Quando é uma escultura muito grossa utilizo 1 hora e meia para atingir os
100°C.
Nem sempre coincide com o tempo acima descrito. Todo o trabalho é manual, e
do iniciante até o mais experiente nessa arte, a queima pode encerrar-se um
pouco depois.
Lembre-se, não é uma competição de quem faz queima em menor tempo. E,
em se tratando de arte o tempo é relativo. Se você dedicou tanto tempo na
elaboração da peça e curtiu todo o processo, porque não queimar mais lento,
sem ansiedade, vivenciar este momento tranquilamente, refletir que o fogo é
nosso amigo e cúmplice na finalização e nascimento da peça, desde que
saibamos respeitá-lo.
1° - eliminação da umidade:
Ocorre durante o processo de secagem ao ar livre, no ambiente do ateliê e
posteriormente dentro do forno antes dos 100°C. Toda a umidade da peça deve
ter sido eliminada antes de o forno ter atingido esta temperatura, para que as
peças não estourem devido à rápida expansão da água em vaporização.
3° - inversão da sílica:
A temperatura de 573°C , acontece inversão da sílica, que é uma mudança na
estrutura cristalina acompanhada por um aumento de volume. A maior parte
das peças que saem rachadas do formo muito provavelmente trincaram nessa
temperatura, mesmo quando a rachadura só aparece depois da queima
do esmalte.
.Jeremy Fiennes
in Cerâmica Arte da Terra, 1987
Como Queimar
Fornos mais carregados apresentam uma inércia térmica maior que necessita
de uma maior quantidade de calor para atingirem uma mesma temperatura.
É muito importante que você considere estes fatores para obter melhores
resultados em suas queimas cerâmicas, seja na escolha prévia das massas,
como na qualidade técnica de sua modelagem.
De maneira geral, se você fizer uma pré-secagem por 1 hora em 100 C°, e
depois queimar o forno a uma taxa de subida de 100°C/hora até a temperatura
de 600 C° e após esta temperatura 150 C°/hora até o final, você obterá ótimos
resultados.
Respeite as características do sistema de controle e medição de temperatura do
termopar e relógio utilizado.
CARUSTO CAMARGO
Professor do núcleo de disciplinas sobre cerâmica no Instituto de Artes da
UFRGS
É importante colocar nas placas do forno, que vão receber as peças, uma
camada de caulim em pó de aproximadamente um centímetro de espessura
para evitar que algum esmalte ao escorrer grude na placa no forno, ou
esmaltes rústicos a base de bórax respinguem na placa.
Pequenos copos com esmalte transparente dentro e fora apoiados sobre pregos
comuns. Sobras da construção civil é um suporte bem barato!
Sempre que termino uma queima, retiro a placa e apoio sobre um pedaço
de jornal e com uma espátula removo todo o caulim, passo numa peneira
média para separar resíduos e volto a usar este mesmo caulim. Esta é uma
operação importante, porque evita a desagradável surpresa de ter restos de
esmaltes colados no fundo de uma peça.
Havendo restos de esmaltes na placa passe uma lixa grossa até eliminá-las.
EFEITOS DOS ESMALTES NO MOMENTO DA QUEIMA
Manter um espaço livre entre as peças. Não esqueça que durante a queima
o esmalte passa pelo processo de derretimento. Se as peças tiverem
contato entre si irão grudar-se.
TEMPO DE QUEIMA
O início da queima deve ser mais lento para permitir a evaporação da água
do esmalte. Observe a subida da temperatura no gráfico.
OBSERVAÇÃO