e P ro je to s
Proteção de Sistemas Elétricos
Elé tric o s
1 - INTRODUÇÃO
O nome relé representa uma gama numerosa de equipamentos e dispositivos, com as mais di-
ferentes formas de construção e operação, para aplicações diversas, dependendo da impor-
tância, do porte e da segurança da instalação considerada.
Os sistemas elétricos, de um modo geral, estão freqüentemente sujeitos a perturbações que
podem ser resumidamente agrupadas em:
curtos-circuitos;
sobrecargas;
variações do nível de tensão;
variação do nível de freqüência.
Contato móvel
Fluxo magnético
Terminais do circuito
de acionamento
Terminas do circuito
auxiliar de
alimentação do relé
Terminais do circuito
de acionamento
Terminais de alimentação
do relé
Dispositivos de reset
Lâminas de travamanto
Terminais dos
circuitos duplos de
comando (NA-NF)
Terminais da bobina fixa
Terminais do
Contáto móvel
circuito de
alimentação
Disco de indução
amplas faixas de ajuste com vários degraus; ajuste dos parâmetros guiado por uma interface
amigável;
indicação dos valores de medição e dos dados de falha por meio de display alfanumérico;
segurança operacional com a possibilidade de estabelecer uma senha do responsável pelo
seu ajuste.
A tecnologia analógica dos relés digitais pode ser resumida no fato de que os sinais analógicos
de entrada são isolados eletricamente pelos transformadores de entrada dos relés, após o que
são filtrados analogicamente e processados pelos conversores analógico/digital.
Os relés digitais são dotados dos seguintes elementos de indicação e operação.
a) Display (mostrador) alfanumérico
São utilizadas para ativar os parâmetros de medida a serem indicados e alterar o armazena-
mento desses parâmetros.
Os relés digitais são caracterizados por três tipos de funções, ou seja:
a) Funções de proteção
São aquelas que monitoram as faltas e atuam em tempo muito rápido. São dotadas de larga
faixa de medição, atuando em valores que podem atingir 20 vezes a grandeza nominal. A pro-
teção de sobrecorrente pode ser tomada como exemplo de formação de proteção.
9 – Introdução aos Relés
Co n s u lto ria
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b) Funções de medição
São aquelas que exercem a supervisão do sistema elétrico. Algumas medições são registradas
diretamente pelo relé, tais como tensão e corrente, enquanto outras são obtidas através de
cálculos numéricos, tais como potência e fator de potência. A medição de corrente de um ali-
mentador pode ser tomado como exemplo de função de medição.
c) Funções preditivas
São aquelas que realizam as medições cumulativas de determinadas grandezas, tais como a
duração do tempo de apuração, o número de operações de um disjuntor, etc.
a) Interface com o processo
unidade que tem a capacidade de converter um canal de cada vez. Assim, cada canal de en-
trada CE coleta uma amostra do sinal e o armazena analogicamente, utilizando, por exemplo,
um capacitor, até que o conversor A/D possa obter uma representação numérica do mesmo.
Por sua vez o conversor A/D realiza a conversão analógica da grandeza elétrica numa seqüên-
cia numérica que é enviada aos microprocessadores.
b) Microprocessadores
São elementos do relé que recebem os sinais digitais do conversor, além dos sinais digitais ge-
rados naturalmente pelos contatos secos de chaves, contactores, etc. e executam as funções
de medição, proteção, controle, etc.
c) Memória
Memória EPROM
É uma memória ROM que pode ser programada eletricamente várias vezes. Antes de qualquer
regravação o seu conteúdo anterior é eliminado por meio de raios ultravioletas.
Memória EEPROM
É uma memória PROM cujos dados armazenados podem ser eliminados eletricamente. Nesse
tipo de memória são armazenadas as informações de caráter variável que não podem ser eli-
minadas com a ausência da tensão auxiliar, tais como energia acumulada, ajuste das prote-
ções, contagem de eventos, etc.
Memória FLASH
Tem características semelhantes à memória EEPROM, podendo, no entanto, as informações
serem eliminadas eletricamente, aplicando um determinado tipo de tecnologia.
d) Entradas e saídas seriais
É o componente do relé capaz de receber e enviar informações digitais, tais como mensagens
operacionais, estado de operação do disjuntor, etc. As entradas/saídas digitais normalmente
empregadas nos relés são a RS 232 e a RS 485.
e) Fonte de alimentação
Os relés digitais necessitam de uma fonte de tensão operando em baixas voltagens com a fina-
lidade de operar as funções do mesmo. A fonte de alimentação auxiliar normalmente utilizada é
um banco de baterias provido de um retificador. Em geral, as tensões auxiliares mais empre-
gadas são: 24 – 48 – 125 – 220 Vcc. A tolerância de variação da tensão auxiliar está compre-
endida entre 10 a 20%.
12 – Introdução aos Relés
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f) Auto-supervisão
Os relés numéricos, em geral, são dotados de memória para armazenamento de eventos rela-
cionados a eles próprios, além de informações sobre os últimos defeitos ocorridos no sistema
elétrico que protege. Normalmente, são armazenados os últimos 50 eventos relacionados aos
relés, sendo que o último evento após completada a memória de armazenamento anula o pri-
meiro evento e assim sucessivamente.
3.2 - Quanto ao desempenho
Todo e qualquer elemento de proteção deve merecer garantia de eficiência no desempenho de
suas funções.
Os relés de proteção devem apresentar os seguintes requisitos básicos quanto ao seu desem-
penho:
sensibilidade;
rapidez;
confiabilidade.
Os relés devem ser tão sensíveis quanto possível dentro de sua faixa de ajuste para a opera-
ção, pois, do contrário, a grandeza requerida para disparo da unidade poderá não fazer operar
o mecanismo de atuação nos tempos desejados, provocando atuações fora dos limites permiti-
dos pelos equipamentos a proteger.
3.3 - Quanto às grandezas elétricas
Basicamente, um relé é sensibilizado pelas grandezas da freqüência, da tensão e da corrente e
que está submetido. Porém, tomando-se como referência esses valores básicos, podem-se
construir relés que sejam ajustados para outros parâmetros elétricos da rede, tais como impe-
dância, potência, relação entre as grandezas anteriores, etc. De modo geral, os relés podem
ser assim classificados:
relés de tensão;
relés de corrente;
relés de freqüência;
relés direcionais de potência e corrente;
relés de impedância.
Tempo
Tempo
T1
(B)
T2
T2 T1 (A)
I1 I2 Corrente I I1 I2 Corrente I
Fig. 10.5 – Curva com retardo dependente Fig. 10.6 – Curva com retardo independente
3.5 - Quanto à forma de acionamento
Os relés podem acionar os equipamentos de interrupção de dois diferentes modos, pelos quais
são comumente conhecidos:
relés de ação direta;
relés de ação indireta.
15 – Introdução aos Relés
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Haste de acionamento
independente para
cada relé
TC TC TC
Articulação Articulação
Haste de acinamento
independente para
Disjuntor cada relé
Disjuntor
tripolar
tripolar
Mola de restrição
Mola de restrição
do disjuntor
do disjuntor
Dispostivo de travamento do
Dispositivo de trava do
disjuntor
disjuntor
Transformador Transformador
Fig. 10.7 – Ação direta Fig. 10.8 – Ação direta com uso de TC
Relés de ação
indireta
TC TC TC
Disjuntor Banco de
baterias
TRANSFORMADOR Retificador de
alimentação