CRÔNICAS DOS REINOS ESQUECIDOS

Silêncio. O pouco que se ouve aqui são apenas os barulhos de páginas sendo
passadas ou de passos de seus transeuntes. A câmera vai passando por um grande salão e
logo fica claro que estamos no Forte da Vela. Aos poucos ela vai se aproximando de um
possível novo leitor, mas não dá para saber ao certo quem é, o robe encapuzado de algum
cervo da biblioteca atrapalha de ver. Ele se dirige até uma das estantes cheias de livros,
passa os dedos pelas lombadas de alguns e logo encontra o que estava procurando e nele
pode-se ler o título Diário de Viagens, por Nyctimus de Vau da Adaga.
Ele se dirige até uma das mesas, começa a folhear e para em um capítulo em
específico e começa a ler para si:
“Assim que chegamos a Daerlûn, posso dizer que as coisas foram um tanto quanto
confusas. Enquanto eu era descoberto em uma situação um tanto quanto, como dizer,
embaraçosa por Bahati. Meus outros companheiros de viagem Drakxar, Liz e Nortrick
eram informados por um Edmundo de que um documento estava faltando nos papéis que
entregamos assim que chegamos para o Capitão Travis Miller e devíamos entregar a ele
ainda na parte da tarde na Estalagem Guarda Costeira.
Quando me juntei novamente ao grupo Nortrick teve a ideia de conversar com sua
deusa, que não época ainda não conhecia, e logo descobrimos que o papel em branco que
levávamos, e que Edmundo tanto insistiu que levássemos até o Capitão, dava uma
mensagem de um certa Gazela Prateada, que logo descobri ser uma Carroça de transporte
e que estava no Armazém 3.
Assim que anoiteceu fomos ao encontro do Capitão nos dirigimos para um dos
armazéns afim de fazermos as buscas, mas antes mesmo de que eu pudesse informar o
armazém correto, percebi que estávamos sendo seguidos e preferi deixar as coisas como
estavam para saber melhor o que estava acontecendo.
Logo que chegamos no Armazém 33 fomos emboscados por alguns ladinos e
cultistas, liderados por Dalahan e uma mulher estranha. Enquanto meus companheiros
entravam em combate e eliminavam os invasores eu procurei algo que pudesse ser
importante no local. Entrando mais a fundo encontrei uma Carroça de Transporte
chamada Gazela Dourada e assim que meus companheiros se achegaram junto a mim,
não tive outra escolha a não ser revelar que sabia o local do que possivelmente estávamos
procurando. Com a ajuda do Capitão guiando a carroça, fomos todos finalmente rumo ao
Armazém 3, com a esperança de que todos que rumaram para lá estivessem bem. E claro,
enquanto ouvia Nortrick reclamando por não ter ajudado no combate.”
De repente uma voz corta o silêncio dizendo:
- Jovem Adria, quantas vezes já falei para não largar seus serviços pela metade e
se afogar no mundo dos livros? Sei o qual maravilhoso isso é, mas primeiro nosso dever.
Vamos, pode deixar o livro ai mesmo onde está e assim que terminar de organizar os
armários que lhe pedi pode voltar para ele. Vamos menina.
Uma jovem levanta a cabeça afim de olhar para seu mestra e tira o capuz:
- Sim senhor, me desculpe. – diz a jovem de cabelos vermelhos.