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3 INTRODUÇÃO
4 UNIDADE 1 - Os fundamentos de finanças para gerenciar projetos
8 1.1 O projeto de viabilidade – primeiro passo na direção do projeto “verdadeiro”

10 UNIDADE 2 - Gerenciando custos para evitar perdas financeiras


15 UNIDADE 3 - O gerenciamento de riscos em projetos
18 3.1 As técnicas

18 3.1.1 Brainstorming

19 3.1.2 Técnica Delphi

SUMÁRIO
19 3.1.3 Entrevistas

20 3.1.4 A matriz SWOT

22 UNIDADE 4 - Indicadores financeiros que compõem a análise da viabilidade de projetos


38 REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO

Um projeto é definido por seus obje- dar prosseguimento ou abortar os estu-


tivos (definidos e tangíveis), o limite de dos de um projeto.
tempo (tem um começo e um fim) e re-
Quando da tomada de uma decisão
cursos (financeiros), sendo aplicados em
estratégica, incluindo-se aqui a implan-
situações em que mesmo as ações do
tação de um projeto, os gestores, prin-
dia-a-dia trazem surpresas. Ele envolve
cipalmente aqueles voltados para a área
ainda um conjunto determinado de re-
de finanças, têm à sua disposição diver-
cursos humanos, financeiros e materiais
sas ferramentas ou tipos de análise fi-
que devem ser otimizados para atingir os
nanceira que são úteis e habitualmente
objetivos dentro do prazo estipulado.
utilizáveis na análise de problemas e de
Assim mediante a concorrência que casos na administração financeira. Den-
prevalece no mercado atual, as empresas tre essas ferramentas podemos citar os
além de buscar a minimização dos custos indicadores financeiros, os quais avaliam
e a maximização dos lucros, estão traba- a condição financeira global de uma orga-
lhando com o desenvolvimento de novos nização.
projetos, pois este tem sido um dos cami-
Analisar o ponto de equilíbrio é outra
nhos para que a organização se eleve a
ferramenta, e sucessivamente temos o
um patamar excelente e seja considera-
valor presente líquido – VPL, a taxa inter-
da arrojada, líder, empreendedora, futu-
na de retorno – TIR, Payback, o retorno
rista até!.
de investimento - ROI, etc.
Nesse contexto, o profissional que
Ressaltamos que o assunto, o qual en-
atua na área de negócios e mais preci-
volve muito da contabilidade financeira
samente no gerenciamento de projetos
e fórmulas matemáticas, não se esgota
precisa dominar métodos e cálculos do
no tempo e espaço dispensado por essa
custo de capital que irão dizer se um pro-
apostila.
jeto será lucrativo e irá agregar valor para
uma organização; precisando igualmente Ao final desta compilação estão as re-
lidar com riscos e incertezas, o qual ocor- ferências bibliográficas utilizadas no de-
re por meio da análise da sensibilidade correr da apostila que também servem
dos resultados do projeto. de leitura para aprofundamento do tema
e para sanar lacunas que possam surgir
Nenhuma organização que tenha visão
ao longo do curso.
de futuro e busque o reconhecimento no
mercado envolve-se em projetos sem Desejamos a todos boa leitura!
antes estar de posse de uma minuciosa
análise da viabilidade econômico-finan-
ceira do projeto que pretende implantar.
Essa análise é, então, de fundamental
importância no processo de decisão de
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UNIDADE 1 - Os fundamentos de finanças
para gerenciar projetos
As decisões estratégicas, por sua pró- uma organização, além de abranger a ad-
pria natureza, são caracterizadas por ris- ministração do caixa, diz respeito à admi-
co e incerteza consideráveis. O cenário nistração do crédito e das decisões sobre
nacional em termos de economia e políti- os investimentos de capital.
ca apresenta mudanças rápidas e ampla-
Em se tratando de projetos, Morelli
mente imprevisíveis, situações estas que
(2007) pondera que a Gestão de Projetos
podem transformar rapidamente mesmo
no Brasil, começou a ser encarada com pro-
os planos mais bem concebidos e elabora-
fissionalismo aproximadamente 10 anos
dos, em estratégias ineficazes.
atrás, quando o Brasil passou por uma cri-
Desse modo, para tomar uma decisão, se sem precedentes, ocasionada também
principalmente em tempos atuais, de glo- pela turbulência internacional devido às
balização, quando o mercado financeiro condições econômicas vigentes em vários
muda de “humor” a todo o momento, os países de vários continentes, principal-
gestores precisam, além de muita aten- mente devido às duas últimas recessões
ção, aprender a conviver com as incerte- econômicas nos Estados Unidos em me-
zas, entretanto, não podem ficar parados ados da década de 90,1 situação que rea-
e precisam desenvolver novos projetos firma a importância de se trabalhar com
que levam a organização a se diferenciar segurança, procurando calcular os riscos,
e firmar no mercado. uma vez que o mercado vive instável.

Para Gitman (2002), o risco, em seu sen- Continuando o pensamento de Morelli,


tido fundamental, pode ser definido como naquela oportunidade, as organizações
a possibilidade de prejuízo financeiro. Os tiveram que reavaliar os seus processos
ativos, que possuem grandes possibili- de produção, de custos e de planejamen-
dades de prejuízos, são vistos como mais to, para que seus produtos agregassem
arriscados que aqueles com menos possi- qualidade, custos reduzidos e entrega
bilidades de prejuízo. Mais formalmente, dentro dos prazos estabelecidos pelos
o termo risco é usado como incerteza, ao compradores, visando a competitividade
referir-se à variabilidade de retornos as- internacional. Para que esses objetivos
sociada a um dado ativo. O risco e a incer- pudessem ser alcançados, as empresas
teza, embora ligados, são noções distin- que já haviam anteriormente investido
tas: são ligados, no sentido de que o risco
de um projeto de investimento é a conse- 1- No momento em que esta apostila está sendo compilada, o UOL
quência da incerteza e são distintos, uma Economia, noticia possibilidades de uma nova crise nos Estados
Unidos, “No domingo, 7 de setembro de 2008, o governo dos EUA
vez que um projeto de investimento com decidiu intervir nas duas principais companhias dos EUA na área
de financiamento imobiliário, a Fannie Mae e a Freddie Mac, que
resultados incertos somente é arriscado haviam registrado prejuízo de US$ 14 bilhões em 12 meses. Além da
quando suscetível de apresentar resulta- intervenção, o governo colocou até US$ 200 bilhões à disposição das
empresas em linhas de crédito, medida que, se for levada a cabo até
dos não desejados. o fim, será a maior operação de resgate de empresas das história
dos EUA” (Com informações de France Presse e Reuters), mediante
tal notícia, podemos inferir problemas financeiros em efeito dominó
Nesse sentido a função de finanças em para vários países, inclusive o Brasil.
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em alguns cursos de treinamento em pla- que se destina a atingir um objetivo claro


nejamento e programação, começaram a e definido” (VARGAS, 2000 apud OLIVEI-
aplicar os processos de Gerenciamento de RA, 2003).
projetos, até então pouco difundidos nas
“Esforço único para introduzir ou pro-
organizações.
duzir um novo produto ou serviço confor-
Os resultados alcançados têm mostra- me uma certa especificação. Este esforço
do que as organizações, ao aplicarem as é balizado por alguns parâmetros que in-
práticas de projetos, têm alcançado a ex- cluem tempo, recursos e orçamentos fixo”
celência nos seus negócios. (KNUDSON, BITZ, 1991 apud OLIVEIRA,
2003).
“Não há dúvidas que para a sobrevi-
vência de qualquer empresa em qualquer Baguley (1999 apud Oliveira, 2003)
ramo de atividade, torna-se necessário considera um projeto como uma sequên-
buscar continuamente novas estratégias cia de eventos interligados, que são con-
e contínuo aperfeiçoamento das técnicas duzidos dentro de um período de tempo
de produção, um rígido controle dos pra- limitado, cujo objetivo é alcançar um úni-
zos, dos custos e da qualidade do produto co e bem definido resultado. Salientando
ou do projeto, de forma a colocar produtos ainda que um projeto pode ser classifica-
e serviços nos mercados nacionais e inter- do independentemente de suas dimen-
nacionais, com preços competitivos que sões. Um projeto pode:
venham atender as necessidades exigi-
Ser sobre qualquer coisa que se quei-
das pelos clientes” (MORELLI, 2007, p. 19).
ra e se possa fazer;
Para que possamos entender o geren- Criar coisas que podem ser tangíveis
ciamento de projetos e a importância de ou intangíveis;
analisar sua viabilidade econômico-finan-
ceira, assunto que será amplamente dis- Ser pequeno ou grande – ou qualquer
cutido nas próximas páginas, acreditamos dimensão intermediária;
ser importante apresentar o conceito de
Durar por décadas – ou ser completa-
projeto de alguns autores renomados no
do em alguns dias;
assunto, como veremos abaixo.
Consumir qualquer quantia de recur-
Morelli (2007) cita Gaddis (1959) como sos e dinheiro – de dezenas a bilhões;
o pioneiro a difundir o conceito de proje-
to como “unidade da empresa dedicada a Envolver qualquer número de indiví-
atingir uma meta, geralmente com conclu- duos – de uma só pessoa até uma nação.
são bem sucedida do desenvolvimento de
Enfim, o mais importante é perceber
um produto no prazo, dentro do orçamen- que um projeto está intimamente ligado
to e em conformidade com especificações a parâmetros bem definidos de escopo,
de desempenho predeterminadas” tempo e custo, não importando seu tama-
“Empreendimento não repetitivo, ca- nho. Digo isso porque algumas pessoas
racterizado por uma sequência lógica e pensam que um projeto precisa ser cur-
clara de eventos, com início, meio e fim, e to, com poucos gastos, ao contrário, ficou
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bem claro que independe do tamanho, análises são importantes:


do gasto e do tempo, uma vez que sendo
definidos estes parâmetros, pode, então, 1. A análise de investimentos que con-
ser grande ou pequeno. siste em coletar as informações e aplicar
técnicas de engenharia econômica, consi-
Uma situação é certa: empresas derando as taxas de desconto, os prazos e
grandes têm tendências a desenvol- os valores previstos em um fluxo de caixa.
ver projetos grandes e empresas pe- 2. A análise de viabilidade que está re-
quenas, projetos pequenos. Como diz lacionada especificamente ao estudo de
Oliveira (2003, p. 53): uma nova construção, a qual versa sobre
Isto é intuitivo porque o tamanho e a comparação entre as receitas e as des-
as capacidades da equipe de projeto, pesas da obra considerando o tempo de-
bem como os processos existentes corrido. Se os resultados apontam bene-
nas empresas são apropriados para fícios, o processo pode prosseguir; caso
uma determinada faixa de magnitu- contrário, o projeto deve ser ajustado ou
de de projetos. Quando um projeto é até abandonado.
maior do que o nível de conforto em Segundo o PMBOK® (2004) existem
que uma empresa trabalha, conflitos nove áreas de gerenciamento de proje-
e pressões aparecem e muitas vezes tos, as quais descrevem o gerenciamento
arruínam o andamento deste proje- de projetos em termos de seus processos
to. Logo, é de se esperar uma propor- componentes, sendo que cada um des-
cionalidade natural entre o projeto e ses processos é detalhado e possui uma
a empresa que o executa. abrangência própria, mas integrado com
os demais processos. Ao final forma um
Abaixo temos um esquema típico do ci-
clo de vida de um projeto, segundo Dun- todo único e organizado. São eles:
can (1996 apud OLIVEIRA, 2003). 1. Gerenciamento da Integração do
Projeto – descreve os processos e as ativi-
Figura 1: CICLO DE VIDA DE UM PROJETO
dades que integram os diversos elemen-
tos do gerenciamento. São identificados,
definidos, combinados, unificados e coor-
denados dentro dos grupos de processos.
Nesse processo se confecciona um Plano
Global que é apresentado à alta gerência
da organização, servindo de critério para
avaliação e acompanhamento da alta ge-
rência e do gerente de projetos, sendo
atualizado regularmente com o máximo
Fonte: Duncan (1996 apud Oliveira, 2003) de informações realistas e consistentes.

Ainda sobre projetos, concorda- 2. Gerenciamento do Escopo do Proje-


mos com Costa Neto, Brim Jr e Amo- to – descreve os processos envolvidos na
verificação de que o projeto inclui todo o
rim (2003) quando afirmam que duas
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trabalho necessário para que seja concluí- Para Fontenele e Vasconcelos (2006) a
do com sucesso. avaliação financeira de um projeto inves-
tiga o retorno sobre os investimentos, va-
3. Gerenciamento do Tempo do Projeto
lorando os custos e os benefícios a preços
– descreve os processos relativos ao tér-
de mercado. Consideram-se, assim, todos
mino do projeto no prazo correto.
os custos (investimentos e operacionais)
4. Gerenciamento de Custos do Projeto e receitas, avaliados com base nos preços
– descreve os processos envolvidos em de mercado, incluindo impostos ou sub-
sídios. A rigor, a análise financeira de um
5. planejamento, estimativa, orçamen- projeto ou empreendimento estima o im-
tação e controle de custos, de modo que
pacto que a sua implementação exercerá
o projeto termine dentro do orçamento
sobre a situação atual da empresa, firma
aprovado.
ou mercado. A mensuração deste impacto
6. Gerenciamento da Qualidade do Pro- é feita através da ótica incremental.
jeto – descreve os processos envolvidos
No entendimento dos mesmos autores,
na garantia de que o projeto irá satisfazer
diferentemente da avaliação financeira, a
os objetivos para os quais foi realizado.
avaliação econômica investiga a rentabili-
7. Gerenciamento de Recursos Huma- dade de um projeto considerando o verda-
nos do Projeto – descreve os processos deiro valor dos bens ou serviços e fatores
que organizam e gerenciam a equipe do de produção.
projeto.
Desse modo, o objetivo da avaliação
8. Gerenciamento das Comunicações do econômica é averiguar se os recursos se-
Projeto – descreve os processos relativos à rão aplicados de forma eficaz e se os ga-
geração, coleta, disseminação, armazena- nhos são suficientes para remunerarem
mento e destinação final das informações os investimentos propostos. Assim, como
do projeto de forma oportuna e adequada. o objetivo é mensurar o retorno dos inves-
timentos do projeto, forma-se um fluxo de
9. Gerenciamento de Risco do Projeto caixa incremental, cuja elaboração exige a
– descreve os processos relativos à reali- quantificação de custos de investimentos
zação do gerenciamento de riscos em um e de operação, administração e manuten-
projeto. ção, medidas ambientais e dos benefícios
10. Gerenciamento de Aquisições do incrementais.
Projeto – descreve os processos que com- Segundo esta ótica, o impacto do pro-
pram ou adquirem produtos, serviços ou jeto é expresso pela diferença entre a
resultados, além dos processos de geren- situação com o projeto e a situação sem
ciamento de contratos (MORELLI, 2007). o projeto. Gera-se, portanto, um fluxo
Enfim, vários são os processos, entre- incremental que expressa o impacto do
tanto, aqui nos interessa a questão eco- projeto.
nômico-financeira e que passa pela ges- De qualquer modo é preciso ficar claro
tão de custos e de riscos, como veremos que o estudo da viabilidade econômico-
no próximo capítulo. -financeira é a providência mais impor-
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tante na tomada de decisão, antes de se com o tipo de investimento, evidente-


partir para a concretização de qualquer mente);
empreendimento que tenha como ob-
Envolvimento das partes integrantes
jetivo o sucesso, ou pelo menos, que di-
do processo;
minua as chances de fracasso. Portanto,
é através dessa avaliação que os riscos A projeção e análise dos indicadores
(econômico, financeiro, empresarial e do econômico-financeiros, traçando diver-
negócio) podem ser previamente conhe- sos cenários que vão dos piores possíveis
cidos, reduzidos e dominados. É também aos mais otimistas;
com o projeto de viabilidade econômico-
Implantação do projeto (MASCARE-
-financeira que a organização buscará os
NHAS E PIRES, 2008).
recursos necessários à implantação do
seu projeto. Para Woiler e Mathias (1996) um proje-
to de investimento é o conjunto de infor-
1.1 O projeto de viabilidade mações internas ou externas à empresa,
– primeiro passo na direção coletadas e processadas com o objetivo
de analisar uma específica alternativa de
do projeto “verdadeiro” investimento. Nessas condições, o proje-
Segundo Mascarenhas e Pires (2008) to não se confunde com as informações,
quando um gestor possui visão estratégi- pois ele é um modelo que, incorporando
ca do seu negócio, não se limita a satisfa- informações qualitativas e quantitativas,
zer somente suas expectativas pessoais, procura simular a decisão de investir e
mas consegue entender que está inseri- possíveis aplicações.
do num ambiente dinâmico, volátil e alta-
O projeto de viabilidade é um projeto
mente dependente de sua capacidade de
de estudo e análise, ou seja, é um projeto
se relacionar com os diversos segmentos
que procura verificar a viabilidade a nível
da sociedade.
interno da própria empresa. Quando sur-
Neste contexto e sentido, torna-se ne- ge a ideia (ou oportunidade) de investir,
cessário elaborar um projeto de viabilida- começa o processo de coleta e processa-
de como ferramenta para tomada de de- mento de informações que, devidamente
cisões. analisadas, permitirão testar a sua viabili-
dade (WOILER E MATHIAS, 1996, p. 27).
Dentre as premissas básicas para
elaboração de um projeto de viabili- A análise de mercado não só é o ponto de
dade encontram-se: partida para a elaboração do projeto como
também é um de seus aspectos mais im-
Aprofundamento na análise dos fa- portantes. Do estudo de mercado são obti-
tores de risco analisados (riscos finan- dos, dentre outros elementos, o confronto
ceiros, aspectos ambientais, fatores entre demanda e oferta e a escassez de
operacionais, riscos políticos, aspectos demanda futura; a região geográfica em
mercadológicos, aspectos legais, exigên- que o produto poderá ser comercializado; o
cias ambientais, dimensionamento dos preço de venda, os custos de comercializa-
investimentos, entre outros e de acordo ção (WOILER E MATHIAS, 1996, p. 41).
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O processo de elaboração do projeto de


viabilidade é, na verdade, a

montagem de um conjunto ordenado


de informações sistematizadas, que per-
mitem avaliar as vantagens e desvanta-
gens econômicas da alocação de recursos
na produção de bens ou serviços. Assim,
o projeto de viabilidade simboliza um re-
curso técnico, derivado do modelo de si-
mulação dos resultados esperados de um
investimento em um determinado empre-
endimento econômico (RIBEIRO, 2000).

Na origem de um projeto de investimen-


to reside o intento de investir. Se a ideia
apresentada for, a priori, compatível com
a orientação das atividades da empresa,
ela será aprofundada no intuito da even-
tual formulação do projeto. Em seguida,
este se materializará pela especificação
das diversas variantes que respondem à
necessidade identificada ou à oportuni-
dade detectada (GALESNE et al, 1999).

Torna-se explícito, que a decisão de


investir não deve ser tomada de maneira
repentina. Ela deve ser a etapa final de
uma série de estudos, ao longo dos quais
o projeto de investimento é constante-
mente colocado em foco. Portanto, o in-
vestimento realizado é considerado um
projeto de investimento, que ultrapassa
com sucesso, diferentes barreiras que
se apresentam diante de si (GALESNE et
al., 1999).
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UNIDADE 2 - Gerenciando custos para evitar
perdas financeiras
Concordamos com Morelli (2007) quan- dos, os quais estão associados ou cuja aqui-
do este infere que o funcionamento de sição é específica para o projeto. Os custos
qualquer empreendimento no mercado indiretos estão relacionados à Administra-
exige a aquisição (ou aplicação) de recur- ção geral da empresa ou de mão-de-obra,
sos dos mais variados, pelos quais se de- materiais, equipamentos, etc. os quais são
vem pagar em trocar de sua utilização pro- compartilhados entre diversos projetos; ou
dutiva e que os pagamentos pela utilização seja, cada projeto paga pelo serviço, consu-
destes recursos, dentro de condições de- mo de material ou equipamento utilizado
terminadas que seja distinta conforme o durante o tempo necessário para produzir
tipo de recursos de que se trata, configu- a encomenda (CLELAND, IRELAND, 2002
ram-se como os custos da empresa. apud MORELLI, 2007).
Numa definição bem simples, Martins Temos ainda as despesas, que são os
(2003) fala que custo é o gasto relativo ao gastos efetuados na fase pós-custo, isto
bem ou serviço utilizado na produção de é, incorridos após a produção do bem ou
outros bens ou serviços. serviço e no momento em que se preten-
de disponibilizar o produto ou serviço para
O conceito de custos relaciona-se com a
a venda.
aquisição, utilização e reposição contínua
de recursos produtivos por parte da em- Além dos custos variáveis diretos, dos
presa. São gastos efetuados pela empresa custos indiretos de fabricação rateados,
ao longo de todo o ciclo de suas atividades as despesas oneram o produto, tais como
(compra, transformação, vendas e distri- as despesas administrativas gerais, de ar-
buição) e que devem ser recuperados, na mazenamento e estocagem, comissões,
medida exata, no momento do recebimen- seguros, fretes, taxas, despesas financei-
to do valor referente às vendas de seus ras, impostos.
produtos ou serviços (MORELLI, 2007).
Para agregar todos os custos e despe-
A recuperação dos custos se faz atra- sas de um projeto temos o orçamento que
vés da formulação do preço de venda para na realidade representa um plano de gas-
cada produto ou serviço, preço este que, tos em períodos de tempo para o projeto
além de cobrir os custos, deve conter uma por item de despesa. Além de agregar es-
margem de lucro cuja determinação, em- ses fatores ele pode também incluir o lu-
bora tenha como referência os custos, cro do projeto. Dividido em fases de tem-
depende em grande parte do tipo de mer- po ele mostra o perfil do fluxo de caixa em
cado e da particular forma de inserção da termos de índice de gastos e categorias (o
empresa neste mercado. fluxo de caixa veremos adiante).
Os custos podem ser diretos ou indiretos. De modo geral os orçamentos consti-
Os custos diretos são as cobranças ocorri- tuem o acúmulo de todas as despesas,
das no projeto que têm uma relação direta sendo inserido em uma categoria de des-
com o volume de serviços ou bens recebi- pesas. É um mecanismo de controle que
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autoriza gastos no projeto apenas nas dos recursos de atividades desmembra-


categorias identificadas e financiadas. das em pacotes de trabalho expressas em
As despesas que venham exceder o orça- horas ou dias/homem/atividades, o custo
mento ou que estejam inseridas em uma dos recursos de equipamentos, estrutura
categoria não identificada devem receber e materiais necessários ao desenvolvi-
aprovação da alta administração (MAR- mento das atividades previstas na lista de
TINS, 2003). atividades (MORELLI, 2007).

Segundo Morelli (2007) o desen- Dentro dos processos ligados ao geren-


volvimento do orçamento deve estar ciamento de um projeto, o gerenciamento
coerente com o custo e as categorias de custos inclui os processos necessários
de custos que devem ser incluídas no para assegurar que o projeto será con-
orçamento são: cluído dentro do orçamento aprovado. E
dentro dos processos de custos temos o
Custo não processado – os custos planejamento de recursos, as estimativas
que constituirão o custo real dos bens ou de custos, o orçamento e o controle dos
serviços; custos, conforme mostra o esquema abai-
xo (PMBOK®, 2004).
Custos de encargos ou indiretos –
porcentagem do custo não processado O planejamento dos custos:
que é distribuído pela empresa como a
A fase de planejamento envolve de-
parte ajustada para o projeto;
terminar quais recursos físicos (pessoas,
Custo de encargo – incluem os cus- equipamentos e materiais), quais quanti-
tos indiretos como uma porcentagem de dades de cada devem ser usadas e quando
custo não processado; elas serão necessárias para a realização
das atividades do projeto. Deve estar fir-
Custo total – custos por categoria
memente sincronizado com a estimativa
para o projeto;
dos custos.
Lucro – porcentagem do custo total A estimativa dos custos:
do projeto;
A estimativa dos custos envolve de-
Preço total – preço do projeto para o senvolver uma estimativa dos custos dos
cliente, incluindo todos os custos e lucros.
recursos necessários para a implemen-
Tudo isso nos leva a inferir que o pro- tação das atividades do projeto. No cus-
cesso de gerenciamento de custos do pro- to aproximado, o estimante considera
jeto envolve o planejamento dos recursos as causas da variação da estimativa final
do projeto com base para a estimativa dos para a melhor proposta de gerenciamento
valores dos custos analíticos dos recur- do projeto.
sos, do estabelecimento da linha base do
Quando o projeto é realizado sob um
orçamento, a qual será a base de mensu-
contrato, devem ser tomados cuidados
ração da eficiência no uso dos recursos
para distinguir custos estimados de preço.
do projeto, e o respectivo fluxo de caixa,
A estimativa dos custos envolve elaborar
tendo por objetivo principal, a estimativa
uma avaliação quantitativa dos resulta-
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dos prováveis (quanto custará para a or- Assegurar que todas as mudanças
ganização o fornecimento do produto ou adequadas estão registradas correta-
serviço envolvido)? O preço é uma decisão mente no baseline de custo.
de negócio – quanto a organização cobra-
Impedir que mudanças incorretas,
rá pelo produto ou serviço – que usa as
não apropriadas ou não autorizadas sejam
estimativas de custo como uma das várias
incluídas no baseline de custo.
considerações.
Informar adequadamente as partes
A estimativa dos custos inclui identi-
envolvidas das mudanças autorizadas.
ficar e considerar várias alternativas de
custo. Por exemplo: na maioria das áreas Trazer a expectativa de custo dentro
de aplicação, considera-se amplamente de limites aceitáveis.
que o trabalho adicional durante a fase de
O controle de custo inclui descobrir o
projeto (design) tem o potencial de redu-
“por que?” das variações, tanto positivas
ção do custo na fase de produção. O pro-
quanto negativas. Deve estar fortemente
cesso de estimativa dos custos deve con-
integrado com os outros processos de con-
siderar se o custo do trabalho adicional na
trole (o controle de mudança de escopo, o
fase de projeto irá compensar a economia
controle do cronograma, o controle da qua-
esperada.
lidade e outros). Por exemplo, uma respos-
O orçamento dos custos: ta não apropriada para variações do custo
pode causar problemas de qualidade ou de
A elaboração do orçamento dos custos
cronograma, ou produzir, mais adiante no
envolve alocar as estimativas dos custos
projeto, um nível de risco inaceitável.
globais as atividades individuais ou a pa-
cotes de trabalho para estabelecer um Estes processos interagem-se mutua-
baseline de custo para medir o desempe- mente e com os processos de outras áre-
nho do projeto. A realidade pode ditar que as de conhecimento. Cada processo pode
estimativas sejam feitas depois da apro- envolver o esforço de um ou mais indi-
vação orçamentária, mas as estimativas víduos ou grupos de indivíduos, depen-
deveriam ser feitas antes do pedido de dendo das necessidades do projeto. Cada
orçamento sempre que possível. processo ocorre, geralmente, pelo menos
O controle dos custos: uma vez em cada fase do projeto. Embo-
ra os processos sejam aqui apresentados
O controle dos custos está associado como elementos discretos e com interfa-
a (a) influenciar os fatores que criam as ces bem definidas, na prática eles podem
mudanças na meta de custo de forma a sobrepor-se e interagir de formas aqui
garantir que estas mudanças sejam au- não especificadas 2.
torizadas, (b) determinar que a meta de
custo foi alterada, e (c) gerenciar as mu- A gerência do custo do projeto consiste,
danças reais quando e da forma que elas fundamentalmente, nos custos dos recur-
sos necessários à implementação das ati-
surgirem. O controle dos custos inclui:
vidades do projeto. Entretanto, a gerência
Monitorar o desempenho do custo para
2- Sugere-se leitura complementar do Manual PMBOK®, o qual traz
detectar e entender as variações do plano. todos os detalhes e passos de cada processo.
13

do custo do projeto deve, também, consi- ser estimados e orçados separadamente,


derar os efeitos das decisões do projeto no para assegurar que os prêmios reflitam o
custo de utilização do produto do projeto. desempenho real.
Por exemplo, limitar o número de revisões
Em alguns projetos, especialmente nos
do projeto pode reduzir os custos do proje-
menores, o planejamento dos recursos, a
to à custa de um aumento no custo de ope-
estimativa dos custos e a orçamentação
ração do cliente. Esta visão mais ampla da
dos custos estão tão unidos que podem
gerência do custo do projeto é, frequente-
ser vistos como um único processo (por
mente, chamada de custo do ciclo de vida
exemplo, pode ser realizadas por um único
(life-cycle costing). Técnicas de Engenha-
indivíduo, durante um certo intervalo de
ria de Valores junto com o custeio do ciclo
tempo). Esses processos são aqui apresen-
de vida são usadas para reduzir custo e
tados como processos distintos porque as
tempo, melhorar a qualidade e o desempe-
ferramentas e técnicas são diferentes para
nho e otimizar a tomada de decisão.
cada um. A habilidade de influenciar custo
Em muitas áreas de aplicação, prever é maior nos estágios iniciais de um projeto,
e analisar a perspectiva de desempenho e isto é porque a definição do escopo inicial
financeiro do produto do projeto é feita é crítica, assim como completar a identifi-
fora do ambiente do projeto. Em outras cação dos requerimentos e executar um
(por exemplo, projetos de serviços finan- plano completo.
ceiros), a gerência do custo do projeto,
também, inclui esse trabalho. Quando es-
Visão Geral da Gerência
sas previsões e análises estão incluídas, do Custo do Projeto
a gerência do custo do projeto inclui pro- 1 Planejamento dos Recursos
cessos adicionais e uma quantidade de
técnicas de gerência tais como retorno do .1 Entradas
investimento, fluxo de caixa, análise de .1 Estrutura analítica do projeto
pagamento, entre outras.
.2 Informações históricas
A gerência do custo do projeto deve con-
siderar as necessidades de informações .3 Declaração do escopo
das partes envolvidas do projeto – diferen- .4 Descrição do quadro de recursos
tes interessados podem avaliar os custos
do projeto de maneiras diferentes e em di- .5 Políticas organizacionais
ferentes tempos. Por exemplo: o custo de .6 Estimativas de duração da atividade
contratação de um item pode ser avaliado
quando do comprometimento, da ordem .2 Técnicas e Ferramentas
de compra, da entrega, do armazenamento .1 Avaliação especializada
ou do registro para fins contábeis.
.2 Identificação de alternativas
Quando os custos do projeto são usa-
dos como componentes de premiação e .3 Software de Gerência de Projeto
de sistemas de reconhecimento, os cus- .3 Saídas
tos controláveis e não controláveis devem
14

2 Estimativa dos Custos .2 Técnicas e Ferramentas

.1 Entrada .1 Técnicas e ferramentas de

.1 Estrutura analítica do projeto estimativa de custo

.2 Recursos requeridos .3 Saídas

.3 Custo unitário de recursos .1 Baseline do custo

.4 Estimativas da duração da atividade

.5 Publicações de estimativas 4 Controle dos Custos


.6 Informações históricas .1 Entradas

.7 Plano contábil .1 Baseline do custo

.8 Riscos .2 Relatórios de desempenho

.2 Técnicas e Ferramentas .3 Requisições de mudança

.1 Estimativas por analogia .4 Plano de gerência do custo

.2 Modelo paramétrico .2 Técnicas e Ferramentas

.3 Estimativas de baixo para cima .1 Sistema de controle de

.4 Ferramentas computadorizadas mudanças do custo

.5 Outros métodos de estimativas de custo .2 Medição de desempenho

.3 Saídas .3 (EVM) Gerência do valor do

.1 Estimativas de custo trabalho realizado

.2 Detalhes de suporte .4 Planejamento adicional

.3 Plano de gerência do custo .5 Ferramentas computadorizadas

.3 Saídas

.1 Estimativas de custo revisadas


3 Orçamento dos Custos .2 Atualizações do orçamento
.1 Entradas .3 Ações corretivas
.1 Estimativas de custo .4 Estimativa na conclusão
.2 Estrutura analítica do projeto .5 Encerramento do projeto
.3 Cronograma do projeto .6 Lições aprendidas
.4 Plano de gerência de risco Fonte: PMBOK® (2004)
15
UNIDADE 3 - O gerenciamento de riscos em
projetos
Diniz (2004) infere que risco em proje- efetivo de Gerenciamento de riscos
tos corresponde a um evento ou condição e que podem incluir, tomando como
incerta que, se efetivamente ocorrer, pode base, o Relatório Final sobre Riscos
implicar em efeito positivo ou negativo nos Universais em Projetos do Grupo de
resultados do projeto. Assim, os riscos em Riscos do PMI Mundial de Hall e Hullet
projetos incluem as oportunidades e os obs- (2002) – RUPGR:
táculos para atingir os resultados do projeto.
O ambiente – uma mudança, res-
Rocha e Belchior (2004) concordam com tringindo o ambiente de projeto, incluindo
Diniz (2004) inferindo que o gerenciamen- “downsizing”, um orçamento mais aperta-
to de riscos trabalha justamente com a in- do e o desejo de desenvolver e entregar
certeza, visando a identificação de proble- sistemas mais rapidamente. Assim, o de-
mas potenciais e de oportunidades antes senvolvimento e a entrega de muitos sis-
que ocorram com o objetivo de eliminar ou
temas apresentam atualmente risco mais
reduzir a probabilidade de ocorrência e o
alto do que no passado para o mesmo ní-
impacto de eventos negativos para os ob-
vel de ganho relativo de tecnologia.
jetivos do projeto, além de potencializar os
efeitos da ocorrência de eventos positivos. Valor Adicionado – um único risco evi-
tado em um projeto ou operação pode pagar
O gerenciamento de riscos é abordado por
muitas, senão todas, atividade de Gerencia-
vários modelos dentre os quais o PMBOK®
mento de Riscos. Um exemplo recente: clien-
(2004), o CMMI (2002), e o RUP (2003). O PM-
tes usaram o processo de Gerenciamento de
BOK® (A Guide to the Project Management
Risco proposto pelo contratante e a avaliação
Body of Knowledge) trata do gerenciamen-
de riscos do candidato, como um diferencial
to de projetos de uma forma ampla. O CMMI
para seleção de fornecedores em uma com-
(Capability Maturity Model Integration
pra competitiva: em um caso de compra de
for Software) provê um framework para a
vários bilhões de dólares com Gerenciamento
implantação e melhoria do processo de sof-
de Riscos e num processo relacionado com a
tware das organizações. O RUP (Rational
seleção de um fornecedor exclusivo. Assim,
Unified Process) é um processo baseado em
executou-se, efetivamente, o Gerenciamen-
melhores práticas de engenharia de softwa-
to de Riscos não só para ajudar o projeto a
re (ROCHA E BELCHIOR, 2004).
evitar potenciais impactos com qualidade,
O gerenciamento de riscos agrega valor custos e prazos do cronograma, mas também
aos processos de negócios das empresas para ajudar a ganhar um contrato.
e organizações e está se generalizando
em suas práticas, a tal ponto de deixar de
Antecipação de Decisões Futuras
ser privilégio de seguradoras e institui-
– o gerenciamento de riscos fornece in-
fluência na linha de frente de um projeto
ções financeiras (ROVAI, 2005, p. 35).
e ajuda a evitar problemas de baixa quali-
Rovai cita algumas das razões que dade, de custos e atendimento de prazos
justificam a efetividade do processo em cronogramas.
16

Metodologia Formal – o gerencia- identificamos o risco, podemos fazer aná-


mento de riscos é uma ferramenta estrutu- lises qualitativas e quantitativas, planeja-
rada para a tomada de decisões no dia-a-dia. mentos, respostas aos riscos e ainda pode-
mos monitorar e controlar seu impacto.
Procedimentos Formais – quan-
do problemas inesperados acontecem Segundo o PMBOK (2004), os pro-
(como eventos externos que não são pre- cessos envolvidos pelo gerenciamento
visíveis), o gerenciamento de riscos pode de riscos são:
implicar em um maior refinamento do
processo de planejamento antecipando Planejamento da gerência de riscos:
futuros problemas e eficazmente contri- planejar as atividades de gerência de risco
buir com a solução deles. a serem realizadas para o projeto.

Nesse sentido, o Gerenciamento de Identificação dos riscos: identificar


Riscos proporciona uma oportunidade os riscos que podem afetar o projeto, do-
para que aquisições de alto risco tenham cumentando suas características.
êxito. Considerando custo/prazo/qualida- Análise qualitativa dos riscos: anali-
de, o sucesso de um projeto vai depender sar qualitativamente os riscos, priorizan-
de como o projeto trata os riscos apresen- do seus efeitos no projeto.
tados (ROVAI, 2005).
Análise quantitativa dos riscos: men-
O mesmo autor nos oferece, ainda, uma surar a probabilidade de ocorrência dos
lista com vários ramos que motivam o ge- riscos e suas consequências e estimar as
renciamento de risco: setor de biotecno- implicações no projeto.
logia, tecnologia de informação, Petro-
químico, vinculadas a atividades de P&D Planejamento da resposta aos riscos:
(Planejamento e Desenvolvimento), insti- gerar procedimentos e técnicas para ava-
tuições financeiras e empresas previden- liar oportunidades, objetivando mitigar as
ciárias e o setor de telecomunicações. Hall ameaças no projeto.
e Hullet (2002 apud Rovai, 2005) inferem Monitoração e controle dos riscos: mo-
que os setores da nova economia são aque- nitorar os riscos residuais, identificar no-
les em que a volatilidade e os riscos estão vos riscos, executar os planos de mitigação
presentes em maior escala e com maior in- de riscos e avaliar sua efetividade durante
tensidade em termos de severidade (proba- todo o ciclo de vida do projeto (OLIVEIRA,
bilidade de ocorrência associado ao grau de 2003; ROVAI, 2005; MORELLI, 2007)
impacto dos riscos) causando consequên-
cias em grande parte muito rigorosas. Sobre a análise qualitativa, define-se o
processo que consiste em analisar a probabili-
Os riscos possuem ou envolvem três dade e o impacto de cada um dos riscos iden-
componentes: um evento, a probabilida- tificados nos objetivos do projeto. Com isto,
de da sua ocorrência e o impacto decor- pode-se priorizar os riscos em função do seu
rente da sua ocorrência, o que nos leva a potencial de influenciar os resultados do pro-
constatar que analisar os riscos em projetos jeto. Essa análise (probabilidade x impacto)
proporciona uma maior segurança, ou seja, deve ser feita para cada risco identificado.
17

Existem vários modelos para avaliar o dade que pode ser tomada como parâme-
impacto de um risco. Optamos aqui pelo tro para a análise qualitativa, conforme os
modelo proposto por Diniz (2004) que quadros abaixo.
apresenta a matriz de impacto x probabili-

1 – ANÁLISE QUALITATIVA DE PROBABILIDADE


PROBABILIDADE DE
REFERENCIAL OCORRÊNCIA
Grande chance de ocorrer 0,95
Provavelmente ocorrerá 0,75
Igual chance de ocorrer ou não 0,50
Baixa chance de ocorrer 0,25
Pouca chance de ocorrer 0,10

2 – AVALIAÇÃO DO IMPACTO
GRAU DO IMPACTO PESO
Muito grande 5,0
Grande 4,0
Moderado 3,0
Pequeno 2,0
Muito pequeno 1,0

3 - MATRIZ PROBABILIDADE X IMPACTO


PONTUAÇÃO PARA CADA RISCO ESPECÍFICO
PROBABILIDADE

0,95 0,95 1,90 2,85 3,80 4,75

0,75 0,75 1,50 2,25 3,00 3,75

0,50 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50

0,25 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25

0,10 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50

1,0 2,0 3,0 4,0 5,0

IMPACTO
18

Com base na Matriz Probabilidade x Impacto,


pode-se priorizar os Riscos do Projeto, como abaixo:

Baixo risco 0,10 a 0,75


Médio risco 0,95 a 1,90
Alto risco 2,00 a 4,75

Já a Análise Quantitativa dos Riscos no técnica de dinâmica de grupo (de coleta de


PMBOK® objetiva analisar numericamente a informações) que propõe que esse grupo,
probabilidade de cada risco identificado e sua geralmente com uma a dez pessoas se reu-
consequência para os objetivos do projeto. nam e se utilizem das diferenças em seus
Apresenta também uma abordagem quanti- pensamentos e ideias para que possam che-
tativa para a tomada de decisões na presença gar a um denominador comum eficaz e com
da incerteza, utilizando técnicas tais como a qualidade, gerando assim ideias inovadoras
análise da árvore de decisão e a simulação de que levem o projeto adiante. A reunião de
Monte Carlo – MMC (PMBOK, 2004). brainstorming segue sem interrupção e sem
expressar julgamentos ou críticas sobre as
Este processo geralmente segue-se à
ideias apresentadas e sem levar em conta a
análise qualitativa dos riscos, embora ge-
posição que o indivíduo ocupa na organiza-
rentes com experiência em riscos tendem,
ção. Será eficaz se os participantes se prepa-
às vezes, a executá-lo diretamente após a
rarem previamente, se o moderador sugerir
identificação do risco. Em alguns casos, a
alguns riscos antecipadamente, e se a reu-
análise quantitativa do risco pode não ser
nião for estruturada por segmento do proje-
requerida para desenvolver respostas efeti-
to e categoria de risco (ROVAI, 2005).
vas ao risco. A disponibilidade de tempo e de
orçamento e a necessidade de declarações O Brainstorming é baseado em dois
qualitativa ou quantitativa sobre o risco e princípios e quatro regras básicas, a
seus impactos determinarão quais métodos
saber:
devem ser usados para um projeto particular
(ROCHA E BELCHIOR, 2004, p. 287). Primeiro Princípio: suspensão do jul-
gamento, o que requer esforço e treina-
De qualquer maneira, não adianta ape-
mento.
nas calcular os riscos, é preciso planejar
estratégias e colocar as ações em prática. Segundo Princípio: sugere que a
quantidade origine a qualidade. Quanto
3.1 As técnicas mais o número de ideias geradas, maior
será a possibilidade de encontrar a solu-
Dentre as técnicas usadas para geren-
ção do problema.
ciar os riscos temos:
Primeira regra: eliminar qualquer crí-
3.1.1 Brainstorming tica, no primeiro momento do processo,
Palavra inglesa que tem como tradução para que não haja inibição nem bloqueios,
“tempestade mental”, na realidade é uma e ocorra o maior número de ideias;
19

Segunda regra: apresentar as ideias descritas anteriormente relacionadas a


tais quais elas surgem na cabeça, sem ro- grupos de interação;
deios, elaborações ou maiores considera-
2. Feedback: Os resultados dos ques-
ções;
tionários são resumidos e devolvidos aos
Terceira regra: como quantidade gera participantes para que estes validem no-
qualidade, quanto mais ideias surgirem, vamente suas opiniões. O objetivo básico
melhor, portanto, maior será a chance de do feedback é distribuir todas as infor-
conseguir, diretamente ou por meio de as- mações disponíveis e geradas pelo grupo
sociações, as ideias realmente boas; entre seus participantes. Consiste de um
resumo estatístico das respostas do gru-
Quarta regra: feita a seleção de ideias, po sendo que este resumo pode variar de
aquelas potencialmente boas devem ser medidas estatísticas simples (média, me-
aperfeiçoadas. (LUPPI e ROCHA, 1994, p.40) diana, etc.) até uma análise completa das
3.1.2 Técnica Delphi distribuições;

A técnica Delphi foi desenvolvida como 3. Iterações: Cada vez que os partici-
um método para aumentar a acurácia (ou pantes respondem ao questionário tem-se
exatidão) das pesquisas relacionadas a um round. A técnica consiste de sucessi-
predição de eventos futuros como tam- vos rounds cuja quantidade é fixada an-
bém a estimação de parâmetros des- tecipadamente ou determinada de acordo
conhecidos (WOUDENBERG, 1991 apud com um critério de consenso do grupo ou
ROQUE, 1998; ROVAI, 2005). Tem sido estabilização dos julgamentos individuais.
aplicada em uma grande variedade de Woudenberg (1991 apud Roque, 1998)
problemas como pesquisas tecnológicas, afirma que o consenso é praticamente má-
planejamentos regionais, pesquisas médi- ximo após o segundo round. No entanto,
cas, planejamento educacional, sistemas ressalta que apesar do consenso ser im-
de informação, pesquisas de indústria portante ele jamais deve ser considerado
química, produtividade de programação, como objetivo principal da técnica uma vez
entre outras. que um alto nível de consenso não é condi-
ção suficiente para um alto nível de acurá-
Trata-se de uma técnica qualitativa de cia. Comparações realizadas pelo autor em
pesquisa que busca deduzir, refinar e ge- pesquisas utilizando a técnica mostram
rar uma opinião final a partir de um grupo que o consenso aumenta muito mais que a
de especialistas, o qual procura citar algu- acurácia. A acurácia por sua vez possui seu
mas situações inerentes antes que possa maior aumento entre o primeiro e segundo
prejudicar o projeto. round. A literatura sugere que número de
rounds varie entre 2 e 10. (ROQUE, 1998).
As características básicas da técni-
ca podem então ser resumidas como: 3.1.3 Entrevistas
1. Anonimato: Os participantes não Os riscos podem também ser identifica-
se interagem diretamente mantendo-se dos através de entrevistas com gerentes
desconhecidos perante aos demais. Esta de projetos com carreguem experiências
característica permite evitar as situações ou que sejam especialistas no assunto.
20

3.1.4 A matriz SWOT da a competitividade de uma organização


segundo quatro variáveis: Strengths (for-
É uma ferramenta utilizada para fazer
ças), Weaknesses (fraquezas), Opportuni-
análise de cenário (ou análise de ambien-
ties (oportunidades) e Threats (ameaças)
te), sendo usada como base para gestão e
(VANA, MONTEIRO E VOLOCH, 2008).
planejamento estratégico de uma corpo-
ração ou empresa, mas podendo, devido a Uma maneira de representar a
sua simplicidade, ser utilizada para qual- análise SWOT é pela construção de
quer tipo de análise de cenário. um retângulo, dividido em quatro
A técnica foi criada por Kenneth Andrews partes, onde as forças, fraquezas,
e Roland Christensen, dois professores da oportunidades e ameaças são coloca-
Harvard Business School, e posteriormente das separadamente em cada pedaço,
aplicada por numerosos acadêmicos. Estu- conforme quadro abaixo.

INFORMAÇÕES Strenghts Vantagens internas da empresa em


INTERNAS (Pontos Fortes / Forças) relação às empresas concorrentes.
Análise do
Ambiente Interno Weaknesses Desvantagens internas da empresa
da Organização (Pontos Fracos / Fraquezas) em relação às concorrentes.

INFORMAÇÕES Opportunities Aspectos positivos do ambiente que


EXTERNAS (Oportunidades) envolve a empresa com potencial de
Análise Fora do trazer-lhe vantagem competitiva.
Ambiente Interno
da Organização Threats Aspectos negativos do ambiente que
(Ameaças) envolve a empresa com potencial para
comprometer a vantagem competitiva
que ela possui.

Quadro 1: Representação da análise SWOT.


Fonte: www.cobbenfactorin.com.br

Tem então como objetivo, definir Simplicidade, podendo ser conduzida


estratégias para manter pontos for- sem treinamento ou habilidades técnicas
tes, reduzir a intensidade de pontos extensivas;
fracos, aproveitando oportunidades Custos menores, pois sua simplicida-
e protegendo-se de ameaças. Dentre de elimina a necessidade e as despesas
os benefícios da análise SWOT men- envolvidas no treinamento formal;
cionados por Dornelas (2008) tem-se:
21

Flexibilidade, podendo ser desempe-


nhada com ou sem sistema de informa-
ções de marketing;

Integração, uma vez que integra e


sintetiza tipos diversos de informações,
quantitativas e qualitativas, de várias
áreas da empresa;

Colaboração, porque tem a habilidade


de estimular a colaboração entre as áreas
funcionais da empresa que são interdepen-
dentes, mas com pouco contato entre si.

Enfim, a matriz SWOT garante o exame


do projeto sobre cada uma dessas pers-
pectivas, aumentando a amplitude de ris-
co considerado.

Outras técnicas para gerenciar risco


são as listas de verificação, a análise das
premissas e os diagramas.
22
UNIDADE 4 - Indicadores financeiros que
compõem a análise da viabilidade de projetos
O objetivo principal da empresa privada é ativo em determinado período. Este é um
a maximização do lucro, sendo assim a aná- balanço comparativo; os ativos e passivos
lise de viabilidade de projeto passa a ter um da empresa são dados que abrangem mais
papel fundamental na tomada de decisão de um período. Como observado aparecem
do investidor, onde poderá estimar as van- dois tipos de ativo, o ativo circulante, que
tagens e desvantagens futuras, não tendo espera-se, sejam convertidos em ativos
assim surpresas desagradáveis no decorrer disponíveis dentro de um ano, enquanto os
da vida útil do empreendimento. A busca de permanentes devem ficar retidos por perí-
informações com maior grau de certeza faz odos mais longos. Similarmente, o passivo
com que utilize novas ferramentas, dentre circulante representa as quantias em di-
elas, os indicadores financeiros, para analisar nheiro devidas que, espera-se, sejam pagas
as informações disponíveis (IZIDORO, 2008). dentro de um ano; outras obrigações têm,
por natureza, prazos mais longos.
A análise dos indicadores financeiros se
baseia nas informações fornecidas pelo ba- A demonstração de resultados apresen-
lanço e pela demonstração de resultados ta o desempenho financeiro das operações
da empresa. Essas duas declarações finan- de uma organização durante um intervalo
ceiras são usadas para examinar a saúde da de tempo, normalmente de um ano. Nesse
empresa. Daremos uma breve revisada no tipo de declaração financeira, registram-se
balanço e demonstração de resultados para as vendas líquidas (vendas menos devolu-
destacarmos um processo de quatro etapas ções e abatimentos) na parte superior e,
útil na realização de análise dos indicadores então, realiza a subtração de vários valores
financeiros e, na sequência, discorrermos para determinar o lucro após o pagamento
sobre outras análises. dos tributos (receita líquida). Na demons-
tração de resultados, esses valores incluem
O balanço apresentado a seguir perten-
o custo de mercadorias vendidas, as despe-
ce a uma fábrica de equipamentos para
sas operacionais, depreciações, juros, taxas
uso industrial. Ele é o resumo dos direitos e
e outras despesas.
obrigações de uma organização contra seu

BALANÇO ILUSTRATIVO DE UMA EMPRESA DE EQUIPAMENTOS

ATIVO 31 dez. 2006 (R$) 31 dez. 2007 (R$)


Caixa 30 25

Títulos negociáveis 40 25

Contas a receber 200 100

Estoque 430 700

Total do ativo circulante 700 850


23

Instalações e equipamentos 1.000 1.500

Investimentos a longo prazo 500 900

Outros ativos 200 250

Total de ativos 2.400 3.500

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 31 dez. 2006 (R$) 31 dez. 2007 (R$)


Pagamentos de compras 150 200

Pagamentos de dívidas 100 100

Provisões diversas 25 100

Provisões para tributos federais 40 50

Total passivo circulante 315 450

Obrigações por financiamento 500 1.000

Debêntures 85 50

Participação de acionistas 1.500 2.000

Total passivo e participação dos acionistas 2.400 3.500

No quadro seguinte temos a demons-


tração de resultados da mesma fábrica de
equipamentos do exemplo anterior.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS PARA O FIM DO NÃO (31 DEZ. 2007)


Vendas 3.600

Custo das mercadorias vendidas 2.700

Lucro bruto 900

Menos despesas operacionais

Vendas 40

Geral e administrativo 60 100

Receita operacional bruta 800

Menos depreciações 250

Receita operacional líquida 550


24

Menos outras despesas 50

Lucro líquido antes do pagamento de juros e tributos 500

Menos despesas de juros 200

Lucro líquido antes do pagamento de tributos 300

Menos impostos de renda federal e estadual 120

Lucro líquido após o abatimento dos tributos 180

Segundo Certo e Peter (2005) organi- dades e econômicos. Todos são importan-
zações diferentes podem ter entradas e tes na avaliação do bem-estar financeiro
identificações diversas. No entanto, essas de uma organização e, embora os adminis-
duas declarações financeiras – o balan- tradores estratégicos possam utilizar todos
ço e a demonstração de resultados – são eles, alguns são muito específicos, de modo
muito usadas nos relatórios destinados que sua aplicação eficiente exige grande
a fornecer um panorama de saúde finan- conhecimento de administração financeira.
ceira de uma empresa. Na realidade elas
apresentam uma grande quantidade de Uma das primeiras considerações fi-
informações úteis para os administradores nanceiras que deve ser levada em conta
estratégicos, embora seja muito difícil sim- ao analisar um assunto estratégico é a li-
plesmente olhar a demonstração e deter- quidez da organização. Liquidez refere-se
minar quão bem a organização está indo. à capacidade que a organização tem de
pagar suas contas de curto prazo. Se não
Para sabermos se a empresa está bem, for possível à organização respeitar, pelo
de acordo com suas demonstrações e tam- menos, suas contas de curto prazo, então
bém comparativamente com outras em- ela pouco poderá fazer até que essa difi-
presas de tamanho similar, no mesmo se- culdade seja superada. Isso quer dizer que
tor e com a média geral, são utilizados os se a empresa não pode cumprir suas atu-
indicadores financeiros, e sua análise pode ais obrigações financeiras deve resolvê-las
ser dividida em quatro etapas: escolher os antes que o planejamento estratégico de
indicadores, calcular, compará-los e ve- longo prazo seja implementado (leia-se in-
rificar problemas e oportunidades (CER- vestir em um novo projeto).
TO E PETER, 2005).
Os dois indicadores mais usados habi-
Aqui começamos e entrar no campo que tualmente para pesquisar liquidez são a li-
interessa àqueles que irão trabalhar com quidez imediata e a liquidez seca (chamada
projetos, pois é através da análise desses de teste rigoroso). Chega-se ao resultado
indicadores que poderemos analisar se um da liquidez imediata dividindo-se o ativo
projeto se torna viável econômico-finan- disponível (dinheiro + estoques) pelo pas-
ceiramente. sivo circulante (dívidas imediatas). A liqui-
Mas vamos à escolha dos indicadores, dez imediata mede a capacidade global de
que incluem os graus de liquidez, de ativi- uma organização em pagar suas dívidas.
25

Um método simples, segundo Certo e Pe- Já o indicador da utilização total dos ati-
ter (2005) é verificar se a liquidez imediata vos é calculado dividindo-se as vendas pelo
está na proporção de 2:1 (isso significa que total do ativo e representa uma medida da
para cada real devido há dois reais garan- produtividade dos ativos da empresa, ou
tindo o pagamento), embora o aceitável seja, avalia se esses ativos estão sendo
dependa muito do setor e do momento da bem utilizados e produtivos na geração de
economia. vendas. Nesse caso, se a relação estiver
muito abaixo da média do setor, talvez a
A liquidez seca é determinada subtrain-
administração não esteja usando seus ati-
do-se o estoque do ativo circulante e divi-
vos de modo efetivo.
dindo-se o restante pelo passivo circulante.
Como o estoque é o último ativo circulante O terceiro grupo de indicadores – econô-
disponível, a liquidez seca indica a reserva micos medem a lucratividade da empresa,
em dinheiro que uma organização tem dis- sendo uma medida importante de sua efi-
ponível para pagar suas dívidas de curto ciência. Temos visto analistas financeiros
prazo. O método mais simples é verificar se sugerirem que a meta de uma empresa é
o grau de liquidez seca está na proporção aumentar sua riqueza e dos seus acionis-
mínima de 1:1, embora ela dependa do se- tas, mas na realidade, é a lucratividade que
tor e do momento da economia, tal como a avalia o sucesso da empresa.
liquidez imediata. Só que nesse caso, não
Dois dos indicadores econômicos mais
há folga para garantir o pagamento de
importantes são a margem de lucro sobre
cada real devido, surgindo, nesse ponto, o
as vendas e o retorno sobre o investimento
risco de não se pagar parte da dívida com
(ROI). A margem de lucro sobre as vendas é
relação a terceiros.
calculada dividindo-se os lucros, anterior-
Em relação aos indicadores de ativida- mente ao abatimento de juros e tributos,
de, também chamados de indicadores de pelas vendas. Se este valor estiver dimi-
administração de ativos, temos que eles nuindo ao longo do tempo ou estiver bem
identificam quão bem a organização lida abaixo dos valores obtidos por outras em-
com seus ativos. Dentre eles, temos os que presas do setor, questões quanto ao de-
medem a rotatividade do estoque e a utili- sempenho da organização devem ser dis-
zação total do ativo. cutidas.

A rotatividade do estoque é determina- O ROI é calculado dividindo-se os lu-


da dividindo-se as vendas pelos estoques. cros posteriores ao batimento dos tri-
Se a empresa não está movimentando seu butos pelo total de ativos. Essa relação
estoque tão rapidamente como no passado também é chamada de retorno sobre os
ou tão rapidamente como outras empresas ativos, e os lucros obtidos após o abati-
do mesmo setor, ela pode vir a enfrentar mento dos tributos é conhecido como lu-
dificuldades. Pode estar acontecendo de a cro líquido ou receita líquida. Essa relação
organização aplicar em estoque improdu- indica quão produtivamente a organiza-
tivo, ou talvez não estar disponibilizando ção está comprando, usando e adminis-
seus produtos no mercado de modo tão trando os ativos (Sobre o ROI falaremos
eficiente como antes. ao final da apostila)
26

Abaixo temos os cálculos dos indica-


dores, tomando por base o exemplo dado
da empresa de equipamentos industriais,
para o ano de 2007.

INDICADORES DE LIQUIDEZ
Liquidez imediata = Ativo disponível = 850 = 1,88

Passivo circulante 450

Liquidez seca = Ativo circulante - Estoque = 150 = 0,33

Passivo circulante 450

INDICADORES DE ATIVIDADE
Rotatividade dos estoques = Vendas = 3.600 = 5,14

Estoques 700

Utilização total dos ativos = Vendas = 3.600 = 1,03

Total de ativos 3.500

INDICADORES ECONÔMICOS
Margem de lucro sobre as vendas = Lucros antes dos tributos = 500 = 0,14

Vendas 3.600

Retorno sobre investimentos = Lucros após tributos = 180 = 0,05

Total de ativos 3.500

É preciso deixar bem claro que os indi- indicadores da nossa empresa com os de
cadores por si só não representam muito. empresas de tamanho similar e com a mé-
Eles precisam ser comparados para que dia do setor. Evidentemente que o analista
se tornem ferramentas de uso efetivo. No ou gestor de finanças deve buscar, no mer-
quadro abaixo temos uma comparação dos cado, informações sobre o setor.
27

COMPARAÇÃO DOS INDICADORES FINANCEIROS


COM DADOS DO SETOR ECONÔMICO

INDICADORES NOSSA EMPRESA MÉDIA


FINANCEIROS EMPRESA DO SETOR DO SETOR

Liquidez

Imediata 1,88 1,8 1,8

Seca 0,33 0,9 1,0

Atividade

Rotatividade dos estoques 5,14 7,8 7,9

Utilização total dos ativos 1,03 1,7 1,8

Lucratividade ou econômicos

Margem de lucro sobre as vendas 0,14 0,13 0,15

ROI 0,05 0,15 0,16

Analisando o quadro acima podemos Especificamente quando se pretende


inferir que nossa empresa não apresenta investir em novos projetos, por exemplo,
uma situação financeira tão sólida e sua no desenvolvimento de um novo produto,
posição é inferior a uma empresa concor- modernizar, automatizar um setor, exis-
rente no mesmo setor. Sua liquidez seca tem outros indicadores, os quais analisa-
de 0,33 mostra que a empresa poderá remos a partir de agora.
enfrentar sérias dificuldades se seus cre-
ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO
dores exigirem pagamentos imediatos.
Podemos inferir também que seu esto- Modo simples de pesquisar o valor po-
que deve estar muito grande, o que pode tencial de uma proposta de investimento,
significar que seus produtos sofreram os é aquele nível de vendas, no que diz res-
efeitos de uma rápida mudança tecno- peito a unidade ou valor monetário, que
lógica e não venderam bem. De qualquer cobre todos os custos de investimento de
modo a empresa precisa melhorar sua po- um projeto. Ou seja: é o nível no qual o ren-
sição de liquidez. dimento total das vendas é exatamente
igual ao total de custos necessários para
Os dados da empresa em anos dife-
atingir essas vendas.
rentes também servem para analisar sua
situação. Enfim, as possibilidades que Para calcular o ponto de equilíbrio, o
os indicadores financeiros oferecem são gestor deve obter três valores. Primeiro,
muitas, mas não substituem outros tipos precisa saber o preço de venda por uni-
de análise, como veremos adiante. dade do produto (PV). Segundo, precisa
28

saber o valor total dos custos fixos 3 (CF). Se o gestor quiser identificar o ponto
Terceiro, é preciso conhecer os custos vari- de equilíbrio em termos de valores mone-
áveis por unidade produzida4 (CV). tários em vez de unidades, poderá usar a
seguinte fórmula (se antes não tiver feito
Baseando nesses três indicadores, va-
a análise procedente):
mos considerar uma empresa que quei-
ra, após análise do seu mercado, plane-
jar vender seus novos produtos (PV) por
PE = CF = 10.000.000 =
R$5.000,00. Ao identificar todos os seus
1 – CV 1 – 3.000
custos fixos (CF) para produzir o novo pro-
PV 5.000
duto chegou ao total de R$10 milhões.
Para cada item produzido, a empresa es-
= 10.000.000 = 25.000.000,00
tima que os custos variáveis (CV) sejam de
1 – 0,6
R$3.000,00.

De posse dessas informações, o gestor


pode determinar o ponto de equilíbrio, divi- A empresa deverá produzir e ven-
dindo o total dos custos fixos pela margem der cinco mil unidades do produto, que
de contribuição. A margem de contribuição é igual a R$25 milhões em vendas, para
é a diferença entre o preço de venda e os assim, equilibrar a receita com a despe-
custos variáveis por unidade. sa nesse projeto. Só que geralmente as
empresas não querem somente equili-
PONTO DE EQUILÍBRIO (em unidades) = brar receitas e despesas, elas querem
CF lucro, então, supondo que a empresa
PV – CV queira um retorno mínimo de 20 por cen-
to sobre os custos fixos para que o pro-
PE = 10.000.000 = 10.000.000 = 5.000 jeto seja considerado viável, teremos:
5.000 – 3.000 2.000 Em números, a empresa precisa de
Essa análise nos leva a concluir que a R$2.000.000,00 (20% de 10.000.000,00)
empresa deve vender cinco mil unidades em receitas adicionais para justificar o in-
do produto para equilibrar a receita com a vestimento. Desse modo, será preciso
despesa, ou seja, o valor total das vendas vender quantas unidades para alcançar
deve ser igual ao total dos custos. Caso esse nível de lucro?
venda menos que cinco mil unidades, seu
projeto pode não ser viável.
Equilíbrio mais lucro = CF + L =

PV – CV
3- CF são aqueles que não mudam, quer a empresa venda todas as
unidades produzidas, que não. Ex: Independentemente de a empresa
produzir e vender um ou dez mil itens de um produto, os salários dos
administradores deverão ser pagos, as máquinas para a produção
deverão ser compradas e uma fábrica deverá ser construída. Eles
incluem ainda pagamento de juros, pagamento de arrendamento e
10.000.000,00 + 2.000.000,00 = 6.000 un
provisões para o fundo de amortização.
4- CV variam de acordo com o número de unidade produzidas. Ex: 5.000 – 3.000
cada equipamento produzido consome componentes elétricos e
mecânicos, mão-de-obra para a construção e custos de fabricação,
como eletricidade.
29

Em valores monetários, equilíbrio mais cento, levando-se em conta a concorrência?


lucros = Caso a resposta seja positiva, o projeto jus-
tificaria o investimento. Caso seja negativa,
seria necessário encontrar oportunidades
CF + L = 10.000.000,00 + 2.000.000,00 ou mudar o plano estratégico. Se o preço do
produto fosse reduzido, por exemplo, o au-
1 – CV 1 – 3.000
mento de vendas poderia trazer economias
PV 5.000 de escala e resultar num projeto lucrativo.

São construídos gráficos para apresen-


tar essa análise do Ponto de Equilíbrio - PE,
= 12.000.000 = 30.000.000,00 os quais dão uma clara visão de todos os in-
1 – 0,6 dicadores que falamos acima, onde podem
ser observadas as diversas relações entre
vendas, custos fixos e custos variáveis, além
A empresa deverá produzir e vender 6 mil dos níveis de lucros ou de perda sob várias
unidades do produto, o que equivale a R$30 condições.
milhões em vendas, se quiser alcançar o mí- Embora a análise do ponto de equilíbrio
nimo de vendas aceitável. seja uma ferramenta útil, ela apresenta li-
Esse cálculo é muito útil porque leva o ges- mitações. Por exemplo, para níveis altos de
tor a considerar a lucratividade necessária produção, a empresa precisaria contratar
para obter um determinado volume de ven- mais funcionários e mais máquinas teriam
das. Por exemplo, no caso dessa empresa, se de ser compradas, o que alteraria as diversas
o mercado tivesse uma demanda de dez mil curvas de custos. Enfim, são recomendadas
unidades, seria possível a ela obter uma par- análises mais detalhadas para investigar al-
ticipação no mercado equivalente a 60 por ternativas de investimentos.

GRÁFICO DO P. E. DA EMPRESA ANALISADA

Fonte: Certo e Peter (2005)


30

A projeção de fluxos de caixa relativo Métodos Alternativos:


aos anos de implantação e andamento
Método dos Períodos de Payback com
do empreendimento tem sido muito uti-
Desconto – PPD;
lizada como ferramenta de análise de
projeto. O fluxo de caixa deve conter o Método do Valor Futuro – VF;
maior nível de detalhe possível para ter
uma eficácia no processo de tomada de Método do Valor Futuro do Retorno –
decisão, desde projeção inflacionária até VFR;
o detalhamento do custo operacional do Método da Relação Benefício/ Custo –
empreendimento. Os resultados econô- RBC;
micos de um projeto devem ser calcu-
lados a partir da distribuição no tempo, Método de Baldwin;
também conhecida como distribuição dos Método da Taxa Externa de Retorno –
fluxos de caixa anuais. TER;
Para complementar a análise de dados Método da Taxa de Crescimento do Re-
deve-se ainda utilizar os métodos que torno – TCR;
tem como base o desconto, capitalização
e uniformização de distribuições de flu- Método de Hoskold (IZIDORO, 2008).
xos de caixa. Por estes métodos a com- Os métodos de avaliação econômica ba-
paração monetária é feita numa mesma seada no desconto, capitalização e unifor-
data (presente ou futura) ou através mização de distribuições de fluxos de cai-
da distribuição dos fluxos de caixa num xa reúnem informações para uma melhor
mesmo horizonte de tempo. tomada de decisão a respeito do projeto.
Os métodos podem ser classificados em Para tirar a melhor estimativa utiliza-se
dois subgrupos: o primeiro contendo mé- o que tem de melhor em cada parâmetro
todos básicos (métodos tradicionais) e o (grandeza técnica e econômica do investi-
segundo contendo métodos alternativos mento, custos, receitas, valores residuais,
(desenvolvidos como variantes ou como vida útil, taxas de juros etc.) do projeto.
tentativas de eliminar algumas desvanta- Desta maneira cada parâmetro assume um
gens de algum dos métodos básicos). Sen- valor pontual em cada ano de vida útil do
do assim tem-se a seguinte classificação: projeto, porém tais grandezas estão vul-
neráveis e sujeitas as variações devido a
Métodos Básicos: riscos e incertezas nas estimativas, deven-
Método do Valor Atual/ Valor presente do ser considerado pela análise de risco na
– VA/ VP; tomada de decisão.

Método do Valor Atual Equivalente – Voltando a falar um pouco sobre a aná-


VAE; lise de risco, vimos que esta tem por ob-
jetivo enriquecer e minimizar falhas nas
Método da Taxa Interna de Retorno – informações sobre o projeto, através da
TIR; distribuição de probabilidades dos retor-
Método de Relação de Valor Atual – RVA nos possíveis. Se não houvesse riscos/ in-
certezas nas informações, os resultados
31

da análise econômica seriam exatos e a FLUXO DE CAIXA


análise econômica seria 100%. A diferen-
Fluxo de caixa é a apreciação das contri-
ça entre risco e incerteza reside no conhe-
buições monetárias (entradas e saídas de
cimento das probabilidades de ocorrência
dinheiro) ao longo do tempo a uma caixa
dos valores assumidos pelas variações es-
simbólica já construída. Pode ser represen-
tratégicas usadas na análise de risco. Exis-
tada de uma forma analítica ou gráfica.
te risco quando a distribuição de probabili-
dade é conhecida, caso contrário tem-se a O fluxo de caixa de uma incorporação,
incerteza (IZIDORO, 2008). por ser complexo, exige a montagem de
uma matriz, que relacione as transações
A análise econômico-financeira de pro-
financeiras com os períodos em que foram
jetos tem muito a ser desenvolvido e um
efetuadas, podendo ser chamada de ma-
longo caminho a percorrer. Novos métodos
triz do fluxo de caixa.
e indicadores têm sido incluídos tornando
os estudos de viabilidade uma grande fer- O diagrama de fluxo de caixa é uma re-
ramenta no auxílio na tomada de decisão presentação dos fluxos de dinheiro ao
de ampliação e implantação de novos ne- longo do tempo. Graficamente, emprega-
gócios (IZIDORO, 2008). -se uma linha horizontal representando o
tempo, com vetores identificando os mo-
De qualquer maneira, para que o estudo
vimentos monetários, adotando-se con-
de viabilidade se aproxime da realidade,
venções cartesianas: fluxos positivos para
deve-se partir de um bom cenário, dispor
cima e negativos para baixo. São conside-
de um bom modelo matemático para si-
rados fluxos positivos os dividendos, as re-
mulação, conhecer os indicadores de qua-
ceitas ou economias realizadas; são consi-
lidade fornecidos pelo modelo de cálculo e
derados fluxos negativos as despesas em
saber interpretar os indicadores, estabe-
geral, a aplicação de dinheiro, o custo de
lecendo critérios particulares de decisão
aplicações ou as parcelas que foram dei-
(BEZERRA DA SILVA, 1995, p.21).
xadas de receber (BRIM JR, COSTA NETO E
Nos trabalhos de Silva et al (2007), um AMORIM, 2003).
dos mais recentes que envolve análises de
Fluxos de caixa são construídos para
viabilidade econômico-financeira, encon-
dar apoio a decisões empresariais, estudar
tramos que as técnicas mais comuns para
aplicações de resíduos de caixa de perma-
a tarefa de análise econômica e financeira
nência temporária e servir de base para
são a taxa interna de retorno (TIR) e o valor
a obtenção dos indicadores necessários
presente líquido (VPL). Emprega-se tam-
para a análise financeira. No caso do caixa
bém o custo periódico (CP), período de re-
de uma incorporação, pode-se mencionar
torno do investimento (payback) e o índice
os seguintes indicadores, entre outros:
de lucratividade (IL). Geralmente, a análise
exposição máxima (mês onde se verifica
busca identificar o lucro ou se a taxa de re-
o maior saldo positivo); prazo de retorno e
torno é maior do que a taxa de atratividade.
taxa de retorno.
A partir deste ponto vamos mostrar as
Com a ajuda do fluxo de caixa, pode-se
técnicas mais utilizadas na análise finan-
determinar o momento em que a incorpo-
ceira de investimentos.
32

ração requisitará o ingresso de recursos do ou uma taxa definida pela empresa em


de financiamento ou investimento, e ain- função de sua política de investimentos. Em
da, determinar o momento que parte do última análise, a taxa de desconto k tem a
faturamento poderá ser transferido para finalidade de tornar os valores dos fluxos de
o retorno, conforme esquema da figura ao caixa equivalentes aos valores presentes
lado: (GALESNE, 1999, p. 39).

Diagrama de fluxo de caixa: A taxa de desconto, referida como taxa


mínima de atratividade, é também tratada
como “custo de capital”, ou como custo de
oportunidade. Estes termos, contudo, não
são sinônimos e, de outra parte, o valor as-
sumido para cada taxa depende do porte
da empresa e da conjuntura momentânea
da economia. Pode-se discriminar essas
taxas em:
a) Custo de oportunidade do capital
de terceiros (ka) – é a taxa de captação
Taxa de desconto do fluxo de caixa dos recursos no mercado, seja através de
O capital equivalente a um real aplica- instituições financeiras ou investidores
do durante t anos a uma taxa de juros de privados;
k% aa equivale a (1+k)t ao final de t anos. b) Custo de oportunidade de capital
Para se dispor de um real ao cabo de t anos próprio (ke) – é o custo de uso do capital
seria suficiente aplicar hoje, a uma taxa de próprio da empresa. Representa as opor-
juros k, o valor de 1/(1+k)t. Ou seja, 1/(1+k) tunidades de uso de capital perdidas quan-
t é o valor presente de um real a ser rece- do é decidida determinada alocação de re-
bido dentro de t anos. Assim, um projeto cursos;
será dito rentável se o total das entradas
de caixa trazidas ao presente, a uma taxa c) Taxa de reinvestimento (rs) – é a
k, tiver um valor superior ao total das saí- taxa de aplicações futuras dos fluxos de
das de caixa do projeto, também trazidas caixa positivos gerados pela empresa. Não
ao presente à mesma taxa k. (GALESNE, deve ser tomada como o custo do capital
1999, p. 35). próprio (ke), porque os fluxos positivos
nem sempre podem ser aplicados a esta
Convém discutir a taxa a ser utilizada para
taxa, por questões de prazo e volume de
descontar os fluxos de caixa de um projeto,
recursos. Deve ser ligada à taxa efetiva de
antes de se passar à descrição destes crité-
reaplicação dos fluxos futuros, nas aplica-
rios de análise. Para a avaliação um projeto
ções em que dispõe;
de investimento, a taxa de desconto k será
a taxa mínima de rentabilidade exigida do d) Taxa mínima de atratividade
projeto, também chamada taxa mínima de (TMA) – do ponto de vista teórico, a taxa
atratividade (TMA). Esta taxa representa o de desconto deveria ser igual ao custo de
custo de oportunidade do capital investi- oportunidade do capital próprio (k=ke).
33

Porém, pode ser substituída por uma taxa o mais lucrativo. É o valor presente dos
politicamente definida pelo decisor, em retornos diminuídos dos investimentos,
função da política de investimento da descontados até a data da análise pela
empresa (k=TMA). A taxa de atratividade taxa de juros do custo do capital (GALES-
representa a rentabilidade mínima exigi- NE, 1999 apud SILVA et al, 2007).
da pelo investidor, ou seja, sua motivação
Do ponto de vista financeiro, a análise
para investir. Como não tem sentido que
do valor presente líquido (VPL) é usada
a TMA seja inferior ao custo de oportuni-
para avaliar e escolher a melhor proposta
dade do capital próprio, geralmente ado-
de investimento para uma organização.
ta-se TMA ≥ ke, pois a empresa desejará
obter mais do empreendimento do que O objetivo de se obter o VPL de um pro-
obteria em uma alternativa de investi- jeto é poder comparar a valores atuais aos
mento comparável e segura, devendo ain- retornos que o projeto tem potencial para
da incluir uma parcela de risco. gerar.

Assim, a taxa k de desconto poderá as- Essa análise se baseia na ideia de que o di-
sumir um dos valores acima, conforme as nheiro tem seu valor relacionado ao tempo.
premissas e o enfoque da análise. Se to- Por exemplo, R$10,00 hoje valem mais que
marmos com exemplo a construção civil, R$10,00 no ano que vem, porque ele pode
deve-se verificar ainda que geralmente ser investido durante um ano. Se os R$10,00
o investimento próprio é pequeno, traba- fossem colocados numa aplicação financeira
lhando-se fundamentalmente com os re- e rendessem 6 por cento de juros, teríamos
cursos dos compradores e, na verdade, a R$10,60 depois de um ano. Dentro desse
taxa de atratividade reflete a viabilidade entendimento, o gestor financeiro que con-
do empreendimento globalmente. siderar entradas e saídas de caixa futuras
poderá usar a análise do VPL para descontá-
CRITÉRIOS DE FLUXO DE CAIXA DES- -lo, ou seja, para refletir seu valor monetário
CONTADO hoje (CERTO E PETER, 2005).
Análise Do Valor Presente Líquido EQUAÇÃO BÁSICA PARA CALCULAR O
O valor presente líquido (VPL) de um VPL
projeto de investimento é igual à diferen-
ça entre o saldo dos valores presentes das
entradas e saídas líquidas de caixa, asso-
ciadas ao projeto e o investimento inicial
necessário, com o desconto dos fluxos de
caixa feito a uma taxa k definida pela em- ONDE:
presa, ou seja, sua TMA (GALESNE et al.,
VP é o valor presente;
1999).
VF é o valor futuro;
Todo projeto de investimento que tiver
um VPL positivo será rentável; para um i é a taxa de juros expressa em decimal;
projeto analisado, havendo mais de uma
n é o número de anos.
variante rentável, o de maior VPL será
34

Essa equação determina que o valor torno (TIR) de um investimento é definida


presente líquido de um investimento é como a taxa de desconto que iguala a zero
igual ao fluxo líquido de caixa, descontado o valor presente líquido de um investimen-
o custo de capital, menos o investimento to. Essa taxa interna baseia-se, portanto,
inicial. nos mesmos princípios que fundamentam
o método do VPL (ABREU; STEPHAN, 1982
Critério do índice de lucratividade (IL) apud SILVA et al, 2007).
Este critério consiste em estabelecer a
A fórmula para calcular a TIR:
razão entre o saldo dos valores presentes
das entradas e saídas líquidas de caixa do
projeto e o investimento inicial. Neste cri-
tério também, os cálculos são efetuados
com base na taxa mínima de atratividade
(k) da empresa. Este índice informa a per-
Em que:
centagem de quanto se está ganhando,
além do custo do capital, em relação ao va- TR é a taxa anual de retorno do capital.
lor presente do investimento. (GALESNE,
LMA é o lucro médio anual obtido com a
1999, p.40).
execução do projeto.
O método do critério do IL consiste em
VCA é o valor do capital adicional do pro-
obter a relação entre os benefícios líquidos
jeto.
de caixa, gerados pelo projeto, e o investi-
mento inicial (HOJI, 1999 apud SILVA et al, Nesse caso, essa função indica que valo-
2007). res é uma referência às células que contêm
os números cuja taxa interna de retorno
Critério da taxa interna de retorno (TIR)
se deseja calcular. Valores devem conter
Por definição, a taxa que anula o valor pelo menos um valor positivo e um negati-
presente líquido do empreendimento é vo para calcular a taxa interna de retorno.
chamada de taxa interna de retorno (TIR). A função TIR usa a ordem de valores para
É uma taxa média de desconto do fluxo de interpretar a ordem de fluxos de caixa. Por
caixa, ou, em outras palavras, é a taxa que esse motivo, deve-se ter cuidado em obe-
torna o valor presente dos fluxos de caixa decer à sequência dos valores ao introduzi-
igual ao investimento inicial. É a mínima -los. A estimativa, presente nessa função,
taxa de retorno que garante a recuperação refere-se a um provável valor da TIR (SILVA
da quantidade investida (GONZALEZ, 1999 ET AL, 2007, p. 9).
apud SILVA et al, 2007).
Segundo Pontes et al (2007, p. 9) a TIR
Todo projeto cuja taxa de retorno seja apresenta algumas desvantagens, dentre
superior à taxa mínima de rentabilidade elas:
que o dirigente da empresa exige para
1. Pressupõe constante a taxa de des-
seus investimentos, torna o negócio inte-
conto ao longo do tempo – uma condição
ressante (GALESNE, 1999, p. 41).
difícil de ocorrer na vida real. Caso a taxa de
Em outras palavras, a taxa interna de re- desconto varie no tempo, a TIR pode con-
35

duzir a decisões erradas; investimento total e as entradas mensais


de caixa. O payback pode ser obtido direta-
2. A TIR pode conduzir a decisões
mente no fluxo de caixa, no mês cujo saldo
erradas quando se trata de um projeto
acumulado deixa de ser deficitário e come-
“não-convencional” ou “malcomportado”,
ça a ser superavitário (SILVA ET AL, 2007).
alterando fluxos positivos com fluxos ne-
gativos; Consiste na análise do período necessá-
rio para se obter o retorno do investimento
3. A TIR não diferencia a escala dos
inicial sem considerar nenhum tipo de ju-
projetos e, como tal, não serve para com-
ros. O que é falho neste critério é que ele é
parações entre projetos.
utilizado como um critério de rentabilidade
Como se vê, o emprego da TIR para ava- de projetos, quando, na verdade, ele se ca-
liação de projetos padece de algumas res- racteriza mais como uma medida da liqui-
trições, sendo sua utilização recomendada dez do capital investido no projeto. O uso
apenas nos seguintes casos: deste critério pode ser justificado quando
empregado em conjunto com os critérios
a) projetos que apresentem custo de
baseados nos fluxos de caixa desconta-
implantação (valores negativos – investi-
dos, jamais como critério principal (COSTA
mento) antecedendo os fluxos de receitas
NETO, BRIM JR, AMORIM, 2003, p. 15).
líquidas, isto é, os benefícios;
OUTROS ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
b) a comparação entre projetos só ser
feita se os projetos forem mutuamente in- Retorno Sobre Investimento – Roi
dependentes e com a mesma escala;
O ROI é uma das medidas de rentabili-
c) como critérios para ordenar os proje- dade mais utilizadas pelos gestores das
tos, quando há escassez de recursos e não empresas, sendo uma medida bastante
se pode realizar todos. eficiente, pois seu cálculo relaciona os
rendimentos obtidos por um investimen-
OUTROS CRITÉRIOS TRADICIONAL-
to com o valor total dele, possibilitando a
MENTE ADOTADOS SEM FLUXO DE CAI-
comparação entre investimentos, contri-
XA DESCONTADO
buindo muito para o processo de gestão
Critério do período de retorno do dos administradores (SILVA E MORAIS JR,
investimento (pay back) 2008).

O método de avaliação financeira mais Segundo Padoveze (1997, p. 174 apud


simples é o do tempo de retorno do inves- Silva e Moraes Jr, 2008), é o modelo mais
timento (payback), que consiste na quan- utilizado. Relaciona os investimentos efe-
tificação do tempo necessário para que o tuados na divisão com o lucro anual obti-
dispêndio de capital (valor do investimen- do por esta mesma divisão. O ROI permite
to) seja recuperado através dos benefí- avaliar o investimento na mesma linha de
cios líquidos (fluxo do caixa) gerados pelo avaliação que é feita pela Análise de Balan-
empreendimento (RIBEIRO, 2000). Para ço, através dos conceitos de Rentabilidade
determinação do período de retorno do in- do Ativo e Rentabilidade do Patrimônio Lí-
vestimento, efetua-se o quociente entre o quido.
36

Assim sendo, o ROI é uma simples e efi- ROA = Lucro Líquido


ciente medida de rentabilidade, relacio-
Ativo Total
nando os lucros obtidos com o valor dos in-
vestimentos realizados, dando ênfase que O processo de avaliação dos resultados
essa medida segue o mesmo padrão dos do Retorno Sobre o Ativo (ROA), é apresen-
quocientes da Análise de Balanços, é tan- tado no quadro a seguir:
to que é sua taxa é considerada como quo-
ciente ou índice de rentabilidade. A taxa de AVALIAÇÃO DE RESULTADOS – ROA
retorno sobre o Investimento é calculada Até 8% Rentabilidade baixa
da seguinte forma:
De 8 a 14% Rentabilidade normal
ROI = Resultado Líquido De 14 a 20% Rentabilidade boa
Investimento Acima de 20% Rentabilidade excelente
Fonte: CAFEO (2004)
Por mais que o ROI seja considerado
uma medida bastante eficiente no pro- RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍ-
cesso operacional, Hoji (2004, p. 297 QUIDO – ROE
apud Silva e Moraes Jr , 2008) ressalta O ROE é considerado o principal quocien-
que nele existem limitações, isto é, fa- te de rentabilidade utilizado pelos analis-
lhas encontradas no decorrer da utiliza- tas, representa a medida geral de desem-
ção dessa medida. penho da empresa.
Os motivos para ela não ser de inteira O índice do Retorno Sobre o Patrimônio
eficiência são decorrentes da aplicação
Líquido (ROE) mede a taxa de retorno para
de diferentes critérios contábeis. Um
os acionistas. Os analistas de mercado ou
bom exemplo é a depreciação, ela pode
analistas financeiros tanto quanto os acio-
ter tratamentos diferentes pela contabi-
lidade, influenciando a avaliação e deci- nistas estão especialmente interessados
sões. nesse índice. Em geral, maior o retorno,
mais atrativa é a ação.
RETORNO SOBRE O ATIVO – ROA
Na realidade a ROE demonstra a renta-
O retorno sobre o ativo é considerado bilidade em torno dos recursos dos acio-
como um dos quocientes individuais mais nistas em relação aos recursos totais da
importantes da análise de balanços, mos- empresa.
trando o desempenho da empresa de uma
forma global. Essa medida deveria ser usa- O ROE é calculado de acordo com a se-
da amplamente pelas empresas como tes- guinte expressão:
te geral de desempenho, comparando os ROE = Lucro Líquido
resultados encontrados e o retorno espe-
rado. A medida de retorno sobre o ativo re- Patrimônio Líquido
presenta o potencial de geração de lucros O processo de avaliação dos resultados
da empresa, isto é, o quanto a empresa ob- do Retorno sobre o Patrimônio Líquido
teve de lucro líquido em relação aos inves- (ROE) é apresentado no quadro a seguir:
timentos totais.
37

AVALIAÇÀO DE RESULTADOS DO ROE


Até 2% Rentabilidade péssima
De 2 a 10% Rentabilidade baixa
De 10 a 16% Rentabilidade boa
Acima de 16% Rentabilidade excelente
Fonte: CAFEO (2004).

Embora os administradores muitas ve-


zes estejam ansiosos por iniciar novos
projetos, que muitas vezes são sonhos
antigos, ou pela necessidade de procu-
rar novos caminhos em virtude da com-
petitividade imposta pela globalização, é
preciso a participação de um profissional
habilidoso, com conhecimentos contábeis
e financeiros principalmente, para que co-
loque no papel todos os detalhes e faça
uma minuciosa análise econômico-finan-
ceira da viabilidade do projeto para que a
organização e seus administradores não
se frustrem mais à frente ou tenha pro-
blemas financeiros em decorrência da fal-
ta de planejamento.

Os indicadores estão ai, são ferramen-


tas muito úteis para análise e oferecem
meios convenientes de pesquisa do bem-
-estar financeiro de uma organização, po-
dendo servir de alerta para os riscos, in-
certezas. Desejamos que tenham sucesso
na sua utilização.
38

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