Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Relações Internacionais
Trabalho de Conclusão de Curso
Brasília - DF
2013
JOÃO FELIPE JACINTO URBANSKI
Brasília
2013
Monografia de autoria de João Felipe Jacinto Urbanski, intitulada “A INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA PARA A COMPETITIVIDADE DO SETOR INDUSTRIAL
BRASILEIRO, COM ANÁLISE COMPARATIVA À CHINA E ÍNDIA (1994 - 2012)”,
apresentada como requisito parcial para obtenção de Título de Bacharel em
Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília, defendida e aprovada,
em 26 de novembro de 2013, pela banca examinadora constituída por:
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Orientador
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BRASÍLIA
2013
Dedico este à minha família, que sem ela
eu não teria base para me dedicar nesses
quatro anos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus amigos e colegas que conheci durante estes quatro anos
no campus universitário já que sem eles seria muito mais complicado o caminho
traçado, e aspiro que muitos continuem a fazer parte da minha vida. Agradeço aos
meus amigos Anderson Campos, Thiago Bacelar, Rômulo Araújo, Guilherme
Cassimiro, Jéssica Portes e Angelo Freire e, principalmente, aos meus amigos
André “Gauthier”, Eric Pinheiro, Gabriela Iwata, Hellen Sandra, Leonardo “Mitt”,
Marco Felipe, Renata Menezes, Vitor Assunção e Vivian Oliveira que fizeram o
ambiente ser muito mais motivador. Agradeço também aos demais colegas que
fizeram parte de todo esse processo.
BRICS – Cúpula formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
5. REFERÊNCIAS: ............................................................................................... 58
11
1. INTRODUÇÃO
É necessário entender que o ato de inovar não deve estar restrito somente às
empresas. É fundamental o papel de instituições de cunho governamental e das
universidades, pois produzem conhecimento e desenvolvem novas tecnologias. O
desafio das políticas públicas voltadas para ciência, tecnologia e inovação é articular
a cooperação entre esses atores.
12
Entre os países do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul (BRICS), que representam uma das maiores economias emergentes do globo, o
setor industrial no Brasil representava, em 2010, 28%, enquanto o setor industrial na
Rússia representava 40%, o da Índia 28%, o chinês 47% e o sul-africano 30%, de
seus respectivos Produto Interno Bruto, segundo o Banco Mundial. Isso é refletido
no saldo da balança comercial, uma vez que produtos de menor valor agregado,
como matérias-primas e semimanufaturados, ocupando maior espaço na
composição do PIB resultam em menor valor recebido pela exportação, se
comparado à balança de países em que a indústria manufatureira ocupa maior
destaque na porcentagem do PIB. No caso dos BRICS, ainda segundo dados do
Banco Mundial (2010), as balanças comerciais negativas do Brasil (US$ - 47,2
bilhões), Índia (US$ - 52,2 bilhões) e África do Sul (US$ - 10,1 bilhões) e as
balanças comerciais com saldo positivo da Rússia (US$ 67,4 bilhões) e China (US$
13
237,8 bilhões), refletem que, dentro do bloco, a balança positiva ocorre entre os
países em que o setor industrial sustenta o maior espaço junto ao Produto Interno
Bruto.
1.2 HIPÓTESE
1.3 OBJETIVOS
15
1.4 METODOLOGIA
2. MARCO TEÓRICO
Tendo em vista uma conjuntura global em que o setor econômico é cada vez
mais dinâmico e conectado, é preciso obter as melhores condições nesse cenário
para conseguir se destacar. Essas condições estão ligadas a construções de
economias modernas, guiadas pela capacidade do país em inovar tecnologicamente
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nos seus mais diversos setores. Dentre os setores de uma economia, o setor
industrial é um dos mais importantes e requer bastante atenção por parte dos
países.
20
3. DESENVOLVIMENTO
Tendo em vista uma conjuntura global em que o setor econômico é cada vez
mais dinâmico e conectado, é preciso obter as melhores condições nesse cenário
para conseguir se destacar. Essas condições estão ligadas a construções de
economias modernas, guiadas pela capacidade do país em inovar tecnologicamente
nos seus mais diversos setores. Dentre os setores de uma economia, o setor
industrial é um dos mais importantes e requer bastante atenção por parte dos
países. Nesse sentido, se aborda acerca da inovação tecnológica; e algumas formas
de executá-la no setor industrial manufatureiro.
Cabe ao produtor buscar algo que inove e agrade ao público, mas isso requer
riscos. Risco da criação não ser bem recebida, e ser um fracasso. Outro risco que
também é bastante frequente, que é o fato de outras firmas ou mercados
concorrentes também inovarem, seja em produtos no primeiro caso, seja na
estrutura econômica no segundo. Isso acontece porque é inerente ao dinamismo do
processo inovativo, e acontece principalmente se a empresa ou mercado criador de
algum produto ou processo novo obtiver sucesso. Pois, os concorrentes também
irão querer esse sucesso, e buscarão instrumentos para isso, seja procurando criar
algo que inove ou imitando o precursor do processo. Isso reflete as incertezas e
riscos do sistema econômico, onde por meio da diferenciação do processo e
aspiração por inovação pode diminuir essa insegurança.
Joint venture se trata então de uma aliança entre empresas com o objetivo de
realizar uma atividade econômica visando o lucro de ambas, mas além disso, essa
parceria proporciona know how que permite obter vantagens e superar obstáculos
em um mercado, tanto nacional quanto internacional, beneficiar de novas
28
vez pode ser obtido por diferentes formas, e uma delas é por meio de um setor
industrial forte. Um setor industrial forte significa que o país consegue competir de
maneira simétrica com concorrentes externos, tanto no mercado nacional quanto em
âmbito global. Nesse sentindo, é comum por parte dos Estados criarem instrumentos
em prol de aumentar o desempenho da sua indústria, tal como o fornecimento de
subsídios, diminuição de taxação de impostos, linhas de crédito com juros mais
baixos, programas de fomento à inovação etc.
Outra importância atribuída ao Estado é a proteção que este exerce sobre seu
mercado, logo, sobre sua indústria nacional. Essa proteção existe para inibir a
expansão desenfreada de empresas externas dentro do mercado interno, mas há
condições estabelecidas para o uso deste artificio para que não haja irregularidades,
segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC). Cada país, visando seus
próprios interesses, pratica esse tipo de proteção de forma distinta, uns em maior
grau como o Brasil e outros em menor grau como o Chile, e em diferentes setores
como o industrial, agropecuário, financeiro etc. que mais os beneficiam
especificamente. Alguns métodos de protecionismo são: o aumento da carga
tributária sobre a importação de gêneros agrícolas e manufaturados; criação de
diversas regras e normas para a entrada de produtos estrangeiros; utilização de
subsídios para baratear os produtos nacionais.
Fonte: MACANEIRO; CHEROBIM, 2009, p.297. Baseado em dados do MCTI (BRASIL, 2008), da
Finep (2008), do BNDES (2008) e do CNPq (2008).
38
Sendo assim, pode-se identificar essas estratégias políticas por meio de leis e
programas a partir da década de 1990 para impulsionar a pesquisa e inovação no
Brasil. Porém, os esforços no país ainda se deparam com grandes obstáculos, pois
o norte das inovações em âmbito mundial é ditado pelos países mais desenvolvidos.
Se a agenda mundial é ditada pelos países desenvolvidos, os bens produzidos por
esses países detém, por consequência, maiores possibilidades de competitividade
(FUCK; VILHA, 2012). Então, para países emergentes como o Brasil é necessário
superar essa desigualdade.
querer também ter um menor custo para essa produção, o que vai resultar em um
produto de alto valor agregado e com um menor preço no mercado. Por meio dessa
agregação tecnológica, portanto, as empresas adquirem qualidade necessária para
serem competitivas no mercado em que estão inseridas.
Para isso é necessário existir o fator inovação, que gera a revolução técnico-
científica, e permite a competição das empresas, e dos países nos quais estão
inseridas essas empresas em um comércio extremamente dinâmico, como é o que
as nações estão presentes na atualidade (IPEA, 2011).
Tabela 2: Contribuição setorial para o PIB do Brasil em termos relativos, entre 1994-2010, mas por
período.
Agricultura 10 6 7 5 5
Indústria 40 25 27 29 28
Serviços 50 69 66 66 67
Gráfico 1: Desempenho da indústria manufatureira brasileira em valores totais entre 1994-2010, por
períodos.
300
250
200 162
125 117 Desempenho da
150 indústria manufatureira
73
100
50
0
1994 1998 2002 2006 2010
:
onde por meio de planejamento estratégico e força do setor industrial fez com que
esse país tivesse grande desenvolvimento do PIB. O desempenho da indústria
chinesa em valores totais no período entre 1994-2010, conforme o gráfico 2.
Tabela 3: Contribuição setorial para o PIB da China em termos relativos, entre 1994-2010, mas por
período.
Agricultura 20 18 14 11 10
Indústria 46 46 45 48 47
Serviços 34 36 41 41 43
Gráfico 2: Desempenho da indústria chinesa em valores totais entre 1994-2010, por períodos.
2,000
1,500
1,145 Desempenho de
Mineração, Manufatura e
1,000
573 Utilidades ¹
411
500 227
0
1994 1998 2002 2006 2010
1
Entre o período de 1994 e 2002, não foi disponibilizado pelo UNSTATS os dados referentes ao setor
manufatureiro chinês. Por isso, no gráfico foi demonstrado o setor de manufatura juntamente a outros setores.
Nos períodos posteriores observados o setor de manufaturados teve um desempenho de valores em 2006 de
US$ 893 bilhões (onde o desempenho de mineração, manufatura e utilidades foi de US$ 1.145 bilhões), e em
2010 o desempenho de valores totais do setor de manufatura foi de US$ 1.924 bilhões (onde o desempenho de
mineração, manufatura e utilidades foi de US$ 2.373 bilhões) segundo a UNSTATS. Isso reflete a força da
manufatura na China, e em comparação com os outros setores (mineração e utilidades) é o principal do
conjunto, por isso a utilização dos valores, mesmo que em conjunto, do gráfico 2.
46
Tabela 4: Contribuição setorial para o PIB da Índia em termos relativos, entre 1994-2010, mas por
período.
Agricultura 28 26 21 18 18
Indústria 26 26 26 29 28
Serviços 45 48 53 53 54
Gráfico 3: Desempenho da indústria manufatureira indiana em valores totais entre 1994-2010, por
períodos.
200
144
150
84 Desempenho da
100 72 indústria manufatureira
51
50
0
1994 1998 2002 2006 2010
Nesse sentido, cabe analisar que apesar das similaridades econômicas entre
Brasil e Índia, o governo estatal do país sul-asiático introduziu políticas adequadas
acerca da inovação tecnológica e de P&D e interação entre empresas, governo e
instituições de pesquisa, já o Brasil ainda deixa a desejar nesse prisma interacional,
51
mas pode absorver com algumas das estratégias bem sucedidas da Índia. Elas
aconteceram com a diminuição de tributos, oferta de mercado para empresas
externas mas sem deixar de auxiliar as empresas locais para um crescimento cada
vez maior, e incentivando a pesquisa básica e aplicada, e principalmente na
interação entre as instituições de pesquisa com as empresas. Em relação a essa
interação e ao planejamento de políticas voltadas para esse campo, visto algumas
debilidades estratégicas, o governo indiano planejou o estabelecimento de:
Após a análise do Brasil, China e Índia, cabe ressaltar que por meio de
aplicação de investimentos em P&D na indústria acarreta na inovação e/ou melhora
de produtos e processos. E isso ocorre, pelo valor que um bem manufaturado com
alto valor agregado pode gerar. As especificidades da porcentagem de P&D
investido sobre o PIB de cada país no período (1996-2007)2 pode ser evidenciado no
gráfico 4, assim como o valor total em dólares de produtos de alto valor agregado na
exportações e a porcentagem desses produtos de alto valor agregado em relação
2
Não há disponibilidade do período 1994-1995, assim como de 2008-2010 para todos os três países, segundo o
Banco Mundial, por isso essa abordagem temporal.
52
aos manufaturados totais exportados por cada país (entre 1994-2010) que são
evidenciados nas tabelas 5 e 6.
0
1996 2000 2004 2007
China 0.57 0.86 1.23 1.4
Índia 0.63 0.75 0.74 0.76
Brasil 0.72 1.02 0.9 1.1
Tabela 5: Valor total de produtos de alto valor agregado exportados em milhões de US$.
Brasil 5 9 17 12 11
China 8 15 24 31 28
Índia 5 6 6 6 7
Assim, esse processo refletiu nas exportações dos países, como visto na
tabela 5 e 6. Pode-se analisar que entre 1994-2010 houve aumento expressivo
desses três países nas exportações de produtos com alto valor tecnológico. O Brasil
cresceu nessas exportações em mais de 7 vezes em valores correntes, e dobrou a
participação desses produtos no total de manufaturados exportados. Mas se
comparado à Índia e China, o Brasil não obteve um crescimento tão amplo, e foi o
mais afetado pela crise econômica de 2008 no setor de manufaturados de alto valor
agregado. A Índia, apesar de manter praticamente estável a fatia de manufaturados
de alto valor tecnológico durante o período, cresceu em valores correntes em mais
54
4. CONCLUSÃO
como nas fontes para financiamento da inovação tecnológica da indústria. Parte por
meio do governo, o papel de promover a interação entre as empresas e os institutos
de pesquisa que realizam os estudos para aplicação da inovação. Em outros países
há diferentes tipos de participação do governo, e também dos modelos que as
empresas adquirem a inovação.
Exemplos desses países são a China e Índia, que tem adotado políticas
comerciais de fomentação da inovação, buscando uma maior consolidação da
economia interna, fazendo com que o país se desenvolva, o que acarreta em um
maior destaque internacional. A China demonstra uma política econômica para a
inovação da sua indústria de maneira planejada que, apesar de ter um governo
unipartidário facilitador de uma planificação, acarretou em uma exponencial
expansão da economia interna, se tornando nos últimos anos a segunda economia
no globo. Adotou uma política de abertura econômica baseada na parceria com
empresas estrangeiras, que em médio e longo prazo acarretou em know how
adquirido e, em consequência, uma agregação tecnológica em produtos chineses. A
Índia por sua vez, teve processo de abertura mais massiva da economia em um
momento temporal similar ao do Brasil (no início dos anos 1990), onde o governo
traçou planos para a inovação industrial por meio de alianças com empresas
estrangeiras e pela elaboração de P&D, que somados ao grande mercado
consumidor, fez o setor de indústria ganhar um alto grau tecnológico, principalmente
o automobilístico e o farmacêutico. Nesse sentido, cabe ao Brasil e as suas
empresas detectarem os exemplos e experiências que obtiveram sucesso no
processo inovativo desses países para aplica-los internamente, com particularidades
endógenas do mercado interno brasileiro.
5. REFERÊNCIAS:
____. A indústria e o Brasil: uma agenda para crescer mais e melhor. Brasília:
CNI, 2010. 235 p.
____. Produtividade no Brasil nos anos 2000-2009: análise das contas nacionais.
IPEA, Brasília, comunicado nº 133, fev. 2012.
PROCHNIK, Victor; ARAÚJO, Rogério Dias de. Uma análise do baixo grau de
inovação na indústria brasileira a partir do estudo das firmas menos
inovadoras. 2005. Disponível em:
<http://www.anpec.org.br/encontro2005/artigos/A05A101.pdf>. Acesso em: 25 abr.
2013.
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