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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO – UFRPE

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
HISTÓRIA DA AMÉRICA II

NATHÁLIA NIÉDJA DA COSTA BARBOSA

A REVOLUÇÃO CUBANA SINTESE HITÓRICA E ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO


AFRO-CUBANA

Recife, julho de 2018


REVOLUÇÃO CUBANA SINTESE HITÓRICA E ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO
AFRO-CUBANA
Nathália Niédja da Costa Barbosa1

Introdução
Para que seja possível compreender a Revolução Cubana e os fatores que a auxiliaram
é necessário ter em mente que o período em que está situada é marcado por alguns motivadores:
Governo ditatorial de Fulgencio Batista, que era corrupto e abria as portas do país para que os
norte-americanos o utilizassem como um parque de diversões; A desigualdade econômica e
início da falta de bens de consumo; Grande dependência econômica de países estrangeiros,
principalmente dos Estados Unidos.
O presente texto apresenta a Revolução, suas origens, consequências imediatas e
principalmente a importância da participação dos afro-cubanos durante todo o processo de luta,
desde a independência até o período revolucionário. Os maiores fios condutores para a
construção deste são as obras “A revolução Cubana” de Luis Fernando Ayerbe e “Cuba: uma
nova história” de Richard Gott.
Sabendo que a história da Revolução Cubana está repleta de variantes e diferentes
pontos de vista a respeito de um mesmo fato, buscando uma outra visão de todo o processo
revolucionário, fugindo do “lugar-comum” e observando como houve uma negligência em
relação aos que auxiliaram na construção do país e no processo revolucionário, advém o maior
enfoque exatamente para os avanços revolucionários e sua relação com a sociedade cubana,
através da participação dos afro-cubanos. Importante também sinalizar, já de início, que, por
mais difícil que pareça, pouca será a abordagem sobre o domínio estadunidense na ilha.

Revolução Cubana, uma síntese.


A história de Cuba pode ser facilmente dividida em três etapas: O período colonial (de
1510 até 1898), em seguida da independência o período de controle dos Estados Unidos que foi
finalizado com a Revolução Cubana de 1959.
Para que seja mais fácil compreender o contexto revolucionário deve-se remontar ao
processo independentista. Cuba, foi a última colônia a se libertar do domínio espanhol, através
de três guerras de independência, a primeira de 1868 a 1878 (Guerra dos Dez Anos), a segunda

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Graduanda em Licenciatura Plena em História - UFRPE, nathrec@gmail.com,
de 1879 a 1880 (Guerra Chiquita) e a terceira, que resultou no reconhecimento da
independência da ilha pela Espanha, de 1895 a 1898.
A revolução de 1959 tem profundas raízes na trajetória histórica nacional, com
antecedentes que remontam ao período independentista. Cuba foi a última
colônia da América Latina a libertar-se da Espanha, em 1898, num processo
que se alongou por um período de trinta anos. (AYERBE, 2004, P. 21)
É interessante observar que Ayerbe considera apenas os dois maiores conflitos de
independência como importantes, ao contrário de Gott que inclui a Guerra Chica como etapa
crucial para o processo de independência.
Após alguns anos de independência e frágil democracia no país, mais especificamente
em 1952, ocorreu o golpe de estado, coordenado por Fulgencio Batista, que sem muito esforço
tomou o poder do presidente Prio Socarras e instalou uma ditatura militar. Batista já havia sido
presidente eleito por voto popular de 1940 a 1944 e estava com os Aliados, na Segunda Guerra
Mundial
Diante desta tomada de poder, um grupo de jovens anteriormente ligado ao Partido do
Povo Cubano, se organizou militarmente e liderados por Fidel Castro tentaram em 26 de julho
de 1953 tomar o Quartel de Moncada, em Santiago de Cuba e o Quartel Carlos Manuel de
Céspedes, em Bayamo. O governo militar realizou uma ação repressora e prendeu tanto os
irmãos Castro, como outros guerrilheiros. Porém em 1955 estes receberam anistia de na
clandestinidade Fidel Castro fundou o M-26/07 (Movimento 20 de julho), uma organização que
objetivava, seguindo ideais de José Marti, retirar Batista no poder e realizar mudanças anti-
imperialistas.
Exilado no México, Fidel Castro conhece o argentino Ernesto Guevara, que entra nas
linhas de guerrilha como médico, mas acaba por se tornar seu braço direito, e ainda que sem
muito sucesso seu ministro da fazenda. Após preparar um grupo guerrilheiro para voltar a Cuba
e dar início a uma nova luta armada, partem para a ilha em um barco de transporte de turistas,
o Granma, com capacidade para 25 pessoas, 82 homens. Sua chegada prevista para o dia 02 de
dezembro de 1956 só acontece três dias depois e são atacados, no desembarque pelas tropas do
governo. Apenas 12 sobrevivem, dispersos em pequenos grupos se reencontram em Sierra
Maestra e preparam outro ataque, em junho de 1957 Fidel publica o Manifesto da Sierra
Maestra.
Em abril de 1958 uma prevista greve geral fracassa e Batista usa disto para atacar a
guerrilha, porém após 75 dias de ofensiva o exército é obrigado a recuar devido o alto número
de baixas sofridas. E neste furor do início da vitória dos revolucionários é assinado na capital
da Venezuela o Pacto de Caracas que expunha as prioridades da conquista Cubana.
Primeiro: Estratégia comum de luta para derrocar a tirania mediante a
insurreição armada. Segundo: Conduzir o país, após a queda do tirano, por um
governo provisório, à sua normalidade, encaminhando-o pelo procedimento
constitucional e democrático. Terceiro: Programa mínimo de governo que
garanta o castigo dos culpados, os direitos dos trabalhadores, a ordem, a paz,
a liberdade, o cumprimento dos compromissos internacionais e o progresso
econômico, social e institucional do povo cubano. (Castro, 1976, p.124. In:
AYERBE, 2004, p.36)
Em agosto tem início a ofensiva final, com uma marcha militar em direção a Havana,
com ações de boicote as eleições presidenciais, início da realização de reforma agrária e
erradicação do analfabetismo. Em 31 de dezembro de 1958, Batista deixa a ilha e por fim as
forças revolucionárias conquistam o poder.

Os Afro-Cubanos
Com uma economia canavieira e a mão-de-obra baseada no trabalho escravo, Cuba
recebeu milhões de africanos, para serem escravizados em suas plantações. De forma que em
1820 a população da ilha já era majoritariamente composta por “pessoas de cor”, fossem elas
negras ou mulatas. Vale salientar também que em 1763, uma reforma militar permitiu que
homens negros e mulatos livres compusessem as fileiras do exército, ainda que sob uma forte
onda de preconceitos.
Beneficiado por esta reforma Antonio Maceo, homem negro e livre, se alista no exército
e vem a ser um dos mais importantes generais no processo de independência cubano.
Considerado radical, associava a libertação do domínio espanhol com a libertação dos povos
escravizados, conferindo a guerra iniciada em 1868 um caráter abolicionista. Este conflito foi
crucial para fazer com que a Espanha instituísse a Lei Moret, em 1880, que determinava 1886
como prazo máximo para o fim da escravidão. Participa também da expulsão do exército
espanhol, ocupando boa parte das áreas rurais do país.
Porém, ainda que livres e independentes não havia igualdade de direitos. O primeiro
governo cubano, de Estrada Palma, seguiu não reparando as questões sociais das pessoas com
ascendência africana. Em verdade realizou uma política de embranquecimento, subsidiando a
imigração de milhares de espanhóis e reprimindo as religiões de matrizes africanas, alegando
que estas seriam nada mais que “feitiçaria”.
Como uma forma de confrontar uma série de desmandes políticos que objetivavam uma
limpeza racial no país, foi criado o Partido Independente de Cor (PIC). Considerado o primeiro
partido político organizado por negros na América, mas que foi atacado por alguns defensores
de uma raça pura, que alegavam ser, a formação do partido, uma conspiração negra contra a
nação. Tais alegações geraram uma desumanização e uma chacina sistemática dos afro-cubanos
que buscavam nada além do que lhes era direito. Esta forma de opressão fez com que muitos
descendentes africanos se afastassem da política. Os poucos que ainda decidiam pela luta
acabavam sendo acolhidos pelo Partido Comunista Cubano.
Quando Fulgêncio Batista chegou ao poder, como ditador, detinha o apoio de muitos
afro-cubanos, uma vez que era mulato, oriundo de classe mais baixa, acabava por ser
desdenhado e ridicularizado pela elite. Participava abertamente da Santeria e deu apoio as
cerimônias do culto ñáñigo. Iniciada a Revolução Cubana “Che” Guevara afirmava que o
primeiro grupo de guerrilheiros, que aportou com o Granma, era oriundo das camadas mais
privilegiadas da sociedade. Sem contar que não havia programa político, do M-26/07 voltado
especificamente para a população negra. (GOTT, 2006, p.199-200).
Após a vitória dos revoltosos em 1959, ocorreu o que ficou conhecido por “Incidente
Tarará”, quando um dos guarda costas de Guevara foi impedido de entrar em um clube
destinado a pessoas brancas. Fidel Castro observou a necessidade de construir uma aliança mais
intensa com a população negra, usando-os como uma arma tática. Realizou a Proclamação
contra a Discriminação, em que convocou uma campanha contra a discriminação racial e fechou
ou liberou para todos os locais antes destinados apenas para brancos, mas do mesmo modo
tomou medidas para restringir o alcance das sociedades negras. Não que tenham deixado de
existir, mas as suas atividades começaram a ser financiadas, controladas e organizadas pelo
governo, para que não servissem de “concorrência” aos ideais de igualdade já proclamados pelo
movimento.
As sociedades negras em Cuba são associações muito pobres.
Tradicionalmente, tem sido a política do governo cubano bajular os negros,
dando-lhes contribuições para o estabelecimento de organizações negras. Eu
sempre me opus a essa política porque ela ataca efeitos e não a causa.
(BETANCOURT,1961, p.272)

Após toda esta estruturação e análise é possível perceber que um dos maiores desafios
da Revolução Cubana foi conseguir lidar com as desigualdades sociais que estavam atreladas
as desigualdades raciais. Uma vez que o combate ao racismo não é suficiente, é preciso que
ocorra uma luta para que seja eliminado qualquer tipo de hierarquia social.

Referências
AYERBE, Luiz. A emergência no processo revolucionário. In: A Revolução Cubana. São
Paulo, UNESP, 2004
GOTT, Richard. A Revolução de Castro toma forma. In: Cuba: uma nova história. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.
BETANCOURT, Juan. Castro and the Cuban Negro. Crisis Magazine, n. 583, p. 270-272,
1961. Disponível em: <http://afrocubaweb.com/castro-cuban-negro.pdf>. Acesso em: 27 jul.
2018.
HELG, ALINE. Os afro-cubanos, protagonistas silenciados da história cubana. Revista de
Estudos e Pesquisas sobre as Américas, v. 8, n. 1, p. 29-51, 2014. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.21057/repam.v8i1.11447>. Acesso em: 27 jul. 2018.

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