Para que você conheça com detalhes cada um Se conseguirmos completar a frase “ELE É”, a
dos tipos textuais citados, o sítio de Português palavra será com “S”.
preparou uma seção sobre tipologia textual.
Nela você encontrará vários artigos que têm Ex: Ele é cortês. Ele é burguês. Ele é francês.
como objetivo discutir as características que
Palavras que se escrevem com “EZ”
compõem a narração, a dissertação, a
descrição, a injunção e a exposição, bem como altivez, embriaguez, estupidez, intrepidez,
apresentar as diferenças entre tipos e gêneros palidez, morbidez, pequenez, talvez, vez,
textuais. Esperamos que você aproveite o viuvez, sisudez, rigidez, surdez, maciez.
conteúdo disponibilizado e, principalmente,
desejamos que todas as informações aqui Palavras que se escrevem com “OSO”,
encontradas possam transformar-se em “OSA”
conhecimento.
audacioso, brioso, cauteloso, delicioso, formoso,
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA gostoso, perigoso, pomposo, teimoso, valioso
etc
OFICIAL.
Palavras que se escrevem com “ISAR”
A ortografia oficial de uma língua é o conjunto
de regras e padrões que definem a forma alisar, analisar, bisar, paralisar, pesquisar, pisar
correta de escrita das palavras (emprego das etc.
letras), bem como o uso correto dos sinais de
acentuação, emprego do sinal indicativo de Para que estes vocábulos se escrevam com “S”,
crase e dos sinais de pontuação. As regras é necessário que no próprio radical já haja a
ortográficas têm como base características letra “S”.
etimológicas e fonológicas da língua portuguesa,
Ex.: AVISAR-AVISO, ANALISAR-ANÁLISE,
encontrando-se convencionadas em acordos
BISAR-BIS, PARALISAR-PARALISIA, CATÁLISE-
ortográficos.
CATALISADOR-CATALISANTE, PORTUGUÊS-
Emprego das letras PORTUGUESINHO, CASA-CASEBRE..
Palavras que se escrevem com “ESA” Palavras que se escrevem com “IZAR”
(formador de verbos) “IZAÇÃO” (formador
burguesa, chinesa, despesa, escocesa, francesa, de substantivos).
inglesa, japonesa, holandesa, mesa, pequinesa,
portuguesa etc. amenizar, avalizar, catequizar, desmobilizar,
despersonalizar, esterilizar, estigmatizar,
Se conseguirmos completar a frase “ELA É”, a finalizar, generalizar, harmonizar, poetizar,
palavra será sempre com “S”. Ex. Ela é profetizar, racionalizar, sensacionalizar, civilizar,
chinesa. Ela é pequinesa. civilização; humanizar, humanização; colonizar,
colonização; realizar, realização.
Palavras que se escrevem com “EZA”.
Obs. Não confunda com os casos em que se
alteza, avareza, beleza, crueza, fineza, firmeza,
acrescenta o sufixo -ar a palavras que já
lerdeza, proeza, pureza, singeleza, tristeza,
apresentam S: analisar, pesquisar, avisar.
rijeza etc.
Apesar de CATEQUIZAR se derivar de
Palavras que se escrevem com “ÊS”
CATEQUESE, aquele termo se escreve com Z e
burguês, chinês, cortês, escocês, francês, este, com S.
inglês, irlandês, montanhês, pedrês, português
As palavras POETIZAR e PROFETIZAR não se
etc.
derivam de POETISA e PROFETISA, mas sim de
5
POETA e PROFETA. Por isso as primeiras se deslize, falaz, fezes, fugaz, gazeta, giz, gozar,
escrevem com Z e as últimas, com S. hipnotizar, tez, algazarra, foz, prazerosamente,
ojeriza, perspicaz, proeza, desprezar, vazar,
Palavras que se escrevem com “S” revezar, xadrez, azia, aziago, talvez, cuscuz,
coalizão, assaz, bissetriz.
A letra S representa o fonema /z/ quando é
intervocálica: asa, mesa, riso. Palavras que se escrevem com “X”
interior de um texto; garantindo unidade entre entanto, não obstante.O período reescrito de
as diversas partes que o compõe. Essa relação, forma adequada, fica assim:A escola possui um
esse entrelaçamento de elementos no texto excelente time de futebol, mas até hoje não
recebe o nome de Coesão Textual. conseguiu vencer o campeonato….,porém até
hoje não conseguiu vencer o campeonato.
Há, portanto, coesão, quando seus vários
elementos estão articulados entre si, …,contudo até hoje não conseguiu vencer o
estabelecendo unidade em cada uma das campeonato.
partes, ou seja, entre os períodos e entre os
parágrafos. …,todavia até hoje não conseguiu vencer o
campeonato.
Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos
ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar …,entretanto até hoje não conseguiu vencer o
as várias relações de sentido entre os campeonato.
enunciados. Veja um exemplo de um texto
…, no entanto até hoje não conseguiu vencer o
coeso:
campeonato.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse
…, não obstante até hoje não conseguiu vencer
neste domingo que o Brasil não vai atender ao
o campeonato.
governo interino de Honduras, que deu prazo de
dez dias para uma definição sobre a situação do A palavra texto provém do latim”textum”, que
presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na significa tecido, entrelaçamento. Expondo de
embaixada brasileira desde que retornou a forma prática, podemos dizer que texto é um
Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o entrelaçamento de enunciados oracionais e não
governo de Micheletti ameaça retirar a oracionais organizados de acordo com a lógica
imunidade diplomática da embaixada brasileira do autor.
no país, segundo informou comunicado da
chancelaria hondurenha divulgado na noite de Há de se convir que um texto também deve ser
sábado, em Tegucigalpa”. claro, estando essa qualidade relacionada
diretamente aos elementos coesivos (ligação
(Jornal O Globo – 27/09/2009) entre as partes).
a) Anáfora: expressão que retoma uma ideia elemento(s) do texto, ou até mesmo de uma
anteriormente expressa. oração inteira.
“Secretária de Educação escreve pichação com Ele comprou um carro. Eu também quero
“x”. Ela justifica a gafe pela pressa”. comprar um.
Observe que o pronome “Ela” retoma uma Ele comprou um carro novo e eu também.
expressão já citada anteriormente – Secretária
de Educação – , portanto trata-se de uma Observe que ocorre uma redefinição, ou seja,
retomada por anáfora.Dica: vale lembrar que a não há identidade entre o item de referência e o
expressão retomada (no exemplo acima item pressuposto. O que existe, na verdade, é
representada pela porção Secretária de uma nova definição nos termos: um, também.
Educação) é, também, chamada, em provas de Comparemos com outro exemplo:
Concurso, de referente ideológico.
Comprei um carro vermelho, mas Pedro preferiu
b) Catáfora: pronome ou expressão nominal um verde.
que antecipa uma expressão presente em
O termo “vermelho” é o adjunto adnominal de
porção posterior do texto. Observe:
carro. Ele é, então, o modificador do
Só queremos isto: a aprovação! substantivo.
No exemplo, o pronome “isto” só pode ser Todavia, esse termo é silenciado e, em seu
recuperado se identificarmos o termo lugar, faz-se presente a porção especificativa
aprovação, que aparece na porção posterior à “verde”. Logo, trata-se de uma redefinição do
estrutura. É, portanto, um exemplo clássico de referente.
catáfora. Vejamos outros:
2) Coesão por elipse: ocorre quando elemento
Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você. do texto é omitido em algum dos contextos em
que deveria ocorrer.
(catáfora ou remissão catafórica) Não viu seu
amigo na festa. -Pedro vai comprar o carro?
“A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela Houve a omissão dos termos Paulo (sujeito) e
levou um tiro no abdome”. comprar o carro (predicado verbal), todavia
essa não prejudicou nem a correção gramatical
(anáfora ou remissão anafórica) nem a clareza do texto. Exemplo clássico de
coesão por elipse.
Três homens e uma mulher tentaram roubar um
Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros no 3) Coesão por Conjunção: estabelece relações
carro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora significativas entre os elementos ou orações do
ou remissão anafórica) texto, através do uso de marcadores formais –
as conjunções. Essas podem exprimir valor
Exófora: a remissão é feita a algum elemento semântico de adição, adversidade, causa,
da situação comunicativa, ou seja, o referente tempo…
está fora da superfície textual.
Perdeu as forças e caiu. (adição)
Mecanismos de coesão: é meio pelo qual
ocorre a coesão em um texto. Os principais são: Perdeu as forças, mas permaneceu firme.
(adversidade)
1) Coesão por substituição: : consiste na
colocação de um item em lugar de outro(s)
9
Todos ouviram um barulho atrás da porta. Tempo futuro: exprime um fato que irá ocorrer
Abriram-na e viram uma coisa em cima da depois do ato da fala.
mesa. Ex.: Daqui a quinze minutos irei para a
academia fazer exercícios.
(coesão resultante de um nome genérico)
Observação: nos exemplos acima, observamos O pretérito (ou passado) subdivide-se em:
que retomar um referente por meio de uma
expressão genérica ou por hiperônimo é um • Pretérito perfeito: indica um fato passado
recurso natural de um texto. totalmente concluído.
Ex.: Ninguém relatou o seu delírio.
Muitos estudantes de concursos ou vestibulares
perguntam se é errado repetir palavras em suas
• Pretérito imperfeito: indica um processo
redações. A resposta é simples: se houver, na
passado não totalmente concluído, revela o fato
repetição, finalidade enfática você não será
em sua duração.
penalizado.
Ex.: Ele conversava muito durante a palestra.
Todavia, a escolha dos recursos coesivos mais
adequados deve ser feita, levando-se em • Pretérito mais-que-perfeito: indica um
consideração a articulação geral do texto e, processo passado anterior a outro também
passado.
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Ex.: “... sempre nos faltara aquele - pode exprimir ideia de dúvida, incerteza.
aproveitamento da vida...” (Mário de Andrade) Ex.: O rapaz que processou o patrão por
racismo, receberá uns trinta mil de
O futuro subdivide-se em: indenização.
• Futuro do presente: indica um fato posterior - pode ser usado com valor de imperativo.
ao momento em que se fala. Ex.: Não levantarás falso testemunho.
Ex.: Não tenho a intenção de esconder nada,
assim que seus pais chegarem contarei o fato • Futuro do pretérito:
ocorrido. - pode ocorrer com valor de presente,
exprimindo polidez ou cerimônia.
• Futuro do pretérito: indica um processo futuro Ex.: Você me faria uma gentileza?
tomado em relação a um fato passado.
Ex.: Ontem você ligou dizendo que viria ao
hospital. Modos verbais
Empregos especiais:
• Modo indicativo: exprime certeza, precisão
• Presente: do falante perante o fato.
- pode ocorrer com valor de perfeito, indicando Ex.: Eu gosto de chocolate.
um processo já ocorrido no passado (presente
histórico). • Modo subjuntivo: exprime atitude de
Ex.: Em 15 de agosto de 1769 nasce Napoleão incerteza, dúvida, imprecisão do falante perante
Bonaparte. (nasce = nasceu) o fato.
Ex.: Espero que você esteja bem.
- pode indicar futuro próximo.
Ex.: Amanhã eu compro o doce pra você. • Modo imperativo: exprime atitude de
(compro = comprarei) ordem, solicitação, convite ou conselho.
Exs.: Não cante agora!
- pode indicar um processo habitual, Empreste-me 10 reais, por favor.
ininterrupto. Venha ao hospital agora, seu amigo vai ser
Ex.: Os animais nascem, crescem, operado.
se reproduzem e morrem. Não ponha tanto sal, isso pode lhe fazer mal.
• Imperfeito:
- pode ocorrer com valor de futuro do pretérito. Infinitivo pessoal ou impessoal
Ex.: Se eu não tivesse motivo, calava. (calava
= calaria) • Infinitivo impessoal: terminado em r para
qualquer pessoa.
• Mais-que-perfeito: Ex.: comprar, comer, partir.
- pode ser usado no lugar do futuro do pretérito
ou do imperfeito do subjuntivo. Emprega-se o infinitivo impessoal:
Ex.: Mais fizera se não fora pouco o dinheiro
que dispunha. (fizera = faria, fora = fosse) a) Quando ele não estiver se referindo a sujeito
algum.
- pode ser usado em orações optativas. Ex.: É preciso amar.
Quem me dera ter um novo amor!
b) Na função de complemento nominal (regido
• Futuro do presente: de preposição).
11
Ex.: Esses exercícios não são fáceis de resolver. mantém relação sintática com outra, chamada
principal.Ex. Sabemos que eles estudam muito.
c) Quando faz parte de uma locução verbal. (oração que funciona como objeto direto).
Ex.: Ele deve ir ao dentista.
Relações de coordenação entre orações e
d) Quando, dependente dos verbos deixar, entre termos da oração.
fazer, ouvir, sentir, mandar, ver, tiver por
Período Composto por Coordenação
sujeito um pronome oblíquo.
Um período composto por coordenação é
Sujeito formado por orações coordenadas, que são
Deixei-as passear. orações independentes sintaticamente, ou seja,
= eles não há qualquer relação sintática entre as
orações do período.Há dois tipos de orações
coordenadas:
e) Quando tiver valor de imperativo.
Ex.: Não fumar neste recinto. 1. Orações Coordenadas Assindéticas
• Infinitivo pessoal: além da desinência r vem São as orações não iniciadas por conjunção
marcado com desinência de pessoa e número. coordenativa.Ex. Chegamos a casa, tiramos a
roupa, banhamo-nos, fomos deitar.
Ex.: cantar – ø
2. Orações Coordenadas Sindéticas
cantar - es
cantar - ø São cinco as orações coordenadas, que são
cantar - mos iniciadas por uma conjunção coordenativa.
cantar - des
cantar – em A) Aditiva: Exprime uma relação de soma, de
adição.
Ex.: Com esse calor convém tomarmos um
sorvete. Conjunções: e, nem, mas também, mas ainda.
- Usa-se o infinitivo pessoal quando o seu
Ex. Não só reclamava da escola, mas também
sujeito é diferente do sujeito do verbo da oração
atenazava os colegas.
principal.
Ex.: A única solução era ficarmos em casa. B) Adversativa: exprime uma ideia contrária à
da outra oração, uma oposição.
DOMÍNIO DA ESTRUTURA
MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO. Conjunções: mas, porém, todavia, no entanto,
entretanto, contudo.
Período composto é aquele formado por duas ou
mais orações. Há dois tipos de períodos Ex. Sempre foi muito estudioso, no entanto não
compostos: se adaptava à nova escola.
Conjunções: logo, portanto, por isso, por João saiu e encontrou o irmão mais velho.
conseguinte, pois – após o verbo ou entre
vírgulas. Vi, vi e venci.
Ex. Estudou como nunca fizera antes, por isso Não só comprei balas como também comprei
conseguiu a aprovação. bombons.
E) Explicativa: Exprime uma explicação. Ela não avisou, mas também não faria isso.
Mãe, só tem uma! – Vocativo, termo Flexões: Pessoa (primeira, segunda e terceira),
coordenado à oração com quem se relaciona. número (singular e plural), tempo (presente,
passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo
Raul, irmão mais velho, aconselhou-o a ficar. –
e imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).
Aposto, termo coordenado em relação à oração
com quem se relaciona. Adjetivo
Flexões: Gênero, número e grau. (Veja que as orações “eu deitei” e “dormi
profundamente” fariam sentido se ficassem
Palavras Invariáveis separadas.)
Preposição Classificação:
É a palavra que liga dois elementos da oração. Orações coordenadas aditivas: indicam um
acréscimo de alguma informação. Ex:
Exemplos: a, após, para.
Eu fechei os olhos e sonhei com você.
Conjunção
Maria estuda à noite e trabalha durante o dia.
É a palavra que liga dois termos ou duas
orações de mesmo valor gramatical.
Advérbio
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Quer esteja com fome, quer não esteja, você A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração
precisa comer. principal.Existem três estruturas de oração
principal que se usam com subordinada
substantiva subjetiva:verbo de ligação +
Orações coordenadas conclusivas: passam predicativo + oração subordinada substantiva
uma idéia de conclusão. Ex: subjetiva.
Eu me esforcei muito para estar aqui, Ex. É necessário que façamos nossos deveres.
portanto não vou desistir.
verbo unipessoal + oração subordinada
Eu não o conheço, por isso não posso julgá-lo. substantiva subjetiva.Verbo unipessoal só é
usado na 3ª pessoa do singular; os mais
comuns são convir, constar, parecer, importar,
interessar, suceder, acontecer.
Orações coordenadas explicativas: justificam e
explicam o que é apresentado. Ex: Ex. Convém que façamos nossos deveres.
Não saia à noite, porque é perigoso. verbo na voz passiva + oração subordinada
substantiva subjetiva.
Deixe a janela aberta, pois está fazendo calor.
Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.
RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO
ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS B) Objetiva Direta: funciona como objeto
DA ORAÇÃO. direto da oração principal.(sujeito) + VTD +
oração subordinada substantiva objetiva direta.
Domínio da estrutura morfossintática do
período. Ex. Todos desejamos que seu futuro seja
brilhante.
subordinação.
C) Objetiva Indireta: funciona como objeto
Período composto por subordinação: indireto da oração principal.(sujeito) + VTI +
quando uma oração, chamada subordinada, prep. + oração subordinada substantiva
mantém relação sintática com outra, chamada objetiva indireta.
principal.
Ex. Lembro-me de que tu me amavas.
Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração
que funciona como objeto direto) D) Completiva Nominal: funciona como
complemento nominal de um termo da oração
Relações de subordinação entre orações e principal.(sujeito) + verbo + termo intransitivo
entre termos da oração. + prep. + oração subordinada substantiva
completiva nominal.
Período Composto por Subordinação
Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.
A uma oração principal podem relacionar-se
sintaticamente três tipos de orações E) Apositiva: funciona como aposto da oração
subordinadas: substantivas, adjetivas e principal; em geral, a oração subordinada
adverbiais. substantiva apositiva vem após dois pontos, ou
15
Perguntou-se quando ele chegaria.Não sei onde Ex. Diocresildo era mais esforçado que o
coloquei minha carteira. irmão(era).
G) Temporal: funciona como adjunto adverbial Ex.: Lembro-me muito bem dele.
de tempo.
b) separar períodos entre si.
Conjunções: quando, enquanto, sempre que,
Ex.: Fica comigo. Não vá embora.
assim que, desde que, logo que, mal.
c) nas abreviaturas
Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de
Juvenildo. Ex.: Av.; V. Ex.ª
Conjunções: à proporção que, à medida que, Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo
tanto mais. À medida que o tempo passa, mais e Gilberto.
experientes ficamos.
c) antes de citação
IV – Orações Reduzidas
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o
Quando uma oração subordinada se apresenta amor não seja eterno posto que é chama, mas
sem conjunção ou pronome relativo e com o que seja infinito enquanto dure.”
verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio,
dizemos que ela é uma oração reduzida, 3 - Reticências ( ... )
acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de
a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.
particípio ou de gerúndio.
Ex.: Sabe... eu queria te dizer que... esquece.
Ex. Ele não precisa de microfone, para o
ouvirem. b) interrupção de uma frase deixada
gramaticalmente incompleta.
EMPREGO DOS SINAIS DE
PONTUAÇÃO. Ex.: - Alô! João está?
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar
mais tarde...
Os sinais de pontuação são sinais gráficos
empregados na língua escrita para tentar c) ao fim de uma frase gramaticalmente
recuperar recursos específicos da língua falada, completa com a intenção de sugerir
tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, prolongamento de ideia.
etc.
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Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de b) Às vezes, juntamente com o ponto de
algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de- exclamação
rosa...” (Cecília - José de Alencar)
Ex.: - Quem ganhou na loteria?
d) indicar supressão de palavra (s) numa - Você.
frase transcrita. - Eu?!
Chegando de viagem, procurarei por você. dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser
As pessoas, muitas vezes, são falsas. obrigatório.
d) separar elementos de uma enumeração. Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro,
nem à missa de sétimo dia.
Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-
de-obras. A vírgula entre orações
h) isolar o nome de lugar na indicação de Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para
datas. o trabalho.
Estudou muito, mas não foi aprovado no
Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. exame.
Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes Ex.: O filho perguntou:
contentamentos em estar plantando-a...” — Pai, quando começarão as aulas?
Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei. Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo
estado.
8- Ponto e vírgula ( ; )
Dicas:
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, Também pode ser usado em substituição à
de uma petição, de uma sequência, etc. virgula em expressões ou frases
explicativas
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência; Ex.: Xuxa — a rainha dos baixinhos — será
II- suspensão; mãe.
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou 10- ASPAS ( “ ” )
disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão; a) isolar palavras ou expressões que fogem
VI- destituição de função comissionada. (cap. V à norma culta, como gírias,
das penalidades referentes ao Direito estrangeirismos, palavrões, neologismos,
Administrativo) arcaísmos e expressões populares.
Exemplos:
b) separar orações coordenadas muito
extensas ou orações coordenadas nas Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu
quais já tenham utilizado a vírgula. admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições Conversando com meu superior, dei a ele um
20
Exemplo: Nós estudaremos regras e exemplos Nós, vós e eles vamos à festa.
complicados juntos. Tu e ele falais outra língua?
Quando há mais do que um adjetivo para um complemento (termo regido) através do uso de
substantivo, os adjetivos devem concordar em uma preposição.
gênero e número com o substantivo.
Exemplos de regência verbal
Exemplo: preposicionada:
apto a;
Entre os diversos termos de uma oração ocorre
regência verbal e regência nominal. Há um livre de;
termo regente que apresenta um sentido
incompleto sem o termo regido, que atua como sedento de;
seu complemento.
intolerante com;
A regência verbal indica a relação que um
compatível com;
verbo (termo regente) estabelece com o seu
complemento (termo regido) através do uso ou interesse em;
não de uma preposição. Na regência verbal os
termos regidos são o objeto direto (sem perito em;
preposição) e o objeto indireto
mau para;
(preposicionado).
pronto para;
A regência nominal indica a relação que um
nome (termo regente) estabelece com o seu
22
As preposições usadas na regência verbal Preposição para: essencial para, próprio para,
podem aparecer na sua forma simples, bem apto para,...
como contraídas ou combinadas com artigos e
pronomes. Preposição por: admiração por, ansioso por,
devoção por,...
Preposições simples: a, de, com, em, para,
por, sobre, desde, até, sem,... EMPREGO DO SINAL INDICATIVO
Contração e combinação de preposições: à, DE CRASE.
ao, do, das, destes, no, numa, nisto, pela,
pelo,... CRASE: é uma palavra de origem grega e
significa “mistura”, “fusão”. Nos estudos de
23
Língua Portuguesa, é o nome dado à fusão ou Refiro-me a você. (sem crase) – Gosto de você
contração de duas letras “a” em uma só. A / Penso em você / Apaixonei-me por você.
crase é indicada pelo acento grave (`) sobre o
“a”. Crase, portanto, NÃOé o nome do acento, Refiro-me à menina. (com crase) – Gosto da
mas do fenômeno (junção a + a) representado menina / Penso na menina / Apaixonei-me pela
através do acento grave. menina.
A crase pode ser a fusão da preposição a com: Começou a gritar. (sem crase) – Gosta de gritar
/ Insiste em gritar / Optou por gritar.
1) o artigo feminino definido a (ou as): Fomos à
cidade e assistimos às festas. 3 – Substitua verbos que transmitem a idéia de
movimento (ir, voltar, vir, chegar etc.) pelo
2) o pronome demonstrativo a (ou as): Irei às verbo voltar. Ocorrendo a
(lojas) do centro. preposição “de”, NÃOhaverá crase. E se ocorrer
a preposição “da”, HAVERÁ crase:
3) os pronomes
demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Vou a Roma. / Voltei de Roma.
Refiro-me àquele fato.
Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos
4) o a dos pronomes relativos a qual e as Césares.
quais: Há cidades brasileiras às quais não é
possível enviar correspondência. Voltarei a Paris e à Suiça. / Voltarei de Paris
e da Suiça.
Observe que a ocorrência da crase depende da
verificação da existência de duas Ocorrendo a preposição “de”, NÃO haverá
vogais “a” (preposição + artigo ou crase. E se ocorrer a preposição “da”, HAVERÁ
preposição+ pronome) no contexto sintático. crase:
1 – Substitua a palavra feminina por uma Vou à Roma dos Césares. / Voltei da Roma dos
masculina, de mesma natureza. Se aparecer a Césares.
combinação ao, é certo que OCORRERÁ crase
Voltarei a Paris e à Suiça. / Voltarei de Paris
antes do termo feminino:
e da Suiça.
Amanhã iremos ao colégio / à escola.
4 – A crase deve ser usada no caso de
Prefiro o futebol ao voleibol / à natação. locuções, ou seja, reunião de palavras que
equivalem a uma só idéia. Se a locução começar
Resolvi o problema / a questão. por preposição e se o núcleo da locução for
palavra feminina, então haverá crase:
Vou ao campo / à praia.
Gente à toa.
Eles foram ao parque / à praça.
Vire à direita.
2 – Substitua o termo regente da
preposição a por outro que exija uma Tudo às claras.
preposição diferente (de, em, por). Se essas
preposições não se contraírem com o artigo, ou Hoje à noite.
seja, se não surgirem as
Navio à deriva.
formas da(s), na(s) ou pela(s), não haverá
crase: Tudo às avessas.
24
– o continente pelo conteúdo e vice-versa: – o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo
Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo nome comum): Para os artistas ele foi um
de um cálice) de licor. mecenas (protetor).
– o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado São exemplos de catacrese: folhas de livro /
(a obra de Jorge Amado). pele de tomate / dente de alho / montar em
burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de
– o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar
devemos contar com o seu coração dinheiro no banco.
(sentimento, sensibilidade).
Sinestesia:
– o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o
poder) foi disputada pelos revolucionários. A sinestesia consiste na fusão de sensações
diferentes numa mesma expressão. Essas
– a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o sensações podem ser físicas (gustação, audição,
bronze (o sino) soa. visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).
Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na
Quando com os olhos eu quis ver de perto / Avenida. ” (As belas passeiam na Avenida à
Quando em visão com os da saudade via.” tarde.) (Carlos Drummond de Andrade).
(Alberto de Oliveira).
Sínquise:
“Morrerás morte vil na mão de um forte.”
(Gonçalves Dias) Ocorre sínquise quando há uma inversão
violenta de distantes partes da frase. É um
“Ó mar salgado, quando do teu sal / São hipérbato exagerado.
lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa).
Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente.
b) Pleonasmo vicioso: ” (A grita da gente se alevanta ao Céu )
(Camões).
É o desdobramento de idéias que já estavam
implícitas em palavras anteriormente expressas. Hipálage:
Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois
não têm valor de reforço de uma idéia, sendo Ocorre hipálage quando há inversão da posição
apenas fruto do descobrimento do sentido real do adjetivo: uma qualidade que pertence a um
das palavras. objeto é atribuída a outro, na mesma frase.
Exemplos: subir para cima / entrar para dentro Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.”
/ repetir de novo / ouvir com os ouvidos / (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de
hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / Queiros).
breve alocução / principal protagonista.
Anacoluto:
Polissíndeto:
Ocorre anacoluto quando há interrupção do
Ocorre polissíndeto quando há repetição plano sintático com que se inicia a frase,
enfática de uma conjunção coordenativa mais alterando-lhe a seqüência lógica. A construção
vezes do que exige a norma gramatical do período deixa um ou mais termos – que não
(geralmente a conjunção e). É um recurso que apresentam função sintática definida –
sugere movimentos ininterruptos ou desprendidos dos demais, geralmente depois de
vertiginosos. uma pausa sensível.
Ocorre quando há discordância envolvendo o Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; /
número gramatical (singular ou plural). É ferida que dói e não se sente; / É um
contentamento descontente; / É dor que
Exemplo: Corria gente de todos lados, e desatina sem doer;” (Camões)
gritavam.” (Mário Barreto).
Eufemismo:
c) Silepse de pessoa:
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expressão é empregada para atenuar uma
expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala verdade tida como penosa, desagradável ou
ou escreve se inclui no sujeito enunciado. chocante.
Exemplo: “Na noite seguinte estávamos Exemplo: “E pela paz derradeira (morte) que
reunidas algumas pessoas.” (Machado de Assis). enfim vai nos redimir Deus lhe pague”. (Chico
Buarque).
Figuras de pensamento:
Gradação:
As figuras de pensamento são recursos de
linguagem que se referem ao significado das Ocorre gradação quando há uma seqüência de
palavras, ao seu aspecto semântico. palavras que intensificam uma mesma ideia.
São figuras de pensamento: Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu
movo o passo.” (Castro Alves).
Antítese:
Hipérbole:
Ocorre antítese quando há aproximação de
palavras ou expressões de sentidos opostos. Ocorre hipérbole quando há exagero de uma
ideia, a fim de proporcionar uma imagem
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde,
emocionante e de impacto.
em posições trocadas. Uns nos querem mal, e
fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se
nos trazem o mal.” (Rui Barbosa). chorares!” (Olavo Bilac).
Apóstrofe: Ironia:
Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela
pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode entonação, pela contradição de termos, sugere-
estar presente ou ausente. Corresponde ao se o contrário do que as palavras ou orações
vocativo na análise sintática e é utilizada para parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou
dar ênfase à expressão. sarcástica.
Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não Exemplo: “Moça linda, bem tratada, / três
respondes?” (Castro Alves). séculos de família, / burra como uma porta: /
um amor.” (Mário de Andrade).
Paradoxo:
Prosopopeia:
Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de
palavras de sentido oposto, mas também na de Ocorre prosopopeia (ou animização ou
idéias que se contradizem referindo-se ao personificação) quando se atribui movimento,
mesmo termo. É uma verdade enunciada com ação, fala, sentimento, enfim, caracteres
aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é próprios de seres animados a seres inanimados
outra designação para paradoxo. ou imaginários.
30
“Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A Havia links para sua página (anglicismo; o mais
avó ou a vaca criada pela avó?) adequado seria “Havia ligações (ou vínculos)
para sua página”.
“Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que
cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?) Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o
mais adequado seria “Eles têm serviço de
“Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação entrega”).
da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?).
Premiê apresenta prioridades da Presidência
Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera lusa da UE (galicismo, o mais adequado
muita confusão por ser geralmente associado ao seria Primeiro-ministro)
receptor da mensagem.
Nesta receita gastronômica
usaremos Blueberries e Grapefruits.
31
(anglicismo, o mais adequado “Bata com um mamão para mim, por favor.”
seria Mirtilo e Toranja)
“Deixe ir-me já, pois estou atrasado.”
Convocamos para a Reunião do Conselho
de DA’s(plural da sigla de Diretório Acadêmico). “Não tem nada de errado a cerca dela“
(anglicismo, e mesmo nesta língua não se
“Vou-me já que está pingando. Vai chover!”
usa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais
adequado seria AA. ou DAs.) “Instrumento para socar alho.”
quase sempre compromete a clareza e cansa o causar uma reação notável nos receptores
leitor. (como a geração de uma frase de efeito ou
mesmo o humor proposital). A maestria no uso
A prevenção à prolixidade requer que se tenha do pleonasmo para que ele atinja o efeito
atenção à concisão e precisão da mensagem. desejado no receptor depende fortemente do
Concisão é a qualidade de dizer o máximo desenvolvimento da capacidade de
possível com o mínimo de palavras. Precisão é a interpretação textual do emissor. Na dúvida, é
qualidade de utilizar a palavra certa para dizer melhor que seja evitado para não se incorrer
exatamente o que se quer. acidentalmente em um uso vicioso.
Pleonasmo vicioso Solecismo
O pleonasmo é uma figura de linguagem. Solecismo é uma inadequação na estrutura
Quando consiste numa redundância inútil e sintática da frase com relação à gramática
desnecessária de significado em uma sentença, normativa do idioma. Há três tipos de
é considerado um vício de linguagem. A esse solecismo:
tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo
vicioso. De concordância:
“Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o “Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me
ambiente em que vivemos. que ela ficou contente.)
O pleonasmo nem sempre é um vício de O Eco vem a ser a própria rima que ocorre
linguagem, mesmo para os exemplos supra quando há na frase terminações iguais ou
citados, a depender do contexto. Em certos semelhantes, provocando dissonância.
contextos, ele é um recurso que pode ser útil
“Falar em desenvolvimento é pensar em
para se fornecer ênfase a determinado aspecto
alimento, saúde e educação.”
da mensagem.
“O aluno repetente mente alegremente.”
Especialmente em contextos literários, musicais
e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode
33
a) A Baía de Guanabara é uma grande obra de 10. Indique o item em que todas as palavras
arte da Natureza. devem ser preenchidas com x:
b) Na idade média, os povos da América do Sul
não tinham laços de amizade com a Europa. a) pran__a / en__er / __adrez.
c) Diz um provérbio árabe: "a agulha veste os b) fei__e / pi__ar / bre__a.
outros e vive nua." c) __utar / frou__o / mo__ila.
d) "Chegam os magos do Oriente, com suas d) fle__a / en__arcar / li__ar.
dádivas: ouro, incensos e mirra " (Manuel e) me__erico / en__ame / bru__a.
36
2. Das palavras abaixo, faz plural como 8. Dos verbos abaixo apenas um é regular,
“assombrações” identifique-o:
a) perdão. a) pôr.
b) bênção. b) adequar.
c) alemão. c) medir.
d) cristão. d) reaver.
e) capitão. e) brigar.
3. Na oração “Ninguém está perdido se der 9. A alternativa que não apresenta erro de
amor…”, a palavra grifada pode ser classificada flexão verbal no presente do indicativo é:
como:
a) reavejo (reaver).
a) advérbio de modo. b) precavo (precaver).
b) conjunção adversativa. c) coloro (colorir).
c) advérbio de condição. d) frijo (frigir).
d) conjunção condicional. e) fedo (feder).
e) preposição essencial.
10. A classe de palavras que é empregada para
4. Marque a frase em que o termo destacado exprimir estados emotivos:
expressa circunstância de causa:
a) adjetivo.
a) Quase morri de vergonha. b) interjeição.
b) Agi com calma. c) preposição.
c) Os mudos falam com as mãos. d) conjunção.
d) Apesar do fracasso, ele insistiu. e) advérbio.
e) Aquela rua é demasiado estreita.
11. Todas as formas abaixo expressam um
5. “Enquanto punha o motor em movimento.” O tamanho menor que o normal, exceto:
verbo destacado encontra-se no:
a) saquitel.
a) Presente do subjuntivo. b) grânulo.
b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo. c) radícula.
c) Presente do indicativo. d) marmita.
d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. e) óvulo.
e) Pretérito imperfeito do indicativo.
12. Em “Tem bocas que murmuram preces…”, a
6. Aponte a opção em que muito é pronome seqüência morfológica é:
indefinido:
a) verbo-substantivo-pronome relativo-verbo-
a) O soldado amarelo falava muito bem. substantivo.
b) Havia muito bichinho ruim. b) verbo-substantivo-conjunção integrante-
c) Fabiano era muito desconfiado. verbo-substantivo.
d) Fabiano vacilava muito para tomar decisão. c) verbo-substantivo-conjunção coordenativa-
e) Muito eficiente era o soldado amarelo. verbo-adjetivo.
d) verbo-adjetivo-pronome indefinido-verbo-
7 . A flexão do número incorreta é: substantivo.
a) tabelião – tabeliães. e) verbo-advérbio-pronome relativo-verbo-
b) melão – melões substantivo.
c) ermitão – ermitões.
d) chão – chãos.
e) catalão – catalões.
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13. A alternativa que possui todos os e) Os jovens gostam de cantar música moderna
substantivos corretamente colocados no plural – (verbo).
é:
18. Quanto à flexão de grau, o substantivo que
a) couve-flores / amores-perfeitos / boas-vidas. difere dos demais é:
b) tico-ticos / bem-te-vis / joões-de-barro.
c) terças-feiras / mãos-de-obras / guarda- a) viela.
roupas. b) vilarejo.
d) arco-íris / portas-bandeiras / sacas-rolhas. c) ratazana.
e) dias-a-dia / lufa-lufas / capitães-mor. d) ruela.
e) sineta.
14. “…os cipós que se emaranhavam…” . A
palavra sublinhada é: 19. Está errada a flexão verbal em:
15. Indique a frase em que o verbo se encontra 20. Das classes de palavra abaixo, as
na 2ª pessoa do singular do imperativo invariáveis são:
afirmativo:
a) interjeição – advérbio – pronome possessivo.
a) Faça o trabalho. b) numeral – substantivo – conjunção.
b) Acabe a lição. c) artigo – pronome demonstrativo –
c) Mande a carta. substantivo.
d) Dize a verdade. d) adjetivo – preposição – advérbio.
e) Beba água filtrada. e) conjunção – interjeição – preposição.
16. Em “Escrever é alguma coisa extremamente 21. Todos os verbos abaixo são defectivos,
forte, mas que pode me trair e me abandonar.”, exceto:
as palavras grifadas podem ser classificadas
a) abolir.
como, respectivamente:
b) colorir.
a) pronome adjetivo – conjunção aditiva. c) extorquir.
b) pronome interrogativo – conjunção aditiva. d) falir.
c) pronome substantivo – conjunção alternativa. e) exprimir.
d) pronome adjetivo – conjunção adversativa.
22. O substantivo composto que está
e) pronome interrogativo – conjunção
indevidamente escrito no plural é:
alternativa.
a) mulas-sem-cabeça.
17. Marque o item em que a análise morfológica
b) cavalos-vapor.
da palavra sublinhada não está correta:
c) abaixos-assinados.
a) Ele dirige perigosamente – (advérbio). d) quebra-mares.
b) Nada foi feito para resolver a questão – e) pães-de-ló.
(pronome indefinido).
23. A alternativa que apresenta um substantivo
c) O cantar dos pássaros alegra as manhãs –
invariável e um variável, respectivamente, é:
(verbo).
d) A metade da classe já chegou – (numeral).
40
a) Eu precavejo. 34. E
b) Precavê tu. 35. C
c) Que ele precavenha.
d) Eles precavêm. FUNDAMENTOS DE
e) Ela precaveu.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
35. A única alternativa em que as palavras são,
respectivamente, substantivo abstrato, adjetivo
biforme e preposição acidental é: LEI FEDERAL Nº 13.019/14
(ESTABELECE O REGIME JURÍDICO
a) beijo-alegre-durante
DAS PARCERIAS ENTRE A
b) remédio-inteligente-perante
c) feiúra-lúdico-segundo ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AS
d) ar-parco-por ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE
e) dor-veloz-consoante CIVIL), ALTERADA PELA LEI
GABARITO
FEDERAL Nº 13.204/15.
1. A
2. A A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço
saber que o Congresso Nacional decreta e eu
3. D
sanciono a seguinte Lei:
4. A
5. E Art. 1o Esta Lei institui normas gerais para
6. B as parcerias entre a administração pública e
7. E organizações da sociedade civil, em regime de
8. E mútua cooperação, para a consecução de
9. D finalidades de interesse público e recíproco,
10. B mediante a execução de atividades ou de
projetos previamente estabelecidos em planos
11. D
de trabalho inseridos em termos de
12. A colaboração, em termos de fomento ou em
13. B acordos de cooperação. (Redação dada
14. C pela Lei nº 13.204, de 2015)
15. D
16. D CAPÍTULO I
17. C
18. C DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
19. C
Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se:
20. E
21. E
I - organização da sociedade
22. C civil: (Redação dada pela Lei nº 13.204,
23. A de 2015)
24. E
a) entidade privada sem fins lucrativos que
25. C
não distribua entre os seus sócios ou
26. D associados, conselheiros, diretores,
27. B empregados, doadores ou terceiros eventuais
28. D resultados, sobras, excedentes operacionais,
29. D brutos ou líquidos, dividendos, isenções de
30. E qualquer natureza, participações ou parcelas do
31. C seu patrimônio, auferidos mediante o exercício
de suas atividades, e que os aplique
32. E
integralmente na consecução do respectivo
33. D
42
objeto social, de forma imediata ou por meio da III-B - projeto: conjunto de operações,
constituição de fundo patrimonial ou fundo de limitadas no tempo, das quais resulta um
reserva; (Incluído pela Lei nº 13.204, de produto destinado à satisfação de interesses
2015) compartilhados pela administração pública e
pela organização da sociedade civil;
b) as sociedades cooperativas previstas (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)
na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999;
as integradas por pessoas em situação de risco
IV - dirigente: pessoa que detenha poderes
ou vulnerabilidade pessoal ou social; as
de administração, gestão ou controle da
alcançadas por programas e ações de combate
organização da sociedade civil, habilitada a
à pobreza e de geração de trabalho e renda; as
assinar termo de colaboração, termo de
voltadas para fomento, educação e capacitação
fomento ou acordo de cooperação com a
de trabalhadores rurais ou capacitação de
administração pública para a consecução de
agentes de assistência técnica e extensão rural;
finalidades de interesse público e recíproco,
e as capacitadas para execução de atividades ou
ainda que delegue essa competência a
de projetos de interesse público e de cunho
terceiros; (Redação dada pela Lei nº
social. (Incluído pela Lei nº 13.204, de
13.204, de 2015)
2015)
c) as organizações religiosas que se V - administrador público: agente público
dediquem a atividades ou a projetos de revestido de competência para assinar termo de
interesse público e de cunho social distintas das colaboração, termo de fomento ou acordo de
destinadas a fins exclusivamente cooperação com organização da sociedade civil
religiosos; (Incluído pela Lei nº 13.204, para a consecução de finalidades de interesse
de 2015) público e recíproco, ainda que delegue essa
competência a terceiros; (Redação dada
II - administração pública: União, Estados, pela Lei nº 13.204, de 2015)
Distrito Federal, Municípios e respectivas
autarquias, fundações, empresas públicas e VI - gestor: agente público responsável pela
sociedades de economia mista prestadoras de gestão de parceria celebrada por meio de termo
serviço público, e suas subsidiárias, alcançadas de colaboração ou termo de fomento, designado
pelo disposto no § 9o do art. 37 da Constituição por ato publicado em meio oficial de
Federal; (Redação dada pela Lei nº comunicação, com poderes de controle e
13.204, de 2015) fiscalização; (Redação dada pela Lei nº
13.204, de 2015)
III - parceria: conjunto de direitos,
responsabilidades e obrigações decorrentes de VII - termo de colaboração: instrumento por
relação jurídica estabelecida formalmente entre meio do qual são formalizadas as parcerias
a administração pública e organizações da estabelecidas pela administração pública com
sociedade civil, em regime de mútua organizações da sociedade civil para a
cooperação, para a consecução de finalidades consecução de finalidades de interesse público e
de interesse público e recíproco, mediante a recíproco propostas pela administração pública
execução de atividade ou de projeto expressos que envolvam a transferência de recursos
em termos de colaboração, em termos de financeiros; (Redação dada pela Lei nº
fomento ou em acordos de cooperação; 13.204, de 2015)
(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
III-A - atividade: conjunto de operações que VIII - termo de fomento: instrumento por
se realizam de modo contínuo ou permanente, meio do qual são formalizadas as parcerias
das quais resulta um produto ou serviço estabelecidas pela administração pública com
necessário à satisfação de interesses organizações da sociedade civil para a
compartilhados pela administração pública e consecução de finalidades de interesse público e
pela organização da sociedade recíproco propostas pelas organizações da
civil; (Incluído pela Lei nº 13.204, de sociedade civil, que envolvam a transferência de
2015) recursos financeiros; (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)
43
V - aos termos de compromisso cultural Art. 5o O regime jurídico de que trata esta
referidos no § 1o do art. 9o da Lei no 13.018, de Lei tem como fundamentos a gestão pública
22 de julho de 2014; (Incluído pela Lei nº democrática, a participação social, o
13.204, de 2015) fortalecimento da sociedade civil, a
transparência na aplicação dos recursos
VI - aos termos de parceria celebrados com públicos, os princípios da legalidade, da
organizações da sociedade civil de interesse legitimidade, da impessoalidade, da moralidade,
público, desde que cumpridos os requisitos da publicidade, da economicidade, da eficiência
previstos na Lei no 9.790, de 23 de março de e da eficácia, destinando-se a
1999; (Incluído pela Lei nº 13.204, de assegurar: (Redação dada pela Lei nº
2015) 13.204, de 2015)
VII - às transferências referidas no art. 2o da
Lei no 10.845, de 5 de março de 2004, e I - o reconhecimento da participação social
nos arts. 5º e 22 da Lei no 11.947, de 16 de como direito do cidadão;
junho de 2009; (Incluído pela Lei nº
13.204, de 2015) II - a solidariedade, a cooperação e o
respeito à diversidade para a construção de
VIII - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
valores de cidadania e de inclusão social e
13.204, de 2015)
produtiva;
IX - aos pagamentos realizados a título de
anuidades, contribuições ou taxas associativas III - a promoção do desenvolvimento local,
em favor de organismos internacionais ou regional e nacional, inclusivo e sustentável;
entidades que sejam obrigatoriamente
constituídas por: (Incluído pela Lei nº IV - o direito à informação, à transparência e
13.204, de 2015) ao controle social das ações públicas;
a) membros de Poder ou do Ministério
Público; (Incluída pela Lei nº 13.204, de V - a integração e a transversalidade dos
2015) procedimentos, mecanismos e instâncias de
participação social;
b) dirigentes de órgão ou de entidade da
administração pública; (Incluída pela Lei VI - a valorização da diversidade cultural e
nº 13.204, de 2015) da educação para a cidadania ativa;
c) pessoas jurídicas de direito público
interno; (Incluída pela Lei nº 13.204, de VII - a promoção e a defesa dos direitos
2015) humanos;
colaboração propostas pelo Conselho de que possível, indicação da viabilidade, dos custos,
trata o caput deste artigo. (Incluído pela dos benefícios e dos prazos de execução da
Lei nº 13.204, de 2015) ação pretendida.
V - (revogado); (Redação dada pela Art. 24. Exceto nas hipóteses previstas
Lei nº 13.204, de 2015) nesta Lei, a celebração de termo de colaboração
ou de fomento será precedida de chamamento
VI - (revogado); (Redação dada pela público voltado a selecionar organizações da
Lei nº 13.204, de 2015) sociedade civil que tornem mais eficaz a
VII - (revogado); (Redação dada pela execução do objeto. (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015) Lei nº 13.204, de 2015)
Art. 38. O termo de fomento, o termo de V - tenha sido punida com uma das
colaboração e o acordo de cooperação somente seguintes sanções, pelo período que durar a
produzirão efeitos jurídicos após a publicação penalidade:
dos respectivos extratos no meio oficial de
publicidade da administração a) suspensão de participação em licitação e
pública. (Redação dada pela Lei nº impedimento de contratar com a administração;
13.204, de 2015)
b) declaração de inidoneidade para licitar ou
Seção X contratar com a administração pública;
I - não esteja regularmente constituída ou, VI - tenha tido contas de parceria julgadas
se estrangeira, não esteja autorizada a irregulares ou rejeitadas por Tribunal ou
funcionar no território nacional; Conselho de Contas de qualquer esfera da
Federação, em decisão irrecorrível, nos últimos
II - esteja omissa no dever de prestar 8 (oito) anos;
contas de parceria anteriormente celebrada;
VII - tenha entre seus dirigentes pessoa:
III - tenha como dirigente membro de Poder
ou do Ministério Público, ou dirigente de órgão a) cujas contas relativas a parcerias tenham
ou entidade da administração pública da mesma sido julgadas irregulares ou rejeitadas por
esfera governamental na qual será celebrado o Tribunal ou Conselho de Contas de qualquer
termo de colaboração ou de fomento, esfera da Federação, em decisão irrecorrível,
estendendo-se a vedação aos respectivos nos últimos 8 (oito) anos;
cônjuges ou companheiros, bem como parentes
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o b) julgada responsável por falta grave e
segundo grau; (Redação dada pela Lei nº inabilitada para o exercício de cargo em
13.204, de 2015) comissão ou função de confiança, enquanto
durar a inabilitação;
IV - tenha tido as contas rejeitadas pela
administração pública nos últimos cinco anos, c) considerada responsável por ato de
exceto se: (Redação dada pela Lei nº improbidade, enquanto durarem os prazos
13.204, de 2015) estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 12 da
Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992.
a) for sanada a irregularidade que motivou a
rejeição e quitados os débitos eventualmente § 1o Nas hipóteses deste artigo, é
imputados; (Incluído pela Lei nº 13.204, igualmente vedada a transferência de novos
de 2015) recursos no âmbito de parcerias em execução,
excetuando-se os casos de serviços essenciais
b) for reconsiderada ou revista a decisão que não podem ser adiados sob pena de
pela rejeição; (Incluído pela Lei nº prejuízo ao erário ou à população, desde que
13.204, de 2015) precedida de expressa e fundamentada
autorização do dirigente máximo do órgão ou
c) a apreciação das contas estiver pendente entidade da administração pública, sob pena de
de decisão sobre recurso com efeito responsabilidade solidária.
suspensivo; (Incluído pela Lei nº 13.204,
de 2015) § 2o Em qualquer das hipóteses previstas
no caput, persiste o impedimento para celebrar
parceria enquanto não houver o ressarcimento
55
do dano ao erário, pelo qual seja responsável a Art. 41. Ressalvado o disposto no art. 3o e
organização da sociedade civil ou seu dirigente. no parágrafo único do art. 84, serão celebradas
nos termos desta Lei as parcerias entre a
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela administração pública e as entidades referidas
Lei nº 13.204, de 2015) no inciso I do art. 2o. (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)
§ 4o Para os fins do disposto na alínea a do
inciso IV e no § 2o, não serão considerados Parágrafo
débitos que decorram de atrasos na liberação único. (Revogado). (Redação dada pela
de repasses pela administração pública ou que Lei nº 13.204, de 2015)
tenham sido objeto de parcelamento, se a
organização da sociedade civil estiver em CAPÍTULO III
situação regular no parcelamento.
(Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) DA FORMALIZAÇÃO E DA EXECUÇÃO
Art. 40. É vedada a celebração de parcerias III - quando for o caso, o valor total e o
previstas nesta Lei que tenham por objeto, cronograma de desembolso; (Redação
envolvam ou incluam, direta ou indiretamente, dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
delegação das funções de regulação, de
fiscalização, de exercício do poder de polícia ou IV -(revogado); (Redação dada pela
de outras atividades exclusivas de Lei nº 13.204, de 2015)
Estado. (Redação dada pela Lei nº
13.204, de 2015) V - a contrapartida, quando for o caso,
observado o disposto no § 1o do art.
I - (revogado); (Redação dada pela 35; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de
Lei nº 13.204, de 2015) 2015)
gera vínculo trabalhista com o poder Art. 49. Nas parcerias cuja duração exceda
público. (Redação dada pela Lei nº um ano, é obrigatória a prestação de contas ao
13.204, de 2015) término de cada exercício. (Redação
dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015) I - (revogado); (Redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)
§ 5o (VETADO).
II - (revogado); (Redação dada pela
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) Lei nº 13.204, de 2015)
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) III - (revogado). (Redação dada pela
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) Lei nº 13.204, de 2015)
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) Art. 50. A administração pública deverá
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) viabilizar o acompanhamento pela internet dos
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) processos de liberação de recursos referentes às
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) parcerias celebradas nos termos desta Lei.
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015) Seção V
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)
(Revogado pela Lei nº 13.204, de 2015)
Da Movimentação e Aplicação Financeira
dos Recursos
Seção IV
Art. 51. Os recursos recebidos em
Da Liberação dos Recursos decorrência da parceria serão depositados em
conta corrente específica isenta de tarifa
Art. 48. As parcelas dos recursos bancária na instituição financeira pública
transferidos no âmbito da parceria serão determinada pela administração
liberadas em estrita conformidade com o pública. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de
respectivo cronograma de desembolso, exceto 2015)
nos casos a seguir, nos quais ficarão retidas até
o saneamento das Parágrafo único. Os rendimentos de ativos
impropriedades: (Redação dada pela Lei financeiros serão aplicados no objeto da
nº 13.204, de 2015) parceria, estando sujeitos às mesmas condições
de prestação de contas exigidas para os
I - quando houver evidências de recursos transferidos. (Redação dada
irregularidade na aplicação de parcela pela Lei nº 13.204, de 2015)
anteriormente recebida; (Redação dada
pela Lei nº 13.204, de 2015) Art. 52. Por ocasião da conclusão, denúncia,
rescisão ou extinção da parceria, os saldos
II - quando constatado desvio de finalidade financeiros remanescentes, inclusive os
na aplicação dos recursos ou o inadimplemento provenientes das receitas obtidas das aplicações
da organização da sociedade civil em relação a financeiras realizadas, serão devolvidos à
obrigações estabelecidas no termo de administração pública no prazo improrrogável
colaboração ou de fomento; (Redação de trinta dias, sob pena de imediata
dada pela Lei nº 13.204, de 2015) instauração de tomada de contas especial do
responsável, providenciada pela autoridade
III - quando a organização da sociedade civil competente da administração
deixar de adotar sem justificativa suficiente as pública. (Redação dada pela Lei nº
medidas saneadoras apontadas pela 13.204, de 2015)
administração pública ou pelos órgãos de
controle interno ou externo. (Redação Art. 53. Toda a movimentação de recursos
dada pela Lei nº 13.204, de 2015) no âmbito da parceria será realizada mediante
transferência eletrônica sujeita à identificação
59
I - descrição sumária das atividades e metas Art. 61. São obrigações do gestor:
estabelecidas;
I - acompanhar e fiscalizar a execução da
II - análise das atividades realizadas, do parceria;
cumprimento das metas e do impacto do
benefício social obtido em razão da execução do II - informar ao seu superior hierárquico a
objeto até o período, com base nos indicadores existência de fatos que comprometam ou
estabelecidos e aprovados no plano de trabalho; possam comprometer as atividades ou metas da
parceria e de indícios de irregularidades na
III - valores efetivamente transferidos pela gestão dos recursos, bem como as providências
administração pública; (Redação dada adotadas ou que serão adotadas para sanar os
pela Lei nº 13.204, de 2015) problemas detectados;
Art. 67. O gestor emitirá parecer técnico de Art. 69. A organização da sociedade civil
análise de prestação de contas da parceria prestará contas da boa e regular aplicação dos
celebrada. recursos recebidos no prazo de até noventa dias
a partir do término da vigência da parceria ou
§ 1o No caso de prestação de contas única, no final de cada exercício, se a duração da
o gestor emitirá parecer técnico conclusivo para parceria exceder um ano. (Redação
fins de avaliação do cumprimento do dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
objeto. (Redação dada pela Lei nº
13.204, de 2015) § 1o O prazo para a prestação final de
contas será estabelecido de acordo com a
§ 2o Se a duração da parceria exceder um complexidade do objeto da parceria.
ano, a organização da sociedade civil deverá (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
apresentar prestação de contas ao fim de cada
exercício, para fins de monitoramento do § 2o O disposto no caput não impede que a
cumprimento das metas do administração pública promova a instauração de
objeto. (Redação dada pela Lei nº tomada de contas especial antes do término da
13.204, de 2015) parceria, ante evidências de irregularidades na
execução do objeto. (Redação dada pela
§ 3o (Revogado). (Redação dada Lei nº 13.204, de 2015)
pela Lei nº 13.204, de 2015)
§ 3o Na hipótese do § 2o, o dever de prestar
o
§ 4 Para fins de avaliação quanto à eficácia contas surge no momento da liberação de
e efetividade das ações em execução ou que já recurso envolvido na parceria. (Redação
foram realizadas, os pareceres técnicos de que dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
trata este artigo deverão, obrigatoriamente,
mencionar: (Redação dada pela Lei nº § 4o O prazo referido no caput poderá ser
13.204, de 2015) prorrogado por até 30 (trinta) dias, desde que
devidamente justificado.
I - os resultados já alcançados e seus
benefícios; § 5o A manifestação conclusiva sobre a
prestação de contas pela administração pública
II - os impactos econômicos ou sociais; observará os prazos previstos nesta Lei,
devendo concluir, alternativamente,
III - o grau de satisfação do público-alvo; pela: (Redação dada pela Lei nº 13.204,
de 2015)
IV - a possibilidade de sustentabilidade das
ações após a conclusão do objeto pactuado. I - aprovação da prestação de contas;
tomada de contas especial. (Redação dada sido apreciadas: (Redação dada pela Lei
pela Lei nº 13.204, de 2015) nº 13.204, de 2015)
................................................................... “Art.
........................... 11...............................................................
............
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório
ou de processo seletivo para celebração de ...................................................................
parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou ..........................
dispensá-los indevidamente;
VIII - descumprir as normas relativas à
................................................................... celebração, fiscalização e aprovação de contas
........................... de parcerias firmadas pela administração
pública com entidades privadas.” (NR)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,
para a incorporação, ao patrimônio particular de Art. 78-A. O art. 23 da Lei nº 8.429, de 2
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, de junho de 1992, passa a vigorar acrescido do
verbas ou valores públicos transferidos pela seguinte inciso III: (Incluído pela Lei nº
administração pública a entidades privadas 13.204, de 2015) (Vigência)
mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou "Art. 23.
regulamentares aplicáveis à espécie; ..................................................................
....
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa
física ou jurídica privada utilize bens, rendas, ...................................................................
verbas ou valores públicos transferidos pela .......................
administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a III - até cinco anos da data da apresentação à
observância das formalidades legais ou administração pública da prestação de contas
regulamentares aplicáveis à espécie; final pelas entidades referidas no parágrafo
único do art. 1o desta Lei.’ (NR)”
XVIII - celebrar parcerias da administração
pública com entidades privadas sem a CAPÍTULO VI
observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;
DISPOSIÇÕES FINAIS
I - serão utilizadas as rotinas previstas antes Parágrafo único. São regidos pelo art. 116
da entrada em vigor desta Lei para repasse de da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
recursos a organizações da sociedade civil convênios: (Redação dada pela Lei nº
decorrentes de parcerias celebradas nos termos 13.204, de 2015)
desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015) I - entre entes federados ou pessoas
jurídicas a eles vinculadas; (Incluído pela
II - os Municípios de até cem mil habitantes Lei nº 13.204, de 2015)
serão autorizados a efetivar a prestação de
contas e os atos dela decorrentes sem utilização II - decorrentes da aplicação do disposto no
da plataforma eletrônica prevista no art. inciso IV do art. 3o. (Incluído pela Lei nº
65. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) 13.204, de 2015)
"Art. 3o
IX - experimentação, não lucrativa, de novos
...................................................................
modelos socioprodutivos e de sistemas
....
alternativos de produção, comércio, emprego e
crédito; (Incluído pela Lei nº 13.204, de
2015) ...................................................................
.......................
X - promoção de direitos estabelecidos,
construção de novos direitos e assessoria XIII - estudos e pesquisas para o
jurídica gratuita de interesse suplementar; desenvolvimento, a disponibilização e a
(Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015) implementação de tecnologias voltadas à
68
mobilidade de pessoas, por qualquer meio de VII - demonstração das mutações do patrimônio
transporte. social;
...................................................................
I - às transferências de recursos homologadas
.........................
pelo Congresso Nacional ou autorizadas pelo
Senado Federal naquilo em que as disposições
X - comissão de seleção: órgão colegiado específicas dos tratados, acordos e convenções
destinado a processar e julgar chamamentos internacionais conflitarem com esta Lei;
públicos, constituído por ato publicado em meio
oficial de comunicação, assegurada a
II - (revogado);
71
V - (revogado); ...................................................................
........................
VI - (revogado);
V - as datas e os critérios de seleção e
VII - (revogado); julgamento das propostas, inclusive no que se
refere à metodologia de pontuação e ao peso
VIII - (revogado); atribuído a cada um dos critérios estabelecidos,
se for o caso;
IX - (revogado);
...................................................................
X - (revogado). ........................
...................................................................
........................
74
b) (revogada);
§ 1o Sob pena de nulidade do ato de
formalização de parceria prevista nesta Lei, o
extrato da justificativa previsto V - possuir:
no caput deverá ser publicado, na mesma data
em que for efetivado, no sítio oficial da a) no mínimo, um, dois ou três anos de
administração pública na internet e, existência, com cadastro ativo, comprovados
eventualmente, a critério do administrador por meio de documentação emitida pela
público, também no meio oficial de publicidade Secretaria da Receita Federal do Brasil, com
da administração pública. base no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica -
CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria
seja celebrada no âmbito dos Municípios, do
76
§ 4o (VETADO).
d) da verificação do cronograma de
desembolso;
§ 5o Para fins de atendimento do previsto na
alínea c do inciso V, não será necessária a
...................................................................
demonstração de capacidade instalada prévia.’
........................
(NR)
f) (revogada);
‘Art. 34.
..................................................................
... ...................................................................
........................
I - (revogado);
i) (revogada);
...................................................................
........................ VI - emissão de parecer jurídico do órgão de
assessoria ou consultoria jurídica da
administração pública acerca da possibilidade de
III - certidão de existência jurídica expedida
celebração da parceria.
pelo cartório de registro civil ou cópia do
estatuto registrado e de eventuais alterações
ou, tratando-se de sociedade cooperativa, § 1o Não será exigida contrapartida financeira
certidão simplificada emitida por junta como requisito para celebração de parceria,
comercial; facultada a exigência de contrapartida em bens
e serviços cuja expressão monetária será
obrigatoriamente identificada no termo de
IV - (revogado);
colaboração ou de fomento.
77
inciso, sendo vedado que a mesma pessoa VII - a obrigação de prestar contas com
figure no termo de colaboração, no termo de definição de forma, metodologia e prazos;
fomento ou no acordo de cooperação
simultaneamente como dirigente e ...................................................................
administrador público. ........................
§ 6o Não são considerados membros de Poder X - a definição, se for o caso, da titularidade dos
os integrantes de conselhos de direitos e de bens e direitos remanescentes na data da
políticas públicas.” (NR) conclusão ou extinção da parceria e que, em
razão de sua execução, tenham sido adquiridos,
“Art. 40. É vedada a celebração de parcerias produzidos ou transformados com recursos
previstas nesta Lei que tenham por objeto, repassados pela administração pública;
envolvam ou incluam, direta ou indiretamente,
delegação das funções de regulação, de XI - (revogado);
fiscalização, de exercício do poder de polícia ou
de outras atividades exclusivas de Estado. XII - a prerrogativa atribuída à administração
pública para assumir ou transferir a
I - (revogado); responsabilidade pela execução do objeto, no
caso de paralisação, de modo a evitar sua
II - (revogado). descontinuidade;
XVIII - (revogado);
IV - (revogado);
...................................................................
V - a contrapartida, quando for o caso,
........................
observado o disposto no § 1o do art. 35;
XX - a responsabilidade exclusiva da
...................................................................
organização da sociedade civil pelo pagamento
........................
79
I - (revogado); c) (revogada);
III - quando a organização da sociedade civil “Art. 55. A vigência da parceria poderá ser
deixar de adotar sem justificativa suficiente as alterada mediante solicitação da organização da
medidas saneadoras apontadas pela sociedade civil, devidamente formalizada e
administração pública ou pelos órgãos de justificada, a ser apresentada à administração
controle interno ou externo.” (NR) pública em, no mínimo, trinta dias antes do
termo inicialmente previsto.
“Art. 49. Nas parcerias cuja duração exceda um
ano, é obrigatória a prestação de contas ao Parágrafo único. A prorrogação de ofício da
término de cada exercício. vigência do termo de colaboração ou de
fomento deve ser feita pela administração
I - (revogado); pública quando ela der causa a atraso na
liberação de recursos financeiros, limitada ao
II - (revogado); exato período do atraso verificado.” (NR)
§ ...................................................................
1o .............................................................. ............” (NR)
...............
“Art. 62. Na hipótese de inexecução por culpa
................................................................... exclusiva da organização da sociedade civil, a
........................ administração pública poderá, exclusivamente
para assegurar o atendimento de serviços
III - valores efetivamente transferidos pela essenciais à população, por ato próprio e
administração pública; independentemente de autorização judicial, a
fim de realizar ou manter a execução das metas
IV - (revogado); ou atividades pactuadas:
“Art. 60. Sem prejuízo da fiscalização pela § 1o A administração pública fornecerá manuais
administração pública e pelos órgãos de específicos às organizações da sociedade civil
controle, a execução da parceria será por ocasião da celebração das parcerias, tendo
acompanhada e fiscalizada pelos conselhos de como premissas a simplificação e a
políticas públicas das áreas correspondentes de racionalização dos procedimentos.
atuação existentes em cada esfera de governo.
...................................................................
................................................................... .......................
..............” (NR)
§ 3o O regulamento estabelecerá
“Art. 61. procedimentos simplificados para prestação de
.................................................................. contas.” (NR)
...
“Art. 64.
................................................................... .................................................................
........................ ..
“Art. 65. A prestação de contas e todos os atos trata este artigo deverão, obrigatoriamente,
que dela decorram dar-se-ão em plataforma mencionar:
eletrônica, permitindo a visualização por
qualquer interessado.” (NR) ...................................................................
..............” (NR)
“Art. 66.
.................................................................. “Art. 69. A organização da sociedade civil
... prestará contas da boa e regular aplicação dos
recursos recebidos no prazo de até noventa dias
I - relatório de execução do objeto, elaborado a partir do término da vigência da parceria ou
pela organização da sociedade civil, contendo as no final de cada exercício, se a duração da
atividades ou projetos desenvolvidos para o parceria exceder um ano.
cumprimento do objeto e o comparativo de
metas propostas com os resultados alcançados; § 1o O prazo para a prestação final de contas
será estabelecido de acordo com a
II - relatório de execução financeira do termo complexidade do objeto da parceria.
de colaboração ou do termo de fomento, com a
descrição das despesas e receitas efetivamente § 2o O disposto no caput não impede que a
realizadas e sua vinculação com a execução do administração pública promova a instauração de
objeto, na hipótese de descumprimento de tomada de contas especial antes do término da
metas e resultados estabelecidos no plano de parceria, ante evidências de irregularidades na
trabalho. execução do objeto.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, dependentes, na forma do inciso III do art. 2º
entende-se como: da Lei Complementar nº 101/2000;
I – Convênio: instrumento que disciplina a VIII – Pessoa Jurídica de Direito Privado: pessoa
relação de mútua cooperação entre órgãos e jurídica de direito privado sem fins lucrativos
entidades estaduais e entes, entidades públicas, legalmente constituída, não albergada pela Lei
pessoas jurídicas de direito privado e pessoas Federal nº 13.019/2014 e as empresas estatais
físicas, visando à execução de finalidades de não dependentes, na forma do inciso III do art.
interesse público e recíproco; 2º da Lei Complementar nº 101/2000;
IV – Termo de Fomento: instrumento por meio XII – Convenente: parceiro que celebra por
do qual são formalizadas as parcerias meio de convênio, instrumento congênere,
estabelecidas pela administração pública com termo de colaboração, termo de fomento ou
organizações da sociedade civil para a acordo de cooperação à execução de ações em
consecução de finalidades de interesse público e regime de mútua cooperação com órgãos e
recíproco, propostas pelas organizações da entidades do Poder Executivo Estadual;
sociedade civil, que envolvam a transferência de
XIII – Interveniente: participante do convênio
recursos financeiros;
ou instrumento congênere, que manifesta
V – Acordo de Cooperação: instrumento por consentimento ou assume obrigações em nome
meio do qual são formalizadas as parcerias próprio, podendo assumir a execução do objeto
estabelecidas pela administração pública com pactuado e realizar os atos e procedimentos
organizações da sociedade civil para a necessários, inclusive a movimentação de
consecução de finalidades de interesse público e recursos financeiros, desde que tenha sido
recíproco que não envolvam a transferência de submetido às mesmas exigências do
recursos financeiros; convenente;
ações visando ao alcance do objetivo nele recebidos para execução de ações em regime de
estabelecido; mútua cooperação;
XVI – Plano de Trabalho: parte integrante do XXIV – Agente Político: é o detentor de cargo
convênio, instrumento congênere, termo de eletivo, eleito por mandatos transitórios, como
colaboração, termo de fomento e acordo de os Chefes de Poder Executivo e membros do
cooperação que contém a descrição detalhada Poder Legislativo, além de cargos de Ministros
das metas, etapas ou fases do objeto a ser de Estado e de Secretários dos entes
executado, definindo todos os aspectos físicos e federativos.
financeiros da sua execução;
Art. 3º As ações em regime de mútua
XVII – Liberação de Recursos: aporte financeiro cooperação executadas por meio de convênios,
realizado pelo concedente na conta específica instrumentos congêneres, termo de
do convênio, instrumento congênere, termo de colaboração, termo de fomento e acordo de
colaboração e termo de fomento, conforme cooperação deverão obedecer às seguintes
cronograma de desembolso do Plano de etapas:
Trabalho;
I – divulgação de programas;
XVIII – Liquidação da despesa: comprovação,
pelo convenente, da execução do objeto e do II – cadastramento de parceiros;
direito adquirido pelo credor, tendo por base
III – seleção;
títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito; IV – celebração do instrumento;
instrumento para orientar a elaboração das Art. 15. A Comissão de Seleção do órgão ou a
metas e indicadores da proposta pelo parceiro. entidade do Poder Executivo Estadual divulgará
o resultado preliminar do processo de seleção
Art.10. O edital de chamamento público será no seu sítio eletrônico oficial.
amplamente divulgado no sítio eletrônico oficial
do órgão ou da entidade pública estadual, no Art. 16. Os parceiros participantes do processo
mínimo por 30 (trinta) dias, antes do início do de seleção poderão apresentar recurso contra o
prazo para apresentação de propostas, devendo resultado preliminar.
seu extrato ser publicado no Diário Oficial do
Estado. Parágrafo único. O prazo para a Art. 17. Após o julgamento dos recursos ou o
apresentação de propostas será de, no mínimo, transcurso do prazo para interposição de
15 (quinze) dias. Seção I Da Comissão de recurso, o órgão ou a entidade do Poder
Seleção Executivo Estadual deverá homologar e divulgar
o resultado definitivo do processo de seleção no
Art. 11. Os órgãos ou entidades do Poder Diário Oficial do Estado.
Executivo Estadual designarão, em ato
específico, comissão de seleção para processar Seção III Da Dispensa e da Inexigibilidade
e julgar os chamamentos públicos.
Art. 18. O chamamento público poderá ser
Art. 12. A comissão de seleção será composta dispensado pelos órgãos ou entidades do Poder
por, no mínimo, 3 (três) membros, detentores Executivo Estadual nas seguintes situações:
de capacidade técnica, sendo pelo menos 1
I – urgência decorrente de paralisação ou
(um) servidor ocupante de cargo efetivo ou
iminência de paralisação de atividades de
emprego permanente do quadro de pessoal da
relevante interesse público;
Administração Pública Estadual.
II – nos casos de guerra, calamidade pública,
Seção II Do Processo de Seleção
grave perturbação da ordem pública ou ameaça
Art. 13. O processo de seleção abrangerá a à paz social;
avaliação das propostas, a divulgação e a
III – quando se tratar da realização de
homologação dos resultados.
programa de proteção a pessoas ameaçadas ou
Art. 14. A avaliação das propostas terá caráter em situação que possa comprometer a sua
eliminatório e classificatório. Parágrafo único. A segurança;
proposta deverá conter, no mínimo, as
IV – quando o parceiro for ente ou entidade
seguintes informações:
pública, inclusive as empresas estatais não
I – a descrição da realidade objeto e o nexo dependentes, na forma do inciso III do art. 2º
com a atividade ou o projeto proposto; da Lei Complementar nº 101/2000.
Art. 29. As pessoas jurídicas de direito privado e Art. 34. O Poder Executivo poderá exigir, a
as organizações da sociedade civil cujos planos qualquer tempo e a seu exclusivo critério, que
de trabalho tenham sido aprovados serão todos os atos das licitações e das respectivas
submetidas à vistoria de funcionamento para dispensas ou contratações por inexigibilidade
comprovação do seu regular funcionamento nos sejam publicadas no Diário Oficial do Estado e
termos do Regulamento. na ferramenta estadual de transparência exigida
96
assumir a execução do objeto, sem prejuízo da Art. 61. Identificada a situação de dano ao
atuação do órgão central de controle interno, na erário, o dirigente máximo do órgão ou entidade
forma do Regulamento. do Poder Executivo Estadual competente, sob
pena de responsabilidade solidária, deverá
Art. 58. A baixa da inadimplência do convenente adotar providências com vistas à instauração da
e do interveniente, quando este assumir a Tomada de Contas Especial para apuração dos
execução do objeto, fica condicionada ao fatos, identificação dos responsáveis e
saneamento das pendências que lhe deram quantificação do dano, observado o disposto no
causa. Parágrafo único. Independentemente do regramento específico estabelecido pelo
saneamento da pendência que lhe deu causa, a Tribunal de Contas do Estado e nesta Lei.
inadimplência do convenente e do interveniente,
quando este assumir a execução do objeto, será Parágrafo único. Previamente à instauração da
baixada após 8 (oito) anos, contados do seu Tomada de Contas Especial, de que trata o
registro, sem prejuízo do prosseguimento das caput, deverão ser exauridas as medidas
ações necessárias à recuperação do dano. administrativas para saneamento das
pendências, observado o seguinte:
Art. 59. Exceto quando se tratar de gestor
reeleito, a inadimplência de que trata o art. 55 I – notificação do convenente para saneamento
fica suspensa para entes e entidades públicas, das pendências no prazo máximo de 30 (trinta)
independente da instauração ou conclusão do dias, contados do recebimento da notificação,
processo de Tomadas de Contas Especial, nos podendo ser prorrogado por até 30 (trinta) dias;
casos em que a nova gestão:
II – apreciação e decisão pelo concedente
I – mantém-se adimplente com todas as quanto ao saneamento da pendência no prazo
exigências relativas ao seu mandato; máximo de 60 (sessenta) dias, contados do
recebimento das informações apresentadas pelo
II – comprove a adoção das medidas convenente;
administrativas ou judiciais aplicáveis para
apurar as responsabilidades dos seus III – notificação ao convenente para
antecessores. ressarcimento ou devolução de valores, no caso
de não saneamento da pendência, no prazo
§ 1º A suspensão da inadimplência em máximo de 15 (quinze) dias da notificação.
decorrência da adoção de medida administrativa
de que trata o inciso II do caput terá validade Art. 62. A Tomada de Contas Especial deverá
pelo prazo improrrogável de 180 (cento e ser instaurada no prazo máximo de até 180
oitenta) dias contados da instauração da (cento e oitenta) dias, contados do registro da
medida. § 2º O novo gestor comprovará, inadimplência.
semestralmente, ao concedente o
prosseguimento das medidas judiciais, sob pena § 1º O prazo de que trata o caput incluirá os
de retorno à situação de inadimplência. prazos previstos no art. 46, quando a Tomada
de Contas Especial for motivada pela situação
Art. 60. O débito apurado por ocasião da análise prevista no inciso IV do art. 55.
da prestação de contas poderá,
excepcionalmente, ser parcelado, a critério do § 2º O ato que determinar a instauração da
concedente, conforme Regulamento. Parágrafo Tomada de Contas Especial deverá estabelecer
único. O parcelamento do débito de que trata o prazo para sua conclusão.
caput suspenderá a inadimplência e a contagem
§ 3º Caso as pendências que motivaram a
do prazo para a instauração da Tomada de
Tomada de Contas Especial tenham sido
Contas Especial, nos termos do Regulamento.
sanadas antes da publicação do ato de
Seção III Da Tomada De Contas Especial
101
instauração, o processo deverá ser arquivado com órgãos e entidades do Poder Executivo
por perda do objeto. Estadual, por prazo não superior a 2 (dois)
anos;
Art. 63. Concluída a instrução pelo órgão
concedente, o processo de Tomada de Contas III – declaração de inidoneidade para participar
Especial deverá ser encaminhado: em chamamento público ou celebrar convênio,
instrumento congênere, ou contratos com
I – à Procuradoria-Geral do Estado, quando órgãos e entidades de todas as esferas de
comprovado o dano ao erário, observado o governo, enquanto perdurarem os motivos
prazo máximo de 30 (trinta) dias; determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria
II – ao Tribunal de Contas do Estado, observado
autoridade que aplicou a penalidade, que será
o disposto em regramento específico
concedida sempre que o convenente ressarcir a
estabelecido pela aquela Corte de Contas.
administração pelos prejuízos resultantes, e
Art. 64. Concluído o julgamento da Tomada de após decorrido o prazo da sanção aplicada com
Contas Especial pelo Tribunal de Contas do base no inciso II deste artigo.
Estado e caso o responsável não seja o gestor
§ 1º As sanções estabelecidas são de
atual do ente, poderá ser procedida a retirada
competência exclusiva de Secretário de Estado
da inadimplência do ente.
facultada a defesa do interessado no respectivo
Art. 65. A instauração de Tomada de Contas processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura
Especial poderá ser dispensada nas hipóteses de vista, podendo a reabilitação ser requerida
previstas em regramento específico estabelecido após 2 (dois) anos de aplicação da penalidade.
pelo Tribunal de Contas do Estado.
§ 2º Prescreve em 5 (cinco) anos, contados a
Art. 66. Não se aplica à Tomada de Contas partir da data da apresentação da prestação de
Especial de que trata esta Lei o disposto no contas, a aplicação de penalidades decorrentes
inciso III do art. 9º da Lei Estadual nº 12.509, de infrações relacionadas à execução dos
de 6 de dezembro de 1995 e legislação instrumentos firmados a partir da vigência desta
derivada. Lei, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
Art. 67. Regulamento disporá sobre a
responsabilização dos agentes e os § 3º A prescrição será interrompida com a
procedimentos de Tomada de Contas Especial edição de ato administrativo voltado à apuração
dos instrumentos celebrados no âmbito do da infração.
Poder Executivo Estadual.
§ 4º As sanções estabelecidas neste artigo não
CAPÍTULO X DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS se aplicam aos entes e entidades públicas.
Art. 71. As exigências de regularidade cadastral disposto nesta Lei, até que o sistema de que
e de adimplência previstas nesta Lei não se trata o caput esteja plenamente adaptado às
aplicam para transferência de recursos novas rotinas.” (NR) Art. 3º Ficam preservados
financeiros para entes e entidades públicas, os efeitos e as regras de aplicabilidade previstas
quando destinados a atender, exclusivamente, nos arts. 57, 58, 58-A e 58 – B, na redação
às situações de emergência ou calamidade vigente imediatamente anterior à publicação
pública reconhecidas pelo Poder Executivo desta Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor 30
Estadual e à execução de programas e ações de (trinta) dias após a data de sua publicação,
educação, saúde e assistência social. observadas as condições estabelecidas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias vigente e, quanto à
Art. 72. Na contagem dos prazos estabelecidos sua aplicabilidade e efeitos, no que couber, o
nesta Lei, excluir-se-á o dia de início e incluir- disposto na Lei Federal n.º 13.019, de 31 de
se-á o do vencimento e considerar-se-ão os dias julho de 2014. Art. 5º Revogam-se as
consecutivos. disposições em contrário.
Art. 73. A declaração falsa de informações, PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO
inclusive mediante inserção, modificação ou ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 10 de maio
alteração de dados nos sistemas de de 2018.
informações, deverá ser punida nos termos dos
art. 313-A e art. 313-B do Código Penal Camilo Sobreira de Santana GOVERNADOR DO
Brasileiro. ESTADO
VII - Execução direta - a que é feita pelos b) soluções técnicas globais e localizadas,
órgãos e entidades da Administração, pelos suficientemente detalhadas, de forma a
próprios meios; minimizar a necessidade de reformulação ou de
variantes durante as fases de elaboração do
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou projeto executivo e de realização das obras e
entidade contrata com terceiros sob qualquer montagem;
dos seguintes regimes: (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) c) identificação dos tipos de serviços a
executar e de materiais e equipamentos a
a) empreitada por preço global - quando se incorporar à obra, bem como suas
contrata a execução da obra ou do serviço por especificações que assegurem os melhores
preço certo e total; resultados para o empreendimento, sem
frustrar o caráter competitivo para a sua
b) empreitada por preço unitário - quando se execução;
contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas; d) informações que possibilitem o estudo e a
dedução de métodos construtivos, instalações
c) (Vetado). (Redação dada provisórias e condições organizacionais para a
pela Lei nº 8.883, de 1994) obra, sem frustrar o caráter competitivo para a
sua execução;
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra
para pequenos trabalhos por preço certo, com e) subsídios para montagem do plano de
ou sem fornecimento de materiais; licitação e gestão da obra, compreendendo a
sua programação, a estratégia de suprimentos,
as normas de fiscalização e outros dados
e) empreitada integral - quando se contrata
necessários em cada caso;
um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras,
serviços e instalações necessárias, sob inteira f) orçamento detalhado do custo global da
responsabilidade da contratada até a sua obra, fundamentado em quantitativos de
entrega ao contratante em condições de serviços e fornecimentos propriamente
entrada em operação, atendidos os requisitos avaliados;
técnicos e legais para sua utilização em
condições de segurança estrutural e operacional X - Projeto Executivo - o conjunto dos
e com as características adequadas às elementos necessários e suficientes à execução
finalidades para que foi contratada; completa da obra, de acordo com as normas
pertinentes da Associação Brasileira de Normas
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos Técnicas - ABNT;
necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, XI - Administração Pública - a administração
ou complexo de obras ou serviços objeto da direta e indireta da União, dos Estados, do
licitação, elaborado com base nas indicações Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo
dos estudos técnicos preliminares, que inclusive as entidades com personalidade
assegurem a viabilidade técnica e o adequado jurídica de direito privado sob controle do poder
tratamento do impacto ambiental do público e das fundações por ele instituídas ou
empreendimento, e que possibilite a avaliação mantidas;
do custo da obra e a definição dos métodos e do
prazo de execução, devendo conter os seguintes XII - Administração - órgão, entidade ou
elementos: unidade administrativa pela qual a
Administração Pública opera e atua
a) desenvolvimento da solução escolhida de concretamente;
forma a fornecer visão global da obra e
identificar todos os seus elementos constitutivos XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de
com clareza; divulgação da Administração Pública, sendo
para a União o Diário Oficial da União, e, para
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o
107
que for definido nas respectivas leis; obedecerão ao disposto neste artigo e, em
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) particular, à seguinte seqüência:
c) (Vetado). (Redação dada pela Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-
Lei nº 8.883, de 1994) se serviços técnicos profissionais especializados
os trabalhos relativos a:
d) tarefa;
I - estudos técnicos, planejamentos e
e) empreitada integral. projetos básicos ou executivos;
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos V - patrocínio ou defesa de causas judiciais
executivos de obras e serviços serão ou administrativas;
considerados principalmente os seguintes
requisitos: (Redação dada pela Lei VI - treinamento e aperfeiçoamento de
nº 8.883, de 1994) pessoal;
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a
adequada caracterização de seu objeto e utilização de outros meios, respeitada a
indicação dos recursos orçamentários para seu legislação relativa às licitações, sendo
pagamento, sob pena de nulidade do ato e assegurado ao beneficiário do registro
responsabilidade de quem lhe tiver dado causa. preferência em igualdade de condições.
§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso Parágrafo único. O disposto neste artigo não
o donatário necessite oferecer o imóvel em impedirá a habilitação de interessados
garantia de financiamento, a cláusula de residentes ou sediados em outros locais.
reversão e demais obrigações serão garantidas
por hipoteca em segundo grau em favor do Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos
doador. (Incluído pela Lei nº editais das concorrências, das tomadas de
8.883, de 1994) preços, dos concursos e dos leilões, embora
realizados no local da repartição interessada,
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, deverão ser publicados com antecedência, no
isolada ou globalmente, em quantia não mínimo, por uma vez: (Redação
superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
alínea "b" desta Lei, a Administração poderá
permitir o leilão. (Incluído pela Lei I - no Diário Oficial da União, quando se
nº 8.883, de 1994) tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando
§ 7o (VETADO). (Incluído pela se tratar de obras financiadas parcial ou
Lei nº 11.481, de 2007) totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais; (Redação
Art. 18. Na concorrência para a venda de dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á
à comprovação do recolhimento de quantia II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito
correspondente a 5% (cinco por cento) da Federal quando se tratar, respectivamente, de
avaliação. licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Estadual ou Municipal, ou
Parágrafo único. (Revogado do Distrito Federal; (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994) pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração III - em jornal diário de grande circulação no
Pública, cuja aquisição haja derivado de Estado e também, se houver, em jornal de
procedimentos judiciais ou de dação em circulação no Município ou na região onde será
pagamento, poderão ser alienados por ato da realizada a obra, prestado o serviço, fornecido,
autoridade competente, observadas as alienado ou alugado o bem, podendo ainda a
seguintes regras: Administração, conforme o vulto da licitação,
utilizar-se de outros meios de divulgação para
I - avaliação dos bens alienáveis; ampliar a área de
competição. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
II - comprovação da necessidade ou utilidade
da alienação;
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação
do local em que os interessados poderão ler e
III - adoção do procedimento licitatório, sob
obter o texto integral do edital e todas as
a modalidade de concorrência ou
informações sobre a licitação.
leilão. (Redação dada pela Lei
nº 8.883, de 1994)
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das
propostas ou da realização do evento será:
Capítulo II
Da Licitação
I - quarenta e cinco dias
para: (Redação dada pela Lei nº
Seção I
8.883, de 1994)
Das Modalidades, Limites e Dispensa
V - leilão.
115
Art. 39. Sempre que o valor estimado para VI - condições para participação na licitação,
uma licitação ou para um conjunto de licitações em conformidade com os arts. 27 a 31 desta
simultâneas ou sucessivas for superior a 100 Lei, e forma de apresentação das propostas;
(cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso
I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será VII - critério para julgamento, com
iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência disposições claras e parâmetros objetivos;
pública concedida pela autoridade responsável
com antecedência mínima de 15 (quinze) dias
VIII - locais, horários e códigos de acesso
úteis da data prevista para a publicação do
dos meios de comunicação à distância em que
edital, e divulgada, com a antecedência mínima
serão fornecidos elementos, informações e
de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos
esclarecimentos relativos à licitação e às
mesmos meios previstos para a publicidade da
condições para atendimento das obrigações
licitação, à qual terão acesso e direito a todas
necessárias ao cumprimento de seu objeto;
as informações pertinentes e a se manifestar
todos os interessados.
IX - condições equivalentes de pagamento
entre empresas brasileiras e estrangeiras, no
Parágrafo único. Para os fins deste artigo,
caso de licitações internacionais;
consideram-se licitações simultâneas aquelas
com objetos similares e com realização prevista
para intervalos não superiores a trinta dias e X - o critério de aceitabilidade dos preços
licitações sucessivas aquelas em que, também unitário e global, conforme o caso, permitida a
com objetos similares, o edital subseqüente fixação de preços máximos e vedados a fixação
tenha uma data anterior a cento e vinte dias de preços mínimos, critérios estatísticos ou
após o término do contrato resultante da faixas de variação em relação a preços de
licitação antecedente. (Redação referência, ressalvado o disposto nos parágrafos
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 1º e 2º do art. 48; (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o
número de ordem em série anual, o nome da XI - critério de reajuste, que deverá retratar
repartição interessada e de seu setor, a a variação efetiva do custo de produção,
modalidade, o regime de execução e o tipo da admitida a adoção de índices específicos ou
licitação, a menção de que será regida por esta setoriais, desde a data prevista para
Lei, o local, dia e hora para recebimento da apresentação da proposta, ou do orçamento a
documentação e proposta, bem como para início que essa proposta se referir, até a data do
da abertura dos envelopes, e indicará, adimplemento de cada
obrigatoriamente, o seguinte: parcela; (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e
clara; XII - (Vetado). (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
II - prazo e condições para assinatura do
contrato ou retirada dos instrumentos, como XIII - limites para pagamento de instalação e
mobilização para execução de obras ou serviços
126
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos § 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica"
de alienação de bens ou concessão de direito será adotado o seguinte procedimento
real de uso. (Incluído pela Lei nº claramente explicitado no instrumento
8.883, de 1994) convocatório, o qual fixará o preço máximo que
a Administração se propõe a pagar:
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais
propostas, e após obedecido o disposto no I - serão abertos os envelopes contendo as
§ 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, propostas técnicas exclusivamente dos licitantes
obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, previamente qualificados e feita então a
para o qual todos os licitantes serão avaliação e classificação destas propostas de
convocados, vedado qualquer outro processo. acordo com os critérios pertinentes e adequados
ao objeto licitado, definidos com clareza e
§ 3o No caso da licitação do tipo "menor objetividade no instrumento convocatório e que
preço", entre os licitantes considerados considerem a capacitação e a experiência do
qualificados a classificação se dará pela ordem proponente, a qualidade técnica da proposta,
crescente dos preços propostos, prevalecendo, compreendendo metodologia, organização,
no caso de empate, exclusivamente o critério tecnologias e recursos materiais a serem
previsto no parágrafo utilizados nos trabalhos, e a qualificação das
anterior. (Redação dada pela equipes técnicas a serem mobilizadas para a
Lei nº 8.883, de 1994) sua execução;
Art. 56. A critério da autoridade da garantia deverá ser acrescido o valor desses
competente, em cada caso, e desde que bens.
prevista no instrumento convocatório, poderá
ser exigida prestação de garantia nas Art. 57. A duração dos contratos regidos por
contratações de obras, serviços e compras. esta Lei ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, exceto
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma quanto aos relativos:
das seguintes modalidades de
garantia: (Redação dada pela Lei I - aos projetos cujos produtos estejam
nº 8.883, de 1994) contemplados nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se
I - caução em dinheiro ou em títulos da houver interesse da Administração e desde que
dívida pública, devendo estes ter sido emitidos isso tenha sido previsto no ato convocatório;
sob a forma escritural, mediante registro em
sistema centralizado de liquidação e de custódia II - à prestação de serviços a serem
autorizado pelo Banco Central do Brasil e executados de forma contínua, que poderão ter
avaliados pelos seus valores econômicos, a sua duração prorrogada por iguais e
conforme definido pelo Ministério da sucessivos períodos com vistas à obtenção de
Fazenda; (Redação dada pela Lei preços e condições mais vantajosas para a
nº 11.079, de 2004) administração, limitada a sessenta
meses; (Redação dada pela Lei
II - seguro-garantia; (Redação nº 9.648, de 1998)
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - (Vetado). (Redação dada
III - fiança pela Lei nº 8.883, de 1994)
bancária. (Redação dada pela Lei
nº 8.883, de 8.6.94) IV - ao aluguel de equipamentos e à
utilização de programas de informática,
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste podendo a duração estender-se pelo prazo de
artigo não excederá a cinco por cento do valor até 48 (quarenta e oito) meses após o início da
do contrato e terá seu valor atualizado nas vigência do contrato.
mesmas condições daquele, ressalvado o
previsto no parágrafo 3o deste V - às hipóteses previstas nos incisos IX,
artigo. (Redação dada pela Lei XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos
nº 8.883, de 1994) poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte)
meses, caso haja interesse da
§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de administração. (Incluído pela Lei
grande vulto envolvendo alta complexidade nº 12.349, de 2010)
técnica e riscos financeiros consideráveis,
demonstrados através de parecer tecnicamente § 1o Os prazos de início de etapas de
aprovado pela autoridade competente, o limite execução, de conclusão e de entrega admitem
de garantia previsto no parágrafo anterior prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
poderá ser elevado para até dez por cento do contrato e assegurada a manutenção de seu
valor do contrato. (Redação equilíbrio econômico-financeiro, desde que
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ocorra algum dos seguintes motivos,
devidamente autuados em processo:
§ 4o A garantia prestada pelo contratado
será liberada ou restituída após a execução do I - alteração do projeto ou especificações,
contrato e, quando em dinheiro, atualizada pela Administração;
monetariamente.
II - superveniência de fato excepcional ou
§ 5o Nos casos de contratos que importem imprevisível, estranho à vontade das partes,
na entrega de bens pela Administração, dos que altere fundamentalmente as condições de
quais o contratado ficará depositário, ao valor execução do contrato;
134
lavratura, o número do processo da licitação, da de seu valor, nos casos de compra com entrega
dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos imediata e integral dos bens adquiridos, dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas quais não resultem obrigações futuras, inclusive
contratuais. assistência técnica.
partes, após o decurso do prazo de observação, Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o
ou vistoria que comprove a adequação do recebimento será feito mediante recibo.
objeto aos termos contratuais, observado o
disposto no art. 69 desta Lei; Art. 75. Salvo disposições em contrário
constantes do edital, do convite ou de ato
II - em se tratando de compras ou de normativo, os ensaios, testes e demais provas
locação de equipamentos: exigidos por normas técnicas oficiais para a boa
execução do objeto do contrato correm por
a) provisoriamente, para efeito de posterior conta do contratado.
verificação da conformidade do material com a
especificação; Art. 76. A Administração rejeitará, no todo
ou em parte, obra, serviço ou fornecimento
b) definitivamente, após a verificação da executado em desacordo com o contrato.
qualidade e quantidade do material e
conseqüente aceitação. Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
§ 1o Nos casos de aquisição de
equipamentos de grande vulto, o recebimento Art. 77. A inexecução total ou parcial do
far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos contrato enseja a sua rescisão, com as
demais, mediante recibo. conseqüências contratuais e as previstas em lei
ou regulamento.
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo
não exclui a responsabilidade civil pela solidez e Art. 78. Constituem motivo para rescisão do
segurança da obra ou do serviço, nem ético- contrato:
profissional pela perfeita execução do contrato,
dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo I - o não cumprimento de cláusulas
contrato. contratuais, especificações, projetos ou prazos;
III - obras e serviços de valor até o previsto VII - o desatendimento das determinações
no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde regulares da autoridade designada para
que não se componham de aparelhos, acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim
equipamentos e instalações sujeitos à como as de seus superiores;
verificação de funcionamento e produtividade.
139
VIII - o cometimento reiterado de faltas na prazos contratuais, bem como das fontes de
sua execução, anotadas na forma do § 1o do materiais naturais especificadas no projeto;
art. 67 desta Lei;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de
IX - a decretação de falência ou a força maior, regularmente comprovada,
instauração de insolvência civil; impeditiva da execução do contrato.
pública, ou outra entidade controlada direta ou da punição ou até que seja promovida a
indiretamente pelo Poder Público. reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida
Art. 85. As infrações penais previstas nesta sempre que o contratado ressarcir a
Lei pertinem às licitações e aos contratos Administração pelos prejuízos resultantes e
celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, após decorrido o prazo da sanção aplicada com
Municípios, e respectivas autarquias, empresas base no inciso anterior.
públicas, sociedades de economia mista,
fundações públicas, e quaisquer outras § 1o Se a multa aplicada for superior ao
entidades sob seu controle direto ou indireto. valor da garantia prestada, além da perda
desta, responderá o contratado pela sua
Seção II diferença, que será descontada dos pagamentos
Das Sanções Administrativas eventualmente devidos pela Administração ou
cobrada judicialmente.
Art. 86. O atraso injustificado na execução
do contrato sujeitará o contratado à multa de § 2o As sanções previstas nos incisos I, III e
mora, na forma prevista no instrumento IV deste artigo poderão ser aplicadas
convocatório ou no contrato. juntamente com a do inciso II, facultada a
defesa prévia do interessado, no respectivo
§ 1o A multa a que alude este artigo não processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
impede que a Administração rescinda
unilateralmente o contrato e aplique as outras § 3o A sanção estabelecida no inciso IV
sanções previstas nesta Lei. deste artigo é de competência exclusiva do
Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou
§ 2o A multa, aplicada após regular processo Municipal, conforme o caso, facultada a defesa
administrativo, será descontada da garantia do do interessado no respectivo processo, no prazo
respectivo contratado. de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo
a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos
de sua aplicação. (Vide art 109 inciso
§ 3o Se a multa for de valor superior ao
III)
valor da garantia prestada, além da perda
desta, responderá o contratado pela sua
diferença, a qual será descontada dos Art. 88. As sanções previstas nos incisos III
pagamentos eventualmente devidos pela e IV do artigo anterior poderão também ser
Administração ou ainda, quando for o caso, aplicadas às empresas ou aos profissionais que,
cobrada judicialmente. em razão dos contratos regidos por esta Lei:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do I - tenham sofrido condenação definitiva por
contrato a Administração poderá, garantida a praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no
prévia defesa, aplicar ao contratado as recolhimento de quaisquer tributos;
seguintes sanções:
II - tenham praticado atos ilícitos visando a
I - advertência; frustrar os objetivos da licitação;
Parágrafo único. Na mesma pena incorre Art. 94. Devassar o sigilo de proposta
aquele que, tendo comprovadamente concorrido apresentada em procedimento licitatório, ou
para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para
celebrar contrato com o Poder Público. Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos,
e multa.
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante
ajuste, combinação ou qualquer outro Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante,
expediente, o caráter competitivo do por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
procedimento licitatório, com o intuito de obter, oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
para si ou para outrem, vantagem decorrente
da adjudicação do objeto da licitação: Pena - detenção, de 2 (dois) a 4
(quatro) anos, e multa, além da pena
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 correspondente à violência.
(quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, quem se abstém ou desiste de licitar, em razão
interesse privado perante a Administração, da vantagem oferecida.
dando causa à instauração de licitação ou à
celebração de contrato, cuja invalidação vier a Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda
ser decretada pelo Poder Judiciário: Pública, licitação instaurada para aquisição ou
venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 decorrente:
(dois) anos, e multa.
I - elevando arbitrariamente os preços;
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a
qualquer modificação ou vantagem, inclusive II - vendendo, como verdadeira ou perfeita,
prorrogação contratual, em favor do mercadoria falsificada ou deteriorada;
adjudicatário, durante a execução dos contratos
celebrados com o Poder Público, sem
III - entregando uma mercadoria por outra;
autorização em lei, no ato convocatório da
licitação ou nos respectivos instrumentos
contratuais, ou, ainda, pagar fatura com IV - alterando substância, qualidade ou
preterição da ordem cronológica de sua quantidade da mercadoria fornecida;
exigibilidade, observado o disposto no art. 121
desta Lei: (Redação dada pela Lei V - tornando, por qualquer modo,
nº 8.883, de 1994) injustamente, mais onerosa a proposta ou a
execução do contrato:
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e
multa. (Redação dada pela Lei Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
nº 8.883, de 1994) e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena o Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar
contratado que, tendo comprovadamente contrato com empresa ou profissional declarado
concorrido para a consumação da ilegalidade, inidôneo:
obtém vantagem indevida ou se beneficia,
injustamente, das modificações ou prorrogações Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2
contratuais. (dois) anos, e multa.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a Parágrafo único. Incide na mesma pena
realização de qualquer ato de procedimento aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar
licitatório: ou a contratar com a Administração.
143
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, Art. 103. Será admitida ação penal privada
injustamente, a inscrição de qualquer subsidiária da pública, se esta não for ajuizada
interessado nos registros cadastrais ou no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o
promover indevidamente a alteração, suspensão disposto nos arts. 29 e 30 do Código de
ou cancelamento de registro do inscrito: Processo Penal.
aplicável, inclusive mediante procedimentos de regem-se pelas normas desta Lei, no que
fiscalização local, realizados periodicamente couber, nas três esferas administrativas.
pela entidade ou órgão descentralizador dos
recursos ou pelo órgão competente do sistema Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os
de controle interno da Administração Pública; Municípios e as entidades da administração
indireta deverão adaptar suas normas sobre
II - quando verificado desvio de finalidade na licitações e contratos ao disposto nesta Lei.
aplicação dos recursos, atrasos não justificados
no cumprimento das etapas ou fases Art. 119. As sociedades de economia mista,
programadas, práticas atentatórias aos empresas e fundações públicas e demais
princípios fundamentais de Administração entidades controladas direta ou indiretamente
Pública nas contratações e demais atos pela União e pelas entidades referidas no artigo
praticados na execução do convênio, ou o anterior editarão regulamentos próprios
inadimplemento do executor com relação a devidamente publicados, ficando sujeitas às
outras cláusulas conveniais básicas; disposições desta Lei.
§ 5o As receitas financeiras auferidas na Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica
forma do parágrafo anterior serão às licitações instauradas e aos contratos
obrigatoriamente computadas a crédito do assinados anteriormente à sua vigência,
convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto ressalvado o disposto no art. 57, nos
de sua finalidade, devendo constar de parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV
demonstrativo específico que integrará as do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do
prestações de contas do ajuste. art. 5o, com relação ao pagamento das
obrigações na ordem cronológica, podendo esta
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, ser observada, no prazo de noventa dias
rescisão ou extinção do convênio, acordo ou contados da vigência desta Lei, separadamente
ajuste, os saldos financeiros remanescentes, para as obrigações relativas aos contratos
inclusive os provenientes das receitas obtidas regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
das aplicações financeiras realizadas, serão 21 de junho de 1993. (Redação
devolvidos à entidade ou órgão repassador dos dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
recursos, no prazo improrrogável de 30
(trinta) dias do evento, sob pena da imediata Parágrafo único. Os contratos relativos a
instauração de tomada de contas especial do imóveis do patrimônio da União continuam a
responsável, providenciada pela autoridade reger-se pelas disposições do Decreto-lei
competente do órgão ou entidade titular dos no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas
recursos. alterações, e os relativos a operações de crédito
interno ou externo celebrados pela União ou a
Art. 117. As obras, serviços, compras e concessão de garantia do Tesouro Nacional
alienações realizados pelos órgãos dos Poderes continuam regidos pela legislação pertinente,
Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas aplicando-se esta Lei, no que couber.
147
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de Art. 2° Reputa-se agente público, para os
sua publicação. (Renumerado por efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de que transitoriamente ou sem remuneração, por
1994) eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
Art. 126. Revogam-se as disposições em mandato, cargo, emprego ou função nas
contrário, especialmente os Decretos-leis nos entidades mencionadas no artigo anterior.
2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de
24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro Art. 3° As disposições desta lei são
de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de não sendo agente público, induza ou concorra
dezembro de 1966.(Renumerado por força do para a prática do ato de improbidade ou dele se
disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994) beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
os bens ou valores acrescidos ao seu serviço por ente estatal por preço inferior ao
patrimônio. valor de mercado;
II - permitir ou concorrer para que pessoa XII - permitir, facilitar ou concorrer para
física ou jurídica privada utilize bens, rendas, que terceiro se enriqueça ilicitamente;
verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. XIII - permitir que se utilize, em obra ou
1º desta lei, sem a observância das serviço particular, veículos, máquinas,
formalidades legais ou regulamentares equipamentos ou material de qualquer
aplicáveis à espécie; natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1°
III - doar à pessoa física ou jurídica bem desta lei, bem como o trabalho de servidor
como ao ente despersonalizado, ainda que de público, empregados ou terceiros contratados
fins educativos ou assistências, bens, rendas, por essas entidades.
verbas ou valores do patrimônio de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, XIV – celebrar contrato ou outro
sem observância das formalidades legais e instrumento que tenha por objeto a prestação
regulamentares aplicáveis à espécie; de serviços públicos por meio da gestão
associada sem observar as formalidades
IV - permitir ou facilitar a alienação, previstas na lei; (Incluído pela Lei nº
permuta ou locação de bem integrante do 11.107, de 2005)
patrimônio de qualquer das entidades referidas
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de XV – celebrar contrato de rateio de
serviço por parte delas, por preço inferior ao de consórcio público sem suficiente e prévia
mercado; dotação orçamentária, ou sem observar as
formalidades previstas na lei. (Incluído pela
V - permitir ou facilitar a aquisição, Lei nº 11.107, de 2005)
permuta ou locação de bem ou serviço por
preço superior ao de mercado; XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer
forma, para a incorporação, ao patrimônio
VI - realizar operação financeira sem particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
observância das normas legais e rendas, verbas ou valores públicos transferidos
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente pela administração pública a entidades privadas
ou inidônea; mediante celebração de parcerias, sem a
150
X - transferir recurso a entidade privada, em pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
razão da prestação de serviços na área de pelo prazo de três anos.
saúde sem a prévia celebração de contrato,
convênio ou instrumento congênere, nos termos IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda
do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, da função pública, suspensão dos direitos
de 19 de setembro de 1990. (Incluído políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa
pela Lei nº 13.650, de 2018) civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício
financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela
CAPÍTULO III Lei Complementar nº 157, de 2016)
Das Penas
Parágrafo único. Na fixação das penas
Art. 12. Independentemente das previstas nesta lei o juiz levará em conta a
sanções penais, civis e administrativas previstas extensão do dano causado, assim como o
na legislação específica, está o responsável pelo proveito patrimonial obtido pelo agente.
ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou CAPÍTULO IV
cumulativamente, de acordo com a gravidade Da Declaração de Bens
do fato: (Redação dada pela Lei nº
12.120, de 2009). Art. 13. A posse e o exercício de agente
público ficam condicionados à apresentação de
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens declaração dos bens e valores que compõem o
ou valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada
patrimônio, ressarcimento integral do dano, no serviço de pessoal
quando houver, perda da função pública, competente.(Regulamento) (Regulamento)
suspensão dos direitos políticos de oito a dez
anos, pagamento de multa civil de até três § 1° A declaração compreenderá imóveis,
vezes o valor do acréscimo patrimonial e móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e
proibição de contratar com o Poder Público ou qualquer outra espécie de bens e valores
receber benefícios ou incentivos fiscais ou patrimoniais, localizado no País ou no exterior,
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que e, quando for o caso, abrangerá os bens e
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja valores patrimoniais do cônjuge ou
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; companheiro, dos filhos e de outras pessoas
que vivam sob a dependência econômica do
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento declarante, excluídos apenas os objetos e
integral do dano, perda dos bens ou valores utensílios de uso doméstico.
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
concorrer esta circunstância, perda da função § 2º A declaração de bens será
pública, suspensão dos direitos políticos de anualmente atualizada e na data em que o
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de agente público deixar o exercício do mandato,
até duas vezes o valor do dano e proibição de cargo, emprego ou função.
contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
§ 3º Será punido com a pena de
direta ou indiretamente, ainda que por
demissão, a bem do serviço público, sem
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente
majoritário, pelo prazo de cinco anos;
público que se recusar a prestar declaração dos
bens, dentro do prazo determinado, ou que a
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento prestar falsa.
integral do dano, se houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de três
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá
a cinco anos, pagamento de multa civil de até
entregar cópia da declaração anual de bens
cem vezes o valor da remuneração percebida
apresentada à Delegacia da Receita Federal na
pelo agente e proibição de contratar com o
conformidade da legislação do Imposto sobre a
Poder Público ou receber benefícios ou
Renda e proventos de qualquer natureza, com
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
as necessárias atualizações, para suprir a
indiretamente, ainda que por intermédio de
152
§ 11. Em qualquer fase do processo, Art. 21. A aplicação das sanções previstas
reconhecida a inadequação da ação de nesta lei independe:
improbidade, o juiz extinguirá o processo sem
julgamento do mérito. (Incluído pela I - da efetiva ocorrência de dano ao
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou 12.120, de 2009).
inquirições realizadas nos processos regidos por
esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do II - da aprovação ou rejeição das contas
Código de Processo Penal. (Incluído pela pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) ou Conselho de Contas.
§ 13. Para os efeitos deste artigo, Art. 22. Para apurar qualquer ilícito
também se considera pessoa jurídica previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício,
interessada o ente tributante que figurar no a requerimento de autoridade administrativa ou
polo ativo da obrigação tributária de que tratam mediante representação formulada de acordo
o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
Complementar nº 116, de 31 de julho de instauração de inquérito policial ou
2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, procedimento administrativo.
de 2016)
CAPÍTULO VII
Art. 18. A sentença que julgar procedente Da Prescrição
ação civil de reparação de dano ou decretar a
perda dos bens havidos ilicitamente
Art. 23. As ações destinadas a levar a
determinará o pagamento ou a reversão dos
efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
bens, conforme o caso, em favor da pessoa
propostas:
jurídica prejudicada pelo ilícito.
CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
154
Art. 7º Configura conflito de interesse e conduta Art. 12. A autoridade pública, ou aquele que
aética o investimento em bens cujo valor ou tenha sido, poderá consultar previamente a CEP
cotação possa ser afetado por decisão ou a respeito de ato específico ou situação
política governamental a respeito da qual a concreta, nos termos do Art. 7º, Inciso I, do
autoridade pública tenha informações Decreto nº 29.887, de 31 de agosto de 2009,
privilegiadas, em razão do cargo ou função. que instituiu o Sistema de Ética e Transparência
do Poder Executivo Estadual.
Art. 8º Configura conflito de interesse e conduta
aética aceitar custeio de despesas por CAPÍTULO III DO RELACIONAMENTO ENTRE AS
particulares de forma a permitir configuração de AUTORIDADES PÚBLICAS
situação que venha influenciar nas decisões
administrativas. Art. 13. Eventuais divergências, oriundas do
exercício do cargo, entre as autoridades
Art. 9º No relacionamento com outros Órgãos e públicas referidas no Art. 1º, devem ser
Entidades da Administração Pública, a resolvidas na área administrativa, não lhes
autoridade pública deverá esclarecer a cabendo manifestar-se publicamente sobre
existência de eventual conflito de interesses, matéria que não seja afeta a sua área de
bem como comunicar qualquer circunstância ou competência.
fato impeditivo de sua participação em decisão
coletiva ou em órgão e entidade colegiados. Art. 14. É vedado à autoridade pública, referida
no Art. 1º, opinar publicamente a respeito:
Art. 10. As propostas de trabalho ou de negócio
futuro no setor privado, bem como qualquer I - da honorabilidade e do desempenho
negociação que envolva conflito de interesses, funcional de outra autoridade pública; e
deverão ser imediatamente informadas pela
II - do mérito de questão que lhe será
autoridade pública à Comissão de Ética Pública -
submetida, para decisão individual ou em órgão
CEP, independentemente da sua aceitação ou
e entidade colegiados, sem prejuízo do disposto
rejeição.
no Art. 13.
Art. 11. As autoridades regidas por este Código
TÍTULO III DA CONDUTA ÉTICA DOS AGENTES
de Ética, ao assumir cargo, emprego ou função
PÚBLICOS
pública, deverão firmar termo de compromisso
de que, ao deixar o cargo, nos 6 meses CAPÍTULO I DOS DIREITOS E GARANTIAS DO
seguintes, não poderão: AGENTE PÚBLICO
I - atuar em benefício ou em nome de pessoa Art. 15. Como resultantes da conduta ética que
física ou jurídica, inclusive sindicato ou deve imperar no ambiente de trabalho e em
associação de classe, em processo ou negócio suas relações interpessoais, são direitos do
do qual tenha participado, em razão do cargo, agente público:
nos seis meses anteriores ao término do
exercício de função pública; I - liberdade de manifestação, observado o
respeito à imagem da instituição e dos demais
II - prestar consultoria a pessoa física ou agentes públicos;
jurídica, inclusive sindicato ou associação de
classe, valendo-se de informações não II - manifestação sobre fatos que possam
divulgadas publicamente a respeito de prejudicar seu desempenho ou sua reputação;
programas ou políticas do Órgão ou da Entidade
III - representação contra atos ilegais ou
da Administração Pública Estadual a que esteve
imorais;
vinculado ou com que tenha tido
relacionamento direto e relevante.
157
IV - sigilo da informação de ordem não VII – Não ceder às pressões que visem a obter
funcional; quaisquer favores, benesses ou vantagens
indevidas;
V - atuação em defesa de interesse ou direito
legítimo; VIII – comunicar imediatamente a seus
superiores todo e qualquer ato ou fato contrário
VI - ter ciência do teor da acusação e vista dos ao interesse público.
autos, quando estiver sendo apurada eventual
conduta aética. Seção II Das Vedações ao Agente Público
Art. 16. Ao autor de representação ou denúncia, Art. 18. É vedado ao Agente Público:
que tenha se identificado quando do seu
oferecimento, é assegurado o direito de obter I – utilizar-se de cargo, emprego ou função, de
cópia da decisão da Comissão de Ética e, às facilidades, amizades, posição e influências,
suas expensas, cópia dos autos, resguardados para obter qualquer favorecimento, para si ou
os documentos sob sigilo legal, e manter para outrem em qualquer órgão público;
preservada em sigilo a sua identidade durante e
II – imputar a outrem fato desabonador da
após a tramitação do processo.
moral e da ética que sabe não ser verdade;
CAPÍTULO II DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES
III – ser conivente com erro ou infração a este
AO AGENTE PÚBLICO
Código de Ética e Conduta da Administração
Seção I Dos Deveres Éticos Fundamentais do Estadual;
Agente Público
IV – usar de artifícios para procrastinar ou
Art. 17. São deveres éticos do agente público: dificultar o exercício regular de direito por
qualquer pessoa;
I – agir com lealdade e boa-fé;
V – permitir que interesses de ordem pessoal
II – ser justo e honesto no desempenho de suas interfiram no trato com o público ou com
funções e em suas relações com demais colegas;
agentes públicos, superiores hierárquicos e com
os usuários do serviço público; VI – Faltar com a verdade com qualquer pessoa
que necessite do atendimento em serviços
III – atender prontamente às questões que lhe públicos;
forem encaminhadas;
VII – dar o seu concurso a qualquer instituição
IV – aperfeiçoar o processo de comunicação e o que atente contra a moral, a honestidade ou a
contato com o público; dignidade da pessoa humana;
*Art. 8º - Os cargos em comissão serão *Ver Constituição Federal art. 37, inciso I e
providos, por livre nomeação da autoridade Constituição Estadual art. 154, inciso I.
competente, dentre pessoas que possuam
V - reintegração; VI - aproveitamento; VII -
aptidão profissional e reunam as condições
reversão; VIII - transposição; IX -
necessárias à sua investidura, conforme se
transformação.
dispuser em regulamento.
Art. 10 - O ato de provimento deverá indicar a
*Ver Constituição Federal art. 37, inciso V, com
existência de vaga, com os elementos capazes
a redação dada pela Emenda Constitucional
de identificá-la.
Federal nº 19, de 4.6.1998 – D. O. U. de
5.6.1998; art. 26 da Lei nº 1.966 de 17.6.1992 Art. 1 - O disciplinamento normativo das formas
– D. O. 17.6.1992; art. 34 da Lei nº 12.075, de de provimento dos cargos públicos referidos nos
15.2.1993 – D. O. 18.2.1993; arts. 28 e 29 da itens VIII e IX do art. 9º é objeto de legislação
Lei nº 12.262, de 2.2.1994 – D. O. 3.2.1994; específica.
art. 64 da Lei nº 12.482, de 31.7.1995 – D. O.
1.8.1995 e arts. 1 e 56 da Lei nº 12.483, de CAPÍTULO I Do Concurso
3.8.1995 – D. O. 1.8.1995 – Apêndice.
*Art. 12 - Compete a cada Poder e a cada
Autarquia ou órgão auxiliar, autônomo, a
160
iniciativa dos concursos para provimento dos limite de idade dos candidatos, que poderá
cargos vagos. variar de 18 (dezoito) anos completos até 45
(quarenta e cinco) anos incompletos,
*Ver Lei nº 1.449, de 2.6.1988 - D. O. dependendo da natureza do cargo a ser provido,
10.6.1988; Lei n º 1.462, de 8.6.1988 - D. O. ficando a critério da Administração ampliar o
10.6.1988; Lei de nº 1.551, de 18.5.1989 - D. limite máximo, em cada caso; I – o grau de
O. 19.5.1989; Lei nº 1.925, de 13.3.1992 - D. instrução exigível, mediante apresentação do
O. 13.3.1992; arts. 3, 34, 35, 36 da Lei de nº respectivo certificado; I – a quantidade de
1.714 de 25.7.1990 - D. O. 4.9.1990 e arts. 15, vagas a serem preenchidas, distribuídas por
16, 17, 18 e 19 da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 especialização da disciplina, quando referentes
- D. O. 9.12.1994 - Apêndice. a cargos de magistério e de atividades de nível
superior ou outros de denominação genérica; IV
Art. 13 - A realização dos concursos para
– o prazo de validade do concurso, de dois
provimento dos cargos da Administração Direta
anos, prorrogável a juízo da autoridade que o
do Poder Executivo competirá ao Órgão Central
abriu ou o iniciou; V – descrição sintética do
do Sistema de Pessoal.
cargo, incluindo exemplificação de tarefas
§ 1º - A execução dos concursos para típicas, horário, condições de trabalho e
provimento dos cargos da lotação do Tribunal retribuição; VI – tipos e programas das provas;
de Contas do Estado, do Conselho de Contas VII – exigências outras, de acordo com as
dos Municípios e das Autarquias receberá a especificações do cargo.
orientação normativa e supervisão técnica do
I - para a inscrição em concurso para o Grupo
órgão central referido neste artigo.
de Tributação e Arrecadação a idade limite é de
§ 2º - O Órgão Central do Sistema de Pessoal trinta e cinco (35) anos.
poderá delegar a realização dos concursos aos
*I - e para inscrição em concurso destinado ao
órgãos setoriais e seccionais de pessoal das di-
ingresso nas categorias funcionais do Grupo
versas repartições e entidades, desde que estes
Segurança Pública, são fixados os seguintes
apresentem condições técnicas para efetivação
limi-
das atividades de recrutamento e seleção,
permanecendo, sempre, o órgão delegante, com
a responsabilidade pela perfeita execução da
atividade delegada. a) de vinte e cinco (25) anos, quando se tratar
de ingresso em categoria funcional que importe
*Art. 14 - É fixada em cinqüenta (50) anos a
em exigência de curso de nível médio; e b) de
idade máxima para inscrição em concurso
trinta e cinco (35) anos, quando se tratar de
público destinado a ingresso nas categorias
ingresso nas demais categorias; c) independerá
funcionais instituídas de acordo com a Lei
dos limites previstos nas alíneas anteriores a
Estadual nº. 9.634, de 30 de outubro de
inscrição do candidato que já ocupe cargo
1972, ressalvadas as exceções a seguir integrante do Grupo Segurança Pública.
indicadas: *Redação dada pela Lei nº 10.340,
§ 1º - Das inscrições para o concurso constarão,
de 2.1.1979 - D. O. 3.12.1979 - Apêndice.
obrigatoriamente:
*A Constituição Federal de 1988 não prevê
*I - o limite de idade dos candidatos, que
idade máxima para inscrição em Concurso
poderá variar de dezoito (18) anos completos
Público.
até cinqüenta (50) anos incompletos, na forma
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de estabele- cida no caput deste artigo; *Ver
14.5.1974): Art. 14 – Das instruções para o Constituição Estadual, art. 155.
concurso constarão, obrigatoriamente: I – o
161
§ 2º - O seguro poderá ser feito pela própria desempenho das atribuições do cargo, realizada
repartição em que terá exercício o funcionário. em treinamento de iniciação ou das técnicas do
cargo; I - equilíbrio emocional e capacidade de
§ 3º - Não se admitirá o levantamento da fiança integração grupal, bem como de desenvolver
antes de tomada de contas do funcionário. boas relações humanas no trabalho; I -
cumprimento dos deveres gerais e especiais do
§ 4º - O responsável por alcance ou desvio de
funcionário.
bens do Estado não ficará isento da ação
administrativa que couber, ainda que o valor da *§ 2º - A avaliação especial de desempenho do
fiança seja superior ao dano verificado ao servidor será realizada:
patrimônio público.
a) extraordinariamente, ainda durante o estágio
CAPÍTULO VI Do Estágio Probatório probatório, diante da ocorrência de algum fato
dela motivador, sem prejuízo da avaliação
*Art. 27 - Estágio probatório é o triênio de
ordinária; b) ordinariamente, logo após o
efetivo exercício no cargo de provimento
término do estágio probatório, devendo a
efetivo, contado do início do exercício funcional,
comissão ater-se exclusivamente ao
durante o qual é observado o atendimento dos
desempenho do servidor durante o período do
requisitos necessários à con- firmação do
estágio. *Redação dada pela Lei nº 13.092, de
servidor nomeado em virtude de concurso
8.1.2001 – D. O. 8.1.2001 – Apêndice.
público *Redação dada pela Lei nº 13.092, de
8.1.2001 – D. O. 8.1.2001 – Apêndice. *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
14.5.1974): § 2º - O estágio probatório
*Ver arts. 37, I, 39, § 3º e 41 da Constituição
corresponderá a uma complementação do
Federal.
processo seletivo, devendo ser obrigatoriamente
*Ver art. 28 da Emenda Constitucional Federal supervisionado pela autoridade a que estiver
nº 19, de 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998; art. 20 sujeito hierarquicamente o funcionário, ou nos
da Lei nº 12.386, de 9.12.1994 - D. O. termos do Regulamento.
9.12.1994 - Apêndice.
*§ 3º - Além de outros específicos indicados em
*Redação anterior: (Lei nº 9.826 de lei ou regulamento, os requisitos de que trata
14.5.1974): Art. 27 - Estágio probatório é o este artigo são os seguintes:
período nunca superior a dois anos, contado do
I - adaptação do servidor ao trabalho, verificada
início do exercício funcional durante o qual são
por meio de avaliação da capacidade e
apurados os requisitos necessários à
qualidade no desempenho das atribuições do
confirmação do funcionário no cargo de
cargo;
provimento efetivo para o qual foi nomeado.
I - equilíbrio emocional e capacidade de
*§ 1º - Como condição para aquisição da
integração;
estabilidade, é obrigatória a avaliação especial
de desempenho por comissão instituída para I - cumprimento dos deveres e obrigações do
essa finalidade. *Redação dada pela Lei nº servidor público, inclu- sive com observância da
13.092, de 8.1.2001 – D. O. 8.1.2001 – ética profissional. *Redação dada pela Lei nº
Apêndice. 13.092, de 8.1.2001 – D. O. 8.1.2001 –
Apêndice.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
14.5.1974): § 1º - Os requisitos de que trata *Redação anterior:
este artigo são os seguintes: I - adaptação do
funcionário ao trabalho, verificada através de *§ 5º - Durante o estágio probatório, os cursos
avaliação objetiva da capacidade de de treinamento para formação profissional ou
164
*O instituto da remoção foi regulamentado pela exceder de 30 dias, quando então será
Lei nº 10.276, de 3.7.1979 - D. O. 3.7.1979 - remunerada por todo o período. *
Apêndice. Regulamentado pelo Decreto nº 19.168, de
4.3.1988 - D. O. 7.3.1988 – Apêndice.
§ 1º - A remoção respeitará a lotação das
unidades ou entidades administrativas Art. 41 - Em caso de vacância do cargo em
interessadas e será realizada, no âmbito de comissão e até seu provimento, poderá ser
cada uma, pelos respectivos dirigentes e chefes, designado, pela autoridade imediatamente
conforme se dispuser em regulamento. superior, um funcionário para responder pelo
expediente.
§ 2º - O funcionário estadual cujo cônjuge,
também servidor público, for designado ex- Parágrafo único - Ao responsável pelo
officio para ter exercício em outro ponto do expediente se aplicam as disposições do art. 40,
território estadual ou nacional ou for detentor § 3º.
de mandato eletivo, tem direito a ser removido
ou posto à disposição da unidade de serviço Art. 42 - Pelo tempo da substituição
estadual que houver no lugar de domicílio do remunerada, o substituto perceberá o
cônjuge ou em que funcionar o órgão sede do vencimento e a gratificação de representação do
mandato eletivo, com todos os direitos e cargo, ressalvado o caso de opção, vedada,
vantagens do cargo. porém, a percepção cumulativa de vencimento,
gratificações e vantagens.
Art. 38 - A remoção por permuta será
processada a pedido escrito de ambos os Da Progressão e Ascensão Funcionais
interessados e de acordo com as demais
*SEÇÃO I Da Progressão Horizontal
disposições deste Capítulo.
*Revogada a SEÇÃO I, compreendendo os
CAPÍTULO IX Da Substituição
artigos 43 a 45, pela Lei nº 12.913, de
Art. 39 - Haverá substituição nos casos de 17.6.1999 – D. O. de 18.6.1999.
impedimento legal ou afastamento de titular de
Artigos Revogados:
cargo em comissão.
*Art. 43 - Progressão horizontal é o percentual
Art. 40 - A substituição será automática ou
calculado sobre o vencimento, a que fará jus o
dependerá de nomeação.
funcionário, por quinquênio de efetivo exercício,
§ 1º - A substituição automática é estabelecida caracterizando-se como recompensa da
em lei, regulamento, regimento ou manual de antigüidade funcional.
serviço, e proceder-se-á independentemente de
*Ver Lei nº 10.802, de 13.6.83 - D. O. 14.6.83
lavratura de ato.
- Apêndice.
*§ 2º - Quando depender de ato da
§ 1º - A cada cinco anos de efetivo exercício
administração, o substituto será nomeado pelo
corresponderá 5 % (cinco por cento) calculados
Governador, Presidente da Assembléia,
sobre a retribuição correspondente ao padrão,
Presidente do Tribunal de Contas, Presidente do
nível ou símbolo do cargo a que esteja
Conselho de Contas dos Municípios, ou dirigente
vinculado o funcionário.
autárquico, conforme o caso. *Ver Emenda
Constitucional nº 9, de 16.12.1992 – D. O. § 2º - A progressão horizontal é devida a partir
2.12.1992 – Apêndice. do dia imediato àquele em que o funcionário
completar cinco anos de efetivo exercício, quer
*§ 3º - A substituição, nos termos dos
ocupe cargo efetivo ou em comissão e será
parágrafos anteriores, será gratuita, salvo se
incluída automaticamente em folha de
167
pagamento, após a devida opção do funcionário, *Ver arts. 21, 2, 23, 29 e Parágrafo único da Lei
independente de requerimento da parte de nº 12.386, de 9.12.1994 - D. O. 9.12.1994,
interessada. e Decreto nº 2.793 de 1º.10.1993 - D. O.
4.10.1993 – Apêndice.
§ 3º - A progressão horizontal é extensiva aos
servidores, remanescentes das antigas Tabelas Art. 47 - São formas de ascensão funcional: I -
Numéricas de Mensalistas em extinção, e aos a promoção;
demais servidores estáveis do Sistema
Administrativo Estadual. *I - o acesso;
Art. 4 - A promoção, o acesso, a transferência *Ver Constituição Federal art. 37, inciso I -
ou qualquer outra forma de ascensão do Constituição Estadual art. 154, inciso I.
funcionário não interromperá a progressão
I - a transferência.
horizontal, que passará a ser calculada pelo
vencimento básico do novo cargo. Art. 48 - A promoção é a elevação do
funcionário à classe imediatamente superior
*Art. 45 - Será computado, para efeito de
àquela em que se encontra dentro da mesma
progressão horizontal, aposentadoria ou
série de classes na categoria funcional a que
disponibilidade, o tempo de serviço prestado em
pertencer.
cargo, emprego ou função integrantes da
Administração Direta ou Indireta, Federal, Art. 49 - Acesso é a ascensão do funcionário de
Estadual ou Municipal e das Fundações classe final da série de classes de uma categoria
instituídas ou encampadas pelo poder público, funcional para a classe inicial da série de classes
mesmo que submetido ao regime da legislação ou de outra categoria profissional afim.
trabalhista.
Art. 50 - Transferência é a passagem do
*Redação dada pela Lei nº 10.312, de funcionário de uma para outra categoria
26.9.1979 D. O. 27.9.1979 - Apêndice. funcional, dentro do mesmo quadro, ou não, e
atenderá sempre aos aspectos da vocação
*Redação anterior:
profissional.
*Art. 46 - Ascensão funcional é a elevação do
Art. 51 - As formas de ascensão funcional
funcionário de um cargo para outro de maiores
obedecerão sempre a critério seletivo, mediante
responsabilidades e atribuições mais complexas,
provas que sejam capazes de verificar a
ou que exijam maior tempo de preparação
qualificação e aptidão necessárias ao
profissional, de nível de ven-
desempenho das atribuições do novo cargo,
(Lei nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 45 – conforme se dispuser em regulamento.
Somente será computado para efeito da
CAPÍTULO XI Do Reingresso no Sistema
progressão horizontal o tempo de efetivo
Administrativo Estadual
exercício nas atribuições de cargo estadual.
Parágrafo único – não se aplica o disposto neste SEÇÃO I Da Reintegração
artigo aos casos de conversão das atuais
gratificações adicionais por tempo de serviço, Art. 52 - A reintegração, que decorrerá de
em que se levará em conta todo o tempo de decisão administrativa ou judicial, é o
serviço pelo qual o funcionário fez jus às reingresso do funcionário no serviço
referidas vantagens. administrativo, com ressarcimento dos
vencimentos relativos ao cargo.
SEÇÃO I Da Ascensão Funcional cimento mais
elevado, ou de atribuições mais compatíveis Parágrafo único - A decisão administrativa que
com as suas aptidões. determinar a reintegração será proferida em
168
Art. 53 - A reintegração será feita no cargo Art. 58 - Na ocorrência de vagas nos quadros de
anteriormente ocupado, o qual será pessoal do Estado o aproveitamento terá
restabelecido caso tenha sido extinto. precedência sobre as demais formas de
provimento, ressalvadas as destinadas à
Art. 54 - Reintegrado o funcionário, quem lhe promoção e acesso.
houver ocupado o lugar será reconduzido ao
cargo anteriormente ocupado, sem direito a Parágrafo único - Havendo mais de um
qualquer indenização, ou ficará como excedente concorrente à mesma vaga, preferência pela
da lotação. ordem:
§ 3º - Não se abrirá concurso público, nem se a) que o aposentado não haja completado 60
preencherá vaga no Sistema Administrativo (sessenta) anos de idade; b) que o inativo seja
169
julgado apto em inspeção médica; c) que a IV - da vigência do ato que extinguir cargo e
Administração considere de interesse do autorizar que sua dotação permita o
Sistema Administrativo o reingresso do preenchimento de cargo vago.
aposentado na atividade.
Parágrafo único - Verificada a vaga serão
*d) que o início do processo de aposentadoria, consideradas abertas, na mesma data, todas as
nos termos do art. 153 desta Lei, tenha se dado que decorrerem de seu preenchimento.
em até 2 (dois) anos.
CAPÍTULO I Da Suspensão do Vínculo Funcional
*Acrescentado pela Lei Complementar nº 92, de
25/1/ 2011. – D.O. 27.1.2011 - Apendice. Art. 65 - O regime jurídico estabelecido neste
Estatuto não se aplicará, temporariamente, ao
TÍTULO I Da Extinção e da Suspensão do funcionário estadual:
Vínculo Funcional
I - no caso de posse ou ingresso em outro
CAPÍTULO I Da Vacância dos Cargos cargo, função ou emprego não acumuláveis com
o cargo que vinha ocupando;
Art. 62 - A vacância do cargo resultará de: I -
exoneração; *I - no caso de opção em caráter temporário,
pelo regime a que alude o art. 106 da
*I - demissão; *Ver art. 37 da Lei nº 1.714, de Constituição Federal ou pelo regime da
25.7.1990 - D. O. de 4.9.1990 – Apêndice. legislação trabalhis- ta; *Ver art. 37, inciso IX,
da Constituição Federal.
I - ascensão funcional; IV - aposentadoria; V -
falecimento. I - no caso de disponibilidade; IV - no caso de
autorização para o trato de interesses
Art. 63 - Dar-se-á exoneração: I - a pedido do
particulares.
funcionário; I - de ofício, nos seguintes casos:
a) quando se tratar de cargo em comissão; b) Art. 6 - Os casos indicados no artigo anterior
quando se tratar de posse em outro cargo ou implicam em suspensão do vínculo funcional,
emprego da União, do Estado, do Município, do acarretando os seguintes efeitos:
Distrito Federal, dos Territórios, de Autarquia,
de Empresas Públicas ou de Sociedade de I - em relação ao item I, do artigo anterior:
Economia Mista, ressalvados os casos de
substituição, cargo de Governo ou de direção, a) dar-se-á, automaticamente, a suspensão do
cargo em comissão e acumulação legal desde vínculo funcional até que seja providenciada a
que, no ato de provimento, seja mencionada exoneração ou demissão;
esta circunstância; c) na hipótese do não
*b) enquanto vigorar a suspensão do vínculo, o
atendimento do prazo para início de exercício,
servidor não fará jus aos vencimentos do cargo
de que trata o artigo 3; d) na hipótese do não
desvinculado, não computando, quanto a este,
cumprimento dos requisitos do estágio, nos
para nenhum efeito, tempo de contribuição;
termos do art. 27.
*Redação dada pela Lei nº 13.578, de
Art. 64 - A vaga ocorrerá na data: I - da 21.1.2005 D. O. 25.1.2005 - Apêndice.
vigência do ato administrativo que lhe der
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
causa; I - da morte do ocupante do cargo;
14.5.1974): b) enquanto vigorar a suspensão
I - da vigência do ato que criar e conceder do vínculo, o funcionário não fará jus aos
dotação para o seu provimento ou do que vencimentos do cargo desvinculado, não
determinar esta última medida, se o cargo já computando, quanto a este, para nenhum
estiver criado; efeito, tempo de serviço; c) o funcionário
reingressará no exercício das atribuições do
170
VI - convocação para o Serviço Militar; VII - júri § 1º - Para os efeitos deste Estatuto, entende-
e outros serviços obrigatórios; se por acidente de trabalho o evento que cause
dano físico ou mental ao funcionário, por efeito
VIII - desempenho de função eletiva federal, ou ocasião do serviço, inclusive no
estadual ou municipal, observada quanto a esta, deslocamento para o trabalho ou deste para o
a legislação pertinente; domicílio do funcionário.
IX - exercício das atribuições de cargo ou § 2º - Equipara-se a acidente no trabalho a
função de Governo ou direção, por nomeação do agressão, quando não provocada, sofrida pelo
Governador do Estado; funcionário no serviço ou em razão dele.
X - licença por acidente no trabalho, agressão § 3º - Por doença profissional, para os efeitos
não provocada ou doença profissional; deste Estatuto, entende-se aquela peculiar ou
inerente ao trabalho exercido, comprovada, em
XI - licença especial; XII - licença à funcionária
qualquer hipótese, a relação de causa e efeito.
gestante; XIII - licença para tratamento de
saúde; § 4º - Nos casos previstos nos § 1º, 2º e 3º
deste artigo, o laudo resultante da inspeção
XIV - licença para tratamento de moléstias que
médica deverá estabelecer, expressamente, a
impossibilitem o funcionário definitivamente
caracterização do acidente no trabalho da
para o trabalho, nos termos em que estabelecer
doença profissional.
Decreto do Chefe do Poder Executivo;
*Art. 69 – Será computado para efeito de
XV - doença, devidamente comprovada, até 36
disponibilidade e aposentado- ria: *Redação
dias por ano e não mais de 3 (três) dias por
dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 D. O.
mês;
25.1.2005 - Apêndice.
XVI - missão ou estudo noutras partes do
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
território nacional ou no estrangeiro, quando o
14.5.1974): Art. 69 – Para efeito de
afastamento houver sido expressamente
disponibilidade e aposentadoria será
autorizado pelo Governador do Estado, ou pelos
computado:
Chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário;
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
XVII - decorrente de período de trânsito, de
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 -
viagem do funcionário que mudar de sede,
Apêndice.
contado da data do desligamento e até o
máximo de 15 dias; *I - o tempo de contribuição para o Regime
Geral de Previdência Social – RGPS, bem como
XVIII - prisão do funcionário, absolvido por
para os Regimes Próprios de Previdência Social
sentença transitada em julgado;
–
XIX - prisão administrativa, suspensão
RPPS; *Redação dada pela Lei nº 13.578, de
preventiva, e o período de suspensão, neste
21.1.2005 D. O. 25.1.2005 - Apêndice.
último caso, quando o funcionário for reabilitado
em processo de revisão; *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
14.5.1974): I - SIMPLESMENTE: a) o tempo de
X - disponibilidade;
serviço público federal, estadual ou municipal;
*XXI - nascimento de filho, até um dia, para b) o período de serviço ativo das Forças
fins de registro civil. *Ver Constituição Federal, Armadas prestado durante a paz; c) o tempo de
art. 10, inciso I, § 1º dos ADCT. serviço prestado, sob qualquer forma de
admissão, desde que remunerado pelos cofres
172
*c) o período de licença especial não usufruído *§ 3° - O tempo de contribuição, a que alude o
pelo funcionário. inciso I deste artigo, será computado à vista de
certidões passadas com base em folha de paga-
*Ver Emendas Constitucionais Federal n° 41, de
mento. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de
19.12.2003 e Estadual n° 56, de 7.1.2004 -
21.1.2005 D. O. 25.1.2005 - Apêndice.
Apêndice.
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
I – o tempo de aposentadoria, desde que ocorra
14.5.1974): § 3º - As férias e períodos de
reversão;
licença especial não gozados, referentes a
IV – a licença por motivo de doença em pessoa tempo de serviço anterior ao reingresso de
da família, conforme previsto no art. 9 desta funcionário no Sistema Administrativo Estadual,
Lei, desde que haja contribuição. relativo a tempo de serviço estranho ao Estado,
não serão considerados para efeito do disposto
*§ 1° - No caso previsto no inciso IV, o nas alíneas "b" e "c" do inciso I deste artigo,
afastamento superior a 6 (seis) meses salvo se, na origem, assim tenham sido
obedecerá o previsto no iniso IV, do art. 6, computados aqueles períodos.
desta Lei. *Redação dada pela Lei nº 13.578, de
21.1.2005 D. O. 25.1.2005 - Apêndice.
173
§ 1º - VETADO.
180
§ 2º - Considera-se serviço ininterrupto, para os sem prejuízo dos vencimentos quando: a) for
efeitos deste artigo, quando, prestado no estudante, para incentivo à sua formação
período correspondente ao qüinqüênio, não profissional e dentro dos limites estabelecidos
tenha o funcionário: I - faltado ao serviço sem neste Estatuto; *b) for estudar em outro ponto
justificação; II - sofrido qualquer sanção, salvo do território nacional ou no estrangeiro;
a de repreensão; III - gozado licença por motivo *Redação dada pela Lei nº 13.578, de
de doença em pessoas da família, ou para 21.1.2005 – D. O. de 25.1.2005. Apêndice.
acompanhar o cônjuge; IV - gozado licença para *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
tratamento de saúde por prazo superior a seis 14.5.1974): b - for realizar missão ou estudo
meses, salvo os casos de licença por motivo de em outro ponto do território nacional ou no
agressão não provocada, acidente no trabalho e estrangeiro; c) por motivo de casamento, até o
doença profissional; V - tido o seu vínculo máximo de 8 (oito) dias; d) por motivo de luto
funcional suspenso. até 8 (oito) dias, em decorrência de falecimento
de cônjuge ou companheiro, parentes
§ 3º - A licença especial poderá ser gozada, a consangüíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive
pedido do funcionário, de uma só vez, ou madrasta, padrasto e pais adotivos; e) por luto,
parceladamente, atendidas as conveniências do até 2 (dois) dias, por falecimento de tio e
requerente e do Sistema Administrativo. cunhado; *f) for realizar missão oficial em outro
ponto do território nacional ou no estrageiro.
§ 4º - Convertido, no todo ou em parte, em
*acrescida pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 –
tempo de serviço, é irretratável a desistência da
D.O. de 25.1.2005 Apêndice. II - sem direito à
licença especial.
percepção dos vencimentos, quando se tratar
Art. 106 - Caberá ao Chefe da repartição onde o de afastamento para trato de interesses
funcionário é lotado, tendo em vista particulares; III - com ou sem direito à
conveniência do Sistema Administrativo, percepção dos vencimentos, conforme se
determinar a data do início da licença especial. dispuser em regulamento, quando para o
exercício das atribuições de cargo, função ou
Art. 107 - O direito de requerer licença especial emprego em entidades e órgãos estranhos ao
não está sujeito a caducidade. Sistema Administrativo Estadual.
Art. 108 - A licença especial poderá ser *§1° - Nos casos previstos nas alíneas a e b, o
interrompida, de ofício, quando o exigir servidor só poderá solicitar exoneração após o
interesse público superveniente, ou a pedido do seu retorno, desde que trabalhe no mínimo o
funcionário, preservado, em qualquer caso, o dobro do tempo em que esteve afastado, ou
direito do servidor ao gozo do período restante reembolse o montante corrigido
da licença. monerariamente que o Estado desembolsou
durante seu afastamento. *Redação dada pela
Art. 109 - VETADO.
Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
Parágrafo único – VETADO. 25.1.2005. Apêndice. *Redação anterior: (Lei
nº 10.815, de 19.7.1983): Parágrafo único - Os
CAPÍTULO VI Das Autorizações dirigentes do Sistema Administrativo Estadual
poderão, ainda, autorizar o funcionário,
SEÇÃO I Das Disposições Preliminares ocupante do cargo efetivo ou em comissão, a
integrar ou assessorar comissões, grupos de
*Art. 110 - Os dirigentes do Sistema
trabalho ou programas, com ou sem
Administrativo Estadual autorizarão o
afastamento do exercício funcional e sem
funcionário a se afastar do exercício funcional
prejuízo dos vencimentos.
de acordo com o disposto em Regulamento:
*Regulamentado pelo Decreto nº 25.851 de
12.4.2000 – D. O. 12.4.2000 - Apêndice. I -
181
Art. 113 - O afastamento para missão ou estudo Art. 118 - Quando o interesse do Sistema
fora do Estado em outro ponto do território Administrativo o exigir, a autorização poderá
nacional ou no estrangeiro será autorizado nos ser cassada, a juízo da autoridade competente,
mesmos atos que designarem o funcionário a devendo, neste caso, o funcionário ser
realizar a missão ou estudo, quando do expressamente notificado para apresentar-se ao
interesse do Sistema Administrativo Estadual. serviço no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável
por igual período, findo o qual caracterizar-se-á
Art. 114 - As autorizações previstas nesta Seção o abandono do cargo.
dependerão de comprovação, mediante
documento oficial, das condições previstas para Art. 119 - A autorização para afastamento do
as mesmas, podendo a autoridade competente exercício para o trato de interesses particulares
exigi-la prévia ou posteriormente, conforme somente poderá ser prorrogada por período
julgar conveniente. Parágrafo único - Concedida
182
denúncia por crime funcional ou condenação por comprovada, ou quando o mesmo for
crime inafiançável em processo no qual não exonerado a pedido, após 90 (noventa) dias de
haja pronúncia, tendo direito à diferença, se exercício na nova sede. SEÇÃO IV Das Diárias
absolvido; VII - dois terços do vencimento
durante o período de afastamento em virtude *Art. 129 - Ao funcionário que se deslocar da
de condenação por sentença passada em sua repartição em objeto de serviço, conceder-
julgado à pena de que não resulte em se-á diária a título de indenização das despesas
demissão. Parágrafo único - O funcionário de alimentação e hospedagem, na forma do
investido em mandato gratuito de vereador fará Regulamento. *Ver Decreto nº 23.651, de
jus à percepção dos seus vencimentos nos dias 28.3.1995 - D. O. 31.3.1995 – Apêndice
em que comparecer às sessões da Câmara.
Art. 130 - O funcionário que receber diária
SEÇÃO III Da Ajuda de Custo indevida será obrigado a restituí-la de uma só
vez, ficando, ainda, sujeito à punição disciplinar.
Art. 125 - Será concedida ajuda de custo ao
funcionário que for designado, de ofício, para *SEÇÃO V Do Auxílio para Diferença de Caixa
ter exercício em nova sede, mesmo fora do *Revogada a
Estado. Parágrafo único - A ajuda de custo
SEÇÃO V, do Capítulo VII, do Título IV,
destina-se à indenização das despesas de
compreendendo o art. 131 e seu parágrafo
viagem e de nova instalação do funcionário.
único, pela Lei nº 12.913 de 17.6.1999 - D. O.
Art. 126 - A ajuda de custo não excederá de 18.6.1999 – Apêndice. Artigo revogado:
três meses de vencimentos, salvo nos casos de
*Art. 131 - Ao funcionário que, no desempenho
designação do funcionário para: a) ter exercício
de suas atribuições, pagar ou receber em
fora do Estado; b) serviço fora do Estado.
moeda corrente, será concedido um auxílio para
*Parágrafo único - A ajuda de custo será
compensar diferença de caixa. *Ver Lei nº
arbitrada, dentro das respectivas áreas de
11.063, de 15.7.1985 - D. O. 8.8.1985 -
competência, pelo Governador do Estado,
Apêndice. Parágrafo único - O auxílio referido
Presidente da Assembléia Legislativa, do
neste artigo será fixado de acordo com o
Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do
volume dos valores manipulados, não podendo
Conselho de Contas dos Municípios e das
exceder de 10% (dez por cento) do vencimento
Autarquias. *Ver Emenda Constitucional nº 9,
do cargo.
de 16.12.1992 – D. O. 22.12.1992 – Apêndice.
SEÇÃO VI Das Gratificações
Art. 127 - A ajuda de custo para serviço fora do
Estado será calculada na forma disposta em Art. 132 - Ao funcionário conceder-se-á
Regulamento. gratificação em virtude de: I - prestação de
serviços extraordinários; II - representação de
Art. 128 - O funcionário restituirá a ajuda de
Gabinete; III - exercício funcional em
custo: I - quando não se transportar para a
determinados locais; IV - execução de trabalho
nova sede no prazo determinado; II - quando,
relevante, técnico ou científico; *V - serviço ou
antes de terminada a incumbência, regressar,
estudo fora do Estado ou do País;
pedir exoneração ou abandonar o serviço.
*Regulamentado pelo Decreto nº 12.765, de
§ 1º - A restituição é de exclusiva 19.5.1978 - D. O. 26.5.1978 – Apêndice. Ver
responsabilidade pessoal e poderá ser feita Art. 9º da Lei 13.578 de 21.1.2005 – D.O.
parceladamente. 25.1.2005. VI - execução de trabalho em
condições especiais, inclusive com risco de vida
§ 2º - Não haverá obrigação de restituir, ou saúde; VII - participação em órgão de
quando o regresso do funcionário for deliberação coletiva; VIII - participação em
determinado de ofício ou por doença comissão examinadora de concurso; *IX -
184
*Art. 150 – O Estado assegurará um sistema de Apêndice. *Redação anterior: (Lei n° 9.826, de
previdência público que será mantido com a 14.5.1974):
contribuição de seus servidores, ativos, inativos,
pensionistas e do orçamento do Estado, o qual § 2° - Enquanto não for reformulado o Plano de
compreenderá os seguintes benefícios: I – Custeio da autarquia previdenciária do Estado,
quanto ao servidor: a) aposentadoria; b) será admitido o sistema misto, competindo ao
salário-família; c) salário maternidade; d) Tesouro o ônus decorrente dos benefícios
auxílio-doença. II – quanto ao dependente: *a) previstos nos incisos I, VI, VII, VIII e X deste
pensão por morte; *Ver Emenda Constitucinal artigo, e, ao IPEC, os enunciados nos demais
nº 69, de 18.1.2011 – D. O. de 9.2.2011 - incisos, observadas as normas da legislação
Apêndice. b) auxílio-reclusão. *Redação dada específica.
pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
*Art. 151 – O Estado assegurará a manutenção
25.1.2005. Apêndice *Ver Emenda
de um sistema de assistência que, dentre
Constitucional Federal nº 20, de 15.12.1998 –
outros, preste os seguintes benefícios e serviços
D. O. U. de 16.12.1998; Emenda Constitucional
aos servidores e aos seus dependentes: I –
Estadual nº 39, de 5.5.1999 – D. O. 10.5.1999;
assistência médica; II – assistência hospitalar;
Emenda Constitucional Estadual nº 69, de
III – assistência odontológica; IV – assistência
18.1.2011 – D. O. 9.2.2011; Lei Complementar
social; V – auxílio funeral. *Redação dada pela
38, de 31.12.2003 – D. O. 31.12.2003;.
Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O. de
*Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
25.1.2005. Apêndice. *Redação anterior: (Lei
14.5.1974):
nº 9.826, de 14.5.1974): Art. 151 - É
Art. 150 - O Estado assegurará a manutenção assegurada pensão especial integral aos
de um sistema de previdência e assistência que, beneficiários de funcionário falecido em
dentre outros, preste os seguintes benefícios e conseqüência de acidente no trabalho ou doença
serviços ao funcionário e à sua família: I - profissional, na forma em que se acham
aposentadoria; II - pensão; III - pecúlio; IV - conceituados nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do artigo
auxílio-reclusão; V - auxílio-natalidade; VI - 68, e corresponderá ao valor percebido pelo
auxíliodoença; VII - auxílio-funeral; VIII - funcionário, a título de vencimentos, na data do
salário-família: IX - assistência médica; X - óbito, reajustável nos termos da legislação
assistência hospitalar; XI - assistência específica.
obstétrica (pré-natal); XII - assistência
§ 1º - A triagem dos casos apresentados para
odontológica; XIII - assistência financeira; XIV -
internamento hospitalar e conseqüente
assistência social; XV - assistência jurídica. *§
fiscalização e controle será realizado por um
1º - REVOGADO. *Revogado pela Lei n° 13.578,
Grupo de Trabalho, cuja composição e
de 21.1.2005 – D. O. 25.1.2005. – Apêndice.
atribuições será determinado pelo Gover- no do
*Redação anterior: (Lei n° 8.926, de
Estado através do Instituto de Previdência do
14.5.1974):
Estado – IPEC, mediante ato próprio. *Redação
§ 1° - A triagem dos casos apresentados para dada pela Lei nº 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
internamento hospitalar e conseqüente de 25.1.2005. Apêndice. *Redação anterior:
fiscalização e controle serão realizados por um (Lei nº 9.826, de 14.5.1974):
Grupo de Trabalho, cuja composição e
§ 1° - Da mesma forma será prestada
atribuições serão determinados pelo Governo do
assistência médica gratuita ao funcionário
Estado através da Secretaria de Saúde ou
acidentado em serviço, ou que tenha contraído
Instituto de Previdência do Estado, mediante
doença profissional.
ato próprio.
§ 2º - É assegurado assistência médica gratuita
*§ 2º - REVOGADO. *Revogado pela Lei n°
ao servidor acidentado em serviço ou que tenha
13.578, de 21.1.2005 – D. O. 25.1.2005. –
188
guarda e, se ambos os tiverem, de acordo com dependente: I - nome completo, data e local de
a distribuição dos dependentes. nascimento, comprovado por certidão do
registro civil; II - grau de parentesco ou
§2º - Equipara-se ao pai e a mãe, o padrasto, a dependência; III - no caso de se tratar de maior
madrasta e os representantes legais dos de 21 anos, se total e permanentemente
menores e dos incapazes. incapaz para o trabalho, hipótese em que
informará a causa e a espécie de invalidez; IV -
§3º - A cota de salário-família por filho inválido
se o dependente vive sob a guarda do
corresponderá ao duplo da cota dos demais.
declarante.
Art. 161 - O salário-família será pago, ainda,
Art. 166 - A declaração do servidor será
nos casos em que o funcionário deixar de
prestada a seu chefe imediato que a examinará
perceber vencimento ou proventos, sem perda
e, após o seu visto, a encaminhará ao órgão
do cargo.
competente para o processamento e
Art. 162 - Em caso de falecimento do atendimento da concessão.
funcionário, o salário-família continuará a ser
Art. 167 - O salário-família será concedido à
pago aos seus beneficiários. Parágrafo único -
vista das declarações prestadas, mediante
Se o funcionário falecido não se houver
simples despacho que será comunicado ao
habilitado ao salário-família, a administração ou
órgão incumbido da elaboração de folhas de
interessados tomarão as medidas necessárias
pagamento. §1º - Será concedido ao declarante
para que seja pago aos seus beneficiários,
ativo ou inativo o prazo de 120 (cento e vinte)
desde que atendam aos requisitos necessários a
dias para o esclarecimento de qualquer dúvida
partir da data em que fizerem jus ao benefício,
na declaração, o que poderá ser feito por meio
observada, a prescrição qüinqüenal.
de quaisquer provas admitidas em direito. §2º -
Art. 163 - O salário-família não servirá de base Não sendo apresentado no prazo o
para qualquer contribuição, ainda que para fim esclarecimento de que trata o § 1º, a
de previdência social. autoridade concedente determinará a imediata
suspensão do pagamento do salário-família, até
Art. 164 - Será suspenso o pagamento do que seja satisfeita a exigência.
salário-família ao funcionário que
comprovadamente descurar da subsistência e Art. 168 - Verificada, a qualquer tempo, a
educação dos seus dependentes. inexatidão das declarações prestadas, será
suspensa a concessão do salário-família e
§1º - Mediante autorização judicial a pessoa determinada a reposição do indevidamente
que estiver mantendo os dependentes do recebido, mediante o desconto mensal de 10%
funcionário poderá receber o salário-família (dez por cento) da remuneração líquida, em
enquanto durar a situação prevista neste artigo. folha de pagamento. *Redação dada pela Lei n°
13.369, de 22 .9.2003 – D. O. 24.9.2003 -
§2º - O pagamento voltará a ser feito ao
Apêndice. *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
funcionário tão logo comprovado o
14.5.1974): Art. 168 – Verificada, a qualquer
desaparecimento dos motivos determinantes da
tempo, a inexatidão das declarações prestadas,
suspensão.
será suspensa a concessão do saláriofamília e
Art. 165 - Para se habilitar à concessão do determinada a reposição do indevidamente
salário-família o funcionário, o disponível, ou o recebido, mediante o desconto mensal de 10%
aposentado apresentarão uma declaração de do vencimento ou provento,
dependentes, indicando o cargo que exercer, ou independentemente dos limites estabelecidos
no qual estiver aposentado ou em para as consignações em folha de pagamento.
disponibilidade, mencionando em relação a cada
193
Art. 169 - O funcionário e o aposentado são *Art. 173 - Será concedido auxílio funeral à
obrigados a comunicar a autoridade concedente, família do funcionário falecido, correspondente a
dentro do prazo de quinze dias, qualquer 01 (um) mês de seus vencimentos ou
alteração que se verifique na situação dos proventos, limitado o pagamento à quantia de
dependentes, da qual decorra supressão ou R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais).
redução do salário-família. Parágrafo único - A Parágrafo único - Quando não houver pessoa da
não observância desta disposição acarretará as família do funcionário no local do falecimento, o
mesmas providências indicadas no artigo auxílio-funeral será pago a quem promover o
anterior. enterro, mediante comprovação das despesas.
*Redação dada pela Lei nº 12.913, de
Art. 170 - O salário-família será devido em 17.6.1999 - D. O. de 18.6.1999 – Apêndice.
relação a cada dependente, a partir do mês em *Regulamentado pelo Decreto nº 11.630, de
que tiver ocorrido o ato ou fato que lhe der 12.12.1975 - D. O. 19.12.1975 e
origem, deixando de ser devido igualmente em posteriormente pelo Decreto nº 20.768, de
relação a cada dependente no mês seguinte ao 11.6.1990 - D. O. 12.6.1990 - Apêndice.
ato ou fato que determinar a sua supressão. *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de
14.5.1974):
Art. 171 - O salário-família será pago
juntamente com os vencimentos ou proventos, Art. 173 - Será concedido auxíliofuneral
pelos órgãos pagadores, independentemente de correspondente a um mês de vencimentos ou
publicação do ato de concessão. CAPÍTULO IV proventos à família do funcionário falecido,
Do Auxílio-Doença mesmo que aposentado. § 1º - Os vencimentos
ou proventos serão aqueles que o funcionário
Art. 172 – REVOGADO. *Revogado pelo Art. 16
fizer jus na data do óbito. § 2º - Em caso de
da Lei n° 13.578, de 21.1.2005 – D. O.
acumulação legal o auxíliofuneral será pago
25.1.2005. – Apêndice.
somente na razão do cargo de maior
*Redação anterior: (Lei n° 9.826, de 9.826, de vencimento do servidor falecido. § 3º -
14.5.1974): Enquanto continuar como ônus do Tesouro
Estadual a despesa correrá pela dotação própria
Art. 172 - O funcionário terá direito a um mês do cargo do funcionário falecido, não podendo,
de vencimentos, a título de auxílio-doença, após por conseguinte, ser provido o cargo antes de
cada período de 12 (doze) meses consecutivos decorridos 30 dias de sua vacância. § 4º -
de licença para tratamento de saúde. § 1º - O Quando não houver pessoa da família do
pagamento do auxílio-doença será autorizado a funcionário no local do falecimento, o auxílio-
partir do dia imediato àquele em que o funeral será pago a quem promover o enterro,
funcionário completar o período a que se refere mediante prova das despesas.
o caput deste artigo, independentemente de
requerimento do interessado, em folha de TÍTULO VI Do Regime Disciplinar
pagamento que obedecerá às mesmas normas
CAPÍTULO I Dos Princípios Fundamentais
das folhas de pagamento de vencimentos e
proventos. Se o funcionário ocupar mais de um Art. 174 - O funcionário público é
cargo, o auxílio-doença será pago apenas pelo administrativamente responsável, perante seus
de maior vencimento. §2º - Quando ocorrer o superiores hierárquicos, pelos ilícitos que
falecimento do funcionário o auxílio-doença a cometer.
que fez jus será pago de acordo com as normas
que regulam o pagamento de vencimento ou Art. 175 - Considera-se ilícito administrativo a
provento não recebidos. conduta comissiva ou omissiva, do funcionário,
que importe em violação de dever geral ou
CAPÍTULO V Do Auxílio-Funeral especial, ou de proibição, fixado neste Estatuto
194
entreter-se, nos locais e horas de trabalho, com CAPÍTULO IV Das Sanções Disciplinares e seus
atividades estranhas às relacionadas com as Efeitos
suas atribuições, causando prejuízos a estas;
XIV - deixar de comparecer ao trabalho sem Art. 196 - As sanções aplicáveis ao funcionário
causa justificada; XV - ser comerciante; XVI - são as seguintes: I - repreensão; II -
contratar com o Estado, ou suas entidades, suspensão; III - multa; *IV - demissão; *Ver
salvo os casos de prestação de serviços técnicos art. 37 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 – D. O.
ou científicos, inclusive os de magistério em 4.9.1990 – Apêndice. V - cassação de
caráter eventual; XVII - empregar bens do disponibilidade; VI - cassação de aposentadoria.
Estado e de suas entidades em serviço
Art. 197 - Aplicar-se-á a repreensão, sempre
particular; XVIII - atender pessoas estranhas ao
por escrito, ao funcionário que, em caráter
serviço, no local de trabalho, para o trato de
primário, a juízo da autoridade competente,
assuntos particulares; XIX - retirar bens de
cometer falta leve, não cominável, por este
órgãos ou entidades estaduais, salvo quando
Estatuto, com outro tipo de sanção.
autorizado pelo superior hierárquico e desde
que para atender a interesse público. Parágrafo Art. 198 - Aplicar-se-á a suspensão, através de
único - Excluem-se da proibição do item XVI os ato escrito, por prazo não superior a 90
contratos de cláusulas uniformes e os de (noventa) dias, nos casos de reincidência de
emprego, em geral, quando, no último caso, falta leve, e nos de ilícito grave, salvo a
não configurarem acumulação ilícita. expressa cominação, por lei, de outro tipo de
sanção. Parágrafo único - Por conveniência do
Art. 194 - É ressalvado ao funcionário o direito
serviço, a suspensão poderá ser convertida em
de acumular cargo, funções e empregos
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento)
remunerados, nos casos excepcionais da
por dia de vencimento, obrigado, neste caso, o
Constituição Federal. §1º - Verificada, em
funcionário a permanecer em exercício.
inquérito administrativo, acumulação proibida e
provada a boa-fé, o funcionário optará por um *Art. 199 - A demissão será obrigatoriamente
dos cargos, funções ou empregos, não ficando aplicada nos seguintes casos: *Ver § 1º do art.
obrigado a restituir o que houver percebido 41 da Constituição Federal, com a redação dada
durante o período da acumulação vedada. §2º - pela Emenda Cons- titucional nº 19, de
Provada a má-fé, o funcionário perderá os 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998 – Apêndice.I -
cargos, funções ou empregos acumulados crime contra a administração pública; II - crime
ilicitamente devolvendo ao Estado o que houver comum praticado em detrimento de dever
percebido no período da acumulação. inerente à função pública ou ao cargo público,
quando de natureza grave, a critério da
Art. 195 - O aposentado compulsoriamente ou
autoridade competente; III - abandono de
por invalidez não poderá acumular seus
cargo; IV - incontinência pública e escandalosa
proventos com a ocupação de cargo ou o
e prática de jogos proibidos; V - insubordinação
exercício de função ou emprego público.
grave em serviço; VI - ofensa física ou moral
Parágrafo único - Não se compreendem na
em serviço contra funcionário ou terceiros; VII -
proibição de acumular nem estão sujeitos a
aplicação irregular dos dinheiros públicos, que
quaisquer limites: I - a percepção conjunta de
resultem em lesão para o Erário Estadual ou
pensões civis e militares; II - a percepção de
dilapidação do seu patrimônio; VIII - quebra do
pensões com vencimento ou salário; III - a
dever de sigilo funcional; IX - corrupção
percepção de pensões com vencimentos de
passiva, nos termos da lei penal; X - falta de
disponibilidade e proventos de aposentadoria e
atendimento ao requisito do estágio probatório
reforma; IV - a percepção de proventos, quando
estabelecido no art. 27, § 1º, item III; XI -
resultantes de cargos legalmente acumuláveis.
desídia funcional; XII - descumprimento de
dever especial inerente a cargo em comissão. §
198
Art. 206 - Os Chefes dos Poderes Legislativo, estatutários que disciplinam o inquérito
Executivo e Judiciário, os Presidentes do administrativo, reduzidos os prazos neles
Tribunal de Contas e do Conselho de Contas dos estabelecidos, à metade. § 2º - Aberta a
Municípios, os Secretários de Estado e os sindicância, suspende-se a fluência do período
dirigentes das Autarquias poderão ordenar a do estágio probatório. § 3º - A sindicância será
prisão administrativa do funcionário responsável realizada por funcionário estável, designado
direto pelos dinheiros e valores públicos, ou pela autoridade que determinar a sua abertura.
pelos bens que se encontrarem sob a guarda do § 4º - A sindicância precede o inquérito
Estado ou de suas Autarquias, no caso de administrativo, quando for o caso, sendo-lhe
alcance ou omissão no recolhimento ou na anexada como peça informativa e preliminar. §
entrega a quem de direito nos prazos e na 5º - A sindicância será realizada no prazo
forma da lei. § 1º - Recolhida aos cofres máximo de 15 (quinze) dias, prorrogável por
públicos a importância desviada, a autoridade igual período, a pedido do sindicante, e a
que ordenou a prisão revogará imediatamente o critério da autoridade que determinou a sua
ato gerador da custódia. § 2º - A autoridade abertura. § 6º - Havendo ostensividade ou
que ordenar a prisão, que não poderá indícios fortes de autoria do ilícito
ultrapassar a 90 (noventa) dias, comunicará administrativo, o sindicante indiciará o
imediatamente o fato à autoridade judiciária funcionário, abrindo-lhe o prazo de 3 (três) dias
competente e providenciará a abertura e para defesa prévia. A seguir, com o seu
realização urgente do processo de tomada de relatório, encaminhará o processo de sindicância
contas. à autoridade que determinou a sua abertura. §
7º - O sindicante poderá ser assessorado por
Art. 207 - A prisão, a que se refere o artigo técnicos, de preferência pertencentes aos
anterior, será cumprida em local especial. Art. quadros funcionais, devendo todos os atos da
208 - Aplica-se à prisão administrativa o sindicância serem reduzidos a termo por
disposto no § 2º do art. 205 deste Estatuto. secretário designado pelo sindicante, dentre os
funcionários do órgão a que pertencer. § 8º -
CAPÍTULO V Da Sindicância
Ultimada a sindicância, não apurada a
Art. 209 - A sindicância é o procedimento responsabilidade administrativa, ou o
sumário através do qual o Estado ou suas descumprimento dos requisitos do estágio
autarquias reúnem elementos informativos para probatório, o processo será arquivado, fixada a
determinar a verdade em torno de possíveis responsabilidade funcional, a autoridade que
irregularidades que possam configurar, ou não, determinou a sindicância encaminhará os
ilícitos administrativos, aberta pela autoridade respectivos autos para a Comissão Permanente
de maior hierarquia, no órgão em que ocorreu a de Inquérito Administrativo, que funcionará: I -
irregularidade, ressalvadas em qualquer caso, no Poder Executivo, na Governadoria, nas
permitida a delegação de competência: I - do Secretarias de Estado, órgãos desconcentrados
Governador, em qualquer caso; II - dos e nas autarquias; II - no Poder Legislativo, na
Secretários de Estado, dos dirigentes Diretoria Geral; III - no Tribunal de Contas e no
autárquicos e dos Presidentes da Assembléia Conselho de Contas dos Municípios.
Legislativa, Tribunal de Contas e do Conselho de
CAPÍTULO VI Do Inquérito Administrativo
Contas dos Municípios, em suas respectivas
áreas funcionais. Art. 210 - O inquérito administrativo é o
procedimento através do qual os órgãos e as
§ 1º - Abrir-se-á, também, sindicância para
autarquias do Estado apuram a
apuração das aptidões do funcionário, no
responsabilidade disciplinar do funcionário.
estágio probatório, para fins de demissão ou
exoneração, quando for o caso, assegurada ao Parágrafo único - São competentes para
indiciado ampla defesa, nos termos dos artigos instaurar o inquérito: I - o Governador, em
200
Art. 222 - Em qualquer fase do inquérito será Art. 230 - O requerimento devidamente
permitida a intervenção do indiciado, por si, ou instruído será dirigido à autoridade que aplicou
por seu defensor. a sanção, ou àquela que a tiver confirmado, em
grau de recurso. Parágrafo único - Para
Art. 223 - Havendo mais de um indiciado e processar a revisão, a autoridade que receber o
diversidade de sanções caberá o julgamento à requerimento nomeará uma comissão composta
autoridade competente para imposição da de três funcionários efetivos, de categoria igual
sanção mais grave. Neste caso, os prazos ou superior à do requerente.
assinados aos indiciados correrão em comum.
Art. 231 - Na inicial, o requerente pedirá dia e
Art. 224 - O funcionário só poderá ser hora para inquirição das testemunhas que
exonerado, estando respondendo a inquérito arrolar. Parágrafo único - Será considerada
administrativo, depois de julgado este com a informante a testemunha que, residindo fora da
declaração de sua inocência. sede onde funcionar a comissão, prestar
depoimento por escrito.
Art. 225 - Recebidos os autos do inquérito, a
autoridade julgadora proferirá sua decisão no Art. 232 - Concluído o encargo da comissão, no
prazo improrrogável de 20 (vinte) dias. prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por
trinta (30) dias, nos casos de força maior, será
Art. 226 - Declarada a nulidade do inquérito, no
o processo, com o respectivo relatório,
todo ou em parte, por falta do cumprimento de
encaminhado à autoridade competente para o
formalidade essencial, inclusive o
julgamento. Parágrafo único - O prazo para
reconhecimento de direito de defesa, novo
julgamento será de 20 (vinte) dias, prorrogável
procedimento será aberto.
por igual período, no caso de serem
Art. 227 - No caso do artigo anterior e no de determinadas novas diligências.
esgotamento do prazo para a conclusão do
Art. 233 - Das decisões proferidas em
inquérito, o indiciado, se tiver sido afastado de
procedimento de revisão cabe recurso, na forma
seu cargo, retornará ao seu exercício funcional.
do art. 220.
CAPÍTULO VII Da Revisão
TÍTULO VII Das Disposições Finais
Art. 228 - A qualquer tempo poderá ser
CAPÍTULO ÚNICO Das Disposições Gerais e
requerida a revisão do procedimento
Transitórias
administrativo de que resultou sanção
disciplinar, quando se aduzam fatos ou Art. 234 - O órgão central do sistema de
circunstâncias que possam justificar a inocência pessoal do Poder Executivo e os assemelhados
do requerente, mencionados ou não no do Poder Legislativo e entidades autárquicas
procedimento original. Parágrafo único - fornecerão ao funcionário cartão de identidade,
Tratando-se de funcionário falecido ou dele devendo constar o retrato, a impressão
desaparecido, a revisão poderá ser requerida digital, a filiação, a data de nascimento e a
pelo cônjuge, companheiro, descendente, qualificação funcional do identificado. Parágrafo
ascendente colateral consangüíneo até o 2º único - Será recolhido o cartão do funcionário
grau civil. que for exonerado, demitido ou aposentado.
Art. 229 - Processar-se-á a revisão em apenso Art. 235 - Salvo disposição expressa em
ao processo original. Parágrafo único - Não contrário, os prazos previstos neste Estatuto
constitui fundamento para a revisão a simples somente correrão nos dias úteis, excluindo-se o
alegação de injustiça da sanção. dia inicial.
202
Art. 236 - Nos dias úteis, só por determinação Art. 241 - São isentos de qualquer tributo ou
dos Chefes dos Poderes Executivo e Legislativo emolumentos os requerimentos, certidões e
poderão deixar de funcionar os órgãos e outros papéis que interessem ao funcionário
entidades estaduais. público ou a aposentado, nessas qualidades.
Art. 237 - É assegurado aos funcionários o Art. 242 - Nenhum tributo estadual incidirá
direito de se agruparem em associação de sobre os vencimentos, proventos ou qualquer
classe, sem caráter sindical ou político- vantagem do funcionário ou do aposentado,
partidário. Parágrafo único - Essas Associações, nem sobre os atos ou títulos referentes à sua
que deverão ter personalidade jurídica de direito vida funcional.
privado, representarão os que integrarem o seu
quadro social perante as autoridades Art. 243 - As normas do regime disciplinar
administrativas, em matéria de interesse da previstas neste Estatuto, salvo as de natureza
coletividade funcional. adjetiva, não se aplicam aos casos pendentes.
*Art. 254 – A carga horária de trabalho de Art. 258 - Esta lei entrará em vigor a 1º de
trinta (30) horas semanais, a que estão janeiro 1974, ficando revogadas todas as
obrigados os servidores públicos do Sistema disposições legais ou regulamentares que,
Administrativo Estadual, será prestada, em implícita ou explicitamente, colidam com este
período e tempo corrido das segundas às Estatuto, especialmente a Lei nº 4.196, de 5 de
sextas-feiras. Parágrafo único – Os servidores setembro de 1958; a Lei nº 4.658, de 19 de
que ocupam cargo de magistrado, procurador, novembro de 1959; a Lei nº 7.999, de 11 de
assessor jurídico, professor, médico, maio de 1965; a Lei nº 8.384, de 10 de janeiro
engenheiro, agrônomo, servidores públicos de 1966; a Lei nº 9.226, de 27 de novembro de
estatutários e demais atividades assemelhadas, 1968; a Lei nº 9.260, de 12 de dezembro de
bem como os que exercem cargo em comissão 1968, no que diz respeito ao funcionário
terão seus regimes de trabalho definidos em autárquico; a Lei nº 9.381, de 27 de julho de
regulamento próprio. 1970; a Lei nº 9.443, de 9 de março de 1971 e
a Lei nº 9.496, de 19 julho de 1971.
*O art. 254 teve sua redação alterada pela Lei
nº 10.647, de 13.5.1982 –D. O. 19.5.1982 – PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ,
Apêndice. *Redação anterior: (Lei nº 9.826, de em Fortaleza, 14 de maio de 1974.
14.5.1974):
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E
Art. 254 – A carga horária de trabalho do INDIRETA.
funcionário será de 30 (trinta) horas semanais,
no mínimo, cabendo a fixação do expediente A expressão Administração Pública possui vários
diário aos dirigentes do Sistema Administrativo sentidos, mas o que nos interessa, neste
Estadual, permitida a delegação. Parágrafo momento, é o conceito estrito, em sentido
único – O Regulamento definirá as exceções a subjetivo, formal ou orgânico, segundo o
esta norma em face da natureza das atribuições qual a Administração Pública é o conjunto de
e condições de trabalho de ocupantes de pessoas jurídicas, órgãos e agentes
205
administração pública, não importa a XIX – somente por lei específica poderá ser
atividade que exerçam”. criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de
Portanto, para eles, a natureza da atividade é economia mista e de fundação, cabendo à lei
irrelevante, pois o Brasil adota o critério formal, complementar, neste último caso, definir as
segundo o qual é Administração Pública aquilo áreas de sua atuação;
que o nosso direito assim considera.
Portanto, as autarquias são efetivamente
Ressalto, contudo, que, para fins de prova, criadas por lei, motivo pelo qual possuem
tanto um, como o outro conceito poderá personalidade jurídica de direito público.
aparecer. O que nos importa é que o conceito
subjetivo, formal ou orgânico trata "das Por outro lado, a criação de empresas públicas e
pessoas" que exercem a função administrativa, de sociedades de economia mista
excluídas as entidades privadas que prestam é autorizada por lei, sendo que a efetiva
serviços públicos por delegação. criação ocorrerá por um ato posterior, isto é,
pelo registro do ato de criação no órgão
Além disso, a Administração direta é formada competente. Assim, essas entidades possuem
pelos órgãos subordinados diretamente às personalidade de direito privado.
pessoas políticas. No âmbito federal, por
exemplo, integram a Administração direta a Por fim, a instituição das fundações públicas,
Presidência da República, os Ministérios, os ao "pé da letra" do texto constitucional, seria
órgãos subordinados aos ministérios (exemplo: autorizada por lei específica. Contudo, o STF já
Secretaria da Receita Federal, Polícia Federal, decidiu que, atualmente, podem ser criadas
etc.), a Câmara dos Deputados e seus órgãos fundações de direito público e de direito
administrativos, o STF, demais tribunais do privado. As primeiras, seriam criadas por lei,
Judiciário, etc. Nos municípios, são exemplos de ao passo que as de direito privado teriam a
órgãos da Administração direta a prefeitura criação autorizada em lei.
municipal, as secretarias municipais e as
câmaras municipais. Enfim, os órgãos que Observa-se, ainda, que a "lei complementar"
integram as pessoas políticas (isto é, a União, mencionada no art. 37, XIX, não serve para
os estados, o Distrito Federal e os municípios), criar as fundações. Estas são criadas ou
independentemente do Poder, fazem parte da autorizadas por lei específica, isto é, por uma lei
Administração direta ou centralizada. ordinária. A "lei complementar", não editada até
hoje, servirá para definir as áreas de atuação
Por outro lado, a Administração indireta ou dessas entidades.
descentralizada é formada pelas entidades
administrativas, ou seja,
pelas autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista.
Espécies.
209
Agentes Políticos: Celso Antônio Bandeira de Militares: pessoas físicas que prestam serviços
Mello “Agentes políticos são os titulares dos às Forças Armadas (Exército, Marinha e
cargos estruturais à organização política do Aeronáutica), e às Polícias Militares e Corpos de
Estado, isto é, são os ocupantes dos cargos que Bombeiros Militares dos Estados, Distrito
compõem o arcabouço constitucional do Federal e Territórios, com vínculo estatutário
Estado”. São agentes políticos os Chefes dos sujeito a regime jurídico próprio, mediante
Poderes executivos de todas as esferas de remuneração paga pelo Governo.
governo e seus auxiliares, além dos Senadores,
Deputados e Vereadores. Existe uma tendência Particulares em Colaboração com o Poder
de se reconhecer também como agentes Público: não fazem parte do Estado, eles
políticos os membros da Magistratura e do exercem função pública, entretanto, não deixam
Ministério Público. de ser particulares. Celso Antônio Bandeira de
Mello define estes particulares em colaboração
Servidores Públicos: Maria Sylvia Zanella Di da seguinte forma: em primeiro lugar, os
Pietro, “Servidor público em sentido amplo, são requisitados, que exercem munus público e são
as pessoas físicas que prestam serviços ao os recrutados para o serviço militar obrigatório;
Estado e às entidades da Administração os jurados e os que trabalham nos cartórios
Indireta, com vínculo empregatício e mediante eleitorais, quando daxs eleições; os gestores de
remuneração paga pelos cofres públicos”. negócios públicos que assumem a gestão da
Estatutários ou servidor público em sentido coisa pública livremente, em situações anormais
estrito, são os titulares de cargo público efetivo e urgentes; os contratados por locação civil de
e em comissão, com regime jurídico estatutário serviços; os concessionários e os
geral ou peculiar definidos em lei, integrantes permissionários de serviços públicos, os
da Administração Direta, autarquias e fundações delegados de função ou ofício público, os que
públicas com personalidade jurídica de Direito praticam atos que são de competência do
Público. Estado e têm força jurídica oficial.
ocupam emprego público e também são constituída para essa finalidade. É por isso que
selecionados mediante concurso público. se diz que estabilidade se dá no Serviço Público
Entretanto, são regidos pela CLT – Consolidação e não no cargo – é o direito de permanência no
das Leis Trabalhista – e estão localizados na Serviço Público, mas não é o direito de
administração pública indireta, especialmente permanência no mesmo cargo para o qual o
nas Empresas Públicas e Sociedades de Servidor foi nomeado.
Economia Mista. Os empregados públicos não
gozam da garantia constitucional da A vitaliciedade somente é aplicável a algumas
estabilidade. categorias de agentes públicos, quais sejam,
magistrados, membros do Ministério Público e
Por fim, sobre as funções públicas , Dirley da dos Tribunais de Contas; é adquirida pelos
Cunha Junior: “Todo cargo ou emprego público magistrados de primeira instância e membros
tem função, mas pode haver função sem cargo do MP após dois anos de exercício. O vitalício
e sem emprego. A função sem cargo e sem somente perderá o cargo por sentença judicial
emprego é denominada função autônoma, que transitada em julgado. O estável também
na forma da Constituição atual, abrange: A poderá perder o cargo por decisão
função temporária – exercida por servidores administrativa.
temporários na forma do art. 37, IX da CF – e a
função de confiança – prevista no art. 37, V, da
CF, e exercida exclusivamente por servidores Remuneração.
públicos titulares de cargos efetivos e que se
É composto pelo vencimento (retribuição
destinam a apenas às atribuições de direção,
pecuniária pelo exercício de cargo público,
chefia e assessoramento”.
fixada em lei); acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
Provimento.
A Constituição Federal assegura aos servidores
O Provimento é o preenchimento do cargo o direito de receber salários ou vencimentos
público. pelo trabalho ou serviço prestado, a eles
estendendo o direito ao salário mínimo e ao
décimo terceiro salário ou gratificação natalina.
Vacância. Além do vencimento próprio do cargo que
ocupa, o servidor público tem direito a receber
É o ato de tornar o cargo vago ou desocupado.
vantagens: adicionais gratificações e
indenizações. O vencimento acrescido das
Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. vantagens permanentes ou temporárias
corresponde à remuneração do servidor. O
Efetividade é uma característica do provimento direito à irredutibilidade do vencimento (CF, art,
do cargo, os cargos públicos podem ser 37, XV) implica a garantia de não redução do
providos em caráter efetivo ou em valor do vencimento do cargo público acrescido
comissão. Efetivos são aqueles cargos em que das vantagens permanentes. As gratificações
se exige aprovação em concurso público e podem ser temporais, ou seja, pela prestação
pressupõem uma situação de permanência. de serviços próprios do cargo em condições
Comissão: são os livremente nomeados, mas especiais, ou por função – pelo exercício de
em caráter provisório. São de livre nomeação e função que, não é própria do cargo, deve ser
exoneração. desempenhada por servidor efetivo, como
vimos anteriormente, direção, chefia e
Estabilidade é a permanência do Servidor assessoramento. As indenizações são valores
Público que satisfez o estágio probatório e exige devidos ao servidor em virtude de deslocamento
avaliação especial de desempenho por comissão
211
ou viagens a serviço. São três os tipos mais do normal; gozo de férias anuais remunerada
comuns: ajuda de custo, transporte e diárias. com, pelo menos, um terço a mais do que o
As indenizações não se incorporam á salário normal; licença a gestante, sem prejuízo
remuneração. do emprego e do salário, com duração de cento
e vinte dias; licença paternidade, nos termos
fixados em lei; proteção do mercado de trabalho
Direitos e deveres. da mulher; redução de riscos inerentes ao
trabalho; proibição de diferença de salários,
MEIRELLES (2004), salienta que os regimes
idade, cor ou estado civil. A Constituição
jurídicos modernos impõem uma série de
admitiu, agora, o direito de greve ao servidor
deveres aos servidores públicos como requisitos
público que será exercido nos termos e nos
para o bom desempenho de seus encargos e
limites definidos em lei agora específica, e não
regular funcionamento dos serviços públicos.
mais em lei complementar (art. 37, VI da CF).
O dever de lealdade exige do servidor maior
dedicação ao serviço e o integral respeito às leis
e as instituições. O dever de obediênciaimpõe Responsabilidade.
ao servidor o acatamento ás ordens legais de
seus superiores e sua fiel execução. Dever de O servidor Público está sujeito à
conduta ética decorre do princípio constitucional responsabilidade Civil, Penal e administrativa
da moralidade administrativa e impõem ao decorrente do exercício do cargo, emprego ou
servidor de jamais desprezar o elemento ético função.
de sua conduta. Dever de eficiência, decorre do
inciso LXXVIII do art. 5º da CF, acrescentado No que concerne à responsabilidade Civil, esta é
pela EC 45/2004. Outros deveres são de ordem patrimonial e decorre do art. 186 do
comumente especificados nos estatutos, CC, segundo a qual todo aquele que causa dano
procurando adequar a conduta do servidor. a outrem é obrigado a repará-lo. Para se
configurar o ilícito exige-se do Servidor Público
Quantos aos Direitos MEIRELLES (2004) afirma a ação ou omissão antijurídica; culpa ou dolo;
que: A Constituição da Republica, ao cuidar do relação de causalidade entre a ação ou omissão
servidor público (art.37 a 41), detalhou seus e o dano verificado; ocorrência de um dano
direitos, indicando especificamente os que lhe material ou moral.
são extensivos dentre os reconhecidos aos
trabalhadores urbanos e rurais. De modo geral, É necessário, quando o dano é causado por
pode-se dizer que os servidores públicos têm os servidor público, distinguir duas hipóteses: se o
mesmos direitos reconhecidos aos cidadãos, dano é causado ao Estado ou a terceiros. No
porque cidadãos também o são, apenas com primeiro caso, a sua responsabilidade é apurada
certas restrições exigidas para o desempenho pela própria administração, por meio de
da função. Com a Constituição de 1988 gozam processo administrativo, cercado de todas as
dos seguintes direitos assegurados aos garantias de defesa do servidor. As leis
trabalhadores do setor privado: salário mínimo estatutárias estabelecem procedimentos auto-
garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, executórios, pelos quais a administração
para os que percebem remuneração variável; desconta o prejuízo dos vencimentos do
décimo terceiro salário; remuneração do servidor, respeitado o seu limite mensal, fixado
trabalho noturno superior ao diurno; salário em lei
família para os dependentes; jornada de
trabalho não superior a oito horas diária e Quando se trata de dano causado a terceiros,
quarenta e quatro semanais, repouso semanal aplica-se o art. 37 § 6◦ da CF, em decorrência
remunerado; remuneração extraordinária da qual o Estado responde objetivamente, ou
superior, no mínimo, em cinqüenta por cento a seja independente de culpa ou dolo, podendo
212
haver o direito de regresso. O servidor criminal. Em consonância com esta norma, a lei
responde administrativamente pelos ilícitos 8112/90 determina que a responsabilidade
administrativos definidos na legislação administrativa será afastada no caso de
estatutária e que apresentam os mesmos absolvição no juízo criminal. Contudo, vale
elementos da resp. Civil. Nesse caso, a infração salientar que, a absolvição no juízo criminal
será apurada pela própria administração pautada na ausência de prova não exclui a
pública, que deverá instaurar procedimento punição administrativa, bem como o mesmo
adequado a esse fim, assegurado ao servidor o fato que não constitui crime pode corresponder
contraditório e a ampla defesa. Os meios de a uma infração disciplinar, sem prejuízo da
apuração previstos nas leis estatutárias são os punição administrativa. Lembrando-se também
sumários, e o processo administrativo que o indivíduo pode vir a ser punido pelas três
disciplinar. Na esfera Federal, a lei 8112/90 esferas cumulativamente.
prevê as penas de advertência, destituição de
cargo em comissão, destituição de função
comissionada, suspensão, demissão e cassação Processo administrativo disciplinar.
de aposentadoria.
O Processo Administrativo Disciplinar é o
instrumento de exercício do poder disciplinar,
Segundo a professora Di Pietro, não há, com
constituindo-se em uma conjugação ordenada
relação ao ilícito administrativo, a mesma
de atos na busca da correta e justa aplicação do
tipicidade que caracteriza o ilícito penal, sendo a
regime disciplinar para apuração e punição de
maior parte das infrações não definidas com
infrações praticadas pelos servidores públicos
precisão. Isso significa que a administração
no exercício de suas atribuições, ou que tenham
dispõe de certa margem de apreciação no
relação com as atribuições do cargo em que se
enquadramento da falta dentre os ilícitos
encontre investido.
previstos em lei, o que não significa
possibilidade de arbitrariedade, já que são PODERES ADMINISTRATIVOS
impostos critérios a serem observados. Sendo
(HIERÁRQUICO, DISCIPLINAR,
assim, essa discricionariedade deve ser pautada
no princípio da motivação, que representa um REGULAMENTAR E DE POLÍCIA).
verdadeiro termômetro da Administração USO E ABUSO DO PODER.
Pública.
PODERES ADMINISTRATIVOS
O servidor responde penalmente quando pratica (HIERÁRQUICO, DISCIPLINAR,
crime ou contravenção, possui os mesmos REGULAMENTAR E DE POLÍCIA).
elementos que as responsabilidades anteriores,
Introdução: Poderes da Administração.
porém acrescidas de peculiaridades como: a
ação ou omissão deve ser antijurídica e típica; Os poderes de que dotada a Administração
dolo ou culpa sem possibilidade de Pública são necessários e proporcionais às
responsabilidade objetiva; relação de funções à mesma determinados. Em outras
causalidade; dano ou perigo de dano. A palavras, a Administração Pública é dotada de
responsabilidade criminal do servidor é apurada poderes que se constituem em instrumentos de
pelo poder judiciário. trabalho.
"o poder disciplinar tem sua origem e razão de Já em relação à polícia sanitária, não há como
ser no interesse e na necessidade de se medir o seu campo de atuação.
aperfeiçoamento progressivo do serviço
público." Podemos falar a respeito das situações de
perigo presente ou futuro que lesem ou
O poder disciplinar da Administração não deve ameacem lesar a saúde e a segurança dos
ser confundido com o poder punitivo do Estado , indivíduos e da comunidade. Amplo é o poder
realizado por meio da Justiça Penal. O discricionário decorrente em virtude da
disciplinar é interno à Administração, enquanto amplitude própria do bem a ser protegido pelo
que o penal visa a proteger os valores e bens Estado.
mais importantes do grupo social em questão.
DI PIETRO explica que o poder de polícia do
A punição disciplinar e a penal têm fundamentos Estado pode agir em duas áreas de atuação
diversos. A diferença é de substância e não de estatal. São as áreas administrativa e judiciária.
grau.
Polícia administrativa.
Poder regulamentar.
A polícia administrativa tem um caráter
Poder regulamentar é o poder dos Chefes de preventivo. Seu objetivo será não permitir as
Executivo de explicar, de detalhar a lei para sua ações anti-sociais. Entretanto, a diferença não é
correta execução, ou de expedir decretos absoluta. A polícia administrativa protege os
autônomos sobre matéria de sua competência interesses maiores da sociedade ao impedir, por
ainda não disciplinada por lei. É um poder exemplo, comportamentos individuais que
inerente e privativo do Chefe do Executivo. É, possam causar prejuízos maiores à coletividade.
em razão disto, indelegável a qualquer
subordinado. DI PIETRO se utiliza da seguinte opinião de
Álvaro Lazzarini para distinguir a polícia
O Chefe do Executivo regulamenta por meio de administrativa da polícia judiciária:
decretos. Ele não pode, entretanto, invadir os
espaços da lei. "a linha de diferenciação está na ocorrência ou
não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na
MEIRELLES conceitua que regulamento é ato área do ilícito puramente administrativo
administrativo geral e normativo, expedido (preventivamente ou repressivamente), a
privativamente pelo Chefe do Executivo, por polícia é administrativa. Quando o ilícito penal é
meio de decreto, visando a explicar modo e praticado, é a polícia judiciária que age".
forma de execução da lei (regulamento de
execução) ou prover situações não disciplinadas A polícia administrativa é regida pelo Direito
em lei (regulamento autônomo ou Administrativo, agindo sobre bens, direitos ou
independente). atividades.
1) Excesso: quando a autoridade competente Esse é, inclusive, o conceito utilizado por Celso
vai além do permitido na legislação, ou seja, Antônio Bandeira de Mello.
atua ultra legem ;
É importante entender que a atuação estatal é
2) Desvio de finalidade: quando o ato é imposta aos administrados, que não tem como
praticado por motivos ou com fins diversos dos recusar a presença do Estado. O Estado age de
previstos na legislação, ou seja, contra legem, forma imperativa, independente da vontade do
ainda que em seu "espírito", normalmente com indivíduo.
violação de atuação discricionária;
Por isso surge um tratamento especial para o
3) Omissão: quando constata-se a inércia da administrado, e para o Estado um maior rigor
Administração em fazer o que lhe compete, quanto à responsabilização dos seus atos.
injustificadamente (com violação de seu poder-
dever). A responsabilidade civil do Estado tem princípios
próprios e compatíveis com a sua posição
RESPONSABILIDADE CIVIL DO jurídica, por isso é mais extensa que a aplicável
ESTADO NO DIREITO BRASILEIRO às pessoas privadas.
(RESPONSABILIDADE POR ATO
Segue as mesmas linhas da responsabilidade
COMISSIVO DO ESTADO; civil privada, mas com algumas regras
RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO específicas que visam dar mais proteção aos
DO ESTADO). administrados, considerando que a presença do
Estado acontece quase todo dia, e a intensidade
1. Aspectos gerais dos danos suscetíveis de serem causados aos
administrados é bem maior.
217
A ordem jurídica nacional é una, sujeita a todos, Como o próprio nome diz, fundamenta-se no
inclusive o Estado. Trata-se da aplicação do elemento subjetivo, na intenção do agente
princípio da isonomia. representante do Estado, e causador do dano.
Ainda dentro do contexto da isonomia, o Estado Para o Estado ser chamado à responsabilidade
também é obrigado a indenizar um determinado era necessária a comprovação de quatro
administrado que sofre um prejuízo em razão elementos: a conduta estatal; o dano; o nexo
de uma ação que trará benefícios para toda a causal entre a conduta e o dano; e o elemento
sociedade. subjetivo, a culpa ou o dolo do agente.
O princípio da isonomia também serve como A existência cumulativa dos quatro elementos
fundamento para a responsabilidade civil do era indispensável para não causar exclusão da
Estado. Lembrando que a legalidade para o responsabilidade.
administrador é fazer tudo aquilo que a lei
autoriza. Logo, se praticar algum ato fora dos Note que nesse momento a responsabilidade
padrões estabelecidos na lei, o Estado terá de baseava-se na comprovação da culpa ou dolo do
arcar com eventuais danos causados. agente, o que para a vítima era um desafio
enorme.
Hely Lopes Meirelles prefere a designação
“responsabilidade civil da Administração Com isso a responsabilidade evolui, mas
Pública”, já que em regra, essa responsabilidade continua dentro do campo da
surge de atos da Administração e não de atos subjetividade. Passa de subjetiva na culpa
do Estado como entidade política. do agente para subjetiva na culpa do
serviço. Nesse momento a vítima não precisa
Esse, porém, não é o melhor entendimento, já apontar o agente, basta demonstrar que o
que Administração é a máquina estatal e não a serviço não foi prestado; ou não foi prestado
pessoa jurídica dotada de personalidade. quando deveria; ou, ainda, foi prestado de
forma ineficiente (mal feito).
2. Evolução teórica
É o que Hely Lopes Meirelles chama de “Teoria
O tema passou por longo período de evolução, e da Culpa Administrativa”.
ainda hoje recebe elementos de adaptação ao
desenvolvimento social. Muito embora essa evolução tenha facilitado o
conjunto probatório, ainda era muito difícil
2.1. Teoria da irresponsabilidade do Estado demonstrar que o serviço havia sido prestado
abaixo dos padrões.
Num primeiro momento da história, aplica-se a
teoria da irresponsabilidade do Estado, onde o Com isso a responsabilidade evolui mais uma
governante era quem dizia o que era certo ou vez, e a culpa passa a ser presumida em
errado. Agia, segundo a máxima americana “the hipóteses que a vítima ficava desobrigada
king do noto wrong” (o rei não erra nunca). do ônus da prova.
Ocorre que as sociedades evoluíram, e Mas vale ressaltar que nem todo funcionamento
passaram a não mais aceitar esse modelo de defeituoso do serviço acarretava essa
Estado. A teoria da responsabilização do Estado responsabilidade. Era necessário analisar o caso
começa a ganhar força. O Estado passa a ser concreto e observar a diligência média que se
responsabilizado em situações pontuais. No poderia exigir do serviço.
Brasil esse reconhecimento ocorre com o
surgimento do Tribunal de Conflitos, em 1.873. É o que Hely Lopes Meirelles classifica como
“Teoria do Risco Administrativo”.
2.2. Teoria da responsabilidade subjetiva
do Estado
218
Hely nos ensina, ainda, a “Teoria do Risco Destaca-se, também, a hipótese de exclusão da
Integral”, que é uma modalidade extremada responsabilidade objetiva, quando ausente um
da doutrina do risco administrativo, abandonada dos três requisitos.
na prática, por conduzir ao abuso e à iniquidade
social. Por essa doutrina a Administração ficaria Hoje, no Brasil, a responsabilidade civil do
obrigada a indenizar todo e qualquer dano Estado está prevista no art. 37, §6º, da
suportado por terceiros, ainda que resultante de Constituição Federal.
culpa ou dolo da vítima. Essa teoria jamais foi
A responsabilidade objetiva é a regra no país,
aceita entre nós, embora haja quem sustente
acatada como padrão a teoria do risco
sua admissibilidade no texto das constituições
administrativo.
anteriores (Mário Massagão, Curso do Direito
Administrativo, 1960, p. 339; Otávio de Barros, Entretanto, doutrina e jurisprudência admitem a
Responsabilidade Pública, 1956, p. 103). possibilidade de compatibilizá-la com a
responsabilidade subjetiva, nos casos de danos
Com o passar do tempo a atuação estatal se
decorrentes de atos omissivos, seguindo, nesse
torna cada vez mais incisiva. Surge com isso a
caso, a teoria da culpa do serviço.
necessidade de aumentar a proteção em relação
aos administrados, e para isso a Subsistem atualmente, portanto, de forma
responsabilidade evolui novamente. harmônica, as duas teorias, apesar de
preferencialmente se reconhecer a teoria
2.3. Teoria da responsabilidade objetiva do
objetiva.
Estado
2.4. Outras teorias
Embora já reconhecida como regra no Brasil,
tornou-se constitucional com a Constituição a) Teorias civilistas (Maria Sylvia Zanella Di
Federal de 1.946, sendo adotada até hoje. Pietro)
Que se subdividem em “Teoria da Culpa do 2º. O poder legislativo edita normas gerais e
Serviço (ou da Culpa Administrativa) e Teoria abstratas dirigidas a toda a coletividade; o ônus
do Risco (que Hely Lopes Meirelles desdobra em delas decorrentes é igual para todas as pessoas
Teoria do Risco Administrativo e Teoria do Risco que se encontram na mesma situação, não
Integral)”. quebrando o princípio da igualdade de todos
perante os ônus e encargos sociais.
3. Responsabilidade por ação e por
omissão. 3º. Os cidadãos não podem responsabilizar o
Estado por atos de parlamentares por eles
O Estado pode causar danos aos particulares mesmo eleitos.
por ação ou por omissão. Quando o fato
administrativo é comissivo, podem os danos ser Críticas:
gerados por conduta culposa ou não. Nesse
caso a responsabilidade objetiva do Estado se - Mesmo exercendo parcela da soberania, o
dará pela presença dos seus pressupostos: o Poder Legislativo tem que se submeter à
fato administrativo, o dano e o nexo causal. Constituição, de modo que acarreta
responsabilidade do Estado quando edita leis
Todavia, quando a conduta estatal for omissiva, inconstitucionais.
será preciso distinguir se a omissão constitui ou
não fato gerador da responsabilidade civil do - Nem sempre a lei produz efeitos gerais e
Estado. Nem toda conduta omissiva retrata um abstratos, de modo que o Estado deve
desleixo do Estado em cumprir um dever legal. responder por danos causados por leis que
atinjam pessoas determinadas, mesmo que se
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, trate de normas constitucionais.
“somente quando o Estado se omitir diante do
dever legal de impedir a ocorrência do dano é - A eleição de parlamentar implica delegação
que será responsável civilmente e obrigado a para fazer leis constitucionais.
reparar os prejuízos”.
5. Responsabilidade do Estado por atos do
O entendimento mais correto, portanto, é de Poder Judiciário.
que a responsabilidade civil do Estado, no caso
Em relação aos atos praticados pelo Poder
de conduta omissiva, só ocorrerá quando
Judiciário, também há divergência doutrinária.
presentes os elementos que caracterizam a
culpa. Há quem defenda que o Poder Judiciário é
soberano. Que os juízes têm de agir com
*Artigos 927, parágrafo único, CC; art. 43, CC;
independência no exercício das suas funções.
art. 37, §6º, CF – esses dispositivos aplicam-se
Sem temor de que suas decisões possam
apenas às condutas comissivas.
ensejar a responsabilidade do Estado.
4. Responsabilidade do Estado por atos do
Para essa corrente da doutrina os magistrados
Poder Legislativo.
não são funcionários públicos e, portanto, a
Em relação aos atos legislativos a regra é da indenização por dano decorrente de decisão
irresponsabilidade, sob os seguintes judicial infringiria a regra da imutabilidade da
argumentos: coisa julgada, porque implicaria no
reconhecimento de que a decisão foi proferida
1º. O poder legislativo atua no exercício da com violação da lei.
soberania, podendo alterar, revogar, criar ou
extinguir situações, sem qualquer limitação que Críticas:
não decorra da Constituição Federal.
- A soberania é do Estado, não dos poderes.
220
( ) Certo ( ) Errado
a) Considere que Paulo, agindo em estado de devedor metade do valor do débito, esperar o
necessidade, abalroe o veículo de Fernando, o prazo faltante e arcar com eventuais custas.
que venha a deflagrar uma série de eventos que
culmine na morte de Fernando, após dez dias
de sua internação em hospital. Considere,
Questão 06
ainda, que Fernando fosse casado com Cláudia,
dona de casa, e pai de Henrique, de sete anos
de idade. Nessa situação hipotética, a
indenização deve consistir no pagamento das CESPE - 2010 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz -
despesas com o tratamento da vítima, seu Parte I
funeral e o luto da família, além da prestação de
Acerca da responsabilidade extracontratual do
alimentos à esposa e ao filho do falecido, sendo
empregador por danos causados a terceiros,
a reparação correspondente ao dano moral
assinale a opção correta.
limitada ao valor da paga pelo luto da família.
a) A responsabilidade objetiva do empregador
b) É entendimento corrente que o valor do
independe da atuação culposa do empregado.
seguro obrigatório recebido por vítima de
evento danoso ocorrido em acidente com b) Para responsabilização do empregador, é
veículo automotor, em razão de sua natureza necessário que a relação com o empregado
especial, não deve ser descontado da possua caráter oneroso.
indenização comum.
c) A razoável aparência do cargo é insuficiente
c) Considere que Rodolfo, ator, tenha sido para acarretar a responsabilidade do
atropelado por Adriano e, por isso, não tenha empregador.
conseguido chegar a tempo para uma
apresentação que seria realizada em d) Para responsabilização do patrão, basta que
determinado teatro. Nessa situação hipotética, o ato tenha sido causado em razão do trabalho,
de acordo com a teoria da causalidade mesmo que não guarde com suas atribuições
adequada, Adriano não deve ser obrigado a mais do que simples relação incidental.
indenizar o dono do teatro pelos prejuízos
decorrentes da ausência de Rodolfo na e) Exclui-se a responsabilidade do patrão se o
apresentação, ainda que seja possível entender dano causado pelo empregado ocorrer com
que se trata de dano material reflexo. abuso de atribuições.
Questão 09
Questão 08
c) A responsabilidade daquele que provocar (E) A ideia de que a Administração tem que
acidente por exercício de atividade de risco é tratar todos os administrados sem distinção.
objetiva, independentemente de conduta do
Gabarito: E.
agente provocador ou da vítima e da
demonstração do nexo de causalidade entre a Comentário
conduta perigosa e o dano por ela causado.
A) Certo. As normas constitucionais impõem ao
d) A fixação judicial do valor da indenização a Estado a consecução de diversos objetivos, e,
título de danos morais está vinculada ao para atingi-los, a Administração Pública,
prejuízo experimentado e demonstrado pela inúmeras vezes, utiliza-se de poderes especiais
vítima. Para a sua adequada fixação, não conferidos aos particulares. O princípio da
consideram-se o poder econômico do réu e o supremacia do interesse público constitui o
caráter educativo da sanção. fundamento de tais prerrogativas (exclusivas da
Administração Pública), as quais devem ser
e) Se, em um acidente, um dos envolvidos é o
exercidas nos limites da lei, apenas na medida
veículo de uma empresa de transporte coletivo,
necessária ao cumprimento das finalidades
portanto, prestadora de serviços públicos,
impostas ao Estado. Como consequência do
independentemente da culpa do motorista ou da
princípio da supremacia do interesse público,
vítima, a empresa responderá objetivamente
tem-se a verticalidade existente nas relações
pelos danos causados no acidente.
224
a) O período de 30 dias de férias pode ser b) O direito de requerer prescreve em três anos
acumulado, por necessidade do serviço, pelo quanto aos atos de demissão.
máximo de dois períodos.
c) A prescrição é de ordem pública, não
b) É vedado levar à conta de férias qualquer podendo ser relevada pela administração.
falta ao serviço.
d) O pedido de reconsideração e o recurso, em
c) Após o primeiro período aquisitivo de férias, qualquer caso, interrompem a prescrição.
não se exigirá mais doze meses de exercício,
passando ao regime de anualidade. e) O pedido de reconsideração deve ser dirigido
à autoridade que houver proferido a primeira
d) O parcelamento das férias em até três etapas decisão, podendo ser renovado uma única vez.
é direito do servidor, independente da
aquiescência da Administração.
e) reversão. GABARITO: B
a) não-remunerada, até o limite de três meses. 18. (ESAF_ EPPGG – MP/2005) Tratando-
se do benefício do auxílio-reclusão,
b) remunerada, até o limite de três meses,
previsto na legislação federal sobre
entre o registro de sua candidatura e o décimo
servidores públicos, é incorreto afirmar:
dia seguinte ao da eleição.
a) o benefício é pago à família do servidor ativo.
c) remunerada, desde a escolha em convenção
partidária, até o décimo dia seguinte ao da b) quando se tratar de sentença definitiva, o
eleição. valor corresponderá à metade da remuneração,
em decorrência de condenação por qualquer
d) não-remunerada, entre o dia da escolha em
pena.
convenção partidária até o décimo dia seguinte
ao da eleição. c) seu valor corresponderá a 2/3 de sua
remuneração quando se tratar de prisão em
flagrante ou preventiva, enquanto durar a
prisão.
229
a) promoção. GABARITO: E
a) demissão
231
GABARITO: D
GABARITO: C
32.
30. (FCC_EXECUTOR MANDADOS_TRT-
(COPS_ADVOGADO_CONGONHINHAS_PR_
AM_11_2005) A investidura do servidor em
2007) Em relação à estabilidade do
cargo de atribuições se responsabilidades
servidor, assinale a alternativa correta:
compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou
232
a) Se o cargo ocupado pelo servidor estável for b) (1) Cargo público corresponde ao conjunto
extinto, _cará ele em disponibilidade, com de atribuições e responsabilidades previstas na
remuneração integral até a seu aproveitamento estrutura organizacional que devem ser
em outro cargo. cometidas a um servidor; (2) Os cargos públicos
são criados por lei ou decreto regulamentar,
b) Se o cargo ocupado pelo servidor estável for para provimento em caráter efetivo ou em
extinto, perderá ele o cargo, assegurada a comissão.
ampla defesa e o contraditório.
c) (1) Servidor é a pessoa legalmente investida
c) A avaliação periódica de desempenho é em cargo público; (2) Cargo público
requisito para aquisição da estabilidade e não corresponde ao conjunto de responsabilidades,
pode dar causa à perda da estabilidade, pois poderes e deveres estabelecidos mediante ato
esta ainda não existe. normativo individual, de competência exclusiva
dos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e
d) O servidor estável, ocupante de vaga de
Judiciário.
cargo na qual deva ser reintegrado outro
servidor em virtude de sentença judicial que d) (1) O diploma legal supracitado veda a
invalidara sua demissão, poderá vir a ser prestação de serviços gratuitos, podendo essa
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a regra ser excepcionada por lei; (2) O mesmo
indenização. diploma legal instituiu o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, exclusive os
e) O servidor público estável perde o cargo em
da administração indireta.
virtude da discricionariedade do administrador
público, mediante processo administrativo que e) (1) O citado diploma legal dispõe sobre o
obrigatoriamente deverá ser revisto regime jurídico dos servidores públicos civis da
judicialmente, quando então caberá direito de União e das autarquias federais, excluídas
defesa ao servidor. aquelas sob regime especial e as fundações
públicas federais e distritais; (2) Servidor é a
GABARITO: D
pessoa legalmente investida em cargo público.
33. (FCC_ANALISTA_TRT22ª_PI_2006) Em
conformidade com a Lei Federal no 8.112,
de 11 de dezembro de 1990, e suas GABARITO: E
posteriores alterações, indique, dentre as
alternativas a seguir, aquela que 34.
contém, respectivamente, uma afirmação (SOCIESC_ADVOGAD0_JOINVILLE_2007)
INCORRETA (1) e outra CORRETA (2): Com relação ao regime dos servidores
públicos, assinale a alternativa correta:
35. (FCC_ANALISTA_TRT-MST-24_2006)
Com relação às penalidades disciplinares GABARITO: B
previstas na Lei no 8.112/90, é
INCORRETO afirmar que 37. (CONESUL_ADVOGADO
JR_CORREIOS_2007) Em se tratando de
agentes públicos e agentes políticos da
Administração Pública, considere as
a) o ato de imposição da penalidade mencionará afirmações seguintes:
sempre o fundamento legal e a causa da sanção
disciplinar. I. Servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de
b) a suspensão será aplicada em caso de mandato eletivo, aplica-se a disposição
reincidência das faltas punidas com advertência, constitucional quando tratar-se de
não podendo ultrapassar 90 dias. mandato eletivo federal, estadual ou
municipal, ficando afastado de seu cargo,
c) a ausência intencional do servidor ao serviço
emprego ou função.
por mais de 30 dias consecutivos, configura
abandono de cargo. II. Em qualquer caso que exija o
afastamento de servidor público para o
d) será cassada a aposentadoria ou a
exercício de mandato eletivo, seu tempo de
disponibilidade do inativo que houver praticado,
serviço não será contado para os efeitos
na atividade, falta punível com a demissão.
legais, exceto para promoção por
e) o servidor de plantão que ausentar-se do merecimento.
serviço durante o expediente, sem prévia
III. O servidor público investido no
autorização do chefe imediato, será suspenso
mandato de Prefeito, será afastado do
por até 120 dias.
cargo, emprego ou função, podendo
perceber as vantagens de seu cargo,
emprego ou função cumulativamente.
GABARITO: E
Assim, das alternativas propostas,
36. (FCC_ANALISTA-TRTCE-2005) Como a
investidura em cargo público ocorre com a
C) reversão e à reintegração.
235
C)) perceberá as vantagens correspondentes (A) Pedro e João já têm direito ao afastamento.
aos dois cargos.
(B) Somente Pedro tem direito ao afastamento
D) somente receberá as vantagens inerentes ao no momento.
cargo ocupado na autarquia.
(C) João terá de trabalhar por mais um ano
E) perceberá 50% (cinqüenta por cento) de para adquirir o direito ao afastamento.
cada remuneração.
(D) Nem Pedro nem João têm direito ao
afastamento.
(C) Tratando-se de servidor ocupante de cargo De posse desse estudo, o psicólogo Geert
em comissão, a penalidade será aplicada pela Hofstede dedicou-se a investigar as diferenças
autoridade que houver feito a nomeação. no funcionamento dessas unidades. Concluiu,
então, que as diferenças ocorriam devido às
(D) Tratando-se de dano causado a terceiros,
culturas dos empregados e, em grande parte,
responderá o servidor perante a Fazenda
do país que as sediava. Na época, o estudioso
Pública, em ação regressiva.
descreveu a cultura como “a programação
(E) Entende por inassiduidade habitual a falta coletiva dos espíritos que distingue os membros
ao serviço, sem causa justificada, por trinta de um grupo humano do outro”.
dias, durante o período de
As cinco dimensões culturais
doze meses…
Teve origem, aí, o famoso modelo das
dimensões culturais de Hofstede. Que é um
237
Por mais que falemos de globalização, de aldeia O Runrun.it realiza a gestão de projetos e
global, as distâncias culturais ainda trazem tarefas por meio da gestão das pessoas. Com
muitos desafios para empresas que decidem se ele, você organiza seu trabalho, motiva sua
internacionalizar. E quanto maior a distância, equipe e otimiza a relação com seus clientes.
maiores são as diferenças nas práticas
organizacionais, administrativas e nas tentativas POLÍTICAS CULTURAIS NO BRASIL
de interpretar e responder a questões E NO CEARÁ.
estratégicas.
Introdução
As dimensões culturais de Hofstede ajudam a
entender essas diferenças. No entanto, para Uma série de estudos apresentados na última
gerenciá-las, você pode contar com a década indicam a emergência de um novo
experiência de quem já passou por isso. Jack cenário histórico para as políticas culturais
Welch, por exemplo, traz dicas importantes do brasileiras (Rubim, 2007; 2011; Barbalho,
ex-CEO da General Electric para se manter a 2007; Calabre, 2009; Cury, 2002; Barbosa,
cultura forte quando se parte para a 2008), no qual tem sido reorganizadas as
internacionalização. institucionalidades políticas e ocorrido
mudanças nas possibilidades de ação e nos
Welsh diz que é preciso repetir a sua projetos implementados por agentes culturais
mensagem, até engasgar. A visão e os valores engajados.
que levam a ela têm que ser articulados
repetidamente. Nas reuniões internas, por
239
investidores na lei, como é o caso da Petrobras de projetos davam-se através de editais, como
(Calabre, 2009: 122). ilustra a citação abaixo:
As mais consistentes críticas da equipe As seleções seriam feitas por meio de editais
ministerial aos governos anteriores referiam-se públicos e cada projeto de Ponto de Cultura
aos mecanismos de financiamento através das selecionado receberia recursos da ordem de R$
leis de incentivo. Segundo estes, "os incentivos 150 mil ao longo de cinco semestres e também
fiscais não direcionariam recursos segundo passaria a ser beneficiado por ações e parcerias
prioridades políticas, deixando às empresas a formalizadas pelo Ministério da Cultura (MinC),
decisão sobre a alocação final dos recursos visando à ampliação das atividades realizadas
públicos" (Barbosa, 2008: 78), o que fragilizava (Calabre, 2009: 124).
a ação do Estado. Outra limitação observada
dizia respeito à sua reduzida abrangência Embora o financiamento das políticas
territorial, sobretudo se considerarmos a governamentais ainda estivesse dependente das
concentração dos recursos na Região Sudeste leis de incentivo, estas ações realizaram uma
do Brasil. Estava na agenda do novo ministério aproximação e um diálogo com setores da
uma reestruturação mais ampla das políticas sociedade que antes não estavam presentes na
culturais, a qual estava baseada em dois agenda de discussões públicas, além de
procedimentos, fundamentalmente: o Plano contemplar financiamento e interesse político a
Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de agentes culturais que não receberiam em
Cultura. Desde o início de 2005, as ações circunstâncias anteriores, como mestres da
ministeriais estavam voltadas para um Plano cultura popular, interiorizando geograficamente
Nacional, mediante este interesse, foi realizada estas políticas, como explicita Silva (2011).
a I Conferência Nacional de Cultura, cujas Embora o quadro de redução orçamentária não
reuniões preliminares seriam municipais, tenha sido alterado com consistência, o
estaduais e interestaduais, com a finalidade de Programa Cultura Viva ampliou as possibilidades
colher subsídios para o plano (Calabre, 2008). de obtenção de recursos e permitiu que
Consoante ao processo, encontrava-se o inúmeros projetos recebessem fomento estatal,
Sistema Nacional de Cultura, com o objetivo de constituindo um campo concorrencial mais
voltar-se para ações integradas no setor, ampliado. Em nossa análise, este campo
evitando distorções e sobreposições de concorrencial - observado nos projetos de
iniciativas e legislações, o que vinha ocorrendo Pontos de Cultura - reforça a tendência à
com as leis de patrimônio histórico e cultural, responsabilização individual por seus projetos e
por exemplo. pela obtenção de financiamento público ou
privado para sua implementação. Mesmo com a
Não obstante as inúmeras ações sugeridas para nova atitude ministerial, a escassez de
a cultura no período administrativo do financiamento, associada aos dispositivos
presidente Lula, uma delas, a nosso ver, concorrenciais através de editais, conformam e
tornou-se exemplar das novas estratégias acentuam estes campos de disputa por
postas em operação pelo Ministério da Cultura: recursos.
o Programa Cultura Viva. Criado pela Portaria
Ministerial n.o 156/2004, este programa visava Além disso, o Programa Cultura Viva incorpora
à articulação de cinco ações: Pontos de Cultura, uma segunda mudança fundamental no período
Agentes Cultura Viva, Cultura Digital, Escola administrativo de Lula: a pluralização da
Viva e Griôs-Mestres dos Saberes, com o questão identitária. A própria identidade
objetivo de promover o acesso à fruição, nacional - tema prioritário das políticas culturais
produção e difusão cultural, por meio de na era Vargas - torna-se pluralizada, como
mecanismos de cooperação social. As seleções diagnostica Alexandre Barbalho (2007):
243
A diversidade não se torna uma síntese, como através de exercício investigativo entre os anos
no recurso à mestiçagem durante a era Vargas de 2009 e 2011.
e na lógica integradora dos governos militares,
nem se reduz à diversidade de ofertas em um Os dados sobre as questões citadas advêm do
mercado globalizado. A preocupação da gestão acompanhamento sistemático das formas de
Gilberto Gil está em revelar os brasis, trabalhar implementação destas políticas culturais, tanto
com as múltiplas manifestações culturais, em mediante a coleta de dados etnográficos,
suas variadas matrizes étnicas, religiosas, de quanto de realização de entrevistas
gênero, regionais etc. (Barbalho, 2007: 52). semiestruturadas com agentes e gestores
atuantes no campo, ou mesmo da coleta de
Esta percepção revela o interesse do Estado em material de divulgação das mesmas na mídia
contemplar, em seus campos de intervenção, regional. Neste sentido, as duas próximas
atores e grupos antes não reconhecidos pelas seções terão como fundamento empírico a
ações ministeriais - caso das culturas populares investigação citada.
(Silva, 2012). Na visão de Célio Turino, então
coordenador do programa, essa perspectiva
implica um Estado ampliado, promotor de
Agenciamentos culturais de Estado: a
acesso aos meios de formação, criação e fruição
experiência de Gramado (RS)
de experiências culturais, mediante vínculos de
parceria com agentes culturais, artistas, Situada na região serrana do estado do Rio
professores e militantes sociais, atento às Grande do Sul, distante cerca de 120km da
mudanças culturais de nosso tempo. No capital, Porto Alegre, Gramado é um dos
entanto, algumas questões acabam ficando em principais polos culturais e turísticos regionais.
aberto: Por um registro histórico, cumpre
mencionarmos que foi no ano de 1875 que
Como alcançar essas metas em contextos de
chegaram às terras do atual município os
limitações de recursos?
primeiros colonizadores, fixando-se no local
Como obter democratização cultural, na conhecido como Linha 28. Eram
acepção de Chauí (2006), em programas predominantemente imigrantes italianos e
consolidados por lógicas concorrenciais por alemães que ali se estabeleceram, os quais
projetos e recursos? foram, pouco a pouco, fundando as primeiras
localidades e distritos rurais. As décadas de
Como estas mudanças contemporâneas nas 1910 e 1920 trouxeram possibilidades de
lógicas de implementação das políticas culturais construção de espaços mais urbanizados, com
são incorporadas às cidades brasileiras, na as instalações de uma capela da Igreja Católica,
atualidade? uma agência dos Correios e outra do Banco
Nacional do Comércio, seguidas por exatoria
Quais possibilidades de ação efetivamente se estadual, iluminação pública, a chegada da
colocam para os agentes e as instituições viação férrea e, na esteira destas
culturais? transformações, a sede distrital passa ao atual
centro do município. Às décadas posteriores
Diante deste campo de problematizações
estavam reservadas novas mudanças: a
sociológicas, constatamos que estas mudanças
presença de um cinema, de escolas, a
institucionais sofridas pelas políticas culturais
construção da Igreja Matriz, de dois hospitais, o
brasileiras na contemporaneidade se traduzem
primeiro asfaltamento da rua central, além do
em diversas lógicas e princípios de ação nas
crescente desenvolvimento industrial e
escalas locais. Para tal análise, estaremos
comercial.
expondo as experiências em políticas culturais
de duas cidades brasileiras, Gramado (RS), e
São Luiz do Paraitinga (SP), as quais estudamos
244
Em 1958, Gramado produziu o primeiro evento culturais interessantes aos exigentes viajantes
de rua que serviu de alavanca para o de hoje. A "Abertura" de um encarte especial
desenvolvimento de eventos culturais e veiculado pelo Grupo Editorial Sinos, de
turísticos: a "Festa das Hortênsias", evento circulação estadual, chamado "Roteiros da
realizado até meados da década de 1980 e, Serra", dá destaque aos usos potenciais da
como vemos, inseriu o município nas lógicas do cultura em um contexto situacional "Onde tudo
turismo nacional, até a contemporaneidade. Na acontece":
sequência histórica, uma série intensa de
eventos passou a ocupar a população local e os Onde tudo acontece
turistas: Festival de Cinema, Festa da Colônia,
Durante o inverno, a Serra Gaúcha se
Natal Luz, Gramado Cine Vídeo, além de
transforma num dos destinos turísticos mais
inúmeros eventos de turismo de negócios e de
desejados do país. Para isso, centenas de
outras naturezas. Este crescente exigiu um
agências e operadoras de turismo criam pacotes
significativo desenvolvimento de setores
buscando atrair diversos públicos. Muitas
voltados à prestação de serviços e ao
famílias programam alguns dias de descanso
atendimento aos públicos turísticos, como
nesta época do ano, e aproveitam para
atividades dirigidas à hospitalidade, hotelaria,
conhecer esse destino que é tão propagado
gastronomia, infraestrutura urbana, transportes
Brasil afora.
e comunicação social.
O viajante de hoje está cada vez mais exigente
Esta situação explicita, em boa medida, os
e conectado a um mundo de opções em se
interesses sociais, econômicos, políticos e
tratando de viagens. Por isso, é preciso ser bom
culturais em jogo nas atividades turísticas
nesse negócio chamado turismo.
(Silva, 2012a). Para complementarmos o
diagnóstico, precisamos ainda considerar os Ao longo de décadas, a vocação para bem-
dados recentemente disponibilizados pela receber que surgiu em cidades como Gramado,
Secretaria Municipal de Turismo, a saber: Canela e Nova Petrópolis passou a impulsionar a
economia dessas comunidades com cada vez
1. no primeiro semestre de 2011, de janeiro à
mais ênfase.
julho, Gramado recebeu 2,1 milhões de turistas;
Por isso, muito antes da chamada alta
2. a primeira quinzena de julho do mesmo ano,
temporada, esses municípios planejam novas
recebeu 200 mil turistas;
atrações para surpreender quem chega. E esse
3. a expectativa de recebimento de turistas para desafio é superado graças à sintonia dos
o ano de 2011 é de 3,6 milhões; poderes públicos com a iniciativa privada.
entre o local e o global, sobretudo por terem promover a inserção de agentes em fluxos da
identificado, anteriormente, uma predominância economia da indústria do turismo (Urry, 1996) e
de produtos importados. O artesanato, por a produção de circuitos alternativos para
exemplo, deveria operar constantemente pela aqueles que não se enquadram nos modelos
construção de uma imagem idealizada de cidade turísticos, atribuindo-lhes conteúdos de
turística, assim sendo, os bordados, as finalidade social. Em todo caso, a secretaria
camisetas, os artefatos domésticos (como centraliza os modos de produção cultural do
aventais, facas, xícaras, suportes diversos) município.
reproduziriam ícones e imagens de Gramado,
assim como pressupostos de uma produção Neste campo de agenciamentos, a secretaria
racional, formalizada e viável economicamente, estabeleceu uma hierarquia de prioridades, as
o que evidencia o interesse pela comercialização quais desencadearam a criação do Sistema
destes produtos. Nesta ótica, são impostos Municipal de Cultura, inspirado no Sistema
limites ou determinantes à produção cultural da Nacional de Cultura. Esta discussão tem
cidade sob os ditames de construção de uma subsidiado a formulação do Plano Municipal de
cidade turística, ou para o olhar do turista Cultura, em fase de redação, que visa planejar
(Urry, 1996). o próximo decênio. No entanto, um dos grandes
desafios impostos a este modelo de
Atualmente, a entidade dispõe de um agenciamentos de Estado, mobilizado pela
levantamento sobre os agentes culturais, secretaria, refere-se ao financiamento cultural.
quantos são, seu gênero, em que eventos Neste sentido, aliadas a uma narrativa de
trabalham. A secretaria assumiu um papel escuta ao agente cultural, como informante
central nos agenciamentos culturais da cidade: privilegiado, modalidades de financiamento
estão sendo "inventadas". A lógica concorrencial
A partir de hoje, a secretaria também começou de projetos submetidos a leis de incentivo, cuja
a atuar como agente, porque um promotor liga historicidade mencionamos anteriormente,
pra cá e diz que está precisando de um músico adquire repercussão no contexto municipal,
tradicionalista, nós temos uma relação e sobretudo por identificarmos estas leis ainda
encaminhamos, hoje o promotor de eventos como instrumento privilegiado para provimento
tem acesso a essas informações diferentemente financeiro dos principais eventos turístico-
de outros anos. Além disso, nós percebíamos culturais de Gramado.
que apesar de atuar como agente, algumas
bandas, principalmente as independentes e Este modelo de agenciamento cultural,
aquelas juvenis de rock e pop, não tinham como observado neste contexto, atribui centralidade
se encaixar nesse perfil de eventos que aos agentes estatais como mediadores de
habitualmente se utilizam de Gramado como projetos e iniciativas culturais na
sede, os congressos, as feiras e os encontros contemporaneidade, ou seja, agenciamentos
(Daniel, gestor cultural). culturais de Estado. Estes agenciamentos são
tangenciados por técnicas de vida (Simmel,
A entidade detém e centraliza informações 1979), evidentes nos fragmentos discursivos
detalhadas dos atores culturais da cidade, assim expostos e significativos como determinantes às
como agencia produtos e práticas culturais nos ações culturais, uma vez que o modelo
mercados turísticos locais. Para aqueles que não estabelece limites específicos que condicionam
se enquadram nas ações solicitadas, outros as iniciativas individualizadas ou autônomas.
eventos são promovidos, muitos destes com Este modelo opera ainda seletivamente sob
uma finalidade social, ou de proteção social quais ações culturais devem estar atreladas
(Castel, 2004), em entidades assistenciais ou eventos turísticos produzidos localmente, ou
escolas. Assim, a entidade operacionaliza seja, mobiliza técnicas que arranjam e
agenciamentos de coletivos de atores culturais, rearranjam a pluralidade de forças (Simmel,
com duas finalidades específicas: agenciar para
247
condicionam a ação dos atores no campo ter 15 mil habitantes nos anos de 1930, quando
cultural. Entendemos que podem ser vários a produção de rapadura e derivados de cana-
estes modelos, mesmo coexistirem, porém, no de-açúcar tiveram seu apogeu nos circuitos
contexto situacional descrito, há predominância econômicos regionais. No século XIX, sua
de um tipo estatal cujas características economia assentava-se no setor cafeeiro, o qual
evidenciamos acima, mas poderiam ser promoveu o desenvolvimento de toda a região,
sintetizadas na institucionalização, desde desencadeando a produção de uma variedade
controle racional e burocratizado de Estado, de de gêneros agrícolas e tornando-se lugar de
mecanismos de objetivação das subjetividades abastecimento das tropas que transportavam
dos indivíduos, ou, algo semelhante ao que café do vale do Paraíba para o litoral paulista. O
Simmel (1946; 1979) definiu como a entorno da cidade é marcado por belas
objetivação da dimensão humana subjetiva paisagens naturais, especialmente a floresta
(cultura). remanescente da Mata Atlântica, hoje protegida
pela Floresta Nacional da Serra do Mar, criada
Neste cenário, mecanismos institucionais de em 1977 (Lopes, Silva e Silva, 2011).
Estado tornam-se agências mobilizadoras de
recursos para projetos diversificados, mas com O desenvolvimento urbano acompanhou um
unicidade de planejamentos e concentração de conjunto de transformações sociais, políticas e
interesses em alguns grupos com potencial de econômicas ocorridas em âmbito regional, caso
negociação com instâncias intermediárias da inauguração, em 1927, da rodovia Rio de
criadas para a formulação de projetos. O campo Janeiro-São Paulo, a qual passava pela
concorrencial visibiliza-se discursivamente como nucleação urbana de Taubaté, uma das
exógeno ao município e, neste modelo, os principais cidades do vale do Paraíba; ou, ainda,
projetos individuais dos atores culturais não o declínio da produção cafeeira na região e a
encontram autonomia ou apoios institucionais, crescente potencialização da indústria como
pois a dinâmica do desenvolvimento principal estratégia econômica (Lopes, 2006).
socioeconômico da cidade depende da efetuação No entanto, a localização geográfica de São Luiz
(Schutz, 1974) de projetos com potencial de do Paraitinga a tornou relativamente isolada dos
mercado, para usos turísticos, sendo que estes fluxos de modernização desenvolvidos às
são predominantes. margens da rodovia Presidente Dutra, o que
permitiu a manutenção de certos traços
tradicionais de formação da cultura caipira
(Lopes, Silva e Silva, 2011).
Agenciamentos individuais: disputas por
projetos culturais em São Luiz do Paraitinga Muitas de suas edificações históricas tornaram-
(SP) se patrimônio histórico e cultural mediante
processo de tombamento, em 1982, pelo
São Luiz do Paraitinga é um município localizado
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
no interior do estado de São Paulo, no vale do
Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat),
Paraíba Paulista, distante 170 quilômetros da
entidade vinculada à Secretaria Estadual da
capital. Do ponto de vista histórico, uma
Cultura. A partir de então, São Luiz do
pequena povoação começou a constituir-se no
Paraitinga passou a ser a cidade paulista com o
lugar em fins da década de 1760, vindo a
maior número de imóveis tombados como
constituir-se em vila no ano de 1773, quando
patrimônio histórico e cultural, com mais de 400
seu padroeiro passou a ser São Luís, bispo de
unidades. Porém, o caso deste município difere
Tolosa. No ano de 1857, elevou-se a cidade e,
de outros que também abrigam imóveis em
em 1873, elevou-se à denominação "Imperial
semelhantes situações, o fato de a maioria
Cidade de São Luiz do Paraitinga". Data deste
destes serem ainda utilizados como residência.
período um conjunto de edificações que
Esse patrimônio arquitetônico tombado,
urbanizaram a pequena cidade, a qual chegou a
249
programa, em São Luiz, consubstanciada ao Aí, quando apareceu essa ideia do Ponto de
processo de tombamento das edificações de seu Cultura, a gente já tinha um grupo, já
núcleo urbano pelo Iphan, produziu desenvolvia esse trabalho há uns quatro ou
expectativas em torno da seleção emergencial cinco anos na escola, a gente fazia por conta da
de pontos de cultura dirigidos à contribuição nas gente mesmo, com o dinheiro da gente,
dinâmicas de reconstrução urbana, o que na gasolina para baixo e para cima, a gente
sequência veio a ocorrer. sempre fazia com o que a gente podia, pedindo
aqui, com os comerciantes ali, com a escola,
Essa situação promoveu um campo de que liberava o mestre para a gente ensaiar.
agenciamentos (de recursos) individuais dos Com o Ponto de Cultura, a gente pôde crescer
atores voltados à produção de projetos um pouquinho mais, começou a estar unindo o
qualificados e à consolidação de parcerias para pessoal do Ponto de Cultura, o Moçambique, aí
sua efetuação, num cenário marcado por a gente teve até incentivo para estar criando
processos concorrenciais individualizados, esse outro grupo que você teve oportunidade de
embora a prerrogativa da seleção fosse ver aqui, que a gente está chamando de
institucional. Porém, além das concorrências, Moçambique das Professoras ou Moçambique de
estas disputas revelam-nos outras São Luiz do Paraitinga (Cláudia, professora).
características de um modelo específico de
agenciamento. Para ilustrar tais tendências, Como Cláudia possuía experiências prévias em
relataremos uma experiência de Ponto de promoção cultural e vinha desenvolvendo ações
Cultura no município: o Ponto de Cultura voluntariamente, o Ponto de Cultura despertou
Fazenda São Luiz. interesses de institucionalizar sua atividade com
a finalidade de adquirir recursos financeiros.
Então, ao tomar conhecimento do edital em
seus círculos pessoais de relacionamento, foi
O Moçambique das Professoras
também informada do agendamento de uma
Cláudia, 45 anos, professora, natural de São reunião para apresentar a proposta e organizar
Luiz do Paraitinga, tendo vivido muitos anos em os interessados para a submissão de um único
outros municípios do estado, por motivos projeto para o município. Segundo nossa
profissionais. Em 2003, retorna para o informante:
município e, na ausência de outras opções
Aconteceram algumas reuniões aqui, até com o
profissionais, decide iniciar atividades como
pessoal do Ministério, acho que eles iam ajudar
professora em uma escola municipal rural
aqui a organizar o trabalho, mas aí eu me senti
próxima de sua residência. Na escola, começa a
um pouco meio de fora, porque as pessoas
envolver-se com grupos de Moçambique,
falavam, mas todo mundo na hora de ir para a
conhece um mestre nesta prática cultural, Raul,
reunião ninguém falava direito para onde ia,
que é funcionário da escola e, juntos, iniciam a
todo mundo escondia um do outro, todo mundo
criação de um grupo de Moçambique, com a
começou a querer fazer o seu (Cláudia).
participação dos alunos e da comunidade
escolar. O depoimento da professora evidencia-nos a
conformação de um modelo de agenciamento
Após desenvolverem, voluntariamente, este
individualizado, pautado nos mecanismos
trabalho por cinco anos - desde 2004 - , a
concorrenciais entre agentes no campo, no qual
possibilidade de obtenção de recursos para o
identificamos disputas e conflitos endógenos por
provimento da iniciativa cultural, através do
interesses e recursos. Mesmo que conforme um
Ponto de Cultura, trouxe motivações e projetou
campo individual de concorrência, endógeno ao
expectativas de continuidade e ampliação do
campo cultural, foi necessária a instituição de
projeto:
alianças, sobretudo porque os agentes
precisavam de uma entidade proponente, com
251
gasolina para os deslocamentos dos envolvidos; se na razão dos agenciamentos dos atores que
lanche para os estudantes nos dias de ensaio e os promovem, na perspectiva em que Pedro
apresentação; aquisição de equipamentos Martins definiu a reconstrução das
(computadores, um para edição de vídeo e manifestações expressivas, onde menciona que
outro para edição de música); produção de se referem à
audiovisual. Uma perspectiva relevante deste
projeto foi a política patrimonial das categoria de análise que deve englobar todas as
experiências desenvolvidas, a destacar a manifestações capazes de exprimir uma forma
fotografia e a produção de vídeos ou um conteúdo estético aliado a qualquer
documentários. conteúdo identitário (Martins, 2009: 243).
algumas vezes mais próximos de políticas O segundo modelo, por sua vez, identificado nas
nacionais de cultura, como o imperativo da disputas por Pontos de Cultura em São Luiz do
lógica de editais na seleção de programas ou as Paraitinga (SP), é o de agenciamentos
leis de incentivo em suas faces específicas, individuais. A institucionalização dos projetos
outras vezes mais aproximados das práticas dá-se por meio de dispositivos de racionalização
sociais dos atores participantes deste campo, das ações (planos, estratégias, objetivos
como os agenciamentos pessoais ou os político-organizacionais) - como no modelo
interesses locais em jogo. Porém, duas anterior. Porém, estes projetos exigem
características são recorrentes nesta agenciamentos em um campo de disputas
interpretação dos modelos: o interesse na individuais e forças postas no âmbito local, os
institucionalização do projeto cultural e a quais são realizados desde relações pessoais,
conformação de um novo arranjo das forças familiares, profissionais e políticas de seus
plurais (Simmel, 1946) em dinâmicas proponentes. Estas disputas e concorrências
competitivas ou concorrenciais. Variações reorganizam as "forças plurais" na cidade,
dessas características permitem a análise da personalizando a identificação entre o projeto e
emergência de dois modelos de agenciamento seu idealizador. Desta maneira, forma campos
cultural, não dicotômicos, mas com observável concorrenciais endógenos ao município, entre
predominância de umas ou outras ênfases em projetos e agentes portadores de experiências
perspectiva, as quais, obviamente, são prévias (Schutz, 1974) voltados à efetuação de
construídas desde tipificações ilustrativas, não iniciativas que reformulem ou ampliem ações
podendo ser encontradas em "estado puro" na em curso. Se, no primeiro modelo, as
realidade social. Deste modo, reconhecemos a experiências oportunas referem-se àquelas já
possibilidade de existência de outros modelos, instituídas na municipalidade (edições
ou mesmo modelos em transição ou interseção. anteriores de eventos, feiras, roteiros de
planejamento de custos e ações), no modelo
O primeiro modelo, descrito desde experiências dos agenciamentos individuais os projetos são
em políticas culturais em Gramado (RS), é o desenvolvidos segundo as experiências e
agenciamento cultural de Estado. A "conhecimentos que seus atores dispõem à
institucionalização dos projetos dá-se na criação mão" (Schutz, 1974) no momento, o que
de organizações burocráticas intermediárias e correlaciona projeto cultural e suas experiências
na potencialidade de o próprio Estado atuar sociais, com maior autonomia dos atores à
como agente cultural, cujas manifestações são: formulação de projeções.
dispositivos de racionalização das ações
(manipulação de planos, estratégias, objetivos Esses novos cenários de mudanças político-
político-organizacionais); seletividade de atores institucionais desafiam as políticas culturais de
e iniciativas adequadas ou desejáveis ao projeto nosso tempo, uma vez que proporcionam a
municipal de turismo/cultura e consequente irradiação de múltiplos agenciamentos culturais.
modulação de campos não-autônomos de Os agenciamentos analisados explicitam uma
produção cultural; criação de setores ambivalência entre a construção de um campo
especializados em formulação de projetos e concorrencial entre projetos e os atores
acompanhamento de editais, tornando a culturais em busca de diversos recursos
formulação de projetos um exercício (Yúdice, 2004) e a reconfiguração de modelos
permanente. Assim, forma-se um campo valorativos voltados para a reconstrução dos
concorrencial exógeno ao município, o que sentidos sociais (Dewey, 1970), nas mesmas
muda a escala de competitividade de projetos e políticas.
iniciativas, reconhecendo que a dinâmica
socioeconômica da cidade depende dos projetos Portanto, implica pensarmos que a
culturais - turísticos, sobretudo. racionalização dos agenciamentos culturais,
através de editais de concorrência, como técnica
255
de vida contemporânea (Silva, 2012a), cearense, sendo uma arte tradicional no Ceará
consolida um campo identificável de desde, pelo menos, o século XVIII. As rendas e
experiências competitivas entre atores, mesmo os labirintos possuem maior destaque nas
que, ao mesmo tempo, apresente contribuições imediações do litoral, enquanto o interior se
para a formação de um modelo valorativo de destaca mais pelos bordados.
democratização destas políticas, uma vez que
atua na produção de disputas mais claras e Ademais, o artesanato feito em madeira e barro
potencialmente justas por recursos públicos, o se destaca bastante, com produção de
que busca evitar o clientelismo e o esculturas humanas, representando tipos da
patrimonialismo típico das relações entre os região; quadros talhados em madeira - muitos
atores e o Estado, no Brasil. com temática religiosa, vasos adornados, etc.
Outro importante item do artesanato cearense
A cultura do Ceará é diversificada e com são as garrafas de areias coloridas, onde são
muitas características marcantes. A cultura reproduzidas, manualmente, paisagens e
cearense, assim como em todo o sertão temáticas diversas. São ainda encontrados, em
nordestino, é de base essencialmente ibérica diversas cidades - em
com influências indígenas e africanas. especial Massapê, Russas, Aracati, Sobral e Ca
mocim, dentre outras, cestarias, chapéus e
Arte popular trançados com variadas formas e desenhos
feitos da palha da carnaúba, do bambu e
Quando da introdução da cultura portuguesa no
do cipó. Por fim, como conseqüência natural de
Ceará, ao longo do século XVII, os índios já
uma economia que, durante séculos, foi
produziam um diversificado artesanato a partir
essencialmente pecuarista, o couro é trabalhado
de vegetais como o cipó e a carnaúba, bem
artesanalmente, em especial, para a produção
como dominavam técnicas primitivas de
de chapéus e outras peças da roupa de
tecelagem do algodão, inclusive tingindo os
vaqueiros, assim como de móveis e esculturas.
tecidos de vermelho com a casca
As principais cidade em destaque no artesanato
da aroeira. Com a colonização, diversas técnicas
coureiro são Morada Nova, Juazeiro do
européias se somaram a essa base cultural,
Norte, Crato, Jaguaribe, Assaré e Nova Olinda.
formando uma arte popular que viria a ser
renomada nacional e internacionalmente. Em diversas áreas do interior cearense, os
cordéis, assim como os repentistas e poetas
populares, especialistas no improviso de rimas,
ainda estão presentes e ativos, seguindo uma
tradição que remonta aos trovadores e poetas
populares da Idade Média lusitana. Outra forte
influência portuguesa se encontra na grande
importância das festas religiosas nas cidades de
todo o interior, particularmente as festas de
padroeiro, que estão entre as principais
festividades da cultura cearense, abarcando não
só cerimônias religiosas, mas também danças,
Rendeira cearense trabalhando com bilros. músicas e outras formas de entretenimento,
numa complexa mistura de aspectos sagrados e
Com origens portuguesas e relevante influência profanos. Destaca-se a Festa de Santo Antônio
indígena, têm destaque a produção de redes em Barbalha, famosa pelo pau da bandeira e
com os mais diversos bordados e formas e comemorada nessa forma há 78 anos.
intrincadas rendas feitas em bilros, talvez o
maior destaque da produção artesanal Artes plásticas
256
eleito vereador da cidade, e o Seu Lunga, Cearense de Letras foi fundada em 1894 e
de Juazeiro do Norte, famoso pela sua durante muito tempo foi a principal instituição
intolerância com perguntas óbvias, assim como literária do estado, congregando alguns dos
eventos como a vaia ao sol também nomes mais ilustres da literatura estadual.
em Fortaleza, depois de quase um dia inteiro de Hoje, existem diversas instituições similares em
céu nublado na cidade. A novela humorística todo o Estado do Ceará. A sua criação inspirou,
da Record Ceará contra 007 de 1965 ajudou a porém, alguns anos mais tarde, a formação
formar esse imaginário de um Ceará Moleque. da Academia Brasileira de Letras.
período esse, em que circularam alguns folhetos brasileiros foi o cearense Alberto Nepomuceno,
destratando a figura do governador cearense. considerado o "pai" do nacionalismo na música
Nesta mesma época, atuava também em erudita do Brasil. Outro representante da
Fortaleza o poeta-editor potiguar Luiz da Costa música clássica foi o renomado regente Eleazar
Pinheiro, autor do clássico “O Boi Mandingueiro de Carvalho, um dos fundadores da Orquestra
e o Cavalo Misterioso”. Sinfônica Brasileira e professor de maestros
célebres, como Claudio Abbado e Zubin
Música cearense Mehta. Em sua homenagem foi criada a
Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.
O gênero musical mais identificado com o Ceará
Nessa seara, há também iniciativas que unem a
é o forró, em suas variadas formas, inicialmente
música à filantropia como a Orquestra
caracterizado especialmente pelo tradicional
Filarmônica da Chapada do Araripe, em Araripe
forró pé-de-serra, contando apenas com alguns
e a Sociedade Lírica do Belmonte, no Crato.
poucos instrumentos como sanfona e triângulo.
Nos anos 40, o cearense Humberto Patrimônio arquitetônico
Teixeira formou uma famosa parceria com o
pernambucano Luiz Gonzaga, criando o baião, O Ceará abriga quatro conjuntos arquitetônicos
que se tornou muito apreciado. Uma das tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico
principais tradições da música cearense - e, e Artístico Nacional como patrimônio nacional,
principalmente, do Cariri - são também as nomeadamente os núcleos históricos das
bandas cabaçais, que utilizam pífanos, cidades de Icó, Aracati, Sobral e Viçosa do
zabumbas e pratos e freqüentemente fazem Ceará. A cidade com maior número de prédios
acompanhar sua música com movimentos e tombados é Fortaleza.
acrobacias com facões, com destaque para
a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto. Outros Atuação governamental
representantes tradicionais da música cearense
O governo estadual criou a Secretaria da
são os seresteiros e repentistas.
Cultura do Ceará, a primeira do Brasil,
Dos anos 80 em diante, cresceu bastante o em 1966. A instituição organiza e fomenta a
chamado forró eletrônico, que adotou novos cultura cearense e auxilia outras instituições
instrumentos e absorveu muitas influências de particulares na manutenção das tradições da
diversos estilos populares, afastando-se um população do estado. Vinculado a ela
pouco da tradição do "pé-de-serra" e ganhando estão: Centro Dragão do Mar de Arte e
grande popularidade no estado. Cultura, Escola de Artes e Ofícios Thomaz
Pompeu Sobrinho, Museu Sacro São José de
No entanto, o papel do Ceará na música se Ribamar, Museu do Ceará, Museu da Imagem e
estende para muito além do forró. O importante do Som do Ceará e Theatro José de Alencar são
momento musical dos anos 60, no qual algumas das principais instituições
floresceram a MPB e o tropicalismo no Brasil, governamentais de fomento da cultura
também teve grande influência no Ceará, cearense.
através de artistas
como Ednardo, Belchior, Fagner, Amelinha, J. Outras instituições culturais importantes
Camelo Ponte e outros, alguns dos quais são: Academia Cearense de
conseguiram projeção nacional, recebendo da Letras, Conservatório de Música Alberto
crítica musical o apelido de "pessoal do Ceará". Nepomuceno, Instituto do Ceará, Instituto
Cultural do Cariri, Museu dos
Inusitadamente, o Ceará tem também tido certo Inhamuns, Academia Sobralense de Estudos e
destaque na música clássica brasileira, embora Letras, EDISCA dentre outras.
aí não encontre grandes incentivos. Um dos
mais destacados compositores clássicos Atuando em conjunto com o governo, outras
instituições ou sozinho, várias pessoas, do
259
estado ou de fora, fazem ou fizeram a cultura pretendem tutelar. Isso se dá, sobretudo, pela
do Ceará notadamente: José de própria fluidez do conceito de cultura.
Alencar, Antônio Bandeira, Lino
Villaventura, Chico da Silva, Raimundo Assim, para tentar trazer um pouco de clareza
Cela, Rachel de Queiroz, Chico Anysio, Renato ao tema, citamos uma série de conceituações
Aragão, Jean-Pierre Chabloz, Emília Barreto de diversos autores:
Correia Lima, Humberto Teixeira, Alberto
José Ricardo Oriá Fernandes: Direitos
Nepomuceno, Patativa do Assaré , Socorro
culturais são aqueles em que “o indivíduo tem
Acioli, dentre outros.
em relação à cultura da sociedade da qual faz
parte, que vão desde o direito à produção
DIREITOS CULTURAIS.
cultural, passando pelo direito de acesso à
Os direitos culturais foram previstos pela cultura até o direito à memória histórica”
primeira vez, no plano internacional, na
Humberto Cunha Filho: “… os direitos
Declaração Universal dos Direitos do Homem e
culturais são aqueles afetos às artes, à memória
do Cidadão, que os qualificou como
coletiva e ao repasse de saberes, que
indispensáveis à dignidade e ao livre
asseguram aos seus titulares o conhecimento e
desenvolvimento da personalidade. Desde
uso do passado, interferência ativa no presente
então, foram diversos tratados, declarações e
e possibilidade de previsão e decisão de opções
convenções versando diretamente sobre os
referentes ao futuro, visando sempre a
direitos culturais.
dignidade da pessoa humana”
A Constituição Federal brasileira, em seu artigo
Alessane N`Daw: “… direitos culturais para
215, prevê que o Estado garantirá a todos o
cada povo consistem essencialmente no poder
pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
de manter, de fazer renascer, desenvolver e
fontes da cultura nacional, e apoiará e
difundir os seus valores próprios. Para os
incentivará a valorização e a difusão das
indivíduos, estão ligados à exigência de
manifestações culturais.
condições econômicas e sociais capazes de
No texto constitucional, é possível encontrar assegurar a cada homem a possibilidade de
alguns exemplos do que a doutrina desenvolver, ao máximo grau, o seu potencial
especializada usualmente considera como criador, que está ligado à formação de
espécies de direitos culturais. São eles: sentimentos estéticos e à aquisição de
o direito autoral (artigo 5º, XXVII e XXVIII), conhecimento que permitam ao espírito exercer
o direito à liberdade de expressão da o seu direito de crítica.”
atividade intelectual, artística, científica e de
Farida Saheed: “… os direitos culturais
comunicação (artigos 5º, IX, e 215, §3º, II),
protegem os direitos de cada pessoa –
o direito à preservação do
individualmente, em comunidade com outros e
patrimônio histórico e cultural (artigos 5º,
como grupo de pessoas – para desenvolver e
LXXIII, e 215, §3º, inciso I); o direito à
expressar sua humanidade e visão de mundo,
diversidade e identidade cultural (artigo
os significados que atribuem a sua experiência e
215, caput, § 1º, 2º, 3º, V, 242, § 1º); e
a maneira como o fazem. Os direitos culturais
o direito de acesso à cultura (artigo 215,
também podem ser considerados como algo que
§3º, II e IV).
protege o acesso ao patrimônio e aos recursos
Entretanto, passados quase sessenta e cinco culturais que permitem a ocorrência desses
anos de sua proclamação, ainda não existe um processos de identificação e desenvolvimento.”
consenso sobre quais são esses direitos
culturais, qual o seu conteúdo e o que
260
Patrice Meyer-Bisch: “Os direitos culturais pessoa tem direito à proteção dos interesses
podem ser definidos como os direitos de uma morais e materiais decorrentes de qualquer
pessoa, sozinha ou coletivamente, de exercer produção científica, literária ou artística da qual
livremente atividades culturais para vivenciar seja autor.
seu processo nunca acabado de identificação, o
que implica o direito de acender aos recursos FERNANDES, José Ricardo Oriá. A cultura no
necessários para isso. São os direitos que ordenamento constitucional brasileiro: impactos
autorizam cada pessoa, sozinha ou e perspectivas. In: ARAÚJO, José Cordeiro de;
coletivamente, a desenvolver a criação de suas PEREIRA JÚNIOR, José de Sena; PEREIRA, Lúcio
capacidades. Eles permitem a cada um Soares; RODRIGUES, Ricardo José Pereira.
alimentar-se da cultura como a primeira riqueza Ensaios sobre impactos da Constituição Federal
social; eles constituem a substância da de 1988 na sociedade brasileira. Brasília: Centro
comunicação, seja com o outro ou consigo de Documentação e Informação, 2008, p. 207
mesmo, por meio das obras.”
CUNHA FILHO, Francisco Humberto. Os direitos
Particularmente, já defendi em artigos culturais como direitos fundamentais no
acadêmicos que os direitos culturais são aqueles ordenamento jurídico brasileiro. Brasília:
que tutelam a criação, transmissão, preservação Brasília Jurídica, 2000, p. 34.
e distribuição do patrimônio e do capital
N´DAW, Alessane. Cultura universal e culturas
cultural, atividades essas basilares ao
nacionais. In: UNESCO. Os direitos culturais
desenvolvimento da identidade e das
como direitos do homem. Tradução de Mário
capacidades do ser humano. Deixemos o
Salgueirinho. Porto: Telos, 1970, p. 46-47.
aprofundamento dessa proposta teórica para
outra oportunidade. COELHO, Teixeira. O novo papel dos direitos
culturais: Entrevista com Farida Shaheed, da
Por fim, vale dizer que o tema dos direitos
ONU. In: REVISTA OBSERVATÓRIO ITAÚ
culturais, apesar de oferecer um campo muito
CULTURAL. Direitos Culturais: um novo papel.
fértil de estudos, ainda tem uma agenda de
Número 11, Jan./abr, 2011. São Paulo: Itaú
pesquisa incipiente ao nosso ver – não apenas
Cultural, 2011. Pp. 19-20.
no Brasil, não apenas no campo do direito.
Deixamos, portanto, o convite para que novos BISCH, Patrice-Meyer. A centralidade dos
estudos a esse respeito. direitos culturais, pontos de contato entre
diversidade e direitos humanos. In: REVISTA
Abraços e boas ideias!
OBSERVATÓRIO ITAÚ CULTURAL. Op. Cit. p. 28.
Declaração Universal dos Direitos do Homem e
do Cidadão.
SISTEMA NACIONAL DE CULTURA
(SNC) E PLANO NACIONAL DE
Artigo XXII – Toda pessoa, como membro da CULTURA (PNC).
sociedade, tem direito à segurança social e à
realização, pelo esforço nacional, pela SISTEMA NACIONAL DE CULTURA (SNC)
cooperação internacional e de acordo com
a organização e recursos de cada Estado, Sistema Nacional de Cultura é um modelo de
dos direitos econômicos, sociais e culturais gestão e promoção de políticas
indispensáveis à sua dignidade e ao livre públicas de cultura que pressupõe a ação
desenvolvimento da sua personalidade. conjunta dos entes da federação (governos
federal, estadual e municipal) para
Artigo XXVII – 1. Toda pessoa tem o direito de democratização do setor.
participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do A implementação do Sistema Nacional de
processo científico e de seus benefícios. 2. Toda Cultura faz parte das metas e ações do Plano
261
Para visualizar a portaria que cria as O Ministério da Cultura (MinC) monitora e avalia
metas, clique aqui. as metas do Plano Nacional de Cultura (PNC),
conforme define o inciso II, do artigo 3º, da Lei
5. Quem é responsável pela execução do nº 12.343/2010. Sendo assim, o MinC afere
Plano Nacional de Cultura? periodicamente o cumprimento do Plano de
forma eficaz e de acordo com suas metas.
O Ministério da Cultura (MinC) é o coordenador Ressalta-se que o processo de monitoramento e
executivo do Plano Nacional de Cultura (PNC). avaliação do PNC conta com a participação do
Por isso, é o responsável pelo monitoramento Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC).
das ações necessárias para sua realização,
conforme define o parágrafo 6º do artigo 3º da Além disso, o Sistema Nacional de Informações
Lei nº 12.343/2010. e Indicadores Culturais (SNIIC), gerenciado pelo
MinC, por meio do Mapa da Cultura, é
A aprovação do PNC, sob a forma de lei, situa a fundamental nesse processo de monitoramento,
cultura na agenda de cidades, estados, e de pois tem o intuito de coletar, armazenar e
outros organismos do Governo Federal e da difundir os dados e informações sobre agentes,
sociedade. Diante disso, sua execução depende espaços e eventos culturais em âmbito nacional.
da cooperação de todos, e não apenas do
Governo Federal, para a realização das ações e Destaca-se que o mapa se baseia em três
o alcance das metas. conceitos básicos: agente cultural, espaço
cultural e evento cultural. O campo agente
Neste sentido, a adesão ao Sistema Nacional de cultural é para qualquer profissional ou
Cultura traz a prerrogativa dos estados e dos instituição que mantenha relação com o mundo
municípios elaborarem planos de cultura que da cultura, exemplo disso são as fundações, os
dialoguem com PNC sem perder as institutos, as empresas, os artistas, entre
especificidades locais. outros. O campo espaço cultural se refere aos
espaços físicos onde acontecem atividades
Outro fator importante é que a Lei nº
culturais. Pode ser um equipamento clássico,
12.343/2010 também permite que outros entes,
como um teatro, ou espaços que não são
públicos e privados, tais como empresas,
exclusivamente culturais, como uma praça ou
organizações corporativas e sindicais,
um bar. Ressaltamos que eventos culturais são
organizações da sociedade civil, fundações,
ações culturais realizadas por agentes em
pessoas físicas e jurídicas, colaborem, em
algum espaço. Para saber mais sobre o Mapa da
caráter voluntário, para a garantia dos
Cultura, clique aqui.
princípios, objetivos, diretrizes e metas do PNC.
Essa contribuição poderá ser feita por meio de Além do SNIIC, várias outras fontes compõem o
termo de adesão específico, que ainda será monitoramento do plano, como o caso de
regulamentado. pesquisas ou sítios governamentais, exemplo
disso são as seguintes fontes:
Destaca-se que o Sistema Nacional de
Informações e Indicadores Culturais (SNIIC) SIAFI – Sistema Integrado de Administração
também tem um papel fundamental na Financeira do Governo Federal;
realização do PNC, pois ele reúne dados sobre
264
Conferências de cultura: encarregada de avaliar Para saber o significado das siglas utilizadas na
as políticas culturais, analisar a conjuntura plataforma do PNC,
cultural e propor diretrizes para o Plano de
Cultura; SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA E
PLANO ESTADUAL DE CULTURA.
Sistemas de financiamento à cultura: conjunto
dos instrumentos de financiamento público da SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA
cultura, tanto para as atividades desenvolvidas
pelo Estado, como para apoio e incentivo a Institui, no âmbito da Administração
programas, projetos e ações culturais realizadas Pública Estadual, o Sistema Estadual da
Cultura - SIEC, indica suas fontes de
pela Sociedade
financiamento, regula o Fundo Estadual da
Cultura e dá outras providências.
Planos de cultura: documento de planejamento
para orientar a execução da política cultural da O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
cidade. Ele estabelece estratégias e metas, FAÇO SABER QUE A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA
define prazos e recursos necessários à sua DECRETOU E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:
implementação a partir das diretrizes definidas CAPÍTULO I
pela Conferência de Cultura. O Plano é
Da Caracterização do Sistema Estadual da
elaborado pelo órgão gestor da cultura com a Cultura - SIEC
colaboração do Conselho de Política Cultural, a
Art. 1º Fica instituído, no Estado do Ceará, o
quem cabe aprová-lo;
Sistema Estadual da Cultura - SIEC.
Sistemas setoriais de cultura: são subsistemas Parágrafo único. O SIEC tem como finalidade
do SNC que se estruturam para responder com conjugar esforços, recursos e estratégias dos
maior eficácia à complexidade da área cultural, poderes públicos das diferentes esferas da
federação brasileira, de empresas e
que se divide em muitos setores, com
organizações privadas, de organismos
características distintas, exemplo disso são o internacionais e da sociedade em geral para o
Sistema Brasileiro de Museus e o Sistema fomento efetivo, sistemático, democrático e
Nacional de Bibliotecas Públicas; continuado de atividades culturais, nos termos
desta Lei.
Comissões intergestores: são instâncias de
Art. 2º São princípios do Sistema Estadual da
negociação e operacionalização do Sistema
Cultura - SIEC:
Nacional de Cultura;
I - respeito à diversidade e ao pluralismo
Sistemas de informações e indicadores cultural;
culturais: conjunto de instrumentos de coleta, II - resguardo à memória coletiva;
organização, análise e armazenamento de
III - promoção da dignidade da pessoa
dados – cadastros, diagnósticos, mapeamentos, humana;
censos e amostras – a respeito da realidade
IV - promoção da cidadania cultural;
cultural sobre a qual se pretende atuar; e
V - promoção da inclusão social;
266
Art. 14. São recursos do Fundo Estadual da Art. 16. A Secretaria da Cultura poderá
Cultura - FEC: escolher, mediante processo público de seleção,
os programas, projetos e ações culturais a
I - os oriundos de incentivo fiscal, nos termos
serem financiados conforme o disposto no art.
desta Lei;
9.º desta Lei, podendo designar comissões
II - as subvenções, auxílios, contribuições, técnicas para este fim.
doações e legados de qualquer fonte lícita;
Parágrafo único. O montante de recursos
III - as transferências decorrentes de destinados aos processos públicos de seleção, a
convênios, acordos e congêneres; sua respectiva distribuição e os ajustes que se
fizerem necessários serão definidos em Portaria
IV - as devoluções relativas aos mecanismos de
do Secretário da Cultura, que será publicada no
fomento desta Lei, quaisquer que sejam os
Diário Oficial do Estado, observado os limites
motivos;
orçamentários da Secretaria.
V - as multas decorrentes desta Lei, quaisquer
Art. 17. O Fundo Estadual da Cultura - FEC,
que sejam os motivos;
será administrado por um Comitê Gestor, o qual
VI - o resultado de eventos e promoções será presidido pelo Secretário da Cultura, a
realizados com o objetivo de angariar recursos, quem compete gestão, execução orçamentária,
incluindo loteria específica; financeira e patrimonial, com o apoio
administrativo da SECULT, e será composto
VII - as receitas próprias da Secretaria da
conforme disposição em Regulamento.
Cultura - SECULT, incluindo as oriundas dos
equipamentos culturais; § 1º Aplica-se, no que couber, à administração
financeira do FEC, o disposto na Lei Federal n.º
VIII - o rendimento de aplicações financeiras,
4.320, de 17 de março de 1964, no Código de
realizadas na forma da Lei;
Contabilidade do Estado e as prestações de
IX - os saldos de exercícios anteriores. contas devidas ao Tribunal de Contas do Estado.
§ 1º Aos recursos do Fundo Estadual da Cultura § 2º Todos os procedimentos do Comitê Gestor
- FEC, aplicam-se as seguintes disciplinas: pautar-se-ão pelos princípios constitucionais
regentes da Administração Pública,
I - os existentes na data da vigência da
principalmente os constantes do art. 37 da
presente Lei nele permanecerão;
Constituição Federal.
II - os remanescentes de um exercício serão
§ 3º A gestão financeira do Fundo Estadual da
transferidos para o exercício financeiro
Cultura compete à Secretária da Fazenda.
subseqüente.
Art. 18. O Fundo Estadual da Cultura – FEC,
§ 2º Os recursos do FEC serão recolhidos em
financiará, no máximo, 80% (oitenta por cento)
conta específica aberta em Banco Oficial.
do custo total de cada projeto, devendo o
§ 3º É vedada a aplicação dos recursos do FEC proponente oferecer contrapartida que
no pagamento de: integralize o orçamento respectivo.
a) despesa com pessoal e encargos sociais; § 1º Excepcionalmente o FEC, por deliberação
do Comitê Gestor, poderá financiar 100% (cem
b) serviço da dívida;
por cento) do custo dos projetos culturais.
c) qualquer outra despesa corrente não
§ 2º A contrapartida a ser obrigatoriamente
vinculada diretamente aos investimentos ou
oferecida pelo proponente, para fins de
ações apoiados.
complementação do custo total dos programas,
Art. 15. A Secretaria da Cultura - SECULT, projetos ou ações culturais, deverá ser feita
lançará, anualmente, pelo menos 01 (um) mediante alocação de recursos financeiros, bens
processo público de seleção, financiado com ou serviços próprios ou de terceiros, ou estar
recursos do Fundo Estadual da Cultura - FEC, habilitado à obtenção do respectivo
sendo que 50% (cinqüenta por cento) dos financiamento através de outra fonte
recursos previstos no Edital devem ser devidamente identificada, vedada a utilização
destinados a projetos advindos do interior do do mecanismo de Incentivos Fiscais previstos
Estado. como contrapartida.
270
§ 3º Um mesmo projeto cultural pode captar I - pessoas físicas que desenvolvam atividades
recursos junto a mais de um contribuinte, bem relativas às áreas artísticas e culturais de que
como um único contribuinte pode incentivar a trata o art. 8.º desta Lei;
mais de um projeto, respeitados os limites da
II - pessoas jurídicas de direito privado, com ou
presente Lei.
sem fins econômicos, em cujos atos
§ 4º O contribuinte que incentivar projeto constitutivos figure:
cultural de que trata esta Lei, deduzirá do ICMS
a) atuação nas áreas de que trata o art. 8.º
a recolher o incentivo em tantas parcelas
desta Lei;
quanto necessárias, respeitado o limite mensal
de que trata o art. 13 desta Lei. b) sede e foro no Estado do Ceará;
§ 5º A Contrapartida de responsabilidade do c) efetiva constituição e atuação há pelo menos
incentivador somente poderá ser efetuada 1 (um) ano no Estado do Ceará;
mediante a integralização dos recursos
Parágrafo único. As pessoas jurídicas de
restantes e necessários à concretização do
direito privado, com fins econômicos, somente
projeto incentivado.
podem captar nas modalidades patrocínio e
§ 6º A doação ou patrocínio não poderá ser
investimento.
efetuada pelo contribuinte à pessoa ou
instituição a ele vinculada. Art. 23. Os projetos financiados através do
Mecenato Estadual serão apoiados segundo
§ 7º Os programas, projetos e ações culturais critérios de dimensão e valores previstos no
apresentados por órgãos integrantes da Regulamento desta Lei.
Administração Pública Direta, somente poderão Subseção Única
receber doação ou patrocínio. Da Tramitação dos Projetos
§ 8º O proponente que tiver seu projeto Art. 24. A Secretaria da Cultura, ouvido o
apoiado na modalidade doação deverá destinar Conselho Estadual da Cultura, lançará pelo
pelo menos 10% (dez por cento) do produto menos um processo público de seleção por ano,
resultante de seu projeto em benefício de abrindo concurso aos projetos culturais que
comunidades carentes, escolas públicas, desejem concorrer aos recursos do Mecenato
entidades civis sem fins econômicos e de Estadual.
caráter sociocultural, devidamente cadastradas
na SECULT para este fim. Parágrafo único. Do edital previsto no caput
deverá constar:
§ 9º No caso de doação de pessoas jurídicas
em favor de programas e projetos culturais o I - o montante de recursos destinados a
percentual de abatimento será de 100% (cem incentivar os projetos culturais para aquele
por cento) do valor do incentivo, respeitados os período, ficando a SECULT condicionada a
limites desta Lei. aprovar, no máximo, projetos que atinjam os
valores disponíveis;
§ 10. Os valores transferidos por pessoa
jurídica, a título de patrocínio, em favor de II - os critérios aos quais serão submetidos os
programas e projetos culturais terão percentual projetos inscritos, vedada a apreciação
de abatimento de 80% (oitenta por cento) do subjetiva quanto ao mérito estético ou
valor do incentivo, respeitados os limites desta ideológico dos mesmos;
Lei. III - a possibilidade de impugnação, por parte
§ 11. Os valores transferidos por pessoa dos interessados, dos critérios e demais normas
jurídica, a título de investimento, em favor de editalícias.
programas e projetos culturais terão percentual Art. 25. Os projetos culturais submetidos ao
de abatimento de 50% (cinqüenta por cento) do Mecenato Estadual obedecerão a padrão e
valor do incentivo, respeitados os limites desta critérios definidos em atos normativos
Lei. específicos, e serão apreciados pelo Secretário
Art. 22. Podem apresentar projetos culturais ao da Cultura que terá no máximo 30 (trinta) dias,
Mecenato Estadual: para expedir a autorização de captação dos
recursos junto à iniciativa privada, após
apreciação técnica da Comissão Estadual de
Incentivo à Cultura - CEIC, que por sua vez
272
§ 4º Da decisão denegatória cabe recurso ao Art. 30. São condutas que ensejam sanção
Conselho Estadual da Cultura. administrativa:
neste artigo serão aplicadas, cumulativamente a) respeitarão o direito à meia entrada para
ou não, as seguintes sanções: estudantes, servidores públicos, idosos com 60
(sessenta) anos ou mais, e demais pessoas
I - suspensão da liberação de recursos via
nesse sentido beneficiadas por Lei;
Fundo Estadual da Cultura – FEC, ou
cancelamento do Certificado Fiscal de Incentivo b) proporcionarão condições de acessibilidade a
à Cultura - CEFIC; pessoas portadoras de deficiência física,
conforme o disposto no art. 46 do Decreto n.º
II - inscrição do proponente no Cadastro de
3.298, de 20 de dezembro de 1999;
Inadimplentes do Estado do Ceará – CADINE;
c) tornarão o preço de comercialização de obras
III - devolução integral e monetariamente
ou de ingressos mais acessíveis a população
corrigidos, dos valores indevidamente recebidos
geral;
ou captados;
d) distribuirão gratuitamente percentual das
IV - multa mínima de 20% (vinte por cento) e
obras e ingressos a beneficiários previamente
máxima de 100% (cem por cento) do valor de
identificados;
cada projeto cultural apoiado, conforme a
gravidade da conduta; e) observarão contrapartida social a ser
definida no Regulamento desta Lei.
V - inabilitação por 5 (cinco) anos para receber
qualquer incentivo do Sistema Estadual da Art. 34. As despesas para pagamento de
Cultura - SIEC, contados da data da aplicação pareceres técnicos requeridos para aprovação
da sanção. ou seleção de projetos, emitidos por pessoas
físicas ou jurídicas, poderão ser custeadas com
§ 3º O servidor público estadual responsável
recursos do Fundo Estadual da Cultura - FEC.
pela prática de conduta descrita neste artigo,
incorre, também, nas penalidades previstas na Art. 35. O Secretário da Cultura poderá delegar
legislação de regência de sua atividade laboral as atividades de aprovação, acompanhamento e
perante o Estado do Ceará. avaliação técnica de programas, projetos e
CAPÍTULO V ações culturais aos municípios ou entidades da
Das Disposições Finais e Transitórias Administração Pública Estadual, mediante
instrumento jurídico que defina direitos e
Art. 31. Para qualificar-se aos mecanismos de deveres mútuos.
financiamento de que trata esta Lei, a pessoa
física ou jurídica deve estar registrada no Parágrafo único. A delegação prevista no
Cadastro de Profissionais e Instituições da caput deste artigo, relativamente aos
Cultura da SECULT. municípios, dependerá da existência, no
respectivo município, de lei de incentivos fiscais
Art. 32. Na divulgação das atividades ou fundo específico para a cultura, bem como,
financiadas nos termos desta Lei constará de órgão colegiado com atribuição de análise de
obrigatoriamente o apoio do Estado do Ceará, programas e projetos culturais em que a
na forma definida no respectivo Regulamento, sociedade tenha representação ao menos
respeitado o disposto no § 1.º do art. 37 da paritária em relação ao Poder Público e no qual
Constituição Federal. as diversas áreas culturais e artísticas estejam
Art. 33. Os programas, projetos e ações representadas.
culturais realizados com recursos desta Lei, Art. 36. Os casos de prescrição e decadência
total ou parcialmente, deverão prever formas de serão definidos no Regulamento da presente
democratização do acesso aos bens e serviços Lei.
resultantes, nos seguintes termos: Art. 37. Aos programas, projetos e ações
I - a movimentação dos recursos financeiros culturais apreciados pela Secretaria da Cultura –
dar-se-á a partir de conta bancária específica, SECULT, sob as regras da Lei n.º 12.464, de 29
conforme definido no Regulamento; de junho de 1995, aplicam-se regras de
transição definidas no Regulamento desta Lei.
II - a permissão de acesso público aos bens e
serviços decorrentes dos projetos apoiados; Art. 39. Fica criado o Sistema de Informações
Culturais do Estado do Ceará, a ser
III - no caso de comercialização: regulamentado por Decreto do Chefe do Poder
Executivo.
274
saber que a Assembleia Legislativa decretou e X - responsabilidade dos agentes públicos pela
eu sanciono a seguinte Lei: implementação das políticas culturais;
PRINCÍPIOS da cultura;
Art. 1º Esta Lei institui o Plano Estadual de XII - participação e controle social na
Estadual de Cultura, com a participação efetiva XIII – incentivar a participação popular nos
dos municípios, objetivando a adesão ao processos de reconhecimento do patrimônio
Sistema Nacional de Cultura; cultural cearense;
VII – estimular o diálogo entre os setores inovadoras, desde que em consonância com as
limites orçamentários e operacionais, poderá desta Lei e elevar o total de recursos destinados
estruturado em 4 (quatro) diretrizes, 24 (vinte e Art. 14. O Plano Estadual de Cultura deverá
quatro) metas e 101 (cento e uma) ações. voltar-se para o fortalecimento da função do
Art. 13. São diretrizes do Plano Estadual de Estado na institucionalização das políticas
Art. 15. O Plano Estadual de Cultura deve visando à divulgação através de publicações
voltar-se para a valorização da diversidade impressas, meios digitais, assim como, em
étnica, artística e cultural do Estado e para a seminários, cursos, oficinas, palestras, entre
proteção e promoção das artes e expressões outros, em todas as regiões do Estado;
culturais, com base no pluralismo, nas vocações VI – realizar diagnóstico que identifique os
e no potencial de cada região, baseadas nas artistas e as cadeias produtivas locais,
metas e ações a seguir: objetivando a institucionalização de políticas
§ 1º – Meta 3 – Mapear, cadastrar e atualizar, públicas;
até 2017, 100% (cem por cento) das VII – realizar parcerias com instituições de
informações culturais do Estado do Ceará no ensino e pesquisa para o fomento à produção de
Sistema de Informações e Indicadores Culturais conhecimento sobre os produtos da cultura que
da Secretaria da Cultura do Estado, através das visem ao desenvolvimento socioeconômico do
seguintes ações: Estado;
I – reformular e atualizar o Sistema de VIII – criar programas que promovam ações
Informações da Secretaria da Cultura do Estado culturais, atendimento social e intercâmbio
– SINF, objetivando a democratização do acesso entre as comunidades tradicionais,
às informações culturais do Estado e o futuro afrodescendentes e indígenas em todas as
alinhamento com o Sistema Nacional de regiões do Estado, por meio de parcerias entre
Informações e Indicadores Culturais – SNIIC; as Secretarias da Cultura, do Desenvolvimento
II – criar um programa de aperfeiçoamento das Agrário e do Trabalho e Desenvolvimento Social
mídias digitais, facilitando a inscrição, o do Estado e os municípios;
preenchimento e o acompanhamento dos IX – integrar as ações da Secretaria da Cultura
processos protocolados na Secretaria da Cultura do Estado com as Coordenadorias Especiais de
do Estado; Políticas Públicas do gabinete do Governador;
III – desenvolver ações de divulgação do SINF, X – incluir, na estrutura da Secretaria da
objetivando novos cadastros; Cultura do Estado, uma instância de gestão de
IV – mapear o patrimônio cultural e a políticas para a diversidade cultural, com corpo
diversidade das expressões artísticas realizadas técnico qualificado;
em todo território cearense; § 2º Meta 4 – Criar e implementar um Sistema
V – estabelecer parcerias entre a Secretaria da Estadual de Patrimônio Cultural, visando atingir
Cultura do Estado e instituições de ensino pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos
superior para a realização da pesquisa sobre os municípios cearenses, no primeiro quadriênio
grupos tradicionais, quilombolas e indígenas, (2015 a 2018), avançando para a totalidade
282
destes até o final da vigência do Plano, através VI – criar programas que viabilizem o
das seguintes ações: financiamento para a conservação, promoção e
XIV – criar mecanismos que garantam a plena tradições, saberes e fazeres para as novas
execução da legislação estadual de preservação gerações, de modo a assegurar a continuidade
do patrimônio cultural; de manifestações culturais de caráter imaterial
XVI – realização de ações voltadas para a Educação para o Patrimônio, bem como por
CAPÍTULO IX temáticos;
até 2025, através das seguintes ações: II – incentivar a participação dos professores
famílias de extrema pobreza e com baixo perfil estudantes a equipamentos culturais, tais como
disciplina de Arte nos currículos das escolas de § 5º Meta 11– Ampliar em 100% (cem por
educação básica; cento) até 2018, o intercâmbio nacional e
seminários, na área de Gestão Cultural e Arte e com deficiência a 100% (cem por cento) dos
dos gestores e profissionais da cultura, através acessibilidade, através das seguintes ações:
I – criar cursos continuados de formação de espaços culturais para pessoas com deficiência,
VII – elaborar programa que desenvolva, amplie Ceará com sistemas municipais de cultura
ações culturais realizadas pelos demais destinação de recursos no apoio aos seus
Art. 17. O Plano Estadual de Cultura deve um indicador específico que permita avaliar a
cooperação com o Sistema S – SEBRAE, SENAC, Universidade Digital para criação da Pinacoteca
III – estabelecer parcerias com entidades de visando maior formalização dos trabalhadores
OB = OQ + QT + QD + OD + PQT
Estimular…
Promover a arte…
Integrar disciplinas…
porque isso irá facilitar o desenvolvimento do Todas as pessoas que você colocar em sua ficha
cronograma, que idealmente é calculado em técnica devem ter ciência (e estar de acordo,
meses. naturalmente) de que seus nomes estão sendo
citados no projeto.
Quanto mais realista você for durante o
desenvolvimento do seu cronograma, menos
surpresas terá futuramente.
Taxidoor
Marcador de Livro
299
Escultura da Artista Alemã Rebecca Horn, Elas buscaram romper com a Arte Moderna,
Barcelona, Espanha ligada ao consumo, para dar lugar à arte
contemporânea, relacionada com a
Resumo comunicação:
Imbuídos dos ideais que alicerçam a arte Interação do espectador com a obra
contemporânea, surgem diversos movimentos
ou escolas artísticas vanguardistas. Arte Contemporânea no Brasil
301
A partir da década de 50, no Brasil, movimentos Criada há quase duas décadas, a Lei Rouanet
vanguardistas se desenvolveram, do qual se passa por reformulação. Ruidoso, o debate joga
destaca o Neoconcretismo. de lados opostos parte da iniciativa privada e o
governo
Muitos foram os artistas que fomentaram a arte
contemporânea no país, dos quais merecem De um lado, o aparato burocrático, os riscos de
destaque: dirigismo, mesmo bem-intencionado. De outro,
os departamentos de propaganda e marketing
Hélio Oiticica (1937-1980) dos grandes investidores em cultura no Brasil -
Petrobras, Companhia Vale do Rio Doce, Banco
Lygia Clark (1920-1988)
do Brasil, Bradesco, Gerdau, Bndes, Itaú, Sousa
Lygia Pape (1927-2004) Cruz. Entre as duas partes, a cultura. Dentro da
cultura, variadas nuances: a cultura de massas,
Almícar Castro (1920-2002) industrial; e outra, menos vendável mas
igualmente importante. Uma gera lucros, enche
Aluísio Carvão (1920-2001)
salas de teatro com nomes cujas letras fazem
Franz Weissmann (1911-2005) as bilheterias saltar. E, mesmo quando é
fracasso, não causa falências nem estressa
Hércules Barsotti (1914-2010) realizadores. Afinal, está tudo pago. O cinema
não lotou, o teatro esvaziou, o disco não tocou,
Willys de Castro (1926 - 1988) o livro não vendeu, a dança não vingou - não
importa. Antes de qualquer um, o contribuinte
Cildo Meireles (1948-)
brasileiro pagou cada uma das peças
Ferreira Gullar (1930-2016) financiadas via Lei Rouanet. Mesmo sem
concordar, seu dinheiro está lá. O mais curioso:
Romero Britto (1963-) se calhar de ir ao cinema ver um longa-
metragem ou ao teatro assistir a alguma peça
Principais Artistas
financiados com o próprio dinheiro - vejam só! -
No cenário mundial, alguns artistas merecem , vai pagar duas vezes.
destaque na composição de obras
contemporâneas: Ao contrário da industrial, a outra cultura é
miúda, local, arraigada e capilar. Não tem
Robert Smithson (1938-1973): artista público garantido, não tem estrelas. Para ambas
estadunidense as esferas, porém, há a mesma lei: a Rouanet.
É a língua falada por Estado e iniciativa privada.
Jackson Pollock (1912-1956): pintor Um regramento legal conhecido formalmente
estadunidense como lei 8.313, instituída em 1991.
Informalmente, é apenas Rouanet, nome do
Marina Abramovic (1946-): artista performática
ministro da cultura que a endossou. A lei foi
sérvia
criada ainda sob o governo de Fernando Collor
Rebecca Horn (1944-): artista alemã de Melo, o mesmo que desbaratou a
Embrafilmes e reduziu a dois o número de
Richard Serra (1939-): escultor estadunidense longas-metragens produzidos no Brasil em um
ano. Hoje, a Lei Rouanet tem espaço cativo nos
PRINCIPAIS MECANISMOS DE jornais de todo o Brasil. Segundo
FINANCIAMENTO CULTURAL NO pesquisadores, tem gerado mais falsas
BRASIL E NO CEARÁ. polêmicas que qualquer outra coisa.
pessoas jurídicas dedução de 30% para civilizatório nacional. § 2.º A lei disporá sobre a
patrocínio e 40% para doação. No caso de fixação de datas comemorativas de alta
pessoa física, os limites de dedução aumentam, significação para os diferentes segmentos
respectivamente, para 60% e 80%. étnicos nacionais. (BRASIL. Constituição 1988).
É INCOERENTE afirmar que:
Apesar de ser o principal mecanismo de
financiamento da cultura brasileira, a Lei
Rouanet tem sofrido críticas, sobretudo quanto
à distribuição desproporcional dos recursos a) a Constituição, certamente, trouxe uma
entre as regiões do país. Segundo dados do definição clara do que é Cultura assim como
Ministério da Cultura (MinC), a Região Sudeste quais são os direitos culturais, deixando tais
recebeu quase 81% dos R$ 1,25 bilhões informações de maneira explícita.
destinados ao financiamento de projetos
culturais por meio de incentivos fiscais.
b) a concepção de pluralismo cultural e a
Em 2010, o governo federal enviou ao
participação popular na gestão das políticas
Congresso Nacional uma proposta para corrigir
culturais não estão claras neste artigo da Lei.
as distorções da Lei Rouanet e para instituir um
novo modelo de financiamento da cultura. O
Projeto de Lei nº 6.722/2010 propõe a criação
do Programa Nacional de Fomento e Incentivo à c) não fica claro qual deveria ser o suporte
Cultura (Procultura), que visa fortalecer o Fundo logístico do Estado Brasileiro na atuação no
Nacional de Cultura (FNC) e aumentar a setor cultural, o do respeito à memória coletiva
distribuição dos recursos da Lei Rouanet. e o da universalidade.
a) I, II, IV 04 B
b) I, II, III 05 B
c) III, IV 06 A
d) II, IV 07 A
e) I, II 08 B
Usando como ponto de partida as considerações Discutir o modo como a noção de coesão
de Samuel P. Huntingdon (agora clássicas) territorial contribuiu para a construção de uma
sobre o "choque de civilizações", esta TL analisa memória/identidade literária concorrendo para a
algumas das principais fraturas e pontes entre construção da poética portuguesa Parnasus
diferentes grupos culturais nos diversos níveis (canone), através da recepção os séculos XVI e
locais, regionais, nacionais e supranacionais XVII dos poetas quinhentistas, analisando
numa perspectiva trans-disciplinar: o objectivo comparativamente as formas como a identidade
global é avaliar até que ponto as manifestações nacional foi culturalmente modelada,
de diversidade cultural e transversalidade nomeadamente através da construção de uma
podem ser vistas de forma cronológica, memória literária em Portugal e na Alemanha
sobrepondo conflitos entre diferentes grupos (tendo como base os romances históricos dos
culturais que procuram fatores comuns de séculos XIX e XX e literatura juvenil dos séculos
referência, tais como lieux de mémoires, XX e XXI, que utilizam temas medievais).
história partilhada ou valores estéticos, Estudam-se, deste modo, lieux de mémoires e a
educativos, literários, religiosos e sociais memória cultural do passado alemão, assim
comuns. Procura-se, assim, explicar como esses como personagens históricos portugueses, a fim
fatores comuns enformam a relação de grupos de discutir a percepção de si mesmo através do
culturais com "o outro". Esta abordagem será outro.
levada a cabo através de uma série de estudos
de caso de perfis religiosos, estético-literárias e Investigar o discurso historiográfico e de
socio-religiosos e de educação, a partir de educação histórica no que respeita ao passado
perspectivas locais, regionais, nacionais e dolorosos de grupos nacionais, particularmente
transnacionais. na forma como o passado colonial português é
entendido no imaginário nacional como fazendo
Respondendo aos desafios de uma Europa parte da construção da identidade nacional.
inclusiva, importa adoptar estratégias que Reflectir-se-á no impacto da Guerra colonial
contribuam para a coesão cultural, promovendo através da análise do modo com os estudantes
uma economia baseada no conhecimento que compreendem o passado doloroso e da
dilua os desequilíbrios regionais. Consolidando discussão de representações públicas e privadas
experiências anteriores e programas de da guerra. A forma como os realizadores de
formação pós-avançada, pretende-se, no cinema estrangeiros viram Portugal será
âmbito desta LT: igualmente objecto de análise. Além disso,
serão feitas comparações com experiências
Elaborar uma base de dados que disponibilize o semelhantes na construção de topo culturais em
mapa das bibliotecas religiosas e aristocráticas outros contextos regionais / nacionais.
do norte e do noroeste de Portugal,
inventariando autores, títulos, dedicatários e Analisar a dinâmica do processo de criação
censores, definindo a região em termos de literária como uma atividade de
geografia cultural, O inventário a realizar será transversalidade culturais a partir das
cruzado com a existência de programas perspectivas de edições genéticas/críticas e de
educativos (masculinos e femininos), investindo teoria literária, dentro do contexto mais amplo
no conhecimento das redes pedagógicas das das Humanidades e da Didática, juntamente
instituições monásticas e conventuais que com outros elementos de esferas culturais e
devolvam a imagem da educação entre os artístico, por uma análise de casos específicos
séculos XIX-XX, no sentido da projecção de de i) teoria da Literatura; ii) hermenêutica de
modelos de longa duração ainda visíveis no inteligibilidade geral (a relação da literatura com
norte e no noroeste do país, procurando, numa outras áreas do saber, em particular com a
fase posterior a comparação com outras regiões comunicação e os estudos culturais); iii) autores
da Europa.
308
de expressão portuguesa no séculos XVI e XVII Pasmem. Mas é justamente um embate dessa
no Brasil, e nos séculos XIX e XX em Africa. natureza que se delineia a partir daqueles que
defendem o marketing cultural como ferramenta
MARKETING E MERCADO CULTURAL primeva e auto-suficiente de gerir a máquina
cultural de um país. O capitalismo apôs sobre
Paira uma questão no ar: marketing cultural é
todas as coisas um preço, um valor monetário,
ou não uma participação efetiva e importante mas está esquecendo aos poucos os
no cenário cultural de um país? A resposta significados!!
demanda outra pergunta: até que ponto uma
nação carece de “injeções” esporádicas, Aqueles que estão em posição de apoiar a
aleatórias e desarticuladas de eventos culturais cultura, preferem corroborar o que já está
para ter sua “cota” de reconhecimento atendida posto. É mais fácil concordar e baixar a cabeça,
para o setor? E ainda: será que a cultura e no caso da cultura, abrir o tapete vermelho
proveniente de uma idéia de venda de imagem para as grandes celebridades, os mega-eventos
em primeiro plano pode ser assim entendida, e os enormes circos de ilusões. Além disso, dá
como cultura ou simplesmente como marketing? mais ibope pautar a cultura a partir daquilo que
já está estabelecido via show-business (que por
O marketing cultural, sem dúvida alguma,
sua vez se consolida a partir de incentivos dessa
possui seus méritos. Não. Cultura não tem que
natureza).
necessariamente ser algo perene e que dê
frutos a curto, médio e longo prazos. E a experimentação, os novos talentos, as
novas maneiras de ver e comungar o mundo??
A população quer pão, e o marketing cultural
oferece postos de trabalho diretos e indiretos A veia experimental da cultura atual não diz
durante toda a sua sobrevida. Além disso, respeito a um culto à transgressão e à polêmica
coitados de nós se não fossem os arrojados tão-somente. Ela traduz a própria necessidade
empresários capitalistas e suas tendas de que essa cultura tem de rever seus conceitos,
cultura ambulantes. Um dia aqui outro dia se reciclar, de se re-estruturar.
acolá, mas sempre provendo as necessidades
mais prementes dos populares, sempre Estamos tratando, então, de uma significativa
agitando o nosso portfólio de acontecimentos prerrogativa cultural, sem a qual cultura alguma
culturais, a nossa pauta de cada dia de faz sentido, a Educação. Um significado muitas
manchetes jornalísticas nos cadernos de vezes, e não raro, esquecido no fundo das
cultura. gavetas dos nossos empresários.
O pensamento de muitos segue por aí. Aquilo Ofertar cultura para uma população carente
que proporciona pão e circo, isto é, aquilo que sem o necessário viés educacional, sem lhe dar
produz trabalho e espetáculos memoráveis, isso a chance de se defender, pois tudo é muito
seria cultura no melhor sentido da palavra. rápido e o apelo sensorial imediato é mais
Aquilo que tem apenas alcance regional, não premente e fácil de se satisfazer, sem lhe dar
ganha a cobertura dos grandes conglomerados sequer o direito de escolha, pois o bolso indica
de mídia, não chega a ser cultura mas apenas sempre para uma direção pré-estabelecida. Isso
um ”folclorizinho” um pouco bem ajambrado, seria distribuir cultura? Seria essa a função do
mas sem muita perspectiva enquanto cultura. marketing cultural??
Há, ao que nos parece, uma inversão: os Pensamos que não. Se queremos mais
fenômenos de mídia pontuais e efêmeros se segurança, mais mesas fartas, mais seres
impõem à cultura de raiz e a fazem coisa à toa, saciados não só organicamente mas, e
quando esta é (ou deveria ser) a verdadeira principalmente, na alma, não podemos abrir
razão de ser de um povo. mão da tendência natural de toda formulação
cultural: produzir reflexão e conteúdo de
309
suas famílias e os profissionais que dia a dia se alcançar o meu aluno que apresenta uma
deficiência?
dedicam a trabalhar com as questões ímpares
de Se ainda não me apresentaram o diagnóstico?
São
cada criança, adolescente ou adulto com
deficiência tantos os questionamentos que envolvem o
meu
. Ofertou materiais, SRM, cursos,
especializações,
313
interior como família, acadêmico e Os custos de projetos na maioria das vezes são
profissional, que controlados através de planilhas dispersas,
aproximações inexatas e sistemas não
não consigo visualizar o sujeito na sua adequados à realidade brasileira, gerando
especificidade prejuízos, atrasos e fracassos às empresas
gestoras.
única de aprendiz. Confundo-me como pai e
mãe,
O Project Control pode administrar todos os
tia, avó e vizinho que materializa a “piedade”
insumos necessários para a execução de um
em
projeto, tais como recursos humanos,
detrimento da causa física, sensorial ou equipamentos, contratos e outros custos.
sindromática. Gerentes de Projetos podem usar estes insumos
para compor suas equipes, planejar
A análise é afetiva, não é racional ou se contratações ou aquisições, criar orçamentos e
racional, decidir pela viabilidade dos projetos. Através do
recurso de salvar versões confirmadas
fragmenta-se no que não pode ser realizado
(baselines), o Project Control dá aos gestores
pelo
subsídios para que possam acompanhar a
sujeito em questão. evolução dos custos desde a fase de orçamento
até a finalização do projeto.
RECURSOS HUMANOS
CUSTOS DIRETOS
ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO
E PRESTAÇÃO DE CONTAS DE
São considerados Custos Diretos aqueles custos PROJETOS CULTURAIS,
de natureza pontual, como viagens,
CONVÊNIOS, CONTRATOS E TERMOS
treinamentos, consultorias, serviços de terceiros
e aquisição de materiais. Project Control DE PARCERIA.
permite que os custos sejam direcionados a
Ao realizar um projeto cultural com apoio do
projetos, setores (centros de custo) e
mecanismo de incentivo fiscal da Lei Rouanet, é
empresas.
imprescindível que o produtor apresente, ao
PROJETOS INCENTIVADOS PELA LEI DE Ministério da Cultura, uma prestação de contas.
INFORMÁTICA/ MCT As comprovações documentais da realização do
projeto são apresentadas à pasta em até 30
O sistema pode administrar as principais dias após o fim da execução da iniciativa. A
informações necessárias ao preenchimento dos análise da prestação de contas é considerada a
Relatórios Demonstrativos definidos pelo etapa final do processo da Lei Rouanet, com
MCT/SEPIN para cumprimento das exigências resultado publicado no Diário Oficial da União.
da Lei de Informática (8.248/91). Em janeiro de 2017, seis portarias foram
publicadas com a lista de 35 projetos e seus
Com o Project Control a empresa poderá resultados (aprovação, aprovação com ressalvas
controlar seus projetos internos (Extra ou reprovação das contas).
Convênios) como também os projetos
desenvolvidos por instituições conveniadas Os resultados do primeiro mês do ano somam
(Convênio), obtendo: 12 projetos aprovados, 11 aprovados com
ressalva e 12 reprovados. Os valores
Rastreabilidade das Informações (técnicas e reprovados devem ser recolhidos ao Fundo
financeiras) Nacional da Cultura (FNC), acrescidos da
atualização pelos índices da caderneta de
Interface com sistemas contábeis
poupança em até 30 dias. O total a ser
315
restituído pode ser parcelado em até 12 vezes, foi observado que a maioria dos projetos não
sendo o valor mínimo da parcela de R$ 1 mil. executou o produto (23%) ou não realizou as
Quando há a reprovação, o proponente pode ações de democratização de acesso (21%). A
apresentar recurso no prazo de 10 dias a partir medida é prevista pela Lei Rouanet para tornar
da publicação no DOU. Caso o recurso seja os projetos acessíveis às pessoas de baixa
aceito, o proponente pode ter a reprovação de renda. Dessa forma, o proponente pode tanto
suas contas reconsiderada e o seu projeto reservar um percentual de gratuidade de
habilitado. Caso não apresente recuso, o ingressos, como uma parte de produtos físicos
proponente pode reverter a reprovação pelo para distribuição (no caso específico de um
pagamento do valor devido ao FNC. O livro, CD ou DVD) ou ainda alugar um ônibus
pagamento é feito via Guia de Recolhimento da para levar um grupo de pessoas para assistir a
União. um espetáculo ou ir a uma exposição, por
exemplo.
Etapas de análise
Já na segunda etapa (análise financeira), o
Durante a análise da prestação de contas, os levantamento apontou a extrapolação do valor
técnicos do MinC verificam se o proponente, ou dos itens orçamentários como o maior impasse
seja, quem propôs o projeto, cumpriu com o para a aprovação dos projetos. O item é
que foi pactuado – se as regras impostas pela referente a 33% de todas as irregularidades na
Lei Rouanet foram seguidas e se o evento ou etapa de análise financeira. A apresentação de
produto cultural foi executado. São dois itens não previstos na planilha fica em segundo
momentos de análise: na verificação do objeto, lugar (19%).
são analisados o plano de distribuição de
ingresso, o plano de divulgação do projeto, a Sanções da reprovação
democratização do acesso e a acessibilidade
para pessoas com necessidades especiais. Caso Os proponentes que tiverem a prestação de
seja reprovado na análise do objeto, o projeto contas reprovada em definitivo (com rejeição do
não segue para a próxima etapa e não terá suas recurso ou sem o pagamento da GRU) recebem
finanças analisadas, resultando na reprovação a sanção administrativa de inabilitação por três
do projeto. anos. A inabilitação será registrada na base de
dados do Salic e servirá de parâmetro de
Se aprovados, os projetos seguem para análise consulta da regularidade do proponente junto
financeira. Nesse momento, o MinC verifica, a ao Programa Nacional de Incentivo à Cultura
partir da comprovação fiscal dos gastos pelo (Pronac), conhecido como Lei Rouanet.
proponente, se a planilha orçamentária foi
seguida durante a execução do projeto. A Além da aplicação de restrições ou sanções
planilha com os gastos previstos compõe o administrativas, a inabilitação do proponente
projeto desde a sua inscrição enquanto resultará na impossibilidade de autorização para
proposta. Os itens orçamentários são aprovados captação de recursos, devendo suas propostas
pelos pareceristas e pela Comissão Nacional de ou projetos culturais serem cancelados e
Incentivo à Cultura (CNIC), que podem arquivados na fase em que se encontrarem,
questionar os valores apresentados e solicitar a caso ainda pendentes de autorização. Os
reestimativa dos gastos. projetos que estiverem em execução não
poderão ter os prazos de captação prorrogados
Motivos da reprovação e nem poderão captar novos patrocínios ou
doações. O proponente ainda fica
A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura impossibilitado de receber recursos decorrentes
(Sefic) reuniu as principais irregularidades que de outros mecanismos do Pronac, conforme a
geraram a reprovação das contas dos projetos Instrução Normativa nº 1, de 2013.
em 2016. Ao analisar o objeto (primeira etapa),
316
institucionalização, entendida como inclusão no a vontade dos diversos segmentos políticos para
arcabouço jurídico-institucional do Estado, a que se avançasse na criação de novos espaços
partir da criação e implementação de novas públicos, os quais, consoante Teixeira (2001, p.
estruturas de representações, compostas por 46), “são uma dimensão aberta, plural,
pessoas eleitas diretamente pela sociedade civil permeável e autônoma, composta de arenas de
e por representantes do poder público. interação social e baixa institucionalização”.
O sentido da participação social está, por sua Nesse contexto, a participação da gestão dos
vez, fundado na idéia do desenvolvimento de interesses coletivos passa a significar também
uma “cultura cívica”4, que participar do governo da sociedade,
pressupõe comunidades atuantes, compostas de disputar espaços de definição e gestão das
organizações autônomas da sociedade civil, políticas públicas, questionar o monopólio do
imbuídas de espírito público, com relações Estado como gestor da coisa pública,
sociais igualitárias e estruturas fincadas na construir espaços públicos, afirmando a
confiança e na colaboração, articuladas em importância do controle social sobre o Estado,
redes horizontais. pela gestão participativa, a co-gestão, e a
interface entre o Estado e a sociedade
Ora, à medida que organismos da sociedade (DAGNINO, 1994). Por isso que participação
civil ganham visibilidade e legitimidade a partir significa, segundo Teixeira (2001, p. 27),
da definição de instrumentos democráticos de
participação política que, ao se efetivarem, ‘fazer parte’, ‘tomar parte’, ‘ser parte’ de um ato
apontam simultaneamente os limites da ou processo, de uma atividade pública, de ações
democracia representativa e a necessidade de coletivas. Referir ‘a parte’ implica pensar o todo,
se aprofundar os processos de participação a sociedade, o Estado, a relação das partes
social e política, tal dinâmica introduz novas entre si e destas com o todo e, como este não é
mudanças, como expressa Gohn (2002, p. 7), homogêneo, diferenciam-se os interesses,
aspirações, valores e recursos de poder.
a dimensão e o significado desta mudança são
enormes porque não se trata apenas de A participação na esfera pública é importante
‘introduzir o povo’ em práticas de gestão pelo conteúdo pedagógico, principalmente para
pública, como preconizava as propostas da a construção de uma ética social que
democracia com participação comunitária nos contribua significantemente para o
anos 80, quando a idéia da participação reordenamento da gestão pública e propicie a
vinculava-se à apropriação simples de espaços passagem de uma cultura de favores a uma
físicos. Trata-se agora de mudar a ótica do cultura de direitos. Nesta perspectiva, é
olhar, do pensar e do fazer; alterar os valores e pressuposto do presente estudo que a
os referenciais que balizam o planejamento e o participação é o processo mediante o qual os
exercício das práticas democráticas. membros de uma sociedade têm parte na
produção, na gestão e no usufruto dos bens
Como se vê, esse processo de mudança no públicos. Trata-se, então, de compreender a
cenário político brasileiro, que resultou na participação como um processo de conquista,
criação do modelo de gestão pública como um caminho para a construção da
descentralizada e participativa, não foi cidadania5, pois, na verdade, a participação dos
construído nem espontânea e nem cidadãos no processo de gestão dos bens
pacificamente. É que já havia uma herança públicos de uma sociedade rompe com o modelo
anterior, feita de experiências acumuladas de de centralização do poder, característico dos
participação (nos anos de 1980), advindas do regimes autoritários.
campo democrático, em particular as
desenvolvidas pelos movimentos sociais e suas A participação promove e desenvolve as
organizações. Em segundo lugar, foi necessária próprias qualidades que lhes são necessárias, já
322
que, conforme Pateman (1992, p. 61), “quanto transformação do cidadão num ator político e
mais os cidadãos participam melhor capacitados consciente, que supera o papel de mero
eles se tornam para fazê-lo”. Ou seja, a expectador e pensa comunitariamente pela
participação dos cidadãos na vida pública torna- constituição de espaços públicos, como fóruns,
lhes aptos para intervir nos processos de conselhos, orçamento participativo, etc.
discussão e deliberação de seus interesses,
sendo, então, uma condição necessária à Esses autores vêem o sistema político
democratização da gestão pública. Como, representativo, vigente hoje na grande maioria
porém, se explica o fato de apenas um limitado das sociedades contemporâneas, como inibidor
número de pessoas participarem das decisões da participação dos cidadãos na esfera da
importantes na sociedade? Que fatores administração pública. Por isso, propõem a
condicionam o exercício da participação? E o criação e implementação de mecanismos
que fazer para sanar as restrições à participação institucionais que lhes garantam o acesso aos
dos cidadãos na gestão da coisa pública? processos de decisão, uma vez que o modelo
democrático vigente se mostra deficiente para
Tais questionamentos estão relacionados à atingir um nível satisfatório de participação na
própria estrutura de poder, característica da relação entre Estado e sociedade civil.
sociedade brasileira, que concentra as decisões
nas mãos de uma elite minoritária, dificultando Assim, a experiência da gestão participativa
o acesso da população ao processo de tomada sugere novos temas na agenda pública, imprime
de decisões. Um outro fator, que afeta a a conquista de novos direitos e o
participação social e política, é a divisão reconhecimento de novos sujeitos, sinalizando a
existente entre a esfera estatal e a civil, pois construção de uma nova cidadania e de uma
tradicionalmente supõe-se que o poder estatal é outra cultura política. Como expressa Dagnino
o promotor do desenvolvimento social, e a (2002, p. 10),
sociedade civil meramente a beneficiária. Esta
a redefinição da noção de cidadania,
dicotomia tem, no modelo de democracia
empreendida pelos movimentos sociais e por
vigente no Brasil, marcado os encontros e
outros setores na década de 1980, aponta na
desencontros nas relações entre Estado e
direção de uma sociedade mais igualitária em
Sociedade (BENEVIDES, 1991).
todos os seus níveis, baseada no
Dessa forma, numa sociedade marcada pela reconhecimento dos seus membros como
experiência da relação de mando e obediência, sujeitos portadores de direitos, inclusive aquele
exclusão e privilégio, mais do que nunca se de participar efetivamente na gestão da
torna indispensável a luta pela participação sociedade.
política, em todos os níveis e esferas, como
Está implícita nesta concepção a idéia de
condição sine qua non para a construção da
uma cidadania ampliada, que transcenda,
cidadania no país. Aliás, autores como
segundo a autora, a reivindicação do acesso,
Benevides (1991), Hirst (1992) e Habermas
inclusão e pertencimento ao sistema político e
(1997) têm reavaliado o conceito e a prática da
alcance o direito de participação na definição
democracia representativa e proposto que seja
desse sistema. Cidadania que, consoante Silva
analisada considerando os critérios de igualdade
(1997), institua cidadãos com direitos e deveres
social e participação política dos cidadãos. É que
e, sobretudo, co-partícipes da gestão pública e
o surgimento de novos atores sociais, a
co-gestores de responsabilidades sociais,
limitação da representação política ao processo
principalmente no âmbito da esfera local.
eleitoral e a importância de uma participação
mais direta deram origem, por exemplo, às Na construção desse processo de
reflexões sobre a democracia participativa e democratização da esfera pública local parece
deliberativa, assentada na idéia da fundamental a participação ativa dos cidadãos,
323
processo de ação e interação entre os sujeitos com a reprodução de modelos que inibem os
representantes dos diversos segmentos da avanços na construção do novo, mas essa nova
sociedade. Segundo Tatagiba (2002), a cultura política se contrapõe à tradição
dinâmica interna desses fóruns de deliberação é autoritária, que desconhece as esferas públicas,
marcada por relações verticalizadas, com forte e as práticas clientelistas ou corporativas de
viés autoritário, uma vez que há resistências grupos patrimonialistas, oligárquicos ou
das estruturas governamentais em aceitar o modernos/privatistas, que defendem interesses
padrão partilhado de gestão, fazendo-o pouco coletivos. Essa nova cultura política é
aparecer como um mecanismo dificultador do gerada por processos nos quais os diferentes
processo decisório. Como bem salienta a autora, interesses são reconhecidos, representados e
em estudo acerca das experiências dos negociados, via mediações sociais, políticas e
Conselhos Gestores no Brasil, culturais. Aliás, no estudo de Andrade (2002, p.
22) acerca das experiências de Conselhos
os encontros entre Estado/sociedade nos Gestores no Estado do Rio Grande do Norte, são
Conselhos têm sido afetados negativamente por apontados alguns elementos que dificultaram a
uma grande recusa do Estado em partilhar o efetivação desse modelo de gestão democrática,
poder de decisão. Os governos têm resistido – participativa e deliberativa no país.
de forma mais ou menos acentuada,
dependendo da natureza do governo e do seu Na dinâmica atual do modelo de gestão
projeto político – às novas formas de compartilhada está comprometida a dimensão
fiscalização, controle e participação da democrática dos processos participativos. A
sociedade civil no processo de produção das deliberação, apesar de ser mais democrática do
políticas públicas (TATAGIBA, 2002, p. 79). que nos formatos anteriores, porque submetida
a um maior número de pessoas, é uma
Essa realidade leva a compreender que o deliberação democrática do ponto de vista da
processo de conquista dos direitos deve ir além democracia formal.
dos mecanismos formais constituídos e
definidos como fundamento do processo de Percebe-se, assim, que esse modelo de gestão
materialização dos direitos regulamentados nas participativa e descentralizada no Brasil tem
leis orgânicas de políticas públicas. Num estudo enfrentado grandes dificuldades, uma vez que a
acerca da experiência do Conselho Estadual da tradição centralizadora e autoritária que sempre
Criança e do Adolescente no Piauí, Ferreira marcou o Estado brasileiro impingiu, nas
(1997, p. 172), por exemplo, enfatiza que agências governamentais, um padrão de gestão
completamente independente da sociedade e
é preciso que essa luta pela participação, como atrelado ora aos ditames da burocracia, ora aos
um mecanismo de controle de ações que interesses dos detentores do poder. Em face
proporcionem a materialidade do direito, não se disso, é fundamental reafirmar a importância
esgote com a criação de documentos jurídicos dos Conselhos Gestores como um espaço
ou de institutos democráticos que não essencialmente político de surgimento,
conseguem alterar práticas conservadoras. clarificação e visibilidade dos cidadãos
organizados, interagindo com representantes
Essas dificuldades chamam a atenção para a
dos poderes constituídos.
insuficiência da lei na condução de processos de
mudança, principalmente quando as práticas a Esse processo de criação dos Conselhos
serem transformadas são ditadas por interesses Gestores não se efetivou facilmente, também,
localizados no interior das estruturas de no contexto piauiense, pois, conforme registros
dominação da sociedade. É certo que a documentais e estudos realizados, foram
convivência entre novas e velhas práticas necessários diversos encontros, marcados por
políticas compromete a implementação do embates e conflitos, envolvendo segmentos
projeto de democratização da gestão pública, representativos da sociedade civil, gestores
326
deve exercer uma influência significativa na direitos, que não “se vinculam a uma estratégia
formulação e implementação de políticas das classes dominantes e do Estado para a
públicas. incorporação política progressiva dos setores
excluídos, com vista a uma maior integração
Nesta perspectiva, a gestão participativa social, ou como condição jurídica e política,
pressupõe um Estado democrático, que tem indispensável à instalação do capitalismo”
seus eixos fundamentais nos direitos de (DAGNINO, 1994, p. 109).
cidadania, sintetizados na igualdade dos
cidadãos e na soberania popular. Daí que a 4 A cultura cívica articula-se à idéia de deveres
construção de uma gestão democrática seja a e responsabilidades, à propensão ao
busca de um modelo em que Estado e comportamento solidário, principalmente para
Sociedade se confirmem como partes com aqueles que se encontram excluídos do
constitutivas do processo de definição de exercício dos direitos, e do direito a ter direitos
políticas públicas. Em se tratando da (PUTNAM, 1996).
experiência de novas formas de participação no
contexto brasileiro, os Conselhos Gestores 5 Alguns autores, como Teles (1994), Dagnino
constitui em exemplo nesse sentido. (1994), Benevides (1991) e Bobbio (1992),
procuram demonstrar que a cidadania é um
Contudo, o simples fato de existir, na processo de construção, conquista e
Constituição Federal e nas diversas legislações, reconstrução de direitos, que não “se vincula a
a exigência da implementação da uma estratégia das classes dominantes e do
descentralização e municipalização das políticas Estado para a incorporação política progressiva
públicas e a institucionalização dos Conselhos dos setores excluídos, com vista a uma maior
Gestores no processo de deliberação e controle integração social, ou como condição jurídica e
social, não é condição suficiente para a garantia política, indispensável à instalação do
da democratização da gestão pública. É capitalismo” (DAGNINO, 1994, p. 109).
necessário que esse mecanismo constitucional
seja acompanhado de uma mudança na cultura 6 Em seu sentido etimológico, controle significa
política brasileira, capaz de redefinir e alterar as ato ou poder de controlar; fiscalização exercida
relações entre Estado e sociedade. sobre atividades de pessoas, órgãos, para que
não se desviem das normas preestabelescidas
NOTAS (FERREIRA, 2000). O controle pode ser exercido
e materializado pelos membros da sociedade, o
1 Deve-se compreendê-los como “canais de que implica o controle social não só do ponto de
participação que estimulam representantes da vista do Estado sobre a sociedade, mas também
população e membros do poder público estatal da sociedade sobre o Estado.
em práticas que dizem respeito à gestão de
bens públicos” (GOHN, 2001, p. 7). 7 O caráter deliberativo dos Conselhos
compreende a participação da sociedade civil na
2 Martins (1999), em Sociologia da história definição de agendas públicas que representam
lenta, examinando o processo de estruturação interesses coletivos, a formação de políticas, o
da sociedade brasileira, refere-se à permanente controle público sobre as ações e decisões
interpenetração do público e do privado na governamentais, a discussão de projetos
trama do tecido social e revela como são relacionados ao interesse público, em que se
erigidas as relações de poderes que vão estabelecem alianças, explicitam conflitos,
constituindo as bases do Estado patrimonialista. atuam como espaços que permitem a
negociação, a pactuação e a construção de
3 Alguns autores, como Benevides (1991),
consensos (CUNHA, 2002).
Dagnino (1994) e Teles (1994), procuram
demonstrar que a cidadania é um processo de
construção, conquista e reconstrução de
328
8 A paridade nos conselhos gestores deve ser AI-1 => Suspendeu as imunidades
entendida não apenas do ponto de vista parlamentares, e autorizou o comando supremo
quantitativo, mas, principalmente, quanto ao da revolução a cassar mandatos em qualquer
aspecto qualitativo. nível (Municipal, Estadual e Federal).
Formalmente manteve a constituição de 1946 Um dos órgãos, criado para controlar o cidadão
com várias modificações, assim como o foi o SNI.
funcionamento do Congresso. Este último
aspecto seria uma das características dos
Governos Militares. Embora o poder real se O GOVERNO CASTELO BRANCO
deslocasse para outras esferas e os princípios O AI-1 => estabeleceu a eleição de um novo
básicos da democracia foram violados, o regime Presidente da República, por votação indireta do
quase nunca assumiu expressamente sua feição Congresso Nacional. A 15 de Abril de 1964, o
autoritária. Exceto por pequenos períodos de general Humberto Castelo Branco foi eleito
tempo o Congresso foi fechado. Na maior parte Presidente, com mandato até 31 de Janeiro de
do tempo esteve aberto. 1966.
Segurança Nacional, mas não manteve o livro escrito pelo intelectual Régis Debray
dispositivo que permitia a Cassação de (Revolução na Revolução, influência). Esse tipo
Deputados e políticos. de movimento só poderia ter alguma espécie de
êxito, a partir de um grupo armado se
Uma das características do regime implantado instalasse em um determinado ponto do país, e
em 1964 foi o de não ser uma ditadura pessoal depois se expandisse.
- Um general era escolhido para governar por
um determinado tempo. A sucessão de fato era O PCB era contra a luta armada. Sendo assim,
realizada no interior das forças armadas, e o surge vários grupos armados; como ALN, MR-8
Congresso, descontando os votos da oposição, e VPR. Esta última com forte presença de
apenas sacramentava a ordem vinda de cima. militares de esquerda.
Em Costa e Silva depositava-se as esperanças Todos esses fatos foram suficientes para
da linha dura e dos nacionalistas autoritários reforçar a linha dura na sua certeza de que a
das forças armadas. Estes estavam revolução estava se perdendo e era preciso criar
descontentes com a política castelista de novos instrumentos para acabar com os
aproximação com os Estados Unidos e de movimentos subversivos. Dessa forma, em 13
facilidades concedidas aos capitais estrangeiros. de Dezembro de 1968, Costa Silva baixou o AI-
Não havia, aliás, incompatibilidade entre ser 5, fechando o Congresso.
“linha dura” e nacionalista. Existia até uma
tendência à junção dessas orientações.
O AI-5
O AI-5 foi um instrumento de uma revolução
dentro da revolução ou, se quiserem, de uma
A OPOSIÇÃO DE ARTICULA contra-revolução dentro da contra-revolução.
Desde de 1966, passado o primeiro impacto da Ao contrário das anteriores, não tinha prazo de
repressão, a oposição vinha se articulando. vigência e não era, pois, uma medida
Muitos membros da hierarquia da Igreja se excepcional transitória. Ele durou até o início de
defrontaram com o Congresso, destacando-se 1979.
no Nordeste a atuação do Arcebispo de Olinda e
Recife, Dom Hélder Câmara. Os estudantes O Presidente da República passou a ter poderes
começaram também a se mobilizar em torno da para fechar provisoriamente o Congresso.
UNE. Em 1968 as mobilizações ganham ímpeto. Podia, além disso, intervir nos Estados e
Foi o ano das agitações na França, EUA. No Municípios, nomeando interventores.
Brasil, houve repercussões entre os estudantes Restabeleciam os poderes presidenciais para
e suas ações. cassar mandatos e suspender direitos políticos,
assim como demitir ou aposentar servidores
públicos.
INÍCIO DA LUTA ARMADA
O início da luta armada, teve como influência a Desde o AI-2, tribunais militares vinham
Revolução Cubana, vários grupos de julgando civis acusados da prática de crimes
guerrilheiros na América Latina, e também um contra a segurança nacional. Pelo AI-5 ficou
331
suspensa a garantia de habeas corpus ao Costa e Silva ainda vivia, mas sem
acusador desses crimes e das infrações contra a possibilidades de recuperação. Diante disso a
ordem econômica popular. junta militar declarou vago o cargo.
Um dos muito trágicos aspectos do AI-5 Vários nomes concorriam, mas foi escolhido
consistiu ao fato de que reforçou a tese dos Imilio Garrastazu Médice, um militar Gaúcho.
grupos de luta armada.
Médice dividiu seu governo em três áreas: a
O regime parecia incapaz de ceder a pressões militar, a econômica e a política. Resultando em
sociais e de se reformar. Pelo contrário, seguia um paradoxo, já que o país viva num período de
cada vez mais o curso da ditadura brutal. grande repressão, e o poder supremo ficou
dividido.
(inventariação) dos bens pertencentes ao (A) Sul. (B) Norte. (C) Sudeste. (D) Nordeste.
"Patrimônio Histórico e Artístico Nacional", bem (E) Centro-Oeste.
como a protecção a que esses bens ficam
sujeitos no sentido da sua preservação e
conservação.
2) Quatro olhos, quatro mãos e duas cabeças
No sentido do apoio ao patrimônio cultural é formam a dupla de grafiteiros "Osgemeos". Eles
ainda "facultado aos Estados e ao Distrito cresceram pintando muros do bairro Cambuci,
Federal vincular a fundo estadual de fomento à em São Paulo, e agora têm suas obras expostas
cultura até cinco décimos por cento de sua na conceituada Deitch Gallery em Nova lorque,
receita tributária líquida, para o financiamento prova de que o grafite feito no Brasil é
de programas e projetos culturais"(artº 216-V- apreciado por outras culturas. Muitos lugares
§6) abandonados e sem manutenção pelas
prefeituras das cidades tornam-se mais
O órgão nacional encarregado de promover a agradáveis e humanos com os grafites pintados
proteção patrimonial é o IPHAN - Instituto do nos muros. Atualmente, instituições públicas
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, criado educativas recorrem ao grafite como forma de
em 1937 (tendo, ao longo da história, recebido expressão artística, o que propicia a inclusão
outras denominações e sofrido diversas social de adolescentes carentes, demonstrando
alterações em seu status administrativo), que o grafite é considerado uma categoria de
contando em sua origem com a participação arte aceita e reconhecida pelo campo da cultura
direta do escritor Mário de Andrade. e pela sociedade local e internacional.
que um morador do Harlem ou de Hong Kong, O autor lamenta o desaparecimento dos antigos
uma vez que são distintas as relações dessas cafés pelo fato de estarem relacionados com
diferentes pessoas com a realidade do mundo
moderno; isso porque o homem é um ser
cultural, que se apoia nos valores da sua
(A) a economia da República Velha, baseada
comunidade, que, de fato, são os seus. GULLAR,
essencialmente no cultivo do café.
F. Folha de S. Paulo. São Paulo: 19 out. 2008
(adaptado). (B) o ócio ("pausa revigorante") associado ao
escravismo que mantinha a lavoura cafeeira.
Ao comparar essas diferentes sociedades em
seu contexto histórico, verifica-se que (C) a especulação imobiliária, que diminuiu o
espaço disponível para esse tipo de
(A) pessoas de diferentes lugares, por fazerem
estabelecimento.
uso de tecnologias de vanguarda, desfrutam da
mesma realidade cultural. (D) a aceleração da vida moderna, que tornou
incompatíveis com o cotidiano tanto o hábito de
(B) o índio assiste ao futebol e ao show, mas
"jogar conversa fora" quanto as brigas.
não é capaz de entendê-Ios, porque não
pertencem à sua cultura. (E) o aumento da violência urbana, já que as
brigas, cada vez mais frequentes, levaram os
(C) pessoas com culturas, valores e relações
cidadãos a abandonarem os cafés do Rio de
diversas têm, hoje em dia, acesso às mesmas
Janeiro.
informações.
» Gabarito:
D
De caráter contestador e irreverente, surgiu no
» Resolução: final da década de 1970, em Nova Iorque, como
decorrência de movimentos culturais das
minorias excluídas.
Uma das importantes atrações turísticas na
região Nordeste é o artesanato. Para elaborar
suas peças, os artesãos nordestinos utilizam
vários materiais oriundos da flora e da fauna
nativas, tais como palha (de bananeira, de No grafite, a manifestação artística pode existir
milho); juta; bambu; vime (vara tenra e flexível ou não. Seus preceitos baseiam-se em
do vimeiro); areia colorida; tinta de casca de desenhos e formas coloridos e elaborados, não
árvore (como o urucum); pedras; conchas; raro feitos com intenções críticas.
barro; casca de coco; chifre; couro; tecido;
penas; linha; madeira (cedro, vinhático, aroeira,
peroba, jequitibá, canela); osso, entre outros.
» Resolução:
» Gabarito:
C
Em resumo, o café era uma pausa. Hoje, as
» Resolução: exigências da vida moderna acabaram com essa
possibilidade.
» Gabarito:
B
Os povos se encontram em estágios culturais e » Resolução:
econômicos diferentes. Forma-se assim um
quadro complexo: como produto de sua cultura,
o homem vê a realidade fazendo uso dos
instrumentos que esta lhe confere, portanto, Certos traços culturais encontrados no Brasil
existem conceitos diferentes para o mesmo contemporâneo, em bairros como o Cafundó,
fenômeno observado, o que de certo modo por exemplo, de fato existem ou existiram na
traduz o mundo em sua complexidade e África. Com essa prática, restabelecem-se as
diversidade. genealogias culturais e se mapeia a
maternidade dos “africanismos” encontrados no
Brasil.
» Resolução:
Questão 6
Essa questão privilegia a habilidade de leitura
» Gabarito: do candidato, pois sua resposta está no texto. A
criação do feijão tropeiro não está relacionada à
C atividade mineradora, o que elimina A, mas à
atividade comercial e pecuária desenvolvida a
» Resolução: partir dessa economia, o que exclui B e E.
Apesar de a agropecuária ser um dos
componentes, o objetivo da tropa era o
A hierarquia da sociedade colonial brasileira comércio, ou seja, a atividade mercantil, o que
permeava todos os âmbitos da vida política, elimina D.
econômica e social da colônia. Assim, as
famílias de maior poder sentavam-se, nas
igrejas, mais próximas ao altar, e enterravam
seus mortos no interior delas, enquanto aqueles
com menor prestígio eram sepultados nos
terrenos vizinhos.
Questão 9
» Gabarito:
» Resolução:
Questão 7
» Gabarito:
As ruínas de Canudos foram reconhecidas como
B patrimônio cultural material pelo Iphan por
reunirem um conjunto objetos arqueológicos na
» Resolução: área. Não há ali um acervo bibliográfico (livros)
ou museológico (esculturas, quadros,
O Estado brasileiro, nos últimos anos, tem
documentos etc.), o que exclui B. Também não
procurado desenvolver políticas de
há um núcleo etnográfico diretamente ligado à
reconhecimento dos direitos territoriais das
região ou ao movimento de Canudos, o que
comunidades quilombolas, além disso, é patente
elimina C. Por fim, não há registros de técnicas
o trabalho de ONGs e de órgãos do Estado para
de uma sociedade extinta — ela tinha técnicas e
preservar a memória dessas comunidades.
modos das sociedades agrárias de sua época, os
quais modificaram-se ao longo do tempo até os
nossos dias —, o que exclui E.
342
Questão 10
» Gabarito:
» Resolução: