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SIGLAS
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SUMÁRIO
Introdução/Apresentação .............................................................01
Siglas ............................................................................................02
1 - Sobre a Sistematização ..........................................................04
2 - Metodologia e participantes ....................................................06
3 - Informações gerais sobre o assentamento .............................07
4 - Histórico .................................................................................09
4.1 - A Organização Inicial ..........................................................11
4.2 - Linha do tempo ....................................................................14
5 - Organização e Mística Hoje ...................................................16
6 - Educação ................................................................................17
7 - Agoecologia: Conceito, prática e princípios norteadores .......18
8 - A dedicação das famílias as atividades agrícolas .................. 20
8.1 - Relação com a terra .............................................................24
9 - Assistência técnica e manejo ................................................26
10 - Conclusões ...........................................................................27
10.1 - Chegamos onde queríamos? ...........................................28
10.2 - Se não houvesse investimentos, o assentamento
teriaavançado? .............................................................................28
10.3 - Potenciação da Juventude – por que participam pouco da
vida do assentamento? ................................................................29
10. 4 - Lições aprendidas .............................................................30
10.5 - Dificuldades ........................................................................31
10.6 - Perspectivas .......................................................................31
11 - Referências ............................................................................32
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1 - SOBRE A SISTEMATIZAÇÃO:
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CEP – Centro de Estudos e Publicaciones Alforja – Costa Rica.
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1.1 - PERGUNTAS CHAVE:
1.2 - OBJETIVOS:
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2 - METODOLOGIA E PARTICIPANTES:
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assentamento e a teoria a partir das abordagens de Miguel Altieri;
Sergio Sauer e Moisés Balestro sobre agroecologia.
Para aprofundar as reflexões sobre a prática social e a
postura dos(as) assentados(as), nos orientamos pela Pedagogia
Freiriana alicerçada nas idéias de autonomia, liberdade e
emancipação da pessoa humana.
Como produto final, foi produzido o vídeo “A Bela Conquista:
Sistematização de uma Experiência Agroecológica” e esta cartilha
destinada as áreas de Reforma Agrária, a organizações sociais
diversas e as famílias do próprio Assentamento.
Na construção dos textos, buscamos preservar ao máximo
as fala das pessoas que fizeram o processo de sistematização.
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Oficial conforme a Lei nº 5.998, de 23 de novembro de 1990. Hoje
a luta é para conseguir a escritura definitiva das áreas individuais
e coletiva sem perder o reconhecimento e a identidade de
assentados da Reforma Agrária.
Localizada no Semiárido Baiano, a região é privilegiada por
estar cercada de serras e ter considerável disponibilidade de água
armazenada em um açude com 18 milhões de metros cúbicos,
uma presa 2 e dois poços artesianos, um com vazão de 1000 mil
litros e outro de 2000 mil litros de água. Este último devido ao alto
nível de salinização é pouco utilizado.
AÇUDE DA COMUNIDADE
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Sinônimo de Represa.
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retiram a água para molhar as hortas. A água é canalizada e
desce por gravidade do açude para as leiras.
4 - HISTÓRICO:
ENTRADA DO ASSENTAMENTO
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advogadas drª Maria da Conceição Neves Barbosa e drª Cecília
Petrina de Carvalho, o grupo seguiu para Salvador ocupando a
CAR, depois a Assembleia Legislativa da Bahia. Foram nove dias
de acampamento em Salvador e devido a alimentação ruim muita
gente adoeceu, conforme relatos dos assentados.
Após três dias, o grupo contava com mais de mil pessoas
dando apoio à luta pela terra. É importante destacar a contribuição
da Igreja, na pessoa do saudoso Dom Jairo Ruy Matos, bispo de
Bonfim na época e Dom Lucas Moreira Neves arcebispo de
Salvador que intermediou a audiência com o Governador Nilo
Coelho, o qual determinou um prazo de 15 dias para a medição da
área através do ITERBA e a posse dos trabalhadores na terra.
Sobre essa conquista de direitos, Paulo Freire (1996,P.54)
nos diz: “Afinal minha presença no mundo não é a de quem a ele
se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem
luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história”.
Vale ressaltar que a maioria das famílias veio de Itiúba, de
comunidades vizinhas e algumas moravam na periferia da cidade.
80% trabalhavam como diarista rural nas terras de fazendeiros.
“A gente trabalhava como boia fria, em empreita, cortando
lenha para fazendeiros, vendendo o dia de trabalho... Era cada um
por si e Deus por todos. A plantação era apenas no inverno e
trovoadas e ainda na roça dos outros”. (Carlos André Gonçalves
da Silva).
Grande parte dos homens se mudou logo para a área e a
maioria das mulheres ficou na cidade, para ajudar no sustento,
enquanto não havia produção.
A assistência técnica no início trabalhava a produção tendo
em vista a alimentação e a organização interna das famílias. Era
desenvolvida por um técnico ligado a CPT - Celso Custódio
Bonfim, por Jonas Custódio Bonfim (CACTUS) e Arnaldino
Laranjeira (Tino) do STR que ajudaram muito durante o processo
de instalação e organização do grupo. Outros que contribuíram foi
Romero Falcão e Nelson Mandela, mais no processo de
organização e implementação de projetos. Depois a Assistência
Técnica passou a ser através da CACTUS, da EBDA e ATES.
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4.1 - A ORGANIZAÇÃO INICIAL:
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foi mudando quando as pessoas começaram a ver o trabalho. A
produção de qualidade fez com que a população da cidade
mudasse de opinião. Muitos da periferia procuravam os posseiros
para se informar sobre o processo para entrar numa área de
Reforma Agrária, muitos pediam e ainda pedem terra para plantar.
Todos os dias eram realizadas assembleias das quais todo
mundo participava; ali era o lugar de avaliar os trabalhos do dia e
planejar o dia seguinte.
Durante aproximadamente 4 anos, as famílias moravam
juntas no abrigo de animais, na Casa da Sede e na Casa Grande
e a prática do mutirão se repetia toda semana.
Ao recordar a história, se retrata a saudade e a
aprendizagem trazida pelo coletivo que é uma antiga marca do
assentamento, como afirma o Sr Zé Terra, posseiro da Bela
Conquista: “O que mantém o assentamento vivo é também a
vivência e o trabalho coletivo. É uma oportunidade de encontro,
conversa, planejamento, discussão conjunta”.
A questão política partidária é outro aspecto relevante, pois,
sempre discutiam coletivamente para que a politicagem não fosse
divisora das famílias nem interferisse na organização do
assentamento. Destaca-se a eleição de um assentado, por três
mandatos - Otaviano Barbosa da Silva, filho de lavrador, que
desde a catequese, a partir da Bíblia vê na Reforma Agrária e na
vida pública uma oportunidade de promover alguma mudança
social.
O assentamento Bela Conquista contribuiu para a
organização da COASB, criada em 21 de outubro de 1998 para
dar um suporte institucional aos acampamentos e assentamentos
da região que depois deu origem ao Movimento CETA, tendo
pessoas do assentamento que fizeram parte da diretoria da
COASB na época da fundação e contribuíram com o Movimento
CETA ao qual a associação é filiada até hoje.
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Destaca-se ainda a solidariedade da Bela Conquista que ao
longo dos seus 25 anos de luta contribuiu com a conquista de 16
novas áreas de assentamento, colaborando com alimentação,
dinheiro, apoio nas ocupações e solidariedade com os irmãos de
caminhada.
Quanto a isso, Paulo Freire (1996,p.102) afirma que: “O
operário precisa inventar, através do próprio trabalho a sua
cidadania que não se constrói apenas com sua eficácia técnica
mas também com sua luta política em favor da recriação da
sociedade injusta, a ceder seu lugar a outra menos injusta e mais
humana.”
O grupo sempre participa de manifestações, ocupações,
mobilizações dos movimentos e romarias, principalmente da
Missão da Terra realizada todos os anos na Diocese de Bonfim.
De forma mais especial contribuiu com a 23ª Missão da Terra
realizada em Itiúba no dia 18 de novembro de 2001, quando, na
véspera foi assassinado o camponês Jailton Bispo de Oliveira,
assentado da Reforma Agrária no PA Rio Verde, em Itiúba, que ia
participar da reunião de organização da Missão da Terra.
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4.2 - LINHA DO TEMPO DO ASSENTAMENTO
BELA CONQUISTA:
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2002-2011: Projeto SEDES 2004: Instalação de energia, instalação
(Aquisição de cerca elétrica, hidráulica para irrigação, quebra da
recuperação de rede hidráulica e barragem.
barragem, construção de uma casa
de Polpas, criatório de peixe,
equipamentos para beneficiamento
do leite)
2008: Projeto com os jovens
(produção de hortaliças – apoio da
2006-2007: recuperação da Secretaria da Agricultura do
Barragem (assentados) município de Itiúba/BA.
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5 - ORGANIZAÇÃO E MÍSTICA HOJE:
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6 - Educação:
ATIVIDADE ESCOLAR
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para exemplificar, só na Bahia nos anos de 2012 e 2013, foram
fechadas 5.072 escolas.
O Ensino Fundamental II e Médio dos estudantes do
assentamento acontece na sede do município.
De acordo com João Pedro Stédile “é necessário que a
prática pedagógica e o currículo considerem as realidades
específicas dos estudantes camponeses, a fim de garantir a
formação necessária às demandas do conhecimento técnico, para
desenvolver a produção agroecológica, mas que ao mesmo tempo
gere a identificação dos sujeitos com o campo”.
Neste sentido já existem experiências de cursos técnicos em
agropecuária e Escolas Família Agrícolas voltadas para o campo;
também cursos de nível superior, através do PRONERA.
O Assentamento incentiva para que os jovens da área
possam estudar na Escola Família Agrícola, atualmente 4 jovens
estudam nas EFAS de Monte Santo e de Itiúba que foi construída
em mutirão com a colaboração também de pessoas da Bela
Conquista. Nessas escolas a educação é voltada para a realidade
do campo a partir da pedagogia da alternância. Os estudantes
contribuem no cuidado com os animais, aprendem práticas de
saúde alternativa e discutem alternativas de convivência com o
Semiárido. O Assentamento também acolhe outros estudantes
para estágio.
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Para alguns autores a agroecologia é muito mais do que
uma forma de gestão dos recursos naturais, configurando-se como
um novo modelo de vida rural, capaz de conjugar “valores,
qualidade de vida, trabalho, renda, democracia, emancipação
política, em um mesmo processo” (PÁDUA, 2001) ou ainda “como
uma ferramenta de resistência dos camponeses(as) na proposição
de um outro projeto de agricultura”. (MMC, S/d).
Na concepção de Miguel Altieri (2012), a proposta
agroecológica enfatiza agroecosistemas que interagem entre si e
possibilitam a melhoria da qualidade e quantidade dos cultivos
sem o esgotamento dos recursos naturais.
Na mesma direção Sevilla Guzmán destaca alguns
elementos importantes sobre agroecologia, como o manejo
ecológico dos recursos naturais através de ação social coletiva;
propostas para um desenvolvimento participativo desde a
produção até a circulação alternativa de seus produtos agrícolas,
estabelecendo formas de produção e consumo que contribuam
para encarar a atual crise ecológica e social.
Balestro e Sauer (2013. p. 11), aprofundam a discussão
considerando três aspectos essenciais para um desenvolvimento
rural capaz de contribuir para a sustentabilidade: baixo consumo
de energia, autonomia em relação aos fertilizantes e insumos e
maior aproveitamento dos recursos presentes na propriedade,
preservação do meio ambiente e distribuição da renda.
Sobre o projeto agroecológico João Pedro Stédile destaca a
necessidade de “técnicas agrícolas em equilíbrio com a natureza;
educação como demanda imprescindível para o campo; projeto
político que exige formação técnica voltado para o
desenvolvimento do modelo produtivo agroecológico; socialização
das práticas e dos conhecimentos produzidos, diálogo entre os
saberes científicos e os saberes tradicionais da humanidade para
produzir alimentos saudáveis”.
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8 - A DEDICAÇÃO DAS FAMÍLIAS ÀS ATIVIDADES
AGRÍCOLAS
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COMERCIALIZAÇÃO NA FEIRA DE ITIÚBA
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Também se vê crianças acompanhando os pais, comendo
legumes crus recém colhidos.
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polpas e verduras para a CONAB, que atende a Escola Família
Agrícola de Itiúba, as associações e as comunidades de
Estimação, Cercadinho, Fazenda Nova, Serra de Itiúba e Bom
Despacho. Uma dificuldade é que as frutas produzidas no
assentamento não são suficientes para atender a demanda da
CONAB, busca-se então, a produção frutífera de agricultores
próximos, mas, às vezes se é obrigado a comprar os produtos
vindos de Juazeiro - do agronegócio. Como caminhos para
superar essa dificuldade, o assentamento está se articulando
através da COOPERSABOR – Cooperativa Regional de
Agricultores (as) Familiares e Extrativistas da Economia Popular
Solidária – fundada em 2013, mas planejada há pelo menos seis
anos na região. Por meio dessa organização, tem se buscado que
o agricultor plante as frutas necessárias para suprir as demandas
das fábricas de polpas dos pequenos agricultores e para resolver
o problema do selo de comprovação do produto orgânico exigido
para a comercialização via CONAB. Está se investindo também
em cursos para ampliar a produção, em palestras, trabalho de
conscientização e planejamento para aplicar e desenvolver outras
atividades dentro da área já que ela dispõe de tantos outros
potenciais.
Outro desafio é a dinâmica do mercado, pois em época de
chuva a produção não tem valor, vende-se praticamente de graça
por conta da concorrência e em períodos de estiagem o trabalho é
sofrido e não se consegue uma produção suficiente.
Os períodos de estiagem causam grandes perdas e
preocupações aos camponeses. Com o agravamento da estiagem
em 2012, baixou muito a vasão do açude, obrigando as famílias a
reduzir em 80% a produção de hortaliças, além disso, houve uma
perda de 19 cabeças de gado do coletivo, atualmente a área tem
39 cabeças de gado do coletivo.
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CRIATÓRIO DO COLETIVO
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FILHOS DE ASSENTADOS AJUDANDO NO TRABALHO NAS HOSTAS
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9. Assistência técnica e Manejo:
Ao longo dos anos, as famílias tiveram assistência técnica
através do projeto Lumiar, CACTUS, IRPAA, EBDA, ATER. O
Lumiar foi acompanhado por Celso Bonfim, que “ofereceu cursos
sobre como lidar com a terra, primeiras noções de práticas
agroecológicas, evitar as queimadas, fazer compostagem, manejo
com os animais, etc”.
As famílias aprenderam que a terra bem aproveitada e com
uma produção variada, garante a sua sobrevivência.
Da roça nada é perdido. Os legumes e verduras que não são
comercializados servem de ração para os animais ou como adubo
orgânico para a terra. Utiliza-se também o esterco de gado, de
cabra e a serragem de madeira, as folhas de vegetais secas
servem como cobertura do solo. Como defensivo utiliza-se o nim,
a urina de gado e outros produtos naturais.
As famílias do Assentamento aprenderam a conviver com a
caatinga. Há grande preocupação com a conservação do solo, das
águas e da natureza. Combatem às queimadas nos lotes
individuais, usando o sistema de decomposição natural; às vezes
se planta numa parte e deixa a outra descansar; também manejam
a água para que não venha a faltar.
A maior parte da semente utilizada nas hortas ainda é
comprada, apenas no inverno deixa-se uma parte da leira para
tirar a semente. No início do assentamento houve uma experiência
de um banco de sementes, guardadas em silos, mas “deu bicho”
causando grandes prejuízos.
Os camponeses da Bela Conquista sabem da necessidade
de guardar a semente de confiança deles, para não se tornarem
reféns dos transgênicos e perderem a sua autonomia. Por isso,
cada família tem a preocupação de guardar sua semente do feijão,
milho, melancia, abóbora, mas não há essa prática no coletivo e
precisam rediscutir as formas para guardar também as sementes
das hortaliças.
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10 - CONCLUSÕES:
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patrão para receber o dia trabalhado.” (Raimundo Pedro do
Nascimento).
Neste sentido, todos fazem questão de lembrar a todo o
momento que não existe riqueza maior do que não precisar ficar
trabalhado para fazendeiros, poder escolher o que fazer, trabalhar
para si, ou não fazer nada, ter tempo de visitar os amigos...
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As famílias afirmam que não teriam chegado onde
chegaram sem a ajuda dos projetos porque as condições
financeiras das pessoas eram difíceis, “muitos não podiam
comprar sequer uma reis, nem investir na infra-estrutura para a
produção, talvez seria preciso voltar a vender o dia de trabalho
para sobreviver como acontecia no início da conquista da terra”
(José Carlos Ferreira).
Assim, fica claro que os investimentos públicos são
fundamentais para os assentamentos darem certo. Neste sentido,
Dom Jairo (In. Memória) argumentava que: “Todavia, devemos
nos convencer de que a Reforma Agrária é capaz de criar padrões
de vida mais dignos para a população rural e para o conjunto da
sociedade brasileira; será capaz de transformar nossa economia e
influenciar na democracia plena” (Jairo Rui Matos, texto publicado
no Jornal A tarde, 26 de outubro de 1983).
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a um consenso, alguns tiveram olho grande - queriam ter e saber
mais que os outros... e faltou responsabilidade de alguns”, mas a
principal causa apontada foi a desunião do grupo.
Para os jovens da Bela Conquista hoje, é preciso que o povo
da comunidade entenda que eles são uma nova geração que
precisa de oportunidades.
Afirmam que viver na Bela Conquista é bom porque é um
lugar tranquilo, mas falta trabalho, quando tem, é preciso trabalhar
duro o dia todo e o que se ganha é pouco. Além disso, na área
não há entretenimento e na escola, não são formados para voltar
para o campo. É o que enfatiza Freire (1996.p. 99) quando diz que
“Do ponto de vista dos interesses dominantes não há duvidas de
que a educação deve ser uma prática imobilizadora e ocultadora
de verdades”.
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- Identificaram que fazer o estoque de sementes no coletivo
e de modo individual é imprescindível para garantir a autonomia.
Mulheres e homens, somos os únicos seres que social e
historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso
somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora,
algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a
lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar
para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura
do espírito. (FREIRE, 1996. p. 69).
10.5 - DIFICULDADES
10.6 - PERSPECTIVAS
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Incentivar e desenvolver iniciativas de produção coletiva entre
os jovens tendo-os como atores principais;
É necessário fortalecer as práticas de educação
contextualizada do e no campo e lutar para que sejam
garantidas as condições de trabalho e de vida digna no campo.
11. REFERÊNCIAS:
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