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IRLANDA,'l 916-'.

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A lnsurretção da Páscoa contra o governo britânico na lrlanda em 1916 serviu de


teste para os violentos eventos que levaram ao estabelecimento de uma lrlanda inde-
pendente em 7922. Este foi o episódio culminante numa longa e infeliz história do
domínio britânico sobre a lrlanda que começou em 1172, quando cavaleiros normandos
atravessaram o mar da lrlanda para conquistar o país.

uM RErÌ{0 DlvlolD0

Em 1801, o Parlamento britânico pretendia incorporar a lrlanda amplamente católi-


ca ao Reino Unido de maioria protestante. Contudo, ao longo do século que se iniciava,
diferenças religiosas e acontecimentos inesperados dividiram o país repetidamente.
A fome terrível, causada pela praga da batata em 1845-1946, forçou à emigração
em massa paraa lnglaterra ou América.0s irlandeses culpavam os esforços insuficien-
tes de alívio dos britânicos e a indiferença insensível dos políticos de Londres, em vez da
própria incapacidade deles de entender a magnitude do problema e organizar estoques
rapidamente.
O descontentamento rural fervilhava, com violentos ataques a proprietários de terra,
boicotes e uso crescente da extensão dos direitos de voto no final do século XIX para
apoiar candidatos nacionalistas irlandeses ao parlamento britânico.
Em 1912, os 72 membros dos Partidos Nacionais lrlandeses fizeram pender o equilí-
brio de poder no Parlamento britânico e o Partido Liberal governante concordou em ofe-
recer autonomia à lrlanda em troca do seu apoio. lsto permitiria à lrlanda conduzir seus
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próprios assuntos internos, mas conservaria o rei britânico como chefe de estado, com
a política exterior e de defesa sendo ainda decidida em Londres, No entanto, a minoria
protestante nos seis condados setentrionais do Ulster declarou sua oposição severa em
deixar a União. À beira da guerra civil, tanto nacionalistas quanto unionistas do Ulster
formaram forças voluntárias até que outra guerra muito maior irrompeu em agosto de
1914 entre a Grã-Bretanha e a Alemanha.
Retroagindo à Guerra Civil inglesa na década de 1640, os rebeldes irlandesestinham
esperado derrubar o governo inglês enquanto Londres se preocupava além-mar. A Primei-
ra Guerra Mundial oferecia uma grande oportunidade para os nacionalistas irlandeses
radicais, que tinham formado seu próprio partido marginal, o Sinn Fein ("Nós Sozinhos"),
em 1907. Embora a implementação da Lei da Autonomia tivesse de ser suspensa durante
a guerra, o Partido Nacional lrlandês encorajou católicos irlandeses a se juntar ao Exército
britânico. Milhares se alistaram (muitos para escapar do desemprego), mas a maioria se
recusou a lutar no exterior. Esperando desencadear uma revolta irreprimível de amplitude
nacional, os radicais tramaram uma insurreição, enquanto milhões de soldados britânicos
combatiam na Frente Ocidental. Alguns radicais no exterior buscaram ajuda militar com
os alemães, um delito traiçoeiro, mas a Alemanha não podia oferecer nenhuma ajuda.

DERRAMÂMENTÍ! DE SÂIIGUE RADICALIZÂ ÍlS IRTAIIDESES

ldeólogos do Sinn Fein, como Padraig Pearse, desenvolveram uma ideologia mística
da lrlanda, como uma terra a ser redimida por um "sacrifício de sangue" de mártires
voluntários, e formaram o Exército Republicano lrlandês (lRA). Apesar da falta de apoio
alemão e do desinteresse dentro da própria lrlanda, no domingo de Páscoa Pearce e
seus camaradas ocuparam o centro de Dublin, proclamando uma República lrlandesa
no seu quartel-general provisório, a agência dos Correios na Sackville Street. Cerca de
1.600 voluntários ocuparam diversos prédios de Dublin, embora centros administrati-
vos, como o castelo, não fossem tomados.
Tropas britânicas apressaram-se em reprimir a rebelião em cinco dias de luta cruen-
ta. De início, os dublinenses reagiram com antipatia aos voluntários que se rendiam,
cuja insurreição provocara a morte de 318 civis contra apenas 64 rebeldes, além de
destroçar boa parte da cidade. Mas o comandante militar britânico deu aos rebeldes
muito mais propaganda sangrenta do que eles poderiam ter pedido. Ele ordenou o fu-
zilamento de 15 líderes rebeldes, transformando-os em mártires instantâneos. Sob lei
marcial, 3.500 pessoas foram presas, mas muitas nada tinham a ver com a revolta. Para
os britânicos, as medidas duras se justificavam os rebeldes os haviam traído, na ver-
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dade ajudando a Alemanha. Mas a intuição de Pearce acerca de "sacrifício


de sangue,,
demonstrou-se acertada em radicalizar o povo irlandês.
O governo britânico piorou as coisas ao isentar os seis condados do
Ulster das cláusu-
las da autonomia suspensa. Esta decisão estilhaçou o apoio ao líder moderado
do partido
Nacionalista lrlandês, John Redmond, que havia colaborado no esforço de guerra
britâni-
co, e o Sinn Fein começou a ganhar apoio tanto quanto os verdadeiros expoentes
do au-
togoverno irlandês. Por volta de 1918, candidatos do sinn Fein ganhavam, por
meio de
eleições, cadeiras que costumavam ser garantidas para o Partido Nacional lrlandês.
Seus
adeptos somavam cerca de 250 mil contra 1.200 associações do Sinn Fein através
da
lrlanda. Em julho de 1917, o Iíder sobrevivente da lnsurreição da páscoa, Eammon
De
Valera, que evitou a execução por causa de seu passaporte americano, venceu
esmagado-
ramente uma eleição, em East Clare, calcado numa plataforma abertamente
republicana.
Em abril de 1918, a guerra mundial intensificou-se e o governo britânico
estendeu à
lrlanda o alistamento de tempo de guerra. lsto deu novas forças aos voluntários
radicais
que não queriam tomar parte na guerra da lnglaterra. ïambém
deu ao Sinn Fein um
pretexto para despedaçar o Partido Nacional, uma vez que seus líderes
haviam apoiado
o serviço voluntário no Exército britânico e estavam agora retrocedendo quando
mais
sacrifícios eram exigidos por Londres. Por sua vez, as autoridades britânicas acusavam
o Sinn Fein de apoiar um complô alemão para desintegrar o esforço de guerra (como
os bolcheviques de Lenin na Rússia no ano anterior) e realizaram uma onda
de prisões,
enfurecendo muitos.

UM REIIIí! DIVIDIDÍ!

Uma eleição geral britânica a toque de caixa em dezembro, e realizada na lrlanda,


seguiu-se ao súbito final da Primeira Guerra Mundial, em novembro de 191g,
Enquanto
aCoalizão Unionista conquistava uma enorme maioria em qualquer outro lugar
da Grã-
-Bretanha, na lrlanda o Sinn Fein conquistou setenta e três cadeiras
ou 65% dos votos
fora do Ulster. Londres e Dublin estavam agora em rota de colisão, enquanto
os mem-
bros do Parlamento do Sinn Fein se recusavam a assumir seus assentos no parlamento
em westminster e formaram sua própria câmara dos Deputados em Dublin como o
parlamento de uma república irlandesa não reconhecida em janeiro
de 1919. Enquanto
isso, os adeptos do IRA que apoiavam o Sinn Fern começaram a bombardear
e assassi-
nar autoridades britânicas e "colaboradores" católicos dos britânicos. A grande
maioria
de policiais, carteiros e funcionários públicos locais era formada de católicos.
O terro-
rismo do IRA intimidou muitos deles e suas famílias, expelindo-os do serviço
britânico.
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Membros do IRA
se rendem após a
insuneição da Páscoa
de 1916, numa cena
doÍilne Michael
Collins.

Os britânicos alistaram veteranos de guerra para combater o lRA. Estes, assim cha-
mados "Pretos-e-Castanhos" (por causa da cor de seus uniformes), careciam de co-
nhecimento local e frequentemente reagiam aos ataques do IRA com suas próprias
atrocidades, alienando o povo comum irlandês e intensificando a violência. Cerca de 17
mil policiais da Guarda Real lrlandesa e Pretos-e-Castanhos combateram cerca de 5 mil
guerrilheiros do IRA em uma guerra cada vez mais selvagem de ambos os lados.
As duas principais figuras republicanas eram Eammon De Valera e Michael Collins,
ambos sobreviventes da lnsurreição da Páscoa. De Valera levantou fundos de mais de 5
milhões de dólares de simpatizantes irlando-americanos, que deram ao Sinn Fein uma
enorme vantagem na rivalidade propagandística com o velho Partido Nacional lrlandês e
pagaram por muitas armas. Collins foi o organizador militar do movimento e o pesadelo
das forças britânicas e seus simpatizantes'
Embora De Valera e Collins parecessem ser nacionalistas inflexíveis, Collins estava pre-
parado para comprometer-se na luta até o fim. Reconhecendo que os Unionistas Protestan-
tes do Ulster não aceitariam ser incorporados a um sul domrnado pelo Sinn Fein, Collins
barganhou com os britânicos sobre autogoverno para vinte e seis condados da lrlanda.
Collins encontrou-se com próceres unionistas, incluindo Winston Churchill, e foi
firmado um compromisso. Vinte e seis dos trinta e dois condados da lrlanda iriam obter
a independência com um governo em Dublin, com o rei britânico continuando como
chefe de estado nominal e a Marinha Realcontrolando o acesso aos portos principais da
lrlanda. A lrlanda do Norte, contudo, teria um governo separado sob domínio unionista
e continuaria sendo parte do Reino Unido. Muitos republicanos irlandeses sentiram-se
O LIVRO DE OURO DAS REVOLUÇOES I 2O3

traídos pelo compromisso, que destruía seus sonhos de uma república totalmente irlan-
desa. Seguiu-se uma cruel guerra civil.
De Valera liderou a ala rejeicionista do lRA, voltando-se contra ex-companheiros que
se venderam aos britânicos, inclusive Michael Collins, que foi assassinado num ataque
de surpresa por seus ex-camaradas. Mas a abordagem linha-dura do IRA acabou por
afastar muitos que o apoiavam.
Na primavera de 1923, os homens de De Valera estavam perdendo a guerra civil e
solicitaram um cessar-fogo. Os Estados Livres haviam perdido oitocentos homens. As
perdas do IRA foram certamente mais elevadas, com centenas de civis apanhados
em
meio aos tiroteios.
Mesmo tendo aceitado o cessar-fogo no final de maio de 1923, o IRA recusou-se a
entregar as armas, "jogando-as fora" onde pudessem ser recuperadas para lutas futuras.
Foi o começo de uma longa tradição do IRA de interromper a luta armada, mas nunca
se desarmar até que seu objetivo de uma república unida de toda a lrlanda fosse alcan-
çado. Embora uma república irlandesa fosse declarada em 1948, com a consequente
retirada da comunidade Britânica, o Ulster permaneceu agitado, mesmo após a morte
de De Valera em 1975.
Ao final dos anos 1960, o status de segunda classe dos católicos na lrlanda do Norte
de governo protestante provocou protestos civis inflamados e uma campanha terrorista
por parte de um IRA revigorado. Trinta anos de terror mútuo e contraterrorismo levaram
a um processo de paz no final dos anos 1990, entre o governo britânico e os líderes
protestantes e políticos nacionalistas e a ala política do lRA. Embora fosse acertado
um
cessar-fogo, o desenvolvimento pleno por ambas as partes não se materializou, fazendo
com que protestantes e católicos se olhassem com desconfiança.

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