundamentado, decidir sobre a prisão, ouvindo para
tanto o MP, nos pedidos originários da polícia;
c) Decretada a prisão, o mandado será expedido em duas vias, sendo que uma delas, que será entregue ao preso,
serve como nota de culpa;
d) Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos assegurados na CF;
e) Durante o prazo da temporária, pode o juiz, de ofício, a requerimento do MP ou defensor, "determinar que o
preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame
de corpo de delito"(§ 3°, art. 2°).
f) Decorrido o prazo legal o preso deve ser posto imediatamente em liberdade, salvo se for decretada a preventiva.

DA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela
ausentar-se com autorização judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;


II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 anos de idade ou com deficiência;
IV - gestante; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos de idade incompletos. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)

DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES 15


Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

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II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou
instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e
trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo
receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os
peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;
IX - monitoração eletrônica.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas
do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas.

- OBS: Várias delas já são conhecidas como condições para o gozo de sursis, livramento condicional ou regime aberto.
Há, inclusive, medida cautelar utilizada como pena alternativa, caso da proibição de frequentar lugares.

DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código.

- FIANÇA: A fixação da fiança pode ser feita pela autoridade policial para os casos de infrações cuja pena máxima não
ultrapasse quatro anos. No mais, cabe ao juiz que decidirá em 48 horas.

- Não será concedida fiança:

I - nos crimes de racismo;


II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes
hediondos;
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;

Não será, igualmente, concedida fiança:

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida.


II - em caso de prisão civil ou militar;
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

- Valor da Fiança: Será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:

I - de 01 a 100 salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena, no grau máximo, não for superior a 04
anos;
II - de 10 a 200 salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 04
anos.

- OBS: Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código (liberdade provisória sem fiança);
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.
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- OBS: Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais
de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância
provável das custas do processo, até final julgamento.

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- OBS: A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for
intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será
havida como quebrada.

- OBS: O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da
autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o
lugar onde será encontrado.

- OBS: A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos,
títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.

- OBS: A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória.

- OBS: Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la,
mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 horas.

- OBS:O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação
pecuniária e da multa, se o réu for condenado.

- OBS: Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvido o acusado ou declarada
extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único
do art. 336 deste Código.

- OBS: Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na
classificação do delito.

- Reforço da Fiança: Será exigido:

I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;


II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos
metais ou pedras preciosas;
III - quando for inovada a classificação do delito.

- OBS: A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.

Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
V - praticar nova infração penal dolosa.

- OBS: O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a
imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. No caso de perda da fiança, o
seu valor, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe
liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares,
se for o caso.

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