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Direito Tributário para RFB-201.

5
Curso de Jurisprudência
Prof. Fábio Outra- Aula 02

AULA 02: Limitações Constitucionais ao Poder de


Tributar (Parte II)

SUMÁRIO PÁGINA
Observações sobre a aula 01
Imunidades 02

m
Assunto extra 30

o
Lista das Questões Comentadas em Aula 33

c
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 38

il .
Observações sobre a Aula

a s
b r
-
Olá , prezado candidato (a)!

o
rs
Como vão os estudos? Como não temos edital na praça, a melhor receita
é manter a disciplina e o foco neste momento . Em breve, você colherá os

u
frutos da sua dedicação!

nc
Na aula de hoje, daremos continuidade ao estudo da jurisprudência
relativa às limitações constitucionais ao poder de tributar, abordando as

o
imunidades.

.c
Trata-se de um tema farto de jurisprudência, muitas vezes oscilantes.

w
Sendo assim, é muito importante guardar a literalidade de como o STF
já se posicionou, pois normalmente é assim que cai em provas.

w Ao final da aula, abordaremos um assunto extra, que, embora ainda não

w
haja jurisprudência sobre ele, há grandes chances de vir a ser cobrado na sua
prova!

Vamos começar .. .

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1 - IMUNIDADES

Sobre as imunidades, de uma forma geral, precisamos saber os seguintes


posicionamentos do STF:

A jurisprudência constitucional do STF já identificou, na cláusula inscrita no


art. 195, § 7º, da CF, a ex istência de u ma típica garantia de imunidade
(e não de simples isenção) estabelecida em favor das entidades
beneficentes de assistência social. Precedente: RTJ 137/965.

m
(STF, RMS 22.192, Rei. Min. Celso de Mello, julgamento em 28-11-1995,

o
Primeira Turma, DJ de 19-12-1996)

. c
il
Embora o texto constitucional, no art. 195, § 7º, se refira a uma isenção,

s
trata-se claramente de uma imunidade. O que fazer diante de questões
literais que mencionem, ipsis litteris, o dispositivo constitucional? É mais

ra
prudente seguir como consta no texto da CF/88, sempre analisando
todas as alternativas!!

- b
Qualquer dispensa constitucional de pagamento de

o
tributos é imunidade, ainda que o Constituinte tenha se

~eOção
rs
dito de outra forma!

u
Obs.: A cópia literal do dispositivo deve ser encarada

c
como correta, caso a banca não mencione a

n
iurisorudência.

o
.c
Sobre a diferença entre isenção e imunidade, o STF assim já decidiu:

w
" Ementa: ( ... ) A criação de imunidade tributária é matéria típica do
texto constitucional enquanto a de isenção é versada na lei ordinária ;

w
não há, pois, invasão da área reservada à emenda constitucional quando a
lei ordinária cria isenção. O Poder Público tem legitimidade para isentar

w
contribuições por ele instituídas, nos limites das suas atribuições".

(STF, ADI 2.006-MC/DF, Pleno, Rei. Min . Maurício Corrêa, Julgado em


01/07/1999).

É importante ainda saber que, embora determinada entidade possa estar


imune a algum tributo, tal condição não a exime do cumprimento das
obrigações acessórias, como, por exemplo, a manutenção de livros fiscais.

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IMUNIDADE - LIVROS FISCAIS. O fato de a pessoa jurídica gozar da


imunidade tributária não afasta a exigibilidade de manutenção dos
livros fiscais.

(STF, RE 250.844/SP, Primeira Turma, Rei. Min . Marco Aurélio, Julgado em


29/05/2012)

' Questão 01 - CESPE/PROMOTOR-MP-RR/2011

m
Ainda que em gozo de imunidade tributária, a pessoa jurídica não está

o
dispensada de cumprir obrigações acessórias e de se submeter à fiscalização

. c
tributária .

il
Comentário: Conforme entendimento esposado pelo STF, o fato de a pessoa

s
jurídica gozar de imunidade tributária não a exime da obrigação de cumprir

a
obrigações acessórias. Questão correta.

b r
Por fim , encerramos este tópico, citando o entendimento do STF acerca

-
das imunidades tributárias quando há substituição tributária :

o
rs
A responsabilidade ou a substituição tributária não alteram as
premissas centrais da tributação, cuja regra-matriz continua a incidir

u
sobre a operação realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade

c
tributária não afeta, tão-somente por si, a relação de

n
responsabilidade tributária ou de substituição e não exonera o

o
responsável tributário ou o substituto. Recurso extraordinário conhecido,

.c
mas ao qual se nega provimento.

(STF, RE 202.987/SP, Segunda Turma, Rei. Min. Joaquim Barbosa ,

w
Julgamento em 30/06/2009)

w No caso em tela, a entidade imune (S ESI) era a adquirente, motivo pelo

w
qual ficou responsável pelo recolhimento da obrigação tributária, na condição
de responsável tributário ou substituto. Perceba que seria ilógico não haver
tributação, já que o contribuinte, na verdade, não estava imune.
Compreendido?

' Questão 02 - INÉDITA/2014

De acordo com o STF, o fato de uma entidade de educação sem fins lucrativos
estar imune, por expressa disposição constitucional, não a exime do dever de
recolher o tributo, caso seja eleita, por lei, como responsável pela obrigação
tributária.

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Comentário: A questão aborda o entendimento do STF sobre o tema. O fato


de estar imune não elide a necessidade de recolher o tributo, na condição de
responsável tributário. Para relembrar o conceito de responsável tributário, leia
o art. 128 do CTN. Questão correta.

Veremos, a partir de agora, as imunidades em espécie. Adiante!

1.1 - Imunidade Recíproca

A imunidade recíproca está prevista no art. 150, VI, a, da CF/88 . Como foi

m
dito no início da aula anterior, tal imunidade configura verdadeira

o
cláusula pétrea (ADI 939/DF), pois ela protege a autonomia financeira dos

c
entes federados, sustentando o pacto federativo.

I Questão 03 - CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃ0/2013

il .
a s
A imunidade tributária recíproca é princípio garantidor da Federação , motivo

r
pelo qual não pode ser restringida nem mesmo por emenda constitucional.

- b
Comentário: Conforme estudamos, a imunidade recíproca constitui cláusula

o
pétrea. Por esse motivo, não é possível haver proposta de emenda

rs
constitucional com o objetivo de abolir ou restringir tal princípio. Questão
correta.

c u
Sobre a imunidade recíproca, o STF já decidiu:

o n
Ementa: TRIBUTARIO. ICMS. SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA.

.c
MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150,
VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A
imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao

w
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente

w
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. II - Como o
Município não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviços de energia

w
elétrica, não tem o benefício da imunidade em questão, uma vez que esta
não alcança o contribuinte de fato . Precedentes. III - Agravo regimental
improvido.

(STF, ARE 663.552-AgR/MG, Segunda Turma, Rei. Min. Ricardo


Lewandowski, Julgado em 28/02/2012)

Perceba que a imunidade recíproca, no caso de tributos indiretos,


abrange apenas o contribuinte de direito .

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1Questão04 - FD/INÉDITA/2014

Conforme jurisprudência do STF, a imunidade recíproca somente se aplica ao


imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente
beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito.

Comentário: De acordo com o STF, a imunidade do art. 150, VI, "a" só


abrange o ente quando estiver na condição de contribuinte de direito. Como no
caso julgado pelo STF (663.552-AgR/MG), o município era contribuinte de fato,

m
a Suprema Corte decidiu que não haveria imunidade. Questão correta.

c o
Por outro lado, quando se trata de tributos diretos, há coincidência entre a

.
figura do contribuinte de fato e o contribuinte de direito. Sobre este caso,

il
temos o seguinte julgado:

a s
"Ementa: ( ... )A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da

r
Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas

b
por municípios, quando o ente público for o importador do bem

-
(identidade entre o "contribuinte de direito" e o "contribuinte de

o
fato") . Compete ao ente tributante provar que as operações de importação

rs
desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o
art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e
à concorrência. Agravo regimental ao qual se nega provimento."

c u
(STF, AI 518.405-AgR/RS, Segunda Turma, Rei. Min. Joaquim Barbosa,

n
Juloado em 06/04/2010)

o
.c
A Suprema Corte também já decidiu no sentido de que a imunidade
recíproca alcança o IOF incidente sobre aplicações financeiras dos entes

w
federados bem como o rendimento decorrente de tais aplicações :

w
"A garantia constitucional da imunidade recíproca impede a incidência de

w
tributos sobre o patrimônio e a renda dos entes federados. Os valores
investidos e a renda auferida pelo membro da federação é imune de
impostos. A imunidade tributária recíproca é uma decorrência pronta e
imediata do postulado da isonomia dos entes constitucionais, sustentado pela
estrutura federativa do Estado brasileiro e pela autonomia dos Municípios."

(STF, AI 174.808-AgR, Segunda Turma, Rei. Min. Maurício Corrêa,


Julgamento em 11/03/1996)

Vale ressaltar que a imunidade recíproca, conforme a CF/88 e o STF, não


é extensível às contribuições previdenciárias. Sobre isso, veja como entende o
STF nos dois julgados a seguir:

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E da jurisprudência do Supremo Tribunal que o princípio da imunidade


tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a) - ainda que se discuta a sua
aplicabilidade a outros tributos, que não os impostos - não pode ser
invocado na hipótese de contribuições previdenciárias.

(STF, ADI 2.024/DF, Pleno, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em


03/05/2007)

' Questão 05 - CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013

O princípio da imunidade tributária recíproca não pode, à luz do

o m
. c
posicionamento firmado pelo STF, ser invocado na hipótese de contribuições

il
previdenciárias.

s
Comentário: Questão bem tranquila. A imunidade recíproca não se aplica às

a
contribuições previdenciárias. Questão correta.

b r
Também entendeu o STF que a imunidade recíproca não alcança as taxas:

o -
"EMENTA: ( ... ) II. - A imunidade tributária recíproca -- C.F., art. 150,

rs
VI, a -- somente é aplicável a impostos, não alcançando as taxas. III.
- R.E. conhecido e improvido.

c u
(STF, RE 364.202/RS, Segunda Turma , Rei. Min. Carlos Velloso, julgamento

n
em 05/10/2004)

o
.c
' Questão 06 - INÉDITA/2014

w
De acordo com a Constituição Federal de 1988, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre patrimônio, renda

w
ou serviços, uns dos outros .

w
Comentário: Pegadinha de prova! O candidato fica com o texto constitucional
tão gravado na memória, que, quando se depara com uma questão literal, já a
considera como correta, sem observar os pequenos detalhes. Perceba que a
vedação diz respeito apenas aos impostos, e não aos tributos como um
todo. Questão errada.

Destaque-se que, muito embora o texto constitucional estenda a aplicação


desta imunidade apenas às autarquias e fundações públicas, o entendimento
predominante no STF (RE 407.099/RS e AC 1.550-2) é o de que a benesse é
extensível também às empresas públicas (EP} e às sociedades de
economia mista (SEM) prestadoras de serviço público de prestação
obrigatória e exclusiva do Estado.

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Nesse sentido, o STF já concedeu imunidade às seguintes empresas


públicas e sociedades de economia mista:

1. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) - (STF, RE


407.099);
2. Infraero - (STF, RE 524 .615-AgR);
3. Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia (CAERD) - (STF,
AC 1.550- 2/RO);
4. Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) - (STF, RE
253.472)

5. Casa da Moeda do Brasil (CMB) - (STF, RE 610.517)

o m
. c
il
I Questão 07 - ESAF/PGFN/2012

s
Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto

a
r
não é abrangida pela imunidade tributária recíproca.

b
Comentário: Conforme verificamos no caso da CAERD, as SEM prestadoras de

-
serviço público de água e esgoto estão abrangidas pela imunidade recíproca. A

o
questão, portanto, está errada.

rs
I Questão 08 - INÉDITA/2014

c u
De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Casa da Moeda

n
do Brasil (CMB) , empresa pública delegatária do serviço público de emissão de

o
papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas telefônicas e

.c
impressão de selos postais, é considerada imune pelo art. 150, VI, a, da
CF/88.

w
Coment ário: A Casa da Moeda do Brasil foi alcançada pela imunidade

w
recíproca, conforme decisão do STF, no julgamento do Recurso Extraordinário
610.517-AgR/RJ. Questão correta.

w
I Questão 09 - ESAF/PGFN/2012-Adaptada

A imunidade recíproca, em alguns casos, pode ter como efeito colateral


relevante a relativização dos princípios da livre concorrência e do exercício de
atividade profissional ou econômica lícita .

Comentário: O entendimento do STF sobre a imunidade recíproca é amplo,


mas não ao ponto de permitir que empresas que praticam atividades
econômicas venham a ser abrangidas pela referida imunidade. Isso certamente
colocaria em risco o princípio da livre concorrência. Dessa forma, a questão
está errada.

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I Questão 10 - ESAF/PROC.-TCE-G0/2007

A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade econômica,


é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando ao
pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores incidentes
sobre seus carros.

Comentário: Mais uma questão abordando esse assunto. Como estudamos,

m
empresas públicas que exerçam atividades econômicas não estão abrangidas

o
pela imunidade recíproca. A questão está errada.

. c
Além de tais casos, acompanhe os seguintes julgados:

s
"EMENTA: ( ... )2 . A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades
il
a
de economia mista corresponde à própria atuação do Estado, desde que a

r
empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de lucro. 3. As

b
sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde,

-
cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da

o
imunidade tributária prevista na alínea " a " do inciso VI do art. 150

rs
da Constituição Federal. 3. Recurso extraordinário a que se dá
provimento, com repercussão geral."

u
(STF, RE 580.264/RS, Pleno, Rei. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em

c
16/12/2010)

o n
Sendo assim, SEM prestadora de serviços de saúde, cujo capital seja

.c
majoritariamente estatal, goza da imunidade recíproca.

w
"Ementa: ( .. . ) 1. Recurso extraordinário interposto de acórdão que
considerou tributável propriedade imóvel utilizada pela Petrobrás para a

w
instalação e operação de condutos de transporte de seus produtos. Alegada

w
imunidade tributária recíproca, na medida em que a empresa- agravante
desempenha atividade sujeita a monopólio. 2. É irrelevante para definição
da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de
a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal."

(STF, RE 285. 716-AgR/SP, Segunda Turma, Rei. Min. Joaquim Barbosa,


j ulgamento em 02/03/2010)

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Observação: Na decisão desse Recurso Extraordinário, ficou consignado que


a Petrobrás não foi alcançada pela imunidade tributária recíproca pelos
seguintes motivos:

1- Trata-se de sociedade de economia mista destinada à exploração


econômica em benefício de seus acionistas, pessoas de direito público e
privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento patrimonial
dissociado de interesse público primário .

2- A Petrobrás visa a distribuição de lucros, e, portanto, tem capacidade

o m
. c
I Questão 11 - ESAF/PGFN/2012

s il
É relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a

a
circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio

r
estatal.

- b
Comentário: Conforme entendimento do STF, é irrelevante para definição da
aplicabilidade da imunidade recíproca o fato de a atividade desempenhada pela

o
entidade estar sujeita ou não a monopólio estatal. Questão errada.

rs
Ademais, a imunidade recíproca também alcança a OAB, embora esta não

u
seja considerada uma entidade pertencente à administração pública indireta:

nc
"EMENTA: ( ... ) 1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos

o
Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a da

.c
Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de
Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de

w
direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e
controle disciplinar dos advogados). 2. A imunidade tributária recíproca

w
alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O
reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede

w
a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela
entidade imune. O reconhecimento da imunidade tributária às
operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a
correção do procedimento adotado peta entidade imune. Constatado
desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de
constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais
cabíveis."

(STF, RE 259.976-AgR/RS, Segunda Turma, Rei. Min. Joaquim Barbosa,


Julgado em 23/03/2010)

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lQuestão 12 - ESAF/PGFN/2012

O reconhecimento da imunidade tributária recíproca às operações financeiras


não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento
adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade
fiscal poderá, sendo o caso, constituir o crédito tributário e tomar as demais
medidas legais cabíveis.

Comentário: E aí, candidato, questão correta? Não! A autoridade não "pode",

m
mas deve constituir o crédito tributário. Nunca se esqueça do parágrafo único

o
do art. 142. Você deve visualizar a questão, observando detalhes que

c
mencionam outros assuntos da disciplina! Questão errada.

Dando continuidade ao nosso estudo, o fato de a OAB estar inserida no

il .
s
seleto rol de entidades abrangidas pela imunidade recíproca, não faz com
que a Caixa de Assistência dos Advogados, mesmo integrando a

ra
estrutura da OAB, esteja imune. Sobre o assunto, veja o julgado a seguir:

- b
"Ementa: ( ... ) 1. O fato da Caixa de Assistência dos Advogados

o
integrar a estrutura maior da OAB, não implica a extensão da

rs
imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, "a", da Constituição Federal)
conferida a esta, dada a dissociação entre as atividades inerentes à atuação

u
da OAB e as atividades providas em benefício individual dos associados."

c
(STF, RE 662.816-AgR/BA, Primeira Turma, Rei. Min. Luiz Fux, Julgado em

n
28/02/2012)

o
'

.c
' Questão 13 - INÉDITA/2014

w
Da mesma forma que o STF concedeu imunidade recíproca à OAB, por

w
desempenhar atividade própria de Estado , a Corte também estendeu a
limitação constitucional à Caixa de Assistência de Advogados, por pertencer a

w
estrutura da OAB.

Comentário : Não é esse o entendimento do STF. Para o Tribunal , a Caixa de


Assistência de Advogados possui outra atividade, não sendo própria de Estado,
mas do interesse individual de seus associados. Questão errada.

No que se refere à delegação de serviços públicos (prestação por


particulares), cumpre destacar que se o patrimônio pertencer a um ente
federado, independentemente de estar ocupado por empresa delegatária de
serviços públicos, continua imune à tributação:

EMENTA: TRIBUTÁRIO . IPTU . IMÓVEIS QUE COMPÕEM O ACERVO


PATRIMONIAL DO PORTO DE SANTOS, INTEGRANTES DO DOMÍNIO DA

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UNIÃO. Impossibilidade de tributação pela Municipalidade,


independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela
empresa delegatária dos serviços portuários, em face da imunidade
prevista no art. 150, VI, a, da Constituição Federal. Dispositivo, todavia,
restrito aos impostos, não se estendendo às taxas. Recurso parcialmente
provido.

(STF, RE 253.394/SP, Primeira Turma, Rei. Min. limar Galvão, Julgado em


26/11/2002)

Contudo, a atividade delegada em si, caso seja exercida com intuito

o m
c
lucrativo, não há que se falar em imunidade, como segue o entendimento do

.
Supremo Tribunal Federal:

"As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à

s il
a
tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos

r
serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 30 da

b
Constituição . O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços

-
confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma

o
garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas,

rs
e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo,
serviços públicos mediante concessão ou delegação, devidamente

u
remunerados." (Trecho da Ementa)

c
"Nesse sentido, tanto os o bjetivos como os objetivos como os efeitos

n
do reconhecimento da aplicação da imunidade recíproca são

o
passíveis de submissão ao crivo jurisdicional , em um exame de

.c
ponderação e proporcionalidade não bastando a constatação objetiva de
natureza pública do serviço que se está a tributar." (Trecho do Voto do

w
Min. Joaquim Barbosa)

w
(STF, Plenário, ADI 3.089/DF, Rei. Min. carlos Britto, Julgamento em
13/02/2008)

w
I Questão 14 - ESAF/PGFN/2012

Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da


imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo
jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação
objetiva da propriedade do bem.

Comentário: Fique atento, pois a ESAF não facilita a vida do concurseiro. A


questão foi retirada, praticamente "colada", do voto de um dos ministros, no
julgamento da ADI 3.089/DF. Questão correta.

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Há que se destacar que o STF já decidiu que a imunidade recíproca


extensiva alcança o INCRA - autarquia fed eral -, desobrigando-o de
pagar ICMS sobre a exploração de unidade agroindustrial :

EMENTA Incra. Imunidade tributária . Exploração de unidade agroindustrial.


Ausência de configuração de atividade econômica capaz de impor o
regime tributário próprio das empresas privadas. 1. A atividade
exercida pelo Incra, autarquia federal, não se enquadra entre aquelas
sujeitas ao regime tributário próprio das empresas privadas, considerando

m
que a eventual exploração de unidade agroindustrial, desapropriada, em área
de conflito social, está no âmbito de sua destinação social em setor relevante

o
para a vida nacional.

. c
il
(STF, RE 242.827/PE, Primeira Turma, Rei. Min. Menezes Direito, Julgado em
02/09/2008)

a s
r
É valido destacar que, excetuando-se os entes federados, as demais
entidades somente estão abrangidas pela imunidade recíproca, no que se

- b
refere ao patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades essenciais:

o
rs
"O julgado recorrido contempla a conclusão de que a União não está
condicionada ao ônus de comprovar vinculação do bem tributado a

u
uma finalidade pública , o que somente ocorre nos casos das
autarquias e fundações instit uídas e mantidas pelo poder público no

c
que se refere à tributação do patrimônio, renda e serviços vinculados

n
a suas finalidades essenciais. Esse entendimento está em consonância

o
com a jurisprudência desta Corte que tem se posicionado no sentido de

.c
reconhecer a imunidade recíproca constante do art. 150, VI, a, da Carta
Magna aos entes da administração direta e, somente no que refere ao

w
alcance da imunidade recíproca às autarquias e fundações instituídas e
mantidas pelo poder público é que aparece a restrição concernente à

w
vinculação do imóvel às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes,
na exata dicção da norma constitucional."

w(RE 635.012/RJ, Decisão Monocrática, Rei. Min. Dias Toffoli, Julgado em


07/02/2013)

Vejamos ainda a seguinte súmula editada pelo STF:

SÚMULA STF 583 - Promitente comprador de imóvel residencial transcrito


em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

Atualmente, tal restrição já foi prevista na parte final do § 3º do art. 150,


da CF/88. O objetivo é que, havendo contrato de compra e venda entre uma
entidade protegida pela referida imunidade e outra não imune, esta seja
tributada, ainda que a transferência do imóvel não tenha acontecido.

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1.2 - Imunidade Religiosa

A imunidade religiosa está prevista no art. 150, VI, b, e tem como


objetivo proteger a liberdade de culto, direito individual garantido no art. 5º,
VI, da CF/88.

Vejamos alguns julgados importantes sobre tal imunidade:

"EMENTA: ( ... )Instituição religiosa . IPTU sobre imóveis de sua propriedade

m
que se encontram alugados. 4. A imunidade prevista no art. 150, VI,
"b", CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto,

o
mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços "relacionados com

. c
as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas."

il
(STF, RE 325.822/ SP, Pleno, Rei. Min. limar Galvão, Julgado em

s
18/ 12/2002)

ra
De acordo com o STF, a imunidade religiosa aplica-se também aos

- b
imóveis alugados, de propriedade da entidade religiosa, desde que a renda
auferida seja aplicada nas finalidades essenciais da referida entidade.

o
rs
Ademais, a Suprema Corte, dando entendimento extensivo à imunidade
religiosa , entende que os cemitérios que consubstanciam extensões

u
destas entidades também são alcançados pela vedação constitucional

c
em tela:

o n
"Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho

.c
religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150
da Constituição do Brasil . Impossibilidade da incidência de IPTU em
relação a eles."

w
w
(STF, RE 578.562/BA, Pleno, Rei. Min. Eros Grau , Julgado em 21/05/2008)

w 191!!!!!=======
ão
Perceba que não são todos os cemitérios que estão
abrangidos pela imunidade, mas apenas aqueles que são,
de fato, mera extensão da entidade religiosa.

l Questão 15 - ESAF/ISS-RJ/2010

De acordo com o entendimento do STF, a imunidade dos "templos de qualquer


culto" tem interpretação ampla e finalística.

Comentário: Podemos dizer, com base no que estudamos até agora, que a
interpretação dessa imunidade, de acordo com o STF, é ampla (pois abrange

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não só os templos destinados ao culto em si) e finalística (pois alcança


também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades
essenciais das entidades religiosas). Questão correta.

I Questão 16 - CESPE/Juiz-TJ-CE/2012

Ao interpretar o dispositivo constitucional que veda a instituição de imposto


sobre templos de qualquer culto, o STF entende que a imunidade limita-se aos
prédios destinados ao culto.

Comentário: Como vimos, o entendimento do STF é o de que a imunidade

o m
c
religiosa alcança também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com

.
as finalidades essenciais das entidades religiosas. Questão errada .

No que se refere às lojas maçônicas, o STF já entendeu que não estão

s
abrangidas pela imunidade religiosa, conforme a decisão transcrita a seguir:
il
ra
b
" ( ... ) III - A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita

-
aos templos de qualquer culto religioso , não se aplicando à

o
maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer religião . IV -

rs
Recurso extraordinário parcialmente conhecido, e desprovido na parte
conhecida."

u
(STF, RE 562.351/RS, Primeira Turma, Rei. Min. Ricardo Lewandowski,

c
Julgamento em 04/09/ 2012)

' Questão 17 - INÉDITA/2014


o n
.c
Conforme pacífica jurisprudência do STF, a imunidade religiosa alcança as lojas

w
maçônicas.

w
Comentário: O STF já decidiu que a imunidade religiosa é restrita aos templos

w
de qualquer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não
se professa qualquer religião. Questão errada.

1.3 - Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicato de Trabalhadores e


Entidades Educacionais e Assistenciais Sem Fins Lucrativos

Essa imunidade está prevista no art. 150, VI, c, da CF/88, com a seguinte
redação:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive


suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;

O que nos chama a atenção - e por tal motivo eu o negritei - é o fato


de a norma constitucional exigir a edição de uma lei, para que as instituições
de educação e assistência social gozem da referida imunidade. Além disso,
seria uma lei ordinária ou complementar?

m
Para dirimir as dúvidas, é necessário recorrer ao entendimento do STF

o
acerca do assunto, conforme vemos a seguir:

. c
il
"Conforme precedente no STF (RE 93.770, Munoz, RTJ 102/304) e na linha
da melhor doutrina, o que a Constituição remete à lei ordinária , no

s
tocante à imunidade tributária considerada, é a fixação de normas sobre a

a
constituição e o funcionamento da entidade educacional ou

r
assistencial imune ; não, o que diga respeito aos lindes da imunidade,

b
que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, ficou

-
reservado à lei complementar. "

o
rs
(STF, Pleno, ADI-MC 1.802/DF, Rei. Min. Sepúlveda Pertence, Julgamento em
27/08/1998)

c u
Vale ressaltar que, da mesma forma como tem ocorrido com a imunidade

n
religiosa, o STF tem sido bastante flexível na análise da vinculação

o
asseverada no art. 150, § 4°, da CF /88. Nesse sentido, vamos citar, a

.c
partir de agora, alguns julgados, da própria Corte, que já foram ou que há
grandes chances de serem cobrados em prova. Portanto, atenção total,
candidato!

w
w
SÚMULA STF 724 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao
IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150,

w
VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais de tais entidades.

I Questão 18 - CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012

A imunidade tributária conferida pela CF ao patrimônio, renda ou serviços dos


partidos políticos, inclusive suas fundações, às entidades sindicais dos
trabalhadores, às instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, não se aplica aos imóveis alugados a terceiros, ainda que o valor
deles decorrente seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

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Comentário: Há a imunidade, de acordo com a Súmula 724 do STF, desde


que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais
entidades. Questão errada.

I Questão 19 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012

O imóvel pertencente a partido político permanece imune ao IPTU, ainda

m
quando alugado a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais dessa entidade.

co
Comentário: No mesmo ano, o CESPE cobrou essa assertiva duas vezes. Na
presente questão, a Súmula 724 foi transcrita, de forma que a questão está

il.
correta.

as
No mesmo sentido, temos o seguinte julgado:

EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTARIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO.

br
INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO PREDIAL E
TERRITORIAL URBANO SOBRE IMÓVEL DE PROPRIEDADE DA ENTIDADE.
ALEGAÇÃO DE QUE O ÔNUS PODE SER TRANSFERIDO AO INQUILINO ( ... )
-
Tratando-se de imunidade constitucional, que cobre patrimônio, rendas e
so

serviços, não importa se os imóveis de propriedade da instituição de


assistência social são de uso direto ou se são locados.
ur

(STF, RE 257. 700/MG, Primeira Turma , Rei. Min. limar Galvão, Julgamento
em 13/6/2000)
nc

Nesse rumo, foi considerado imune pelo IPTU imóvel de


propriedade de uma entidade beneficente, em cujas instalações era
mantida uma livraria . A imunidade subsiste, neste caso, pois o que importa
o

é que as rendas auferidas sejam destinadas à manutenção de suas atividades


.c

institucionais.
w

Observe que não é somente a renda obtida com imóveis alugados a


terceiros, mas também os rendimentos obtidos pela cobrança de
estacionamento na área interna da entidade imune:
w

EMENTA : IMUNIDADE TRIBUTARIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO.


w

INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE


SERVIÇO CALCULADO SOBRE O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE
VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. Ilegitimidade. Eventual
renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança
de estacionamento de veículos em área interna da entidade,
destinada ao custeio das atividades desta, está abrangida pela
imunidade prevista no dispositivo sob destaque.

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(STF, RE 144.900/SP, Primeira Turma, Rei. Min. limar Galvão, Julgamento


em 22/04/1997)

Além disso, ainda que os imóveis estejam sendo utilizados como escritório
e residência de membro da entidade, continuam imunes:

m
Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos ( ... ). O f ato
de os imóveis estarem sendo utilizados como escritório e residência
de membros da entidade não afasta a imunidade prevista no art. 150,

co
VI, alínea c, § 4°, da CF."

(STF, RE 221.395, Segunda Turma, Rei. Min. Marco Aurélio, Julgamento em

il.
08/02/2000)

as
Destaque-se que o STF também já considerou imune a renda obtida pelo
SESC com a venda de ingressos de cinema público em geral, conforme vemos
abaixo:
br
EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTARIA. CF, ART. 150, VI, C. SERVIÇO SOCIAL
-
DO COMERCIO - SESC. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. PRESTAÇÃO DE
so

SERVIÇOS DE DIVERSÃO PÚBLICA. A renda obtida pelo SESC na


prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de
ingressos de cinema ao público em geral , e aproveitada em suas
ur

finalidades assistenciais, estando abrangida na imunidade tributaria prevista


no art. 150, VI, c, da Carta Republica.
nc

(STF, AI 155.822/SP, Primeira Turma, Rei. Min. limar Galvão, Julgamento


em 20/09/1994)
o
.c

Para o STF, as escolas de ensino profissionalizante estão


ão enquadradas no rol de entidades do art. 150, VI, c. Cite-
. -_ _ __..__ se, como exemplo, o SENAC e o SENA!.
w
w

Em suma, desde que o patrimônio, a renda e os serviços da entidade


imune estejam relacionados com suas finalidades essenciais, a entidade
w

continua imune. I sso é o que você deve guardar para a prova, tanto no
que se refere à imunidade religiosa como na que estamos tratando
neste tópico.

Sendo assim, pense comigo: uma instituição imune pelo art. 150, VI, c,
possui um terreno baldio, para o qual não foi dada nenhuma finalidade. Estaria
tal terreno imune sobre os IPTU? É claro que não, pois não está relacionado à
finalidade da entidade. Vejamos:

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"Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da


entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da
Constituição Federal. Precedentes. 11

(STF, RE 375. 715-ED/DF, Segunda Turma, Rei. Min. Ellen gracie, Julgamento
em 31/08/2010)

m
I Questão 20 - INÉDITA/2014

co
O simples fato de uma entidade estar enquadrada no art. 150, VI, "c 111 da
CF/88 torna os imóveis desta imunes ao IPTU. Nesse sentido, os terrenos

il.
baldios também são alcançados pela imunidade.

Comentário: Observe que sempre há a necessidade de vinculação às

as
finalidades essencia is da entidade, para aplicação da imunidade prevista no
art. 150, VI, "c 11 • Por isso, os terrenos baldios, sem qualquer destinação
específica, não são imunes ao IPTU. Questão errada.

br
O STF também já considerou imune em relação ao ICMS incidente sobre a
comercialização de bens produzidos pelas entidades previstas no art. 150, VI,
-
e:
so

"O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 -


ur

EDv/SP, fixou entendimento segundo o qual as entidades de assistência


social são imunes em relação ao ICMS incidente sobre a
comercialização de bens po r elas produzidos, nos termos do art. 150,
nc

VI, "e" da Constituição . Embargos de divergência conhecidos, mas


improvidos. 11
o

(STF, RE 186.175 ED-EDv/SP, Pleno, Rei. Min. Ellen Gracie, Julgamento em


23/08/2006)
.c

Vejamos ainda o seguinte:


w

"Não há invocar, para o fim de ser restringida a apli cação da


w

i munidade, critérios de classificação dos impostos adotados por


normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir
w

entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O


que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado
interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela
imunidade. 11

(STF, RE 203. 755/ES, Segunda Turma, Rei. Min. Carlos Velloso, Julgamento
em 17/09/1996)

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Com base no entendimento de que o que importa é saber se o bem


adquirido no mercado interno ou externo integra o patrimônio da entidade
imune, o STF estendeu a citada imunidade às aquisições no mercado interno:

ICMS . IMUNIDADE. (ART. 150, VI, C, DA CF). AQUISIÇAO DE MERCADORIAS


E SERVIÇOS NO MERCADO INTERNO. ENTIDADE BENEFICENTE. 1. A
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição,

m
compreende as aquisições de produtos no mercado interno , desde
que os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades

co
beneficentes. 2. Agravo regimental improvido.

(STF, AI 535. 922-AgR/RS, Segunda Turma, Rei. Min. Ellen Gracie,

il.
Julqamento em 30/09/2008)

as
No que se refere à figura do contribuinte de fato (adquirente de
mercadorias ou serviços), o entendimento do STF é o mesmo aplicável à
imunidade recíproca (também visto nesta aula):

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO br DE INSTRUMENTO.


TRIBUTÁRIO. ICMS. ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS. IMUNIDADE
-
RECÍPROCA. IMPOSSIBLIDADE. BENEFÍCIO DA IMUNIDADE NÃO ALCANÇA
so

CONTRIBUINTE DE FATO. AGRAVO IMPROVIDO. 1 - Entidade educacional


que não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviço de
energia elétrica, não tem benefíci o da imunidade em questão, uma
ur

vez que esta não alcança o contribuinte de fato.

(STF, AI 731. 786-AgR/SC, Primeira Turma, Rei. Min. Ricardo Lewandowski,


nc

Julqamento em 19/10/2010)
o

Embora os dois últimos julgados se refiram a situações em que a entidade


imune é contribuinte de fato , há uma diferença entre eles: no AI 535.922, os
.c

bens adquiridos passam a integrar o patrimônio da entidade; no AI 731. 786 se


refere a mero consumo do serviço de energia elétrica.
w

O que você precisa guardar pra prova é o seguinte: se a


w

questão mencionar que o bem foi adquirido e passou a


integrar o patrimônio da entidade, haverá imunidade. Por
outro lado, se houver apenas menção de que a entidade
w

está na posição do contribuinte de fato, não haverá


imunidade.

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Sobre operações de importação, assim decidiu a Suprema Corte :

EMENTA: TRIBUTARIO. ICMS. IMUNIDADE. OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO DE


MERCADORIA REALIZADA POR ENTIDADE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.
AGRAVO IMPROVIDO. I - A jurisprudência da Corte é no sentido de que a
imunidade prevista no art. 150, VI , e, da Constituição Federal
abrange o ICMS incidente sobre a importação de mercadorias

m
utilizadas na prestação de seus serviços específicos. II - Agravo
improvido.

co
(STF, AI 669.257-AgR/RS, Primeira Turma , Rei. Min. Ricardo Lewandowski,
Julgamento em 17/03/2009)

il.
Temos ainda o seguinte:

as
EMENTA: IOF. Imunidade tributária . Instituição de educação sem fins
lucrativos. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição,

br
estende-se ao imposto sobre operações financeiras. Precedente: RE
230.128-AgR, 1ª T., 8.10.2002, Ellen Gracie, DJ 8.11.2002.
-
(STF, RE 192.899/MG, Primeira Turma, Rei. Min. Sepúlveda Pertence,
so

Julgamento em 20/06/2006)
ur

I Questão 21 - CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃ0/2011

A imunidade tributária conferida aos partidos políticos, às entidades sindicais


nc

dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem


fins lucrativos, não abrange o imposto sobre operações de crédito, câmbio e
seguro, ou as relativas a títulos ou valores mobiliários.
o
.c

Comentário: Conforme posicionamento do STF, a imunidade prevista no art.


150, VI, c, da CF/88, abrange o IOF. Questão errada.
w

Observe que nas operações de importação e financeiras também há


similaridade com a imunidade recíproca.
w

No tocante às atividades exercidas pelas entidades imunes, o STF já


w

estendeu o conceito ao ensino de línguas estrangeiras, conforme o julgado


abaixo:

"O ensino de línguas estrangeiras caracteriza-se como atividade


educacional para aplicação da imunidade tributária (art. 150, VI, c, da
Constituição) . A distinção relevante para fins de aplicação da imunidade
tributária é o conceito de 'atividade assistencial', isto é, a intensidade e a
abrangência da prestação gratuita ou altamente subsidiada do ensino da

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língua inglesa a quem necessitar."

(STF, RMS 24.283-AgR-segundo, Segunda Turma, Rei. Min. Joaquim


Barbosa, Julgamento em 21/09/2010)

Por fim, no que se refere às entidades fechadas de previdência privada

m
que cobram contribuição dos seus beneficiários, também não estão
albergadas pela imunidade ora em apreço . Previdência não é assistência
social e, portanto, o STF entende descabida essa equiparação.

co
Por outro lado, caso a entidade fechada de previdência privada não cobre
contribuição dos seus beneficiários e seja custeada apenas com recursos do

il.
patrocinador, é possível considerá-la imune. Sobre o tema, segue abaixo
importante súmula do STF:

as
SÚMULA STF 730 - A imunidade tributária conferida a instituições de
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição,

houver contribuição dos beneficiários.


- br
somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não
so

' Questão 22 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012

A imunidade tributária conferida pela CF a instituições de assistência social


ur

sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência


social privada se houver contribuição dos beneficiários.
nc

Comentário: Nos termos da Súmula nº 730 do STF, a imunidade conferida a


instituições de assistência social sem fins lucrativos somente alcança as
entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição
o

dos beneficiários. Questão errada.


.c

1.4 - Imunidade Cultural


w

A imunidade cultural está prevista no art. 150, VI, d, e abrange os livros,


jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
w

Inicialmente, precisamos guardar o seguinte posicionamento do STF a


w

respeito dessa imunidade:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Extraia-se da Constituição Federal, em


interpretação teleológica e integrativa, a maior concretude possível.
IMUNIDADE - "LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A
SUA IMPRESSÃO" - ARTIGO 150, INCISO VI, ALÍNEA "D", DA CARTA DA
REPÚBLICA - INTELIGÊNCIA. A imunidade tributária relativa a livros,
jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e
insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não

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exaustiva.

(STF, RE 202 .149/RS, Primeira Turma, Rei. Min. Menezes Direito, Julgamento
em 26/04/2011)

o
caso em análise refere-se à extensão da imunidade cultural
também às peças sobressalentes para equipamentos de preparo e

m
acabamento de chapas de impressão offset para jornais.

co
Conforme a ementa do RE 202.149/RS, a imunidade tributária
cultural pode ser considerada ampla, sendo utilizada como instrumento de
estímulo à cultura.

il.
No entanto, não era esse o entendimento do STF até então. Cite-se,

as
como exemplo, o texto restritivo da Súmula 657:

SÚMULA STF 657 - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange

periódicos.
- br
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e

Perceba que, à época da edição da referida súmula, nada foi dito a


so

respeito dos outros insumos - que não sejam papel - bem como dos
maquinários.
ur

Da mesma forma , a imunidade cultural também não abrange as tintas


para jornal, conforme o posicionamento explicitado abaixo:
nc

"Ementa: - Imposto de importação. Tinta especial para jornal . Não-


ocorrência de imunidade t ributária. - Esta Corte já firmou o
o

entendimento (a título de exemplo, nos RREE 190. 76 1, 174.476, 203.859,


204.234 e 178.863) de que apenas os materiais relacionados com o
.c

papel - assim, papel fotográfico, inclusive para fotocomposicão por laser,


filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens
w

monocromáticas e papel para telefoto - estão abrangidos pela imunidade


t ributária prevista no artigo 150, VI, "d", da Constituição. ( ... )"
w

(STF, RE 273.308/SP, Segunda Turma, Rei. Min. Moreira Alves, Julgamento


em 22/08/2000)
w

I Questão 23 - INÉDITA/2014

No que se refere à imunidade prevista no art. 150, VI, "d", da CF/88, apesar
de o texto constitucional se referir apenas aos livros, jornais, periódicos e o
papel destinado a sua impressão, o entendimento do STF é o de que a
imunidade alcança também a tinta utilizada para impressão de jornal.

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Comentário: Há entendimento expresso do STF (RE 273.308/SP), no sentido


da não aplicabilidade da imunidade cultural à tinta para jornal. Questão errada.

Você deve estar se perguntando nesse momento : "o que eu devo levar
para a prova?" Boa pergunta, meu amigo!

Como trata-se de um assunto em processo de mudança no entendimento

m
da Suprema Corte, o ideal é que você decore os objetos que estão sendo
tratados em cada julgado. A banca tenderá a cobrar a literalidade.

co
Sendo assim, caso a questão mencione tinta para jornal, você vai
considerar não imune. Se, por outro lado, o examinador redigir a assertiva,
dizendo que a imunidade cultural é ampla, abrangendo produto, maquinário

il.
e insumos, você considera imune! Combinado?

as
Acrescente-se que não há proteção constitucional à prestação de serviços
de composição gráfica a terceiros :

br
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. LIVRO, JORNAL,
PERIÓDICO E O PAPEL DESTINADO À RESPECTIVA IMPRESSÃO. PRETENDIDA
-
EXTENSÃO AOS SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA E DE IMPRESSÃO
POSTOS À DISPOSIÇÃO DO MERCADO CONSUMIDOR. IMPOSSIBILIDADE.
so

ART. 150, VI, D DA CONSTITUIÇÃO. A imunidade tributária prevista no


art. 150, VI, d da Constituição não alcança os serviços de composição
gráfica ou de impressão onerosos, oferecidos a terceiros
ur

interessados .
nc

(STF, RE 723.018-AgR/MG,Segunda Turma, Rei. Min. Joaquim Barbosa,


Julqamento em 06/03/2012)
o

I Questão 24 - CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
.c

A imunidade tributária conferida aos livros, jornais, periódicos e papel


w

destinado à sua impressão estende-se aos serviços de composição gráfica


necessários à composição do produto final.
w

Comentário: Conforme o entendimento do STF, não há extensão da


imunidade cultural aos serviços de composição gráfica. Dessa forma, a questão
w

está errada.

Faz-se necessário saber também que a imunidade cultural é objetiva, não


se estendendo, por exemplo, às editoras, aos autores etc.

EMENTA: TRIBUTARIO. ANISTIA DO ART. 150, VI, D, DA CONSTITUIÇAO


FEDERAL. IPMF. EMPRESA DEDICADA À EDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DE LIVROS, JORNAIS, REVISTAS E PERIÓDICOS.

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Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de comunicação e


informação escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, portanto, de
natureza objetiva, razão pela qual não se estende às editoras, autores,
empresas jornalísticas ou de publicidade - - que permanecem sujeitas
à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos.
Consequentemente, não há falar em imunidade ao tributo sob enfoque, que
incide sobre atos subjetivados (movimentação ou transmissão de valores e

m
de créditos e direitos de natureza financeira). Recurso conhecido e provido.

co
(RE 206. 774, Rei. Min. limar Galvão, iulqamento em 3/8/1999)

Ainda sobre o conceito objetivo da imunidade cultural, a jurisprudência do

il.
STF é firme no sentido de que os serviços de distribuição de livros,
jornais e periódicos não são considerados imunes :

as
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINARIO.
TRIBUTÁRIO. ISS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ALÍNEA " D" DO INCISO VI DO
ART. 150 DA CONSTITUIÇÃO
br
REPUBLICANA. DISTRIBUIÇÃO
PERIÓDICOS, REVISTAS, PUBLICAÇÕES, JORNAIS E LIVROS. NÃO
ABRANGÊNCIA. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que me
- DE

parece juridicamente correta, é firme no sentido de que a distribuição


so

de periódicos, revistas, publicações, jornais e livros não está


abrangida pela imunidade tributária da alínea "d" do inciso VI do art.
150 do Magno Texto 2. Agravo regimental desprovido.
ur

(STF, RE 630.462-AgR/PR, Segunda Turma, Rei. Min. Ayres Britto,


Julqamento em 07/02/2012)
nc

Nesse mesmo sentido, não são consideradas imunes as operações


o

financeiras realizadas pelas empresas que fabricam os produtos imunes:


.c

"Ementa: ( ... ) II - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Lei Maior


não abrange as operações financeiras realizadas pela agravante. III -
w

Agravo regimental improvido ."


w

(STF, RE 504.615-AgR/SP, Primeira Turma, Rei. Min. Ricardo Lewandowski,


Julgamento em 03/05/2011)
w

Além disso, não há que se falar em análise do valor cultural, como


requisito para conceder a imunidade. Nessa linha, temos o seguinte julgado:

"EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTARIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, "D"


DA CF/88. " ÁLBUM DE FIGURINHA" . ADMISSIBILIDADE. 1. A imunidade
tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de

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expressão intelectual , artística, científica e de comunicação, bem como


facilitar o acesso da população à cultura, à informação e à educação. 2. O
Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao
valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à
qualidade cultural de uma publicação. ( ... )"

(STF, RE 221.239/SP, Rei. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25/05/2004)

m
De acordo com o STF, " os álbuns de figurinhas e os respectivos

co
cromos adesivos estão alcançados pela imunidade tributária prevista
no art. 150, VI, "d", da Constituição Federal".

il.
A referida imunidade também abrange as apostilas:

as
"EMENTA: IMUNIDADE. IMPOSTOS. LIVROS, JORNAIS, PERIODICOS E PAPEL
DESTINADO À IMPRESSÃO. APOSTILAS. O preceito da alínea "d" do inciso VI
do artigo 150 da Carta da República alcança as chamadas apostilas,

br
veículo de transmissão de cultura simplificado."

(STF,RE 183.403/SP, Segunda Turma, Rei. Min. Marco Aurélio, Julgamento


-
em 07/ 11/2000)
so

O julgado acima trata das apostilas impressas, mas não de apostilas


virtuais, como o CESPE já abordou na questão abaixo:
ur

I Questão 25 - CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
nc

Manuais técnicos no formato de apostilas virtuais não gozam da imunidade


tributária conferida aos livros, visto que só é considerado livro, para efeitos
o

fiscais, o que pode ser impresso e identificado como tal.


.c

Comentário: Como foi estudado até o momento, o STF somente possui


jurisprudência pacífica no que se refere às apostilas impressas. No que se
w

refere a livros, jornais e revistas eletrônicos, o tema será decidido com


repercussão geral no RE 330.817/ RJ. Por hora, a meu ver, a questão deveria
w

ter sido considerada correta pelo CESPE. Poderíamos até forçar algumas
interpretações, mas isso não vem ao caso. Questão errada.
w

Destaque-se que a inserção de anúncios e publicidade em listas


telefônicas, com o objetivo de permitir a divulgação das informações a custo
zero para os assinantes, não descaracteriza a imunidade em tela:

"EMENTA: IMUNIDADE. LISTAS TELEFONICAS. ANUNCIO E PUBLICIDADE. O


fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e
publicidade não afasta o benefício constitucional da imunidade. A
inserção visa a permitir a divulgação das informações necessárias ao

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serviço público a custo zero para os assinantes ( ... )."

(RE 199.183/SP, Rei. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17/4/1998)

I Questão 26 - INÉDITA/2014

m
O fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade
afasta o benefício constitucional da imunidade.

co
Comentário: Não foi isso que estudamos. De acordo com o STF, o fato de as
listas telefônicas veicularem anúncios não afasta a imunidade do art. 150, VI,

il.
"d". O objetivo da publicidade é permitir a divulgação das listas a custo zero
para os assinantes. Questão errada.

as
No entanto, é de se ressaltar que os encartes de propaganda com
exclusiva índole comercial não podem ser considerados imunes, como vemos a
seguir:
- br
"EMENTA: TRIBUTARIO. ENCARTES DE PROPAGANDA DISTRIBUIDOS COM
JORNAIS E PERIÓDICOS. ISS. ART. 150, VI, d, DA CONSTITUIÇÃO. Veículo
so
publicitário que, em face de sua natureza propagandística , de exclusiva
índole comercial, não pode ser considerado como destinado à cultura
e à educação, razão pela qual não está abrangido pela imunidade de
ur

impostos prevista no dispositivo constitucional sob referência, a qual,


ademais, não se estenderia, de qualquer forma, às empresas por eles
responsáveis, no que concerne à renda bruta auferida pelo serviço prestado e
nc

ao lucro líquido obtido."

(RE 213.094/ES, Rei. Min. limar Galvão, iulqamento em 22/6/1999)


o

1.5 - Demais Imunidades da CF /88


.c

Vamos tratar neste tópico dos principais julgados, referentes às demais


w

imunidades distribuídas no texto constitucional.


w

5. Vilipêndio do dever fundamental de prestação de serviços de saúde (art.


196 da Constituição), pois o bem tributado é equipamento médico (sistema
w

de tomografia computadorizada). Impossibilidade. Não há imunidade à


tri butação de operações ou bens relacionados à saúde. Leitura do
princípio da seletividade.

(STF, RE 429.306/PR, Segunda Turma, Rei. Min. Joaquim Barbosa,


Julqamento 01/02/2011)

Para facilitar a compreensão, segue abaixo trecho do voto do Min. Rei.


Joaquim Barbosa:

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O princípio da seletividade impõe que o poder público gradua a carga


tributária conforme a essencialidade da operação ou do produto. Isto
não significa haver imunidade, ainda que as operações ou os bens
sejam essenciais ao ser humano. Em especial, há que ser
considerado o princípio da capacidade contributiva, da concorrência e da
livre iniciativa, considerado o postulado da solidariedade no custeio das
atividades estatais.

m
Sobre o assunto, o CESPE já cobrou a seguinte assertiva:

co
I Questão 27 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

il.
Conforme jurisprudência do STF fundamentada no princípio da seletividade,
operações e bens relacionados à saúde são imunes a tributação .

as
Comentário : Não há que se alegar que os bens essenciais ao ser humano
devem ser imunes, por conta do princípio da seletividade. Há outros princípios

br
que devem ser levados em consideração, como o da capacidade contributiva,
da concorrência e da livre iniciativa. Questão errada.
-
Outro ponto a ser destacado diz respeito à imunidade sobre as
so

contribuições sociais bem como as CIDE, no que se refere a operações de


exportação:
ur

"Ementa: ( ... ) 4. A imunidade prevista no art. 149, § 2°, I, da


Constituição, introduzida pela Emenda Constitucional nº 33/2001,
não alcança a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) , haja
nc

vista a distinção ontológica entre os conceitos de lucro e receita. ( ... ) 7. A


norma de exoneração tributária prevista no art. 149, § 2°, I, da
Constituição também não alcança a Contribuição Provisória sobre
o

Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de


.c

Natureza Financeira (CPMF) , pois o referido tributo não se vincula


diretamente à operação de exportação. A exação não incide sobre o
resultado imediato da operação, mas sobre operações financeiras
w

posteriormente realizadas. 8. Recurso extraordinário a que se nega


provimento."
w

(STF, RE 474.132/SC, Pleno, Rei. Min Gilmar Mendes, Julgamento em


w

12/08/20 10)

Veja que, para o STF, o conceito de exportação é restrito, não se


entendendo para outras situações decorrentes daquela.

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lQuestão 28 - INÉDITA/2014
O STF entende que a imunidade referente às contribuições soc1a1s e
contribuições de intervenção no domínio econômico sobre receitas decorrentes
de operações de exportação abrange também a Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido, dado que o lucro pressupõe receita.

m
Comentário: O entendimento do STF é o de que somente a operação
diretamente relacionada à exportação está imune à tributação. Questão

co
errada.

No que se refere à imunidade prevista no art. 195, § 7º, da CF/88, é

il.
importante destacar alguns entendimentos já firmados pelo STF e que foram
objeto de cobrança na última prova para Auditor-Fiscal da Receita Federal,

as
aplicada em 2014.

Conforme preceitua o referido dispositivo, são imunes de contribuição

que atendidos os requisitos da lei.


- br
para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social, desde

A lei 12.101/2009, que regulamentou as regras de constituição e


so

funcionamento das entidades imunes, exigiu a emissão de um certificado para


que reconhece aptidão delas para gozar da imunidade. O certificado ao qual
estamos nos referindo é o CEBAS (Certificado de Entidade Beneficente de
ur

Assistência Social).

Ocorre que periodicamente, a entidade imune deve renovar o CEBAS,


nc

seguindo as regras vigentes no momento da renovação, caso haja alguma


alteração.
o

Sobre o tema, vejamos a seguinte ementa do STF:


.c

1. Nenhuma imunidade tributária é absoluta , e o reconhecimento da


observância aos requisitos legais que ensejam a proteção constitucional
w

dependem da incidência da norma aplicável no momento e m que o


controle da regularidade é executado, na periodicidade indicada pelo
w

regime de regência. 2. Não há direito adquirido a regime jurídico


relativo à imunidade tributária. A concessão de Certificado de Entidade
w

Beneficente - Cebas não imuniza a instituição contra novas verificações ou


exigências, nos termos do regime jurídico aplicável no momento em
que o controle é efetuado. Relação jurídica de trato sucessivo. 3. O art.
1o, § 1o do Decreto-lei 1. 752/1977 não afasta a obrigação de a entidade se
adequar a novos regimes jurídicos pertinentes ao reconhecimento dos
requisitos que levam à proteção pela imunidade tributária. ( ... )

(STF, Segunda Turma, RMS 26.932/DF, Rei. Min. Joaquim Barbosa,


Julgamento em 01/12/2009)

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De acordo com o que foi exposto, o STF entende que não ofende a CF/88
a exigência de emissão e renovação periódica do CEBAS . Neste caso, não há
direito adquirido ao regime jurídico relativo à imunidade tributária, isto
é, em caso de renovação, a entidade se sujeita às novas leis que porventura
tenham alterado os requisitos e condições para renovação do CEBAS.

Explique-se melhor: para a emissão do CEBAS, a entidade deve se

m
adequar aos requisitos legais naquele momento. Posteriormente, na época da
renovação, não há alegação de direito adquirido ao regime jurídico
anterior, ou seja, devendo se sujeitar à legislação superveniente .

co
Vamos ver como a ESAF cobrou ?

il.
I Questão 29 - ESAF/AFRFB/2014

as
O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que a

br
jurisprudência do STF é no sentido de afirmar a existência de direito adquirido
ao regime jurídico da imunidade das entidades filantrópicas .
-
Comentário: Não há direito adquirido ao regime jurídico da imunidade. Nesse
so

sentido, se a entidade desejar renovar o CEBAS, fica obrigada a cumprir os


requisitos previstos em legislação superveniente. Questão errada.
ur

I Questão 30 - ESAF/AFRFB/2014

O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que


nc

gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que a


exigência de renovação periódica do CEBAS, por parte das entidades
filantrópicas, a cada três anos, ofende o disposto na Constituição Federal.
o
.c

Comentário: De acordo com o STF, não há qualquer violação à CF/88 a


exigência de renovação periódica do CEBAS. Questão errada .
w

Por fim, ressaltamos o entendimento do STF no sentido de que a


entidade que satisfaz os requisitos da lei, faz jus à imunidade, não podendo ser
w

obstada por autoridade administrativa, com o objetivo de restringir a eficácia


do disposto no art. 195, § 7º, da CF/88 (norma que prevê a imunidade):
w

A Associação Paulista da Igreja Adventista do Sétimo Dia, por qualificar-se


como entidade beneficente de assistência social - e por também atender,
de modo integral, as exigências estabelecidas em lei - tem direito
irrecusável ao benefício extraordinário da imunidade subjetiva
relativa às contribuições pertinentes à seguridade social.
( ... )
Tratando-se de imunidade - que decorre, em função de sua natureza mesma,

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do próprio texto constitucional - , revela-se evidente a absoluta


impossibilidade jurídica de a autoridade executiva, mediante
deliberação de índole administrativa, restringir a eficácia do preceito
inscrito no art. 195, § 7° , da Carta Política, para, em função de exegese
que claramente distorce a teleologia da prerrogativa fundamental em
Referência, negar, à entidade beneficente de assistência social que satisfaz
os requisitos da lei, o benefício que lhe é assegurado no mais elevado plano

m
normativo.

co
(STF, Primeira Turma, RMS 22.192/DF, Rei. Min. Celso de Mello, Julgamento
em 28/11/1995)

il.
Sobre tal assunto, a ESAF já se manifestou da seguinte maneira:

as
' Questão 31 - ESAF/AFRFB/2014

O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que

br
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que
tratando-se de imunidade - que decorre, em função de sua natureza mesma,
do próprio texto constitucional -, revela-se evidente a absoluta impossibilidade
-
jurídica de, mediante deliberação de índole legislativa, restringir a eficácia do
so

preceito.

Comentário: O texto foi retirado das decisões do STF, e a banca alterou


ur

"índole administrativa" por " índole legislativa". Pura malícia do examinador.


Contudo, bastava conhecer o conceito dos serviços assistenciais para acertar
nc

esta questão. Questão errada.


o

2 - ASSUNTO EXTRA
.c

Colega concurseiro, ao lançar o curso, eu cne1 um compromisso em


w

buscar prepará-lo ao máximo para ser aprovado nesse concurso. Por esse
motivo, mesmo não se tratando de jurisprudência, trago até você uma grande
novidade na seara do Direito Tributário, passível de ser cobrada em provas.
w

Refiro-me a uma emenda constitucional recente, que afeta diretamente o


w

tema estudado na aula de hoje. Trata-se da EC 75/2013, denominada PEC da


Música. Vamos ver o que diz o seu texto:

"Art. 1° O inciso VI do art. 150 da Constituição Federal passa a vigorar


acrescido da seguinte alínea e:

VI . instituir impostos sobre:

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e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil


contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo
na etapa de replicação industria/ de mídias ópticas de leitura a
laser. "

m
O que isso significa? A emenda trouxe mais uma imunidade
tributária.

co
Sabendo que imunidade é uma forma de não incidência
constitucionalmente qualificada, qual seria, portanto, a limitação imposta ao
Estado pela EC 75/2013? Ora, está vedado a todos os entes federativos

il.
instituir impostos (e não tributos, como as bancas adoram cobrar) sobre
fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras

as
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham.

br
Destaque-se que a etapa de replicação industrial de mídias ópticas
de leitura a laser foi excepcionada, não estando, por conseguinte,
-
imune aos impostos.
so

Para facilitar a memorização de tal exceção, faz-se necessário entender o


motivo de ela ter sido incluída no texto constitucional. Levando em
ur

consideração que a grande maioria dos CDs e DVDs fabricados no Brasil sai da
Zona Franca de Manaus, o que houve foi a tentativa de manter aquele pólo
industrial atrativo para as empresas.
nc

Explique-se melhor: caso o processo de replicação se tornasse imune,


não haveria motivo para as fábricas responsáveis por esta etapa industrial
o

continuarem instaladas naquela longínqua região, já que o benefício fiscal lá


.c

concedido, hoje estaria imune em todo o território nacional. Entendeu?

O principal aspecto sobre essa novidade é saber como as bancas podem


w

cobrar este assunto. Eu diria que elas vão permanecer estendendo aos tributos
a imunidade que só abrange impostos, considerando incorreta a assertiva.
w

Outra possibilidade é cobrar a exceção que nós vimos (sobre a replicação


w

das mídias), bem como a restrição de que apenas os fonogramas e


videofonogramas musicais produzidos no Brasil e que contenham
obras de autores brasileiros - e/ou interpretadas por artistas
brasileiros - estão imunes aos impostos.

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Enfim, você deve saber o seguinte:

> Os fonogramas e videofonogramas devem ser produzidos no Brasil;


> As obras não precisam ser dos autores brasileiros. Entretanto, devem ser,
no mínimo, interpretadas por artistas brasileiros;

m
> Abrange os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham;
> A etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser não está
imune.

co
il.
I Questão 32 - INÉDITA/2014

as
Com o advento da Emenda Constitucional 75/2013, conhecida como PEC da
Música, os fonogramas e videofonogramas produzidos no Brasil estão imunes
de impostos.

br
Comentário: Nem todos os fonogramas e videofonogramas produzidos no
Brasil estão imunes de impostos, mas apenas aqueles de autores brasileiros ou
-
interpretados por artistas brasileiros. Lembre-se de que caso os fonogramas
so

sejam de artistas brasileiros, mas não tenham sido produzidos no Brasil, não
há imunidade sobre eles. Questão errada.
ur

Por hoje, é só! Até nosso próximo encontro!


nc

Um grande abraço e bons estudos!


o

Prof. Fábio Outra


.c
w
w
w

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3 - LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

I Questão 01 - CESPE/PROMOTOR-MP-RR/2011

m
Ainda que em gozo de imunidade tributária, a pessoa jurídica não está
dispensada de cumprir obrigações acessórias e de se submeter à fiscalização

co
tributária.

' Questão 02 - INÉDITA/2014

il.
De acordo com o STF, o fato de uma entidade de educação sem fins lucrativos

as
estar imune, por expressa disposição constitucional, não a exime do dever de
recolher o tributo, caso seja eleita, por lei, como responsável pela obrigação
tributária.

br
I Questão 03 - CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃ0/2013
-
so

A imunidade tributária recíproca é princípio garantidor da Federação, motivo


pelo qual não pode ser restringida nem mesmo por emenda constitucional.
ur

' Questão 04 - FD/INÉDITA/2014

Conforme jurisprudência do STF, a imunidade recíproca somente se aplica ao


nc

imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente


beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito.
o
.c

' Questão 05 - CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013


w

O princípio da imunidade tributária recíproca não pode, à luz do


posicionamento firmado pelo STF, ser invocado na hipótese de contribuições
w

previdenciárias.
w

' Questão 06 - INÉDITA/2014

De acordo com a Constituição Federal de 1988, é vedado à União, aos Estados,


ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre patrimônio, renda
ou serviços, uns dos outros.

I Questão 07 - ESAF/PGFN/2012

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Sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto


não é abrangida pela imunidade tributária recíproca.

I Questão 08 - INÉDITA/2014

De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Casa da Moeda


do Brasil (CMB), empresa pública delegatária do serviço público de emissão de

m
papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas telefônicas e
impressão de selos postais, é considerada imune pelo art. 150, VI, a, da

co
CF/88.

I Questão 09 - ESAF/PGFN/2012-Adaptada

il.
A imunidade recíproca, em alguns casos, pode ter como efeito colateral

as
relevante a relativização dos princípios da livre concorrência e do exercício de
atividade profissional ou econômica lícita.

I Questão 10 - ESAF/PROC.-TCE-G0/2007
- br
A empresa pública Caixa Econômica Federal, que exerce atividade econômica,
so

é abrangida pela imunidade tributária recíproca, não se sujeitando ao


pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores incidentes
sobre seus carros.
ur

I Questão 11 - ESAF/PGFN/2012
nc

É relevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a


circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio
estatal.
o
.c

I Questão 12 - ESAF/PGFN/2012
w

O reconhecimento da imunidade tributária recíproca às operações financeiras


não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento
w

adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade


fiscal poderá, sendo o caso, constituir o crédito tributário e tomar as demais
w

medidas legais cabíveis.

I Questão 13 - INÉDITA/2014

Da mesma forma que o STF concedeu imunidade recíproca à OAB, por


desempenhar atividade própria de Estado, a Corte também estendeu a
limitação constitucional à Caixa de Assistência de Advogados, por pertencer a
estrutura da OAB.

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I Questão 14 - ESAF/PGFN/2012

Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da


imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo
jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação

m
objetiva da propriedade do bem.

co
I Questão 15 - ESAF/ISS-RJ/2010

De acordo com o entendimento do STF, a imunidade dos "templos de qualquer

il.
culto" tem interpretação ampla e finalística.

as
I Questão 16 - CESPE/Juiz-TJ-CE/2012

br
Ao interpretar o dispositivo constitucional que veda a instituição de imposto
sobre templos de qualquer culto, o STF entende que a imunidade limita-se aos
prédios destinados ao culto.
-
so

I Questão 17 - INÉDITA/2014

Conforme pacífica jurisprudência do STF, a imunidade religiosa alcança as lojas


ur

maçônicas.
nc

I Questão 18 - CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012

A imunidade tributária conferida pela CF ao patrimônio, renda ou serviços dos


o

partidos políticos, inclusive suas fundações , às entidades sindicais dos


trabalhadores, às instituições de educação e de assistência social, sem fins
.c

lucrativos, não se aplica aos imóveis alugados a terceiros, ainda que o valor
deles decorrente seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
w

I Questão 19 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
w

O imóvel pertencente a partido político permanece imune ao IPTU, ainda


w

quando alugado a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades essenciais dessa entidade.

I Questão 20 - INÉDITA/2014

O simples fato de uma entidade estar enquadrada no art. 150, VI, "c", da
CF/88 torna os imóveis desta imunes ao IPTU. Nesse sentido, os terrenos
baldios também são alcançados pela imunidade.

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1Questão 21 - CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃ0/2011

A imunidade tributária conferida aos partidos políticos, às entidades sindicais


dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem
fins lucrativos, não abrange o imposto sobre operações de crédito, câmbio e
seguro, ou as relativas a títulos ou valores mobiliários.

m
f Questão 22 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012

co
A imunidade tributária conferida pela CF a instituições de assistência social
sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência

il.
social privada se houver contribuição dos beneficiários.

f Questão 23 - INÉDITA/2014

as
No que se refere à imunidade prevista no art. 150, VI, " d", da CF/88, apesar

br
de o texto constitucional se referir apenas aos livros, jornais, periódicos e o
papel destinado a sua impressão, o entendimento do STF é o de que a
imunidade alcança também a tinta utilizada para impressão de jornal.
-
so

I Questão 24 - CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012

A imunidade tributária conferida aos livros, jornais, periódicos e papel


ur

destinado à sua impressão estende-se aos serviços de composição gráfica


necessários à composição do produto final.
nc

f Questão 25 - CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
o

Manuais técnicos no formato de apostilas virtuais não gozam da imunidade


tributária conferida aos livros, visto que só é considerado livro, para efeitos
.c

fiscais, o que pode ser impresso e identificado como tal.


w

f Questão 26 - INÉDITA/2014
w

O fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade


afasta o benefício constitucional da imunidade.
w

' Questão 27 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013

Conforme jurisprudência do STF fundamentada no princípio da seletividade,


operações e bens relacionados à saúde são imunes a tributação .

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l Questão 28 - INÉDITA/2014

O STF entende que a imunidade referente às contribuições soc1a1s e


contribuições de intervenção no domínio econômico sobre receitas decorrentes
de operações de exportação abrange também a Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido, dado que o lucro pressupõe receita.

m
f Questão 29 - ESAF/ AFRFB/2014

co
O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que a

il.
jurisprudência do STF é no sentido de afirmar a existência de direito adquirido
ao regime jurídico da imunidade das entidades filantrópicas.

as
I Questão 30 - ESAF/AFRFB/2014

br
O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que
gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no sentido de que a
exigência de renovação periódica do CEBAS, por parte das entidades
-
filantrópicas, a cada três anos, ofende o disposto na Constituição Federal.
so

1Questão 31 - ESAF / AFRFB/2014


ur

O entendimento do Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que


gozam as entidades beneficentes de assistência social , é no sentido de que
tratando-se de imunidade - que decorre, em função de sua natureza mesma,
nc

do próprio texto constitucional -, revela-se evidente a absoluta impossibilidade


jurídica de, mediante deliberação de índole legislativa, restringir a eficácia do
preceito.
o
.c

I Questão 32 - INÉDITA/2014
w

Com o advento da Emenda Constitucional 75/2013, conhecida como PEC da


Música, os fonogramas e videofonogramas produzidos no Brasil estão imunes
w

de impostos.
w

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4 - GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

1 CORRETA

m
2 CORRETA
3 CORRETA
4 CORRETA

co
5 CORRETA
6 ERRADA

il.
7 ERRADA
8 CORRETA
9 ERRADA

as
10 ERRADA
11 ERRADA
12 ERRADA
13
14
- br
ERRADA
CORRETA
15 CORRETA
so

16 ERRADA
17 ERRADA
18 ERRADA
ur

19 CORRETA
20 ERRADA
21 ERRADA
nc

22 ERRADA
23 ERRADA
24 ERRADA
o

,.-

' 25 ERRADA
.c

26 ERRADA
27 ERRADA
w

28 ERRADA
29 ERRADA
30 ERRADA
w

31 ERRADA
32 ERRADA
w

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