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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2018.0000604611

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº


1002489-28.2017.8.26.0024, da Comarca de Andradina, em que é apelante MARLI
PEREIRA DE OLIVEIRA (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado BANCO PAN S/A.

ACORDAM, em 11ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de


São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


GILBERTO DOS SANTOS (Presidente sem voto), RENATO RANGEL DESINANO E
MARINO NETO.

São Paulo, 9 de agosto de 2018.

GIL COELHO
RELATOR
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Apelação nº 1002489-28.2017.8.26.0024
Apelante: Marli Pereira de Oliveira
Apelado: Banco Pan S/A
Comarca: Andradina
Voto nº 28.538

Contrato bancário Restituição de valores pagos a maior, suspensão dos


descontos mensais e reparação de danos morais Sentença de
improcedência Cartão de crédito Adesão incontroversa
Cerceamento do direito de produção de prova inexistente Pagamentos
de valores mínimos, sem notícia de quitação do saldo devedor
Lançamentos regularmente efetuados em folha de pagamento Danos
morais não verificados Apelação não provida e majorada a verba
honorária.

Pretensões de restituição de valores pagos a maior, de suspensão


dos descontos mensais do valor mínio do cartão e de recebimento de reparação
de danos morais julgadas improcedentes, adotado o relatório da r. sentença.

Em apelação, a autora alegou que o não exaurimento da fase de


instrução processual, sem a produção de prova pericial, viola o princípio da ampla
defesa e a r. sentença deve ser anulada. Afirmou que o único meio de comprovar
que os valores cobrados até a presente data já são mais do que suficientes para
cobertura das importâncias sacadas é a prova técnica contábil. Aduziu que os
danos morais estão caracterizados diante da prática do ilícito pelo réu. Postulou
pelo provimento do recurso para reforma da r. sentença.

Houve resposta.

Eis o relatório.
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São Paulo

Dispõe o art. 370 do CPC que caberá ao juiz, de oficio ou


requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do
mérito. O seu parágrafo único prescreve que o juiz indeferirá, em decisão
fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.

A petição inicial, dotada de narrativa extremamente genérica, nem


sequer poderia ser admitida. Consta dela que, aproximadamente em 2009, o
Banco Sul América firmou parceria com o Sindicato dos Servidores Públicos de
Castilho/SP e ofereceu aos sindicalizados cartão de crédito, a maioria dos
servidores aderiu à facilidade, o banco faliu e começou a repassar o crédito a
diversas outras instituições financeiras, dentre elas a ré. Ainda segundo a petição
inicial, o valor máximo de crédito oferecido era de R$800,00, o réu vem cobrando
o valor mínimo e desde há muito tempo tem a autora tentado negociar a dívida
para quitá-la, mas nem resposta tem conseguido do réu.

Não há informação sobre a data da adesão ao cartão de crédito,


valor do mútuo tomado e início dos descontos em folha de pagamento. Não há
elementos minimamente aceitáveis para justificar a dilação probatória, não
bastasse o fato de a própria autora reconhecer que os descontos mensais são
destinados para pagamento de valor mínimo da fatura do cartão, sem notícia de
quitação do saldo devedor da dívida incontrovertivelmente assumida, daí a
esterilidade da tese de cerceamento do direito de produção de prova.

Acerca dos alegados danos morais, são insubsistentes os motivos


expostos na inicial para a caracterização do dever reparatório. A autora falou de
conduta arbitrária e abusiva do réu a respeito dos descontos lançados em folha
de pagamento, mas não negou que contratou de livre vontade o cartão que deu
origem aos mencionados descontos, tampouco, como já se assinalou, comprovou
ter quitado o saldo devedor.
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São Paulo

Não há irregularidade alguma, senão mero exercício regular de


direito por parte da instituição financeira.

Para arrematar, é oportuna a transcrição de trecho da


fundamentação da r. sentença de fls. 236/239: “Tem-se, assim, que os lançamentos
efetuados mensalmente na folha de pagamento da autora referem-se tão somente ao
pagamento do cartão de crédito pelo valor mínimo, com financiamento do saldo devedor.
E não se pode dizer que ela ignorava essa circunstância, e isso porque da adesão ao
cartão (fls. 150/151) consta a informação de que o desconto limitado a 10% do salário
refere-se ao pagamento mensal do valor mínimo indicado nas faturas; estas, por sua
vez, indicam a possibilidade de cobrança de encargos acaso haja apenas pagamento do
mínimo. Digno de nota que a autora afirma na inicial que o réu 'vem cobrando o valor
mínimo desde sempre e a conta jamais diminuiu' (fl. 03), sem indicar ou comprovar o
pagamento do débito remanescente por meio de boleto bancário. (...) E, sendo assim,
não há falar-se em repetição de valores descontados. Igualmente, não configurados os
pressupostos da responsabilização civil”.

Em suma, os fundamentos da r. decisão recorrida não se abalam


diante dos argumentos expostos no recurso. O caso é de manutenção do
desfecho de improcedência dado pelo E. Juízo de origem, sem cogitação o
acolhimento da tese de cerceamento do direito de produção de prova.

Nos termos do CPC, art. 85, § 11, impõe-se a majoração do valor


dos honorários advocatícios de R$954,00 para R$1.100,00, ressalvada a justiça
gratuita.

Ante o exposto, meu voto é pelo não provimento à apelação, com


majoração da verba honorária.

Gil Coelho
Relator

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