XXIII
EXAME DE ORDEM
2ª FASE
1
PEÇA PROFISSIONAL
Camila Müller foi contratada, em 25 de Maio de 2009, para prestar serviços na empresa mineira Docinho de
Leite, localizada em Piranguinho/MG. No curso do contrato de trabalho, o empregador fornecia condução a
seus funcionários, sendo certa a insuficiência do transporte público regular naquela região, totalizando 2
horas o tempo para ir e voltar. Sua jornada de labor era das 7 às 16 horas, com 1 hora de intervalo
intrajornada, de segunda à sexta, além de 4h de labor aos sábados.
Necessitando realizar algumas visitas a clientes, o empregador fornecia à Camila diárias de viagens inferior a
50% do salário. O empregador também costumava fornecer a seus empregados uma ajuda-cesta básica, no
importe de R$50,00 por mês, parcela que foi suprimida pelo empregador em março de 2011.
Em 27 de Abril de 2017, Camila foi dispensada por justa causa. Ao realizar exames de rotina, no início de
Maio de 2017, Camila descobre estar grávida de 2 meses. A fim de pleitear verbas trabalhistas que entende
devidas e sua imediata reintegração em virtude da gravidez, Camila ajuíza Reclamação Trabalhista em 10 de
Junho do mesmo ano.
A Reclamação ajuizada por Camila Müller foi distribuída para 1ª Vara do Trabalho de Piranguinho/MG, tendo
sido formulados os seguintes pedidos, com os respectivos fundamentos legais:
1- Antecipação de Tutela para fins de reintegração ao emprego, com fundamento da garantia provisória de
emprego da gestante (artigos 10, II, “b”, ADCT, 391-A, CLT e 300, CPC/2015), além do pagamento dos
salários devidos até o momento da reintegração.
2- 2 horas “in itinere” por dia trabalhado, remuneradas como extras e com reflexos em repouso semanal
remunerado, férias com 1/3, 13º salário e depósitos de FGTS;
5- Reconhecimento da natureza salarial das diárias de viagens (salário-utilidade – artigo 457, §1º, CLT).
A empresa Docinho de Leite, ao ser citada, o procura, na condição de advogado a fim de você tome a medida
judicial cabível.
A tempo, o Sr. Rui o informa que na mesma semana em que entrou com Reclamação Trabalhista, Camila
postou em suas redes sociais comentário extremamente agressivo e inverídico contra a empresa Docinho de
Leite, nos seguintes termos: “eu só acredito porque eu trabalhei lá: era comum encontrarmos pedaços de
ratos e insetos nos tanques de preparo de doce de leite e queijo minas.”
Após conversa por telefone com a Reclamante, ela se comprometeu em retirar a publicação do ar (o que foi
cumprido) e não mais realizar tais ofensas, mas a Reclamada deseja receber a indenização civil cabível pela
ofensa já praticada.
O Sr. Rui apresenta todos os comprovantes de inspeção sanitária em dia e sem qualquer ressalva.
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4
Marilene, contratada em 2010 para trabalhar como garçonete na Bodega do Everta, costumava receber
salários de R$1.000,00 por mês, além de quantias pagas pelos clientes e repassadas para a empregada,
como retribuição decorrente do bom atendimento prestado, representando acréscimo de R$900,00 no final do
mês. A partir de julho de 2017, ciente da popularidade da garçonete e no intuito de baratear o custo mensal
com a garçonete, o Sr. Everta decide não mais cobrar os 10% ao final da conta, pelo que passou a inserir os
seguintes dizeres na nota de pagamento: “os 10% são opcionais e, caso opte pelo pagamento, a quantia
deverá ser paga diretamente ao garçom/garçonete que o atendeu”.
Considerando a dificuldade dos clientes de terem os 10% em dinheiro, Marilene passou a receber, em média,
25% a menos no final do mês. Diante do exposto:
B) Quanto mudança na forma do recolhimento da gorjeta, foi lícita a conduta do Sr. Everta? Alguma
garantia salarial assiste à Sra. Marilene?
C) À luz das novidades trazidas pela Lei 13.419/17, como se estabelecem os critérios de custeio e de
rateio das gorjetas? A gorjeta deve ser anotada na CTPS do empregado, explique?
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Em determinada Reclamação Trabalhista, a empresa Vanusia´s Moda é condenada no importe de R$15 mil.
Em sede de execução provisória, o magistrado trabalhista determina o bloqueio de valores através do sistema
BacenJud e a penhora de um veículo de propriedade da empresa, totalizando o valor da condenação.
Inconformada, a executada pretende se valer dos Embargos à Execução. Com base no caso narrado,
responda:
A) Onde os Embargos devem ser opostos? Onde devem ser ajuizados os Embargos à Execução quando
há a constrição de bens através da emissão de carta precatória executória?
B) A decisão proferida em sede de Embargos à Execução é recorrível? Se sim, qual o recurso cabível e o
órgão competente para julgá-lo?
C) Suponha que a empresa Vanusia´s Moda ainda possui outros bens passíveis de penhora, para o TST,
o bloqueio de dinheiro em sede de execução provisória representa ofensa a direito do executado?
Caberá impetração de mandado de segurança?
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David Mackenzie, após ser demitido sem justa causa, ajuizou Reclamação Trabalhista contra a empresa de
alimentos Chikito LTDA, com pedido de adicional de insalubridade e seus reflexos sobre os dias de repouso
semanal remunerado e feriados trabalhados, dando à causa o valor de R$15 mil. Após realização de perícia e
encerramento da instrução processual, houve a procedência total dos pedidos, contrariando os termos da
Orientação Jurisprudencial 103, SDI-1, TST, o que restou confirmado em grau de Recurso Ordinário no TRT.
A partir do exposto, responda:
B) À empresa Chikito LTDA é cabível algum recurso? Se sim, qual e de quem seria a competência para
julgá-lo?
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João da Silva exercia o cargo de caixa executivo no Banco Estrela S/A, trabalhando oito horas diárias, com
intervalo para repouso e alimentação de uma hora, de segunda – feira a sexta – feira, e recebia gratificação
de função de um terço do salário do seu posto efetivo. Posteriormente foi designado para a função de
confiança de gerente do departamento pessoal, recebendo gratificação de 50% do salário do cargo efetivo.
Nesse período, sua jornada era das 10 às 21 horas, de segunda-feira a sexta-feira, com uma hora de
intervalo intrajornada.
Gustavo é gerente geral da referida agencia e chefia todos os gerentes, recebendo gratificação de função de
100% do salário auferido, cumprindo jornada de 2ª a 6ª feira das 9h00min às 20h00min e, genuinamente,
exerce função de relevância na agencia bancária. Nelson foi contratado, diretamente, pelo banco para
trabalhar como vigilante, tempos depois, ocorreu o termino da relação de emprego.
Diante da situação retratada, considerando a CLT e o entendimento consolidado do TST, responda os itens a
seguir.
A) Na função de caixa executivo, João ocupava cargo de confiança bancário? Ele prestava horas
extraordinárias no exercício desta função?
C) Analise se Gustavo, diante do panorama processual, pode receber horas extras, justificando em
qualquer hipótese.
D) Nelson poderá ajuizar reclamação trabalhista pleiteando seu enquadramento como bancário? São
devidas horas extras e parcelas referentes as normas coletivas de bancário?
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