1. Introdução...................................................................................................................................................... 7
2. Dimensionamento da Tubulação................................................................................................................... 7
4. Tubulações..................................................................................................................................................... 15
4.1 Dilatação........................................................................................................................................ 15
4.2 Contorno.........................................................................................................................................15
4.3 Lira ou Ferradura............................................................................................................................ 16
4.4 Juntas............................................................................................................................................. 16
4.5 Juntas Sanfonadas.........................................................................................................................16
4.6 Ancoragem..................................................................................................................................... 17
4.7 Tubulações Secundárias................................................................................................................ 17
4.8 Ar.....................................................................................................................................................18
4.9 Vapor Superaquecido.....................................................................................................................19
4.10 Notas Gerais.................................................................................................................................20
4.11 Isolamento Térmico...................................................................................................................... 20
4.12 Redução de Pressão....................................................................................................................21
4.12.1 Válvulas de Ação Direta............................................................................................... 21
4.12.2 Válvulas de duplo diafragma ou de ação por piloto................................................... 22
4.12.3 Válvulas de Controle.................................................................................................. 22
4.13 Redução de Pressão x Tubulações Industriais............................................................................ 22
4.14 Válvulas em paralelo.................................................................................................................... 23
4.15 Erosão.......................................................................................................................................... 23
4.16 Dimensionamento das válvulas para um sistema de válvulas múltiplas.................................... 24
5. Purgadores.................................................................................................................................................... 25
5.1 Mecânicos...................................................................................................................................... 25
5.1.1 Bóia................................................................................................................................ 25
5.1.1.1 Termostáticos de bóia................................................................................... 26
5.1.1.2 Purgador de bóia com eliminador de vapor preso.......................................26
5.1.2 Purgadores de balde invertido...................................................................................... 26
5.2 Purgadores Termostáticos..............................................................................................................27
5.2.1 Termostáticos de pressão balanceada..........................................................................27
5.2.2 Termostáticos de expansão líquida............................................................................... 28
5.2.3 Bimetálicos.....................................................................................................................28
5.3 Purgadores Termodinãmicos......................................................................................................... 29
5.3.1 Simples.......................................................................................................................... 29
5.3.2 Purgadores termodinâmicos com fluxo distribuido...................................................... 29
5.3.3 Simples com filtro incorporado......................................................................................29
5.3.4 Fluxo distribuído com filtro incorporado........................................................................ 29
5.4 Outros............................................................................................................................................. 29
6. Retorno de Condensado............................................................................................................................... 31
6.1 Dimensionamento da Tubulação de Retorno de Condensado..................................................... 32
CAPÍTULO 2 - DRENAGEM DE CONDENSADO
1. Drenagem de Condensado
1.1 Condensado................................................................................................................................. 37
1.2 O que é um purgador................................................................................................................... 37
1.3 Tipos de Purgadores.................................................................................................................... 37
1.3.1 Purgadores do tipo Bóia.............................................................................................. 37
1.3.2 Purgadores do tipo Balde Invertido............................................................................. 37
1.3.3 Purgadores Termostáticos de Pressão Balanceada................................................... 38
1.3.4 Purgadores Bimetálicos............................................................................................... 38
1.3.5 Purgadores Termostáticos de Expansão Líquida........................................................ 38
1.3.6 Purgadores Termodinâmicos....................................................................................... 38
3. Proteção de Purgadores.............................................................................................................................. 39
4. Dimensionamento de Purgadores............................................................................................................... 40
4.1 Vazões em início de processo..................................................................................................... 41
4.2 Controle de Temperatura Modulante............................................................................................ 41
4.3 Pressão Máxima de Trabalho....................................................................................................... 41
6. Válvulas de Retenção.................................................................................................................................. 45
7. Manutenção em Purgadores....................................................................................................................... 45
7.1 Purgadores Selados..................................................................................................................... 46
1. Retorno do Condensado............................................................................................................................. 65
5. Geral............................................................................................................................................................. 75
5.1 Elevando o Condensado............................................................................................................. 75
5.2 Condensado Contaminado.......................................................................................................... 77
6. Bombeamento de Condensado.................................................................................................................. 78
8. Aplicações Típicas....................................................................................................................................... 84
8.1 Fornecimento e Demanda de vapor reevaporado...................................................................... 84
8.2 Fornecimento de vapor reevaporado e Demanda não coordenados......................................... 86
8.3 Aplicações para a descarga de caldeira..................................................................................... 87
8.4 Condensação por pulverização................................................................................................... 87
9. Tabelas de Vapor......................................................................................................................................... 88
DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR
1.INTRODUÇÃO fazer com que esse vapor atinja seu objetivo, à pressão e
temperatura certas.
O sistema de distribuição de vapor é, sem dúvida, o mais
importante elo de ligação entre o produtor (caldeira), e o
consumidor de vapor. 2. DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO
O investimento feito na produção e utilização eficiente do
vapor poderá ser desperdiçado se o sistema de Toma-se evidente, pelo que já foi visto, que deve ser
distribuição não fizer com que o vapor atinja seu objetivo instalada uma tubulação de diâmetro conveniente para
a uma dada pressão, livre de ar, seco, e em quantidade uma dada vazão de vapor. Se sub dimensionada,
suficiente. O nosso objetivo é o de enfocar os vários teremos erosão provocada por velocidade excessiva, e
aspectos que tomam um sistema de distribuição de alta perda de carga. Se super dimensionada, teremos
vapor eficiente. uma elevação considerável no custo inicial da instalação,
embora isso não prejudique, de forma alguma, o
Na maioria dos casos, devido à impraticabilidade da funcionamento da mesma.
extração de calor do combustível no ponto de consumo, Existem dois métodos básicos de dimensionamento de
é que isso é feito em um trocador de calor central - a tubulações, sendo que, em ambos os casos, terão que
caldeira. Assim, dessa maneira, o calor é transferido para estimar um dado:
um meio de aquecimento, normalmente vapor, água, ou,
em alguns casos, óleo. Desses o vapor saturado é o mais 1 - Velocidade.
comumente aplicado, devido, sem dúvida, às facilidades 2 - Perda de carga.
que oferece, de produção e utilização. A correlação
existente entre pressão e temperatura é a sua Se optarmos pela velocidade, nossos cálculos basear-
característica mais conhecida, como pode ser visto na se-ão na relação volume específico do vapor / área
Tabela 1. Essa é uma característica importante, tanto seccional da tubulação. A prática nos mostra que entre
para processos como para sistemas de aquecimento, 20 e 35 m/seg situa-se a velocidade razoável para vapor
mas, particularmente, para aqueles casos onde a saturado. No entanto, 35 m/seg deve ser tomada como
temperatura mínima é crítica, abaixo da qual, a desejada máxima, acima da qual começaremos a ter problemas de
mudança de estado do produto, não é efetuada, ou onde ruído e erosão, principalmente em se tratando de vapor
houver um limite máximo de temperatura, acima da qual de baixa qualidade (úmido). Mesmo essas velocidades
o produto poderá ser danificado ou talvez se tornar são altas, em termos de perda de carga. Em condições
perigoso. Um exemplo típico disso é o caso de certo normais, principalmente nos ramais secundários e
processo de aquecimento de borracha, onde a tubulações curtas, a velocidade de 15 m/seg é mais
temperatura tem que ser mantida entre 150 e 153ºC, pois conveniente se tivermos que evitar perdas de carga.
abaixo de 150ºC não haverá a necessária vulcanização, e A Tabela 2 nos dá uma idéia rápida do dimensionamento
acima de 153ºC iniciar-se-á um processo de de tubulações, pela velocidade e, na maioria dos casos,
endurecimento da borracha, apresentando um produto poderá ser empregada para o dimensionamento de
de qualidade inferior. pequenas tubulações que, saindo de um ramal,
alimentem um só equipamento. Nesse caso, a
Se dermos uma olhada na Tabela I, verificaremos que, a velocidade nunca deverá exceder 15 m/seg.
priori, usaremos vapor a 4 kg/cm². Se não considerarmos
esses limites conhecidos, uma redução de pressão e
conseqüente redução de temperatura poderão
ocasionar uma redução da produtividade de
determinado equipamento. Se uma bateria de
aquecimento é projetada para trabalhar a 6 kg/cm² e
estiver trabalhando com vapor saturado a 4,7 kg/cm²,
sua produção deverá, em condições normais, cair entre
10 e 15 % . A tarefa do engenheiro, então, não é somente
produzir vapor a uma certa pressão na caldeira, mas
07
Existe também o problema de que o dimensionamento, Supondo-se que a pressão desejada no ponto de
pela velocidade, não prevê o comprimento da tubulação consumo seja de 6,3 kg/cm², teremos
e, nesse caso, a perda de carga total poderá ser fP2 = 8.140.
surpreendentemente grande, no final da mesma; quanto
mais longa for a tubulação, menor será a pressão Supondo-se ainda que o comprimento equivalente
disponível no ponto de consumo. Sabemos que (comprimento real + perdas nas válvulas, conexões, etc)
geralmente, a temperatura do meio de aquecimento seja de 236 m. teremos:
pode ser importante. Sabemos também que, em se
tratando de vapor saturado, existe uma relação direta fP1 fP2 9700 8140
F 6,6
pressão/ temperatura. Assim, no nosso esforço para L 236
maximizar o aproveitamento de vapor, teremos maior
oportunidade de atingir nosso objetivo, se Pela Tabela 3 veremos que, descendo pela coluna da
dimensionarmos a tubulação pelo método de perda de esquerda até F = 6,6, daí indo para a direita, uma
carga, que nos fornece dados de pressão em qualquer tubulação de 2 1/2", terá capacidade para (X) 1000 kg/hr
ponto da tubulação. de vapor com um fator velocidade (Y) de 75.
Vamos explicar como isso poderá ser feito:
Existe um número enorme de gráficos, nomogramas e A figura apresentada na linha Y, da Tabela 3, representa o
tabelas para o dimensionamento de tubulações pela fator velocidade, que é baseado no volume específico de
perda de carga. Um método inglês tem sido considerado 1 m³/kg e pode rapidamente ser convertido à velocidade
bastante satisfatório através dos anos e pode ser real para outros volumes.
encontrado nas Tabelas 3 e 4.
Assim:
A entrada na tabela é feita através da fórmula abaixo:
velocidade real 1 Y Vg
Y ou V ou V Y Vg
fP fP2 volume real 1
F 1
L
Onde: fP1 = fator pressão inicial em kg/cm² sendo: V = velocidade real em m/seg
FP2 = fator pressão final em kg/cm² Y = fator velocidade
L = comprimento equivalente da tubulação em Vg = volume real em m³/kg.
metros.
08
TABELA 1
09
TABELA 2
Pressão Veloc.
Kg/cm2 m/s ½” ¾” 1” 1¼” 1½” 2” 2½” 3” 4” 5” 6”
10
TABELA 3
11
TABELA 4
P fP Vg P fP Vg P fP Vg P fP Vg
650 5 10,500 3,4 3070 0,428 8,1 12460 0,218 12,8 27820 0,149
Em mm de coluna de mercúrio
600 10 7,700 3,5 3210 0,422 8,2 12730 0,216 12,9 28215 0,148
550 16 5,700 3,6 3355 0,412 8,3 13000 0,213 13,0 28610 0,147
500 24 4,650 3,7 3500 0,403 8,4 13255 0,210 13,1 29005 0,146
450 32 3,900 3,8 3640 0,394 8,5 13535 0,208 13,2 29395 0,145
400 43 3,500 3,9 3770 0,386 8,6 13805 0,206 13,3 29805 0,144
350 55 3,100 4,0 3925 0,380 8,7 14075 0,204 13,4 30210 0,143
300 69 2,700 4,1 4085 0,372 8,8 14365 0,202 13,5 30625 0,142
250 85 2,500 4,2 4240 0,364 8,9 14655 0,201 13,6 31025 0,141
200 101 2,250 4,3 4400 0,360 9,0 14940 0,200 13,7 31435 0,140
150 120 2,100 4,4 4550 0,354 9,1 15235 0,198 13,8 31840 0,139
100 140 1,950 4,5 4730 0,350 9,2 15520 0,196 13,9 32265 0,138
50 160 1,850 4,6 4900 0,340 9,3 15820 0,194 14,0 32690 0,137
0 183 1,727 4,7 5070 0,337 9,4 16120 0,192 14,1 33110 0,136
0,1 220 1,580 4,8 5225 0,331 9,5 16425 0,190 14,2 33540 0,135
0,2 260 1,457 4,9 5400 0,326 9,6 16725 0,187 14,3 33965 0,134
0,3 300 1,352 5,0 5570 0,322 9,7 17035 0,186 14,4 34380 0,133
0,4 345 1,261 5,1 5760 0,315 9,8 17330 0,185 14,5 34820 0,132
0,5 390 1,182 5,2 5940 0,312 9,9 17630 0,184 14,6 35270 0,131
0,6 440 1,113 5,3 6130 0,306 10,0 17950 0,182 14,7 35715 0,130
0,7 495 1,000 5,4 6325 0,301 10,1 18260 0,180 14,8 36150 0,129
0,8 550 0,997 5,5 6530 0,299 10,2 18575 0,178 14,9 36590 0,128
0,9 610 0,950 5,6 6730 0,294 10,3 18880 0,176 15,0 37050 0,127
1 680 0,903 5,7 6930 0,290 10,4 19215 0,175 15,1 37485 0,126
745 0,865 5,8 7120 0,287 10,5 19550 0,174 15,2 37925 0,125
Pressão Manométrica em Kg/cm2
1,1
1,2 810 0,826 5,9 7325 0,281 10,6 19890 0,172 15,3 38405 0,124
1,3 885 0,795 6,0 7510 0,279 10,7 20220 0,170 15,4 38880 0,123
1,4 960 0,761 6,1 7715 0,275 10,8 20555 0,169 15,5 39325 0,123
1,5 1040 0,732 6,2 7935 0,272 10,9 20890 0,168 15,6 39780 0,122
1,6 1120 0,707 6,3 8140 0,268 11,0 21230 0,167 15,7 40240 0,121
1,7 1200 0,685 6,4 9345 0,263 11,1 21560 0,166 15,8 40710 0,121
1,8 1290 0,659 6,5 8560 0,260 11,2 21905 0,165 15,9 41140 0,120
1,9 1380 0,640 6,6 8790 0,257 11,3 22270 0,164 16,0 41620 0,120
2 1485 0,618 6,7 9015 0,253 11,4 22620 0,163 16,1 42080 0,119
2,1 1590 0,602 6,8 9240 0,250 11,5 22985 0,162 16,2 42560 0,119
2,2 1685 0,582 6,9 9475 0,248 11,6 23440 0,161 16,3 43030 0,118
2,3 1785 0,565 7,0 9700 0,246 11,7 23690 0,160 16,4 43535 0,118
2,4 1890 0,549 7,1 9940 0,244 11,8 24040 0,159 16,5 44025 0,117
2,5 1990 0,535 7,2 10190 0,242 11,9 24400 0,158 16,6 44510 0,117
2,6 2095 0,521 7,3 10445 0,238 12,0 24775 0,157 16,7 45005 0,116
2,7 2210 0,507 7,4 10680 0,235 12,1 25160 0,156 16,8 45490 0,116
2,8 2325 0,495 7,5 10915 0,232 12,2 25530 0,155 16,9 45980 0,115
2,9 2440 0,484 7,6 11175 0,230 12,3 25900 0,154 17,0 46485 0,115
3 2550 0,472 7,7 11425 0,227 12,4 26285 0,153 17,1 46995 0,114
3,1 2680 0,455 7,8 11680 0,225 12,5 26660 0,152 17,2 47490 0,114
3,2 2815 0,444 7,9 11930 0,223 12,6 27055 0,151 17,3 47995 0,113
3,3 2940 0,438 8,0 12175 0,220 12,7 27435 0,150 17,4 48530 0,113
12
Assim, no caso citado, teremos:
Assim, pela Tabela 4:
P1 = 7,0 kg/cm²
P1 = 7,0 kg/cm² fP1 = 9700
P2 = 6,3 kg/cm²
P2 = 6,7 kg/cm² fP2 = 9015
Q = 1000 kg/hr.
Portanto:
13
tubulação principal foi dimensionada para limitar a perda mais comuns encontradas nos pontos de drenagem é a
de carga. Em alguns processos industriais a injeção de colocação de coletores de 1/2" ou 3/4" em tubulações
vapor vivo é utilizada, mas nesse caso não se recomenda bem maiores, conforme a Figura 2.
o dimensionamento pela perda de carga. Quando o
vapor é injetado no líquido, a pressão, no ponto de
injeção, é determinada pela pressão do líquido nesse vapor Fig. 2
ponto; no entanto, a utilização disso para a determinação
da pressão de injeção irá provocar invariavelmente
altÍssimas velocidades. Nessas condições, a tubulação tubo de
deve ser protegida do desgaste por erosão. É muito pequeno
diâmetro
melhor o dimensionamento por velocidade, e, nesse purgador
caso, a Tabela 2 pode ser de muita utilidade.
14
Caso não haja dificuldades em inclinar a tubulação, No entanto, deixaremos os purgadores para um capítulo
recomendaríamos um sistema como na Figura 4. especial, mais adiante, onde daremos as características
dos principais tipos.
Fig. 4
4 - TUBULAÇÕES
4.1 - Dilatação
15
e dirigida por suportes. Isso porque a pressão do vapor
atuando sobre a área seccional da tubulação interna
Vista (deslizante) tenderá a força-lo em oposição à pressão
Superior exercida pela tubulação, expandindo-se. (Figura 8)
Fig. 6
Fig. 8
4.3 - Lira ou Ferradura
4.5 - Juntas Sanfonadas
Sempre que haja espaço suficiente, esse tipo é
largamente aplicado, como no caso anterior, é Propriamente projetadas e aplicadas, as juntas de
recomendável que seja instalado no plano horizontal, isto expansão sanfonadas, podem ser usadas, não somente
é, no mesmo plano da tubulação, para evitar o acúmulo para absorver os movimentos axiais, como também
de condensado à montante. (Fig. 7) alguns movimentos laterais e angulares. Como as juntas
anteriores à pressão tenderão a afastar suas dobras,
assim, a ancoragem e os suportes deverão ser
projetados para suportar também essa pressão. (Fig 9)
Vista
Superior
Fig. 7
16
Fig. 10
4.7 - Tubulações Secundárias
braçadeira
batente
batente
purgador
válvula de bloqueio
17
4.8 - Ar operador de um equipamento abrir a válvula de
admissão de vapor de seu equipamento, quando a
Já vimos à relação existente entre a pressão e a caldeira entra em funcionamento, fazendo com que o ar
temperatura do vapor saturado, e a necessidade de existente nas tubulações de distribuição se localize nas
levar-se o vapor à temperatura correta até as superfícies superfícies de transferência de calor, fazendo com que o
de aquecimento. tempo de aquecimento seja grandemente aumentado.
Para qualquer pressão dada, uma mistura de vapor e ar Assim, particularmente, nos casos onde a intermitência
estará sempre a uma temperatura inferior a do vapor de trabalho seja acentuada, torna-se essencial uma
saturado, assim uma indicação de pressão não dá eliminação automática e perfeita do ar. Os purgadores
absoluta certeza de que teremos atingido ou estejamos escolhidos para drenagem das linhas de distribuição de
atingindo a temperatura desejada. Como no momento vapor são normalmente dos tipos que têm grande
estamos especificamente tratando de distribuição de resistência a golpes de aríete, e raramente tais tipos
vapor, iremos comentar somente o efeito do ar nas linhas possuem uma grande capacidade de eliminação de ar.
de distribuição. Quando desligamos a caldeira ou Normalmente, quando nos referimos a vapor saturado,
fechamos o vapor de uma determinada tubulação, o referimo-nos a vapor saturado seco, o que não deixa de
vapor residual irá condensar-se e a mesma ficará cheia ser um engano pois, geralmente, o vapor fornecido pelas
de ar, que será admitido através dos flanges, conexão, caldeiras normais é úmido. Quão úmido será esse vapor,
etc. Quando ligarmos novamente a caldeira, o vapor irá depender de muitos fatores. O nível da caldeira, os
entrará pelas linhas de distribuição como um pistão, efeitos de pico de carga, quanto da capacidade da
empurrando o ar existente e os cuidados tomados para a caldeira está sendo utilizada, a pressão sobre a
perfeita eliminação de ar, irão determinar a rapidez com superfície da água, a quantidade de sólidos totais
que o vapor ocupará toda a instalação (figura 14). dissolvidos e em suspensão, etc. Realmente, um desses
fatores ou a combinação deles, irá influir na qualidade do
eliminador de ar vapor.
vapor A baixa qualidade do tratamento de água de uma
caldeira é um fato bastante comum na industria, foi
verificado que uma caldeira operando com água
contendo 2.000 ppm fornecia vapor 95% seco. No
entanto, aumentando-se o conteúdo de sólidos totais
descarga
de ar dissolvidos da água para 3.000 ppm através da
superdosagem no tratamento da água, a qualidade,do
vapor caíra para 65 % seco, isto é, a umidade passara de
condensado Fig. 14 5% para 35%. Essas partículas carregadas com o
vapor, não contêm calor latente, aumentam as películas
nas superfícies de transferência de calor,
Em algumas instalações que operam em regime conseqüentemente retardando o processo e
contínuo, isso somente se aplica uma vez por ano, possivelmente sobrecarregando os purgadores e o
quando se reinicia a operação, após a parada para sistema de drenagem em geral. Embora muito se possa
manutenção. Mas, na maioria dos casos, as condições fazer para melhorar essa situação, através de controles
de início de operação ocorrem diária ou semanalmente. mais rígidos da caldeira, etc., na grande maioria das
Se, por falta de previsão para a eliminação automática de instalações industriais é impraticável o fornecimento de
ar, 50 operadores ficarem aguardando meia hora até o vapor saturado seco, que é essencial para os
aquecimento dos equipamentos, teremos 25 valiosas equipamentos a vapor, e a única maneira como isso pode
horas/homem de produção, perdidas. Se, no entanto, ser conseguido é mediante a aplicação de secadores, ou
tivermos o operador da caldeira, chegando uma ou duas separadores de umidade do vapor.
horas antes, para elevar a pressão e aquecer as linhas,
teremos uma ou duas horas de consumo de combustível,
não produtivas.
O que também ocorre com razoável freqüência, é o
18
Fig. 15
SPH
Spirax Sarco
SPV
Spirax Sarco
O processo de separação é relativamente simples.
Provoca-se uma diminuição de velocidade do vapor
através do maior diâmetro do separador em relação à
tubulação e, em seguida, força-se através de placas a
mudanças de direção do fluxo e assim à separação de seco, o correto seria sairmos da caldeira com o vapor
partículas de água, em suspensão no vapor. Após a superaquecido o suficiente para atingirmos os
separação, o vapor seco passará para os equipamentos equipamentos em estado de saturado seco. Porém, isso
e o condensado será drenado para fora do sistema, é utópico, devido às variações de distância dos vários
através de um purgador. Recomenda-se que sejam equipamentos à caldeira, às variações da temperatura
instalados separadores em cada um dos ramais ambiente, etc. Em algumas instalações maiores
secundários de alimentação dos equipamentos e um (refinarias, usinas de açúcar, etc.), muitas vezes o vapor
separador logo após a saída das caldeiras. Outra é utilizado, primeiramente para gerar energia e, em
recomendação que também é feita é a instalação de seguida, o chamado vapor de escape, é utilizado para o
separadores de umidade antes de cada uma das sistema de aquecimento. É conveniente nesses casos, a
válvulas controladoras de pressão e/ou temperatura, aplicação de dessuperaquecedores, para assegurar que
para evitar como já foi dito, que partículas de água ou o vapor esteja realmente saturado. Em condições de
sólidos passem a altas velocidades pelas sedes, partida, à medida que o vapor superaquecido vai
causando desgaste por erosão, aumentando os gastos passando pela tubulação ainda fria, ele transmitirá
de manutenção. primeiramente a quantidade extra de calor sensível de
superaquecimento, para depois, como saturado,
transmitir o calor latente, e então se condensar
4.9 - Vapor Superaquecido normalmente. Assim, embora a quantidade de
condensado seja menor, devemos instalar os pontos de
Praticamente, nada ainda foi mencionado sobre drenagem como se fossem para vapor saturado, pois,
vapor superaquecido, porque estamos tratando apesar do volume de condensado ser menor, as
principalmente do uso de vapor em sistemas de velocidades nas linhas de vapor superaquecido
aquecimento. O vapor superaquecido é normalmente geralmente são maiores, aumentando a periculosidade
empregado em função de energia mecânica, como força dos golpes de aríete. Se conservarmos o mesmo
para geração de energia elétrica. Geralmente, não é espaçamento entre os pontos de drenagem, uma coisa
prática a utilização do vapor superaquecido, como meio irá equilibrar a outra.
de aquecimento, pois sua temperatura dificilmente
poderá ser controlada nas instalações e a transferência
de calor, para o meio a ser aquecido é muito mais lenta do
que a do vapor saturado.
Levando-se em consideração que para sistemas de
aquecimento ideal será a aplicação de vapor saturado
19
4.10 - Notas Gerais Os filtros em Y ou em Te, também, quando instalados em
tubulações horizontais de vapor, servem como poço
Existem pequenos defeitos de instalação, que coletor de condensado, causando golpes de aríete,
normalmente são de fácil correção, porém que causam diminuindo tremendamente área de filtragem e
uma série de aborrecimentos ao pessoal encarregado da conseqüentemente aumentando a perda de carga, etc. A
manutenção. Por exemplo: as válvulas globo, instaladas instalação correta seria com os bujões na horizontal para
em tubulações horizontais com a haste na vertical, permitir um contínuo escoamento do condensado.
provocam, como podemos ver na Figura 16, um acúmulo (Figura 18).
de condensado em sua parte inferior, o que ocasiona
uma freqüência bastante grande de golpes sobre a
válvula, acarretando normalmente vazamentos pela
haste.
Fig. 18
tela do filtro
filtro
Fig. 16
4.11 - Isolamento Térmico
Fig. 17
Correct
Correto
Steam
Vapor Steam
Vapor Incorrect
Incorreto
Condensado
Condensado
20
microscópicas de ar. Porém, se essas células tornam.se Existem vários tipos de válvulas disponíveis, de acordo
encharcadas ou amassadas, elas perdem suas com a precisão e a sofisticação necessárias.
características isolantes e o isolamento térmico torna-se Evidentemente, quanto mais sofisticada for a válvula,
um transmissor de calor. Assim, é essencial a proteção tanto mais cara ela será.
do isolamento térmico o que nos lembra de um caso
conhecido, onde os operários, para encurtar caminho Basicamente, existem três tipos de válvulas automáticas:
para o refeitório, passavam sobre as grandes tubulações
isoladas de vapor e óleo, em detrimento do isolante, que Ação direta.
ia sendo amassado. O lógico, nesse caso, seria Duplo diafragma (piloto).
providenciar um pontilhão de passagem, como Controle
proteção. Enquanto estamos tratando das perdas de
calor por inexistência ou deficiência de isolamento,
convém lembrar das perdas de calor através das 4.12.1 - Válvulas de ação direta
tubulações desnecessárias ou fora de uso. É muito
comum quando eliminamos ou tornamos obsoleto São recomendadas para a redução de pressão para um
determinado equipamento, simplesmente colocarmos só equipamento, e em aplicações onde não haja
um tampão na tubulação de alimentação de vapor. Com variações de pressão a montante da mesma, ou grandes
o passar dos meses ou anos, esses tampões vão se variações de fluxo. Não são recomendadas para
somando e passado algum tempo teremos uma condições de escoamento crítico onde P2 é igual ou
quantidade enorme de tubulação instalada, perdendo menor que P1/2, pois poderá provocar uma flutuação
calor por irradiação e completamente inútil. razoável de P2. (Figura 19).
21
4.12.2 - Válvulas de duplo diafragma ou de ação por este em condições normais é úmido, e nesse caso, a
piloto. redução servirá para melhorar a qualidade do mesmo.
Vamos ver em maiores detalhes como isso ocorre.
São recomendadas para fornecimento de vapor para
vários equipamentos, pois o fluxo poderá variar de zero à Sabemos que praticamente, a quantidade total de calor
sua capacidade máxima, uma vez que a válvula, através permanece a mesma na entrada e na saída da válvula.
do sistema piloto, não permitirá uma grande variação da Assim, por exemplo, se o vapor saturado a montante da
pressão a jusante. A pressão a montante, normalmente válvula estiver a, digamos, 10 kg/cm² de pressão
poderá variar até mais ou menos em 30% da diferencial, absoluta, pela tabela de propriedades do vapor
sem que se provoque variações na pressão a jusante. saturado, saberemos que o vapor terá 663 kcal/kg de
Não há problemas de escoamento crítico. O custo calor total, e, como não haverá perda de calor no
normalmente é ligeiramente superior ao das de ação processo de redução de pressão, então teremos a
direta. (Figura 20). mesma quantidade de calor na saída da válvula.
22
bitola, teremos um aumento de velocidade. Vamos ver Por exemplo, em uma instalação onde se necessite uma
isso com. mais detalhes, baseando-nos no, exemplo válvula de 4", e onde haja uma variação razoável, podem
anterior. ser instaladas 2 válvulas de 2 1/2", como uma
capacidade total de vazão ligeiramente superior.
P1 = 10 Kgf/cm²
VEsp . = 0,197 m³/Kg Se a pressão inicial for de 14 kg/cm², e deve ser reduzida
P2 = 3 Kgf/cm² para 10 kg/cm². Uma válvula de 2 1/2", pode ser ajustada
VEsp. = 0,62 para 10,05 kg/cm² e a outra para 9,95 kg/cm². Dessa
maneira, em condições de carga total, estariam ambas
Baseando-nos em uma vazão nominal de 1000 kg/hr, em funcionamento e no momento em que houvesse uma
teremos, um velocidade de 25 m/seg, para uma diminuição na carga, automaticamente uma só válvula
tubulação de diâmetro nominal de 2", para P1. Porém, se passaria a funcionar. As válvulas de grande diâmetro,
formos reduzir para P2 (3 kg/cm² absoluta), desejando normalmente exigem, em regime de 24 horas,
manter a mesma velocidade, teremos de utilizar uma manutenção a cada 3 meses. Duas ou três válvulas de
tubulação de 3 1/2". Caso a velocidade não seja fator menor diâmetro, normalmente poderiam resolver esse
limitante, se quisermos manter a mesma tubulação, a problema, pelo maior espaçamento da manutenção
velocidade passará, de 25 m/seg. para 76 m/seg a preventiva.
jusante. Ora, no momento em que praticamente
triplicamos a velocidade, passamos a sofrer golpes de
aríete, erosão e vazamento nos flanges, conexões, etc., 4.15 - Erosão
simplesmente pela instalação deficiente de uma válvula
redutora de pressão. O problema é análogo ao da Provocada pela passagem do vapor, depende da área
eletricidade: em altas tensões, usa-se condutor fino, em através da qual o vapor deverá passar. Se a válvula tiver
baixas tensões, condutor grosso. uma grande abertura, a velocidade do vapor será menor
na superfície da sede, que afastado dela. Se, no entanto,
a abertura entre a válvula e a sede for pequena, a
4.14 -Válvulas em Paralelo velocidade do vapor na superfície será praticamente
igual àquela do centro da abertura e, evidentemente, os
Nos sistemas de vapor onde haja uma variação muito efeitos erosivos serão aumentados. Se a passagem de
grande de consumo, a instalação de válvulas em vapor, através de um orifício, for crítica, isto é, se P2 for
paralelo, cuja somatória das capacidades seja igual à igual ou menor que P1/2, serão atingidas velocidades
máxima necessária, teremos um controle muito mais sônicas de, aproximadamente, 27.000 m/min, que
preciso do que naquelas em que haja uma só válvula de produzirão uma formidável erosão. Se o vapor contiver
grande capacidade. Além da maior precisão, ainda terá ainda partículas de material estranho, tais como óxidos,
maior vida útil e enorme redução nos custos de areia ou mesmo água em suspensão, os efeitos serão
manutenção, com diminuições nos tempos de parada, e, devastadores. Para se evitar a erosão excessiva das
algumas vezes, menor custo inicial tudo isso diminuindo válvulas redutoras de pressão ou reguladoras de fluxo, a
grandemente os custos operacionais. estação deve ser equipada com filtros e separadores
adequados para a remoção dessas partículas (Figura
22).
23
Manômetro Manômetro
Pressão de entrada Pressão de saída
Válvula de Bloqueio Válvula de Bloqueio
25 P
Separador Filtro
Filtro Purgador
Camara Spiratec
A velocidade do vapor na válvula não pode ser às dificuldades de ajustagem da válvula-sede, por sua
controlada, se o escoamento for crítico. Os efeitos da relação de área, o que não ocorre com as de menor
erosão podem ser, no entanto, atenuados pelo correto capacidade, tendo menor relação de área.
dimensionamento das tubulações adjacentes, como já
vimos antes. Através de, praticamente, todas as válvulas
redutoras de pressão os picos de carga são esporádicos 4.16 - Dimensionamento das válvulas para um
e muitas vezes a carga normal chega a representar 5 % sistema de válvulas múltiplas
da máxima. Durante esse período de baixa carga, as
válvulas operam parcialmente fechadas, nesse caso a A pergunta é: - Quantas válvulas devem ser empregadas
distância entre a cabeça da sede é muito pequena e a e com que capacidade? Evidentemente, isso estará
tendência é de aumentarem os efeitos da erosão. A diretamente relacionado com a variação de carga Se
erosão não é a única desvantagem da operação de houver uma variação de, digamos, aproximadamente
grandes válvulas a baixa capacidade por longos 50% durante a maior parte da operação, o mais indicado
períodos. Além do fato de que após pouco tempo as será duas válvulas em paralelo, cada uma com metade
vedações (cabeça e sede) da válvula não estarão da capacidade total. Se, no entanto, a carga variar em
mais vedando, necessitando de manutenção. O torno de 15 % a 20% da total, o mais indicado, seriam
funcionamento próximo do ponto de fechamento não válvulas de tamanhos diferentes, e provavelmente mais
será tão estável como o das válvulas operando com 25 % de duas.
ou mais de sua capacidade. Além disso, o
funcionamento instável provoca uma tendência de abrir e Vejamos um caso prático. Suponhamos as condições
fechar, tendo como conseqüência uma resultante abaixo:
vibratória na pressão e um grande desgaste dos
elementos acionadores, tais como guias, diafragmas etc. P1 = 14 kg/cm²
O sistema de válvulas múltiplas faz com que se evitem as
paradas para manutenção, pois, enquanto uma delas P2 = 10 kg/cm²
estiver sendo consertada ou revisada, as demais estarão
operando, desde que não se alcancem, nesses Q1 = 8500 kg/hr (20% do tempo)
períodos, os picos de carga. E, nesse caso, recomenda-
se a manutenção planejada e preventiva. , Q2 = 2700 kg/hr (30% do tempo)
Uma terceira vantagem do sistema indicado é a vedação
hermética. Por melhor que sejam a ajustagem e o Q3 = 1000 kg/hr (50% do tempo)
tratamento térmico de válvulas de grande capacidade,
elas sempre apresentam pequenos vazamentos devido Nesse caso, recomenda-se a instalação de três válvulas
24
em paralelo: universal, que sirva para todas as aplicações.
Existem dezenas de tipos de purgadores no mercado, Dentro da classe dos mecânicos, são purgadores que
que podem ser basicamente divididos em três classes. modulam a descarga de condensado, sendo, portanto
Uma pergunta normalmente é feita: - Por que tantos tipos de descarga contínua. Tem a grande vantagem de
de purgadores, se a finalidade é uma só - a eliminação do trabalhar com pressões diferenciais mínimas e por serem
condensado, sem perda de vapor?. Responderíamos contínuos, não interferem no processo de troca de calor.
com outra pergunta: - Por que tantos tipos de veículos, se
a finalidade é uma só? - A verdade é que, como cada
veículo, cada purgador- tem suas caracterÍsticas, sua
faixa de trabalho, e as aplicações onde ele é o mais
indicado. Seria ótimo para os fabricantes e
consumidores, porém infelizmente não existe um tipo
25
5.1.1.1 - Termostáticos de Bóia se condensa, fica retendo o condensado prejudicando o
processo.
São purgadores que, além do dispositivo mecânico,
possuem um dispositivo termostático, que é utilizado
para a (praticamente) instantânea eliminação do ar e
outros gases não condensáveis. Diminuindo, algumas
vezes de maneira drástica, a formação de películas
isolantes, nas superfícies de transferência de calor.
Porém ao mesmo tempo, isso o torna mais sensível a
golpes de aríete e vapor superaquecido (que não é
recomendado para sistemas de aquecimento). É muito
aplicado onde as superfícies de troca e o espaço do
vapor sejam relativamente grandes, e onde haja válvulas
automáticas de controle de temperatura que provocam
uma variação na pressão diferencial.
Fig. 24
5.1.1.2 - Purgador de bóia com eliminador de vapor 5.1.2 - Purgadores de Balde Invertido
preso
Se não o mais antigo, é esse um dos mais antigos no
Antes de falarmos nesse assunto, talvez seja mercado. Possui uma característica que o distingue de
conveniente esclarecermos o que seja "vapor preso". todos os demais: é o mais indicado para pressões acima
Vapor preso é aquele que, por razões próprias de de 42 kgf/cm². Por sua construção é um purgador
determinado processo, fica retido entre o purgador e o intermitente, porém com alta resistência a golpes de
condensado. Por estar geralmente envolto por uma aríete e a condensado corrosivo. É necessária a
atmosfera também de vapor, não existe praticamente, colocação de um selo de água, antes de ser colocado em
troca de calor, provocando o acúmulo de condensado operação.
dentro do espaço de vapor. É o que chamamos de vapor
perdido (não confundir com perda de vapor), pois não
pode mais retomar à superfície de troca e, enquanto não
26
tubulação sobrecarregada de água fria. Se tivermos um
purgador que descarregue o condensado, tão logo ele
se forme, isto é, à temperatura do vapor saturado,
estando a tubulação de retorno a uma pressão mais
baixa, parte daquele condensado irá reevaporar, por
descompressão, e assim duas causas provocarão o
golpe de aríete:
Fig. 25
b) a injeção de vapor de reevaporação em uma linha de
condensado, a uma temperatura mais baixa, provocará o
colapso instantâneo das bolhas de vapor. Nesse caso, a
5.1.2.1
indicação mais prática seria instalar-se um purgador
Os modelos simples são recomendados apenas para o
termostático, que descarregue o condensado, a uma
vapor saturado, pois a existência de vapor
temperatura tal, que ele não se evapore na tubulação de
superaquecido irá provocar a reevaporação do selo de
retorno.
água, fazendo com que o purgador fique totalmente
aberto, dando passagem de vapor.
São purgadores empregados sempre que exista uma
possibilidade de aproveitamento de calor sensível e onde
o purgador possa ser instalado longe do ponto de
5.1.2.2
drenagem (para que ele se resfrie no coletor e não no
Os modelos com válvulas de retenção na entrada,
espaço de vapor), e que exista uma grande quantidade
podem ser aplicados tanto em vapor saturado, como em
de ar e gases não condensáveis a serem eliminados.
vapor superaquecido, pois a retenção evita que haja
refluxo.
5.2.1 - Purgadores Termostáticos de Pressão
Balanceada
5.1.2.2
Os modelos com filtro incorporado evitam a instalação de
São purgadores que acompanham a curva do vapor
filtro a montante do purgador, o que, nos tipos anteriores
saturado, alguns graus abaixo, por também obedecerem
é essencial para evitar o entupimento do orifício superior
a uma relação pressão-temperatura.
do balde.
27
Como todos os purgadores termostáticos, são ótimos
eliminadores automáticos de ar, podendo e sendo
recomendados como tal, e mantendo uma coluna
constante de condensado, a montante do mesmo, Fig. 28
independente das variações de pressão. É muito
aplicado em esterilizações hospitalares e industriais.
28
5.3 - Purgadores Termodinâmicos trabalho de 0,2 kgf/cm². Note-se que os dois tipos
não são similares, pois eles têm características de
São aqueles que trabalham sob o princípio de variação vida útil e manutenção, completamente diferentes.
de pressão estática e dinâmica de Bernoulli, em função Além de o primeiro apresentar maior problema de
da velocidade. São de maneira geral, totalmente em aço dimensionamento que o segundo.
inoxidável e aproveitam, além do princípio de Bernoulli,
também a reevaporação do condensado para sua
vedação. Têm a vantagem, sobre os mecânicos, de a
mesma peça poder trabalhar em todas as pressões,
dentro de sua faixa, e possuem uma faixa de pressões, Spirax Sarco - TD 52
Fig. 30
Fig. 32
5.3.2 - Purgadores Termodinâmicos com fluxo
distribuído
29
TABELA 5
Resistência Capacidade
Contra Resistência c/ vapor Regime Necessidade Eliminação Resistência Resistência
Temperatura de Resistência Fator de Resistência
Pressão a golpes de de de vapor à variação à variação
super de descarga eliminação à corrosão Segurança Manutenção à vibração
Vazão preso de carga de pressão
Máxima de ariete aquecido de ar
TIPOS ACESSÓRIOS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
ACIONAMENTO MECÂNICO
BALDE INVERTIDO < 100% B P Vs Int. R O 4 B B R R R
30
EXPANSÃO LÍQUIDA < 100% R P < Vs Mod. O P 3 B P B R
TERMOSTÁTICOS
Simples 50% O O < Vs Int. R O 2 B R O R O
Fluxo
Distribuido 80% O O < Vs Int. B O 2 B B O R O
Simples C/ Filtro
Incorporado 50% O O < Vs Int. R O 2 O B O R O
Fluxo Distribuido
TERMODINÂMICO
TERMODINÂMICO
C/ Filtro Incorporado 80% O O < Vs Int. B O 2 O B O R O
7 - É importante nos casos onde haja perigo de Existe uma regra prática que nos dá mais ou menos1%
contaminação do condensado. de economia de combustível para cada 5ºC de aumento
da temperatura da água de alimentação das caldeiras,
8 - Fator de segurança. É o fator máximo que pode ser sem contar a economia que teremos no tratamento
adotado para enfrentar-se o risco de carga inicial. químico dessa água. Em muitos casos, o aproveitamento
Evidentemente irá influir o funcionamento intermitente ou total do condensado pode trazer problemas de cavitação
não do equipamento. De qualquer maneira, o fator na bomba de alimentação de água da caldeira, por
mínimo de segurança para qualquer tipo de purgador, excesso de temperatura. Ora, as bombas normalmente
será de 1,2. são centrífugas e produzem sucção. Essa sucção
aplicada sob água à alta temperatura faz com que essa
9 - Refere-se à necessidade de manutenção preventiva e água se transforme em vapor, e a bomba trabalhe em
periódica. falso (cavitação). Esse problema pode ser facilmente
contornado com a colocação de uma coluna de água
10 - Refere-se principalmente àquelas aplicações onde o que compense a relação sucção da bomba/temperatura
purgador não possa ser aplicado imediatamente junto ao da água. Para as bombas comuns normalmente uma
ponto de drenagem, ou onde por qualquer razão, haja a coluna de 5,5m de altura é suficiente para contornar o
possibilidade de vapor preso. Ex.: cilindros secadores, problema com água a 98ºC. No entanto, em caso de
panelas de cozinha industrial, banhos ácidos de dúvida, o mais recomendável será ouvir as
tratamento de superfície, etc. recomendações do fabricante da bomba. Caso
tenhamos dificuldades em trazer o condensado
11 - Capacidade dos purgadores em aplicações sujeitas diretamente para o tanque elevado, por problemas de
a vibração. Ex.: tanques de transporte de combustível, contra-pressão, etc., podemos aplicar uma bomba a
31
vapor, tipo mecânico de deslocamento positivo, para 3 - Com o aquecimento da instalação haverá uma
fazer essa elevação. diminuição da quantidade de condensado, mas à
medida que o condensado vai se aproximando da
Em alguns casos, quando a caldeira possui temperatura do vapor saturado, vai surgindo a
Economizadores, a recuperação do condensado pode reevaporação na descarga do purgador.
trazer água a uma temperatura mais alta do que a
desejada. Nesse caso, devemos aproveitar o máximo de A experiência nos tem demonstrado que, se
calor antes do seu retorno, através de tanques de dimensionarmos a tubulação para as condições de "pico
reevaporação. Sempre compensa estudar as de carga", ou de carga inicial, ela suportará muito bem as
possibilidades de aproveitamento do vapor de condições normais de trabalho. Se as condições de pico
reevaporação. não forem conhecidas, na maioria dos casos poderemos
projeta-la para o dobro da capacidade normal.
32
TABELA 6
0,5 0,05 22 60 130 300 450 910 1800 3000 6000 11000 15500
1 0,1 38 100 200 450 680 1330 2700 4380 9000 12600 19000
2 0,2 55 145 290 640 980 1940 3900 6380 13000 16000 25500
3 0,3 75 180 360 780 1220 2400 4900 7900 16250 27000 45000
4 0,4 85 210 420 910 1430 2800 5700 9200 18950 31500 51000
5 0,5 95 240 470 1000 1600 3150 6400 10400 21300 35500 58000
6 0,6 101 260 520 1140 1750 3500 7100 11450 23500 41000 64000
7 0,7 108 290 570 1245 2000 3800 7750 12500 25800 44000 70000
33
8 0,8 112 310 610 1300 2080 4050 8250 13400 27500 46000 75000
9 0,9 118 330 650 1450 2210 4350 8800 14250 29300 49000 80000
10 1 122 350 690 1550 2300 4600 9350 15100 31000 52000 84000
15 1,5 148 430 850 1780 2900 5700 11600 18750 38550 61000 98500
20 2 175 500 1000 2100 3400 6690 13550 21950 45000 70000 115000
25 2,5 200 570 1130 2400 3800 7500 15300 24500 50800 79000 130000
30 3 228 630 1250 2670 4200 8300 16950 27300 56000 90000 135000
35 3,5 256 680 1300 2900 4600 9000 18400 29800 61000 98000 154000
40 4 300 720 1400 3020 4900 9700 19500 31000 65000 105000 164000
34