UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS

CURSO DE ENFERMAGEM

PEDRO HENRIQUE MAGALHAES DE ARAUJO

SISTEMA LOCOMOTOR

Sobral – CE

2018
 PEDRO HENRIQUE MAGALHAES DE ARAUJO

O uso de esteroides anabolizantes e o processo de hiperplasia nos tecidos

musculares e suas consequências.

Trabalho apresentado ao curso de

enfermagem da Universidade
Estadual Vale do Acaraú como pré-
requisito para a obtenção de nota
bimestral.
Orientador: Crisanto

SOBRAL - CE
2018
 O uso de esteroides anabolizantes e o processo de hiperplasia nos tecidos
musculares.

Os esteroides anabolizantes, mais conhecidos apenas com o nome de

anabolizantes, são drogas relacionadas ao hormônio masculino testosterona fabricado
pelos testículos. Os anabolizantes possuem vários usos clínicos, nos quais sua função
principal é a reposição da testosterona, nos casos, em que, por algum motivo patológico
tenha ocorrido um déficit. Assim, os efeitos anabólicos, no que se refere aos esteroides,
são aqueles que envolvem a síntese da proteína para a reparação e crescimento do
músculo, já que, em esportes de explosão, existem microrupturas destes.

O hormônio masculino, testosterona, tem duas funções primordiais. A

primeira, chamada de função androgênica, estimula o desenvolvimento e manutenção
das características sexuais secundárias masculinas (como o pêlo facial, timbre de voz,
distribuição e quantidade de gordura no corpo, e outras características associadas aos
traços masculinos). E a segunda, as funções anabólicas da testosterona que incluem o
desenvolvimento e manutenção da musculatura, este é o objetivo principal visado por
fisiculturistas. Então, esteroides anabólicos são compostos químicos de derivação
sintética que imitam os efeitos anabólicos da testosterona enquanto, ao mesmo tempo,
minimiza os efeitos androgênios.

Um dos mais importantes atributos dos esteroides anabólicos é sua capacidade

de estimular a síntese da proteína. Isto é conseguido em parte por que o corpo tende a
“armazenar” nitrogênio, quando são usados esteroides anabólicos, promovendo um
maior crescimento muscular. Além de uso médico, eles têm a propriedade de aumentar
volume dos músculos e por esse motivo são muito procurados por atletas ou pessoas
que querem melhorar a performance e a aparência física.Os esteróides anabolizantes
podem ser tomados na forma de comprimidos ou injeções e seu uso ilícito pode levar o
usuário a utilizar centenas de doses a mais do que aquela recomendada pelo médico.
Frequentemente combinam diferentes esteroides entre si para aumentar a sua
efetividade. Outra forma de uso dessas drogas é tomá-las durante 6 a 12 semanas, ou
mais e depois parar por várias semanas e recomeçar novamente.

Quando esses indivíduos ingere ou injeta os anabolizantes, estes caem na

corrente sanguínea, penetrando nas mais diferentes células, como do coração, do fígado
e em maior concentração nas dos músculos. Após chegar no sangue ele vai para os
tecidos, os atuando diretamente no citoplasma, que é uma região das células, fazendo
com que o líquido presente perto dessa célula entre nela e faça-a inchar, com todas essas
mudanças, as células ficam aceleradas. É por isso que os músculos crescem de maneira
rápida. Elas aumentam muito de tamanho, dando a impressão de músculos grandes.
Contudo, nem todas as moléculas de esteroides atingem os sítios receptores das células.
a maioria se perde na corrente sanguínea e são quebrados no fígado. Acredita-se que
estes produtos derivados sejam responsáveis por muitos “efeitos colaterais” dos
esteroides anabólicos em formas ainda desconhecidas.
No Brasil não se tem estimativa deste uso ilícito, mas sabe-se que o
consumidor preferencial está entre 18 a 34 anos de idade e em geral é do sexo
masculino. No comércio brasileiro os principais medicamentos à base dessas drogas e
utilizados com fins ilícitos são: Androxon® Durateston®, Deca-Durabolin®. Porém,
além desses, existem dezenas de outros produtos que entram ilegalmente no país e são
vendidos em academias e farmácias. Muitas das substâncias vendidas como
anabolizantes são falsificadas e acondicionadas em ampolas não esterilizadas, ou
misturadas a outras drogas.

Nesse aspecto os anabolizantes se tornaram um problema de saúde pública,

pois apesar de eles serem usados de forma terapêutica, o seu uso indiscriminado e sem
orientação tem gerado diversos efeitos colaterais na população que usa esses fármacos.
Os efeitos colaterais dos anabolizantes estão relacionados, principalmente, às suas
propriedades androgênicas e tóxicas. Tais efeitos podem afetar vários órgãos e sistemas.

Efeitos colaterais do uso abusivo de esteroides são: tremores, acne grave,

retenção de líquidos, dores nas juntas, aumento da pressão sanguínea, alteração do
metabolismo do colesterol diminuindo o HDL (a boa forma do colesterol) e
aumentando o LDL com aumento do risco de doenças coronarianas, alterações nos
testes de função hepática, icterícia e tumores no fígado, policitemia, exacerbação da
apneia do sono, estrias e maior tendência às lesões do aparelho locomotor, pois as
articulações não estão aptas para o aumento de força muscular. Entre outros riscos,
destaca-se a hipertrofia do ventrículo esquerdo acima dos graus fisiológicos, como um
fator de risco independente para morbidade e mortalidade. Esse risco tem sido associado
à arritmia ventricular e à morte súbita.

O uso de hormônios sintéticos pode levar a uma hiperplasia do musculo. A

hiperplasia é um aumento no número de células de um órgão ou tecido, geralmente
resultando em um aumento do seu volume. Apesar de a hiperplasia e de a hipertrofia
serem dois processos distintos, frequentemente ocorrem juntas e podem ser
desencadeadas pelos mesmos estímulos externos. A hiperplasia ocorre se a população
celular for capaz de sintetizar DNA permitindo, assim, que ocorra a mitose. A
hiperplasia do musculo muitas vezes se confunde com hipertrofia, no entanto, são dois
fenômenos diferentes, enquanto a hipertrofia é um aumento no volume celular, a
hiperplasia ocorre pela multiplicação do número de células. É importante destacar que a
hiperplasia é caracterizada pelo aumento do número de células, e não no volume
individual delas, como acontece com a hipertrofia. O processo hiperplásico pode ocorrer
no uso de esteroides pois, essa substância desencadeia a produção local de fatores de
crescimento, aumento dos receptores de fatores de crescimento nas células envolvidas
ou a ativação de determinadas vias de sinalização intracelular. O que pode se
caracterizar em uma hiperplasia patológica que foi causada pela estimulação excessiva
das células-alvo por hormônios ou por fatores de crescimento. Entretanto, a hiperplasia
patológica representa um solo fértil onde a proliferação cancerosa pode finalmente
ocorrer. Um exemplo comum é a hiperplasia prostática que pode ocorrer em usuários de
anabolizantes do sexo masculino, processo que pode ser percursor de neoplasias
benignas e malignas do órgão.

Pode-se observar que o esteroide tem um impacto sobre as células dos tecidos
corporal principalmente sobre as células musculares, gerando crescimento irregulares,
como a hiperplasia patológica, decorrente da estimulação exagerada ocasionada pelos
hormônios sintéticos podendo levar a patologias graves como distúrbios no músculo
cardíaco ocasionado pelo crescimento anormal do tecido e câncer gerado pela mitose
rápida e desordenada das células.
Referencias

AVALIAÇÃO Descritiva sobre o Uso de Esteroides Anabolizantes e seu Efeito sobre as

Variáveis Bioquímicas e Neuroendócrinas em Indivíduos que Praticam Exercício
Resistido. São Paulo: Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2010. Disponível
em: <http://vml029.epm.br/bitstream/handle/11600/5821/S1517-
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ENDOCRINOLOGISTA alerta para riscos do uso de anabolizantes. Rio de Janeiro:

Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
<http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/32223-endocrinologista-
alerta-para-riscos-do-uso-de-anabolizantes>. Acesso em: 13 abr. 2018.

PEREIRA, Luis Henrique Leonardo. Como os Anabolizantes Agem no Organismo. 1.

Disponível em: <https://www.andrologia.com.br/como-os-anabolizantes-agem-
organismo/>. Acesso em: 12 abr. 2018.

UMA bomba chamada anabolizante. Brasilia: Pharmacia Brasileira, 2010. Disponível

em: <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/124/057a060_anabolizantes.pdf>.
Acesso em: 13 abr. 2018.

VIEIRA , Rodolfo P. et al. Efeito de esteróides anabolizantes androgênicos no ganho de

massa muscular em ratos submetidos ao treinamento de natação. In: XV Congresso
Brasileiro de Medicina do Esporte, 15., 2001, Hotel gloria. Simpósio Luso-Brasileiro de
Medicina do Esporte... Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Medicina Esporte, 2001. p.
1-60. v. 7. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-
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