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Breve relato de uma Copa do Mundo em plena crise nacional

Engraçado, a Copa deste ano não foi saudada com bandeiras e ruas pintadas, nem
tampouco efusivas discussões sobre os melhores times, ainda que o Brasil tenha
conseguido a classificação num tom de “ressurgimento das cinzas” com a mudança de
técnico. De todo modo, os jogos acontecem e as expectativas não se realizam assim como
esperado, ou pelo menos não como em outras copas. Certamente muito disso passa pela
crise – política, econômica, social, de identidades etc...tantas crises que já não cabem
numa descrição – que afeta todo e qualquer horizontes, mesmo o mais otimista do
brasileiro. Ano de eleições. Candidato preso, pressão da direita liberal, ótimas
perspectivas para a extrema-direita, enfim..cenário desolador. No meio, disso, querem
nos fazer lembrar do futebol e do amor à pátria. Daí o caráter meio deslocado destes
gritos de gol. Não que não haja torcida. Seguramente há e bastante. Afinal, jogos são
mesmo a suspensão de nosso tempo produtivo e a formação de uma identidade
minimamente comum entre todos nós. Alguma coisa, ainda que tênue, nos une por um
par de horas e os gols são comemorados com o amigo coxinha ou mortadela que está ao
seu lado. Um pouco de paz psíquica no meio deste inferno de palavras e gestos que se
tornou o Brasil. Ou sempre o foi?

Uma defesa de um político, um ataque a outro, uma crítica, uma prisão, uma
vocabulário, tudo denuncia sua posição política e incrementa ainda mais a crise, o embate
a acontecer. Li recentemente sobre a situação na Polonia. Dois partidos em disputa, em
disputa na rua e a situação iminente e uma guerra civil. Como ainda não terminamos
nisso? Também nao sei. Faltou pouco. Fato é que com a copa as coisas mudam de fato.
Alguma coisa se restitui como horizonte comum – torcer pelo brasil –e isso traz uma certa
paz psíquica coletiva. O deslocamento devem vir, igualmente, da consciência de que isso
dura tao pouco. Anos de eleições como disse acima. Com toda a certeza do mundo estas
serão uma das mais, senão a mais, disputa em termos de violência verbal, físicas, psíquica.
Sofri um bocado em 2014, confesso. Lembro de dias na biblioteca da PUC e as acaloradas
discussões com os coxinhas psdbistas. Repetiremos isso novamente? Eu to fora. Não
tenho estrutura para outro enfretamento destes.

Ora, explicação para eu ser um cético na copa? Talvez. Externamente julgo o time
pelas figuras dos seus astros e super-stars bem como a falta de um adversário a altura
para enfrentamento. Internamente, devo querer que tudo o mais se exploda e a confusão
volte a reinar em nosso país. Sádico? Pode-se dizer que sim. Quero que os outros sofram o
que sofri em 2014? Talvez. De todo modo, vejamos como se sai a seleção amanhã em jogo
decisivo.

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