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Universidade Federal de Sergipe – UFS

Centro de Ciências Agrárias Aplicadas - CCAA

Departamento de Engenharia Agronômica – DEA

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA:

SÍTIO CHEIRO DE TERRA – AREIA BRANCA/SE

São Cristóvão – SE

2018
1. INTRODUÇÃO

Com o aumento da economia mundial, obteve-se como resultado o


aumento do consumo de alimentos que somado ao crescimento populacional,
acabou por interferir na necessidade de mudanças na estrutura dos sistemas
de produção. Assim, a produção da agricultura familiar tradicional, que consiste
na criação de pequenas quantidades para subsistência familiar, foi substituída
por um sistema mais tecnológico, o que por sua vez acabou por resultar na
utilização de substâncias nocivas à saúde humana e animal, além do não
respeito aos mecanismos de sustentação do meio. Gerando deste modo,
impactos negativos no meio ambiente (NUNES, 2012).

Mediante os impactos negativos supracitados que são causados no meio


ambiente pela agricultura fruto da Revolução Verde juntamente com o atual
sistema capitalista, a sustentabilidade começou a se tornar uma temática mais
constante. Contudo, as iniciativas de crítica à ação antrópica impactante sobre
o meio natural ganharam maior estrutura a partir do pós-guerra, impulsionadas
pelos estragos causados por testes nucleares e industrialização crescente.
Estas críticas acabaram culminando com a realização da Conferência Científica
das Nações Unidas sobre a Conservação e Utilização de Recursos em 1949
(MATOS-FILHO, 2004).

Originalmente, os atributos de sustentabilidade foram desenvolvidos


para analisar aspectos de ecossistemas no mundo natural, sendo
posteriormente derivados para abranger as influências e relações com o mundo
social, como as que ocorrem nos agroecossistemas (GLIESSMAN, 2000).

Contudo, tal conceito passou a ser trazido para a agricultura


posteriormente. Deste modo, a agricultura sustentável passou a ter concepções
diferentes, onde era debatida a necessidade de ajustes no modelo de
produção, tornando-o mais racional e eficiente de modo que a durabilidade dos
recursos naturais fosse maior (EHLERS, 1990).

Deste modo, em meio à “briga” entre a agricultura convencional oriunda


da “Revolução Verde”, surgem movimentos com propostas alternativas de
produção: agricultura orgânica, natural e biodinâmica (GOMES, 1999).
Surgida na Alemanha em 1924, a Agricultura Biodinâmica consiste na
produção que busca harmonia e equilíbrio da unidade produtiva (terras,
plantas, animais e o homem) utilizando as influências do sol e da lua
(ORMOND et al., 2012).

O presente relatório tem por finalidade descrever a aula prática realizada


no dia 1 de fevereiro de 2018, referente à disciplina de Agroecologia I, do
Centro de Ciências Agrárias e Aplicadas, na Universidade Federal de Sergipe.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 TERRENO, PRODUTOR E CERTIFICAÇÃO

A aula foi ministrada no Sítio Cheiro da Terra do Sr. Bruno Abud no


Povoado Junco, no município de Areia Branca, Sergipe. A propriedade é
voltada para a produção de acordo com a agricultura biodinâmica. De acordo
com o produtor, o local e processos agriculturais são certificados pelo Instituto
Brasileiro de Biodinâmica.

O IBD trata-se do único órgão certificador brasileiro de produtos


orgânicos com credenciamento IFOAM (mercado internacional), ISO/IEC 17065
(mercado europeu-regulamento CE 834/2007), Demeter (mercado
internacional), USDA/NOP (mercado norte-americano) e aprovado para uso do
selo SISORG (mercado brasileiro), conferindo à este desta forma, um
certificado que é aceito à nível global (IBD, 2017).

Para Steiner (1993) um agricultor biodinâmico deve ser empenhado em


fazer somente aquilo pelo qual ele mesmo pode responsabilizar-se, isso, acaba
por servir ao desenvolvimento duradouro da "individualidade agrícola". Isso
inclui o cultivo e a seleção das suas próprias sementes, como também a
adaptação e a seleção própria de raças de animais. Além disso, significa uma
orientação renovada na pesquisa, consultoria e formação profissional.

De acordo com o Sr. Abud, é feita uma consulta periódica com um


consultor, que segundo o produtor, aparece para execução da atividade de
fiscalização sem aviso prévio, de modo à evitar possíveis manipulações que
podem vir a ocorrer acerca das informações de modo e quantidade de
produção.

Por ser certificado do IBD, é a informação a ser fornecida é mais


rigorosa, uma vez que é necessário que seja informado a quantidade do que é
produzido, o local, destino de escoamento para venda, modo de produção.

2.2 PRODUÇÃO BIODINÂMICA

A agricultura biodinâmica trata-se de uma forma alternativa de


agricultura orgânica, que utiliza da junção de conhecimentos químicos,
geológicos e astronômicos. Esta trata a fertilidade do solo, o crescimento das
plantas, e os cuidados da pecuária como tarefas ecologicamente inter-
relacionadas, tendo ênfase as perspectivas espirituais, místicas e químicas
(STEINER, 1993).

Na propriedade do Sr. Abud (Figura 1), todos os processos de irrigação


e plantio seguem um calendário lunar. De acordo com o produtor, o seu modo
de produção é feito de modo que todo o seu agroecossistema seja um
organismo capaz de produzir a partir de si mesmo uma renovação
(autosuficiência) e conter bastante diversidade, das espécies plantadas, estas
consistem em sua maioria em folhosas, hortaliças e frutos, havendo uma
variedade grande de espécies de cada categoria.

Figura 1. Plantios no Sítio Cheiro de Terra do Sr. Abud.

A diversidade observada na produção do terreno (Figura 2) condiz com


a característica central da agricultura biodinâmica. Somado à isso, a não
aplicação de tratamentos químicos de solo e insumos agrícolas reforça tal fato.
Figura 2. Culturas presentes do Sítio Cheiro de Terra.

Como conseqüência da abundância de espécies, o produtor relata não


ter problemas com pragas nos dias atuais, contudo, este afirma que durante o
período de transição do terreno esta era uma problemática.

A criação pecuária do terreno é avícola e bovina, sendo os dejetos de


ambos utilizados para a produção de biogel e biofertilizante. Uma outra parte é
utilizada em um criadouro de minhocas (minhocário) para a produção de
substrato a partir da vermicompostagem (Figura 3). Anteriormente havia a
criação de ovinos, contudo, por motivos acerca da temperatura no local
forçaram a interrupção da criação.
Figura 3. Criadouro de galinhas; Local e produção do biogel e
biofertilizante; Local de vermicompostagem.

Na propriedade há uma área sendo preparada para a iniciação de


produção apícola (Figura 4). Até o momento da visita, haviam cerca de dez
colméias, porém até o momento não havia a extração de mel. O objetivo do
proprietário é atingir 24 ninhos.
Figura 4. Local voltado à produção apícola na propriedade.

Trabalham ao todo no terreno cerca de nove funcionários da região, que


segundo o produtor, consomem cerca de 60% da renda da produção.
Entretanto, estes não residem na propriedade. Quando questionados acerca de
sua satisfação em uma produção biodinâmica, estes contrastaram com suas
experiências anteriores com a agricultura convencional e apontaram vantagens
como: não exposição à venenos, não ociosidade e geração de renda para a
família.

A visita à propriedade teve seu final às 16:30 da tarde e de acordo com a


avaliação dos grupos presentes, esta foi bastante produtiva e esclarecedora
acerca dos mitos criados em torno da produção biodinâmica.

3. CONCLUSÃO

A agricultura biodinâmica é uma alternativa de produção agrícola


pertencente à vertente orgânica. Esta visa tornar o agroecossistema um
organismo diverso e autosuficiente. Para tal, não é permitido a utilização de
adubos ou outros tipos de insumos agrícolas.
Como conseqüência deste tipo de produção, é possível perceber uma
renovação do manejo agrícola, melhor restauração do meio ambiente e a
produção de alimentos de fato saudáveis .
4. REFERÊNCIAS

EHLERS, E.M.: Agricutura Sustentável: origens e perspectivas de um


novo paradigma. 2.ed. ver. e atual., Guaíba: Agropecuária. 157p . 1999.

GLIESSMAN, S. R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura


sustentável. Porto Alegre: Editora da Universidade – UFRGS, 2000.

GOMES, J. C. C. Pluralismo metodológico en la producción y circulación


del conocimiento agrario: fundamentación epistemológica y aproximación
empírica a casos del sur de Brasil. Tese (Doutorado) - Programa Agroecologia
Campesinado e Historia, ISEC. ETSIAAN, Universidad de Córdoba. 379 f.
1999.

IBD Certificações – Inspeções e Certificações Agropecuárias e


Alimentícias. Quem Somos. Disponível em: <
http://ibd.com.br/pt/QuemSomos.aspx >, Acesso em 23 de fevereiro, 2017.

MATOS-FILHO, A. M. AGRICULTURA ORGÂNICA SOB A


PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE: UMA ANÁLISE DA REGIÃO DE
FLORIANÓPOLIS - SC, BRASIL. Dissertação (Mestrado) − Universidade
Federal de Santa Catarina. Programa De Pós-graduação em Engenharia
Ambiental. 171 P. 2004.

NUNES, M. U. C.; SANTOS, J. R.; FORTUNA, A. Resíduos


Agropecuários e Agroindustriais em Sergipe: Caracterização e Potencial de
Utilização na Agricultura. Circular técnica – Embrapa TC, Aracaju - SE., v. 64.
2012.

ORMOND, J. G. P.; DA PAULA, S. R. L.; FILHO, P. F.; ROCHA, L. T. M.


Agricultura orgânica: quando o passado é futuro. BNDES Setorial, Rio de
Janeiro, n. 15. 33P. 2002.

Steiner, R. Fundamentos da Agricultura Biodinâmica. 8 palestras dadas


en Korberwitz, 7-16/6/1924, GA (Gesamtausgabe, catálogo geral) 327. Trad.
Gerard Bannwart. São Paulo: Editora Antroposófica, 1993.

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