José de Anchieta
Por Carlos Eduardo Varella Pinheiro Motta
Doutorado em Letras Literatura e Língua Portuguesa (PUCRio, 2013)
Mestrado em Linguística, Letras e Artes (PUCRio, 2008)
Graduação em Jornalismo (PUCRio, 2001)
José de Anchieta nasceu em Tenerife, uma das Ilhas Canárias, em 1534. Filho dos
nobres João Lopez de Anchieta e Mência Dias de Clavijo y Lerena, esta descendente dos
conquistadores de Tenerife. Sendo alfabetizado em casa, ingressa depois na escola dos
dominicanos. Na adolescência, mais precisamente aos 14 anos, viaja a Coimbra em
companhia de seu irmão mais velho, matriculandose no curso de Humanidades e
Filosofia Real Colégio das Artes. Passados dois anos, candidatase ao Colégio da
Companhia de Jesus e, no ano seguinte, é aceito como noviço.
Em 1553, com 19 anos, vem ao Brasil em missão jesuítica pela catequese dos nativos
chefiada pelo Padre Luís de Grã, integrando a frota do governadorgeral Duarte da
Costa. A ação catequética, com a meta de catequizar os índios Carijós, abarca de São
Vicente aos campos de Piratininga. Na companhia do condiscípulo Manuel de Nóbrega,
desbrava a Serra do Mar, em direção ao Planalto, se instalando em Piratininga, onde
funda o Colégio Jesuíta.
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201863 José de Anchieta Biografia do escritor InfoEscola
Pintura do Padre José de Anchieta.
No início do próximo ano, em 24 de janeiro de 1554, dia da conversão do Apóstolo
Paulo, Anchieta celebra uma missa em memória do santo, o que é considerado como o
marco inicial da fundação da cidade de São Paulo, dado o povoado que logo depois se
instala.
Em 1555, período das invasões francesas, integra a luta para expulsão dos inimigos,
que, no mesmo ano, invadiram o Rio de Janeiro, conquistando o apoio dos índios
tamoios. Posteriormente, Anchieta teria um papel destacado no acordo com a tribo,
integrando a missão de paz que parte de São Vicente em 1563. Quatro anos depois, em
18 de janeiro de 1567, os franceses são expulsos do Brasil.
Com 43 anos, sendo 24 passados no Brasil, Anchieta é designado como Provincial, o
posto mais alto da Companhia no Brasil, com o objetivo de administrar os Colégios
Jesuítas de todo país. Em suas viagens, que passam a ser constantes, viaja para várias
cidades, entre elas Santos, Rio de Janeiro, Santos e Olinda.
José de Anchieta aprendeu a língua tupi, o que mais tarde lhe permitiu escrever a
Gramática tupi, que seria usada em todas as missões dos jesuítas.
Entre suas obras, destacamse, destacamse as Poesias redigidas em português,
castelhano, latim e tupi. Os poemas envolvem tanto temas religiosos como sociais e
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humanitários, advindos da experiência de décadas com a população indígena. Entre
esses escritos, o mais célebre é o Beata Virgine, poema dedicado à Virgem. Em 1954,
na comemoração do IV centenário da cidade, os poemas de Anchieta são traduzidos e
transcritos pela pesquisadora Maria de Lourdes de Paula Martins, sendo posteriormente
editados e publicados. Além das poesias, destacase também a obra em prosa, presente
nas Cartas Jesuíticas.
Em 1597, aos 63 anos e já doente, o padre dirigese a Reritiba (atual Anchieta), aldeia
que fundara no Espírito Santo, onde passa seus últimos dias. Seu falecimento viria a
ocorrer no dia 9 de junho do mesmo.
José de Anchieta passou à História da Colônia como exemplo de vida espiritual notável,
dadas as condições adversas em que foram exercidas, destacandose pelo zelo religioso
e a sensibilidade humana. Em 3 de abril 2014, foi canonizado pelo Papa Francisco.
Referências:
BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2001.
EBIOFRAFIA. Biografia de José de Anchieta. https://www.ebiografia.com/jose_anchieta/
https://www.infoescola.com/biografias/josedeanchieta/ 3/3