julho 2014
Seminário
GESTÃO DAS MARGENS DAS LINHAS DE ÁGUA NAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS
Lisboa, 14 de julho de 2014
1 - INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………..…..……3
4 – OUTRAS PERSPECTIVAS……………………………………………………………….……13
4.1 – Lei da Água - Medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica e zonas ribei-
rinhas e de protecção das captações de água……………………….……………………………13
4.2 – Delimitação dos perímetros de proteção das captações em águas superficiais destinadas
ao abastecimento público para consumo humano ………………………………………………………………14
O presente documento apresenta a explanação teórica relativa à gestão das margens das
linhas de água nas explorações agrícolas e pecuárias, desenvolvida na perspetiva das
áreas da competência da DGRN e conexas.
Surge como documento de apoio ao Senhor Diretor-Geral da DGADR, numa mesa redon-
da em que será debatido o tema “A multifuncionalidade das margens das linhas de água:
Obrigações, Limitações e Apoios” , integrada no seminário “GESTÃO DAS MARGENS DAS
LINHAS DE ÁGUA NAS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS”, promovido pela CAP.
Nesta óptica, são referenciadas as interdições, permissões e obrigações e respetiva legis-
lação regulamentar no âmbito:
- do programa de ação que implementa a diretiva nitratos em Portugal Continental,
- da gestão de efluentes pecuários – legislação conexa ao REAP.
São ainda abordadas duas áreas relacionadas com esta temática, que não são da compe-
tência direta da DGADR, mas que se articulam com as atuais competências da DGRN -
interdições, permissões e obrigações associadas:
- à Lei da Água, nomeadamente as medidas de conservação e reabilitação da rede hidro-
gráfica e zonas ribeirinhas e as medidas de protecção das captações de água,
- à delimitação dos perímetros de proteção das captações em águas superficiais desti-
nadas ao abastecimento público para consumo humano.
Salvaguarda da
6 — Nas faixas referidas nas alíneas a) e b) do número anterior, são interditas as seguin-
tes atividades:
a) A pernoita e o parqueamento de gado;
b) A construção de sistemas de abeberamento, mesmo que amovíveis;
c) A aplicação de adubos numa distância de 20 m, contados a partir do
NPA”.
Através da publicação desta Portaria, o governo decidiu legislar de forma integrada sobre
a questão da gestão dos diferentes efluentes pecuários, no desenvolvimento da regula-
mentação das actividades pecuárias, previstas no regime do exercício da actividade
pecuária (REAP), criando um quadro de licenciamento para encaminhamento destes
efluentes, no qual se dá prioridade à valorização agrícola, na perspectiva de devolver ao
solo os componentes minerais e a matéria orgânica necessários ao desenvolvimento
vegetal, promovendo, ainda, a redução da necessidade de adubações minerais e minimi-
zando os impactes negativos desses efluentes sobre o ambiente.
Visou -se adaptar e compatibilizar as normas relativas à gestão dos efluentes pecuários à
legislação em vigor, nomeadamente o Decreto -Lei n.º 122/2006, de 27 de Junho (regras
No que se refere à protecção das margens das linhas de água nas explorações agro-
pecuárias, este regime prevê quatro tipos de situação:
Sobre estas situações, transcreve-se o que dispõe o artigo 10.º - Interdições e condicio-
nantes à valorização agrícola de efluentes pecuários e de outros fertilizantes, na matéria:
…
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior e no artigo 8.º, a valorização agrícola
dos efluentes pecuários e de outros fertilizantes está sujeita ao cumprimento das normas
previstas no CBPA e nas demais normas legais e regulamentares aplicáveis, encontrando
-se, ainda, condicionada ao disposto no PGEP, quando aplicável, aprovado pela DRAP ter-
ritorialmente competente.
…
3 — Sem prejuízo do disposto na demais legislação aplicável, a valorização agrícola dos
efluentes pecuários e de outros fertilizantes é interdita nas seguintes situações
…
c) Na zona terrestre de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público,
numa faixa, medida na horizontal, com a largura de 100 m, contados a partir da linha do
nível de pleno armazenamento, sem prejuízo de, nos casos em que exista plano de orde-
namento de albufeira de águas públicas, o regulamento do plano estabelecer uma faixa
de interdição com uma largura superior a 100 m;
d) Na zona terrestre de protecção das lagoas ou lagos de águas públicas constantes do
anexo I do regime de protecção das albufeiras de águas públicas de serviço público e das
lagoas ou lagos de águas públicas, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 107/2009, de 15 de
Maio, numa faixa, medida na horizontal, com a largura de 100 m, contados a partir da
linha limite do leito da lagoa ou lago de águas públicas
em causa, sem prejuízo de, nos casos em que exista plano especial de ordenamento do
território aplicável, o regulamento do plano estabelecer uma faixa de interdição
com uma largura superior a 100 m;
…
5 — Sem prejuízo do disposto no Decreto -Lei n.º 382/99, de 22 de Setembro, nos arti-
gos 36.º e 37.º da Lei da Água, na demais legislação aplicável e nos instrumentos de
planeamento das águas em vigor, e sem prejuízo das ARH ou
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a)
medas ou em pilhas, ----
limite dos cursos de água
com vista à sua pos-
terior distribuição e
incorporação no solo
Na localização:
a) a menos de 10 m das mar-
gens das linhas de água;
Anexo I
Estruturas de arma-
b) A menos de 25 m contados
zenamento e trata- ----
onde são efetuadas captações
mento de EP
de água
c) Nas zonas ameaçadas pelas
cheias
Nota:
Declive (%) em Valor do IQFP da
40% da área ou parcela
mais da parcela
[0-10%] 1 Explicação:
]10-15%] 2 IQFP=3:
]15-25%] 3
a)40% ou mais da área da parcela têm uma inclinação entre 15 e 25%
]25-45%] 4
b) menos de 40% da área da parcela tem uma inclinação inferior a 15%
Declive (%) em Valor do IQFP da
60% da área ou parcela
mais da parcela
IQFP=5:
>45% 5 a)60% ou mais da área da parcela tem uma inclinação superior a 45%
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Artigo 10.º
09 de junho - GEP
n.º 3 c) e
Portaria 631, de
n.º 3 d)
Fator condicionante Ações interditas Ações condicionadas
Anexo
Estruturas de armazenamen- feira ou do leito das linhas de Sem prejuizo do disposto no
I
to e tratamento de EP água de lagoas e lagos PEOT
4 – OUTRAS PERSPECTIVAS
Por outro lado, a Lei n.º 58/2005 (Lei da Água), de 29 de dezembro, refere em b) do n.º
5 do seu artigo 33º “Medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica e
zonas ribeirinhas” que:
“5—As medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica devem ser exe-
cutadas sob orientação da correspondente ARH, sendo da responsabilidade:
a) …;
b) Dos proprietários, nas frentes particulares fora dos aglomerados urbanos;
c) …”.
Uma outra condicionante diz respeito à delimitação dos perímetros de proteção de capta-
ções para o abastecimento público, tal como se encontra também definido no artigo 37.º
“Medidas de protecção das captações de água” da Lei n.º 58/2005 (Lei da Água), de
29 de dezembro, que diz taxativamente que:
“1—As áreas limítrofes ou contíguas a captações de água devem ter uma utilização
condicionada, de forma a salvaguardar a qualidade dos recursos hídricos super-
ficiais e subterrâneos utilizados”.
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