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Nº 1.0145.15.

019370-7/001
AGRAVO DE INSTRUMENTO-CV 16ª CÂMARA CÍVEL
Nº 1.0145.15.019370-7/001 JUIZ DE FORA
AGRAVANTE(S) JOSÉ GERALDO CHAVES
AGRAVADO(A)(S) CENTRO EMPRESARIAL MONTE
SINAI LTDA

DECISÃO

Vistos.

José Geraldo Chaves, qualificado nos autos, interpõe Agravo


de Instrumento, com pedido de concessão de tutela de urgência em
grau recursal, em face de decisão (reproduzida às f. 69-TJ e verso),
que, nos autos da Ação de Cobrança que lhe move o Centro
Empresarial Monte Sinai Ltda., não reconheceu a prescrição da
pretensão.
Inconformado, o Agravante afirma que a pretensão do
Agravado é o recebimento de juros do contrato de financiamento,
razão pela qual aplicável a prescrição trienal prevista no art. 206,
§3º, III do Código Civil. Assim, pugna pelo deferimento do efeito
suspensivo e, ao final, pelo provimento do recurso, com a
consequente extinção do feito com resolução do mérito, em
decorrência da prescrição.
É o Relatório.
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do
recurso.
Para o deferimento da tutela de urgência, exige-se a
satisfação de três requisitos: pedido expresso, probabilidade de
êxito e perigo de grave dano ou de difícil reparação (art. 995,
parágrafo único c/c 1.019, I, do CPC/15).
DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES comenta a regra:

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O efeito suspensivo caberá sempre que a decisão
impugnada tiver conteúdo positivado, ou seja, ser
uma decisão que concede, acolhe, defere alguma
espécie de tutela. Nesse caso, a decisão positiva
gera efeitos práticos, sendo permitido ao
agravante pedir que tais efeitos sejam suspenso
até o julgamento do agravo de instrumento.
Tratando-se de efeito suspensivo ope judicis
(impróprio), não basta o mero pedido do
agravante, sendo indispensável o preenchimento
dos requisitos previstos pelo art. 995, parágrafo
único do Novo CPC: probabilidade de provimento
do recurso, ou seja, a aparência de razão do
agravante, e o perigo de risco de dano grave, de
difícil ou impossível reparação, demonstrada
sempre que o agravante convencer o relator de
que a espera do julgamento do agravo de
instrumento poderá gerar o perecimento de seu
direito. (Novo código de processo civil comentado.
Salvador: Juspodivm, 2016. p. 1.072)

Entendo ausente o requisito da plausibilidade da tese


invocada.
É que a prescrição regulada pelo art. 206, §3º, III do Código
Civil restringe-se ao recebimento de juros quando, na lição de
YUSSEF SAHID CAHALI, representarem prestações “decorrentes
de convenção que se desdobram do capital, formando obrigações
autônomas” (“Prescrição e Decadência”. São Paulo: RT, 2008, p.
162).
É o caso, portanto, da cobrança de juros sobre capital
investido em aplicações financeiras. “Não assim, entretanto, quando
o contrato impôs ao devedor o pagamento do principal e juros,
sendo que estes não podiam ser exigidos separadamente do
principal” (ob. cit., p. 162).
Contudo, a dinâmica da relação contratual entre as partes
(descrita às f. 10-TJ) revela o rateio dos juros do financiamento
imobiliário aos adquirentes das unidades autônomas.

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Cuida-se, portanto, de pretensão de cumprimento do contrato
que, salvo melhor juízo, veicula direito pessoal, submetido ao prazo
geral.
Assim, indefiro o pedido de concessão de efeito suspensivo.
Intime-se a parte contrária, na forma legal, para responder ao
recurso.
Oficie-se ao MM. Juízo de origem, com urgência, para que
tome ciência desta decisão.
Publique-se, intime-se.

Belo Horizonte, 02 de agosto de 2016.

DES. JOSÉ MARCOS RODRIGUES VIEIRA


Relator

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