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Relevo Brasileiro:

Uma nova proposta de classificação


Resenha crítica

O texto começa com o autor expondo sua preocupação pela desatualização dos
livros didáticos de geografia do primeiro grau no que se refere às informações
sobre o relevo brasileiro. Na época, as informações contidas nos livros eram
oriundas de estudos da década de 40 que enfatizavam a dificuldade de se
classificar os relevos brasileiros, principalmente por conta do extenso território,
da fraca atividade de pesquisa básica e da complexidade dos padrões de relevo.
Os livros exploravam as concepções do professor Aroldo de Azevedo, muito
importante na sua época, mas deixam de lado importantes contribuições, como a
do professor Aziz Nacib Ab`Saber.

Os relevos eram caracterizados de modo simplista por terem altitudes


modestas, constituído por antigas estruturas e “velhos planaltos”, associados à
planícies de gênese recente. Porém, a grande variedade de estruturas geológica
de diferentes litologias e idades, junto com diversidade climática atual e
pretérita, torna a classificação mais complexa.

O autor atenta para a confusão que se faz da idade e gênese da forma com a idade
e gênese das estruturas. A primeira é mais recente do que a segunda. O relevo
brasileiro foi esculpido principalmente no Cenozóico, depois passou por erosões
ao longo do terciário e começo do quaternário. O trabalho de Ab`Saber nos
afirma esses processos, assim como a importância das influencias endogenéticas
e exogenéticas na elaboração dos compartimentos de relevo. “Percebe-se com
clareza que o relevo do país está compartimentado em formas esculpidas nas
bacias sedimentares soerguidas e coroada por depressões marginais ou
periféricas, que se interpões a planaltos e serras esculpidas em estruturas
cristalinas ou mesmo sedimentares rígidas e antigas (maciços antigos)”.

As primeiras classificações de relevo do Brasil datam o séc XIX e até a


classificação do Aroldo de Azevedo elas definiam as unidades misturando o
vocabulário geomorfológico com o geológico. Azevedo denominou as grandes
unidades em planaltos(Atlântico, Meridional e Central) e planícies, mostrando a
preocupação com a nomenclatura geomorfológica, em contra ponto à termos
como planalto cristalino. A geologia era utilizada por Azevedo num segundo
nível, com maior especificação, como planalto arenito-basáltico.

As denominações regionais também eram empregadas e continuaram sendo.


Ab`Saber publicou em 1970 nova divisão do relevo do brasil, onde aparecem
denominações como Planalto das Guianas, Planalto Central, Planalto Nordestino.
Com o objetivo de homogeneizar a nomenclatura das grandes parcelas do
planalto brasileiro Ab`Saber propões outras denominações e divisões, até chegar,
em 1969 com uma divisão de relevo que valorizava os processos fomentados
pelos climas atuais. São os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros, que valoriza a
dinâmica dos processos atuais na forma dos relevos, relacionando a cobertura
vegetal, tipo de clima e modelado predominante de relevo. O autor atenta para o
fato de nessa divisão perder-se informações da macro-compartimentação e os
efeitos dos paleo-clima na esculturação.
Com os avanços tecnológicos em 1970, através do Projeto Radambrasil, ligado ao
Ministério das Minas e Energias foi possível fazer uma radiografia completa do
território brasileiro quanto aos recursos naturais. Portanto a dificuldade de se
estabelecer uma adequada classificação do relevo brasileiro se deve pela
dificuldade de estabelecer critérios coerentes de classificação. Como as formas
de relevo resultam tanto de processos endôgenos como exôgenos é delicado
estabelecer uma classificação que considere todas as variáveis motoras.

O autor coloca como solução a concepção de Mescherikov relativa as noções de


morfoestrutura, morfoclimática e morfoescultura. A primeira está relacionada à
influência da estrutura geológica na gênese das formas. A segunda com os tipos
climáticos determinantes nos processos morfodinâmicos que operam na
atualidade na esculturação das formas. A ultima corresponde às formas de relevo
dos climas atuais e pretéritos, que deixaram marcas na paisagem. Tal concepção
não cai nas mesmas armadilhas que outras classificações caiam, como a maior
ênfase no estrutural ou no climático.

A proposta leva em consideração o estrutural e também o modelado


representado pelas macro compartimentações que o relevo brasileiro apresenta.
O primeiro taxon é predominantemente geomorfológico, representado pelos
planaltos, depressões e planícies. O segundo taxon classifica os planaltos
conforme o caráter estrutural, tem os planaltos esculpidos em Bacias
Sedimentares, Intrusões e Coberturas Residuais de Plataforma, Núcleos
Cristalinos Arqueados, Cinturões Orogênicos. O terceiro taxon define
nominalmente cada uma das unidades morfoesculturais, como Depressão
Marginal Norte Amazônica, Planície do Rio Araguai. Chegou-se a vinte e oito
macro unidades geomorfológica.

Pelos trabalhos de Ab`Saber, Almeida e outros, é assegurada a tese de que


praticamente toda compartimentação do relevo brasileiro atual tem fortes
ligações genéticas com o soerguimento da plataforma Sul Americana ao longo do
Cenozóico e com os processos erosivos de caráter circundenudacionais que
ocorreram a partir do Terciário Superior. O soerguimento da plataforma
entretanto não se deu de forma igual tanto espacialmente quanto a de
velocidade, assim como os processos erosivos que tiveram como motores a
epirogêne e os diversos climas. Assim, em função da ação tectônica, das
diferentes litologias, estruturas, agressividade do clima, tem-se a esculturação de
diversos modelados, que permitem diferentes classificações.

O autor reitera que para se chegar a essa proposta de identificação de macro


unidades do relevo brasileiro foi necessário um alto grau de generalização e
consequente simplificação, algo que Jurandyr Ross não vê como um problema,
dado o objetivo didático e o alvo serem alunos do primeiro e segundo grau. Ele
reafirma a importância das contribuições de Ab`Saber e os relatórios e mapas
produzidos pelo Projeto Radambrasil.
Os Planaltos são subdivididos em 4 grupos, eles assumem em sua maioria o
caráter de formas residuais pois estão circundados por áreas de depressão
relativa que põe em evidencia relevos mais altos e mais resistentes.
Planaltos em Bacias Sedimentares. No contato com as depressões marginais ou
periféricas estas unidades apresentam relevo escarpado com frentes de Cuestas.
Na bacia Amazônica distingue-se duas unidades individualizadas tanto pelo
modelado quanto pela gênese. O Planalto da Amazônia Oriental caracteriza-se
por um modelado e associação de formas de topos convexos ou planos com
ocorrência descontínua de morros residuais de topos planos. Os relevos
residuais estão quase sempre associados aos sedimentos terciários da formação
barreiras enquanto os terrenos mais dissecados estão esculpidos nos sedimentos
páleo-mesozóicos. O planalto tem seus limites claramente definidos por
mudanças bruscas no modelado, sendo as vezes por forma de escarpa.

O Planalto da Amazônia Ocidental, enquadra-se no que Ab`Saber chama de terras


baixas Amazônicas. Essa área que se estende no oeste da Amazônia exime
terrenos baixos. Enquadrou-se na categoria de planalto pela impossibilidade de
enquadra-lo nos de planícies ou depressões. Trata-se de uma superfície plana
com um processo fluvial de dissecação e é dissecado em formas de topos planos
ou levemente convexizados.

Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba tem o limite sul e oesteem contato


com depressões circundantes através de escarpas caracterizadas por frentes de
Cuesta, enquanto o limite norte coalesce em praticamente toda sua extenção com
os terrenos baixos da bacia Amazônica. O sul é demarcado pela frente de Cuesta
do Ibiapaba ou serra Grande do Piauí e mostra para o interior da bacia outros
degraus menores que correspondem as frentes desdobradas, assim como no
oeste. Na parte mais central da bacia ocorrem extensas áreas altas e planas
caracterizadas por chapadas que atingem mais de 1.000 metros, servindo como
divisor de águas dos rios São Francisco e Tocantins. Os topos planos e amplos
deste Planalto é sustentado pelos sedimentos do Cretáceo enquanto os trechos
dissecados e os escarpados são relacionados aos sedimentos mais antigos do
Devoniano e Carbonífero.

Os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná envolvem terrenos sedimentares


datados desde o Devoniano ao Cretáceo. Todo contato com as depressões
circundantes é através de escarpas que se identificam como frentes de Cuestas
única ou desdobrada em mais. No setor a nordeste, os contatos são nivelados
com os planaltos, não observando-se de forma contínua uma depressão típica.
Planaltos em intrusões e Coberturas Residuais de Plataformi8o90p-[=iklo;p’ a.
Não apenas coberturas sedimentares residuais mas também pontilhado de
serras e morros isolados associados a intrusões graníticas, derrames vulcânicos
e de dobramentos com ou sem metamorfismo, todas as formações datadas do
pré-Cambriano inferior ao superior. O planalto e Chapada dos Parecis é exceção
com a litologia que data Cretáceo.

Os Planaltos Residuais Norte Amazônicos constituem áreas serranas


descontínuas com picos que chegam a 3000 metros mas que no geral variam de
600 a 1000 metros. Se estendem do Amapá ao norte do Estado do Amazonas. Os
relevos estão esculpidos em diferentes litologias, correspondentes a rochas
sedimentares pré-Cambrianas, assim como intrusões graníticas do pré-
Cambriano Médio e Superior.
Os Planaltos Residuais Sul Amazônicos estende-se do sul do Pará até Rondônia.
Vasta área pontilhada por intrusões graníticas pré-Cambrianas que determinam
formas de relevo em morros de topos convexos. Extensas áreas de cobertura
sedimentares antigas definem formas de relevos de topo retilinizados chegando
em alguns casos a configurar às chamas chapadas. O vulcanismo antigo também
marca a paisagem com relevos residuais, associados com sedimentos,
dobramentos com metamorfismo.

Planaltos em Núcleos Cristalinos Arqueados. No nordeste e no sudeste do Rio


grande do sul dois planaltos fazem parte do cinturão orogênico da faixa
Atlântica, se verifica a presença de núcleos cristalinos de conformação geral
dômica. As unidades foram intensamente trabalhadas por processos erosivos ao
longo do Cenozóico.

Planaltos em Cinturões Orogênicos. Relevos residuais sustentados por litologias


diversas. Encontra-se diversas serras associadas à intensos processos erosivos
tanto no pré-Cretáceo quanto no Terciário-Quaternário.

Os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste vincula-se a vários ciclos de


dobramentos acompanhados de matamorfismos regionais, falhamentos e
extensas intrusões. O processo epirogenético pós-Cretáceo gerou o
soerguimento da Plataforma Sul Americana e reativou falhamentos antigos e
produziu escarpas acentuadas e fossas tectônicas. Incluem-se também áreas
planálticas na faixa do litoral delimitados por escarpas. O Planalto Atlântico
constitue-se por formas de topos convexos, grande densidade de canais de
drenagem e vales profundos.

Os Planaltos e serras de Goiás-Minas são associados a faixa de dobramentos do


Geossinclíneo Brasília. Constituem-se de serras residuais das antigas dobras,
sustentados por rochas metamórficas e intrusões de natureza granítica. São
frequentes a ocorrência de extensos topos planos com aspectos de chapadas.
As Serras Residuais do Alto Paraguai fazem parte da área pertencente ao
chamado Geossinclíneo Paraguai-Araguai. São formas residuais de dobramentos
datados do pré-Cambriano cujos processos erosivos do pré-Cretáceo e do
Cenozóico geraram formas de relevo em feixes de cristas assim étricas.
Constituem-se quase exclusivamente por rochas sedimentares antigas dobradas
por processos erogenéticos e posteriormente erodidas por diversos ciclos.

As Unidades das Depressões no Brasil tem uma característica marcante que é o


fato de terem sido geradas por processos erosivos circundenudacionais com
atuação acentuada nos contatos das bordas das bacias sedimentares com
maciços antigos. As atividades erosivas esculpiram ao longo do Terciário
Superior e do Quaternário Inferior as depressões periféricas, as marginais e as
monoclinais, que aparecem circundando as bordas das bacias e se interpondo
entre estas e os maciços antigos do cristalino. As depressões foram denominadas
pelo autor seguindo nomes já consagrados e relacionando-os com a classificação
de Ab`Saber.

As depressões Marginais Norte e Sul Amazônico encontram-se totalmente


esculpidas em litologias do cristalino da plataforma Amazônica e margeiam as
bordas norte e sul da bacia amazônica. Relevos residuais associados a intrusões
graníticas são características desse modelo e tem a Depressão Marginal Sul
Amazônica com uma extensão muito maior que a do Norte.
A depressão do Araguaia é como uma extensão Depressão Marginal Sul
Amazônica. A unidade acompanha o vale do Araguaia e é marcado por formas de
relevo quase planas. Corta diversas formações rochosas como cristalinas e meta-
sedimentares.

A Depressão Cuiabana apresenta um modelado levemente convexado e se


encontra entre as Serras Residuais do Alto Paraguai a oeste e a norte e a leste na
escarpa de Cuesta da borda noroeste da bacia do Paraná.
As depressões do Alto Paragaui-Guaporé se encontram entre as bacias do rio
Jauru e do rio Guaporé. Grande parte da unidade estão encobertas por
sedimentos finos.

A depressão do Miranda ao sul do Pantanal Matogrossense é drenada pela bacia


do rio homônimo. Está delimitada a oeste pelas cristas residuais da serra da
Bodoquina e a leste pelas escarpas da borda da bacia do paraná. Está esculpida
em litologias do pré-Cambriano Superior. No sul afunila-se e termina com a
junção das cristas às escarpas, ao norte abre-se para o pantanal.

A Depressão do Tocantins acompanha o vale do rio jomíonimo. De norte a sul


ganha lentamente altitude atingindo em torno de 400 metros na área de
confluência dos rios Maranhão e Paranã, formadores do Tocantins. O sul está
esculpido principalmente em litologias cristalinas.

A Depressão Sertaneja e do rio São Francisco estende-se por uma grande área
rebaixada e aplanada que constitui uma superfície de erosão. Tal superfície
apresenta trechos com ocorrência de inselbergues, quase sempre associados às
litologias do cristalino. Inicia-se ao norte e leste do litoral nordestino acompanha
o médio vale do rio São Francisco.

A Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná apresente


características de modelado diversos em função da influencia tectônica, cariação
litológica e dos graus de atuação dos processos morfodinâmicos. Está esculpida
quase que totalmente nos sedimentos Páleio-mesozóicos. No território paulista
apresenta altitude que oscilam entre 600 a 750 metros. Na direção do estado do
Paraná a unidade ganha altitude.

As Depressões Periféricas Sulriograndenses está esculpida principalmente em


sedimentos da borda da bacia sedimentar, situando-se entre relevo esculpido em
maciço antigo de um lado e escarpas de borda de bacia no outro. É drenada pelas
bacias dos rios Jacuí e do Ibicui.
As unidades de planícies foram geradas por deposição de sedimentos recentes
sejam de origem marinha, lacustre ou fluvial.
As Planícies do rio Amazonas apresenta cordões mais elevados margeando o
leito do rio, formando os diques fluviais. Um pouco mais afastado tem-se os
pântanos que são trechos pouco mais baixos onde observa-se maior
permanência de água.
A Planície do Rio Araguaia ocorre no trecho do seu médio curso onde encontra-
se a ilha do Bananal. É recoberta de vegetação de Cerrados abertos e campos
limpos.
A Planície do Rio Guaporé se caracteriza por um pantanal estende-se por
território Boliviano e se une ao Pantanal Matogrossense drenado pelo rio
Paraguai.
A Planície e o Pantanal do Rio Paraguai ou Matogrossense é uma significativa
área de depósitos de sedimentos aluviais recentes que avança em direçãoo a
Bolívia e o Paraguai.
As Planícies das Lagoas dos Patos e Mirim são geradas pela dinâmica
deposicional marinha e lacustre que ocorrem em quase todo litoral do Rio
Grande do Sul e avança em território do Uruguai. As Planícies e Tabuleiros
Litorâneos são pequenas planícies de foz de rios de menor porte que tem
deposições significativas junto a foz.

O autor deixa claro que o artigo é uma síntese descritiva das unidades, fazendo
referencia rápida a cada uma delas. Não deixa de ser um importante instrumento
de classificação e de grande ajuda para mapear os relevos para aqueles que
buscam um conhecimento mais completo.

Joaquim Lins Pinho

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