SUMARIO
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INET OMUCEO wesesseseecsessesesseesessesessessesrssnssesssereerssseesece 9
1. As leis nao escritas de um ritual......eeseccseesseens 15
2. Uma 6tica eee ceeseseseseeeees 25
3. O interesse moderno pela hospitalidade........ rd
4. Um campo de estudo...scesceccscssesesetseeneee 49
5. As ciéncias da hospitalidade. 67
Considerag6es findis .....seccccsccsecscsscesseessesseseseeseseses 85
Referéncias bibliogrdficas ....scccceccccescessssssessesseareeee 91
SODPE:G QUO sssxssivecosannssnearaesiesnevssesesopoviversaesciliessn 95INTRODUCAO
A FORCA DE UMA PALAVRA
a apenas cinco anos, defrontei-me seriamente
H com a questéo da hospitalidade. Digo seriamente
porque, na verdade, quando trabalhei na elaboracao
de um projeto pedagégico de um curso de hotelaria, ainda
em 1997, senti pela primeira vez o apelo do termo. Nao
podia aceitar (nem posso hoje) que um curso de ba-
charelado, atrelado a 4rea de humanidades, viesse a se
transformar em mais uma das infinitas especializag6es
da administracao.
As ciéncias da gestéo trouxeram imensos beneficios
para a humanidade. Estudioso do lazer, como sou, nunca
me esqueco da assertiva de meu mestre Joffre Dumazedier:
mais do que os movimentos sociais da época, mais do
que a pressio dos grandes pensadores do século xix, mais
do que as lutas sangrentas dos trabalhadores, foram as10 @ Colegdo ABC do Turismo
‘
ciéncias da gestao que libertaram o homem da escravidao
do trabalho, mesmo que muitos trabalhadores (os do topo
e os da base) ainda permanecam nessa condicaéo. Mesmo
que este fosse 0 tinico beneficio aportado 4 humanidade
por essas ciéncias, a redugao da jornada de trabalho de
3.500 horas do final do século xx para as atuais 1.800
horas (Brasil) e 1.600 (paises desenvolvidos) ja seria um
resultado glorioso.
Pensei, entdo, a época, que a tnica safda para a ho-
telaria seria vincular-se a um campo da pratica social - a
vivéncia dos tempos e espacos da cultura, da viagem, da
mudanca de paisagem, de ritmo e de estilo de vida. O da
hotelaria... por que ndo a hospitalidade?
E 14 surgiu da minha pena (virtual) pela primeira
vez a palavra hospitalidade. O que significava? Que
desdobramentos 0 conceito trazia para o curso? Ainda
nao tinha respostas. Mas a palavra ld ficou, como que
na espera de um futuro encontro. Melhor: na certeza de
um futuro encontro.
No nosso mundo de imagens, no qual as palavras,
principalmente escritas, parecem fadadas ao desapa-
recimento, 6 bom que se tenha em mente a forga do
“verbo”, mesmo além (ou aquém) de qualquer convicgao
(ou veleidade) religiosa. O que € hospitalidade? Quais
as decorréncias de sua aceitagéo como instrumento do
conhecimento cientifico? Nao sabia. Apenas sentia 0
Hospitalidade @ ML
poder heuristico da palavra, sua capacidade de desvendar
territorios do conhecimento.
Essa oportunidade surgiu em maio de 2001, quando
fui convidad a participar de um programa de mestrado
em... Hospitalidade, da Universidade Anhembi Morumbi.
Finalmente! Entretanto, logo percebi que a concep¢géo
do programa estava na mesma situagao. Apenas intufa e
apostava na forca do conceito. Bibliografia? Praticamente
nada! As primeiras pesquisas mostraram apenas dois con-
textos de utilizagdo do termo: no pensamento religioso e
na propria hotelaria. No mundo académico, aparentemen-
te tudo o que se conhecia era o pensamento de Jacques
Derrida, mas a sua preocupagao, os migrantes, parecia
entéo muito distante de quem, como nds, na realidade
se ocupava do turismo e da hotelaria.
Na ocasiao, procurei o famoso Ensaio sobre a dddiva
eo dom, de Marcel Mauss. Dai ao pensamento do grupo
de Alain Montandon, na Franca, ao texto de Lashley e
Morrison (de cuja traducao a Editora Manole me con-
fiou a revisdo) e pouco a pouco comegaram a brotar as
lexSes que deram origem a uma pesquisa sistematica.
‘fe A CAPES aprovou a nossa proposta foi certamente
ue nossas primeiras reflexes apontavam para um
promissor.
livro retrata o meu esforco particular na monta-
ferencial tedrico desse programa de mestrado