FACULDADE DAMÁSIO
LEONARDO VIEIRA ALBANO
TERESINA
2016
2
ORIENTADORA: Prof.ª
TatianaAp.C.DeBritoOhta
TERESINA
2016
3
Agradecimento
Agradeço a Deus por me ajudar a conquistar mais essa vitória em minha vida. Por
me proporcionar as forças necessárias para que eu continuasse quando algo me faltava ou me
desencorajava.
Agradeço a Ele por nesta jornada me permitir ter a presença de minha mãe que me
ajudou quando ninguém mais o fez. Agradeço mais ainda pelo presente que é minha filha Liz
Bella. Definitivamente ela é a alegria de minha vida e o real significado da palavra amor para
mim.
Continuo agradecendo a Deus pelos amigos que este me deu, para me lembrar o que
é sorrir ainda que as vezes chorar parecesse ser o caminho mais fácil.
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Resumo
A obra auferiu, ainda, uma analise a respeito da ressocialização dos serial killers,
uma vez que a psiquiatria a nível mundial pacificou a irrecuperabilidade dos mesmos.
Finalmente, a conclusão encontrada foi a de que os serial killers são seres portadores
de uma patologia que ocasiona distúrbios na sua personalidade afetando assim sua faculdade
de sentir.
ABSTRACT
The work here exposed study, from the perspective of accountability, serial killers;
criminals who commit cruel murders chain and interconnected way, for a certain period of
time. Its foundation was through studies of books, journals, articles in legal harvest and
psychiatric, encyclopedias and monographs by the deductive method.
This study aimed to clarify the concept of accountability, since this is the foundation
of bulwark of criminal law in its entirety and state acceptability in power to punish.
From a practical point of view, four cases of Brazilian serial killers have been
described, including Francisco de Assis Pereira (Francisco de Assis Pereira) and Tiago
Henrique Gomes da Rocha.
The work earned addition, an analysis regarding the rehabilitation of the serial
killers, since psychiatry worldwide pacified the impairment thereof.
Finally, the conclusion found was that serial killers are being carriers of a disease
that causes disturbances in their personality thus affecting its ability to feel.KEYWORDS:
Serial killer. Psychopathy.Liability.Re-sociability.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
CAPÍTULO I
1 PSICOPATIA ................................................................................................................... 11
1.1 História ............................................................................................................................. 11
1.2 Definição ........................................................................................................................... 13
1.3 Classificação ..................................................................................................................... 14
1.4 Fatores determinantes ..................................................................................................... 18
CAPÍTULO II
CAPÍTULO IV
5 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA........................................................................................ 41
5.1 Das sanções penais e suas funções aplicadas ao serial killer ........................................ 41
5.2 Da ineficácia das normas................................................................................................. 47
5.3 Ausência de leis especificas ............................................................................................. 47
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO I
1.Psicopatia
No ano de 1812 Rush, ainda que não tenha nomeado, imputou a possibilidade de
sentir dos psicopatas a uma deformidade congenita. (Cantero, 1993).
Vinte e três anos depois o psiquiatra inglês Pritchard referiu-se aos individuos que
demonstravam premissas de condutas altamente pervertidas, como moralmente insanos.
Diante disso, o psiquiatra, que era adepto da escola ambientalista, foi pioneiro ao imputar a
influencia do meio como responsável por tal pertubarção. Foi ele que preconizou que as ações
ambientalistas deveriam ser adotadas como instrumento de intervenção, para possível
integralização e recuperação dos agentes. (Cantero, 1993)
Em 1888, Koch, psiquiatra alermão, em razão do que Pritchard expôs, denotou uma
nova definição para a pertubarção da personalidade: “inferioridade psicopática”. Nessa, a
anomalia de caráter, oriunda em parte por fatores congénitos, em parte por fatores
relacionados a disturbios psíquicos, foi levantada.
O estudo da psicopatia foi afamado no ínicio do século XX. Foi possível observar
que houve um notório direcionamento para análisedessa pertubarção (Cantero, 1995).
Schneider se mostrou de suma importancia para o estudo da psicopatia. Utilizou a
terminologia “personalidade psicopática” como parte, que integralizava algumas patologias,
fazendo assim a diferenciação entre doença mental e psicopatia.
a) Astenicos;
b) Abúlicos;
c) Apáticos;
d) Explosivos;
e) Lábeis de humor;
f) Carentes de valor;
g) Fanáticos;
h) Inseguros;
i) Depressivos;
j) Hípertímicos.
Na tentativa de ter um diagnóstico preciso da psicopatia, Schneiderainda realizou
diversas combinações com graduações distintas, e que contou com a contribuição de autores
tais como Koch e Kraepelin.
1.2 Definição
1.3 Classificação
O transtorno de personalidade (TP), de forma especifica, foi descrita na décima
revisão da classificação de transtornos mentais e de comportamentos (CID-10), como
umprofundodistúrbio na composição do caráter e nas predisposições de condutas do sujeito.
Tecnicamente, os transtornos de personalidade (TP) não são considerados doenças,
mas uma anomalia na evolução psíquica. A psiquiatria forense concebe os TPs como
perturbações da saúde mental, sendo estes a soma da discrepância da afetividade com
irritabilidade na interação interpessoal.
A CID classifica em oito tipos os transtornos de personalidade; paranóide,
esquizoide, emocionalmente instável, histriônico, anancástico, ansioso, dependente e
antissocial.
Na paranóide há a supremacia do sentimento de desconfiança e perseguição, além
disso, a sensibilidade é exacerbada quando há contrariedade. No esquizoide há a
predominância do desapego e do desinteresse social, ou seja, há retração quanto à afeição
tendendo assim a introspecção.
O individuo emocionalmente instável, por sua vez, se caracteriza por ter atos
imprevisíveis e impulsivos. Neste caso, se subdivide em dois tipos; impulsivo e borderline. O
primeiro não tem controle dos impulsos, que são ocasionados pela instabilidade emocional. O
segundo além de apresentar o mesmo quadro de instabilidade emocional do primeiro,
apresenta também dificuldades de aceitação em relação a sua própria imagem, dificultando
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assim a sua definição quanto as suas preferencias pessoais. Geralmente são acometidos pelo
sentimento constante de vazio.
O histriônico, dentre todos os indivíduos que possuem algum tipo de transtorno de
personalidade, pode ser considerado como o “narcisista”. São pessoas egocêntricas, revestidas
com um toque generoso de teatralidade e com necessidade de atenção constante. Basicamente
são caracterizados pela superficialidade exacerbada e tolerância ínfimapara fracassos.
O anancâstico de forma rígida, mas não ao ponto de ser caracterizado como um
obsessivo-compulsivo é consumido teimosamente pelos detalhes. Basicamente os
pensamentos se repetem de forma intrusiva.
O ansioso, também chamado de esquivo, é o mais suscetível a criticas.Como o
esquizoidetem tendência a introspecção, mas não pelo desapego, e sim pela insegurança de
sua competência profissional e/ou social. Tem o sentimento contumaz de apreensão/tensão.
O dependente é carente de determinação ou iniciativa. É extenuado de forma
comportamental e destituído de propósito.
Por último, o antissocial tem a indiferença para com o sentimento alheio, como a
característica mais marcante. Este tem uma retração do sentimento deremorso ou empatia. É
intolerante quanto à frustração e despreza as normas sociais.
Quando a indiferença do antissocial se apresenta em alto grau de insensibilidade
levando-o a uma pujante impassibilidade afetiva, este estará passível a adotar um
comportamento criminal regular. O quadro clinico de TP se consolida como psicopatia.
Atualmente 10% da população mundial sofre de algum transtorno de personalidade e
1% desta fração são psicopatas. Ou seja, existe cerca de 69 milhões de psicopatas ao redor do
mundo.
Segundo José Alves Garcia (1958), estes podem ser divididos em psicopatas amorais,
astênicos, explosivos, lunáticos, ostensivos e/ou sexuais.
Os psicopatas amorais se caracterizam por serem seres cruéis, destituídos de
sentimentos como compaixão, honra ou vergonha.Suas condutas tem natureza lesiva à
beatitude assim como a ordem pré-estabelecida. São adversos da opinião pública e a
moralidade.
(...) Seus crimes são desumanos, frios, impulsivos, bestiais. Realizam
atos movidos pelas suas paixões, pelo domínio dos componentes
instintivos de sua personalidade. Praticam o mal por necessidade
mórbida. Sentem sua falta como o faminto o alimento, e, só assim,
acham equilibrados e serenos, recebendo tranqüilos e eufóricos a
conseqüência dos seus efeitos (...) (FRANÇA, 1998, p. 359).
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de 1790 a 1840, asfixiando-as com o “rumal” (típico lenço cerimonial), laços de seda
compesosde chumbo pendurados nas pontas ou por estrangulamento.
Os psicopatas hipertínicos são os mais bem-humorados e alegres. Havendo estímulo,
tendem a se enfurecer de forma desproporcional e envolvendo-se em brigas e agressões. Estão
propensos ao ciúme do parceiro.
Os psicopatas ostensivos estão identificados como aqueles que mentem e enganam
morbidamente. São de uma vaidade maçante e aparentam mais do que realmente são. Casam a
fábula e a farsa para conceberem a fraude. Assim como os psicopatas hipertínicos, são alegres
e bem-humorados, se portam de maneira afável e positiva. Segundo Dalila Wagner, eles
[...] mostram certo brilho intelectual, fazem relações e
amizades facilmente, adquirem conhecimentos superficiais sobre arte,
literatura e tecnologia, e de tudo usam para convencer suas vitimas.
Do ponto de vista psicológico, tem ambição de adulto e imaginação de
criança, e em certa medida incapazes de exercício da responsabilidade
civil e penal.
Descrição que condiz com o perfil de Ted Bundy, assassino americano que vitimou
36 mulheres entre 1974 e 1978. Segundo Camila Tersariol Vellasques,
o Picasso da comunidade dos serial killers. [...] Era bonito
charmoso,inteligente, seguro de si, com um futuro brilhante, e mais
mortal que um cascavel. Usando sua boa aparência, ele era capaz de
seqüestrar e matar suas vítimas sem que ninguém notasse e continuar
com sua vida. Este estudante de direito e jovem republicano gostava
de usar um torniquete no braço para parecer vulnerável e conseguir
com que as mulheres o ajudassem com as compras. Uma vez que ele
atraía suas vítimas para a porta do carro, ele batia e as levava embora
para reservadamente desfrutar de suas mortes.
Ted Bundyfoi julgado e condenado a pena de morte. Teve execução por cadeira
elétrica no dia 24 de janeiro de 1989.
Figura 2 - Ted Bundy
Fonte: http://www.mundofreak.com.br/2014/09/26/serial-killers-ted-bundy/
18
É sabido, que o sistema límbico que está na parte inferior do córtex, é composto e
núcleo de células cinzentas, que são basicamente os neurônios que constroem um tipo de
camada envolta do tronco encefálico (Silva, 2004, p. 46).
O que vale, nesse contexto, é ter o conhecimento de que o sistema límbico opera no
comando de todas as faculdades emocionais e comportamentais (Silva).
21
No infopôster publicado pelo site Tudo em Dia é possível ver as áreas afetadas dos
serial killers, assim como comparar os cérebros de uma pessoa normal, um assassino e um
assassino em serie.
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Fonte: http://www.tudoemdia.com/2014/12/veja-como-funciona-o-cerebro-de-um-psicopata-assassino
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CAPÍTULO II
2. Sobre os serial killers
2.1 Do conceito
Serial killer é uma expressão da língua inglesa que se traduz, literalmente, como
“assassino em serie”. É um termo contempôraneo, sendo utilizada pela primeira vez em 1970
por Robert Ressler, agente aposentado do Federal Bureau of Investigation (FBI). Até os anos
50, os assassinatos em series foram reputados como sendo uma forma de assassinato em
massa e somente no inicio dos anos 60 os criminologistas passaram a estabelecer tipos de
assassinatos multiplos.
O conceito de serial killers não é pacifico no meio doutrinário: uma corrente afirma
que o serial killer é aquele que mata da mesma maneira (modus operandi) três ou mais
individuos durante um período intercalado (FBI); a segunda corrente defende a cota mínima
de 4 pessoas e a terceira defende que para se caracterizar como serial killer, o criminoso tenha
que ter comentido apenas dois assassinatos.
A primeira corrente foi questionada por Newton (2005, p. 49-50) por se mostrar falha
em três aspectos
Primeiro, temos o requisito de “três ou mais” assassinatos
para compor uma série bona fide. Infelizmente, as outras categorias
“oficiais” do FBI de assassinato - único, duplo, triplo, massa, e
atividade de assassinato – não fazem nenhuma referência ao fato de o
assassinato de apenas duas vítimas no requisitado período de
“resfriamento” entre os crimes e que é então preso antes de atingir o
número três. O assassinato duplo, no linguajar do FBI, descreve duas
vítimas assassinadas no mesmo tempo e lugar; atividade de
assassinato, enquanto isso, pode ter apenas duas vítimas, mas é
definido 19 como “um evento único com... nenhum período de
resfriamento emocional entre os assassinatos”. Assim, o assassino que
aguarda meses ou mesmo anos entre seu primeiro e segundo
assassinato e encontra-se na prisão não se encaixa no esquema do FBI.
Ocasionalmente alguns serial killers matam suas vitimas mais rapidamente por
não se sentirem no controle até que estas estejam mortas. Com o ato concretizado os agentes
iniciam as mutilações – principalmente noórgão genitor de suas vitimas – e disposição do
corpo de maneira humilhante e/ou especifica.
É possível constatar o nível de controle exercido pelo serial killer em seus crimes ao
examinar os artefatos utilizados, o lugar escolhido, o ritual e a violência a que a vitíma foi
subjulgada.
Exemplo notório de desse tipo de comportamento foi o caso Joachim Kroll, alemão,
que foi capturado no dia 3 de julho de 1976, após ter confessado que assassinou 14 pessoas.
Kroll era extremanente peculiar quanto à escolha do lugar onde matava; surpreendia e
estrangulava apressadamente sua vitimas, para em seguida manter relações sexuais com estas.
Figura 4 - Joachim Kroll
Dada a satisfação de sua lascivia, Joachim Kroll
cortava e multilava os corpos de suas vitimas para
poder come-las depois.
A família de Krollera pobre, ele era o sexto
de nove filhos, era uma criança fraca e apresentava
quadro de micção involuntária. O pai de Kroll se
tornou prisioneiro de guerra logo após o fim da
segunda guerra mundial e sua mãe morreu em 1955.
Sofria de abandono familiar e afetivo. Começou a
trabalhar como empregado de casa de banho para o
Mannesmann logo após a morte de sua mãe, ao
Fonte: http://crime.about.com/
od/serial/ig/serialkillerphotos/G
ary-Ridgway.htm
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O maior exemplo desse tipo de assassino foi Gary Leon Ridgway, que ficou
conhecido como Green River Killer ou Assassino do Rio Verde, na tradução para português.
As autoridades americanas lhe imputaram cerca de 80 mortes e ficou conhecido nos Estados
Unidos da America, não pela quantidade de vitimas, mas pelo número de julgamentos a que
foi submetido.
C)Dos assassinos estacionários:São os mais incomuns. Matam suas vitimas em um
só lugar, podendo ser em casa ou em seu lugar de trabalho. Os primeiros tendem a procurar
suas presas em suas próprias famílias ou atraem pessoas de fora para suas casas. Em ambas as
situações, eles ocultam os corpos em suas dependências (enterram, congelam, queimam etc).
Os segundos matam em seus trabalhos. É o caso de assassinatos cometidos em
hospitais por médicos e enfermeiras, por exemplo.O caso do médico inglêsHarold Shipman
exemplifica muito bem essa categoria de assassinos. Shipman foi o responsável pela morte de
mais de 250 pessoas mediante a aplicação de doses letais de heroína ou morfina.
O medico falsificava os laudos e
Figura 7 - Harold Shipman
administrava as drogas em pessoas saudáveis.
Com exceção a uma única vez em que recebeu
dinheiro pela morte de um de seus pacientes,
Shipman não auferia nenhum beneficio com a
morte de suas vitimas. Só foi descoberto porque
um legista desconfiou de sua pratica medica e a
denuncia deu início a uma investigação.
Inicialmente a investigação foi
abandona pela ausência de provas, mas mais
algumas mortes suspeitas foram suficientes para
encarcerar o medico. Respondeu a 15 processos
de homicídio e foi condenado nos 15 a prisão
Fonte: http://www.biography.com/people/harold-
perpetua. Em janeiro de 2004, na prisão em que shipman-17169712
CAPÍTULO III
3.Psicologia forense
Teve inicio na década de 80 com a convocação de David Canter, pela Scotland Yard
para compor com preceitos psicológicos a investigação técnica.
Segundo Casoy, há dois métodos de investigação por meio da psicologia: o método
de David Canter e o método de Brent Turvey. Ambos cientistas forenses. O primeiro estuda
contraventores conhecidos e define-os em categorias para que quando novos crimes ocorram,
estes sejam analisados de forma comparativa com aqueles.
As características do novo infrator serão descritas tendo como base a distinção
realizada em categoria de criminosos apontados.
O método de Canter se baseia sob cinco perspectivas de interação entre vitima e
ofensor:coerênciainterpessoal, relevância da hora e local do crime, traços criminais, trajetória
criminal e consciência forense.
provável que serial killers deixem vestígios em seus primeiros crimes e não nos últimos
quando já dominam suas técnicas.
e) Consciência forense: Baseia-se no conhecimento que o serial killer possui a
respeito das praticas policiais e mecanismos de colhimento de evidencias. Segundo Fernando
Valentim Alvarez
Inclui-se aqui o uso ou não de luvas, camisinha ou a remoção de
qualquer objeto que possa conter fluidos corporais do agressor. Um
exemplo que indica que o agressor sexual não é primário é modo
como ele limpa ou banha a vítima depois do ataque. Ele pode também
exigir que ela se banhe após o estupro, ou penteie os cabelos pubianos
para remover os seus próprios. Se a polícia concluir que este
transgressor não é primário, começa a pesquisar entre outros
conhecidos e elimina aqueles que utilizam métodos diferentes. (2004,
p. 25)
Canter também criou um padrão a respeito do modo de comportar-se dos agentes,
que foi batizado de teoria circular. Nesta há duas espécies de infratores: os “vagabundos” e os
“viajantes diários”. Na primeira espécie, há a presunção de que o agente, em um rompante,
deixe sua moradia para cometer seus delitos, enquanto a segunda espécie viaja uma distancia
considerável para fazer o mesmo.
Ilustração do Campo de Ação do “Vagabundo” de Casoy
34
Fonte: CASOY, Ilana. Serial Killer, louco ou cruel? 2 ed.; São Paulo: WVC, 2004.
Vale ressaltar que os agentes da espécie “viajantes diários” são os que se enquadram
como os desorganizados na classificação do FBI. Nesse tocante, é importante salientar “que
quanto maioro número de vítimas, mais perto de casa o criminoso se livra do corpo, pois está
cada vezmais confiante na sua não captura.” (Alvarez, 2004)
O segundo método é o método de Brent Turvey, criado pelo psiquiatra forense de
mesmo nome. Nascido nos Estados Unidos da America, foi considerado pela seara
psiquiátrica um dos maiores conhecedores de perfis criminais. Criou seu método,
denominando-o de “BehaviouralEvidenceAnalysis”(BEA). Segundo Casoy
Tal método baseia-se na premissa de que os transgressores sempre
mantém sobresuas ações, muitas vezes a única coisa com a qual se
pode contar na investigaçãoé a reconstrução do comportamento do
transgressor. A maior diferença entre estemétodo e os anteriores é que
não se baseia em estatísticas. O BEA – Análise das Evidências
Comportamentais é dividida em quatro passos principais:
análiseforense questionável, vitimologia, características da cena do
crime e dotransgressor.A análise forense é questionável no sentido de
que uma evidênciapode ter várias interpretações ou significados, e o
objetivo deste passo éjustamente estabelecer os vários significados de
uma evidência. Esta análise éfeita com base em fotos, vídeos, esboços
da cena do crime, relatórios deinvestigadores, registro de evidências,
relatório de autópsia, vídeos e fotos,entrevistas com testemunhas e
35
CAPITULO IV
4. Noções gerais de imputabilidade penal
Para a compreensão de imputabilidade, é necessário que primeiramente se entenda a
culpabilidade, dado que a imputabilidade é elemento da culpabilidade. Segundo Nucci (2008,
p. 281), a culpabilidade “é um juízo de reprovação social, incidente sobre o fato e seu autor,
devendo o agente ser imputável, atuar com consciência potencial de ilicitude, bem como ter a
probabilidade e a exigibilidade de atuar de outro modo, seguindo as regras impostas pelo
direito”.
Levando em consideração o que afirma Nucci, é possível entender que culpabilidade
é o entendimento que será feito por quem julga, a respeito da capacidade que o sujeito ativo
do delito tinha de compreender seus atos no momento da conduta delituosa, de perceber e
compreender as circunstancias e consequências dessa conduta.
A culpabilidade se apresenta como um juízo de reprovação do agente, que será
responsabilizado por não ter-se mantido dentro da norma, quando poderia tê-lo feito. A
culpabilidade é o que embasa o fundamento e o limite da pena, fazendo jus à reprovação da
conduta adversa a norma (Bitencourt, 2012).
Nas palavras de Luiz Regis Prado
A culpabilidade é a reprovabilidade pessoal pela realização de uma
ação ou omissão típica e ilícita. Assim, não há culpabilidade sem
tipicidade e ilicitude, embora possa existir ação típica e ilícita
inculpável. Devem ser levados em consideração, além de todos os
elementos objetivos e subjetivos da conduta típica e ilícita realizada,
também, suas circunstâncias e aspectos relativos à autoria.(Luiz Regis
Prado)
Em síntese, a culpabilidade, ou seja, a conduta reprovável, dar-se-á mediante
situação em que é preciso determinar se o agente é capaz, psiquicamente falando, de ter
consciência e escolha dentro de sua autodeterminação, isto é, se a ele é facultado a
capacidade de compreender, mediante sua condições psíquicas, a sua conduta delituosa e de
ajusta-la ao seu entendimento. Essa capacidade psíquica é intitulada de imputabilidade
A imputabilidade é caracterizada por ser a possibilidade de atribuição de um fato
ilícito e típico ao agente, para que este seja responsabilizado por seus atos. Aquela é
concebida sob a capacidade de discernimento e compreensão, ou seja, para que o agente seja
imputável é necessário que este compreenda o caráter ilícito de seus atos e de reagir mediante
este entendimento - culpabilidade. (GRECO, 2010.). Sobre isso Capez diz que
38
A doutrina majoritária afirma que este último seria o caso dos seriais killers, uma vez
que eles, em sua grande maioria se encontravam lúcidos e contavam com seu autocontrole em
perfeito estado no momento de suas ações, ações estas premeditadas e planejadas. O mister no
tocante a situação dos serial killers seria sua personalidade antissocial que faz sua mente
acreditar que seus atos são naturais. Assim esses psicopatas ficam sujeitos à medida de
segurança por tempo determinado e a tratamento médico-psíquico.
41
CAPÍTULO V
5. Legislação brasileira
5.1 Das sanções penais e suas funções aplicadas ao serial killer
As sanções penais são contestações por parte do Estado a condutas adversas às
normas sociais e jurídicas vigentes. Segundo professor o Leonardo de Morais “é a resposta
estatal consistente na privação ou restrição de um bem jurídico sobre quem praticou um crime
ou uma contravenção penal, cujo fim é retribuir, ressocializar e evitar a prática de novas
infrações penais.”
Pactuando assim com que afirma Luiz Regis Prado sobre a finalidade da pena de
prevenir, punindo aquele que não se adaptar aos parâmetros de condutas impostas pela
sociedade.
Em síntese: a justificativa da pena envolve a prevenção geral
e especial, bem como a reafirmação da ordem jurídica, sem
exclusivismos. Não importa exatamente a ordem de sucessão ou de
importância. O que se deve ficar patente é que a pena é uma
necessidade social - ultima ratio legis, mas também indispensável para
a real proteção de bens jurídicos, missão primordial do Direito Penal.
De igual modo, deve ser a pena, sobre tudo em um Estado
constitucional e democrático, sempre justa, inarredavelmente adstrita
à culpabilidade (princípio e categoria dogmática) do autor do fato
punível. (...) O que resta claramente evidenciado numa analise sobre a
teoria da pena é que sua essência não pode ser reduzida a um único
ponto de vista, com exclusão pura e simples dos outros, ou seja, seu
fundamento contém realidade altamente complexa.
§ 1º - Considera-se
A pena restritiva de direito, segundo o Art. 44 do código penal, são autônomas e tem
o objetivo de substituir a pena privativa de liberdade em quatro situações: a) quando a pena
privativa de liberdade não for superior a quatro anos e o crime não for cometido com
violencia ou grave ameaça; b) se o crime for culposo (quando não há intenção de cometero
crime); c) quando a pessoa não for reincidente em crime doloso (quando há intenção de
cometer o ato criminoso); d)e quando “a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente”.
Essa pena restritiva de direito são opções alternativas que tem o objetivo de
promover o impedimento do emprego de penas privativas de liberdade. Ou seja, “não se trata
de penas, mas de institutos que impedem ou paralisam a persecução penal, não se
confundindo, portanto, com as penas alternativas” (CAPEZ,2010).
As medidas alternativas se classificam em consensuais e não consensuais e não se
confundem com as penas alternativas. A primeira não tem o objetivo de sancionar enquanto a
segunda sim. Segundo Capez
As medidas alternativas são soluções processuais ou penais
para evitar o encarceramento cautelar provisório ou a prisão imposta
por condenação criminal definitiva (p. ex.: suspensão condicional do
processo, ampliação das hipóteses de cabimento de fiança, facilitação
da progressão de regime, maior acesso ao livramento condicional e ao
susis etc.) Diferem das penas alternativas porque não constituem
penas, mas opções para evitar a persecução penal e, por conseguinte, a
imposição da pena privativa de liberdade, por sentença judicial. (2010,
p. 427)
As penas alternativas, assim como as medidas alternativas, podem ser consensuais ou
não consensuais. A primeira só terá aplicabilidade mediante a concordância do individuo. A
segunda advém independente da concordância do agente e se divide em diretas ou indiretas.
Esta ocorre como substituição, mediante os requisitos legais, a pena privativa de liberdade.
Aquela acontece como primeira opção.
São penas alternativas, segundo o código penal brasileiro, a prestação de serviços à
comunidade, a limitação de fim de semana, a prestação pecuniária em favor da vitima,
prestação pecuniária inominada, perda de bens e valores, bem como a proibição do exercício
de profissão/ atividade, suspensão da habilitação para dirigir veículos e proibição de
freqüentar certos lugares, não podendo o magistrado criar novas pena substitutivas por se
tratar de rol taxativo.
Essas penas alternativas tem a finalidade de reduzir a superlotação das penitenciarias
e conseqüentemente os custos desses estabelecimentos; contribuir para a ressocialização do
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apenado que não terá que ser estigmatizado pelo ambiente carcerário; diminuir a reincidência
e resguardar os interesses da vitima.
A pena de multa é um tipo de pena alternativa e se configura como aquela que
somente pode ser paga em dinheiro com destinaçãoao Fundo Penitenciário Nacional. É
calculada em dias –multa e tem a finalidade de atingir o patrimônio do apenado. No caso, essa
sanção pode ser estabelecida como punição única ou cominada e aplicada de maneira
cumulativa a pena privativa de liberdade. A exemplo dessa sanção, pode-se citar o Art. 155 do
código penal brasileiro, que trata do crime de furto e prevê a pena de reclusão de um a quatro
anos e multa.
De acordo com Capez as penas de multa não podem ser confundidas com as penas
restritivas pecuniárias uma vez que
A multa não pode ser convertida em pena privativa de
liberdade, sendo considerada, para fins de execução, dívida de valor
(CP, art.51). As penas alternativas pecuniárias, ao contrário, admitem
conversão (CP, art.44,§4°). Por essa razão, não há como confundir as
novas espécies de penas restritivas de direitos constantes do art.43 do
Código Penal com a pena de multa, pese embora todas terem caráter
pecuniário. (2010, p. 430)
Segundo o que preconiza o Art. 49, caput, do código penal, quando houver a
aplicação da pena de multa, seja ela cumulada, isolada ou alternativamente aplicada, esta
deverá estar dentro dos limites legais, ou seja, de 10 a 360 dias-multas. Em caso de
descumprimento da pena de multa, assim dispõe o Art. 51, do CP: “Transitada em julgado a
sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas
da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição.”
Penas alternativas:quaisquer penas que o juizpuder aplicar emsubstituição à
penaprivativa de liberdade.Atualmente são 10 (dez) [9(nove) restritivas de direito,dentre as
quais 6 (seis) emsentido estrito e 3 (três)pecuniárias] + a pena demulta.
Espécies:
a) Restritivas de direito:
a1) em sentido estrito:prestação de serviços àcomunidade, limitação defim de
semana e quatrointerdições temporárias dedireito (proibição doexercício de cargo oufunção
pública, proibiçãodo exercício de atividade ouprofissão que dependa dehabilitação especial
oulicença do Poder Público,suspensão da habilitaçãopara dirigir veículo eproibição de
freqüentar lugares).
a2) pecuniárias:prestação pecuniária,prestação inominada eperda de bens e valores.
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O Brasil que adotou o sistema vincariante, ou seja, aquele que necessita de uma
decisão judicial para a aplicabilidade de tratamento de saúde em face da pena tradicional,
autua o agente de maneira não convencional ao mesmo tempo em livra a sociedade do perigo
deste. Diz Cardoso
Vale ressaltar que grande parte da doutrina considera que as medidas de segurança
são uma espécie do gênero de sanção penal, logo aquela tem a natureza jurídica de sanção
penalde caráter terapêutico, aflitivo e jurisdicional
47
Os serial killers tem seus crimes envoltos no segundo questionamento: seriam estes
responsáveis por suas condutas delituosas? Isto é, seriam pessoas, fundamentalmente,
acometidos de uma patologia ou cometeriam seus crimes embasados em desejos perversos e
transgressores? Para Ballone (2005, apud Marta Massoni, 2009)
é evidente que o assassino em série não é uma pessoa normal, mas não
significa que ele não tenha consciência do que faz. Os assassinos em
série, em sua maioria, são diagnosticados como portadores de
transtorno de personalidade antissocial e muito embora possam não ter
domínio para controlar seus impulsos, sabem muito bem distinguir o
que é certo e errado, tanto que se preocupam em não ser apanhado.
Considerando que ordenamento jurídico, em sua grande maioria, tomaos serial killers
como semi-imputáveis, estes são tratados como pessoas doentes e não como criminosos,
recebendo assim a medida de segurança como resposta aos seus crimes.
Em 2010, o então Senador Romeu Tuma, propôs um projeto de lei, que acrescentaria
ao art. 121, CP, o reconhecimento jurídico do serial killer. Com essa modificação o art.121
teria novos parágrafos que assim ficariam dispostos:
Evidentemente que o tocante a pena dos serial killers nesse projeto de lei deve ser
melhor avaliado e aprimorado, uma vez que se fez muito rígido e que não atenderia ao
objetivo da pena de recolocar esse cidadão na sociedade outra vez. Segundo Renan Arnaldo
Freire
49
CAPITULO VI
Francisco de Assis Pereira nasceu em novembro de 1967 em São Paulo, um ano após
o nascimento de seu irmão mais velho. Era o filho do meio de uma família de três filhos.
Tinha o apelido de “Tim”, presente do irmão Luís Carlos. Diferentemente da maioria dos
psicopatas, Francisco teve uma infância normal. Era uma criança inteligente ainda que
Figura 8 - Francisco de Assis Pereira
apresentasse dificuldades de ordem escolar e
disciplinar. Era timido, mas bastante sorridente.
Gostava de brincar na rua e tinha verdadeiro
fascinio por patinação de gelo. Ganhou seus
primeiros patins aos 8 anos.
Fonte:
http://oaprendizverde.com.br/2015/07/19
/reportagem-retro-maniaco-do-parque-a-
face-inocente-do-terror/
51
Dissimulação era algo inerente a Francisco. Ficou conhecido como maniaco do parque ao
conseguir, se passando por caça talentos, que mulheres o encontrasse no parque para fazer
fotos e conversar melhor. Elas eram estupradas e mortas.
Foi a júri 3 vezes e a discussão basicamente girou em torno da real condição mental
do réu. Francisco foi enquadrado nos crimes de homicídio, estupro, atentado violento ao
pudor e ocultação de cadáveres, totalizando 271 anos de reclusão.
O serial killer brasileiro, Tiago Henrique Gomes da Rocha, 27 anos, vigilante de uma
Fonte: http://www.diariodeaparecida.com.br/home/14131-2/
No dia 2 de agosto de 2014, logo
após a estudante Ana Lidia Gomes, de 14 anos, ser baleada em um ponto de ônibus em
Goiânia, a moto de Tiago foi fotografada por estar em alta velocidade. Com essa foto foi
constatado que a placa da moto era roubada, mas isso por si só não implicava que Tiago era o
autor do crime.
Dois dias depois foi instaurado, pela policia civil, uma força operacional para
investigação do assassinato da adolescente e esta contava com 16 delegados, 10 escrivães e 30
investigadores. A partir da fotografia da moto de Tiago no dia do assassinato, a policia civil
52
encontrou mais de 45 mil multas do mesmo automóvel e uma denuncia de 2013 contra Tiago
por furto de uma placa de moto em um supermercado.
Essas pistas, juntamente com gravações de assaltos que Tiago praticou, conseguidos
pela policia, propiciaram a emissão de mandado de prisão. Dois meses depois, Tiago foi
encontrado e encaminhado a delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) de
Goiânia. Lá, durante o interrogatório, confessou as ações criminosas.
Quando capturado disse ter sido abusado quando criança por um vizinho, que teria
sofrido bullying no colégio e uma traição por parte da namorada. Disse que sentia um ódio
irracional por causas desses acontecimentos e que sua vontade de matar o acompanhava desde
os 17 anos de idades.
assassinato,ocorrido em
dezembro de 2013, da
estudante Ana Karla Lemes da
Silva.
Em 2 de março de
março foi novamente a júri
Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/05/veja-condenacoes-do-
vigilante-apontado-como-serial-killer-em-goias.html
53
popular no 1º Tribunal do Júri de Goiânia, e recebeu a pena de vinte anos de prisão pelo
assassinato da auxiliar administrativa Juliana NeubiaDias, ocorrido em julho de 2014.
Disse ainda sobre a morte dos garotos que para ele se tratava de "uma vontade
íntima, de um vício" e que sentia prazer ao fazê-lo. Afirmou também que "uma outra pessoa
tomava conta" de seu corpoao tempo dos assassinatos. Conforme sua confissão, "uma
bobeira" o impedira de evitar as mortes, ainda que tivesse conhecimento do ilícito.
Éderson Leite, de 12 anos, saiu no dia 16 de agosto de 2002 para vender rifas da
escolinha de futebol e nunca mais voltou. Três semanas depois seu corpo foi encontrado no
interior de Lagoa Vermelha. Para policia, Adriano confessou ter enganado a criança com a
promessa de compra de uma das rifas e conduziu-o a um lugar remoto onde o matou por
asfixia. Em março de 2003 matou e estuprou Alessandro Silveira de 13 anos na cidade de
Passo Fundo. Sua ossada só foi descoberta seis meses depois.
churrasqueira que fazia como pedreiro. A ossada da criança só foi descoberta com a confissão
de Adriano.
Pelo assassinato de Éderson Leite foi condenado a 22 anos de reclusão por homicídio
triplamente qualificado, ocultação de cadáver e furto em novembro de 2008.
Pela morte de Douglas de Oliveira Hass foi condenado no dia 18 de junho de 2008 a
21 anos e cinco meses por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Fonte: http://pasdemasque.blogspot.com.br/2011/10/adriano-da-silva-o-monstro-de-passo.html
Logo aos 13 anos tentou matar seu primo empurrando-o para uma moedora de cana,
após uma briga. Com 14 anos matou o vice-prefeito de Santa Rita do Sapucaí, interior de
Figura 13 - Pedro Rodrigues Filho
Minas Gerais, com dois tiros de espingarda, por
culpar seu pai de furtar merenda escolar do colégio
em que trabalhava. Em seguida matou o vigilante
que pressupunha-se que era o real ladrão da merenda.
Acabou fugindo para Mogi das Cruzes em São
Paulo.
Foi condenado pelo assassinato de 71 pessoas, ainda que afirmasse ter matado mais
de 100, entre 1970 e 1980. Em abril de 2007 foi solto após ter cumprido a pena de 30 anos de
prisão (limite de pena que a legislação brasileira permite) e preso novamente em 2011 por
atuação em 6rebeliões e cárcere privado de um agente penitenciário no decurso de uma das
rebeliões. Poderá ser solto em 2019, caso não venha a cometer outro delito.
Conclusão
O VICAP custou milhões de dólares aos cofres públicos americanos e quase 30 anos
para consubstancializar-se. Em seu livro, Casoy explica que
Enquanto os Estados Unidos detém tecnologia desde 1985 para estudo e apreensão
dos serial killers, o Brasil ainda não possui nem denominação ou legislação própria para eles.
58
E uma vez criadas legislação e penas especificas para os serial killers, seria
recomendável que prisões/estabelecimentos fossem construídas para abrigá-los. Não prisões
comuns, mas algo voltado para estudá-los e entende-los, procurando assim a solução mais
viável para o regresso e inserção segura dos serial killers na sociedade.
59
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