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CURSO – CARREIRAS JURÍDICAS Nº 18

DISCIPLINA – DIREITO CIVIL – PARTE GERAL (MANHÃ)

PROFESSOR – BRUNO ZAMPIER

MONITORA – JAMILA SALOMÃO

AULA 03/07

Ementa:

Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos:

 Parte geral:
 Morte;
 Direitos da Personalidade.

Parte geral

4) Morte:

4.1) Conceito:

É colocado pela doutrina como o fim da personalidade. Ambos os sentidos da personalidade.


A morte é um evento da natureza que trará uma série de repercussões na esfera do direito,
sendo, então, classificada como um fato jurídico em sentido estrito.

4.2) Morte civil:

A morte civil seria uma sanção aplicada a um sujeito, a qual consiste na retirada em vida de
sua personalidade jurídica ou civil.
Com a morte civil, portanto, o sujeito não mais poderia titularizar direitos e deveres na ordem
civil.
Essa sanção não existe no Brasil, atualmente.
Art. 1.816, CC. Alguns autores trabalham a expressão “como se ele morto fosse” como uma
morte civil pontual.

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse
antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores
couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens.

4.3) Comoriência:

Art. 8º, CC.

Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes
precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

É uma presunção (diante de uma hipótese o direito autoriza prever determinada


consequência/efeito).
Comoriência ocorre na hipótese de pessoas que faleceram em um mesmo momento (momento
tem significado temporal e não espacial). Assim, o direito autoriza a presumir que essas pessoas
morreram ao mesmo tempo.
A comoriência serve para resolver problemas sucessórios.

A comoriência é a presunção de morte ao mesmo tempo de pessoas que sejam herdeiras entre
si, evitando-se, dessa forma, discussões sobre qual a morte teria ocorrido em primeiro lugar.
Trata-se de presunção relativa de simultaneidade de morte.

4.4) Espécies de morte:

4.4.1) Real:

Aquela na qual tem um cadáver sobre o qual um médico irá atestar a ocorrência das possíveis
causas que o levaram a óbito.
Com base no atestado vai ao Cartório de Registro Civil de pessoas naturais e lavra a certidão
de óbito.

Art. 3º, lei 9434/97 (lei de transplantes de órgãos e tecidos).  Morte encefálica.

Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento
deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das
equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do
Conselho Federal de Medicina.
§1º Os prontuários médicos, contendo os resultados ou os laudos dos exames referentes aos diagnósticos de morte
encefálica e cópias dos documentos de que tratam os arts. 2º, parágrafo único; 4º e seus parágrafos; 5º; 7º; 9º, §§ 2º, 4º, 6º
e 8º, e 10, quando couber, e detalhando os atos cirúrgicos relativos aos transplantes e enxertos, serão mantidos nos
arquivos das instituições referidas no art. 2º por um período mínimo de cinco anos.
§2º Às instituições referidas no art. 2º enviarão anualmente um relatório contendo os nomes dos pacientes receptores ao
órgão gestor estadual do Sistema único de Saúde.
§3º Será admitida a presença de médico de confiança da família do falecido no ato da comprovação e atestação da morte
encefálica.

4.4.2) Presumida:

Ocorre quando não tiver a presença de um cadáver. Porém, existem hipóteses / circunstâncias
em que a lei autoriza a designação da consequência da morte.

É utilizada para pessoas que desapareceram.

O desaparecimento pode ocorrer em duas circunstâncias, conhecidas e desconhecidas.


Assim, a morte presumida se divide em circunstância conhecidas e desconhecidas.
Morte sem declaração de ausência (em circunstâncias conhecidas – art. 7º, CC) ou com
declaração de ausência (em circunstâncias desconhecidas – art. 6º c/c art. 22 a 39, CC).

a) Morte presumida sem declaração de ausência:

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:


I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

O sujeito estava em situação de risco de ocorrência de morte.

Art. 7º, parágrafo único, CC  A expressão “requerida” refere-se à declaração pelo juiz, e não
à requerimento pelas partes. Requerida  Declarada.

b) Morte com declaração de ausência:

Ausente é aquele sujeito que desaparece de seu domicílio sem deixar notícias ou
representante constituído.
Logo, se há um procurador instituído pelo desaparecido, em um primeiro momento, a família
não terá sucesso em um pedido de declaração de ausência.

Se a situação de ausência perdurar por mais de três anos o mandato eventualmente outorgado
caducará. E os herdeiros poderão solicitar a sucessão provisória nos bens do ausente. Art. 26,
CC.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se
passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.

As normas sobre ausência, portanto, resguardam, em um primeiro plano, os interesses do


próprio ausente, considerando, de maneira secundária, os interesses de seus herdeiros.

O ausente não é incapaz, entretanto, ao ausente poderá ser nomeado um curador que terá a
finalidade de administração de bens (mera administração patrimonial que não afeta a capacidade
do ausente).

 Fases do procedimento de ausência:

|-------------------------------------|------------------------------------|------------------------------------------|
Fato: 1 Fase 2 Fase 3 Fase
Desaparecimento Decl. Ausência Suc. Provisória Suc. Definitiva

 1ª Fase:

Não tem prazo entre o desaparecimento e a declaração de ausência. Não tem na lei civil e na
processual civil.
A doutrina diz que o prazo tem que ser razoável, a critério do julgador.

A 1ª fase da ausência é a declaração judicial da situação fática. Pleito declaratório.


Art. 744 e ss, Novo CPC c/c Art. 22 a 25, CC.

Art. 744. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á
curador na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto em lei.
Art. 745. Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que
estiver vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 1 (um) ano, ou, não
havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, durante 1 (um) ano, reproduzida de 2 (dois) em 2 (dois) meses,
anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens.
§1o Findo o prazo previsto no edital, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória, observando-se o
disposto em lei.
§2o O interessado, ao requerer a abertura da sucessão provisória, pedirá a citação pessoal dos herdeiros presentes e do
curador e, por editais, a dos ausentes para requererem habilitação, na forma dos arts. 689 a 692.
§3o Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da sucessão provisória em definitiva.
§4o Regressando o ausente ou algum de seus descendentes ou ascendentes para requerer ao juiz a entrega de bens,
serão citados para contestar o pedido os sucessores provisórios ou definitivos, o Ministério Público e o representante da
Fazenda Pública, seguindo-se o procedimento comum.

Nomeação de curador, arrecadação e administração dos bens. Arrolar os bens deixados pelo
ausente, verificar os possíveis sucessores, etc.

 2ª Fase:
1 ano após a declaração de ausência os sucessores poderão requerer a declaração da
sucessão provisória.
Art. 745, §2º, NCPC c/c art. 26 a 36, CC.

Com a sucessão provisória os herdeiros serão imitidos na posse dos bens. Para tanto, darão
garantia de restituição dos bens. Art. 30, CC.

 3ª Fase:

10 anos após do trânsito em julgado da sucessão provisória os herdeiros poderão pedir a


sucessão definitiva.
Art. 37 a 39, CC e art. 745, §3º, NCPC.
Os herdeiros que eram meros possuidores passam a ser proprietários.

Art. 6º, CC, autoriza a presunção de morte a partir da ocorrência da sucessão definitiva com a
ausência.

 Obs.:

 Art. 745, §4º, NCPC e art. 39, CC.

Nos 10 anos que se seguem à sucessão definitiva a propriedade dos herdeiros é resolúvel, já
que com o regresso do ausente terá direito aos bens no estado em que se acharem, sub-rogados
em seu lugar ou o preço obtido pelos herdeiros (com eventual venda).

5) Direitos da personalidade:

5.1) Perspectiva histórica:

A ideia de proteção à direitos inerentes à condição de ser humano ganha força após as
atrocidades praticadas na Segunda Guerra Mundial.
Assim, no plano internacional são elaboradas normas de proteção aos direitos humanos cujo
grande exemplo é a Declaração Universal dos Direitos do Homem. Cada país signatário se
compromete a incorporar essa proteção em seus ordenamentos jurídicos, podendo ser observado
que nos países ocidentais tal incorporação se deu na maior parte dos casos no título dos direitos e
garantias fundamentais no âmbito de suas Constituições (que normalmente ampliaram o rol
protetivo).
Para regulamentar a proteção à pessoa humana no plano inter-privado definiu-se não apenas a
possibilidade de eficácia horizontal ou entre particulares nos direitos fundamentais, mas também
fora criado um capítulo próprio dentro do código civil, qual seja, o relativo aos direitos da
personalidade.
Logo, é correto dizer que todo direito da personalidade é também um direito fundamental, mas
a recíproca não se aplica.

5.2) Características:

5.2.1) Absolutos:

São oponíveis erga omnes, ou seja, toda a coletividade tem o dever jurídico genérico de
abstenção em relação à prática de atos que possam vir a ameaçar ou lesar direitos da
personalidade alheia.

5.2.2) Inatos:

Como já visto, os direitos da personalidade são protegidos desde a concepção.

5.2.3) Vitalício:

A morte extingue os direitos da personalidade.

 Polêmica:

Art. 12, parágrafo único e art. 20, parágrafo único, CC.

Art. 12. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge
sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 20. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o
cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Para a doutrina majoritária a proteção post morten aos direitos da personalidade, em verdade,
busca proteger parentes vivos que, por ventura, se sentirem ofendidos diante de uma lesão
dirigida contra atributos do morto. O dano daí oriundo é costumeiramente denominado de dano
reflexo ou por ricochete.

Art. 12, parágrafo único, CC  Aplica-se a todos os direitos da personalidade.


Art. 20, parágrafo único, CC  Aplica-se à honra e à imagem, especificamente.

Não há antinomia entre ambos, o potencial conflito é resolvido pelo critério da especialidade.

5.2.4) Relativamente indisponíveis.

Significa que a maior parte dos direitos da personalidade não podem ser transferidos a
terceiros.
Porém, alguns direitos da personalidade admitem tal transferência, como é o caso de partes do
corpo humano (doação de sangue, órgãos e tecidos). A cessão de partes do corpo humano deve
ser gratuita, art. 199, §4º, CF).

Art. 199. §4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

Outros direitos da personalidade admitem a cessão de seu exercício (ex.: cessão de direito de
imagem), sendo que a doutrina estabelece três requisitos para que a cessão seja válida.

 Requisitos para a cessão:


 Específica.
 Temporária.
 Não pode violar a dignidade do cedente.

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