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Procedimentos

Na primeira aula, o professor deverá:

Orientar os alunos no sentido de arquivar o conteúdo das aulas em pasta própria


identificada com nome, turma, turno, que será entregue ao professor no dia da
PR1/PR2, para atribuição do grau de até 2,0 pontos, cujos critérios deverão ser
estipulados nessa oportunidade.

Em cada aula, o professor deverá:

1º) Corrigir as questões de múltipla escolha, promovendo uma discussão sobre as


alternativas. É o momento em que o docente fará a revisão dos conteúdos teóricos
presentes em cada alternativa, trabalhando com o raciocínio necessário à solução das
questões.

2º) Verificar se os alunos trouxeram seus apontamentos relativos aos casos concretos
(questões discursivas). Isto pode ser feito na medida em que o professor circula pela
sala e observa o material trazido pelo aluno. Pode também o professor rubricar todos
os apontamentos dos alunos, devolvendo-os em seguida, para posterior análise quando
da entrega da pasta no dia da PR1/PR2.

3º) Fazer uma exposição contemplando os conceitos fundamentais que permitirão ao


aluno resolver o caso em estudo. Em seguida, deverá passar à análise do caso,
identificando as questões de fato e de direito e a fundamentação jurídica das
respostas. Para tanto, o docente encontrará, no Caderno do Professor, orientações que
auxiliarão na montagem do roteiro desta parte expositiva da aula.

4º) Manter uma interação permanente entre o grupo, valorizando os itens que permitam,
eventualmente, a revisão de conteúdos acumulados.
Avaliação

A avaliação consistirá em provas(PR1/PR2) que valerão até 8,0 pontos e na avaliação


subjetiva do professor com o valor de até 2,0 pontos.

As provas (PR1 e PR2) serão compostas de 6 questões de múltipla escolha, com


respostas justificadas, valendo 0,5 ponto cada (total 3,0 pontos) e 2 casos
concretos, valendo 2,5 cada, num total de 8,0 pontos.

A valoração da avaliação subjetiva será feita pelo professor com base na participação
do aluno nas aulas e no material entregue, obrigatoriamente, na data da prova. Os
apontamentos apresentados devem indicar a busca de uma solução para o caso concreto e
podem ser sucintos, não precisando exceder a quinze linhas.

Atenção: Para lançamento dos pontos (até 2,0), o professor deverá recolher a pasta do
aluno ou estabelecer, previamente, outro critério.

As Provas Final e de 2º Chamada serão compostas de questões de múltipla escolha com


respostas justificadas e casos concretos, valendo 10,0 pontos.
SUMÁRIO

AULA 1 – Propriedade e Posse. Propriedade Imóvel: características, aquisição, função


e perda. Defesa da propriedade e da posse. Estudo de casos concretos. Revisão da
matéria.

AULA 2 – Usucapião. Espécies. Disciplina. Princípios. Estudo de casos. Revisão da


matéria.

AULA 3 – Registro de Imóvel: objetivo, efeitos, princípios informativos. Atos


próprios do Registro de Imóveis. Fraude à Execução e Embargos de Terceiro. Estudo de
casos concretos. Revisão da matéria.

AULA 4- Negócios jurídicos típicos imobiliários. Compra e venda de imóvel, doação,


permuta. Anulação e Rescisão do negócio. Distinção. Estudo de casos concretos.
Revisão da matéria.

AULA 5 - Promessa de compra e venda. Imóveis loteados e não loteados. Antecipação da


eficácia de direitos reais. Adjudicação compulsória. Estudo de casos concretos.
Revisão da matéria.

AULA 6 – Incorporações Imobiliárias. Lei 4.591/64. Noção legal e atributiva do


incorporador. Responsabilidade do incorporador-construtor. Construção por empreitada
e por administração. Incidência do Código do Consumidor. Estudo de casos concretos.
Revisão da matéria.

AULA 7 – Direitos reais sobre coisa alheia. Hipoteca e usufruto. Estudo de casos
concretos. Revisão da matéria.

AULA 8 – Locação urbana. Noções gerais. Legislação. Espécies. Estudo de casos


concretos. Revisão da matéria.

AULA 9 – Locação. Alienação do bem em locação. Direito de Preferência. Retomada.


Locação não-residencial. Fiança. Estudo de casos concretos. Revisão da matéria.

AULA 10 – Ações decorrentes da locação – despejo, cobrança de aluguéis,


consignatória, revisional e renovatória. Estudo de casos concretos. Revisão da
matéria.
AULA 11 – Condomínio edilício. Convenção condominial. Débito condominial. Obrigações
propter rem. Multa moratória e o Código Civil. Animais em apartamento. Estudo de
casos concretos. Revisão da matéria.

AULA 12 – Direito imobiliário e o Direito público. Desapropriação. Perda da


propriedade imóvel com interferência do Estado. Artigo 1.228 do Código Civil. Cessão
de uso. Estudo de casos concretos. Revisão da matéria.

AULA 13 – Estatuto da cidade. Direito de vizinhança. Restrições ao direito de


propriedade. Estudo de casos concretos. Revisão da matéria.
AULA 01
Propriedade e Posse. Propriedade Imóvel: características, aquisição, função e perda.
Defesa da propriedade e da posse. Estudo de casos concretos. Revisão da matéria.

CASO 01
José Manoel ingressa com ação de reintegração de posse contra Maurício Meirelles,
alegando, em síntese: ter adquirido o bem em janeiro de 2000 por escritura de compra
e venda registrada no RGI ; que o transmitente, Heitor, era legítimo proprietário do
bem; que a posse foi-lhe transmitida pelo vendedor mediante a cláusula constituti e
que, ao se dirigir ao imóvel para ocupá-lo, deparou-se com a presença do réu. Aduz,
ainda, que a ocupação de Maurício era fato desconhecido por Heitor.

a. A cláusula constituti, na hipótese, produziu seus efeitos?Justifique.


b. A ação ajuizada é adequada? Justifique.
c. A compra e venda é forma de aquisição derivada ou originária ? Justifique.

SUGESTÃO DE GABARITO:
Acórdão da 6ª Câmara do Antigo Tribunal de Alçada Cível, na Apelação cível nº
12.907/90. Relator: Desembargador Sérgio Cavalieri Filho.

EMENTA:
REINTEGRAÇÃO DE POSSE. Inexistência de posse anterior. Ineficácia de cláusula de
imissão na posse. Inocorrência de constituto possessório. Ação de imissão na posse.
Não se concede a reintegração da posse a quem jamais foi possuidor. A cláusula de
imissão na posse, constante da escritura de compra e venda, é ineficaz com relação a
terceiro que antes do negócio já detinha a posse do imóvel. É que, sendo a compra e
venda forma de aquisição derivada, pressupõe a existência de um direito do titular
anterior. Se o alienante não mais detinha a posse, não pode transmiti-la ao
adquirente, por isso que ninguém pode transmitir mais direito do que tem. O
constituto possessório tem por pressuposto inevitável a permanência do transmitente
na posse, apenas mudando esta de qualidade, isto é, de em nome próprio para em nome
alheio. Logo, não há que falar em transmissão por constituto, embora assim aluda a
escritura, se o transmitente não mais detinha a posse e nem nela permaneceu em nome
alheio. O nome impropriamente atribuído a esta cláusula não muda a sua essência. A
ação de imissão na posse não foi abolida do nosso sistema processual, deixando
apenas de ser prevista como procedimento especial. O seu rito é o ordinário e
continua sendo a ação do proprietário sem posse contra o possuidor sem propriedade.
Provimento do recurso.
CASO 02
Paulo ficou residindo desde 1994 na França, onde concluiu seu curso superior,
especializando-se em medicina nuclear. Retorna ao Brasil, em dezembro de 2002, e toma
conhecimento de que seu avô, recentemente falecido, deixa-lhe como legado extensa
área de terra no Estado do Tocantins.
Dirige-se ao local, a fim de conhecer suas terras, e toma conhecimento da
ocupação de parte delas por 18 famílias, que ali estavam morando e plantando desde
1997, tendo os ocupantes, inclusive, formado uma pequena cooperativa.
Paulo pretende retomar suas terras e no dia 25 de janeiro de 2003 ingressa com a
ação competente.
Você na qualidade de advogado é procurado pelo representante da cooperativa. Como
os orientaria diante da nova lei civil em vigor desde o dia 11 de janeiro?
(Responda objetivamente e justifique)

SUGESTÃO DE GABARITO:
Trata-se de inovação do atual Código Civil que protege a posse-trabalho por
possuidores de boa fé, tendo o Poder Judiciário o exercício do poder expropriatório,
em casos concretos.
O parágrafo 4º do art. 1228 do CCB prevê a perda de extensa área de terra, se
ocupada por mais de 5 anos, em posse ininterrupta e de boa fé, por considerável
número de pessoas, havendo realização de obras e serviços de interesse social e
econômico relevante.
Em sede de usucapião, o art. 551 do Código Civil revogado previa o prazo de 15 anos,
entre ausentes, para tipificar o usucapião, nessa hipótese (posse ininterrupta e de
boa fé).
Todavia, o art. 2.028 do atual Código Civil determina que só serão obedecidos os
prazos da lei anterior se, na data da entrada em vigor do atual Código Civil, já
houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
Assim, como da data da entrada em vigor do atual Código Civil – dia 11 de janeiro de
2003 – não transcorreu sequer a metade do prazo exigido na lei revogada (que seria a
metade de 15 anos, ou seja sete anos e meio), a matéria será regulada pelo Código
Civil em vigor, ou seja, a perda da propriedade por Paulo. O juiz fixará justa
indenização, e, pago o preço, a sentença valerá como título para registro do imóvel
em nome dos possuidores, nos termos do parágrafo 5º do art. 1228 do atual Código
Civil.
CASO 03
Joana, condômina do Edifício Estrela, resolveu ocupar parte da área térrea em anexo a
sua área de serviço. Tal área pertence ao condomínio, todavia Joana a ocupa há cerca
de vinte anos, tendo construído muro que impede aos demais condôminos e funcionários
terem acesso à área. O síndico do referido condomínio, a pedido dos demais moradores,
ingressa com ação objetivando a demolição do muro construído. Joana, por seu turno,
ingressa com ação de usucapião.

Responda fundamentadamente:

a. Com base no sistema jurídico em vigor podemos afirmar que Joana adquiriu a
propriedade do espaço em litígio ? Justifique.
b. Pode o condômino utilizar-se de área comum com exclusividade?

SUGESTÃO DE GABARITO:
O gabarito da questão está no Acórdão da 15ª Câmara Cível na apelação 2004.001.05239,
Dês. Sergio Lúcio Cruz, em anexo.

CONDOMÍNIO
DEMOLIÇÃO DE MURO
USO EXCLUSIVO DE ÁREA COMUM
PRESCRIÇÃO NÃO CONSUMADA

AÇÃO DEMOLITÓRIA. CONDÔMINO QUE HÁ VÁRIOS ANOS MANTÉM POSSE. EXCLUSIVIDADE DE PARTE
COMUM.POSSE DECORRENTE DE MERA TOLERÂNCIA DO CONDOMÍNIO. BEM INSUSCETÍVEL DE
USUCAPIÃO, SENDO IMPRESCRITÍVEL A AÇÃO DOS DEMAIS CONDÔMINOS VISANDO FAZER CESSAR A
EXCLUSIVIDADE DE USO.INEXISTÊNCIA DE DIREITO POSSESSÓRIO DO CONDÔMINO. Pelo fato de
ocupar parte comum, durante anos, nenhum condômino tem direito de usucapi-la, não só
porque o exercício da posse sobre as partes comuns é praticado simultaneamente por
todos os condôminos, como, também, por serem elas inalienáveis.Nenhum condômino pode
embaraçar o uso da coisa comum pelos demais condôminos, não podendo dela desfrutar
com exclusividade. A ação dos demais condôminos, cessada a tolerância, é
imprescritível, podendo ser exercida a qualquer tempo. Arts. 10, IV, da Lei nº
4.591, de 16 de dezembro 1964, 623, I, e 640 do mitigo Código Civil, e 1.314 e 1.324
do novo Código Civil Precedentes do Tribunal e, mais especificamente, da Câmara.
Recurso Provido.
REVISÃO

1. Entre as condições necessárias ao ato jurídico perfeito na aquisição de bens


imóveis, inclui-se a aplicabilidade dos artigos do Código Civil:

a. 104, 215;
b. 104, 130, 1.245;
c. 108,215 e 1.245;
d. 1.245.

2. Sobre os vícios da posse, diga qual a opção correta: (25º Prova – OAB-RJ)

a. A violência, precariedade e clandestinidade são vícios sanáveis.


b. Só a precariedade é insanável, enquanto a clandestinidade e a violência são
sanáveis.
c. A violência e a precariedade são vícios insanáveis.
d. A violência, precariedade e clandestinidade são vícios insanáveis.

3. Quanto ao tema sucessões, assinale a alternativa CORRETA:

a) A capacidade para suceder apura-se no momento da abertura da sucessão.


b) Menor relativamente capaz não tem capacidade para testar, a menos que assistido
por seu representante legal.
c) Princípio do direito das sucessões segundo o qual os mais próximos excluem os
mais distantes, não se aplica entre os colaterais.
d) Tanto a aceitação quanto à renúncia à herança pode ser expressa ou tácita, mas
a renúncia deve ser confirmada por termo nos autos ou escritura pública.

4. É correto afirmar-se que a aquisição da propriedade dos imóveis que integram a


herança pelos herdeiros legítimos se dá:

a) quando concluído o inventário.


b) com o registro do formal de partilha nos Cartórios do Registro de Imóveis
competentes.
c) com a abertura da sucessão, pelo direito hereditário
d) com o trânsito em julgado da sentença que homologa a partilha.
5 - A quem cabem as despesas com a escritura de compra e venda de imóvel residencial?
(26º Exame da OAB/RJ )
a. Necessariamente ao comprador
b. Necessariamente ao vendedor
c. Ao comprador, podendo haver disposição em contrário
d. Ao vendedor, podendo haver disposição em contrário

AULA 2
Usucapião. Espécies. Disciplina. Princípios. Estudo de casos. Revisão da matéria.

CASO 1
Heráclito ajuizou ação de usucapião contra Zeus fulcrada nos seguintes fatos:

a. adquiriu de Zeus, em 9 de janeiro de 1993, o imóvel X da rua Y, onde reside,


através de promessa de compra e venda;

b. pagou as prestações avençadas (60), mensais e sucessivas, tendo por última parcela
a data de janeiro de 1998. Mas, por não estar bem informado sobre questões
imobiliárias, não procurou o promitente vendedor para a outorga da escritura
definitiva;

Responda fundamentadamente.

a. Poderia Heráclito ter se valido de outra via judicial? Justifique.


b. Estão satisfeitos os requisitos do usucapião ordinário?Justifique.
c. Há divergência doutrinária quanto ao tema? Esclareça.

SUGESTÃO DE GABARITO:
Heráclito poderia ter se valido da ação de adjudicação compulsória, mormente em
face da jurisprudência do STJ, que não mais exige o registro do título para ensejar
a adjudicação compulsória, ainda que o novo Código tenha expressamente previsto tal
necessidade no artigo art.º 1.417, o que representa um retrocesso, se for
considerado o enunciado de Súmula 239 do STJ.

Praticamente, o STJ não mais faz distinção entre ação adjudicatória e ação para a
outorga de escritura definitiva. (Aproveitar a oportunidade para destacar as reais
diferenças entre uma e outra).
Acórdão da 6ª Câmara do antigo Tribunal de Alçada Cível, na Apelação Cível nº
1465/92.
Ementa:

USUCAPIÃO. Promitente Comprador, que pagou integralmente o preço do imóvel e se


encontra em poder dele há mais de vinte anos, não pode ser singelamente qualificada
de posse direta. É uma posse peculiar, que não ocupa qualquer dos lados do ângulo,,
posse direta versus posse indireta, classificação essa que, à luz do artigo 486
(atual 1.197) do Código Civil, só tem cabimento quando o exercício da posse é
temporário. Diferentemente do locatário e do comodatário, o adquirente, uma vez pago
o preço, tem posse irreversível perante o alienante, o que permite concluir que
possui a coisa com animus domini, tendo, em tese, posse ad usucapione, que lhe
permite tornar-se proprietário do imóvel por usucapião, caso o compromisso, por
qualquer razão, não lhe puder conferir a titularidade.
Desprovimento do recurso.

CASO 2
Hefestos ocupou área rural de 10 hectares, utilizando-a para sua moradia e tornando-a
produtiva. Tal ocupação ocorreu em 1997. Sustenta ser detentor de justo título e boa
fé, o que o colocaria ao abrigo tanto do artigo 1.239, como do artigo 1.242 do
Código Civil.

A prova dos autos evidencia que o título apresentado por Hefestos é um recibo
particular de compra e venda.

Em face do exposto, responda fundamentadamente.

a. Estão satisfeitos os requisitos do usucapião ordinário?


b. Há suporte jurídico para o usucapião extraordinário?
c. Seria aplicável ao caso os artigos 1.239 e/ou o 1.242 do C.C.B de 2002?
d. Há possibilidade de intentar-se ação de usucapião quando em curso a petitória ?

SUGESTÃO DE GABARITO.
O gabarito da questão está nos acórdãos abaixo.

Acórdão da 8ª Câmara Cível na apelação 2005.001.04253, Des. Letícia Sardas.

O (a) professor (a) em sala de aula deverá abordar os seguintes tópicos: requisitos
para a usucapião extraordinário, ordinário e o previsto no artigo 1.239, com
observância do art 2.028 e 2.029 do C.C.B e o previsto do artigo 1.242.
(Poderá o professor, ainda, expor os conceitos de justo título e boa –fé).

2005.001.04253 - APELAÇÃO CÍVEL

DES. LETICIA SARDAS - Julgamento: 19/07/2005 - OITAVA CÂMARA CÍVEL

USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. MORADIA. PRAZO DOS ARTIGOS 1.238, PARÁGRAFO ÚNICO


COMBINADO COM O ARTIGO 2.029 DO NOVO CÓDIGO CIVIL. NÃO CUMPRIMENTO DO PRAZO PARA A
PRESCRIÇÃO AQUISITIVA. EXTINÇÃO DO FEITO POR FALTA DE CONDIÇÃO ESSENCIAL À AÇÃO. 1-
O usucapião extraordinário é forma originária de aquisição de propriedade, na qual o
possuidor precisa demonstrar que tem a posse da coisa imóvel pelo prazo de 15 anos
ininterruptos, ou de 10 anos, na hipótese do parágrafo único do artigo 1.238,
público e sem contestação de ninguém, dispensado o justo título e a boa-fé. 2- O
prazo exigido para o usucapião do imóvel objeto da presente ação, de acordo com os
artigos 1.238, parágrafo único e 2.029 do novo Código Civil, é de 12 anos, que deve
estar concluído quando da propositura da ação, em razão do caráter declaratório do
instituto. 3- Se a apelante comprovou somente 8 (oito anos do prazo para o
usucapião, 1 caminho não resta ao julgador senão extinguir o feito sem julgamento do
mérito, por falta de condição essencial à ação de usucapião. 4- Desprovimento do
recurso.
Acórdão da 6ª Câmara Cível. Apelação Cível nº 4.121/92. Relator : Sérgio Cavalieri
Filho.

EMENTA: USUCAPIÃO ORDINÁRIO. Requisitos legais não satisfeitos. Improcedência.


Justo título é aquele que abstratamente considerado hábil para transferir o domínio,
não porém concretamente, por lhe faltar algum requisito ou padecer de algum defeito.
Boa-fé é a convicção de não ofender o possuidor um direito alheio; é erro de
entendimento do possuidor que razoavelmente se supõe proprietário. Conseqüentemente,
mero recibo particular de compra e venda de imóvel, por afrontar o artigo 108 e 215
do Código Civil, não pode ser considerado justo título. A boa-fé, por seu turno,
fica afastada a partir do momento em que o possuidor é vencido em ação consignatória
das prestações previstas no referido recibo. Desprovimento do recurso.

Quanto à possibilidade de intentar-se ação de usucapião quando em curso a petitória,


deverá o professor esclarecer a possibilidade de tal matéria ser objeto de defesa
(súmula 237 do STF) e os possíveis efeitos de tal reconhecimento e a natureza
meramente declaratória. A usucapião legado como defesa pode ter sua sentença
registrada no RGI, como dispõe o artigo 7º da Lei 6.969/81 e art 13 da 10.257/2001.

“ A propriedade não se perde pelo não uso. No entanto, o fato positivo do usucapião
pode ser alegado como exceção, como defesa, para obstar a reivindicação. A
propriedade de per si não opera prescrição extintiva,mas é atingida pela prescrição
aquisitiva ... “ (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: Direitos Reais. São
Paulo : Atlas, 2001, p. 226)

REVISÃO
1.Tício esbulhou um imóvel urbano de 1.000m², de propriedade de Semprônio, ficando na
posse por 08(oito) anos, quando foi esbulhado por Caio, que permaneceu no imóvel por
1(um) ano. Sabendo que Caio não estabeleceu no imóvel esbulhado sua moradia habitual
e nem, tampouco, realizou qualquer tipo de obra ou serviço, diga, dentre as opções
abaixo, qual representa o lapso temporal ainda necessário para que Caio venha a
usucapir o imóvel. 26ª - Prova – OAB- RJ)

a. 1 (um) ano
b. 6 (seis) anos
c. 14 (quatorze) anos
d. Caio nunca irá usucapir o imóvel

2- O Código Civil considera possuidor todo aquele que tem, de fato, o exercício
pleno, ou não, de algum dos poderes inerentes ao domínio ou propriedade. Acerca da
posse, julgue as afirmações seguintes, atribuindo-lhes V (verdadeiro) ou F (falso) e
assinalando a alternativa que contenha a seqüência correta:
I - a posse direta é sempre temporária e baseia-se numa relação transitória de
direito.
II - a posse direta é derivada porque procede sempre de um intermediário;
III - a composse pressupõe pluralidade de sujeitos e coisa indivisa, no entanto, os
demais compossuidores ficarão privados temporariamente da utilização da coisa quando
um outro já estiver utilizando.
IV - a posse injusta, obtida por meio violento, não pode ser defendida pelos
interditos possessórios contra terceiros que venham a desejar arrebatá-la para si.
V - o possuidor esbulhado poderá ajuizar ação possessória para ver-se mantido na
posse, inclusive para obter o provimento judicial liminar sem ser ouvido o autor do
esbulho.
A) V F V V F
B) F F F V V
C) V V F F F
D) F V V F V
E) F F F V F
(MP – RN/2001 – Civil – Questão nº 38 – Gabarito “C”)

3) Quanto aos direitos reais, assinale a alternativa INCORRETA:


a) a divisão entre condôminos é simplesmente declaratória e não atributiva da
propriedade;
b) o usucapião e o direito hereditário são modos de aquisição de propriedade,
assim como a acessão e a transcrição do título de transferência no registro do
imóvel;
c) perde-se a posse das coisas pelo abandono, pela tradição, pela perda ou
destruição, pela posse de outrem ou pelo constituto possessório;
d) o possuidor não pode para o fim de contar o prazo para o usucapião
extraordinário, acrescentar à sua posse a do seu antecessor, ainda que
ambas sejam contínuas e pacíficas.
(MP-MS-XIX – Direito Civil – Questão n.º 43 – Gabarito D)

4)Quanto à aquisição da propriedade imóvel, considere à luz do novo Código Civil, as


seguintes assertivas:
I - É de 20 (vinte) anos o prazo para a aquisição da propriedade imóvel,
independentemente de título e boa-fé, desde que o possuidor, sem interrupção nem
oposição, possua como seu o imóvel.
II - O prazo para aquisição da propriedade imóvel, independentemente de título
e boa-fé, desde que o possuidor, sem interrupção e nem oposição, possua como seu o
imóvel, é reduzido a 15 (quinze) anos, se o possuidor houver estabelecido no imóvel a
sua moradia, ou nele houver realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
III - Adquire a propriedade do imóvel aquele que, contínua e
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por 10 (dez) anos, sendo esse
prazo reduzido a 5 (cinco) anos se o imóvel houver sido adquirido onerosamente, com
base em registro constante do cartório respectivo, cancelada posteriormente, desde
que os possuidores nele tiverem estabelecido sua moradia, ou realizado investimentos
de interesse social e econômico.
IV - São suficientes 5 (cinco) anos ininterruptos para que o possuidor, não
sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, adquira o domínio de área em zona rural
não superior a cinqüenta hectares, desde que a possua como sua e sem oposição,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia.
V - Aquele que possuir, como sua, área urbana até duzentos e cinqüenta metros
quadrados, por 5 (cinco) anos ininterruptos, e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia e de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja, durante o
qüinqüídio, proprietário de mais de um imóvel urbano ou rural.
Assinale a alternativa correta:
a. Somente as assertivas I, e II, estão corretas.
b. Somente as assertivas II, III, e IV estão corretas.
c. Somente as assertivas I, II, V estão corretas.
d. Somente as assertivas III e IV estão corretas.
e. Somente as assertivas III, IV e V estão corretas.
MP – RS/ XLIV – Civil – Questão nº 51 – Gabarito “D”)

5 - À luz das normas legais que regem o instituto da prescrição, dispostas pelo
Código Civil vigente, assinale a afirmativa correta: ( 24º Exame da OAB RJ)
a. protesto cambial não interrompe a prescrição.
b. A prescrição consiste na extinção do direito subjetivo.
c. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
d. A prescrição corre entre os cônjuges na constância da sociedade conjugal.

AULA 3

Registro de Imóvel: objetivo, efeitos, princípios informativos. Atos próprios do


Registro de Imóveis. Fraude à Execução e Embargos de Terceiro. Estudo de casos
concretos. Revisão da matéria.

CASOS CONCRETOS

CASO 01

Júpiter adquiriu de Hefestos um apartamento na Avenida Vieira Souto, por contrato


de compra e venda firmado em setembro de 2002, registrado no Registro de Imóveis em
dezembro do mesmo ano. O pagamento do preço foi feito em parte com financiamento
obtido no Banco do Brasil, ao qual o imóvel foi hipotecado. Tempos depois, no final
do ano de 2003, Júpiter foi surpreendido com uma intimação, dando conta de que seu
apartamento havia sido penhorado em execução movida pelo Banco Sólucro contra
Hefestos, ex-proprietário do imóvel. O advogado de Júpiter, examinando os autos da
execução, constatou que, embora ajuizada em julho de 2002, a citação só foi efetivada
em outubro daquele ano, e que até a presente data a penhora não foi levada a
registro.

a) Na hipótese, houve fraude à execução? Justifique.


b) A transferência da propriedade do bem teria ocorrido em que data?

SUGESTÃO DE GABARITO:

2003.001.34915 - APELACAO CIVEL


DES. WALTER D AGOSTINO - Julgamento: 22/06/2004 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL

EMBARGOS DE TERCEIRO
AQUISIÇÃO DE IMÓVEL
FRAUDE
NÃO CONFIGURAÇÃO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL EMBARGOS DE TERCEIRO. ADQUIRENTE DE


IMÓVEL. AQUISIÇÃO ANTES DA CITAÇÃO DA AÇAO EXECUTIVA. FRAUDE NÃO CONFIGURADA. A
jurisprudência é pacífica no sentido da inexistência de fraude à execução quando a
alienação do bem ocorre antes da citação da ação executiva, sem que tenha sido
demonstrado, ademais, o conhecimento do adquirente quanto à suposta insolvência do
devedor. Recurso desprovido

CASO 02

Apolo comprou imóvel de Diana e após terem lavrado a escritura pública e efetuado o
registro, verificou-se ser a área enunciada na escritura maior do que a que constava
no registro.

Há, no direito brasileiro, ação ou medida jurídica que possa ser utilizada
objetivando a retificação da área? Justifique.

SUGESTÃO DE GABARITO:

Nos termos do artigo 212 e 213 da Lei 6015/73, como a nova redação dada pela lei
10.931/04, o registro imobiliário deve refletir a verdade. O prejudicado poderá
pleitear sua retificação registral ou através de processo próprio; todavia, deverão
ser citados os confrontantes.

CASO 03

Roberto foi casado pelo regime da comunhão de bens, antes da vigência da lei
6.515/77, e adquiriu um imóvel com 360 m2 na constância do casamento. Na separação o
casal requereu a averbação na matrícula do imóvel, o que foi feito, permanecendo 50%
para cada um. Anos depois, Roberto deseja vender seus 50% para a ex-mulher.

1)É possível o registro da escritura pública de compra e venda?

2)É necessário registrar o formal de partilha da separação?

Sugestão de gabarito

Enquanto estavam casados pelo regime da comunhão de bens, eram comunheiros, ou seja,
todo o patrimônio pertencia aos dois concomitantemente e somente poderia ser
alienado com a concordância de ambos. Com a separação judicial, foi decidido que o
imóvel ficaria pertencendo igualmente aos dois, ou seja, cada um seria titular de
uma fração ideal de 50%, transformando a anterior comunhão de bens em simples
condomínio civil.
Tal partilha envolvendo o imóvel, apesar de já decidida judicialmente, somente
produzirá efeitos após o seu registro na serventia imobiliária competente. A simples
averbação da separação judicial (que é feita com a apresentação da certidão do
registro civil) não leva à presunção de que o imóvel foi partilhado na proporção de
50% a cada um, pois é possível, por exemplo, que a partilha determine que a ex-
mulher fique com a totalidade desse imóvel em epígrafe, enquanto ao ex-marido são
destinados bens móveis ou outro imóvel porventura existente. Há ainda a
possibilidade de esse imóvel ter sido destinado a um filho do casal, mediante doação
efetuada nos autos.
Somente após o registro do formal de partilha, poderá um dos condôminos alienar sua
parte ao outro condômino, destacando que, pelo Código Civil, o condômino tem
preferência ao estranho na aquisição do bem comum (artigos 504, 1.322 e 1.323).
Ou seja, ainda que Roberto quisesse vender sua fração ideal a terceiro, deveria
antes oferecê-la à sua ex-mulher, que teria preferência na compra, se pagasse o
mesmo valor que o estranho. Na matrícula do imóvel, consta que ambos são
proprietários, na condição de casados. Com a averbação da separação judicial, a
matrícula ficou incompleta, pois houve a notícia do fim da comunhão (é automática
com a separação), mas nada sobre a destinação do bem, ou seja, quem é ou quem são
agora seus proprietários. Para solucionar a questão, é indispensável o registro do
formal de partilha, porque somente com este ato é que se tornará público a quem foi
destinado o bem ou em quais proporções, se destinado a ambos. Depois de efetuado
esse registro, aí sim poderá ser lavrada uma escritura de compra e venda da fração
ideal à ex-mulher, que, após o registro desse título, passará a ser proprietária
exclusiva do imóvel. Em razão da venda deverá ser recolhido o ITBI sobre o valor da
venda, cuja guia deverá acompanhar a escritura.
REVISÃO

1. O objetivo do registro é:

a) garantir a autenticidade à produção dos efeitos inter vivos, constitutivos,


declaratórios ou extintivos de direitos reais sobre imóveis.
b) garantir autenticidade à segurança e a produção dos efeitos inter vivos ou mortis
causa constitutivos, declaratórios ou extintivos de direitos reais sobre imóveis.
c) garantir autenticidade à segurança dos direitos reais sobre imóveis.
d) garantir a produção dos efeitos mortis causa constitutivos, declaratórios ou
extintivos de direitos reais sobre imóveis.

2. O ato jurídico válido para quem o pratica, que não gera efeitos para outras
pessoas que dele não participaram, devido a algum impedimento externo extrínseco, é
denominado (Prova Juiz Minas Gerais/ 2000):

a) nulo.
b) ilícito.
c) ineficaz.
d) anulável.
e) inexistente.

3.Sobre a dissolução da sociedade e do vínculo conjugal, é CORRETO afirmar que:

a) o divórcio direto litigioso pode ser concedido sem que haja prévia partilha de
bens.
b) decorrido 1 ( um) ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a
separação judicial, é automática a conversão em divórcio.
c) a separação judicial põe termo a todos os deveres conjugais.
d) na separação consensual, sejam quais forem as cláusulas da convenção, o juiz deve
homologá-la e decretar a separação judicial.

4. O regime de participação final nos aqüestos possui regras próprias. Quando da


dissolução da sociedade conjugal, caberá a cada cônjuge:

a) meação dos aqüestos, patrimônio próprio e responsabilidade pelas dívidas


posteriores ao casamento, contraídas pelo outro cônjuge em benefício próprio.
b) patrimônio adquirido anteriormente ao casamento, bens adquiridos na constância da
sociedade conjugal a qualquer título, meação dos aquestos e responsabilidade pelas
dívidas contraídas pelo outro cônjuge em benefício do casal.
c) bens imóveis registrados em seu nome, não cabendo impugnação na titularidade pelo
outro cônjuge.
d) meação dos bens comuns obrigatoriamente, em natureza.

5. Sobre regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do atual Código Civil,
é CORRETO afirmar que:

a) na comunhão parcial, comunicam-se os aluguéis, percebidos durante o casamento,


provenientes de bens adquiridos por herança de cada cônjuge.
b) apenas os bens adquiridos a título oneroso entram na comunhão universal.
c) é obrigatório o regime da separação de bens no casamento da mulher maior de 50
(cinqüenta) anos.
d) o regime supletivo legal é o de participação final nos aqüestos.

AULA 4

Negócios jurídicos típicos imobiliários. Compra e venda de imóvel, doação, permuta.


Anulação e Rescisão do negócio. Distinção. Estudo de casos concretos. Revisão da
matéria.

CASOS PRÁTICOS

CASO 01

Caduceu celebrou, com Volta Construções e Incorporações Ltda, promessa de compra e


venda do imóvel da Rua W, residencial em construção, obrigando-se a efetivar o
pagamento do preço do imóvel em sessenta parcelas mensais e sucessivas. Todavia,
ainda que já tendo pago trinta parcelas, Caduceu encontra-se inadimplente de seis
parcelas, pelo que promoveu a credora notificação extrajudicial do devedor, que
permaneceu silente, vindo a credora a considerar o contrato como rescindido.
Volta Construções e Incorporações Ltda., ao ser procurada por Caduceu, informa que só
devolverá 20% (vinte por cento) dos valores efetivamente pagos, alegando despesas de
publicidade, administrativas e de corretagem.

Em face do exposto, responda fundamentadamente:

1- Está correto o percentual aplicado como multa?


2- O Código Civil prevê redução, para tal situação, de cumprimento
parcial do contrato?
3- Qual o entendimento da jurisprudência a respeito do tema?

SUGESTÃO DE GABARITO

O gabarito da questão está no Acórdão da 10ª Câmara Cível na apelação 2004.001.16916,


Des. José Geraldo Antonio, em anexo.

2004.001.16916 - APELAÇÃO CÍVEL

DES. JOSE GERALDO ANTONIO - Julgamento: 09/11/2004 - DÉCIMA CÂMARA CÍVEL

COMPRA E VENDA DE LOTE DE TERRENO


INADIMPLEMENTO CONTRATUAL
RESCISÃO CONTRATUAL

CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE LOTE DE TERRENO - INSTRUMENTO PARTICULAR


DECRETO-LEI N° 58/37 E ART. 1.092 DO CÓDIGO CIVIL DE 1.916 - COMPATIBILIDADE COM AS
NORMAS DO VIGENTE CÓDIGO CIVIL - INADIMPLEMENTO DO DEVEDOR NOTIFICAÇÃO - MORA NÃO
PURGADA - PRECLUSÃO RESCISÃO DO CONTRATO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE RESTITUIÇÃO DAS
PARCELAS PAGAS - APLICAÇÃO DO ART. 924 DO CÓDIGO CIVIL DE 1.916 - TAXA DE OCUPAÇÃO E
BENFEITORIAS CONSTRUÍDAS - COMPENSAÇÃO Nos contratos bilaterais, o inadimplemento de
um dos contratantes legitima o credor a pedir a sua rescisão com as perdas e danos,
consoante regra contida no Art. 1092 do Código Civil de 1.916, assim como, em se
tratando de promessa de compra e venda de imóvel regida pelo Decreto-Lei n° 58/37,
Art. 14, a pedir a rescisão do contrato com a reintegração de posse, depois de
constituir em mora o devedor. O novo Código Civil, além de não obstar a aplicação
das regras acima, vigentes à época da formação do contrato, com elas se harmoniza,
ao repetir no seu Art.° 475, a regra do primeiro dispositivo antes mencionado. O
promitente comprador que, notificado, deixa de purgar a mora preclui do seu direito,
descabendo requerê-la na contestação da ação intentada pelo promitente vendedor. A
restituição das parcelas pagas deve ser proporcional aos prejuízos decorrentes do
inadimplemento do contrato, de conformidade com a regra do Art. 924 do Código Civil
vigente à época do contrato, e tem sua correspondência no Art. 413 do novo Código.
Existindo benfeitoria no terreno, construída pelo promitente comprador, e não
postulado o direito de retenção, deve ser compensada com a taxa de ocupação imposta
na sentença, mantendo, assim, o equilíbrio financeiro da execução do contrato.
Provimento parcial do recurso.

CASO 02

Ártemis e Apolo, no interesse deste, celebraram um contrato de mandato, visando a


uma futura compra e venda de imóvel, em que a primeira conferiu poderes ao segundo
para proceder à transferência do bem para seu nome. Falecendo Ártemis, seus herdeiros
consideraram o negócio extinto e pleitearam a devolução do imóvel, afirmando a
nulidade do pacto, em razão de ser o imóvel financiado e o contrato com o banco
mutuante proibir a transferência.

O contrato celebrado é válido perante o sistema jurídico vigente ? Justifique,


indicando o dispositivo legal utilizado para a resposta.

SUSGESTÃO DE GABARITO:

Pelo contrato de mandato em causa própria, artigo 685 do C.C, o mandante transfere
todos os seus direitos sobre um bem, móvel ou imóvel, passando o mandatário a agir
por sua conta, em seu próprio nome, deixando de ser uma autorização, típica do
contrato de mandato, para transformar-se em representação. Ao transferir os
direitos, o mandante se desvincula do negócio, não tendo mais relação com a coisa
alienada, pelo que não há que se falar em extinção do contrato pela morte do
mandante. O contrato permanece válido e, em conseqüência, a procuração, que é seu
instrumento, mesmo depois do decesso do vendedor.

REVISÃO
1.Giselle recebe de Emanoel uma casa em Guapimirim, a título de doação, com eficácia
submetida a uma condição suspensiva, qual seja a de passar no vestibular para
Medicina, conforme escritura pública devidamente registrada no Cartório do Registro
de Imóveis. É correto afirmar-se, quanto à situação jurídica de Giselle, que:
(baseada na prova da OAB de mar/2000):

a) possuí a plena propriedade do imóvel.


b) é um direito adquirido.
c) só detém a disponibilidade total do imóvel.
d) para o ordenamento jurídico brasileiro, seria um direito eventual.

2.Beto doou um terreno à instituição “Irmãos de Cristo”, impondo-lhe, apenas, o


encargo de nele construir uma creche. É correto afirmar, quanto ao encargo, que:
(Prova Juiz RN 1998):

a) enquanto não cumprido, suspende a aquisição do direito pelo donatário ao


objeto da doação.
b) enquanto não cumprido, suspende o exercício do direito do donatário.
c) sua imposição, neste caso, se equipara ao termo inicial, salvo se imposto
como condição suspensiva.
d) se equipara à condição resolutiva, salvo se imposto como termo final.
e) não suspende a aquisição nem o exercício do direito do donatário, se não for
imposto expressamente como condição suspensiva.

3.Túlio recebeu , em fevereiro de 1981, por doação de seus pais Atílio e Joana, um
lote de terreno, onde ergueu sua casa. Por falecimento dos mesmos, foi aberto o
inventário, já que deixaram bens e herdeiros. Quanto ao bem anteriormente doado a
Túlio, deve-se proceder:

a) Sua sobrepartilha, pois entende-se já partilhado ao donatário, devendo constar no


inventário por questão de formalidade perante os demais herdeiros.
b) Será obrigatoriamente arrolado quando na hipótese de contestação por outro
herdeiro da doação feita.
c) Não será arrolado quando não fizer mais parte do patrimônio do donatário.
d) Será procedida à colação do mesmo, restituindo-se à massa da herança os bens
anteriormente doados, para que haja igualdade na partilha.
4.João recebeu , por doação de seus pais, um imóvel no valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais). Por falecimento dos mesmos, foi aberto o inventário. João tem um outro
irmão , fruto do casamento dos seus pais. Se não constou na doação que o bem foi
doado da parte disponível, o efeito será o seguinte :

a) Sendo João filho do casal, poderá receber qualquer bem, de qualquer valor sem
necessidade de trazê-lo à colação.
b) Será procedida à colação do mesmo pois, em não ocorrendo menção expressa de que
teria sido doado da parte disponível, representa adiantamento da legítima, além do
que, deverá também ser verificado se a doação não foi inoficiosa.
c) Será partilhado tal bem entre os dois herdeiros.
d) Não será trazido à colação.

5.O princípio da "saisine", acolhido no direito das sucessões, refere-se a:

a) que o valor a ser atribuído aos bens é o do momento da morte do de cujus.


b) que além do domínio, é atribuído ao herdeiro à qualidade de possuidor no momento da
abertura da sucessão.
c) que o valor a ser atribuído aos bens será o do momento da elaboração do laudo de
avaliação, evitando assim prejuízo ao fisco.
d) Que, sendo a posse uma situação de fato, a mesma não é suscetível de ser transferida
por determinação legal.

AULA 5

Promessa de compra e venda. Imóveis loteados e não loteados. Antecipação da eficácia


de direitos reais. Adjudicação compulsória. Estudo de casos concretos. Revisão
da matéria.

CASOS CONCRETOS

CASO 01

Hermes prometeu comprar de Lide Construções Ltda. O imóvel da Rua Y, número 2, por
contrato de promessa de compra e venda, lavrado por instrumento público não levado a
registro. Hermes, após quitar pontualmente suas obrigações pecuniárias, procura a
vendedora para lavratura de escritura definitiva, quando é surpreendido com a
constatação que a vendedora não mais existe. Pretendendo regularizar a situação de
seu imóvel, Hermes contrata os seus serviços de advogado (a).

a)Qual a medida a ser adotada?


b)Que mudanças propõe o Projeto de Lei 3.780/04 acerca do compromisso de compra e
venda e seus efeitos ?

SUGESTÃO DE GABARITO

O gabarito da questão está no Acórdão da 12ª Câmara Cível na apelação


2005.001.03279, Des. Luis Felipe Salomão, em anexo.

2005.001.03279 - APELAÇÃO CÍVEL

DES. LUIS FELIPE SALOMÃO - Julgamento: 03/05/2005 - DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL
ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. PROVA DOCUMENTAL QUE
DEMONSTRA, EM PRINCÍPIO, A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AUTOR E RÉUS, BEM
COMO A QUITAÇÃO DO VALOR ACORDADO. INÉRCIA DO PROMITENTE/VENDEDOR EM OUTORGAR O
CONTRATO DEFINITIVO. DESNECESSIDADE DO REGISTRO DO CONTRATO NO RGI, PODENDO O AUTOR
UTILIZAR-SE DESTA DEMANDA PARA OBTER O TÍTULO AQUISITIVO DO BEM. RECURSO PROVIDO
PARA, ANULADA A SENTENÇA, SE DETERMINAR O PROSSEGUIMENTO DO FEITO

Obs.: Está sob a análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania o


Projeto de Lei 3780/04, de autoria do deputado Renato Casagrande (PSB-ES), que
facilita a consolidação do domínio pelo adquirente de imóvel. O projeto prevê a
consolidação da propriedade plena por simples averbação no registro imobiliário,
desde que se apresente recibo para comprovar o pagamento da transação.
Hoje, o Código Civil diz que o comprador tem direito ao imóvel a partir do contrato
de compra e venda registrado em cartório; porém, cabe ao vendedor providenciar a
transferência da ao comprador. Ou seja, se houver má-fé por parte do vendedor, há a
possibilidade de o comprador pagar o imóvel e não receber a escritura, restando a ele
buscar seus direitos junto à Justiça.
O autor do projeto entende que o compromisso de compra e venda já é um contrato
perfeito e acabado, “enquadrando-se como verdadeira modalidade de compra e venda, com
cláusulas de irretratabilidade e irrevogabilidade".

A matéria, que tramita em caráter conclusivo, encontra-se na Comissão de Constituição


e Justiça e de Cidadania, onde foi designado como relator o deputado José Eduardo
Cardozo (PT-SP).
Boletim Eletrônico da Agência Câmara de Notícias, Reportagem de Claudia Lisboa,
Edição de Patricia Roedel - Pauta - 3/9/2004, 11h09. Com alterações e edição de
SJ/Irib).

CASO 2

Pedro celebrou com VW Construções Ltda. a promessa de compra de um imóvel de


propriedade daquela, em 2003.
Ficou pactuado que o bem seria pago em 50 meses, e que, se houvesse rescisão por
culpa do comprador, as prestações já pagas seriam perdidas em favor da vendedora.
Após ter pago trinta prestações, Pedro desocupa o imóvel por não ter mais
condições financeiras. Rescinde o contrato e, com o intuito de reaver parte das
prestações pagas, ajuíza ação ordinária.
Em contestação, a ré alega que, em homenagem ao princípio da pacta sunt servanda
e da autonomia da vontade, deve prevalecer a cláusula penal ajustada entre as partes.
Em réplica, sustenta Pedro que hoje prepondera a função social do contrato, razão
pela qual o juiz poderia aplicar o artigo 413 do Código Civil.

a)Poderia o magistrado reduzir a cláusula penal imposta? É a mesma válida perante


o ordenamento ?

b)Comente a aparente contradição entre o princípio da autonomia da vontade e a


função social do contrato.

c) Pedro possuía direito real ?

SUGESTÃO DE GABARITO :

O princípio da autonomia da vontade se funda na liberdade contratual dos


contratantes, consistindo no poder de estipular livremente, como melhor lhes
convier, mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses. Mas, hoje, a
liberdade de contratar não é absoluta, pois está limitada pela supremacia da ordem
pública, que veda convenções em contrário e aos bons costumes, de forma que a
vontade dos contratantes está subordinada ao interesse coletivo. O princípio da
autonomia da vontade sofre, portanto, restrições trazidas pelo dirigismo contratual,
que é a intervenção estatal na economia do negócio jurídico contratual. O Estado
intervém no contrato pela aplicação de normas de ordem pública, como dito, e também
pela revisão judicial dos contratos, estabelecendo-lhes condições de execução, ou
mesmo exonerando a parte lesada, conforme as circunstâncias. Tal comportamento
também é fundado no princípio da supremacia do interesse coletivo.
O artigo 413 do Código Civil autoriza a intervenção do magistrado no contrato,
reduzindo o valor da cláusula penal, e é uma demonstração dessa tendência.
O direito do promitente comprador do imóvel é previsto como direito real em
conformidade com o artigo 1.225, inciso VII c/c 1.227.

REVISÃO

1. Verificando no processo a existência de uma cláusula abusiva inserta em


contrato de consumo, o juiz (80º Concurso para ingresso na Carreira do Ministério
Público de São Paulo):

a) deverá declarar a nulidade da cláusula, quer a requerimento do interessado, do


Ministério Público, ou mesmo ex officio, por se tratar de matéria de ordem pública.
b) poderá reconhecer e declarar a nulidade da cláusula desde que provocado pelo
consumidor prejudicado, mas não podendo agir ex officio.
c) não poderá decretar a nulidade da cláusula, se esta estiver bem redigida, em
termos claros, em obediência ao princípio pacta sunt servanda.
d) não poderá decretar a nulidade da cláusula, em homenagem ao princípio da liberdade
contratual.
e) poderá reconhecer e declarar abusiva a cláusula, desde que o pedido do interessado
ou do Ministério Público não tenha sido alcançado pela preclusão.

2)Relativamente à mora debitoris, assinalar a alternativa INCORRETA:


a) Para que exista mora, é necessário que ocorra retardamento culposo no cumprimento
de obrigação possível de ser realizada, por parte do devedor.
b) A constituição em mora é essencial nas obrigações provenientes de ato ilícito.
c) Não constitui mora, mas inadimplemento absoluto, o fato de, por causa da mora, a
prestação se tornar inútil ao credor, inviabilizando o cumprimento tardio da
obrigação.
d) Nas obrigações de abstenção, o devedor incorre em mora ao praticar o ato de que
devia abster-se, independentemente de interpelação.
(TRF4-X – Direito Civil – Questão n.º 63 – Gabarito “B”)

3)No condizente à mora, aponte a alternativa incorreta:


a)nas obrigações provenientes de delito, considera-se o devedor em mora a partir da
distribuição da ação que objetiva a reparação.
b)a mora do credor que não quiser receber a coisa no termo convencionado sujeita-o a
recebê-la pela sua mais alta estimação, se o seu valor oscilar entre o tempo do
contrato e o do pagamento.
c)se a prestação por causa da mora se tornar inútil ao credor, este poderá
enjeitá�la e exigir satisfação das perdas e danos.
d)não havendo prazo assinado para o cumprimento da obrigação, começa ele desde a
interpelação, notificação ou protesto.
(MP-MT/2002- Civil – Questão nº 31 – Gabarito “A”)

4)Sobre cláusula penal, assinalar a alternativa INCORRETA:


a) Estipulada a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, o
credor poderá escolher entre fazer valer a cláusula ou, alternativamente, a
obrigação.
b) Se a cláusula penal for estabelecida para o caso de inexecução de determinada
cláusula especial, o credor poderá exigir a satisfação da cláusula cumulativamente
com a da obrigação principal.
c) O valor da cominação imposta na cláusula penal, não pode exceder o da obrigação
principal.
d) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que se vença o prazo
da obrigação e tenha ele sido constituído em mora pelo credor.
(TRF4-X – Direito Civil – Questão n.º 59 – Gabarito “D”)

5)Para exigir a pena convencional por descumprimento de obrigação, não é necessário


que o credor alegue prejuízo:
a) por isto é sempre considerada como indenização máxima, sendo inválida a cláusula
prevendo ressarcimento suplementar;
b) porém se o prejuízo exceder ao previsto na cláusula penal sempre o credor poderá
exigir indenização suplementar;
c) mas o Juiz deverá reduzi-la se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio;
d) mas não pode exceder a 2% (dois por cento) do valor da obrigação.
(TRF 3 – XI – Direito Civil – Questão n.º 44 – Gabarito “C”)

AULA 6

Incorporações Imobiliárias. Lei 4.591/64. Noção legal e atributiva do incorporador.


Responsabilidade do incorporador-construtor. Construção por empreitada e por
administração. Incidência do Código do Consumidor. Estudo de casos concretos. Revisão
da matéria.

CASO 1

Construtora AXZ Ltda. foi incorporada pela LAZC Construtora Ltda. O motivo da
incorporação foi o insucesso da primeira no empreendimento MORAR BEM. A Construtora
AXZ não conseguiu cumprir a obrigação de construir os cinco blocos de apartamentos no
terreno da segunda, bem como entregar-lhe seis unidades de cada um dos blocos. Josefa
Almeida, promitente compradora da unidade 201 do bloco 02, não concordou com os
termos da renegociação, resultante da incorporação, e ingressa em juízo pleiteando a
devolução de todo o valor pago, acrescido de juros e correção monetária.

a. Josefa terá de suportar os termos da renegociação ? Justifique.


b. Aplica-se a hipótese o que preceitua o artigo 40 parágrafo segundo da Lei 4.591/64
? Justifique.
c. Há embasamento legal para que Josefa receba todo o valor pago acrescido de juros e
correção monetária ? Justifique.

Sugestão de gabarito: acórdão referido a seguir.

INCORPORAÇÃO. DEVOLUÇÃO. VALOR. PAGAMENTO. IMÓVEL.

Houve a incorporação do empreendimento pela empresa ora recorrente em razão de a


primeira construtora não conseguir cumprir sua obrigação, a de construir vários
edifícios e entregar-lhe alguns apartamentos em troca de seu terreno. Sucede que a
recorrida, promitente compradora de uma unidade, não concordou com os termos de
renegociação por não poder adimpli-los e pleiteou a devolução do que pagou. Diante
disso, a Turma, ao interpretar o disposto no art. 40, § 2º, da Lei n. 4.591/1964,
entendeu que a recorrida, “ex-titular de direito à aquisição da unidade autônoma”,
não causou a rescisão contratual e tem o direito de receber o que pagou pela
construção, porém firmou que não são todos os valores pagos que devem ser
devolvidos. Faz-se necessário o desconto de itens que não se relacionam diretamente
com a obra, tais como despesas de administração, seguro, o valor da fração ideal e
outros, todos a serem apurados por arbitramento na execução. REsp 606.117-RJ, Rel.
Min. Carlos Alberto Menezes Direito, julgado em 15/3/2005
CASO 2

José Carlos herda de sua avó Solange extensa área urbana, e resolve criar no local um
condomínio horizontal de lotes. Para regularizar a situação procura Marcelo, advogado
e melhor amigo de sua irmã, Josilene, que relata a impossibilidade jurídica de tal
figura.
Há fundamento legal e doutrinário para o parecer de Marcelo ? Justifique.
O artigo 8º da lei 4.591/64 poderá ser utilizada para solução do caso, mormente em
razão do advento do atual Código Civil ? Justifique.

Sugestão de gabarito
A possibilidade da criação da figura jurídica do condomínio horizontal de lotes é
tema altamente controvertido na doutrina e na jurisprudência, pois usualmente
prepondera o condomínio de unidades autônomas já construídas, em que se atribui a
cada imóvel uma fração ideal do terreno, devendo o projeto de construção ter sido
aprovado pela autoridade municipal, além da obrigatoriedade da existência de um
memorial descritivo assinado por profissional habilitado. A doutrina mais
tradicionalista não admite o condomínio de lotes, já que não existe legislação
específica sobre o tema, porém corrente de vanguarda admite esta figura jurídica, e
defende sua aplicabilidade tanto para imóveis urbanos, quanto para os rurais.

Para quem defende essa possibilidade, um dos fundamentos estaria na interpretação


resultante da redação dos artigos 8º e 68 da lei 4.591/64, que dispõe in verbis :
“Quando, em terreno onde não houver edificação, o proprietário, o promitente
comprador, o cessionário deste ou o promitente cessionário sobre ele desejar erigir
mais de uma edificação, observar-se-á também o seguinte:”.
“Os proprietários ou titulares de direito aquisitivo sobre terras rurais ou os
terrenos onde pretendem construir ou mandar construir habitações isoladas para
aliená-las antes de concluídas, mediante pagamento do preço a prazo, deverão,
previamente, satisfazer às exigências constantes no artigo 32, ficando sujeitos ao
regime instituído nesta Lei para os incorporadores, no que lhes for aplicável”.

A lei 4.591/64 não teria sido ab-rogada pelo novo Código Civil em razão de o atual
Código não dispor integralmente sobre as relações disciplinadas na mencionada lei.
REVISÃO

1)A exceptio “non rite adimpleti contractus” tem como pressuposto:


( A ) descumprimento total do contrato;
( B ) descumprimento parcial do contrato;
( C ) a prorrogação do contrato;
( D ) a extinção do contrato.
(TJ-DF-06/2003 – Civil – Questão nº 42 – Gabarito “B”)

2)Referentemente ao contrato de EMPREITADA, previsto nos arts. 610 a 626 do Código


Civil em vigor, quais das alternativas abaixo é correta:
a. O contrato para elaboração de um projeto implica na obrigação de fiscalizar-lhe
a execução.
b. O dono da obra não poderá pleitear a revisão do preço global convencionado,
mesmo que haja diminuição do preço do material ou da mão-de-obra e essa diminuição
for superior a um décimo do preço global ajustado.
c. Após iniciada a construção, não pode o dono da obra suspender-lhe a execução,
ainda que pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos,
mais indenização de lucros cessantes.
d. O empreiteiro poderá suspender a obra se, no decorrer dos serviços, se
manifestarem dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de causas
geológicas, hídricas ou outras semelhantes, quando implicarem em excessiva
onerosidade da empreitada, opondo-se o dono da obra ao reajuste do preço inerente ao
projeto por ele elaborado.
e. O contrato de empreitada sempre se extingue pela morte de qualquer das partes.
(TJ-SC-27/04/2003 – Direito Civil – Questão n.º 20 – Gabarito “D”)

3) Risco é o perigo a que está sujeita a coisa, de perecer ou de se deteriorar por


caso fortuito ou força maior. Numa obra, se sobrevier acidente motivado pela
natureza, que a destrói parcialmente, suportará sozinho o prejuízo, tratando-se de:
a. empreitada mista, o empreiteiro, embora este não tenha agido com culpa
b. empreitada mista, o empreiteiro, embora o dono da obra se encontre em mora de
recebê-la
c. de lavor, o empreiteiro, embora este não tenha agido com culpa
d. empreitada de lavor, o dono da obra, embora o empreiteiro tenha agido com culpa

4) O instituto da afetação vem sendo muito criticado pela doutrina


PORQUE
sua facultatividade, torna sua aplicação remota e caso os adquirentes tenham que
assumir a obra, por motivo de insolvência do incorporador, a Lei 4.591/64, no artigo
30-C do parágrafo 3º, cria expressamente uma solidariedade entre os adquirentes e o
incorporador, o que certamente torna na prática tal mecanismo de afetação patrimonial
de pouca valia.

Marque a alternativa correta:

a. A primeira e a segunda afirmações são verdadeiras.


b. A primeira e a segunda afirmações são falsas.
c. A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
d. A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.

5 - Quanto à responsabilidade civil aquiliana pode-se afirmar: ( 25º Exame da OAB RJ)

a. Limita-se única e exclusivamente à pessoa de agente.


b. Para sua caracterização depende sempre da comprovação da culpa.
c. Ocorrendo excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, o juiz
poderá reduzir, eqüitativamente, o valor da indenização.
d. A nossa sistemática jurídica não admite a responsabilização por omissão.

AULA 7

Direitos reais sobre coisa alheia. Hipoteca e usufruto. Estudo de casos concretos.
Revisão da matéria.

CASO 1

A Construtora Alicerce Ltda hipoteca uma das unidades imobiliárias de seu


empreendimento ao Banco Só Lucro S/A. A referida construtora efetiva, em seguida,
promessa de compra e venda da mesma unidade imobiliária a Orlinto, que quitou o
preço, condicionada a lavratura da escritura pública de compra e venda a baixa da
hipoteca, o que devirá realizar-se em trinta dias.
Contudo, extinto o prazo, a construtora não outorgou a referida
escritura definitiva, sendo Orlinto surpreendido com edital em jornal comunicando
execução extrajudicial do imóvel, com leilão em vinte dias, promovida pela banco
hipotecário, uma vez que a construtora encontra-se inadimplente com as parcelas
mensais.

Orlinto procura seus préstimos como advogada (o) objetivando


impedir a realização do leilão. Que argumentação, em defesa, você promoveria? É
possível impedir o leilão? Qual dispositivo serve de sucedâneo?

Sugestão de gabarito

Tem seu fundamento na Súmula 308 do STJ com o seguinte verbete: “A hipoteca
firmada entre construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração
de promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do
imóvel”.Loo a medida cautelar inominada é aplicável ao caso para que o agente
financeiro se abstenha de qualquer procedimento extrajudicial.
Distribuindo-se em seguida ação principal em trinta dias, contados
do deferimento da liminar.

CASO 2

Sérgio pretende comprar um imóvel no nome dos pais, Valdir e Rosilene. Sua
preocupação é que após o falecimento dos genitores e por ocasião da partilha dos
bens, perca qualquer vantagem sobre o imóvel, tendo que dividi-lo igualmente com seus
irmãos. Sérgio procura você na qualidade de advogado e relata que na verdade deseja
deixar o bem para que seus pais usassem o mesmo enquanto vivos, e que depois tal bem
retornasse ao seu patrimônio.

Qual a orientação sobre o negócio imobiliário a ser realizado? Justifique e esclareça


as características de tal negócio.

Sugestão de gabarito

O filho poderia adquirir o imóvel em seu próprio nome e conceder o usufruto


vitalício para os pais, pois com o falecimento destes, ocorreria a extinção do
usufruto, voltando Sérgio a ter a plena propriedade do imóvel.
Usufruto é o direito que se dá a alguém, por certo tempo, de usufruir de um bem
(móvel ou imóvel) como se fosse o dono, sem que o mesmo deixe de ser de propriedade
do autor da liberalidade.
São direitos do usufrutuário a posse, uso e administração do imóvel, podendo
usufruir do bem em pessoa ou mediante arrendamento, ficando com os rendimentos que
dele advirem, com a ressalva de que não lhe é permitido a venda ou o repasse do
imóvel.
O usufrutuário têm também deveres em relação ao bem. Cabe a este os pagamentos dos
tributos resultantes do usufruto, como água, luz, condomínio, etc. O usufrutuário é
responsável também por zelar pelo bem, arcando com as despesas para a conservação do
mesmo. Contudo, a deterioração do imóvel por uso regular é de competência do nu-
proprietário. No caso de destruição ou dano do imóvel por culpa do usufrutuário os
reparos para a reconstituição do mesmo passam a ser de sua responsabilidade.
O usufruto por tratar-se de direito real deve ser feito na forma de escritura
pública, com ressalva para a exceção prevista no Código de poder utilizar-se o
instrumento particular, quando o valor do imóvel não ultrapassar a 30 (trinta) vezes
o maior salário mínimo vigente.
Quando o usufruto recair sobre bem imóvel, a hipótese que nos interessa, sua
constituição será efetivada mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis
competente, ou seja, o da divisão onde está localizado, na matrícula que
corresponder àquele imóvel, mencionando em resumo o prazo e as condições estipuladas
para a sua celebração, e findará mediante averbação de seu cancelamento, também
obrigatória.

REVISÃO

1. A cláusula que autoriza o credor hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a


dívida não for paga no vencimento, é (Prova Juiz RN 1998):

a) válida.
b) nula.
c) ineficaz, se não for estipulada por escritura pública.
d) essencial para a existência da garanta real.
e) anulável, se provada a coação do credor.

2)Assinale a alternativa INCORRETA:


a) os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na
proporção dos seus quinhões;
b) o usufruto de imóveis, quando não resulte do direito de família, dependerá de
transcrição no respectivo registro;
c) salvo direito adquirido por outrem, o usufrutuário faz seus os frutos naturais,
pendentes ao começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção;
d) a extinção da hipoteca só começa a ter efeito contra terceiros depois de
averbada no respectivo registro.
(MP-MS-XIX – Direito Civil – Questão n.º 39 – Gabarito “A”)

3)O usufruto
(A) de imóveis, quando resulte do direito de família, dependerá de transcrição no
respectivo registro.
(B) transfere o domínio ao usufrutuário.
(C) confere ao usufrutuário as crias dos animais, deduzidas quantas bastem para
inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto.
(D) não se extingue pela consolidação.
(E) só pode recair em bens imóveis.
(MP – PA/ X – Civil – Questão nº 39 – Gabarito “C”)

4)Sobre a disciplina dos direitos reais de garantia no novo Código Civil, é CORRETO
afirmar que:
(A) qualquer que seja a espécie de penhor, sua constituição sempre pressupõe a
transferência efetiva da posse pelo devedor ao credor de coisa móvel, suscetível de
alienação.
(B) são direitos do credor pignoratício reconhecidos no novo Código Civil, entre
outros: o de apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder;
o de promover a venda antecipada, independentemente de prévia autorização judicial,
sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore.
(C) na excussão judicial da garantia hipotecária, realizada a praça, o executado
poderá, até a assinatura do auto de arrematação ou até que seja publicada a sentença
de adjudicação, remir o imóvel hipotecado, oferecendo preço igual ao da avaliação.
Igual direito caberá ao cônjuge, aos descendentes ou ascendentes do executado.
(D) o penhor de veículos só se pode convencionar pelo prazo máximo de 1 (um) ano,
prorrogável até o limite de igual tempo.
(E) a hipoteca não pode jamais ser constituída para garantia de dívida futura ou
condicionada, ainda que determinado o valor máximo do crédito a ser garantido.
(TJ-MG-2003/2004 – Civil – Questão nº 10 – Gabarito “C”)

AULA 8

Locação urbana. Noções gerais. Legislação. Espécies. Estudo de casos concretos.


Revisão da matéria.

CASO 1

Adalberto abre o jornal do dia 14.03.05 e se depara com a seguinte notícia :

Segunda-feira, 14 de março de 2005 - IPTU de imóvel deve ser pago pelo inquilino,
conforme o contrato

O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) deve ser pago pelo locatário do imóvel
conforme estabelecido nas relações contratuais entre proprietário e inquilino, não
havendo qualquer mudança provocada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Uma
decisão da Segunda Turma do STJ referente à cobrança do tributo feita à Barrafor
Veículos, no município do Rio de Janeiro, levou veículos de comunicação a uma
interpretação errada, o que provocou reações de pessoas nos mais diversos pontos do
país.

Entusiasmado, liga imediatamente para Félix, seu advogado, para perguntar se precisa
continuar pagando o IPTU do imóvel que aluga.

Há embasamento legal para que Adalberto deixe de pagar o IPTU conforme foi
convencionado no contrato de locação firmado com Félix ?
Pelo Código Tributário Nacional, qual é o fato gerador do IPTU e quem é o
contribuinte?
Pesquise o fundamento fático e legal da decisão da 2ª Turma do STJ.

Sugestão de gabarito

Não há embasamento legal para que Adalberto deixe de pagar o IPTU, pois o artigo 22
da lei do Inquilinato, 8.245/91, prevê que o locador pagará tal tributo, desde que
não tenha acordado de modo diverso.
“Dos deveres do locador e do locatário:Art. 22. O locador é obrigado a: VIII - pagar
os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que
incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário
no contrato”

Nos artigos 32 e 34 do Código Tributário Nacional (CTN) há as seguintes previsões :


“ O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e
territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de
bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do Município. Art. 34. Contribuinte do imposto é o
proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer
título.”

A Segunda Turma do STJ julgou um recurso especial da Prefeitura do Rio contra a


concessionária de veículos Barrafor. O entendimento para esse caso específico foi
que o tributo deveria ser cobrado do proprietário do imóvel, Infraero e não da
revendedora de carros. Ou seja, a Infraero, dona do imóvel, é quem seria a devedora
do IPTU, por estar em análise não a relação de direito privado existente entre a
Barrafor e a Infrareo, mas sim a relação de direito público de natureza fiscal entre
o contribuinte e o Município. Aplicou-se ao caso o Código Tributário Nacional (CTB),
que rege a relação do fisco com o contribuinte. ( artigos 32 e 34 do CTN )

Foi sustentado no voto que o pacto estabelecido entre a empresa e a Infraero, com a
obrigação da primeira de recolher os valores referentes ao bem imóvel, não
transferia a responsabilidade, porque "esse fato não lhe dá qualidade de
contribuinte do tributo", pois, as convenções particulares relativas à
responsabilidade pelo pagamento de impostos não podem ser opostas à Fazenda Pública,
segundo o artigo 123 do Código Tributário Nacional. Assim, concluiu-se que o
município do Rio não tem o direito de cobrar o IPTU da Barrafor Veículos Ltda..
( RESP 685316)

CASO 2

ALICE, locatária de um imóvel de propriedade de LUÍS, procura seu escritório


relatando que deixou de pagar os aluguéis dos dois últimos meses, por ter perdido o
emprego. Informa que, ao retornar de uma viagem, não conseguiu entrar no imóvel
locado, porque as chaves haviam sido substituídas pelo proprietário, como soubera por
vizinhos. No interior do imóvel estão todos os bens móveis de ALICE.
Alice o procura na qualidade de advogado.

Esclareça se o ato do proprietário possuí embasamento legal. Justifique.


De modo fundamentado, indique qual a medida a ser adotada visando à retomada do
imóvel.
(baseada na questão da OAB PARANÁ 2003 – QUESTÃO PRÁTICA Nº. 02)

Sugestão de gabarito

O ato do proprietário é ilícito, revelando a ocorrência de esbulho possessório,


posto que para retirar a locadora do imóvel deveria ter ingressado com a ação de
despejo, conforme previsto na Lei nº.8.245/91. Aplica-se o art. 926 do CPC, para
buscar a reintegração de posse do imóvel e dos bens móveis.
Não deve ser considerada a hipótese de manutenção de posse, pois não se trata de
turbação. Nem imissão, pois, a locadora já havia detido anteriormente a posse. A
busca e apreensão dos bens móveis não atenderia a pretensão da inquilina que deseja
o imóvel de volta; a questão é de natureza possessória.

REVISÃO

1)Nas locações, o abandono do imóvel locado por prazo indeterminado, na vigência do


contrato:
a) constitui infração contratual;
b) rende ensejo à aplicação da pena de multa;
c) sujeita o locatário ao pagamento dos alugueres que se vencerem até o termino do
contrato;
d) sujeita o locatário ao pagamento dos alugueres até a efetiva rescisão do
contrato, via ação de despejo;
e) rende ensejo à indenização, além da multa por infração contratual;
(TJ-SC-13/10/2002 – Direito Civil – Questão n.º 14 – Gabarito “D”)

2)Assinale a opção incorreta:


A) O novo Código Civil prevê, expressamente, que a liberdade de contratar será
exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
B) A boa-fé objetiva é princípio geral e expresso de direito contratual, tanto no
Código Civil em vigor como no novo Código Civil.
C) De acordo com o novo Código Civil, a oferta ao público equivale a proposta quando
contém os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das
circunstâncias ou dos usos.
D) De acordo com o novo Código Civil, os cônjuges são obrigados a concorrer, na
proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e
educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.
(MPU/25º - Civil – Preliminar – Questão nº 44 – Gabarito “B”)

3)Considerando os aspectos doutrinários acerca dos princípios fundamentais do direito


contratual, julgue as afirmações seguintes atribuindo-lhes V (verdadeiro) ou F
(falso) e assinalando a alternativa que contenha a seqüência correta:
I - o princípio da autonomia da vontade particulariza-se no Direito Contratual na
liberdade de contratar, que tem como única limitação de caráter geral a ordem
pública;
II - o princípio do consensualismo é aquele que se consubstancia na regra de que as
condições estabelecidas no contrato deverão ser fielmente cumpridas;
III - são princípios fundamentais do Direito Contratual, dentre outros, o da
bilateralidade e o da boa-fé;
IV - são princípios fundamentais do Direito Contratual, dentre outros, o da garantia
dos credores e o da boa-fé;
V - são princípios fundamentais do Direito Contratual, dentre outros, o da força
obrigatória ou obrigatoriedade da convenção e o da boa-fé.
A) F F F F V
B) V V V F F
C) V F V V F
D) F V V V V
E) F V F F F
(MP – RN/2001 – Civil – Questão nº 37 – Gabarito “A”)

AULA 9

Locação. Alienação do bem em locação. Direito de Preferência. Retomada. Locação não-


residencial. Fiança. Garantias. Estudo de casos concretos. Revisão da matéria.

CASO 1
Francisco firma contrato de locação residencial com Antônio. Ultrapassados 15 meses
de duração do contrato, Francisco necessita de dinheiro para fazer uma viagem e
resolve vender o imóvel. Conversando com Antunes, seu colega de trabalho, descobre
que a secretária da empresa, Dona Marisol, está a procura de um imóvel com as
características do seu. Convencido de que “tirou a sorte grande”, procura Marisol,
que lhe diz não ser necessária qualquer visita ao imóvel, pois esteve visitando-o
quando o mesmo se encontrava anunciado para locação, e lhe entrega de pronto o sinal
para a compra do bem. Após formalizada a escritura e efetuado o pagamento integral do
preço, Antônio recebe uma correspondência de Francisco, comunicando a venda do bem
locado. Antônio ao receber a correspondência, fica frustrado, pois seu desejo era o
de adquirir o bem.

Antônio tem amparo legal para desfazer a venda realizada ? Justifique


O direito de preferência previsto na Lei de Locações possui os mesmos efeitos que o
direito de preferência previsto no Código Civil Brasileiro. Justifique.

CASO 2

Vinicius deseja alugar um imóvel e procura a imobiliária MORAR BEM Ltda. Após
escolher o imóvel, é informado pelo advogado da referida imobiliária que deveria
oferecer como garantia a fiança e a caução imobiliária.

Vinicius procura você na qualidade de advogado. Esclareça as questões abaixo


apresentadas por Vinicius.

a. Para alugar imóvel é necessário oferecer como garantia a fiança e a caução


imobiliária?
b. Qual a eficácia da estipulação de mais de uma garantia no mesmo contrato de
locação ?
c. Pode o locador escolher a modalidade de garantia que Vinicius deva fornecer?

Sugestão de gabarito

a. Não há porque se oferecer mais de uma forma de garantia. O artigo 37 da Lei


Federal 8.245/91 (Lei do Inquilinato) define que o locador pode exigir apenas uma
delas, a saber: a caução, a fiança ou o seguro de fiança locatícia.
b. Deve ser enfatizado que é permitida tão somente uma modalidade de garantia, sendo
nula qualquer outra garantia adicional. Além da pena de nulidade, a lei do
inquilinato foi mais além, taxou como sendo uma contravenção penal a exigência de
mais de uma modalidade de garantia num mesmo contrato de locação (art. 43). Assim
sendo, os locadores incautos que exigem mais de uma garantia, pensando que com isso
estariam diminuindo o seu risco, na verdade, tem o seu risco aumentado, visto que,
além de estarem sujeitos a um processo penal, as garantias adicionais são nulas.
c. A Lei do Inquilinato permite que o locador exija a modalidade de garantia que
mais lhe interesse, sendo-lhe permitido também que avalie a idoneidade da garantia
oferecida, não estando por isso obrigado a aceitar aquela oferecida pelo futuro
inquilino.

REVISÃO

1)Referentemente à fiança, assinale a alternativa INCORRETA:


a) A fiança não pode vincular bens do próprio afiançado.
b) Resultando a nulidade da obrigação de incapacidade pessoal do devedor, a fiança
que a garante é válida.
c) A fiança sem limitação garante, não só a obrigação principal, como também todos
os acessórios e as despesas judiciais desde a citação do fiador.
d) obrigando-se o fiador como devedor solidário, perde ele o direito de exigir, em
eventual execução, que sejam primeiros excutidos bens do devedor.
e) ainda que o devedor seja insolvente ou falido, se o fiador não renunciou
expressamente ao benefício pode ele exigir, em eventual execução, primeiramente a
excussão em bens do devedor.
(TJ-SC-13/10/2002 – Direito Civil – Questão n.º 22 – Gabarito ‘E”)

2.O benefício de ordem no contrato de fiança significa que


(A) prestada conjuntamente a um só débito por mais de uma pessoa, importa o
compromisso de solidariedade.
(B) havendo mais de um fiador, o credor só pode cobrar uma cota parte de cada um.
(C) o fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a
contestação da lide, que sejam primeiro excutidos os bens do devedor.
(D) o fiador e o devedor são sempre solidariamente responsáveis pelo pagamento da
dívida, salvo se declararem que a obrigação é conjunta.
(E) o fiador, mesmo que tenha se obrigado como devedor solidário, não poderá ser
demandado pelo credor do afiançado, se este não for insolvente.
(TRF5-V– 14/08/03 – Direito Civil – Questão n.º 46 – Gabarito “C”)

3)Crispim, solteiro, maior, tornou-se fiador no contrato de locação de imóvel urbano


firmado entre Alfredo e Maria. Sobre a obrigação assumida por Crispim – a fiança - é
INCORRETO afirmar que ela pode
(A) ser estipulada sem o consentimento do devedor.
(B) ser de valor inferior ao da obrigação principal, mas será nula se for mais
onerosa.
(C) ser de valor limitado.
(D) incidir sobre obrigações que envolvam dívida futura.
(E) ser garantida por uma subfiança, em que o abonador garante a solvência do fiador.
(TJ - MG - 2002/2003 – Civil – Questão nº 2 – Gabarito “B”)

AULA 10

Ações decorrentes da locação – despejo, cobrança de aluguéis, consignatória,


revisional e renovatória. Estudo de casos concretos. Revisão da matéria.

CASOS PRÁTICOS

CASO 01

Adelino alugou o imóvel de Sampaio para residir com a família. O contrato de locação
era por 36 meses. No final do 24º mês, Adelino sofre um infarte e acaba morrendo.
Adelino morreu no estado civil de viúvo e residiam no imóvel, com ele, seus dois
filhos, João e Alberto e a filha de sua finada esposa, Cibelle. João e Alberto eram
maiores, mas não trabalhavam e Cibelle não achava justo que passasse a pagar sozinha
o aluguel, por isso mudou-se. João e Alberto continuaram ocupando o imóvel sem honrar
com as despesas do aluguel. Sampaio move ação de despejo por falta de pagamento em
face do espólio. João foi citado.

Esclareça os seguintes questionamentos :

a. Houve, na hipótese, sucessão na locação ? Justifique.


b. Poderia Sampaio mover ação de despejo em face de qualquer um dos herdeiros ?

SUGESTÃO DE GABARITO:

O gabarito da questão está nas ementas abaixo transcritas.


Ao solucionar o caso em sala de aula, será indispensável que o Professor relembre
conceitos básicos da locação, comente sobre a possibilidade de sucessão na locação,
o instituto da solidariedade e seus efeitos, sendo imperiosa a fixação dos comandos
normativos dos artigos 46, I do CPC e art. 2º da Lei 8.245/91.
Segundo Tribunal de Alçada Civil - 2ºTACivSP.

CITAÇÃO - Ação de despejo contra espólio - Herdeiro não citado - Irrelevância - Sub-
rogação legal que visa preservar o grupo familiar e não a individualidade de cada
herdeiro - Aplicação dos artigos 46, I, do CPC, e 2º da Lei nº 8.245/91.

(2ºTACivSP - Ap. c/ Rev. nº 462.398-00/6 - 1ª T - Rel. Juiz Souza Aranhá - J.


26.08.96).

Segundo Tribunal de Alçada Civil - 2ºTACivSP.

DESPEJO - Morte do locatário - Sub-rogação dos herdeiros - Citação na pessoa de um


deles - Solidariedade passiva - Admissibilidade - Inteligência dos artigos 2º e 11,
inciso I da Lei nº 8.245, de 1991 c/c. artigo 46, I, do Código de Processo Civil.

O locador, para fazer cumprir corretamente o contrato de locação pelos herdeiros do


falecido inquilino, pode propor ação de despejo contra qualquer um dos seus sub-
rogados com esteio do que dispõe os artigos 2º e 11, I, ambos da Lei nº 8.245, de
1991 combinados com o artigo 46, I do Código de Processo Civil.

(2ºTACivSP - Ap. c/ Rev. nº 462.398/6-00 - SP - Rel. Juiz Souza Aranha - DJU


26.08.96 - v.u).

E M E N T A
DESPEJO - MORTE DO LOCATÁRIO - SUB-ROGAÇÃO DOS HERDEIROS - CITAÇÃO NA PESSOA DE UM
DELES - SOLIDARIEDADE PASSIVA - ADMISSIBILIDADE - INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 2º E 11,
INCISO I DA LEI 8.245/91 C/C ARTIGO 46, I DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. O locador,
para fazer cumprir corretamente o contrato de locação pelos herdeiros do falecido
inquilino, pode propor ação de despejo contra qualquer um dos sub-rogados com esteio
do que dispõe o artigo 2º e 11, I, ambos da Lei 8.245/91 combinados com o artigo 46,
I do Código de Processo Civil.
Ap. c/ Rev. 462.398 - 1ª Câm. - Rel. Juiz SOUZA ARANHÁ - J. 26.8.96, "in" JTA (LEX)
161/371

E M E N T A
LOCAÇÃO - MORTE DO LOCADOR - SOLIDARIEDADE ENTRE HERDEIROS - EXEGESE DO ARTIGO 10 DA
LEI 8.245/91 Por força do disposto no artigo 10 da Lei 8.245/91, há solidariedade
entre os herdeiros no tocante ao credito de aluguéis deixado pelo falecido locador.
Ap. c/ Rev. 428.190 - 8ª Câm. - Rel. Juiz NARCISO ORLANDI - J. 30.3.95
CASO 02

Michel Butano, proprietário de salas comerciais no centro da cidade, aluga um andar


inteiro para o engenheiro Dagoberto, que é dono de um escritório especializado em
perícias judiciais.

Ultrapassado o prazo inicial do contrato, prosseguiram na locação, sem assinar


aditivo ou outro instrumento. Durante tal prorrogação, no ano de 2003, Michel Butano
aliena as salas para uma das empresas da qual é sócio. Dagoberto não se interessou
pela aquisição das salas. No mês de março do ano em curso (2005), Dagoberto é
surpreendido com o valor constante do boleto bancário para pagamento do aluguel e
tenta, em vão, conversar com Michel. Procura um advogado para aconselhamento, que
ingressa com uma ação de consignação em face de Michel, instruindo o pedido com a
cópia do contrato de locação.
Michel, em resposta, alega ser parte ilegítima em razão da venda efetuada no ano de
2003 e requer a extinção do processo, nos termos do art. 267, VI, do CPC.

1) O tipo de ação proposta é o correto para a hipótese ? Foi adequadamente


proposta ? Justifique.
2) A locação, se não prorrogada por novo ajuste formal entre os contratantes,
avança, além da vigência do prazo fixado no contrato ? Justifique.
3) A venda provocou a ruptura do contrato ?
4) Qual a natureza da decisão a ser proferida na consignatória ?

Sugestão de gabarito

Segundo Tribunal de Alçada Civil - 2º TACivSP.

CONSIGNATÓRIA - Locação. Invocada ilegitimidade passiva de parte. Transferência do


imóvel locado a pessoa jurídica em que o locador original é sócio. Fato ocorrido há
largo tempo e de amplo conhecimento da locatária. Sub-rogação da locação à nova
titular do domínio devidamente caracterizada. Acolhimento da preliminar. Recurso
provido em parte.

Ap. nº 48.2900-00/3 - São Paulo - Rel. Juiz Vieira de Moraes - j. 16.06.97 - v.u.

A regra é a de que o sucessor dominial do imóvel locado, que não denuncia o contrato
no prazo previsto, passa a ser o locador, porque se presume sua "concordância na
manutenção da locação" (Lei nº 8.245/91, artigo 8º, 2º), com evidente reflexo na
consignatória.

Diante desse quadro, cumpre reconhecer a ilegitimidade passiva do locador originário


e ora apelante, ... que alienara o imóvel desde há seis anos antes do ajuizamento da
demanda, em favor da pessoa jurídica... a locadora e única legitimada no pólo
passivo da consignatória. Aqui já não há fraude ou indício de artifício algum,
decorrido tanto tempo.

De resto, a coisa julgada formal dos anteriores processos não se projeta no tempo e
de modo indefinido, se diversas são as circunstâncias, como o são na espécie" (fls.
181 e 182).

III - Com efeito, a locação, se não prorrogada por novo ajuste formal entre os
contratantes, avança, além da vigência do prazo fixado no contrato, por força de
lei, a tempo indeterminado, ou como decorrência de decisão judicial que a renova, a
tempo certo.

Passa a avença, daí, a ser ditada pelos mesmos termos do contrato inicial - se
prorrogada por tempo indeterminado e por força de lei - ou pelas condições fixadas
na decisão judicial - se decorrente de tal. De um ou outro modo, não se confunde com
a relação negocial originária resultante de livre convenção entre as partes,
estabelecendo-se outra, nova, porque não é o contrato que se protrai, mas, sim, a
locação.

Tribunal de Alçada Cível do Rio de Janeiro

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - LOCAÇÃO


L. R. ALIENAÇÃO
APELAÇÃO CÍVEL 61123 - Reg. 1445
SÉTIMA CÂMARA - Unânime
Juiz: JOANANTE DA FONSECA - Julg: 13/05/81

E M E N T A
ILEGITIMIDADE PASSIVA 'AD CAUSAM'. IMÓVEL ALIENADO. Comprovada, nos autos, a
ilegitimidade passiva 'ad causam' do réu, ex-locador, que já havia alienado o imóvel
a data da propositura da ação, como e' reconhecido pelo autor na própria inicial, e'
de confirmar-se a sentença que deu pela extinção do processo, nos termos do art.
267, VI, do CPC. Se o autor tinha duvida sobre o direito do credor, adquirente do
imóvel, a receber o montante das prestações oferecidas, cabia-lhe cita-lo nos termos
do art. 975 do CC, para a prova desse direito, não cabendo ao réu, alienante, mandar
o terceiro interessado receber, como foi requerido na inicial.

P A R T E S
xxxxxxxxxxxxxxx
Ementário: 16/82
Num. ementa: 19926

Superior Tribunal de Justiça - STJ.

LOCAÇÃO - Alienação do imóvel locado - Ruptura do contrato - Denúncia - Retomada -


Título dominial - Registro público - Lei nº 8.245/91, artigo 8º.

A nova Lei do Inquilinato autoriza ao adquirente de imóvel locado denunciar o


contrato de locação anterior à compra, ressalvando apenas a hipótese de locação por
tempo determinado, com cláusula de vigência em caso de alienação, tudo averbado
junto à matrícula do imóvel (artigo 8º). Na hipótese de aquisição de imóvel locado
por prazo indeterminado, aplica-se a regra geral que preconiza que a venda provoca a
ruptura do contrato, sendo prescindível a prova da inscrição do título dominial no
Registro Imobiliário, exigência apenas prevista para o promissário-comprador e o
promissário-cessionário, bem como nas ações de despejo previstas no artigo 60, da
Lei.

(STJ - Resp. nº 74.533 - RJ - 6ª T - Rel. Min. Vicente Leal - DJU 16.06.97).

CASO 03

Cláudio celebrou contrato de locação de imóvel comercial com Empresa Funil. Algum
tempo depois, Cláudio celebra escritura de compra e venda do imóvel com Bernardo, não
levado, contudo, o registro. Após, a Empresa Funil ingressa com ação renovatória em
face de Cláudio. Esse, por sua vez, alegou não ter legitimidade passiva, pois não é
mais o proprietário.

Encontra fundamento jurídico a alegação?


Sugestão de gabarito

(ver Recurso Especial 38032/SP - 1993/0023614-8 - DJ: DATA: 21/02/1994 - PG:02181:


Relator(a) Min. ASSIS TOLEDO - Data da Decisão 01/12/1993).

No direito brasileiro, a transmissão do domínio opera com a transcrição do título


aquisitivo no registro de imóveis. Enquanto isso não ocorre, por mais que já se tenha
celebrado o contrato de compra e venda, o locador ainda é proprietário e, portanto,
continua legitimado para figurar no polo passivo da ação renovatória.

REVISÃO

1. Podemos afirmar, à luz do Código Civil, quanto à morte presumida que:

a) pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se for


extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
b) na hipótese de declaração de morte presumida o juiz não poderá fixar na sentença a
data provável do falecimento.

c) não pode ser declarada a morte presumida sem decretação de ausência.

d) pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se alguém,


desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 3 (três) anos
após o término da guerra.

2. É correto afirmar-se, quanto ao instituto da legitimação, que (baseada na prova da


OAB dez/1997):

a) significa falta de aptidão intrínseca do agente; falta de capacidade de


direito.
b) é o mesmo que incapacidade de fato.
c) é ausência de uma capacidade especial que não se confunde com a capacidade de
direito e a de fato, como ocorre na proibição de venda do ascendente aos
descendentes sem a concordância dos demais e do cônjuge.
d) é o mesmo que capacidade de direito.

3)Considerando que, nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá


direito à renovação do contrato, por igual prazo, desde que “o prazo mínimo do
contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de
cinco anos”:
( A ) não se admite, em qualquer caso, descontinuidade dos contratos escritos;
( B ) não se admite a “acessio temporis”;
( C ) é admissível a “acessio temporis”, quando houver pequeno período de tempo que
entremeie os contratos escritos, lapso razoável e proporcional em face da duração do
vínculo “ex locato”, normalmente destinado a tratativas de renovação;
( D ) somente se admite a descontinuidade dos contratos escritos inferior a 1 (um)
mês.
(TJ-DF-06/2003 – Civil – Questão nº 54 – Gabarito “C”)

AULA 11

Condomínio edilício. Convenção condominial. Débito condominial. Obrigações propter


rem. Multa moratória e o Novo Código Civil. Animais em apartamento. Estudo de casos
concretos. Revisão da matéria.

CASOS PRÁTICOS

CASO 01

O condomínio do Ed. Belo Mar, por sua administração, promove ação de cobrança contra
Posseidon, por inadimplir diversas cotas condominiais. Tais cotas inadimplidas
encontram-se compreendidas entre os meses de outubro de 2002 a março de 2003. O
magistrado prolatou sentença condenando o réu-condômino ao pagamento das cotas,
acrescidas de multa de 20% sobre cada qual, com atualização monetária e juros de 1%
ao mês, desde a data de ajuizamento da ação, além de honorários de sucumbência.

Em face do exposto, responda fundamentadamente.

a) Qual a natureza do débito?


b) O percentual aplicado às cotas inadimplidas em condenação está correto?
c) Qual o recurso a ser intentado? Qual seu efeito?

SUGESTÃO DE GABARITO.
EXECUÇÃO - Condomínio obrigação propter rem.

I. A doutrina ensina que o cumprimento das obrigações atinentes aos encargos


condominiais, sujeitando o devedor às cominações previstas, todas exigíveis pela via
executiva, constitui uma espécie peculiar de ônus real, gravando a própria unidade
do imóvel, eis que a lei lhe imprime poder de seqüela. Isso porque o adquirente do
imóvel em sistema de condomínio responde pelos débitos da unidade requerida
(Inteligência do artigo 4º, parágrafo único, da Lei de Condomínio)....

O gabarito da questão está na APELAÇÃO CÍVEL, DES. LETICIA SARDAS - Julgamento:


12/07/2005 - OITAVA CÂMARA CÍVEL

2005.001.05644 - APELAÇÃO CÍVEL

COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS. MULTA APÓS A ENTRADA EM VIGOR DO NOVO CÓDIGO CIVIL.
ART. 1.336, §1º DO NCC. INCLUSÃO DAS COTAS VENCIDAS ATÉ A DATA DO EFETIVO PAGAMENTO.
1. Trata-se de ação de cobrança de cotas condominiais em atraso, prevista no art. 12
da Lei nº 4.591/64 em consonância com o Código Civil vigente. 2. E aplicável o art.
1336, §1º do NCC, nas relações jurídicas firmadas a partir de sua entrada em vigor,
ou seja, a partir de janeiro de 2003. Portanto, até esta data, aplica-se a convenção
condominial deliberada pelos próprios condôminos, em assembléia. 3. Deve ser
reformada a decisão monocrática para que a partir da entrada em vigor do Novo Código
Civil, incidam a multa de 2% sobre o débito, na forma do art. 1.336 do citado
diploma legal. 4. E cabível a inclusão, na condenação da sentença guerreada, das
cotas condominiais vencidas até a satisfação integral da obrigação, a forma do art.
290 do CPC, por consistir a obrigação em prestações periódicas, de trato sucessivo.
5. Provimento parcial do apelo.

(STJ - REsp. nº 6.123 - RJ - 3ª T. - Rel. Min. Waldemar Zveiter. - DJU 18.02.91).

CASO 02

Maurício reside no condomínio Luz do Sol, na companhia do seu cachorro de


estimação “Formoso”. Desde a demissão do escritório de contabilidade, não conseguiu
mais pagar as cotas condominiais. O condomínio ingressa com ação para cobrança do
débito em atraso assim como para compelir Maurício a retirar da unidade seu animal de
estimação, em razão de ser considerada tal prática proibida pela convenção
condominial. No pedido, o condomínio fez incidir multa de 10% ( dez por cento ) sobre
as cotas em atraso, que datam de maio de 2004.
Contestando a demanda, Maurício argüiu que seria excessiva a multa, em razão do
advento do Código Civil, e que a manutenção do animal se imporia em razão do grande
número de moradores no local que possuem animais domésticos.

1) As alegações apresentadas por Maurício tem amparo na legislação em vigor ?


2) A prática costumeira contrária ao que estabelece a convenção tem o poder de
revogá-la ?

SUGESTÃO DE GABARITO:

1. Até janeiro de 2003, não havia violação à lei quanto à cobrança da multa, pois
o limite de 20% era aquele permitido pela lei 4591. A partir da entrada em vigor do
CCB, a situação jurídica foi modificada em razão do que preceitua o art. 1336, §
1º que dispõe que o limite máximo da imposição da multa moratória será de 2%, não
podendo haver estipulação acima de tal patamar.
2. Em regra, a manutenção do animal não deve ser permitida, ao menos enquanto não
se modificar a convenção e a alegada prática costumeira contrária a convenção não
tem o poder de revoga-la, sendo necessária a alteração daquela.

REVISÃO

1)Entre Alberto e Tereza estabeleceu-se condomínio que incidiu sobre bem de natureza
imóvel. Em razão desse direito, é INCORRETO afirmar que cada condômino pode :
(A) alterar a coisa comum para tornar seu uso mais adequado;
(B) gravar sua parte indivisa;
(C) alhear sua parte, respeitado o direito de preferência do outro condômino;
(D) contrair dívida em proveito da comunhão;
(E) requerer a cessação da indivisão, após 5 anos de seu estabelecimento, se tal
estado foi previsto em testamento.
(TJ-MG-2002/2003 – Civil –Questão nº 1 – Gabarito “A”)

2)Com relação à posse de coisa indivisa, é correto afirmar-se que:


a) se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, cada uma delas poderá exercer
atos possessórios sobre a totalidade do objeto comum;
b) na hipótese da alínea ‘a’, cada um dos compossuidores só poderá exercer atos de
posse sobre a sua parte ideal no bem;
c) os atos possessórios sobre a coisa indivisa somente terão eficácia acaso
exercido por todos os compossuidores em conjunto;
d) os atos possessórios praticados por um dos compossuidores excluem a
possibilidade de os demais exercerem atos de posse sobre o mesmo bem;
e) as coisas indivisas não são passíveis da prática de atos possessórios enquanto
não definida a parte de cada um dos compossuidores;
(TJ-SC-13/10/2002 – Direito Civil – Questão n.º 15 – Gabarito “A”)

3)O possuidor de má-fé tem direito:


( A ) ao ressarcimento das benfeitorias necessárias, sem direito de retenção pela
importância delas;
( B ) ao ressarcimento das benfeitorias necessárias, com direito de retenção pela
importância delas;
( C ) ao ressarcimento das benfeitorias necessárias e úteis, sem direito de retenção
pela importância delas;
( D ) ao ressarcimento das benfeitorias necessárias e úteis, com direito de retenção
pela importância delas.
(TJ-DF-06/2003 – Civil – Questão nº 39 – Gabarito “A”)

4)Assinale a alternativa INCORRETA:


a) a divisão entre condôminos é simplesmente declaratória e não atributiva da
propriedade;
b) o usucapião e o direito hereditário são modos de aquisição de propriedade, assim
como a acessão e a transcrição do título de transferência no registro do imóvel;
c) perde-se a posse das coisas pelo abandono, pela tradição, pela perda ou
destruição, pela posse de outrem ou pelo constituto possessório;
d) o possuidor não pode para o fim de contar o prazo para o usucapião
extraordinário, acrescentar à sua posse a do seu antecessor, ainda que ambas
sejam contínuas e pacíficas.
(MP-MS-XIX – Direito Civil – Questão n.º 43 – Gabarito D)

5)Em caso de turbação na posse:


(A) a ação cabível é a reintegração de posse.
(B) o possuidor precisa provar que é o dono da coisa.
(C) se o dono da coisa for o turbador, não há ação contra ele.
(D) o possuidor só pode se defender com o interdito proibitório.
(E) o possuidor pode se servir da ação de manutenção.
(MP – PA/ X – Civil – Questão nº 38 – Gabarito “E”)
AULA 12

Direito imobiliário e o Direito público. Desapropriação. Perda da propriedade imóvel


com interferência do Estado. Cessão de uso. Estudo de casos concretos. Revisão da
matéria.

CASOS PRÁTICOS

CASO 01

O Município de Pedregulhos expropriou, através de Decreto de 23/10/78, área de mais


de 6 mil m², com o fim de lá construir uma quadra poli- esportiva. No entanto, no ano
seguinte, parte do imóvel foi cedida em comodato, pelo prazo de 20 anos, a uma Loja
Maçônica (pessoa jurídica de direito privado com fins sociais e filantrópicos), a fim
de que lá se construísse um prédio para instalação de banco de sangue e de curso
educacional profissionalizante. O restante do terreno era utilizado como pátio de
recolhimento de veículos apreendidos pelo DETRAN.
Ao observar aquela situação fática, o expropriado entendeu que houve verdadeira
tredestinação de natureza ilícita, e pretende propor em juízo ação de retrocessão,
com fundamento no art. 1150 do CCB.
Responda fundamentando seu posicionamento:
a) Procedeu a Administração com desvio de finalidade, fazendo destinação ulterior
em desconformidade com o descrito no Decreto expropriatório?
b) Qual o dies ad quem para a propositura da ação de retrocessão?

Sugestão de gabarito
Resposta - STJ: Recurso Especial 43651/SP; Relatora Min. Eliana Calmon; julgado
em 07/12/1999 - 2ª Turma. (em anexo)

CASO 02

CARIOCA IMOBILIÁRIA LTDA tem o domínio sobre faixa de terreno de 3.600 m², que liga a
Avenida Salvador à Ilha das Pedras. Tal ilha foi cedida pelo Estado ao Município, de
forma gratuita, para que este ente da federação pudesse desempenhar a gestão do seu
sistema rodoviário, o que ensejou a transformação (por meio de ato administrativo do
Prefeito) da faixa de terra pertencente à Imobiliária em logradouro público,
tornando-a uma servidão administrativa.
Irresignada, a Imobiliária ingressa em juízo em face do Município, para que este seja
condenado a indenizá-la, já que o que ocorreu, de fato, foi uma desapropriação
indireta, que esvaziou economicamente aquele bem.
Contesta o Município. Aduz sua ilegitimidade para ocupar o pólo passivo da demanda,
já que é apenas o cessionário da ilha, cujo acesso se dá pela faixa de terreno da
autora. Pugna pela extinção do processo sem julgamento do mérito, por faltar uma das
condições da ação.

Esclareça como deverá ser decidida a lide e sob qual fundamento legal.

Sugestão de gabarito

Apelação Cível 2001.001.25798, Dês. Jessé Torres – 18º Câmara Cível.

REVISÃO

1)Na defesa da posse, o desforço imediato:


(A) cabe ao possuidor apenas nos casos de turbação de posse.
(B) cabe apenas a quem seja, ao mesmo tempo, possuidor direto e indireto.
(C) cabe apenas nos casos de esbulho ou de turbação de posse.
(D) cabe nos casos de esbulho, de turbação de posse e ante justo receio de moléstia à
posse.
(TJ-SP-174o – Direito Civil – Questão 30 – Gabarito “C”)

2)Segundo o artigo 526 do Código Civil, "a propriedade do solo abrange a do que lhe
está superior e inferior em toda a altura e em toda a profundidade, úteis ao seu
exercício".
Este direito:
(A) não mais compreende a livre exploração dos recursos minerais encontrados no
subsolo, porque estes pertencem à União.
(B) só prevalece caso não prejudique o direito de quem é proprietário do imóvel
vizinho, há mais de vinte anos, de continuar com vistas para as paisagens naturais.
(C) equivale a um usufruto, podendo ser destacado da propriedade imóvel.
(D) tem apenas a natureza de uma servidão aparente, que pode ser alienada para
exploração mineral ou do potencial turístico.
(E) se harmoniza com a Constituição Federal, que assegura ao proprietário todas as
faculdades inerentes ao domínio, salvo no caso de desapropriação.
(TRF5-V – 14/08/03 – Direito Civil – Questão n.º 42 – Gabarito “A”)
3)Pedro edificou, de boa-fé, casa em terreno que acreditava lhe pertencer na
totalidade. Constatou, porém, após o término da construção, que por um erro da
descrição das linhas limítrofes de seu registro, parte da edificação invadiu metade
do terreno de seu vizinho. Assim, parte da casa encontra-se em terreno próprio e
parte ocupa metade do terreno alheio. Marque, a seguir, a alternativa CORRETA.
(A) Pedro adquirirá a propriedade da área invadida, devendo pagar o décuplo do valor
do terreno perdido e o da desvalorização da área remanescente.
(B) Pedro, embora esteja de boa-fé, terá que demolir a parte da construção que
invadiu o terreno alheio, ainda que com grave prejuízo para a edificação.
(C) Pedro, independentemente de sua boa ou má-fé, adquire a propriedade da parte do
solo invadido, mediante o pagamento de indenização correspondente ao valor do terreno
objeto da invasão.
(D) Pedro adquirirá a propriedade da parte do solo invadido apenas se o valor da
construção exceder o valor do terreno.
(E) Estando Pedro de boa-fé, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e
responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à
construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente.
(TJ-MG-2003/2004 – Civil – Questão nº 11 – Gabarito “E”)

AULA 13

Estatuto da cidade. Direito de vizinhança. Restrições ao direito de propriedade.


Perda da propriedade por abandono. Estudo de casos concretos. Revisão da matéria.

Caso concreto (1)

CASO 01

Joana compra uma bela casa na cidade do Rio de Janeiro. Duas semanas após a compra,
tendo se mudado para a casa, Joana e sua família começam a se sentir incomodados com
uma janela da casa vizinha, aberta a 80 cm da linha divisória entre os dois terrenos.
Embora a família vizinha seja sociável, Joana se sente invadida em sua privacidade e
decide tomar uma providência. Os vizinhos argumentam que aquela situação já existia
em relação aos antigos proprietários da casa de Joana, com quem conviveram ao longo
de 8 anos. Joana, pesquisando o Código Civil, vê que os artigos 1301 e 1302 proíbem
janelas abertas a menos de metro e meio da linha divisória entre dois imóveis
urbanos. Ela também percebe que o Código dá ao prejudicado o prazo de um ano e um dia
para reclamar.

Pergunta-se:
1) O direito previsto no artigo 1302 do Código Civil é subjetivo ou potestativo?

2) O prazo em questão é de prescrição ou decadência?

3) É possível a Joana se beneficiar dos artigos em questão? Explique.

4) A questão da preservação da intimidade é importante para a finalidade da proteção


legal quanto ao limite para abertura da janela ? Justifique.

Sugestão de gabarito

O direito de fechar janela em casa vizinha, sem a participação ou até mesmo contra a
vontade de seu dono é potestativo. Um dos envolvidos tem um direito-poder o outro se
encontra em estado de sujeição. Quando um direito potestativo tem prazo para ser
exercido trata-se de prazo decadencial. O prazo decadencial é fatal, não se
suspende, não se interrompe. Não seria razoável que o dono da casa vizinha se visse
em estado de sujeição a cada vez que o imóvel contíguo mudasse de proprietário.

2004.001.03034 - APELAÇÃO CÍVEL

DES. JORGE LUIZ HABIB - Julgamento: 11/05/2004 - DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

POSSIBILIDADE
ABERTURA DE JANELAS A MENOS DE METRO E MEIO DO VIZINHO
AUSÊNCIA DE PREJUÍZO

APELAÇÃO CÍVEL. CONSTRUÇÃO. ABERTURA. MENOS DE METRO E MEIO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. O


artigo 573 do Código Civil dispõe que o proprietário pode embargar a construção de
prédio que invada a área do seu ou sobre este deite goteiras, bem como a daquele, em
que, a mesmos de metro e meio do seu, se abra janela, ou se faça eirado, terraço ou
varanda. Tal artigo visa resguardar a propriedade, de construções vizinhas que
possam devassar vexatoriamente, tirando a privacidade do proprietário do imóvel
vizinho, ou sobre seu terreno deixar cair objetos. Caso as aberturas a menos de
metro e meio não tirem a privacidade do vizinho, nem devasse sua intimidade, nenhum
impedimento há acerca das mesmas. Recurso desprovido.
CASO 02

Proprietários de terrenos ocupados por uma favela ingressam com ação de


reivindicação. A área é composta por nove terrenos no Loteamento Vila Andrade, em
Santo Amaro, na capital paulista, que passaram por processo de favelização na região
conhecida como "Favela do Pullman", próxima ao Shopping Sul. Alegam os réus que a
ocupação da favela teve origem há mais de 20 anos e está consolidada, tendo infra-
estrutura fornecida pelo Poder Público, como água, iluminação pública e domiciliar,
obras de alvenaria e algum comércio, pobre, mas indicador de uma vida urbana estável.
A primeira instância da Justiça paulista considera a ação procedente, determinando a
desocupação da área pelos réus, sem direito à retenção por benfeitorias e tendo que
pagar indenização pela ocupação. Os ocupantes da área recorrem. O TJ paulista reforma
a decisão, para dar provimento à apelação dos réus e inverter os ônus de sucumbência,
concluindo pela extinção da propriedade, ante o seu desaparecimento, em concreto. Os
proprietários originais da área recorrem então ao STJ, sustentando que o acórdão deu
provimento à apelação por razões não suscitadas nos autos: a prevalência da função
social da terra e o perecimento do direito de propriedade.

Á luz do direito atual, seria possível a confirmação da decisão do Tribunal de


Justiça de São Paulo ? Qual o fundamento ?

Sugestão de gabarito

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou decisão da Justiça


Estadual que julgou improcedente a ação de reivindicação movida por proprietários de
terrenos ocupados por uma favela. A área era composta por nove terrenos no
Loteamento Vila Andrade, em Santo Amaro, na capital paulista, que passaram por
processo de favelização na área conhecida como "Favela do Pullman", próxima ao
Shopping Sul. Com a decisão, os atuais moradores têm reconhecido o direito à posse
das áreas.O loteamento foi criado em 1955. Segundo o Tribunal de Justiça de São
Paulo (TJ-SP), a ocupação da favela teve origem há mais de 20 anos e está
consolidada, tendo infra-estrutura fornecida pelo Poder Público, como água,
iluminação pública e domiciliar, obras de alvenaria e algum comércio, pobre, mas
indicador de uma vida urbana estável. A primeira instância da Justiça paulista havia
considerado a ação procedente, determinando a desocupação da área pelos réus, sem
direito à retenção por benfeitorias e tendo que pagar indenização pela ocupação. Os
ocupantes da área recorreram. O TJ paulista reformou a decisão para dar provimento à
apelação dos réus e inverter os ônus de sucumbência, concluindo pela extinção da
propriedade, ante o seu desaparecimento, em concreto. Os proprietários originais da
área recorreram então ao STJ, sustentando que o acórdão deu provimento à apelação
por razões não suscitadas nos autos: a prevalência da função social da terra e o
perecimento do direito de propriedade. Ainda, afirmaram, a decisão importaria em
"verdadeira expropriação de bens particulares". Os réus contra-argumentaram
sustentando que ao juiz cabe aplicar o direito aos fatos expostos, e não apenas
deliberar segundo a fundamentação apresentada pelas partes.Para o ministro Aldir
Passarinho Junior, relator, o loteamento nunca chegou a ser efetivado. Dez anos após
sua criação, era um "completo matagal, sem qualquer equipamento urbano, portanto
inteiramente indefinidos, no plano concreto, os lotes dos autores". A favelização,
afirma, iniciou-se logo depois, solidificada ao longo dos anos, resultando em uma
estrutura urbana diferente do plano original e chancelada pelo Poder Público, ao
instalar água, luz, calçamento e outras infra-estruturas. "Chama a atenção a
circunstância de que até uma das ruas também fora desfigurada, jamais teve papel de
via pública", completou.Afirma o relator que, quando proposta a ação de
reivindicação, já não era mais possível reconhecer os lotes em sua configuração
original, em razão do abandono verificado desde a criação do loteamento. "Nesse
prisma, perdida a identidade do bem, o seu valor econômico, a sua confusão com outro
fracionamento imposto pela favelização, a impossibilidade de sua reinstalação como
bem jurídico no contexto atual, tem-se, indubitavelmente, que o caso é, mesmo, de
perecimento do direito de propriedade", concluiu o ministro Aldir Passarinho
Junior.O ministro ainda destacou que as provas trazidas nos autos não podem ser
reapreciadas pelo STJ, e a decisão do tribunal local, baseada em tais provas, teria
aplicado corretamente no caso a perda de propriedade em razão do abandono.
Processo: REsp 75659

REVISÃO

1)Com base na disciplina jurídica da usucapião, é correto afirmar:


a) ( ) Segundo Estatuto da Cidade, Lei 10.257/2001, não é requisito para a
usucapião especial de imóvel urbano que o possuidor do imóvel usucapiendo não seja
proprietário de outro imóvel.
b) ( ) Na usucapião coletiva o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada
possuidor, independente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de
acordo escrito entre os condôminos.
c) ( ) O condomínio formado por conta da usucapião coletiva é indivisível pelo
prazo de dois anos, período após o qual será viável a individualização dos terrenos,
por iniciativa de qualquer dos proprietários, mediante autorização judicial.
d) ( ) Reputa-se plenamente atendida a função social da propriedade rural quando
esta é reputada produtiva, sendo, nessa hipótese, vedada sua aquisição mediante
usucapião.
e) ( ) A única modalidade de usucapião de bem imóvel público admitida pelo
ordenamento jurídico brasileiro é a usucapião constitucional de imóvel rural.
(MP – PR/ 2002 – Civil - Questão nº 43 – Gabarito “B”)

2)Consideradas as disposições do Código Civil em vigor, assinale, dentre as


alternativas abaixo, a correta:
a. Além da propriedade, a enfiteuse também esta inscrita como direito real.
b. A anticrese não se constitui em direito real de garantia.
c. O direito do promitente comprador do imóvel constitui-se em direito real.
d. A habitação e o uso não são previstos como direitos reais.
e. As rendas expressamente constituídas sobre imóveis caracterizam-se como
direitos reais.
(TJ-SC-27/04/2003 – Direito Civil – Questão n.º 21 – Gabarito “C”)

3)No que concerne o parcelamento do solo urbano, assinale a alternativa correta:


a) ( ) É dispensado o consentimento do cônjuge do loteador para o registro do
loteamento.
b) ( ) É possível, após o loteamento, que um mesmo lote seja situado em mais
de uma circunscrição do registro de imóveis.
c) ( ) Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição
imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver
localizada a maior parte da área loteada.
d) ( ) É irrelevante para o registro de loteamentos a apresentação de
certidões referentes a ações penais, propostas sob qualquer fundamento.
e) ( ) Os compromissos de compra e venda de imóveis loteados, desde que
registrados, serão irretratáveis, salvo se houver, no instrumento contratual,
expressa previsão de arras penitenciais.
(MP – PR/ 2002 – Civil - Questão nº 47 – Gabarito “D”)

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