Anda di halaman 1dari 3

Livro: Organizações Inteligentes

Autor: Roland Deiser


Editora: Campus
Coleção Lab SSJ - Educação & Negócios

Prefácio

Quando li pela primeira vez o livro de Deiser, fiquei com uma mistura de
entusiasmo e inquietação. Entusiasmo por ver um autor discutindo um tema em sintonia
com o que vinha pensando e discutindo no dia a dia: aprendizagem vinculada à
estratégia do negócio - e vice-versa.
Além de estimular a reflexão sobre uma arquitetura da aprendizagem para as
organizações, ele estimula mais do que isso: uma arquitetura das organizações para a
aprendizagem. Mais do que um jogo de palavras, dá novo significado estratégico ao
processo de produção de conhecimento e aprendizagem, como importante diferencial
competitivo para as empresas.
Nesta nova perspectiva, a aprendizagem constante está intimamente ligada ao
processo de criação, formulação e execução do posicionamento estratégico. Ou seja,
ele coloca a aprendizagem não como uma ação de alinhamento e correção, e sim como
causadora da mudança. Nesse sentido, ela é consequência direta do impacto que este
mundo complexo ocasiona. Se tudo muda no mercado, as organizações precisam
aprender constantemente.
Ao mesmo tempo, a visão questionadora com que Deiser trata as consultorias de
educação corporativa me causou certa inquietação. Se a forma como tradicionalmente
treinamento é aplicado não oferece mais a solução ideal para os problemas enfrentados
pelas organizações no mundo atual, então como fazer? Por si só, essa é uma reflexão
que já teria valido a pena. Mas este livro oferece uma visão que vai além.
Deiser não só chama a atenção para a questão do conceito de treinamento,
restrito a um evento pontual – um workshop, uma aula ou uma palestra -, como também
destaca que esse processo deve ser contínuo. O foco não deve estar apenas no
treinamento em si, e sim na forma como pensamos aprendizagem de modo geral. Da
concepção à implementação prática de projetos de educação corporativa, a arquitetura
de aprendizagem que ele propõe traz em si um componente contínuo de transmissão de
conhecimento por toda a organização. É isso vai garantir a prontidão para novos
desafios estratégicos e mudanças do cenário competitivo.
E o que separa as iniciativas bem-sucedidas dos fracassos? Em geral, as iniciativas
mais bem-sucedidas são as que colocam as pessoas como parte ativa da solução dos
problemas. Ou seja, envolver as pessoas em processos alinhados ao negócio,
considerando o que possam trazer como contribuição, se mostra como a melhor
estratégia para que um novo comportamento, atitude ou habilidade se instale
realmente na cultura de qualquer empresa.
O envolvimento é o maior motivador. Quem prestar atenção verá que a
participação dos colaboradores está no centro de todas as histórias contadas aqui.
Deiser nos oferece dez exemplos de iniciativas de sucesso que criaram oportunidades
para que os colaboradores aprendessem uns dos outros, inclusive rompendo barreiras
hierárquicas. O que acaba aproximando não só o entendimento da estratégia, que
muitas vezes fica restrita à alta liderança ou a pequenos grupos de elite dentro da
empresa, como estimulando soluções criativas, aderentes, eficientes e mais ágeis.
Ao ler cada caso, o que fica evidente é que quanto mais houver
compartilhamento e troca de informação entre todos, e quanto mais a responsabilidade
de atender à estratégia for dada a cada um dos colaboradores, mais fácil fica de
promover as mudanças necessárias para chegar aonde a empresa almeja. O que leva à
conclusão de que a força vital de uma empresa reside de fato na participação e
entendimento de todos os colaboradores sobre o negócio.
Nesse sentido, o papel da educação corporativa acaba sendo o de garantir que
esse processo entre todos e para todos aconteça na organização. E isso pode ser
realizado de diversas maneiras, como mostram os casos deste livro. Vejamos alguns
exemplos: o caso do UniManagemet Center apresenta de que forma a aprendizagem
pode ser estimulada pelo espaço físico, concebido por um design integral, com idéias
geniais como a “sala de energia”, apropriada para brainstorming, ou a “sala tranquila”,
para leitura e reflexão. Já a aprendizagem que acontece em rede, feita pelas pessoas,
sobre questões práticas e imediatas, pode ser observada no caso do Exército norte-
americano. A rede informal desenvolvida por um grupo de comandantes foi tão bem-
sucedida que a instituição acabou assimilando a iniciativa oficialmente. É incrível
perceber como mesmo uma instituição tão cheia de normas adotou um caminho
informal de aprendizagem pelo simples fato de que isso fazia todo sentido para as
pessoas. Outro caso que chama a atenção pela intensidade e comprometimento com a
prática é o de líderes potenciais da PriceWaterCoopers. Os participantes são enviados
para lidar com projetos reais de ajuda humanitária em países em desenvolvimento para
acelerar atributos globais de liderança. Nada mais apropriado para aprender a enfrentar
questões complexas - algo que não pode ser ensinado em sala de aula. Assim como
esses, os outros casos também apresentam soluções práticas de aprendizagem
vinculadas à realidade do negócio.
Afinal, a proposta essencial nessas histórias todas é que a aprendizagem deve
permear tudo em uma organização. Como um processo, ela deve ser estimulada a se
manifestar nas relações das pessoas, nas conversas, no trabalho em grupo, nas
iniciativas, no espaço físico, onde for. E quando se tratar de uma iniciativa específica
de educação corporativa, a cultura de envolver pessoas para encontrar o caminho deve
ser primordial. O mais importante é entender que a arquitetura proposta por Deiser
estimula a renovação do negócio a partir de um processo contínuo de aprendizagem.
Isso quer dizer que não basta apenas considerar o processo de produção de
conhecimento e aprendizagem orientado e estruturado a partir da estratégia
organizacional. É preciso também estabelecer novas estratégias vinculadas a partir de
uma aprendizagem ininterrupta, de tal forma que o conhecimento esteja sempre em
construção, revigorado e atualizado, para ser relevante e útil, garantindo que a
empresa se renove sempre.
E como saber se estamos no caminho certo? Os indicadores de sucesso do
processo de aprendizagem é a mudança em si. Ou seja, é possível entender que a
eficácia é medida não só em dados, mas pelas evidências de transformação. Quando
CEOs não têm mais dúvida se o investimento em educação corporativa trouxe
resultados, essa é a evidência mais importante.
O desafio apresentado por Roland Deiser merece a atenção especial daqueles que
trabalham com aprendizagem, assim como de profissionais que decidem e gerenciam
equipes. Mais do que questionar nossa prática diária, amplia nosso escopo de atuação de
forma cada vez mais estratégica. Seus exemplos nos mostram caminhos claros de como
conduzir tais questões e gerar resultados às empresas.
É com certeza uma leitura que nos ajuda a questionar muito de nossas premissas.
Espero que este livro cause a mesma mistura de entusiasmo e inquietação que provocou
em mim.

Mauro Mercadante, Diretor do LAB SSJ

Anda mungkin juga menyukai