FUNDAÇÕES

MEMORIAL DE CÁLCULO

ESTACA DE PRÉ-FABRICADA DE CONCRETO

FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Eng. Adriano de Aquino Paiva da Silva

2016
Fundações Profundas

SUMÁRIO

1. INFORMAÇÕES GERAIS ................................................................................................... 3

2. NORMAS UTILIZADAS ..................................................................................................... 3

3. DIMENSIONAMENTO ........................................................................................................ 4

3.1. MÉTODO AOKI E VELOSO .............................................................................................. 4

3.1.1. PARCELA DA PONTA ...................................................................................................... 4
3.1.2. PARCELA POR ATRITO LATERAL ................................................................................... 5
3.1.3. CARGA DE RUPTURA ..................................................................................................... 6
3.2. MÉTODO TEIXEIRA ........................................................................................................ 7
3.2.1. PARCELA DA PONTA ...................................................................................................... 7
3.2.2. PARCELA POR ATRITO LATERAL ................................................................................... 7
3.2.3. CARGA DE RUPTURA ..................................................................................................... 8
3.3. MÉTODO TEIXEIRA ........................................................................................................ 8
3.3.1. PARCELA DA PONTA ...................................................................................................... 8
3.3.2. PARCELA POR ATRITO LATERAL ................................................................................... 9
3.3.3. CARGA DE RUPTURA ..................................................................................................... 9
3.4. CAPACIDADE DE CARGA MÉDIA .................................................................................... 9

4. CÁLCULOS UTILIZANDO PLANILHA DE EXCEL...................................................... 10

4.1. CAPACIDADE DE CARGA PARA A COTA DE 22 M. ......................................................... 10

4.2. CAPACIDADE DE CARGA PARA A COTA DE 21 M. ......................................................... 13

5. DETERMINAÇÃO DE QUANTIDADE DE ESTACAS .................................................. 16

6. DETERMINAÇÃO DO EFEITO DE GRUPO ................................................................... 17

7. ANEXOS ............................................................................................................................. 18

7.1. VALORES PARA AOKI E VELLOSO ................................................................................ 18

7.2. VALORES PARA DECOURT E QUARESMA ..................................................................... 19
7.3. VALORES PARA TEIXEIRA............................................................................................ 20

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Fundações Profundas

1. Informações Gerais

O presente memorial tem por objetivo discriminar as especificações de cálculo para a

capacidade de carga da estaca em análise.

Com base na sondagem SP-5 Brusque apresentada, foi definido que a estaca utilizada no
projeto será pré-fabricada de concreto com diâmetro de 29 cm, a qual será apoiada a 22 m de
profundidade seguindo o esquema apresentado na Figura 01.

Figura 01: Estaca pré-fabricada de concreto

A capacidade de carga da estaca será definida como a média dos três principais métodos de
cálculos utilizados sendo eles:

- Método de Aoki e Velloso.

- Método de Decourt e Quaresma.

- Método de Teixeira

2. Normas Utilizadas

ABNT NBR-5739 - Concreto - ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos

ABNT NBR-6122 - Projeto e execução de fundações
ABNT NBR-6118 - Projeto e execução de obras de concreto armado

Características da Estaca Pré-Fabricada

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A estaca utilizada será Pré-Fabricada de concreto vibrado, com diâmetro de 29 cm, e sua
capacidade estrutural é de 500 KN, como indica a Tabela 01.

Tabela 01: Capacidade de Carga estrutural da estaca

3. Dimensionamento

A estaca pré-fabricada será apoiada a 22 m de profundidade, considerando uma cota de

arrasamento de -2,0 m, o carregamento de projeto que será submetida é de 180 tf ou 1800 kN.
Está carga é estipulada pelo projetista da edificação, que já levou em consideração todos os
carregamentos permanentes e sobrecargas que a estrutura está sujeita.

3.1. Método Aoki e Veloso

= +
.
=

1
. .
= . .Δ
2

Para facilitar o dimensionamento as parcelas de resistência de ponta e atrito lateral são

calculadas separadamente.

3.1.1. Parcela da Ponta

Tabela 02: Características do Solo

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Camada 01

Camada 02

Camada 03

.
=

1

! . "29$10 &' ( '

= = 0,066052 -'

4
2
= 0,35 /0 → 350 '
-

= 31 golpes

1 = 1,825 [0 é − / 7 < 60]

350 . 31
= 0,066052 ⇒ 392,6 2
1,825

3.1.2. Parcela por Atrito Lateral

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Fundações Profundas

. .
= . .Δ
2

= ! . 29$10 &' = 0,911 -

2 = 2,45 [0 é − / 7 < 60]

Tabela 03: Características das camadas do Solo

Como o SPT da primeira camada é muito baixo, desconsidero a parcela de atrito lateral
desta camada.

0,014 . 1000 . 8,6 0,024. 350.15,7

= 0,91. ; .5 + . 10= ⇒ 713,4 2
2,45 2,45

3.1.3. Carga de Ruptura

A carga de ruptura total pelo método de Aoki e Velloso será:

= +

= 392,6 + 713,4 ⇒ 1106 2

A carga de ruptura admissível segue a expressão abaixo.

→ 553 2
= A 2 H
, >?@

BCDEFDFEG → 500 2

∴ , >?@ = 500 2

3.2. Método Decourt e Quaresma

= +

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= . . ,@J?KL .

= . 10 M. ; + 1= . Δ
,@é?KL
3

Na parcela da ponta o ,@J?KL é considerado um SPT abaixo e um acima da ponta. Na

parcela de atrito lateral desconsidera-se a camada da ponta.

3.2.1. Parcela da Ponta

= . . .@J?KL .

! . "29$10 &' ( '

= = 0,066052 -'

4
120 + 400
= = 260 /0
2
23 + 31 + 34
= = 29,33 N O
,@J?KL
3

= 1,0 [PO Q ]

= 1,0 . 260 . 29,33 . 0,066052 ⇒ 503,69 2

3.2.2. Parcela por Atrito Lateral

= .M 10. ; + 1= . Δ
,@é?KL
3

= ! . 29$10 &' = 0,911 -

Tabela 03: Características das camadas do Solo

Para este método o limitante do SPT é 3 ≤ N ≤ 50, como a primeira camada é inferior a 3,
desconsidera-se a contribuição por atrito lateral.

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8,6 14
= 0,911 . 10 RS1 ; + 1= 5T + S1 ; + 1= 9TU ⇒ 640,4 2
3 3

3.2.3. Carga de Ruptura

A carga de ruptura total pelo método de Decourt e Quaresma será:

= +

= 503,69 + 640,4 ⇒ 1144 2

A carga de ruptura admissível segue a expressão abaixo.

= + ≤
, >?@
4 1,3 BCDEFDFEG

503,69 640,4
= + = 618,53 2
, >?@
4 1,3

BCDEFDFEG = 500 2

∴ , >?@ = 500 2

3.3. Método Teixeira

= +
= . ,@é?KL .

= . M. ,@é?KL . W

Na parcela da ponta o ,@J?KL é considerado um SPT 4 vezes o Ø da estaca acima da

ponta, e 1 vez o Ø da estaca abaixo da ponta. Na parcela de atrito lateral é considerado um
,@é?KL ao longo de todo o fuste da estaca.

3.3.1. Parcela da Ponta

= . ,@é?KL .

! . "29$10 &' ( '

= = 0,066052 -'

4
18 + 23 + 31 + 34
,@J?KL = ⇒ 26,5 N O
4

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X 2
= 21 → 210 [PO Z]
-' -²

= 210 . 26,5 . 0,066052 ⇒ 367,58 2

3.3.2. Parcela por Atrito Lateral

Para este método os dados da tabela não se aplica para solos moles com SPT ≤ 3, como a
primeira camada é inferior a 3, desconsidera-se a contribuição por atrito lateral.

= . M. ,@é?KL . W

= ! . 29$10 &' ⇒ 0,911 -

X 2
M = 0,4 → 4 [PO Z]
- ' -²
7 + 8 + 7 + 11 + 10 + 5 + 18 + 9 + 10 + 10 + 15 + 18 + 18 + 23 + 31
= ⇒ 13,33 N O
,@J?KL
15

= 0,911 . 4 . 13,33 . 15 ⇒ 728,6 2

3.3.3. Carga de Ruptura

A carga de ruptura total pelo método Teixeira será:

= +

= 367,58 + 728,6 ⇒ 1096 2

A carga de ruptura admissível segue a expressão abaixo.

→ 548 2
= A 2 H
, >?@

BCDEFDFEG → 500 2

∴ , >?@ = 500 2

3.4. Capacidade de Carga Média

Analisado os três principais métodos de cálculos para estacas, a capacidade de carga final
será a média dos valores encontrados em cada método. Como a capacidade de carga dos três

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métodos foi limitada pela capacidade de carga estrutural da estaca, o valor final será a
capacidade da própria estaca, ou seja, a estaca escolhida de concreto pré-fabricado com
diâmetro de 29 cm entrará em colapso antes do rompimento do solo.
Portanto a capacidade de carga será.

,>?@ = 500 2

4. Cálculos Utilizando Planilha de Excel

O programa Excel da Microsoft é uma ferramenta muito utilizada pelos profissionais da
engenharia, com ele é possível realizar diversos cálculos de maneira rápida e segura,
garantindo resultados mais seguros e uma melhor organização e apresentação dos cálculos.
Todo o procedimento calculado manualmente, também foi realizado utilizando planilha do
Excel, todos os cálculos foram programados a fim de agilizar os resultados e também
possibilitar uma analise mais refinada das possibilidades de configurações das capacidades de
cargas deste projeto.
A planilha de cálculo foi estruturada com a entrada dos dados da estaca, uma planilha do
perfil do terreno, e uma planilha com os resultados de Capacidade de Ponta, Capacidade por
Atrito Lateral e a Capacidade Admissível para cada método, e ao final uma tabela com as
capacidades finais encontradas.

4.1. Capacidade de Carga para a cota de 22 m.

Primeiramente foi elaborado todos os cálculos de capacidade para a profundidade de 22 m,

conforme solicitado. Porém foi observado que a capacidade de carga do solo ficou maior do
que a capacidade de carga estrutural da estaca, então posteriormente foi elaborado um novo
dimensionamento considerando um metro a cima, na cota de 21 m para avaliar a possibilidade
de diminuir o comprimento da estaca, diminuindo assim o custo.

Tabela 04: Entrada de Dados

Tabela 05: Método Aoki e Veloso

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Tabela 06: Método Decourt e Quaresma

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Tabela 07: Método Teixeira

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Tabela 08: Resultados

4.2. Capacidade de Carga para a cota de 21 m.

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Tabela 09: Método Aoki e Veloso

Tabela 10: Método Decourt e Quaresma

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Tabela 11: Método Teixeira

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Fundações Profundas

Tabela 12: Resultados

5. Determinação de Quantidade de estacas

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Fundações Profundas

A carga de projeto é 1800 kN, e a capacidade de carga de cada estaca será de 497 kN.
Portanto o numero de estacas necessárias para esta solicitação será:

0
0 = JCDG\GC . ,>?@ ; =
EL[JDL
EL[JDL
,>?@
JCDG\GC

1800
= 3,62 PO O
497

6. Determinação do Efeito de Grupo

A capacidade de carga do grupo de estacas sofre uma redução de capacidade em função

das interferências entre os bulbos de tensões, essas interferências são diretamente
proporcionais as distancias entre estacas.

Um dos métodos utilizador para determinar a eficiência do grupo de estaca é o Critério de

Labarre, onde a expressão encontra-se abaixo.

" − 1(. - + "- − 1(.

P = 1 − tan&a b c
O 90. -.

A recomendação de distâncias entre as estacas é de

três vezes o diâmetro, neste caso a distancia entre eixos
das estacas serão 90 cm.

Figura 02: Contorno da sapata hipotética

Com essa distribuição a eficiência do grupo de estacas será:

29 "2 − 1(. 2 + "2 − 1(. 2

P = 1 − tan&a b c ⇒ 0,80
90 90.2.2
Adotando 4 estacas a capacidade de carga seria 1988 kN com a redução de 80% a
capacidade de carga do grupo passa para 1590,4 kN, como a capacidade de carga resistente é
inferior a capacidade de carga solicitante é preciso aumentar o numero de estacas.

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d JCDG\GC . ,>?@ e . 0,8 = 1800

1800
= ⇒ 4,52
JCDG\GC
497.0,8

Adotando 5 estacas a capacidade de carga seria 2485 kN com a redução de 80% a

capacidade de carga do grupo passa para 1988 kN.

Adoto um bloco com 5 estacas pré-fabricadas com diâmetro 29 cm e 19 m de comprimento

cravada a uma profundidade de 21 m.

Figura 03: Contorno da sapata hipotética

OBS: Com a alteração na quantidade de estacas, seria essencial refazer os cálculos para
avaliar a possibilidade de redução no comprimento das estacas, porém tornaria o processo
interativo sendo necessário refazer os cálculos até convergir os resultados.

7. Anexos
7.1. Valores para Aoki e Velloso

Tabela de K e α

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Tabela de F1 e F2

7.2. Valores para Decourt e Quaresma

Tabela de K

Tabela de α e β

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7.3. Valores para Teixeira

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