DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
APOSTILA DE GEOLOGIA
ÍNDICE
3 INTEMPERISMO ..................................................................................................................................................3
3.1 Conceito .........................................................................................................................................................3
3.2 Tipos de intemperismo...................................................................................................................................3
3.3 Intemperismo físico........................................................................................................................................3
3.3.1 Processos do intemperismo físico...........................................................................................................4
3.3.1.1 Variação da temperatura ..................................................................................................................4
3.3.1.2 Congelamento e degelo....................................................................................................................4
3.3.1.3 Crescimento dos minerais (cristais)..................................................................................................5
3.3.1.4 Alívio de pressões.............................................................................................................................5
3.4 Princípios do intemperismo químico ..............................................................................................................6
3.4.1 Processos do intemperismo químico ......................................................................................................7
3.4.1.1 Decomposição por oxidação ............................................................................................................7
3.4.1.2 Decomposição pela redução ...........................................................................................................8
3.4.1.3 Decomposição por hidrólise e hidratação........................................................................................8
3.4.1.4 Decomposição pelo ácido carbônico ...............................................................................................9
3.4.1.5 Dissolução ........................................................................................................................................9
3.5 Ação biológica na meteorização mecânica (física) ......................................................................................10
3.6 Ação do homem ...........................................................................................................................................11
3.7 Ação dos organismos...................................................................................................................................11
3.8 Formação de matacões em subsuperfície...................................................................................................11
3.9 Intemperismo predominante ........................................................................................................................11
3.10 Relação entre intemperismo e resistência das rochas ..............................................................................12
3.11 Resistência dos minerais ao intemperismo químico – escala de resistência do intemperismo ................12
3.12 Importância da resistência à decomposição dos minerais para a espessuras dos solos residuais .........12
3.13 Velocidade do intemperismo químico em rochas sãs ...............................................................................13
4 GEOLOGIA ESTRUTURAL................................................................................................................................14
4.1 Deformações das rochas .............................................................................................................................14
4.2 Deformações atectônicas ............................................................................................................................15
4.3 Perturbações tectônicas...............................................................................................................................15
4.4 Zona de plasticidade e de fratura.................................................................................................................15
4.5 Rochas competentes e incompetentes........................................................................................................15
4.6 Dobras (deformações plásticas) ..................................................................................................................16
4.6.1 Terminologia geral.................................................................................................................................16
4.6.2 Elementos geométricos de uma dobra.................................................................................................16
4.6.3 Tipos de dobras.....................................................................................................................................16
4.7 Falhas (deformações rúpteis) ......................................................................................................................20
4.7.1 Elementos geométricos de uma falha ...................................................................................................20
4.7.2 Tipos de falhas ......................................................................................................................................21
4.7.3 Reconhecimento de falhas no campo ...................................................................................................22
4.8 Fraturas ........................................................................................................................................................23
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3 INTEMPERISMO
3.1 Conceito
O intemperismo pode ser estudado sob muitos pontos de vista, tais como, processo inicial para
sedimentação, processo de formação de solo e, por isso, com interesse agronômico, processo de
enriquecimento em certos elementos, processo geológico de interesse em si. O nosso interesse no
intemperismo prende-se ao fato de o mesmo modificar drasticamente o comportamento das rochas. Isto
importa sobremaneira à Geotecnia e mesmo à Geomorfologia.
De qualquer forma, é preciso conhecer o processo em si para se tirar algumas conclusões sobre a
influência do intemperismo nessas áreas.
Por intemperismo entendem-se uma série de fenômenos e processos que promovem a fragmentação e
decomposição das rochas que se encontram na superfície ou próximo da superfície da crosta, em função do
contato destas com a atmosfera ou, em parte, com a hidrosfera. Não se inclui neste conceito o processo de
erosão. Este implica remoção de partículas sólidas. No intemperismo há remoção apenas de substância em
solução. Através do intemperismo são gerados os materiais que constituirão as rochas sedimentares.
Portanto, intemperismo é o conjunto de processos físicos, químicos e físico-químicos que atuam na
superfície dos continentes e que acabam, após milhares a milhões de anos, promovendo a desagregação
(fragmentação) ou decomposição das rochas expostas.
Rochas são agregados de minerais firmemente entrelaçados e/ou fortemente cimentados. Solos são
agregados de minerais (na sua maioria argilominerais) justapostos ou frouxamente entrelaçados e/ou
fracamente cimentados, que são desagregados pela pressão dos dedos quando umedecidos ou secos. Os
solos e os saprolitos são o resultado final do intemperismo físico e químico sobre as rochas.
SOLO
SAPROLITO
ROCHA
Fig. 32 – Afloramento mostrando seqüência de rocha sã, rocha intemperisada (saprólito) e solo.
O intemperismo físico envolve pressões na rocha pelo crescimento de cristais de gelo, aquecimento e
resfriamento, umidade e ressecamento e atividade orgânica. Mais da metade da superfície da terra sofre a ação
da temperatura e do congelamento.
A esfoliação raramente atinge profundidades superiores a uma dezena de metros. O peso das rochas
sobrejacentes impede a expansão em maiores profundidades. Esse tipo de intemperismo tem importância em
barragens construídas em vales formados por erosão.
O alívio de pressão faz-se sentir tanto no sentido vertical como no sentido horizontal. Devido as
grandes massas de rocha removidas por erosão, o número de fendas abertas por alívio de pressão é
significativo e, fatalmente, ocorrerão grandes fugas de água sob as barragens construídas em tais vales.
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No caso de taludes em cortes de estrada, quando é realizada a escavação para a abertura da estrada,
é retirado o apoio natural do maciço rochoso. Como conseqüência, aparecem fissuras no maciço rochoso ou
solo, podendo ocorrer a ruptura do talude, conforme ilustrado na figura abaixo.
O intemperismo químico é caracterizado pela reação entre rocha e soluções aquosas diversas. A água
de precipitação atmosférica, apesar de naturalmente destilada, não é pura, pelo fato de os gases do ar serem
nela dissolvidos. Destes gases, os mais importantes no intemperismo são o oxigênio e o gás carbônico. O
nitrogênio, além de ser pouco solúvel, é inerte.
O nitrogênio atmosférico no entanto, graças à ação das faíscas elétricas e do oxigênio do ar nos dias
chuvosos, forma ácido nitroso e nítrico, de ação corrosiva sobre as rochas e de valor como adubo nitrogenado
para os vegetais. Ao infiltrar-se no solo, a água dissolve e carrega ainda diversas substâncias orgânicas e
inorgânicas, muitas vezes de natureza ácida, ativas também no intemperismo químico.
A marcha e o resultado final destes processos dependem principalmente da rocha, do clima, da coberta
vegetal, da topografia e do tempo de duração dos referidos processos. Em regiões glaciais, áridas, ou semi-
áridas, pouca importância possui a decomposição química. O clima úmido é o ambiente mais propício a tal
fenômeno, especialmente nas condições de umidade e calor, como no Brasil, onde a velocidade da reação é
acelerada pela temperatura. Esta, por sua vez, favorece o desenvolvimento de vegetação, aumentando assim a
quantidade de gás carbônico e de ácidos orgânicos, substâncias importantes na decomposição química das
rochas.
A penetração da decomposição em profundidade pode ser considerável, ao contrário da desintegração
física. Porém, como abaixo do nível de drenagem de uma região, as águas não se encontram em movimento,
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este nível é o limite inferior do intemperismo químico, ou seja, abaixo do nível de drenagem não ocorre
decomposição das rochas.
Distinguem-se três estádios na evolução intempérica de uma rocha. Tomemos o exemplo de uma
rocha cristalina feldspática qualquer. O primeiro estágio caracteriza-se pelo inicio do ataque químico ao
feldspato. Este apenas perde o seu brilho nacarado característico, tornando-se baço. A biotita, se presente,
perde parcialmente sua coloração, porém a textura da rocha é totalmente conservada. Em um segundo estágio,
os minerais são totalmente decompostos, mas percebe-se ainda a textura original da rocha. No caso do nosso
exemplo citado, tal produto recebe a designação popular de saibro. Finalmente, o terceiro estágio é o da
decomposição total da rocha, desaparecendo por completo a sua textura. É o que se denomina regolito, solo ou
manto de alteração. Certamente, há a passagem gradual entre esses três estádios. Deve ser aqui lembrado
que o processo de decomposição de uma rocha não vai além do nível de drenagem da região. De um modo
geral, somente acima deste nível se da o movimento de percolação das águas, as responsáveis pela
decomposição química das rochas.
Poucos são os minerais resistentes ao ataque químico. Entre eles, o mais importante é o quartzo. A
grande maioria decompõe-se com o tempo, transformando-se em minerais estáveis sob as condições
superficiais, mais os compostos solúveis, que são levados pelas águas, quando o clima for favorável a tal
fenômeno. O resíduo insolúvel permanece no lugar ou é levado também sob a forma de suspensão finíssima,
às vezes de natureza coloidal. Graças à deposição deste material fino (na maioria das vezes constituído por um
ou mais minerais argilosos), formar-se-ão as camadas de argilas. Não se verificando tal transporte seletivo, o
material fino, de dimensões coloidais fará parte do solo.
Os produtos da decomposição são os minerais secundários e algumas soluções. O tipo de argila
(mineral secundário) depende do mineral que a origina, do meio e da lixiviação subseqüente. A sílica em
solução pode precipitar ao redor dos grãos de quartzo.
Podemos classificar os processos de decomposição química conforme a natureza da reação existente
que predomina no processo, que poderá ser complexo, envolvendo mais de um tipo de reação química. Estas
podem ser: oxidação, redução, hidrólise e hidratação, carbonatação (decomposição pelo ácido carbônico) e
dissolução.
Os óxidos de ferro hidratados são os grandes pintores da natureza, apresentando cor amarelo parda,
+3 +2
quando muito hidratados (Fe ); e cor vermelha, quando pouco hidratados (Fe ). Por esta razão, o manto de
intemperismo apresenta tonalidades variando em geral do amarelo ao vermelho. Quando a concentração de
óxido de ferro é muito grande no solo, esse pode se tornar uma importante fonte de minério de ferro. Esse solo
rico em ferro é conhecido como solo laterítico.
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Outros ácidos, além do ácido carbônico, têm importância no intemperismo, como ácidos húmicos,
ácidos orgânicos resultantes do metabolismo de microrganismos, ácido sulfúrico proveniente da decomposição
de pirita, etc. Não se sabe ao certo qual o mais ativo, pelo fato de o tempo de decomposição ser extremamente
longo.
Os calcários (rochas sedimentares) e os mármores (rochas metamórficas) são constituídos
basicamente de calcita ou dolomita respectivamente. As águas de infiltração que percolam pelas fendas
daquelas rochas promovem reações de carbonatação e seus minerais são levados em solução sem deixar
resíduos formando, após milhares de anos, canais e cavernas de dissolução.
3.4.1.5 Dissolução
Os ácidos agem também diretamente na dissolução de certos minerais. Os carbonatos são um dos
mais facilmente solubilizados. Um calcário ou um dolomito é lentamente dissolvido. Em se tratando de água
+2 -2
pura, a dissociação CaCO3 → Ca + CO3 é mínima. Contudo, se houver gás carbônico dissolvido na água, o
+ - -
íon H do ácido reage com o CO3 do calcário, aumentando assim a concentração dos íons HCO3, e a
dissociação do carbonato será, portanto, mais intensa. Forma-se assim, o bicarbonato de cálcio Ca(HCO3)2,
que é levado em solução.
O material argiloso insolúvel pode permanecer no mesmo lugar, de modo que poucos centímetros de
solo argiloso de uma região calcária podem corresponder a vários metros de espessura de calcário que já foi
dissolvido e lixiviado. Freqüentemente podemos observar a dissolução de mármores em fachadas de edifícios,
quando expostas à chuva, ou em pias de mármore.
Se em uma região calcária houver intensa circulação de água subterrânea, a dissolução processar-se-á
nas fendas, que vão sendo aumentadas, formando-se as cavernas calcárias, que serão tratadas no capitulo
referente à água subterrânea.
Caso altamente elucidativo é o de dois obeliscos egípcios, um deles levado à cidade de Nova York, e o
outro a Londres. Estes obeliscos de granito com inscrições gravadas em relevo estavam expostos a 3.500 anos
nas cidades de Alexandria e Heliópolis. O que foi levado para Londres sofreu a ação do intemperismo, mas a
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destruição não foi muito grande. O que foi para Nova York, em 1880, foi altamente danificado pelo clima úmido
e pelo freqüente congelamento, destruindo-se quase totalmente grande parte das gravuras em relevo. Ou seja,
em pouco mais de um século, portanto, o intemperismo foi muito mais ativo que num tempo 40 vezes maior, no
clima egípcio, apesar da precaução tomada, revestindo-se o obelisco duas vezes (em 1920 e 1930) com
vernizes especiais, impermeabilizantes.
Verificações em túmulos antigos de mármore em regiões úmidas mostram que o grau de dissolução é
de cerca de 10 mm por século. Em um castelo antigo da Rússia observaram a formação de 10 a 40 cm de solo
no alto de uma torre de calcário, no intervalo de 231 anos, entre 1699 e 1930. Este solo é muito semelhante ao
solo existente sobre o mesmo calcário ocorrente nas vizinhanças, provando a mesma derivação. É interessante
notar em regiões onde é menos intensa a queima de carvão para aquecimento, diminuindo, portanto, a
quantidade de CO2 da atmosfera, a dissolução do carbonato de cálcio é menor.
FELDSPATO Ca
RESISTÊNCIA CRESCENTE
BAIXA
ANFIBÓLIOS
FELDSPATO NaCa
MICA BIOTITA(preta)
FELDSPATO Na
←
FELDSPATO K
RESISTÊNCIA
MINERAIS DE
CALCEDÔNIA
QUARTZO
3.12 Importância da resistência à decomposição dos minerais para a espessuras dos solos
residuais
Num mesmo clima úmido e numa mesma topografia a espessura dos solos, que residem sobre a rocha
que lhes deu origem por decomposição, é variável com o tipo de rocha, conforme mostrado esquematicamente
na figura a seguir.
Fig. 39 A – Espessuras relativas das camadas de solo sobre diferentes tipos de rochas.
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Portanto, toda vez que se empregar rochas sãs e duras, constituídas de minerais-silicatos como
granitos, gnaisses, basaltos, etc., deve-se esperar uma velocidade de decomposição maior que 1cm/1000anos.
Assim, não haverá qualquer problema de durabilidade dessas rochas, uma vez que a vida útil das obras
de engenharia é, em geral, bem inferior a 100 anos.
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4 GEOLOGIA ESTRUTURAL
A geologia estrutural estuda a maneira pelas quais as rochas se dispõem na litosfera (dobradas,
falhadas ou fraturadas), e as forças que atuaram na deformação dessas rochas: forças internas, de origens
profundas, ou externas, resultantes da ação da gravidade. É considerada como o estudo das estruturas
individuais presentes nos corpos rochosos como dobras, falhas e fraturas. Essas estruturas individuais formam
padrões que permitem definir unidades tectônicas. O estudo da forma, padrão e evolução das grandes
unidades tectônicas, como bacias sedimentares, cinturões orogenéticos etc., denomina-se geotectônica.
A tectônica é o ramo da geologia que estuda os processos mecânicos de origem profunda,
responsáveis pelas deformações da litosfera, e as estruturas que resultam desses processos. Assim, a
tectônica tenta determinar as leis que governam esses processos e as causas que as produziram. Preocupa-se,
primariamente, com os problemas relacionados com a estrutura e o desenvolvimento da crosta terrestre.
a) Deformação Elástica: A rocha, quando submetida a esforços, sofre deformação, entretanto retorna à forma
e volume primitivo quando cessa o esforço de deformação.
b) Deformação Plástica: Quando ultrapassa o limite de elasticidade de um corpo (rocha), o mesmo se
deforma não mais retornando à forma e volume primitivo quando cessa o esforço de deformação.
c) Deformação Rúptil: Ultrapassando o limite de plasticidade de um corpo (rocha), este se rompe sofrendo
deformação por ruptura ou fratura.
Estas perturbações podem ter origem atectônica ou tectônica, dependendo da natureza do esforço que
promove a deformação na rocha.
Fig. 40 - Classificação de dobras quando se conhece a idade das camadas: (A) Anticlinal antifórmico; (B)
Anticlinal sinfórmico; (C) Sinclinal sinfórmico; (D) Sinclinal antifórmico
Fig. 41 - Elementos geométricos de uma dobra. SA: superfície axial; SC: superfície de crista; SQ: superfície de
quilha; ch: charneira anticlinal; c’h’: charneira sinclinal; li: linha de inflexão; lc: crista ou linha de crista; lq: quilha
ou linha de quilha.
b) Sinclinal : dobra com a concavidade voltada para cima, ou seja, na qual os flancos se abrem para cima, ao
contrário da anticlinal. Caracteriza-se por apresentar rochas mais novas na parte central (Fig. 42 e 43).
c) Dobra simétrica: é a dobra cujos flancos apresentam o mesmo ângulo de mergulho. A superfície axial,
neste caso, divide a dobra em duas partes especularmente simétricas (Fig. 42 e 43).
d) Dobra assimétrica: é a dobra cujos flancos mergulham em ângulos diferentes (Fig. 43 A e 44).
e) Dobra isoclinal : dobra que apresenta os dois flancos mergulhando na mesma direção e com o mesmo
ângulo de mergulho, ou seja, os flancos são paralelos. A superfície axial pode ser vertical, inclinada ou
horizontal, sendo, neste último caso, definida como dobra recumbente (Fig. 45).
f) Dobra recumbente: dobra em que a superfície axial e os flancos são horizontais. Também chamada de
dobra deitada. Neste tipo de dobra um flanco situa-se abaixo do outro (Fig. 46, 47 e 48).
g) Monoclinal: dobra em forma de degrau, tendo apenas um dos lados (flancos) inclinado. Consiste na
mudança no valor do mergulho que, de suave, passa a relativamente mais forte e novamente suave,
enquanto sua direção permanece, praticamente, a mesma (Fig. 49).
h) Dobra com eixo mergulhante: é a dobra cujo eixo forma ângulo com a horizontal. Em planta apresentam
os flancos convergentes (Fig. 50 e 50 A).
Fig. 42 - Anticlinal e sinclinal com alguns elementos geométricos de uma dobra. A idade das camadas aumenta
de cima para baixo.
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Fig. 50 - Blocos-diagrama e mapa geológico de anticlinal e sinclinal com eixo mergulhante. A idade das amadas
aumenta de 6 para 1.
Fig. 51 - Elementos geométricos de uma falha. Fig.52 - Superfície de rocha contendo estrias e
escalonamentos. O sentido do movimento (setas)
foi inferido por meio dos ressaltos da superfície
estriada (escalonamentos)
Fig. 53 - Tipos de rejeitos de uma falha: ab = rejeito total; ac = db = rejeito de mergulho; ad = bc = rejeito
direcional; ae = rejeito horizontal; af = eb = rejeito vertical; cf = rejeito horizontal de mergulho.
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Fig. 54 – Desenho esquemático e fotografia de falha normal, esta com rejeito aproximado de 1,5 m.
Fig. 55 - Falha normal, resultante de esforços tensionais, mostrando plano de falha e escarpa de falha.
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Fig. 57 - Bloco elevado entre duas falhas inversas. Fig. 58 - Falha transcorrente ou de rejeito horizontal.
intemperismo provocou a alteração das rochas, cobrindo-as com um manto de intemperismo. Assim, a falha
também fica encoberta, dificultando sua identificação. As principais evidências indicativas de falhas são:
a) Evidências litológicas
1 Estrias e escalonamentos. As estrias são pequenos sulcos, aproximadamente paralelos, produzidos
pelo deslocamento relativo dos blocos, enquanto os escalonamentos são pequenas irregularidades
semelhantes à pequenos degraus. A direção do movimento é identificada pelas estrias e o sentido do
deslocamento pelo escalonamento. Na prática, o sentido do deslocamento poderá ser determinado da
seguinte maneira: passa-se a mão sobre a superfície de falha, acompanhando a direção das estrias. O
deslocamento do bloco que estava em contato com a superfície que está sendo analisada é no sentido
“mais macio” ao tato. (ver Fig. 52)
2 Existência de brecha tectônica (milonito). Como as rochas dispostas ao longo do plano de falha
sofrem ação de intensa pressão dirigida (atrito), são freqüentemente fragmentadas, originando brecha
tectônica, se o atrito for menos intenso, e milonito, se o atrito for muito intenso. Desta forma, a existência
de uma faixa alongada de brecha tectônica ou milonito, indica, seguramente, a existência de uma falha.
Porém, convêm lembrar que, poderão ocorrer falhas sem que se desenvolvam brecha tectônica ou
milonito
3 Encurvamento de camadas. A ocorrência de camadas encurvadas (Fig. 61), indica, seguramente, a
existência de falha.
4 Fraturamentos paralelas. Muitas falhas são caracterizadas por fraturas menores, próximas umas das
outras, ao longo da direção em que se efetuou o movimento. Esses fraturamentos tornam as rochas
mais permeáveis, permitindo a ação mais rápida do intemperismo nessas zonas de fraturas que nas
rochas adjacentes. Muitas vezes as fraturas encontram-se preenchidas por minerais secundários (sílica,
carbonatos, sulfetos, etc.).
b) Evidências fisiográficas. As evidências fisiográficas, embora apenas indicativas, são também muito
importantes na identificação de falhas, podendo ser estudadas através da observação de fotografias aéreas,
seguidas de checagem em campo. As principais evidências fisiográficas são escarpas, depressões
lineares, deflexões paralelas de vales, reversão de drenagem, mudança brusca na vegetação, no solo
e nas rochas. Portanto, a presença de escarpas poderá indicar a existência de falhas. Contudo, nem toda
escarpa origina-se por falhamento. Algumas são formadas por ação erosiva.
4.8 Fraturas
É uma deformação por ruptura. Trata-se de um plano de ruptura que separa um bloco rochoso em duas
partes, sem que tenha havido qualquer deslocamento.
Junta: Fratura originada por contração devido ao resfriamento, como por exemplo no resfriamento de
corpos magmáticos.
Diáclase: Fratura originada por esforços tectônicos. Tais esforços podem ser de compressão ou por
contração.