Outras duas características estariam marcadas pela estrutura que define a sociedade
Ele usa o conceito de solidariedade social, que nada mais é que a forma de entender como
funciona a consciência coletiva que define o funcionamento da sociedade estudada. Assim,
temos a consciência coletiva (ou comum) e consciência individual. Cada indivíduo possui
uma consciência individual que sofre influência da consciência coletiva, que nada mais é que
a combinação das consciências individuais de todos os homens ao mesmo tempo. A
consciência coletiva seria responsável pela formação de nossos valores morais, e exerce uma
pressão externa aos indivíduos no momento de suas escolhas. A soma da consciência
individual com a consciência coletiva forma o ser social.
Sua outra teoria base é de anomia, que se define como “uma situação social produzida
pelo enfraquecimento dos vínculos sociais e pela perda da capacidade da sociedade regular o
comportamento dos indivíduos, gerando, por exemplo, fenômenos sociais como o suicídio.
Trata-se de uma ausência de um ‘corpo de normas sociais’ capaz de regular o convívio social
marcado pela ‘solidariedade’.
Para Durkheim a anomia é uma etapa temporária, produto das rápidas transformações
sociais, perda da fé (em seu sentido mais amplo) e das tradições. Essa etapa, para ele, é
superada a partir do momento que grupos de interesses determinam novas regras a fim de
regulamentar o que encontra-se ‘desajustado’ na sociedade, assim como afirmar novas
tradições ou refortalecer as já estabelecidas. Nesse sentido, anomia seria um mal crônico das
sociedades modernas, marcada pelas rápidas transformações sociais, as quais levam a
situações de desajustes sociais causadas pela crise (ou ausência) de uma forte ‘consciência
coletiva’” (https://cafecomsociologia.com/o-que-e-anomia/).
“No cerne de relações sociais, moldadas pelas lutas (dentro do sistema capitalista),
Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta, assentada em uma verdadeira
constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação estabelecida na autoridade, ou
seja o poder de dar ordens, por isso ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva
ou racional um tipo de dominação particular. Weber definiu as dominações como a
oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de
conteúdo determinado. Vejamos os principais tipos de dominação legítima segundo Weber.
Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um
estatuto sancionado corretamente), tendo a ‘burocracia’ como sendo o tipo mais puro desta
dominação. Os princípios fundamentais da burocracia, segundo o autor são a Hierarquia
Funcional, a Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem
Profissional, as Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do
Profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra,
que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber
classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que,
como foi dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado
corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de
legitimidade a noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata
a legitimação até onde alcance a missão do ‘chefe’, na medida de seus atributos carismáticos
pessoais” (https://cafecomsociologia.com/os-tipos-de-dominacao-segundo-max-weber/).
Para Weber há quatro tipos de ação social: ação social tradicional, ação social
afetiva, ação social racional quanto aos valores, ação social racional quanto aos fins.
Ação social afetiva implica uma maior participação do agente, mas são
respostas mais emocionais que racionais. Ex.: relações familiares. Segundo
Weber, estas duas primeiras ações sociais não interessam à sociologia.
Ação racional com relação aos fins é aquela em que o indivíduo escolhe
levando em consideração os fins que ele pretende atingir e os meios
disponíveis para isso. A pessoa avalia se a ação que ela quer realizar vale a
pena, tendo em vista as dificuldades que ele precisará enfrentar em decorrência
de sua ação. Requer uma ética de responsabilidade do indivíduo por seus atos.
RELAÇÃO SOCIAL
Até agora falamos de ação social em Weber, que em diferente de relação social.
Enquanto o conhecimento do outro das intenções do agente não importa para a caracterização
da ação social, a relação social é o sentido compartilhado da ação. Relação social não é o
encontro de pessoas, mas a consciência de ambas do sentido da ação. A relação social é
sempre probabilística, porque ela se fundamenta na probabilidade de ocorrer determinado
evento, o que inclui oportunidade e risco. A vida social é totalmente instável: a única coisa
estável da vida social é a possibilidade (e necessidade) de escolha. Não há determinismos
sobre o que será a sociedade. Por isso, as análises sociológicas são baseadas em
probabilidades e não em verdades.
ESFERAS SOCIAIS
A dominação pode ser exercida em diferentes esferas da vida social. As ‘esferas’ são mais
analítico-teóricas que reais, e são criadas pela divisão social do trabalho. Uma esfera não
determina uma outra esfera, mas elas trocam influências entre si. As esferas são autônomas,
mas não independentes. A esfera é o lugar de luta por um tipo de sentido para as relações
sociais. Classes, estamentos e partidos são fenômenos da disputa de poder nas esferas
econômica, social e política, respectivamente.
CLASSE E ESTAMENTO
Vamos falar um pouco mais de classe e estamento em Weber, até para diferenciá-lo de Marx.
Classe para Weber é o conjunto de pessoas que tem a mesma posição diante do mercado. Há
dois tipos básicos de classe, as que têm algum tipo de bem e as que não tem algum tipo
de bem. Mas as classes também se diferenciam pela qualidade dos bens possuídos. As
classes, como já dissemos estão ligadas à esfera econômica da vida social. Para Weber, a
esfera econômica não tem capacidade de produzir um sentimento de pertencimento que seja
capaz de gerar uma comunidade.
Estamento está ligado à esfera social, que é capaz de gerar comunidade. Estamento é um
grupo social cuja característica principal é a consciência do sentido de pertencimento ao
grupo. A luta por uma identidade social é o que caracteriza um estamento. A luta na esfera
social é para saber qual estamento vai dominar. As profissões podem ser analisadas como
estamentos” (http://biruelsociologia.blogspot.com/2009/10/max-weber-principais-
conceitos.html).