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Faculdade de Ciências e Letras do Sertão Central

Nome: Antonio Adegildo P. da Silva Junior

Oficina de instrumentos didáticos

O uso de HQs na sala de aula

Quixadá, 2018.
A necessidade de integrar novas linguagens na prática do ensino de história é
inegável, não só no ensino de história, mas no ensino em geral essa necessidade não
vem de agora. A utilização de novos materiais no ensino contribui como estimulante do
cotidiano da sala de aula, diversificando a prática do ensino e trazendo
consequentemente melhor compreensão por parte do público alvo, ou seja, os alunos. O
profissional da educação vive em constante desafio de desenvolver práticas pedagógicas
cada vez mais eficientes, portanto tendo que se manter sempre atualizado sobre
metodologias novas.
Desde a pré-história notamos a presença de registro de imagens feitas pelo
homem, que procuravam representar nas paredes das cavernas cenas do seu cotidiano,
como, por exemplo, o fruto de sua caça. E aí mesmo sem saber, o homem já estava
produzindo um traço cultural, daí até a criação do primeiro HQ é uma longa história...
A proposta de levar História em quadrinhos para a sala de aula é uma boa, mas
antes de tudo devemos perguntar: O que é uma história em quadrinhos? História em
quadrinhos, quadrinhos, gibi, HQ, ou revistinha é uma forma de arte que conjuga texto e
imagens com o objetivo de narrar histórias dos mais variados géneros e estilos. Mas
além disso, HQs são obras ricas em simbologias, que podem ser vistas como objeto de
lazer, estudo ou investigação, depende do olhar de quem vê.
Para a utilização de quadrinhos no ensino não existem regras, ou fórmula. Pode-
se dizer que o único limite para seu bom aproveitamento em qualquer sala de aula é a
criatividade do professor e sua capacidade de utilizar bem para atingir seus objetivos de
ensino. Além de ser uma forma de entretenimento super aceita pelos alunos, pela
facilidade da leitura, sendo muitas vezes até um caminho, uma porta de entrada para a
leitura, os HQs estão cada dia mais fazendo parte do nosso cotidiano, dos nossos meios
de comunicação, consequentemente dos alunos também.
As histórias em quadrinhos entraram no ambiente escolar através dos
personagens de filmes e até mesmo do próprio livro didático, que vem constantemente
se utilizando de tirinhas curtas e pequenas histórias em quadrinhos para tratar de temas
de diferentes áreas do conhecimento. Mas como todo e qualquer recurso pedagógico, as
histórias em quadrinhos exigem planejamento, ajustamento do material ao conteúdo da
aula em finalidade ou objetivo em seu uso. Assim, sempre temos que selecionar,
analisar e é fundamental questionar o HQ para ter sucesso no seu objetivo. Além disso,
é preciso reconhecer os elementos que constituem a linguagem quadrinizada (balões,
sequência, ilustrações, etc) para explorar suas possibilidades já que esse tipo de leitura é
portador de texto com características específicas.
No ensino de história o quadrinho tem duas funções: servir como fonte de
pesquisa histórica e um novo recurso onde os alunos possam interpretar o passado. Em
uma atividade com quadrinhos, o conhecimento histórico pode interagir com atividades
que ainda exigem interpretação e produção textual. No entanto, antes de partir para a
prática, é necessário que o professor selecione um conteúdo e o exponha por meio de
um material escrito ou mesmo uma aula expositiva. Depois de oferecer aos alunos
informações fundamentais sobre o conteúdo a ser discutido nas aulas seguintes, o
professor pode buscar quadrinhos em que haja algum diálogo ou situação próxima ao
tema trabalhado. Geralmente, existe uma significativa gama de quadrinhos que contam
a história de algum personagem que viveu em um tempo ou civilização do passado. A
partir daí, o professor pode pedir algum tipo de análise onde o aluno julga de que
maneira o tema da aula é interpretado na HQ.
Outra forma de utilização de HQ no processo ensino-aprendizagem pode ser a de
inicialmente apresentar a HQ aos alunos que, após sua leitura, devem fazer um
levantamento das temáticas presentes na mesma, e na sequência partirem para o estudo
do conteúdo programático da disciplina em que tal temática está inserida, analisando
como a questão é apresentada ou discutida na HQ e como pode ser analisada em relação
a outros suportes, como o livro didático, a TV, ou mesmo como cada família discute tal
tema. Assim o aluno pode relacionar a forma de tratar o tema sob várias perspectivas, e
a partir da compreensão das diferenças, elaborar a sua.
A incorporação dos quadrinhos no ambiente escolar não é uma tarefa fácil, e nem
todo professor acha que é possível, mas é importante para o professor que vá utilizar do
quadrinho como instrumento uma fundamentação teórica, e o reconhecimento da
importância, limites e possibilidades de uso dos HQs para esse processo de ensino-
aprendizagem tornando essa ferramenta um recurso viável, eficaz e com enorme potencial
para a prática pedagógica.

Análise do HQ
Propus analisar o quadrinho “Asterix e Obelix”, que é uma série de quadrinhos
criada na França, por Albert Uderzo e René Goscinny no ano de 1959, baseado no povo
gaulês. Mais precisamente a edição 215, “Asterix e Cleópatra”, publicado em 1963, em
1968 foi adaptada para animação e em 2002 foi feito um filme live-action, mas nosso
foco é o HQ.
Como o título deixa bem claro, dessa vez Asterix e Obelix têm que viajar até o
Egito, mais especificamente Alexandria, acompanhando Panoramix, que recebe um
pedido de ajuda de seu amigo Numerobis, incompetente arquiteto da Rainha Cleópatra
que recebe dela a missão de construir um palácio em honra de Júlio César em apenas
três meses, depois que ele zomba da capacidade dos egípcios de realizar grandes
construções como faziam em sua época de ouro.
O autor trabalha Cleópatra como a rainha mimada que se irrita ao menor sinal de
contrariedade. E a comparação entre o Egito Antigo e o Egito já decadente, dominado
pelos romanos, é pano para manga, a começar pela aposta de César que justamente parte
da premissa histórica que todos hoje conhecemos: os tempos verdadeiramente de ouro
do povo egípcio já haviam passado. Pouco antes do ano zero, os egípcios eram um
pálido reflexo de seus ancestrais, tendo passado por diversas invasões, não resistindo
primeiro à grega, que estabeleceu a Dinastia Ptolomaica, da qual essa Cleópatra foi a
última faraó efetivamente ativa e, depois, a romana, com o famoso triângulo amoroso
entre Júlio César, Marco Antonio e Cleópatra. Usando a poção mágica para dar forças
aos trabalhadores – que não são escravos, pois levam chicotadas em turnos! – e
mexendo no projeto de Numerobis, que não sabe projetar nem mesmo uma escada,
Panoramix, então, torna possível a construção do templo.
Quem lê esse HQ se diverte muito na arte, ao também se esmerar em apresentar
desenhos historicamente corretos da cultura egípcia, sem invencionices. As brincadeiras
visuais dele com a questão da retratação das pessoas de perfil na arte egípcia é
engraçadíssima, com Cleópatra reclamando que queria se ver de frente e não de lado.
Mas o ponto alto da arte de Uderzo vem nos balões de fala dos egípcios. Sim, balões de
fala. É lá que o artista se esbalda em usar hieróglifos (sempre com legendas logo abaixo
no quadro). É importante o leitor ter calma e não só passar os olhos nos símbolos. Vale
a pena gastar tempo para apreciá-los e compará-los com o que a legenda indica: a
simbologia usada permite a dedução do que foi dito, basta um certo grau de atenção e
engenhosidade.
Uma coisa que merece ser ressaltada é que Uderzo escreve quase todo o diálogo
dos egípcios com hieróglifos inventados por ele baseados nos verdadeiros, que, na
verdade, permitem sua leitura e compreensão. Outra coisa importante de se falar é que a
brincadeira sobre a escravidão no Egito tem base histórica. Eles eram mesmo escravos
ou trabalhadores livres? O autor encontra um meio termo e afirma que eles são livres e
eles próprios se chicoteiam em turnos, pois se não forem chicoteados, não trabalharão,
cabe você interpretar como quiser.
O quadrinho em questão não foi feito com o proposito de se ensinar, mas sim de
entreter, porém cabe ao professor pensar em maneiras de utilização para a melhor
compreensão do aluno em relação ao tema trabalhado, neste caso, Egito antigo. O
quadrinho é recheado de críticas e sátiras que tem fundos históricos.

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