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História do direito no Brasil republicano: a greve como chave de leitura

Cristiano Paixão
Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília
Procurador Regional do Trabalho em Brasília-DF
Conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça

Uma parte expressiva dos estudos sobre a história dos direitos sociais no Brasil
concentra-se, como não poderia deixar de ser, no período compreendido entre 1930 e
1946. Naquele intervalo de tempo, acelerou-se o tempo da transformação: fim de um
modelo agrário-exportador, necessidade de modernização, centralização política, início
da construção de uma estrutura de proteção social, normas regulamentando a relação
entre trabalhador e empregador e, por fim, a institucionalização da Justiça do Trabalho e
sua constitucionalização em 1946. É compreensível que a história do direito do trabalho
tenha esse período como eixo de gravidade, considerando que a Consolidação das Leis
do Trabalho, editada em 1943, vigora até os dias de hoje e subsistiu a três constituições
distintas.

Nossa abordagem, contudo, observará os movimentos de reivindicação – assim


como os correspondentes atos repressivos – a partir de outra série temporal. Analisando
três eventos ocorridos em 1917, 1951 e 1988, procuraremos identificar alguns
elementos que podem viabilizar uma determinada hipótese: a greve – seu exercício, suas
modalidades, seus desdobramentos – coloca-se como uma chave de leitura útil para a
percepção das lutas por reconhecimento no mundo do trabalho no Brasil do século XX.

O presente texto é uma demonstração do estado da arte de uma pesquisa em


andamento. Não há a pretensão de construir um discurso exaustivo sobre os
movimentos observados. Após a rápida apresentação de três mobilizações de
trabalhadores em contextos diversos, algumas possibilidades de leitura serão propostas e
uma conclusão provisória será enunciada.

Campinas, 1917

1
Não há maiores dúvidas sobre a centralidade do ano de 1917 na organização e
realização de atos visando à melhoria de condições de trabalho no Brasil. Muitas greves
foram desencadeadas em várias cidades do País, e com elas foi construído um forte
aparato repressivo pelo governo federal e pelas administrações estaduais, em forte
associação com os grupos empresariais afetados pelos movimentos. Uma importante
questão, que já permeava os movimentos sindicais desde o início do século, assumiu um
papel vital nos enfrentamentos que se seguiram: o problema dos trabalhadores
estrangeiros. Muitos dos líderes de grupos anarquistas tinham nacionalidade espanhola
ou italiana, e isso desencadeou uma série de ações governamentais voltadas à expulsão
desses trabalhadores. Não era uma questão simples, considerando que a Constituição de
1891, então em vigor, era relativamente liberal em relação às condições para obtenção
da nacionalidade brasileira por estrangeiros, e tentativas posteriores de estabelecer
parâmetros mais rígidos que facilitassem a expulsão – como, por exemplo, na Lei
Adolpho Gordo, de 1907 – desencadeavam, inevitavelmente, uma discussão jurídica
sobre a constitucionalidade dessas iniciativas. E, ao contrário do que possa parecer à
primeira vista, houve de fato vários processos em que essa questão foi colocada,
inclusive em habeas corpus impetrados perante o Supremo Tribunal Federal. Uma
original e articulada pesquisa feita sobre essas discussões revela que o uso das normas
constitucionais era feito de forma plural pelos grupos envolvidos (associações e
sindicatos, por um lado, e órgãos de repressão do Estado, por outro), sendo
acompanhado também pela mídia impressa1.

O caso que observaremos aqui envolve o mesmo contexto – das reivindicações e


greves de 1917 –, mas num contexto próprio: o dos trabalhadores nas estradas de ferro
do interior paulista2.

Segundo noticia a cobertura atenta feita pelo jornal “O Estado de São Paulo”,
um incidente que se iniciou com uma greve na Companhia Mogiana, em Campinas,
rapidamente fugiu ao controle das autoridades e transformou-se numa tragédia. E é

1
Cf. a dissertação de mestrado de Maria Pia Guerra (2011).
2
As principais fontes para este tópico do texto são notícias dos jornais “O Estado de São Paulo”, “Correio
da Manhã”, “Gazeta de Notícias” e “O Paiz” no período compreendido entre 17 e 21 de julho de 1917. O
autor registra, ainda, seus agradecimentos a Gilberto Gatti, economista e jornalista, exímio conhecedor da
história dos movimentos sociais na Primeira República, especialmente na cidade de Campinas, pelas
informações prestadas e documentos fornecidos.

2
interessante situar a origem do conflito, que envolve um trabalhador imigrante. Foi
determinada, em julho de 1917, a prisão de Angelo Soave, italiano residente em
Campinas e liderança entre os trabalhadores da cidade. Os órgãos policiais decidiram
pela transferência de Soave para a cidade de São Paulo. No dia 16 de julho, quando
Soave embarcou num trem para a capital, alguns trabalhadores decidiram bloquear a via
férrea, para impedir a partida da composição. Naquele mesmo momento, chegavam da
capital, também por via ferroviária, tropas da polícia para reforçar a repressão à greve
em Campinas. Numa localidade intitulada “Porteira da Capivara”, essas mesmas forças
tentaram desobstruir a ferrovia e três trabalhadores desarmados foram mortos na ação.
Dois deles eram empregados da Companhia Mac-Hardy – Antonio Rodrigues Magotto e
Tito Ferreira de Carvalho, que tinham respectivamente, 23 e 32 anos de idade. O outro
trabalhador vitimado, Pedro Alves, tinha 18 anos e era empregado da Companhia
Mogiana de Estrada de Ferro. O episódio ficou conhecido como o “massacre da Porteira
da Capivara”.

A cobertura desse evento pela imprensa da época é bastante significativa, e serve


como uma fonte interessante para a compreensão das formas de sociabilidade e
organização existentes à época. E, naquele contexto, o jornal “O Estado de São Paulo”
desempenhou um papel importante – e bastante ambíguo. Por um lado, chama a atenção
a eleição da sucursal do jornal como uma espécie de “local de sociabilidade” dos
trabalhadores ferroviários. Pedidos de auxílio para coleta de fundos para o funeral dos
trabalhadores mortos eram afixados no “placard” existente na sucursal do periódico. E
os trabalhadores se encontravam no mesmo local, cerca de duas vezes por dia, para
obter informações sobre os desdobramentos da ação policial.

Por outro lado, há uma evidente mudança de ênfase nos textos na medida em que
os fatos ocorrem. A matéria publicada no dia imediatamente subsequente à ação da
polícia transmite uma clara proximidade com a situação vivida. O texto é rápido, as
frases são curtas e a tensão fica evidente na maneira pela qual o autor comunica o
desenlace (trágico) da ação. Nos dias seguintes, há uma sensível modificação no tom
dos textos, que passam a adotar um estilo impessoal, informativo e objetivo. Não há
indicação de autoria em nenhuma das matérias, mas é razoável supor que a mudança no
enfoque da cobertura do jornal tenha relação com o impacto do episódio. O que antes
era um conflito trabalhista de cunho localizado se transforma em notícia de interesse

3
nacional, considerando as três mortes. Não é absurdo supor que essa ampliação da
repercussão tenha atraído um maior controle do texto pelos editores da sede do jornal.

O evento teve repercussão nacional e foi noticiado por vários jornais, inclusive
do Rio de Janeiro. Houve um acirrado debate na Câmara dos Deputados, que colocou,
de um lado, o deputado Maurício Lacerda, denunciando os excessos da ação policial e,
de outro, o deputado Álvaro de Carvalho, que defendeu a atuação das forças policiais.

São Luís, 1951

O ano de 1951 foi marcante na história política maranhense. Foram realizadas


eleições para o governo do Estado. O candidato Eugênio Barros, apoiado pelo líder
local Victorino Freire, enfrentava Saturnino Bello, que tinha reunido uma coalizão
oposicionista para fazer frente à hegemonia de Victorino Freire no Estado. Os
primeiros resultados do pleito indicavam a vitória de Saturnino, até o momento em que
o Tribunal Regional Eleitoral, em decisão bastante controvertida, anulou várias urnas da
Capital, o que conduziu à eleição do candidato situacionista.

A reação foi imediata e intensa. Os opositores não aceitaram o resultado, e se


reuniram na Praça João Lisboa, no centro de São Luís, que passou a ser o local de
encontro daqueles que protestavam contra a fraude eleitoral. Houve casos de invasões e
depredações em residências de desembargadores do Tribunal Eleitoral e vários
enfrentamentos com a polícia. Uma greve geral foi decretada, e a atividade econômica
de São Luís foi profundamente afetada: o porto, os transportes públicos e o comércio
ficaram fechados. Após um primeiro período de enfrentamentos, ocorrido em fevereiro
de 1951, a situação foi temporariamente controlada com a interposição de um recurso ao
Tribunal Superior Eleitoral. Em agosto de 1951, contudo, o TSE confirmou o resultado
favorável ao candidato de Victorino Freire, e nova revolta foi desencadeada, nos
mesmos moldes da anterior: reuniões na Praça João Lisboa, confronto com a polícia,
greve geral decretada3.

3
A principal fonte utilizada para a discussão dos eventos de São Luís é a dissertação de mestrado de
Wagner Cabral da Costa (2001). Revelou-se útil, igualmente, a consulta aos jornais “O Imparcial” e
“Jornal Pequeno” ao longo do ano de 1951.

4
Em ambos os períodos de conflito, as forças estaduais de segurança não
lograram pacificar minimamente a cidade. Foi necessário convocar o Exército. Tropas
federais assumiram a segurança pública, porém tiveram postura ambivalente: ao mesmo
tempo em que concordaram com a convocação feita pelo Governador, evitaram reprimir
diretamente os movimentos rebeldes. Na verdade, essa postura envolvia, antes de tudo,
um cálculo político: Vargas aguardava uma resolução política do conflito. E isso acabou
ocorrendo. Numa manobra de cooptação de vários setores pelas forças políticas no
poder, houve um gradativo esvaziamento da revolta, com o retorno à normalidade em
outubro de 1951.

O processo, contudo, deixaria vítimas. Na campanha de 1950 duas mortes foram


atribuídas à repressão política. Nos primeiros dias de agosto daquele ano, o então
Governador de São Paulo, Adhemar de Barros, visita São Luís durante a campanha e se
reúne com as oposições ligadas no Maranhão para um comício na Praça João Lisboa. O
local, contudo, é ocupado por forças da polícia estadual (incluindo a cavalaria) e o ato
tem que ser realizado em outro local (Praça Deodoro). Quando, após o comício, inicia-
se uma caminhada que teria como destino a Praça João Lisboa, os enfrentamentos
ocorrem: a polícia atira e o resultado é a morte de João Evangelista de Sousa, servidor
público de 19 anos.

Cerca de um mês após a morte de João Evangelista, a campanha faria outra


vítima. Naquela oportunidade, ocasionada pela visita do candidato à presidência da
república pelo PSD, Cristiano Machado, que estava acompanhado de Victorino Freire.
No bairro do João Paulo alguns guardas civis agrediram, em 28 de agosto, o carreiro
João Batista dos Santos, conhecido como João Moreno. Ele viria a falecer no hospital,
em decorrência dos ferimentos sofridos, no dia 3 de setembro de 1950.

E, por fim, no primeiro confronto decorrente da divulgação do resultado da


eleição, em fevereiro de 1951, outro trabalhador perderia a vida. No tumulto decorrente
da reação da população ao que consideravam uma fraude eleitoral, foram registradas
depredações ao Tribunal Regional Eleitoral e aos jornais que apoiaram Eugênio Barros.
A multidão, que saíra da Praça João Lisboa, foi desafiada por forças policiais. E, no
final da tarde do dia 28 de fevereiro, foi morto o operário José Ribamar Prado, de 17
anos.

5
Confrontos com a polícia foram comuns naquele período. Como registrado em
diário pelo general Edgardino Pinta – responsável pelas forças do Exército –, estavam
no hospital, recuperando-se de ferimentos causados pela repressão da polícia, nada
menos do que 39 pessoas.

Volta redonda, 1988

O ano de 1988 foi decisivo na história política brasileira. Foi promulgada, em 5


de outubro, a Constituição da República. Foi fixado o quadro partidário que, com
algumas variações, perdura até a atualidade. E foram desenhadas as candidaturas que
estariam, no ano seguinte, na primeira eleição direta para Presidente da República desde
1960.

Mas outros acontecimentos marcariam o ano de 1988. Um dos mais impactantes


foi a greve dos trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Volta
Redonda, em novembro daquele ano. Numa sequência de reivindicações que
começaram em 1984, os operários deflagraram, no dia 7 de novembro, uma greve, que
foi marcada pela ocupação da aciaria. É importante frisar que a ocupação não se
fundamentava apenas na necessidade de manter a mobilização dos trabalhadores. Havia
também a preocupação de que não fossem desligados os altos fornos, o que poderia
gerar inúmeros prejuízos à empresa (e, inevitavelmente, aos próprios operários). Além
disso, é essencial aduzir que a pauta de reivindicações que embasou o movimento
continha um dado novo: a implantação das normas constitucionais que haviam sido
recentemente promulgadas. Um dos temas centrais da greve era a adoção, pela CSN,
dos turnos ininterruptos de revezamento, na forma disposta pelo art. 7º, inciso XIV, da
Constituição da República4.

Imediatamente foi determinado o envio de tropas do exército para


“restabelecimento da ordem”. A CSN, empresa estatal à época, recusou negociar com os
grevistas enquanto fosse mantida a ocupação. Houve a concessão da reintegração de

4
A principal fonte de informações para este ponto do artigo é o texto de Cristiano Paixão e Ricardo
Lourenço Filho (2014). Foram utilizadas, ainda, as obras de Edilson Graciolli (1997) e Wilma
Mangabeira (1993).

6
posse por meio de uma ordem exarada pelo juiz da 3ª Vara Cível de Volta Redonda para
desocupação da usina. Mas, segundo informado pelo Jornal do Brasil no dia 10 de
novembro de 1988, a decisão de invadir a aciaria e retomar o controle da usina foi
tomada numa reunião realizada entre o Presidente da República, José Sarney e os
generais Rubem Denys (ministro-chefe do Gabinete Militar), Ivan Mendes (ministro-
chefe do SNI) e Leônidas Pires Gonçalves (ministro do Exército).

No dia 9 de novembro, a operação militar foi desencadeada. Com poder de fogo


imensamente superior à capacidade de resistência dos trabalhadores, o Exército invadiu
a aciaria e disparou contra os grevistas. O resultado da operação: três operários mortos.
Carlos Augusto Barroso, que tinha 19 anos, faleceu em razão de traumatismo crânio-
encefálico produzido pela coronhada de um soldado. William Fernandes Leite e Walmir
Freitas Monteiro, que tinham 22 e 27 anos, respectivamente, foram alvejados com tiros
de fuzil.

E essa não foi a única atuação das tropas. Consoante noticiado, com grande
destaque, pelos jornais da época, a cidade de Volta Redonda foi igualmente vitimada
pela repressão. Naquele mesmo dia 9 de novembro, um batalhão do Exército uniu-se a
soldados da Polícia Militar e então foi desencadeada uma ação repressiva contra a
população que estava no centro da cidade, mobilizada em apoio ao movimento grevista.
A imprensa da época registrou várias agressões à população civil, assim como a
depredação, pelas forças repressivas, de agências bancárias e estabelecimentos
comerciais.

Indagado sobre a operação militar – e suas consequências –, o comandante da


operação, general José Luiz Lopes da Silva emitiu, logo após o término do conflito, uma
nota em que explicitava as justificativas para a ação militar:

O comandante da tropa federal, responsável pela manutenção da ordem na área da


CSN, em virtude da inusitada violência empregada contra a referida tropa, na
intenção de preservar a tranqüilidade pública, no mais curto prazo, encarece aos
funcionários da referida empresa para que se abstenham de comparecer ao trabalho,
enquanto perdurar a anormalidade. Outrossim, solicita à população que mantenha a
calma e evite o trânsito nas proximidades da CSN, tendo em vista que as ações
militares visam tão somente àquelas pessoas envolvidas na perturbação da ordem e
preservação do patrimônio da CSN. O emprego da tropa federal acima referido

7
concretizou-se por solicitação do Poder Judiciário da comarca de Volta Redonda,
dentro da nova ordem constitucional vigente5.

Não houve responsabilização ou punição dos militares envolvidos na operação


realizada em Volta Redonda. O general José Luiz Lopes da Silva foi nomeado em 1999,
pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, para o cargo de ministro do Superior
Tribunal Militar, tendo sido sua indicação aprovada pelo Senado Federal. O general
permaneceu no STM entre novembro de 1999 e outubro de 2004, quando se aposentou6.

Possibilidades de leitura

1.

A greve, compreendida como ação da classe trabalhadora que se manifesta por


meio de uma prática social, é uma experiência-limite. Em vários sentidos. Isso porque a
ação desafia a lógica das relações entre capital e trabalho, na medida em que pressupõe
a interrupção da cadeia que alimenta os vínculos inerentes ao trabalho numa sociedade
capitalista: quando os trabalhadores decidem suspender, de forma unilateral, a prestação
de trabalho, fica prejudicada a cadeia produtiva como um todo. O lucro do proprietário é
interrompido e a continuidade dos serviços também fica afetada. Outro sentido
fronteiriço da greve envolve a relação entre política e direito: está inerente à decisão de
paralisar os serviços um componente político. Ao mesmo tempo, o direito procura
regular os termos desta decisão. Tribunais são chamados a arbitrar o conflito, e a
decisão é sempre passível de ser executada com auxílio de forças policiais ou imposição
de multas. A eterna discussão sobre a licitude, ou não, da greve “política” no direito
brasileiro é um sintoma dessa dificuldade em lidar com o próprio conceito de greve.

Num estudo tão clássico como desafiador, Walter Benjamin propõe uma crítica
da violência que articula, num texto denso, a gênese do direito, a prevalência do uso da
ação racional com relação a meios e fins, as manifestações da violência na história e as
possibilidades de transformação social e política. Concebido no momento de crise da
República de Weimar, ainda sob os efeitos (distintos) das revoluções proletárias na
5
Cf. Paixão e Lourenço Filho (2014, p. 339).
6
Informações obtidas em: http://www.stm.jus.br/o-stm-stm/memoria/ministros-aposentados/texto-
integral-7344 (acesso em 20.04.2015)

8
Rússia e na Alemanha, o ensaio de Benjamin continua a colocar perguntas aos leitores
contemporâneos. E é interessante que o autor dedique uma parte significativa do artigo à
discussão sobre o direito de greve. Ao diferenciar as formas de greve, destacando a
“greve geral revolucionária”, Benjamin, sob a influência de pensadores como Georges
Sorel e Erich Unger, suscita a possibilidade de a ação coletiva significar uma ruptura
com a violência fundadora do direito. Com isso, a greve geral revolucionária poderia ser
qualificada como uma espécie de abertura para a rediscussão das relações éticas numa
dada sociedade, por meio de uma violência “pura” que desafiaria a racionalidade com
relação a meios e fins7.

A reflexão benjaminiana – que não é exaustiva e, em algumas passagens,


envolve dificuldades interpretativas consideráveis – ilustra, em nossa análise, a
centralidade do conceito de greve para compreensão das lutas por reconhecimento e
transformação no mundo contemporâneo.

2.

Qual a relação que pode ser estabelecida entre a observação da greve como
prática social e a história constitucional?

Constituições são documentos fundacionais. Na Modernidade, com a


transformação do conceito de constituição, foi incorporado um elemento de movimento,
de mudança, de ação. Num sentido mais tradicional, como, por exemplo, ocorria com a
“constituição mista” medieval ou com as tipologias de formas de governo na
Antiguidade Clássica, o termo constituição denotava, antes de tudo, um estado de
coisas, a descrição de algo que já existia, de um arranjo, uma distribuição de poderes e
atribuições. Porém, a partir da experiência das revoluções francesa e americana – e das
modificações societais mais gerais trazidas com a Modernidade e o movimento das
Luzes – operou-se a alteração conceitual. Pode-se dizer que se desenvolveu um
componente “verbal” que passou a acompanhar o conceito: o termo “constituição”
incluiu o próprio ato de constituir.

E isso introduziu uma aceleração temporal em determinados momentos


históricos. Após o triunfo de uma revolução, seria lícito esperar uma maior
transformação – que deveria ser “estabilizada” na forma de uma constituição. Se fosse o

7
Cf. Benjamin (2004), Honneth (2009) e Seligmann-Silva (2007).

9
caso de uma restauração, o mesmo fenômeno se seguia: para afastar os resultados de
uma revolução pretérita – ou, ao menos, combiná-los com elementos do regime anterior
ao movimento revolucionário – era igualmente necessário traduzir juridicamente a
atitude restauradora. Para tanto, uma nova constituição deveria ser produzida.

Não foi difícil, então, estabelecer uma relação estreita entre a transformação
política e o ato constituinte. Seria igualmente válido imaginar que, após todo o
processo, houvesse uma estabilização recíproca e simétrica. O novo sistema político
tenderia à estabilidade, assim como o novo sistema jurídico – ambos os sistemas
instituídos pela nova constituição.

Observe-se o caso brasileiro. Os processos de transformação política geraram,


em muitas oportunidades, novos documentos constitucionais. Cada uma das
constituições brasileiras pode ser associada a uma mudança política importante: a Carta
de 1824 liga-se à independência e à monarquia, a de 1891 seguiu-se à proclamação da
República, a de 1934 é aprovada no contexto da Revolução de 1930. No dia da
decretação do Estado Novo, Getúlio Vargas outorga uma nova constituição ao Brasil
(1937). Encerrado o primeiro ciclo de Vargas no poder, e resolvida a situação
internacional, vem a ser promulgada a Constituição de 1946. Com o golpe de estado
promovido em 1964, o regime provoca um Legislativo mutilado e coagido a aprovar
uma Constituição em 1967. Quando a repressão se aprofunda, uma junta militar outorga
uma emenda constitucional que representa, na verdade, uma nova constituição – com
evidente ênfase no protagonismo do Executivo (1969). Com a redemocratização,
passou-se à elaboração de uma nova Constituição.

Todas essas simetrias, todas essas demonstrações de coincidência entre mudança


política e refundação da vigência da lei (por intermédio de uma nova constituição),
poderiam conduzir à conclusão de que os tempos e ritmos de transformação se
equivalem nos dias de hoje.

Uma observação mais atenta revelará o contrário.

O surgimento do conceito moderno de constituição significou, entre outras


coisas, uma maior autonomização das operações dos sistemas da política e do direito. A
utilização da constituição como mecanismo de acoplamento estrutural acabou por
permitir uma maior liberdade nas comunicações internas do sistema do direito – e

10
também gerou replicações dessas comunicações. Sem a necessidade de basear sua
legitimidade – sua fundação – num acordo político ou num valor estipulado de modo
externo, o direito pode gerar sentido a partir de seus próprios elementos.8 E criar tempo.
Cada processo judicial possui sua temporalidade própria. A prática de atos, recursos,
pedidos e demandas em geral é ordenada no tempo. A princípio, poderíamos interpretar
essa observância aos rituais como uma forma de autolimitação do sistema, já que os
ritos e prazos processuais precisam ser previstos em lei. Mas isso não significa muito,
pois o tempo do direito não é apenas o tempo de cada processo. É também o tempo
produzido pela memória do direito.9

Como visto pela extensão temporal dos casos aqui tratados, a greve, no contexto
do direito brasileiro, foi durante muito tempo, desde a primeira República, vista como
uma transgressão. Em momentos de tensão e crise, verificamos a presença da
mobilização de trabalhadores por meio da paralisação: seja nas indústrias em 1917 ou
nas campanhas salariais e políticas do início da década de 1960, a greve persistia a
desafiar os órgãos de repressão. Não à toa, um dos primeiros atos legislativos
produzidos pelo regime militar foi um rígido decreto-lei que recebeu a apropriada
alcunha de “Lei Antigreve”10. Isso não impediu o protagonismo político de
trabalhadores e sindicatos na segunda metade da década de 1970, por meio de greves
bem articuladas. Mas, para o sistema do direito, o elemento político deveria ser isolado.
Interessava o elemento da conduta jurídica – portanto, foi construída uma jurisprudência
marcada pela expressiva declaração de ilegalidade das greves desencadeadas a partir de
1964.

A Justiça do Trabalho construiu uma considerável quantidade de decisões que


simplesmente aplicavam os termos da Lei Antigreve e, com isso, coibiram movimentos
paredistas de várias origens e com diversas reivindicações. O tempo do processo era
expedito: prazos curtos, poucas oportunidades de argumentação, tudo visando à rápida
solução do conflito, quase sempre por meio da decretação da ilegalidade do movimento.

Essa não é uma característica exclusiva da Justiça do Trabalho nesse período. Na


verdade, a atitude dos órgãos jurisdicionais refletia um senso comum mais profundo:
greve, na experiência histórica brasileira, era uma demonstração explícita de desordem,

8
Cf. Niklas Luhmann (2008, 1996) e Cristiano Paixão e Renato Bigliazzi (2011).
9
Ver, a respeito, Raffaele De Giorgi (2006).
10
Lei nº 4.330, de 1º de junho de 1964.

11
quebra de hierarquia e trazia em sua ativação um perigo à sociedade. Nos documentos
militares que precedem a deflagração do golpe de 1964, fica clara a condenação de seus
líderes em relação ao excesso de greves. Um dos setores mais perseguidos nos
primeiros dias do golpe militar foi o movimento sindical.

Com isso fica claro que a intensidade da violência e a ilegalidade da repressão à


greve da CSN decorrem de um panorama histórico complexo. O que chama a atenção,
naquele episódio, é a proximidade do movimento paredista com a data de promulgação
da Constituição. Mas a reiteração das iniciativas repressivas nada mais representa senão
a continuidade de uma atitude com profundas raízes na história. A frieza quase
burocrática das declarações do oficial que conduziu a operação revela isso. Não foi algo
extraordinário. Cumpriu-se um “dever”.

A observação histórica de greves deflagradas no período inicial de vigência da


Constituição de 1988 é particularmente importante para a compreensão da dimensão
temporal autônoma do direito. Num contexto democrático, surgem soluções marcadas
pelo autoritarismo. Tanto no caso da greve dos petroleiros de 1994, que já tivemos a
oportunidade de analisar em outra ocasião11, como no episódio da CSN podemos
constatar a presença – silenciosa, mas eficaz – de uma atitude mental de repressão.
Riscos similares se colocam no panorama atual. Como vimos na greve de Volta
Redonda, a presença de uma constituição democrática não é suficiente, por si só, para
assegurar o exercício direito de greve. Especialmente no mundo do trabalho – e do
direito coletivo do trabalho –, a constituição se constrói a cada momento, contra a
interpretação restritiva dos direitos fundamentais e a favor de práticas sociais
democráticas, inclusivas e libertárias.

3.

É chegado o momento, então, de refletir acerca da greve como prática social e da


persistência de uma dada mentalidade acerca do seu significado na história brasileira.

Os casos estudados no presente artigo sugerem que, independentemente das


condições (favoráveis ou não) da legislação então vigente, os atores sociais continuam a
interpretar a greve como uma prática social.

11
Cf. Cristiano Paixão e Ricardo Lourenço Filho (2009, 2010).

12
O que é interessante, sob a perspectiva da história constitucional contemporânea,
é a transformação no sentido do conceito de greve a partir da promulgação e vigência da
Constituição da República de 1988. É inegável o aspecto prospectivo e procedimental
do direito de greve estabelecido na Constituição. Numa redação concisa e econômica, o
art. 9º do texto constitucional limita-se a afirmar que “É assegurado o direito de greve,
competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devem por meio dele defender”.

A redação do dispositivo nada tem de ingênua. O texto destina aos protagonistas


do mundo do trabalho a decisão sobre toda a extensão do movimento que pretendem
desencadear. Isso significa afirmar que a pauta, a forma, o prazo, o momento e os
termos das reivindicações pertencem aos trabalhadores, que podem, de maneira
organizada, ser compreendidos como “sujeitos coletivos de direito”12.

Disso decorre a completa impossibilidade de “imunizar” o conceito de greve, na


intenção de subtrair o seu aspecto político. Há sempre um componente político na
deflagração de uma greve – é claro que a intensidade desse componente se modifica
caso a caso, mas a decisão em si de suspensão do trabalho pressupõe, no mínimo, uma
consciência política e uma avaliação das repercussões (também políticas) da própria
decisão.

As descrições dos episódios aqui tratados revelam, antes de tudo, o potencial


reivindicatório e desestabilizador de uma greve. Quer seja deflagrada em atividades
consideradas “essenciais”, quer seja limitada a um campo definido da atividade
econômica, o fato é que a greve procura subverter a própria estrutura do mundo do
trabalho. Ao lançar mão de um ato em si contraditório – a suspensão do trabalho para
obtenção de melhores condições de trabalho –, a greve permite o protagonismo dos
trabalhadores como sujeitos coletivos de seus próprios direitos, exibe os paradoxos
inerentes à desigualdade entre capital e trabalho e lança a Constituição em seu percurso
histórico.

Um caminho de investigação que poderia resultar em conclusões interessantes


envolve uma possível permanência, um substrato mais profundo do significado da greve
na história brasileira.

12
Cf. José Geraldo de Sousa Junior (2002, 2005).

13
A escolha dos casos aqui abordados sugere a existência de uma premissa:
existe, na prática das forças militares e policiais, uma forte construção de sentido que
indica a greve como um comportamento a ser reprimido. Esse construto pode ser
ativado em diferentes circunstâncias, e pode inclusive ser negado e ultrapassado (como
já ocorreu em outros casos).

Mas ele continua a ser dotado de enorme fôlego e sua presença continua a se
fazer sentir. Nos fragmentos de fundamentação aqui recuperados, pode-se sentir a
presença de um corpo argumentativo sólido e coerente. Em síntese: vislumbra-se uma
dada mentalidade em relação à greve – os conflitos aqui analisados revelam importantes
manifestações dessa mentalidade.

Numa conhecida passagem, Jacques Le Goff descreve o nível da história das


mentalidades como aquele “que escapa aos sujeitos particulares da história, porque
revelador do conteúdo impessoal de seu pensamento, é o que César e o último soldado
de suas legiões, São Luís e o camponês de seus domínios, Cristóvão Colombo e o
marinheiro de suas caravelas têm em comum”13.

No caso da experiência concreta do direito de greve pelos trabalhadores no


Brasil – assim como das formas de contenção ao efetivo exercício desse direito –,
permanece a tarefa, prática e epistemológica, de identificar os traços dessa mentalidade
repressiva, dessa reticência em relação ao instituto da greve, como uma forma de
compreensão de nossa história constitucional.

Conclusões parciais

Três movimentos grevistas distintos, desencadeados sob a vigência de três


constituições diferentes. Nos três casos, três trabalhadores foram mortos sob a ação das
forças de repressão. O que se pode concluir a partir dessas narrativas?

A tarefa de compreensão do exercício do direito de greve na experiência


histórica brasileira não se exaure numa rápida abordagem dos fenômenos. Faz-se
necessário um estudo mais aprofundado das fontes, para que seja possível propor a
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Jacques Le Goff (1995, p. 71).

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existência de uma relação entre a história constitucional brasileira e o uso da greve
como meio de reivindicação.

Alguns caminhos podem ser apenas indicados aqui.

Um deles é a capacidade explicativa do direito de greve. Exatamente por se


tratar de uma experiência-limite, a greve nunca se resume a um movimento de
reivindicação de melhorias salariais e condições de trabalho. Na verdade, o que se
percebe que é que a greve parece atrair e desvelar, em circunstâncias concretas de ação
e repressão, algumas tensões político-jurídicas inerentes ao período constitucional em
que os conflitos são travados.

Assim, no caso da Porteira da Capivara, em 1917, ecoam as principais questões


ligadas ao mundo do trabalho da época: por um lado, a presença de imigrantes europeus,
especialmente anarquistas, e seu impacto nas mobilizações operárias daquele tempo e,
por outro, a constante tensão entre afirmação de direitos sociais e a repressão das forças
de ordem.

Nos eventos vividos na São Luís de 1951, dois pontos chamam a atenção. O
primeiro deles é a questão federativa: entre autodeterminação do ente federativo – com
seu aparato administrativo, sua Justiça Eleitoral, suas lideranças políticas – e
intervenção da União (seja por meio de tropas federais, seja sob a perspectiva de
decretação de uma intervenção direta), percebe-se uma frágil tensão entre os planos
local e federal. Além disso, a centralidade adquirida pela situação da Justiça Eleitoral é
bastante reveladora de certa atitude em relação ao passado (da primeira República) com
suas práticas permeáveis à fraude e à subversão do respeito ao critério do sufrágio
universal.

Por fim, quando se fala na greve da CSN em 1988, fica ainda mais evidenciada a
dissonância entre um “tempo curto” da Constituição, como ordem normativa que estava
em curso (sem regulamentação legislativa do direito de greve) e um arcabouço de
práticas repressivas pelo Poder Público que antecedia, em muito, a promulgação e
vigência da Constituição de 5 de outubro de 1988. Mas isso não é tudo. A observação
das fontes denota a dificuldade de enfrentamento da delicada relação entre a democracia
em construção à época e o passado autoritário. A mobilização de forças militares, a
presença de vários generais na cadeia de comando que deliberou pela intervenção na

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usina, o discurso de manutenção de ordem e a completa ausência de punição e/ou
responsabilização daqueles que executaram, com evidente excesso e desproporção, a
decisão de retomar o controle da fábrica são fatores indicativos da fragilidade e do
caráter autoritário da transição política brasileira.

Propõe-se, nesse contexto, a validade e a operatividade do uso da greve como


chave de leitura para compreensão dos conflitos decorrentes da luta por direitos no
Brasil republicano. As pesquisas sobre os casos aqui tratados – e sobre vários outros –,
se adequadamente aprofundadas, são promissoras e instigantes para o desenvolvimento
da história constitucional contemporânea.

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