Estado liberal
Estado intervencionista econômico
Estado intervencionista social ou Estado do bem estar
social
Estado intervencionista Socialista
Estado Regulador
Modalidades de Intervenção
INTERVENÇÃO DIRETA: ATIVIDADE ECONÔMICA
Subsidiariedade e Interesse Público
Monopólio
Conceito
Classificação
Natural
Convencional
Legal
Tipos de Regulação
Regulação Econômica
Serviços Públicos
Regulação Social
Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
Intervenção no domínio econômico: não raro se emprega tal expressão num sentido amplo,
abrangendo todas as formas de atuação do Estado na economia. José Afonso da Silva faz a distinção entre
a participação e a intervenção propriamente dita, consistindo no Estado como agente normativo e
regulador da atividade econômica, compreendendo as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento: Estado regulador, Estado promotor e estado planejador da atividade econômica.
Assim, pouco ou nada resta para as demais pessoas federativas, o que denuncia claramente a
SUPREMACIA DA UNIÃO COMO REPRESENTANTE DO ESTADO-REGULADOR DA ORDEM ECONÔMICA,
apesar de haver competência concorrente para legislar sobre direito econômico, produção e consumo e
meio-ambiente.
Nesses casos, a competência da União encerra a produção de normas gerais, cabendo às demais
entidades políticas a edição de normas suplementares.
Geralmente sobram para Municípios apenas questões periféricas de direito local, como
estabelecer tempo de espera em fila de bancos, obrigação de instalação de monitoramento eletrônico
etc.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 4/31
Glossário:
Mão invisível: foi um termo introduzido por Adam Smith em “A Riqueza das Nações” para
descrever como, numa economia de mercado, apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do
interesse comunal, a interação dos indivíduos parece resultar numa determinada ordem, como se houvesse
uma "mão invisível" que orientasse a economia. A "mão invisível" a qual o filósofo iluminista mencionava
fazia menção ao que hoje chamamos de "oferta e procura".
1
É parte da expressão em língua francesa laissez faire, laissez aller, laissez passer, que significa literalmente "deixai fazer, deixai ir, deixai
passar".
INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 5/31
Essa forma de posicionamento foi muito influenciada por John Maynard Keynes, em sua obra
Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, tendo como exemplo prático o New Deal2.
2
O New Deal (em português, novo acordo ou novo trato) foi o nome dado à série de programas implementados nos Estados Unidos entre
1933 e 1937, sob o governo do Presidente Franklin Delano Roosevelt, com o objetivo de recuperar e reformar a economia norte-americana, e assistir
os prejudicados pela Grande Depressão.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 6/31
Modelo que busca um retorno aos ideais liberais sem, contudo, abandonar a necessidade
de sociabilidade dos bens essenciais, a fim de se garantir a dignidade humana.
A intervenção
pode ainda ser direta, MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA
quando o Estado exerce Participação Competição com particulares
atividade econômica, ou Indução Incentivo e planejamento
indireta, quando atua (fomento)
com fomento, Direção Fiscalização e controle
fiscalização e regulação. Absorção Serviços públicos e
monopólios legais
Importante a distinção feita pelo STF na ADPF 46: a atividade econômica tem duas
acepções, uma em sentido amplo e outra em sentido estrito. Na atividade econômica em
sentido amplo se encontram o serviço público e a atividade econômica em sentido estrito.
3
Resumo de texto escrito por Maurício Carlos Ribeiro.
OBS.: Salienta-se que a expressão “atividade econômica”, como aqui utilizada, refere-se ao que Eros Roberto Grau denomina atividade econômica em
sentido estrito, objeto do alcance do art. 173 da CRFB/88. Excluímos do âmbito do presente trabalho, assim, a análise da prestação de serviços públicos,
concentrando o enfoque na exploração, pelo Estado, de atividades econômicas propriamente ditas.
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO 10/31
MONOPÓLIO
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto
no art. 150, III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Classificação
O monopólio poderá ser:
decorrente da impossibilidade física de competição ou da maior eficiência competitiva de um
Natural agente econômico (não é defeso pela Constituição ou pela lei, uma vez que não resulta de práticas
abusivas);
Convencional aquele decorrente de práticas abusivas de agentes econômicos para eliminar a concorrência;
quando determinado normativamente, estabelecido pelo Poder Público para si ou para terceiros.
Há monopólio legal quando o Estado subtrai dos particulares certas atividades econômicas, com o fim
de mantê-las sob controle e exploração do Estado, por razões de ordem pública.
Somente pode o Estado exercer o Monopólio, atualmente, nas expressas hipóteses do art. 177
da Constituição, sendo impossível a ampliação por norma infralegal desse rol.
Há de se observar, entretanto, que determinadas atividades são exclusivas dos entes públicos,
o que não se confunde com monopólio, já que elas estão ligadas a serviços públicos alheios à atividade
econômica em sentido estrito, enquanto monopólio é conceito ínsito às questões econômicas.
Atualmente, o monopólio da União recai basicamente sobre quatro produtos:
Legal
Petróleo;
Gás natural;
Minério (mineral com valor agregado);
Minerais nucleares.
Com a EC 09/95, o Monopólio da União foi bastante flexibilizado, já que se passou a prever, no §
1º do art. 177, a possibilidade desse ente contratar empresas estatais ou privadas para realizar as
atividades monopolísticas, exceto a prevista no inciso V (pesquisa, lavra, enriquecimento,
reprocessamento, industrialização e comércio de minérios e minerais nucleares).
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(ADPF 46, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EROS
GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 05/08/2009, DJe-035 DIVULG 25-02-2010 PUBLIC
26-02-2010 EMENT VOL-02391-01 PP-00020)
Neste sentido, segundo a doutrina (FIGUEIREDO, Leonardo Vizeu. Lições de direito econômico.
4. ed. São Paulo: Forense, 2011, p. 71), o termo atividade econômica em sentido amplo comporta, a
divisão em:
Atividade econômica em sentido estrito (stricto sensu): como atividades típicas de mercado
regidas exclusivamente por normas de direito privado (embora sujeitas eventualmente à restrição e
normatização do poder de polícia); e
Privilégio por exclusividade: quando apenas um agente está legitimado a prestar o serviço.
Privilégio sem exclusividade: atuação de mais de um delegatário em regime de privilégio, pois
mesmo com a existência de mais de um legitimado para o serviço ainda persiste o privilégio entre os
concessionários e permissionários, a exemplo do que ocorre na navegação aérea e transporte
rodoviário.
Pois bem, quando a atuação de um único agente (player) ocorre no âmbito da atividade
econômica em sentido estrito, estar-se diante de monopólio no sentido jurídico do termo. Já quando
ocorre a atuação de um único agente (player) no âmbito do serviço público existe privilégio em regime
de exclusividade, seja o serviço público prestado pelo próprio estado ou delegado a terceiros,
concessionário de serviço público.
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INTERVENÇÃO INDIRETA
Intervenção indireta, por sua vez, entende-se como a atuação do Estado como agente
normativo, regulador e indutor da atividade econômica.
Ela se dará mediante atividade normativa, fomentadora e de planejamento do Estado.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica,
o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para
o setor privado.
§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os
planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de
associativismo.
§ 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em
cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção
econômico-social dos garimpeiros.
O papel do Estado como ente regulador da atividade econômica ora perfar-se-á por meio de
indução (incentivo e planejamento), ora através de direção (fiscalização, controle e normatização).
Regulação é o conjunto de medidas legislativas, administrativas e
ESTADO COMO convencionais, abstratas ou concretas, pelas quais o Estado, de maneira restritiva da
AGENTE liberdade privada ou meramente indutiva, determina, controla ou influencia o
NORMATIVO comportamento dos agentes econômicos, evitando que lesem os interesses sociais
definidos no marco da Constituição e orientando-se em direções socialmente
desejáveis, de forma a dar cumprimento à política econômica adotada.
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO 18/31
Somente haverá motivo de intervir na economia quando existir alguma das chamadas falhas
de mercado, situações de anormalidade de efeito danoso, potencial ou efetivo, ao devido processo
competitivo de determinado setor da economia.
As falhas de mercado podem ocorrer das seguintes maneiras:
Tipos de Regulação
Podem ser:
Mais ligada à própria dignidade humana, visa a fornecer diretamente bens à sociedade, como
Regulação Social ocorre com o SUS e com a assistência social.
A característica da disciplina está, exatamente, em que ela não pretende nem pode
pretender substituir o mercado em seu papel central do sistema econômico. Ora bem: o controle
prévio de preços não é um dos instrumentos próprios da disciplina, tal como pautada pela
Constituição. É meio de atuação do dirigismo, que autoriza o total domínio da economia pelo Poder
Público.
Adotar, portanto, uma política que altere a livre fixação dos preços pelas forças do mercado –
sem que se esteja diante de uma deterioração tal do mercado em que esta seja a única medida capaz
de restabelecer a livre iniciativa e a livre concorrência – importa, em última instância, a deturpação
do modelo instituído pela Constituição de 1988. Em outras palavras: em condições regulares de
funcionamento do mercado concorrencial, não é possível a intervenção estatal que elimine a livre
iniciativa e a livre concorrência – de que é exemplo a supressão da liberdade de fixação dos preços
–, seja qual for o fundamento adotado para a medida.
Além de observar o limite material representado pela livre iniciativa – livre concorrência,
qualquer medida de disciplina do mercado, ainda que disponha de um fundamento legítimo, deverá
apresentar-se de acordo com o princípio da razoabilidade. O princípio da razoabilidade é um
mecanismo para controlar a discricionariedade legislativa e administrativa. Ele permite ao Judiciário
invalidar atos legislativos ou administrativos quando:
(b) a medida não seja exigível ou necessária, havendo caminho alternativo para chegar ao
mesmo resultado com menor ônus a um direito individual;
(c) não haja proporcionalidade em sentido estrito, ou seja, o que se perde com a medida tem
maior relevo do que aquilo que se ganha.
Desse modo, em primeiro lugar, é preciso que haja um nexo racional e razoável entre a medida
disciplinadora implementada e o objetivo que se pretende alcançar, tendo em vista o pressuposto
fático que fundamenta a norma. Com efeito, a regra que vier a interferir no mercado deve ser apta a
realizar e/ou restaurar o fim constitucional que autorizou sua edição.
Vale dizer, deve haver uma correlação lógico-racional entre a distorção que se quer corrigir e
o seu remédio. O princípio da razoabilidade exige também, em segundo lugar, que, dentre as medidas
aptas a atingir o resultado pretendido, seja escolhida aquela que produz a menor restrição aos direitos
consagrados na Constituição. É preciso assegurar a presença do binômio necessidade/utilidade no
caso concreto, com a conseqüente vedação do excesso. Por fim, a medida deverá ser
comparativamente menos danosa aos princípios constitucionais que regem a ordem econômica que
o próprio motivo da intervenção. Em outras palavras: o custo-benefício deverá ser positivo.
Livre iniciativa e livre
Limites da Intervenção do concorrência
Estado na Economia Princípio da Razoabilidade
Fundamentos da disciplina
Este fundamento será examinado mais detalhadamente adiante, pois é o único que justifica
medidas extremas que afetem a própria essência da livre iniciativa e da livre concorrência. Em
segundo lugar, a valorização do trabalho humano, por ser cofundamento da ordem econômica
brasileira, ao lado da livre iniciativa (CF, art. 170), pode justificar a intervenção estatal. De fato,
embora o trabalho humano e a livre iniciativa possam identificar-se e potencializar-se mutuamente,
é comum, em uma sociedade capitalista, que estejam em relação de tensão.
Em todo caso, lembre-se, os limites constitucionais referidos acima deverão ser observados.
Isto é: o Poder Público não poderá, ainda que com o propósito de promover esses princípios, violar o
conteúdo básico da livre iniciativa e nem implementar qualquer medida que não resista ao teste da
razoabilidade.
Não lhe cabe, assim, determinar o que produzir, onde comercializar, que preços praticar. A
normatização que poderá a autoridade pública efetuar sobre a atividade econômica circunscreve-se,
na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, à “compatibilização dos empreendimentos econômicos
com exigências conaturais à segurança, à salubridade, à higidez do meio ambiente, à qualidade
mínima do produto em defesa do consumidor e outros bens jurídicos que compõem a constelação de
interesses coletivos.” E complementa:
“É que o Estado em regime de livre iniciativa e livre concorrência –
consagrados na Constituição do País – não pode interferir na atividade
econômica em si mesma, desempenhada por particulares. Em sendo ela
legítima, vale dizer, não proscrita por lei, falece ao Poder Público a
possibilidade de determinar a quantidade do produzido, ou de fixar o montante
MODALIDADES DE INTERVENÇÃO 22/31
4
Em linhas gerais a referida teoria identifica duas espécies de relação jurídica entre a Administração e os particulares:
1) Relações de sujeição ou supremacia geral: são os vínculos jurídicos comuns que ligam a Administração e os particulares no contexto do poder
de polícia. Tais vinculações são marcadas por um natural distanciamento entre as posições ocupadas pelas partes, e, nelas, o princípio da legalidade tem o
comportamento tradicional, isto é, somente por meio de lei podem ser criadas obrigações de fazer ou de não fazer, cabendo à Administração o papel de simples
executora da vontade legal.
2) Relações de sujeição ou supremacia especial: por outro lado, haveria, a par dos vínculos jurídicos comuns, algumas situações ensejadoras de
relações jurídicas peculiares marcadas por uma maior proximidade diante da estrutura estatal, surgindo na hipótese de o particular ingressar, física ou juridicamente,
na intimidade da Administração Pública, de modo a atrair a incidência de um conjunto especial de princípios e normas derrogatórias da disciplina convencional
aplicável ao poder de polícia.
Exemplos de relações de sujeição especial: usuário de biblioteca municipal e aluno de universidade pública.
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Essa atividade de incentivo é fundamental para a redução das desigualdades regionais, uma
vez que o desenvolvimento econômico não se dá de forma equivalente e uniforme em todas as
regiões de um país.
5
Resumo de artigo homônimo escrito por Rafael Mello, advogado, Mestre pela PUC/SP e doutorando pela mesma entidade.
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Meios utilizados Os meios honoríficos procuram fomentar atividades tidas como relevantes para a
pela sociedade através da concessão de títulos, prêmios ou condecorações, assim estimulando a
Administração atuação dos particulares.
Pública
Já os meios jurídicos de fomento têm por característica a concessão de um status jurídico
excepcional e privilegiado a certos indivíduos ou categorias de particulares que o Estado deseja
proteger ou incentivar. Tais particulares sujeitam-se a um regime jurídico especial, que lhes
outorga algum tipo de vantagem ou privilégio.
É o caso das microempresas e das empresas de pequeno porte, que por ostentarem tal
qualificação jurídica ficam sujeitas a um regime jurídico privilegiado em comparação ao que se
aplica às demais pessoas jurídicas, nos termos da LC nº 123/2006, podendo, por exemplo,
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receber tratamento diferenciado “nas contratações públicas da União, dos Estados e dos
Municípios” (art. 47). Também podem ser citadas como exemplos as OS (Lei nº 9.637/1998) e
as OSCIP (Lei nº 9.790/1999), títulos jurídicos que garantem certos privilégios, inserindo as
entidades qualificadas em um regime jurídico específico.
ou ao menos posterga o seu pagamento. Servem como exemplo a isenção fiscal e a simples
redução de alíquotas de tributos ou de suas bases de cálculo, medidas amplamente utilizadas para
incentivar certas atividades econômicas.
sejam observadas também diversas normas próprias do direito público, estranhas ao campo do
direito privado, mas cuja aplicação às empresas estatais é inafastável, seja por seu papel na busca
da satisfação do interesse coletivo, seja pela utilização de recursos públicos. Logo, ainda que
pessoas jurídicas de direito privado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista
sujeitam-se também, em maior ou menor escala, ao regime jurídico do direito público. Ou ainda,
na lição de Marçal Justen Filho:
Há um “mínimo” de direito público que é inafastável, decorrente da
natureza instrumental da entidade para o cumprimento de função
administrativa. Ser dotada de personalidade jurídica de direito privado não
significa ausência de natureza estatal, o que exige instrumentos de controle
e vinculação à realização dos valores da democracia republicana. Os recursos
econômicos utilizados são, na origem, de titularidade estatal, portanto não
podem ser utilizados senão para a realização de interesses coletivos e para a
promoção dos direitos fundamentais. A atribuição do poder econômico para
aquela entidade é uma manifestação de poder político estatal, o que significa
submissão ao controle inerente à tripartição de Poderes.
Entidades constituídas à sombra do Estado como auxiliares suas na produção de utilidade
coletiva e que manejam recursos captados total ou majoritariamente de fontes públicas têm que
estar submetidas a disposições cautelares, defensivas tanto da lisura e propriedade no dispêndio
destes recursos quanto dos direitos dos administrados a uma atuação impessoal e isonômica,
quando das relações que com elas entretenham.
Tais lições são plenamente aplicáveis às empresas estatais que exercem a atividade de
fomento, que não passam de instrumentos do Estado para o adequado exercício da função
administrativa, e, não bastasse, manipulam recursos financeiros de origem estatal. Tais razões
justificam plenamente a sua submissão ao regime jurídico administrativo, vinculadas que estão as
estatais “à realização dos valores da democracia republicana”, dentre os quais tem destaque, sem
dúvida alguma, a “atuação impessoal e isonômica” dos entes que integram a Administração
Pública, Direta ou Indireta.
Seguindo as lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, o fomento, para que seja
compatível com a isonomia, deve ser exercido de modo que os benefícios e privilégios sejam
distribuídos apenas a quem efetivamente se destacar – e sendo possível, a todos os que se
destacarem – pela prática da atividade tida como necessária à satisfação de um certo interesse
público, que bem por isso é fomentada pelo Estado; ademais, a concessão dos benefícios e
privilégios deve estar voltada para a promoção de valores compatíveis com o texto
constitucional, mesmo porque, do contrário, de interesse público não se trataria.
Atividade de
O maior risco à isonomia é que os benefícios e privilégios sejam distribuídos sem qualquer
Fomento e o
Risco à Isonomia critério racional que justifique o tratamento diferenciado. Em tal situação, os particulares
beneficiados são escolhidos não porque se distingam dos demais pela sua atuação numa
atividade cuja promoção é do interesse coletivo, tal qual definido em lei, mas sim porque têm
meios de exercer maior pressão política ou mesmo pelo simples compadrio. Ninguém ignora que
subvenções são concedidas quotidianamente a organizações não governamentais pela única razão
de serem ligadas a grupos políticos que se encontram no exercício do poder estatal, ou que
benefícios fiscais são outorgados a setores empresariais não porque sejam os mais necessitados
ou os que mais criem empregos, mas sim porque dotados de maior poder de mobilização.
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Trata-se de algo decisivo do Estado, que determina como seus órgãos e entidades atuarão.
Entretanto, evidente é que o planejamento estatal gera reflexos no comportamento das entidades
privadas, já que os investimentos e contratações de mão de obra acabam por gerar reflexos
indiretos de contratação e estímulos na economia, multiplicando e acelerando as trocas
comerciais.