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No começo do longa, conhecemos Claudia Draper, uma prostituta de luxo presa por ter matado um de

seus clientes em legítima defesa. Seu advogado alega que ela não deve ir a julgamento pois é incapacitada
mentalmente, porém Claudia discorda veementemente, chegando a agredi-lo e fazendo com que ele
abandone sua defesa. O caso, então, se torna tarefa do defensor público Aaron Levinsky. À primeira vista,
a personagem parece insuportável, com um comportamento debochado, agressivo e, as vezes, vulgar.
Internada em uma instituição para loucos, ela se recusa a colaborar com os médicos e com seus
advogados, pois quer ser julgada como uma pessoa normal ao invés da alegação de insanidade, que a faria
ficar internada em uma instituição para doentes mentais.

Logo fica claro para o público e para Aaron que Claudia é uma mulher instável e imprevisível que
obviamente precisa de ajuda psicológica, mas que está perfeitamente ciente dos fatos ocorridos e que não
está incapacitada como seu médico diagnosticou. Em sua maior parte, o filme se passa no tribunal, onde a
vida pregressa da personagem é esmiuçada, trazendo acontecimentos de seu passado à tona através de
flashbacks e nos ajudando a entender um pouco melhor o seu comportamento. Como foi dito antes, o foco
do julgamento não é sua inocência, e sim provar que ela está em seu juízo perfeito e apta para ir a júri
popular. Todas as provas são apresentadas diante de um juiz, que deverá decidir se a personagem está ou
não em condições de arcar com as consequências de seus atos. Um filme instigante e despretensioso com
ótimas atuações, que trata de hipocrisia, de questões psicológicas e das consequências de abafarmos
questões importantes.

Acusado de atacar rapaz vai a manicômio


Alexandre Aleixo, 39, acusado de atingir Henrique Carvalho Pereira, 22, com taco de beisebol
numa livraria de SP em dezembro de 2009, deve ir para um manicômio judiciário.
A decisão da juíza Tânia Magalhães Avelar Moreira da Silveira, do 1º Tribunal do Júri de São
Paulo, ocorreu ontem em audiência. Laudo do IML determinará se ele sofre de algum distúrbio
mental.
Desde a agressão, Pereira está em estado gravíssimo na UTI do Hospital das Clínicas.”

Ao contrário da primeira impressão dada pelo título, trata-se, como a matéria explica, de uma
avaliação e não de uma condenação.

Em casos onde possa haver a possibilidade de o suspeito não ser mentalmente capaz, o
magistrado precisa saber se ele tinha ciência do que estava fazendo quando cometeu o delito.

Se, no momento do crime, a pessoa era totalmente incapaz mentalmente, ela se torna
inimputável, ou seja, ela não pode ser punida, ainda que tenha cometido o crime. O que não
quer dizer que ela será solta: ela poderá ser internada ou submetida a tratamento ambulatorial.

Ao contrário do que vemos em filmes americanos, alegar que o suspeito é louco, no Brasil,
pode não ser uma boa estratégia de defesa. É verdade que a pessoa não vai ser enviada para
a prisão, mas ela pode sofrer uma consequência que, na prática, pode ser ainda pior,
especialmente para os crimes mais graves. Isso porque as pessoas condenadas por crimes
têm penas claras determinadas pelo magistrado no momento da condenação. Coisas como 5,
8, 15, 29 anos. E mais: já vimos que, pelo princípio do somatório de penas, ela não poderá
cumprir mais de 30 anos.

Já se a pessoa for considerada louca, ela será enviada ao manicômio. Só que, nesse caso,
não há um tempo certo para a internação. Ela pode ser para sempre se o louco não se
recuperar e se continuar sendo considerado um perigo para si ou para a sociedade. Uma junta
técnica é que fará essa avaliação periodicamente. Por causa da precariedade de muitas de
nossas instituições mentais, o resultado é que o louco internado acaba piorando, o que se
torna, na prática, uma internação perpétua.

Se ele, ao contrário, tinha apenas uma perturbação mental parcial (ou seja, se tinha
capacidade de entender o que estava fazendo, mas não completamente), ele será punido
como um criminoso comum, mas sua pena será reduzida de um a dois terços.

O doente mental e o crime


A história da institucionalização da loucura do tempo
do Brasil colônia até a Reforma Penal de 1984.
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Publicado por Laura Araujo

há 4 anos

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1. O DOENTE MENTAL E O CRIME


O doente mental criminoso vem sendo, há muito, objeto de
estudo jurídico. A complexidade da matéria está, exatamente,
nesta multidisciplinariedade que é o doente mental criminoso.
Para que possamos entender os motivos do crime, qual a
punição ou tratamento adequado e SE o sujeito é punível,
devemos apelar para três áreas do conhecimento, as quais
sejam, a Medicina, a Antropologia e o Direito.

Historicamente, o tratamento dispensado aos doentes mentais,


criminosos ou não, apresenta quase que uma linearidade
temporal. Exclusão, encarceramento e violência marcam a
história da loucura.

Apenas a pouco mais de três séculos é que o cenário começou a


se modificar, tratando com mais humanidade e conhecimento
os considerados loucos. Porém ainda que tenha havido
melhora significativa, àqueles que cometem crimes continuam
no cárcere, por muitas vezes sem que recebam o tratamento
médico adequado, ou a revisão das penas e medidas de
seguranças já aplicadas, ficando no esquecimento de um
manicômio judiciário (agora Hospitais de Tratamento de
Custódia).

1.1. Compêndio da História da Loucura


Desde os primórdios da humanidade o indivíduo que divergia
dos padrões comportamentais majoritários, era imediatamente
excluído do bando por apresentar perigo à sobrevivência dos
indivíduos ali inseridos. Aqueles acometidos por doenças
recebiam o mesmo tratamento, sendo deixados para trás.

Já na Idade Média, as grandes epidemias se alastram e a


história é repetida. Os doentes são removidos do convívio
social, como ocorreu com os leprosos, descritos na “História da
Loucura na Idade Clássica” de Michel Foucault, e após a sua
erradicação do “mundo ocidental” (FOUCAULT; MICHEL.
2013, p.7), os portadores de doenças venéreas tomam seus
lugares nos antigos leprosários: “A lepra foi substituída
inicialmente pelas doenças venéreas. De repente, ao final do
século XV, elas sucedem a lepra como por direito de herança.
Esses doentes são recebidos em diversos hospitais de leprosos”
(FOUCAULT; MICHEL. 2013, p11).

No século XVII, a loucura tomou o posto que foi da lepra no


que tange ao medo, fazendo com que aqueles considerados
loucos fossem destinados a locais específicos, vezes para
hospitais, para que fossem tratados, vezes para locais como a
famosa Torre dos Loucos de Caen na França. A verdade é que
“na maior parte das cidades da Europa existiu, ao longo de
toda a Idade Média e da Renascença, um lugar de detenção
reservado aos

insanos”. (FOUCAULT; MICHEL. 2013, p14).

Uma das figuras mais marcantes revivida pelos escritores da


Renascença foi a Nau de Loucos, que existiu, em decorrência
do enxotamento dos mentalmente insanos. Esses doentes eram
muitas vezes deixados a vagar a esmo pelos campos ao redor
das cidades ou eram entregues a marinheiros, para que fossem
levados para qualquer localidade distante de sua cidade natal.
Porém não eram todas as cidades que seguiam essa prática de
escorraçar seus loucos. Houveram cidades que acolhiam, não
só os seus loucos, mas aqueles vindos de outras localidades.
Gheel era uma dessas cidades, que se tornou ponto de
peregrinação, que podiam até ser subvencionadas pela cidade e
pelos hospitais nela existentes. Outro exemplo é a cidade de
Nuremberg, que ao receber outra “leva” de loucos, os alojava e
os mantinha, porém não em hospitais, mas sim nas prisões.

A história da loucura está intimamente ligada, ou menos na


idade média e renascença, ao mar. Na vasta literatura, desde
Tristão e Isolda à La Lorelai, ser enviado para longe das terras
de Deus e alçado aos mares onde a vastidão demoníaca
aguardava, era o destino dos indesejados.

Ainda durante a Renascença, com o surgimento do movimento


Humanista, a loucura passou a ser algo vindo do homem, e não
de forças sobrenaturais, porém o tratamento dispensado aos
loucos não se alterou.

Um salto até o século XVII, onde Miguel de Cervantes


representa e imprime para sempre as características do que,
até então era apenas loucura; hoje Dom Quixote seria apenas
um esquizofrênico lutando batalhas invisíveis, condenado a
vagar a esmo como tantos outros. Durante este século, foram
criadas inúmeras casas de internato, como em Paris, em que “e
mais de um habitante em cada cem da cidade de Paris viu-se
fechado numa delas, por alguns meses” (FOUCAULT;
MICHEL. 2013, p.55), muitas dessas internações foram feitas
de forma arbitrária, através de medidas de prisão sem qualquer
fundamento e por meio de cartas régias.

No ano de 1656 o Hospital Geral de Paris foi criado, sendo


mais uma entidade administrativa, do que propriamente
médica, que julga, decide e executa, além dos
tribunais”(FOUCAULT; MICHEL. 2013, p.57). Em 1676, um
decreto real estabelece que seja construído um Hospital Geral
em cada cidade. Anteriormente, em 1575, na Inglaterra, são
criadas as “Houses Of Correction” ou casas de correção,
existindo pelo menos uma por condado. Começou aqui a
institucionalização da loucura.
Essa prática de isolar os indesejados se espalhou por toda a
Europa, aproximando assim, a loucura do crime, da desordem,
da vadiagem e da ociosidade, já que loucos eram encarcerados
junto com criminosos, vadios e pobres.

O cenário começa a mudar quando “em 1784, Breteuil limita o


uso das cartas reais, deixando que logo saiam de uso, ele
insiste para que, na medida do possível, o internamento não
ocorra antes do procedimento jurídico da
interdição”(FOUCAULT; MICHEL. 2013 p.143). Essa medida é
tomada para que se evite as internações arbitrárias, tomando
por base apenas as ordens do rei, e da família. Porém esse
processo de interdição nada tem a ver com exames médicos e
sim entre as famílias e o poder judiciário.

Os ajustes da noção jurídica do que era “sujeito de direito” foi o


tema de maior atuação no século XVIII. A teoria Iluminista
defende que a alienação do sujeito de direito deverá coincidir
com a loucura do homem social, ou seja: se para o mundo
jurídico o sujeito for considerado insano, a conduta social dele
deverá colidir com este entendimento. Ter reconhecida a
alienação se torna condição preliminar para a internação.

É nessa conjuntura que Philippe Pinel se insere, surgindo para


muitos como o “pai” da Psiquiatria, unindo os conceitos de
filantropia e ciência, observados nos séculos anteriores. Pela
primeira vez, o louco é reconhecido juridicamente como
incapaz, limitando sua capacidade jurídica, sem, no entanto
excluir sua existência.

Philippe Pinel foi o primeiro médico a refletir de forma


profunda sobre a alienação mental, e a dividir seus internos de
acordo com o comportamento deles, tendo quatro grupos
majoritários: Os maníacos delirantes e os maníacos não
delirantes, os melancólicos e os dementes.
Apesar de ainda se utilizar do isolamento desses doentes, Pinel
o fazia para que pudesse evitar que os internos perturbassem a
ordem, simultaneamente à própria proteção de todo o contexto
intelectual e maníaco do interno. Além de precursor da
humanização do tratamento, Philippe Pinel traçou as diretrizes
de toda a reforma psiquiátrica, que ocorreria mais tarde.

1.2. A Evolução das Ordenações do Brasil Colônia


Quanto a Inimputabilidade
A importância do exame das Ordenações do Brasil Colônia se
dá por conta destas serem os primórdios legislativos
Brasileiros. É o inicio da evolução histórica do Direito Penal.
As ordenações, nada mais são do que um conjunto legislativo,
feito para elucidar contradições e complementar as inúmeras
leis publicadas até então.

Existiram três ordenações: as Ordenações Afonsinas, as


Manuelinas e as Filipinas – todas contendo cinco livros, cada
qual contendo títulos, divididos por matérias.

O quinto livro era aquele que tratava do Direito Penal. Porém


diferentemente do que temos hoje, as penas aplicadas eram
descabidas no que tange a proporcionalidade em relação ao ato
praticado, ficando a cargo única e exclusivamente da boa
vontade e benevolência ao Juiz quanto a punição que
receberia.

As penas cruéis e martirizantes, assim como as penas de morte


eram comuns, sendo diferenciadas apenas conforme a classe
social da qual o criminoso fazia parte. A Nobreza, geralmente
recebia penas de cunho pecuniário, enquanto que a plebe
recebia punições vexatórias, e cruéis, como castigos corporais.

Apesar de as Ordenações Afonsinas (1446-1521) e Manuelinas


(1521-1569), terem tido muito influência nas leis brasileiras
posteriores, essas não vigoraram no Brasil. Assim como
ocorreu com o Código de Dom Sebastião (1569-1603); uma
compilação de todas as leis avulsas publicadas, originando-se
ai a “Coleção de Leis Extravagantes”.
Quanto a essa Coleção, alguns argumentam que ela se fundiu
com as Ordenações Manuelinas, outros afirmam que o Código
de Dom Sebastião revogou-as.

Em 1603 as Ordenações Filipinas (1603-1830) revogam as


Ordenações Manuelinas, passando a vigorar inclusive no
Brasil. Este diploma legal contava com 143 títulos, sendo
considerado o primeiro Código Penal e Código de Processo
Penal.
Além de englobar toda a matéria abarcada pelas Ordenações
Manuelinas, trazia a tona matérias novas, como a disposição de
que o indivíduo menor, ou seja: o indivíduo que ainda não tem
sua capacidade mental totalmente desenvolvida, não poderia
ser punido com a pena de morte, porém dando liberdade ao
julgador para que substituísse-a por outra sanção, como
disposto no título CXXXV das Ordenações Filipinas:

"Quando os menores serão punidos por os delictos, que


fizerem - Quando algum homem, ou mulher, que passar de
vinte annos, commetter qualquer delicto, dar-se-lhe-ha a pena
total, que lhe seria dada, se de vinte e cinco annos passasse. E
se fôr de idade de dezasete annos até vinte, ficará em arbítrio
dos Julgadores dar-lhe a pena total, ou diminuir-lha. E em este
caso olhará o Julgador o modo, com que o delicto foi
commettido, e as circumstancias delle, e a pessôa do menor; e
se o achar em tanta malicia, que lhe pareça que merece total
pena, dar-lhe-ha, postoque seja de morte natural. E parecendo-
lhe que a não merece, poder-lha-ha diminuir, segundo a
qualidade, ou simpleza, com que achar, que o delicto foi
commettido. E quando o delinquente fôr menor de dezasete
annos cumpridos, postoque o delicto mereça morte natural, em
nenhum caso lhe será dada, mas ficará em arbítrio do Julgador
dar-lhe outra menor pena. E não sendo o delicto tal, em que
caiba pena de morte natural, se guardará a disposição do
Direito Commum" (grafia original)

Apesar de a independência do Brasil ter sido proclamada em


1822, esta ordenação vigorou até 1830, fazendo com que o
Império Brasileiro tivesse como seu primeiro código, um
herdado de seu Colonizador.

1.3. O Doente Mental no Código Criminal do Brasil


Império
A Constituição Imperial, de imediato revoga todas as penas
cruéis e de tortura. Manda que sejam criados um Código Civil e
um Código Penal, ambos fundados na Equidade e na Justiça.
Apesar do Código Criminal do Império (1830-1890) ter sido
criado em 1830, este só passaria a vigorar um ano depois.
Esta é a primeira vez que se vê a inserção do Louco em uma
legislação:

Art. 10. Tambem não se julgarão criminosos:

1º Os menores de quatorze annos.

2º Os loucos de todo o genero, salvo se tiverem lucidos


intervallos, e nelles commetterem o crime.

Art. 11. Posto que os mencionados no artigo antecedente não


possam ser punidos, os seus bens comtudo serão sujeitos á
satisfação do mal causado.

Art. 12. Os loucos que tiverem commettido crimes, serão


recolhidos ás casas para elles destinadas, ou entregues ás suas
familias, como ao Juiz parecer mais conveniente.

Curiosamente os Loucos, aqui mencionados, são tratados por


doentes, devendo, segundo Artigo 12, supra citado, ser
recolhido; ou seja internado; em casas a eles destinadas ou
entregues às suas famílias, se ele ainda tivesse uma. Porém o
Artigo 10, 2 º trás interessante ressalva, o louco que comete
crime, se no momento em que o ato ocorreu estava lúcido e
ciente de seus atos, será julgado como pessoa lúcida e por tanto
passível de condenação.
É válido ressaltar que, apenas em 1852 é que foi inaugurado o
primeiro asilo no Rio de Janeiro, conhecido como Palácio dos
Loucos, ou Hospício Pedro II, e antes disso, aqueles internados
pelo Art. 12 do Código Criminal do Império, ficavam restritos
às prisões e às Santas Casas de Misericórdias.

Um dos críticos mais ferrenhos do Código Criminal do Império


era João Carlos Teixeira Brandão, que em 1886 assume a
diretoria do Hospício Pedro II. O então diretor, um alienista
assim como Philippe Pinel, reivindica que o médico tenha um
papel mais presente na admissão dos internos, critica que
apenas o louco que comete crime é enviado para o Hospício,
deixando que a população louca, que não cometeu nenhum
delito vague pela cidade. A partir de 1890 houveram mudanças
significativas quanto a situação penal dos doentes mentais.

1.4. O Doente Mental e o Código Penal da República


(1890-1932)
Apesar de manter a exclusão do ilícito penal no que tange aos
loucos, o novo código estipula no art. 27 que os absolutamente
incapazes, seja por enfraquecimento senil ou imbecilidade
nativa, não podem ser considerados criminosos, bem como
aqueles que estiverem em estado de privação dos sentidos e de
inteligência durante o ato do crime, porém não isenta-os de
responsabilidade civil.

Uma das mudanças mais importantes sofridas por esta


legislação, que continua a devolver os doentes mentais às suas
famílias ou a interna-los em hospitais (art. 29), é que a decisão
do magistrado que decide o destino deles terá de vir
acompanhada de fundamentação, e a internação seria devida
apenas se o doente apresentasse algum tipo de perigo à
segurança pública, diferentemente das ordenações e códigos
anteriores, em que independente de perigo ou distúrbio da
ordem social, os doentes mentais era apenas “jogados” de volta
às suas famílias como um fardo, ou trancados com ratos nos
porões da Santa Casa e das prisões.
Em 22 de Dezembro de 1903 foi sancionado do decreto n˚
1.132, que reorganizava a assistência a Alienados. Contendo
vinte e três artigos, determina que a reclusão só poderá se
tornar efetiva em estabelecimento adequado apenas quando a
alienação for provada, 24horas após a internação o diretor do
estabelecimento onde se encontra o doente mental deverá
comunicar ao juiz competente a admissão e enviar junto a este
comunicado relatório com a observação médica que houver
sido feita. Dá ainda as diretrizes para a requisição de
internação, diferenciando o requerimento feito pelo poder
público, e por particular.

Em 1927 foi feito outro Projeto de Código Penal, seu


idealizador Virgílio de Sá Pereira decidiu por bem, organizar as
medidas de segurança usando como critério a periculosidade
social do indivíduo, e trouxe à baila a figura penal da
imputabilidade restrita (FERRARI; Eduardo Reale, 2001, p.33-
34), porém este projeto não foi aprovado.
1.5. O Código Penal de 1940 e a Reforma Penal de 1984
Após todas as mudanças legislativas sofridas até este ponto,
o Código Penal de 1940 apresenta a figura da medida de
segurança, uma sanção penal. Esse novo Código adotou o
sistema binário com relação a MS, ficando esta “paralela” a
pena, podendo complementá-la ou, se o caso for, substituí-la.
René Ariel Dotti entende que:

O Código Penal de 1940, tendo eleito a dupla, incorreu em


manifesto erro, porquanto primeiro para os imputáveis e semi-
imputáveis, nas palavras de Antolisei, impõe a uma pessoa
necessitada de cura e educação, as constrangedoras condições
do cárcere, que só agravam a periculosidade que, depois,
piorada, se buscará cancelar, tudo para conciliar ou superar
oposição entre culpabilidade e periculosidade. (1985, p.284)
A Reforma Penal de 1984 – que está em vigência até os dias
atuais - elimina o uso da medida de segurança no caso de o
criminoso ser imputável, porém mantem sua aplicação no caso
dos semi-imputáveis e dos inimputáveis, e conforme a nova
redação do Código Penal de 1940, dada pela reforma de 1984,
deverá ser cumprida em hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico, ou na falta deste, em outro estabelecimento
adequado, ou ainda poderá ser aplicado o tratamento
ambulatorial de acordo com o art. 96.
No artigo seguinte dá-se o paradigma para a aplicação do
tratamento ambulatorial, o qual seja: caso o fato cometido
previsto como crime seja apenado com detenção, o juiz poderá
submeter o doente mental ou inimputável ao tratamento
ambulatorial.

O sistema agora passa a ser vicariante, o que significa que será


aplica OU pena OU a medida de segurança, nunca os dois
concomitantemente.

Apesar da nova redação não estipular um prazo máximo para a


vigência da Medida de Segurança, tendo em vista o caráter de
“tratamento” e não de punição atrelado a ela, o Supremo
Tribunal Federal, em julgamento ao HC 84.219/SP de 16 de
Agosto de 2005, entendeu que não poderá passar de 30 (trinta)
anos a duração da mesma.

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