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ACÓRDÃO
O
Sala das Sessões do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Ceará, em
Fortaleza, aos 09 dias do mês de março de 2018.
~ ~
CÁSSIO FELIPE GOES PACHECO
Juiz Relator
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RELATÓRIO
(i) omissão quanto à aferição do elemento subjetivo do tipo penal do art. 299 do
Código Eleitoral, posto que não houve a comprovação, de forma clara e
inconteste, do dolo específico do crime de corrupção eleitoral, nem a comprovação
da identidade does) suposto(s) eleitor(es) beneficiado(s);
a) não foi utilizado recurso público na compra dos medicamentos ou desviado tais
produtos do Município de Trairi;
b) não há que falar-se em 07 (sete) crimes de corrupção eleitoral, mas tão somente 04
(quatro) fatos, devendo a pena ser reduzida;
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(iii) omissão sobre o crime de formação de quadrilha, posto que não há provas de que
os recorrentes se associaram de forma estável, com fins de praticar crimes de
corrupção eleitoral; e
(iv) omissão sobre matéria constitucional, posto que houve obtenção ilícita das provas
apreendidas na residência do então Prefeito Municipal de Trairi, por suposta
ofensa à competência originária desta egrégia Corte.
(i) omissão quanto à aferição do elemento subjetivo do tipo penal do art. 299 do
Código Eleitoral, posto que não houve a comprovação, de forma clara e
inconteste, do dolo específico do crime de corrupção eleitoral, nem a comprovação
da identidade does) suposto(s) eleitor(es) beneficiado(s);
(ii) omissão sobre o crime de formação de quadrilha, posto que não há provas de que
os recorrentes se associaram de forma estável, com fins de praticar crimes de
corrupção eleitoral; e
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(ii) omissão quanto à fixação da pena-base do crime de corrupção eleitoral, pois "o
fato do embargante ser o beneficiário da suposta corrupção eleitoral praticada, não
autoriza a fixação da pena-base acima do mínimo legal por tal fundamento, sob
pena de se incorrer em bis in idem, posto que tal circunstância já restou prevista
para a fixação da pena mínima em abstrato".
É o relatório.
VOTO
Os presentes recursos merecem ser conhecidos, eis que presentes OS
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Julgamento: 05/03/2015, Data de Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 84,
Data 06/05/2015, Página 145.
Passo agora a análise das razões recursais apresentadas por cada um dos
embargantes.
(i) omissão quanto à aferição do elemento subjetivo do tipo penal do art. 299 do
Código Eleitoral, posto que não houve a comprovação, de forma clara e
inconteste, do dolo específico do crime de corrupção eleitoral, nem a comprovação
da identidade does) suposto(s) eleitor(es) beneficiado(s);
(iii) omissão sobre o crime de formação de quadrilha, posto que não há provas de que
os recorrentes se associaram de forma estável, com fins de praticar crimes de
corrupção eleitoral; e
(iv) omissão sobre matéria constitucional, posto que houve obtenção ilícita das provas
apreendidas na residência do então Prefeito Municipal de Trairi, por suposta
ofensa à competência originária desta egrégia Corte.
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Ainda, a alegação de que tal valor foi dado a título de empréstimo não
desfigura o crime de corrupção eleitoral, posto que o oferecimento ou a promessa de qualquer
vantagem, com o intuito de obter votos ou abstenção, configura a prática do referido delito.
Nesse sentido, destaco trechos do voto do eminente Relator, Dr. José Vidal
Silva Neto, o qual repousa às fls. 3539/3540:
"Em ligação da recorrente Sílvia Virgínia, com Elis Regina, interceptada neste
dia de 21/08/2012, às 08:10 hrs, ficou patenteada a finalidade eleitoral da
vantagem concedida a Claudiano Gadelha pelos acusados.
Ao ser indagada por Sílvia Virgínia se tinha ido deixar o dinheiro para a
operação da mulher do Gadelha, Elis Regina confirmou que entregou o
dinheiro nas mãos de Claudiano Gadelha. Além do mais, Elis Regina prossegue
dizendo que esclareceu a Gadelha que o valor tinha sido dado por Virgínia e
por Magno, meio a meio, ao que Gadelha respondeu "Ali é gente" e Elis
Regina completou "ali é gente que merece um voto".
A alegação da defesa de que a quantia não teria sido doada, mas emprestada, e
que o empréstimo foi devolvido, não desconstitui o delito, para o qual basta
------------------
1 Nesse sentido: TSE - AgR-AI: 7758 SE, Relator: Min. FÁTIMA NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento:
29/02/2012
.~
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De acordo com o voto proferido pelo eminente relator Dr. José Vidal Silva
Neto, percebe-se que há manifestação expressa no sentido de exasperar a pena-base acima do
mínimo legal devido à reprovabilidade ou culpabilidade da conduta da recorrente, posto que
utilizou-se de bens públicos (medicamentos) com o intuito de obter votos do eleitorado local,
consoante a leitura do trecho colacionado abaixo (fl. 3544):
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2Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais
grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nO7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art.
75 deste Código.(Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984)
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5 infrações; 1/2, para 6 infrações; e 2/3, para 7 ou mais infrações. (STJ - HC:
265385 SP 2013/0052034-2, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, Data de Julgamento: 08/04/2014, T6 - SEXTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 24/04/2014)
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referidos medicamentos eram para ajudar o povo, pois a Prefeitura não dava mais
remédios (... ) A própria denunciada Silvia Virgínia, embora tenha negado a prática do
crime de corrupção eleitoral, conflrmou em seu interrogatório prestado às fls.
1.057/1.059 que citados medicamentos estavam em sua casa no período eleitoral em
razão de atividades fllantrópicas que eram realizadas pela mesma, evidenciando ainda
mais a distribuição desses medicamentosjustamento no período eleitoral (... )'.
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r
embasaram a convicção pela configuração do delito, não havendo que se falar em omissão no
presente caso".
3 Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fIm específIco de cometer crimes: (Redação dada
pela Lei nO 12.850, de 2013) (Vigência)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei n° 12.850, de 2013) (Vigência)
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação
de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei n° 12.850, de 2013) (Vigência)
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Por ftm, alega a embargante que houve omissão no acórdão sobre matéria
constitucional, pois houve obtenção ilícita das provas apreendidas na residência do então
Prefeito Municipal de Trairi, por suposta ofensa à competência originária desta egrégia Corte.
Entretanto, tal alegativa não merece tampouco prosperar, senão vejamos.
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe
vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige
iniciativa da parte.
4Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas hipóteses previstas no Código de Processo Civil. (...)
5Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou
eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício
ou a requerimento; III - corrigir erro material. (...)
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Desse modo, foi esse o entendimento deste Egrégio Tribunal nos julgados
transcritos a seguir:
* * *
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ELEITORAL. OMISSÃO.
CONTRADIÇÃO. OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA. ACÓRDÃO
MANTIDO. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Não verificada a ocorrência de
obscuridade, contradição ou omissão no Acórdão embargado, devem ser
rejeitados os Embargos de Declaração. 2. A decisão colegiada, que analisa
com integridade e precisão as alegações apresentadas por ocasião do recurso
interposto, não comporta o oferecimento dos mesmos questionamentos. 3.
Não existindo as hipóteses do art. 275, do Código Eleitoral, descabe a
pretensão de prequestionamento. Precedente do TSE - Embargos de
Declaração em Recurso Especial Eleitoral nO35589. 4. Embargos rejeitados.
(TRE-CE - RE: 5752 CE, Relator: REGINALDO CASTELO BRANCO
ANDRADE, Data de Julgamento: 18/04/2016, Data de Publicação: DJE -
Diário de Justiça Eletrônico, Tomo 72, Data 20/04/2016, Página 6).
* * *
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ELEITORAL. ART. 1°,
INCISO I, ALÍNEA "G" DA LC 64/1990. OMISSÃO. OBSCURIDADE.
CONTRADIÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. REDISCUSSÃO DO
mLGADO. IMPOSSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO.
IMPRESTABILIDADE. NÃO PROVIMENTO. 1. Ausentes os vícios de erro
material, obscuridade, contradição ou omissão apontados pelo embargante,
impõe-se a rejeição dos embargos de declaração, pois não se prestam à
rediscussão do julgado. 2. Não se admitem embargos de declaração com a
finalidade de prequestionamento, quando não existem vícios na decisão
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(i) omissão quanto à aferição do elemento subjetivo do tipo penal do art. 299
do Código Eleitoral, posto que não houve a comprovação, de forma clara e
inconteste, do dolo específico do crime de corrupção eleitoral, nem a
comprovação da identidade does) suposto( s) eleitor( es) beneficiado( s);
(ii) omissão sobre o crime de formação de quadrilha, posto que não há provas
de que a ré teria se associado aos recorrentes de forma estável, com fins de
praticar crimes de corrupção eleitoral; e
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Portanto, da análise das provas acostadas nos autos, restou comprovado o dolo
específico da embargante ao entregar vantagem ao Sr. CLAUDIANO GADELHA, no valor
de R$ 1.000,00 (mil reais), para que a esposa deste pudesse realizar uma cirurgia, tudo com o
fim de obter o voto do beneficiário.
Ademais, a alegação de que tal valor foi dado a título de empréstimo não
desfigura o crime de corrupção eleitoral, posto que o oferecimento ou a promessa de qualquer
vantagem, com o intuito de obter votos ou abstenção, configura a prática do referido delito.
Nesse sentido, destaco trechos do voto do ilustre Relator, Dr. José Vidal Silva
Neto, o qual repousa à fi. 3526:
"Com efeito, referida acusada era o braço direito na campanha eleitoral e foi
co-autora de Sílvia Vírgina e Francisco Magno, em conduta de corrupção
eleitoral consistente na entrega de R$ 1.000,00 (mil) reais, metade enviada por
Sílvia Virgínia, a outra por Francisco Magno, destinada a Claudiano Gadelha,
para a realização de uma cirurgia na esposa deste, Daniela Maria, com claro
fins eleitorais.
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Ao ser indagada por Sílvia Virgínia se tinha ido deixar o dinheiro para a
operação da mulher do Gadelha, Elis Regina confirmou que entregou o
dinheiro nas mãos de Claudiano Gadelha. Além do mais, Elis Regina prossegue
dizendo que esclareceu a Gadelha que o valor tinha sido dado por Virgínia e
por Magno, meio a meio, ao que Gadelha respondeu 'Ali é gente' e Elis Regina
completou 'ali é gente que merece um voto'.
Desse modo, da análise das provas presentes nos autos, percebe-se que há
nos autos um eleitor identificável, qual seja, Sr. CLAUDIANO GADELHA, beneficiário da
quantia de R$ 1.000,00 (mil reais), obtido para realização da cirurgia de sua esposa.
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desconexa a alegação levantada nesse ponto, não havendo que se falar, portanto, em omissão
ou obscuridade no acórdão embargado.
"Elis Regina não foi uma personagem episódica que teria colaborado com um
único crime eleitoral.
Sua adesão à quadrilha era clara, à medida que, conjuntamente com Magno,
Virgínia e Gorete, trabalhou intensamente na campanha, pedindo votos e
prestando favores a eleitores de forma lícita ou ilícita, sendo que existe prova
inequívoca de que foi a principal executora de dois crimes de corrupção
eleitoral, o financiamento de cirurgia da esposa de Claudiano, e a compra de
óculos de Zé Raimundo, com modus operandi similar, do que se infere que em
conluio com os demais integrantes da quadrilha, agia sistematicamente em
benefício dos candidatos do bando, oferecendo e entregando dinheiro a
potenciais eleitores em troca de seus votos.
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sr afastadas ao caso as causas de aumento de pena. Todavia, tal alegativa tampouco merece
prosperar.
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e que tenha havido alguma contradição, obscuridade ou omissão no mesmo, a fim de que se
possa utilizar os presentes embargos de declaração para fins de prequestionamento.
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Tais provas, ainda que não repercutam na solitária condenação por corrupção
eleitoral, não recorrida pela acusação, fundamentam suficientemente a
apenação pelo crime de quadrilha, em que a recorrente se associou
permanentemente com os demais acusados, sobretudo Francisco Magno, Sílvia
Virgínia e Elis Regina, para o cometimento de um número indeterminado de
crimes eleitorais, valendo-se, para tanto, do desvio de medicamentos adquiridos
pela Prefeitura, para distribuição seletiva entre os potenciais eleitores".
Ainda que não tenha ocorrido a condenação da recorrente por todos os crimes
de corrupção eleitoral cujos indícios se encontram presentes nos autos, tais
delitos são relevantes para a comprovação do envolvimento da recorrente no
crime de quadrilha. Sua condenação pela prática de um único delito não exclui
a comprovação de sua participação ativa nas atividades criminosas
desenvolvidas pela quadrilha formada pelos réus".
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"O fato de o recorrente ter sido condenado por um único crime de corrupção
eleitoral não impede que tenha subjetivamente fomentado, na condição de
principal beneficiário, a organização de uma verdadeira empresa de atos
sucessivos de corrupção eleitoral, e que sua pena haja de ser devidamente
exasperada pelo engajamento numa linha de produção de votos aliciados pela
quadrilha.
Da leitura do voto do ilustre Relator, Dr. José Vidal Silva Neto, houve
expressa manifestação sobre o assunto, senão vejamos (fi. 3551):
"Não importa que um só crime tenha eclodido, a reprovação é maior para quem
mais usufrui com a empreitada delituosa. Esta única circunstância judicial já
permitiria a elevação inferior a um ano, de meses, por tanto, na primeira fase da
dosimetria.
(...)
Por fim, quanto à propositura dos presentes embargos de declaração para fins
de prequestionamento, é necessário que as partes tenham se pronunciado sobre a questão
31
tF'_.
objeto de prequestionamento, a qual este Tribunal não tenha apreciado ao proferir o acórdão,
e que tenha havido alguma contradição, obscuridade ou omissão no mesmo, a fim de que se
possa utilizar os presentes embargos de declaração para fins de prequestionamento.
DISPOSITIVO
Ante o exposto, em consonância com o parecer da douta Procuradoria
Regional Eleitoral desta egrégia Corte, conheço dos presentes recursos de Embargos de
Declaração, opostos por SÍLVIA VIRGÍNIA VIANA AGUIAR, ELIS REGINA VITAL,
MARIA GORETE SOUTO PINTO e FRANCISCO MAGNO MAGALHÃES, mas para
negar-lhes provimento.
É como voto.
Fortaleza-CE, 09 de~. C)
CÁSSIO FELIPE GOES PACHECO
Juiz Relator
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Poder Judiciário
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EXTRATO DA ATA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO CRIMINAL N° 177-70.2012.6.06.0097
RELATOR(A): CÁSSIO FELIPE GOES PACHECO
PROTOCOLO 39.043/2017
ORIGEM: TRAIRI-CE
EMBARGANTE(S): SILVIA VIRGINIA VIANA AGUIAR
ADVOGADO(S): TIAGO AGUIAR ABREU PORTELA BARROSO - OAB: 21.009/CE
EMBARGADO: PROMOTOR ELEITORAL
PROTOCOLO 39.044/2017
ORIGEM: TRAIRI-CE
EMBARGANTE(S): ELlS REGINA VITAL
ADVOGADA(S): DENIZE VITAL - OAB: 26.908/CE
EMBARGADO: PROMOTOR ELEITORAL
PROTOCOLO 39.096/2017
ORIGEM: TRAIRI-CE
EMBARGANTE(S): MARIA GORETE SOUTO PINTO
ADVOGADOS(S): PAULO NAPOLEÃO GONÇALVES QUEZADO - OAB: CE 3.183/CE
ADVOGADA(S): JANINE ADEODATO ACCIOLY - OAB: CE 12.376/CE
EMBARGADO: PROMOTOR ELEITORAL
PROTOCOLO 39.097/2017
ORIGEM: TRAIRI-CE
EMBARGANTE(S): FRANCISCO MAGNO MAGALHÃES
ADVOGADOS(S): PAULO NAPOLEÃO GONÇALVES QUEZADO - OAB: CE 3.183/CE
ADVOGADA(S): JANINE ADEODATO ACCIOLY - OAB: CE 12.376/CE
EMBARGADO(S): PROMOTOR ELEITORAL
CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO
Certifico que o acórdão de fIes). foi
publicado no Diário da Justiça Eletrônico do
TRE/CE n° 50 , pág(s). 0]- /10 em
t5 /03 /~.
TRE/CE. J'Ô> I ~o~
Chefe da SETAO.
Mat.11651