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CIRURGIA DE PEQUENOS – AVII

Data: 18.05.2015
Prof: Leonardo

AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO ESTÔMAGO

Depois que surgiu a endoscopia, diminuiu muito a incidência de tratamento cirúrgico no estomago,
principalmente na primeira indicação de retirada de corpos estranhos. Só que ainda tem poucas pessoas que
trabalham com esse tipo de exame por imagem.
Temos sempre que pensar no bem-estar do paciente, então se pudermos retirar o corpo estranho com o
mínimo de trauma possível é melhor.

GASTROPATIAS:
É indicado em casos de:
 Corpos estranhos: quando não conseguimos retirar por endoscopia.
 DVG: vulgarmente chamada de torção gástrica e que é caracterizada por um timpanismo. É uma doença com
alta taxa de mortalidade e tem uma incidência alta em cães de médio a grande porte.
 Úlcera/erosão: geralmente são tratadas clinicamente, mas em alguns casos temos que intervir
cirurgicamente.
 Neoplasia: é raro, porém o mais comum é o adenocarcinoma primário.
 Obstrução benigna do escoamento gástrico.
A maioria dessas doenças cursam inicialmente com vomito, associado a anorexia e mesmo depois que ele
para de se alimentar, ele continua tendo o estimulo para o vomito. O problema é que esse vomito não respondível
ao tratamento clinico pode levar o paciente a uma esofagite (inflamação do esôfago) e em casos mais graves podem
levar a falsa via, levando a uma pneumonia aspirativa.
Se o paciente apresentar pneumonia antes da intervenção cirúrgica, é melhor tratar com antibiótico pelo
menos 1 dia antes ou algumas horas antes do procedimento cirúrgico, para evitar piora do quadro clinico.

Dilatação vólvulo gástrica (DVG):


É uma doença com alta taxa de mortalidade, gira em torno de 30%, então a cada 10 pacientes 3 vão morrer
independente do tratamento. Geralmente eles morrem por demora no atendimento, porque essa dilatação leva a
um quadro clinico de choque por obstrução, principalmente das artérias gástricas e artérias gastroepiplóicas no
momento em que o estomago sofre a torção.
Hoje em dia a DVG é considerada também uma síndrome, porque ela pode se manifestar de várias formas
diferentes. Temos pacientes que apresentam só timpanismo, só a dilatação estomacal e geralmente eles têm a
sintomatologia mais branda e na grande maioria das vezes conseguimos salvar, porque o estomago não torceu, só
dilatou. Outro grupo de pacientes pode ter além da dilatação a torção parcial do estomago, então eles vão ter uma
sintomatologia mediana. Já um outro grupo pode apresentar dilatação e torção total, que são os casos mais graves.

 Fatores predisponentes:
Ocorre em cães de porte médio a gigante. É mais comum acontecer em machos do que em fêmeas, mas
pode acontecer nas fêmeas também. Além disso, cães que apresentam tórax profundo tem uma maior incidência da
doença, pois existe uma teoria que eles possuem o ligamento gastrofrênico mais frouxo, então facilita a torção do
estomago. Porém, as duas características mais fortes da doença é a alimentação uma vez ao dia, que para um cão de
médio a grande porte vai ser uma quantidade muito grande, então alimentando uma vez ao dia ele permanece por
um tempo muito prolongado em jejum, então quando ele vai se alimentar acaba não mastigando direito gerando
pedaços grandes no estomago, que tendem a fermentar e essa fermentação produz gás que gera timpanismo. Além
disso, o fato dele comer rápido gera aerofagia, o que favorece o timpanismo.
Alguns anos atrás essa doença era sempre associada a exercício pós-prandial, mas hoje em dia muitos
pacientes apresentam a DVG sem se exercitar, porém percebemos que pacientes que se exercitam pós alimentação,
são os pacientes que se classificam no grupo mais grave, com uma torção total.

 Fisiopatologia:
O estomago vai torcer no seu próprio eixo, no sentido horário. Essa sobrecarga alimentar na região fúndica
do estomago faz um peso no estomago e esse alimento não corretamente mastigado, gera um quadro de
fermentação, formação de gás e dilatação da câmara gástrica. Já se foi comprovado que a torção acontece numa
alavanca que o piloro faz no estomago. Então o peso do alimento na região fúndica, associado a alavanca do piloro,
geram o quadro de torção. Tanto que o tratamento cirúrgico é a fixação do piloro, a gastropexia pilórica.
O cão não consegue eructar e isso dificulta a saída do gás, então ele tem timpanismo e a tendência é aquilo
fermentar cada vez mais e ter mais timpanismmo. Então começa um ciclo vicioso, esse timpanismo começa a
aumentar, porque as bactérias produtoras de gás começam a produzir mais gás e começamos a ter obliteração do
cárdia e do piloro, pois os esfíncteres tendem a contrair. Então vamos ter dificuldade no escoamento, então esse
estomago pode torcer, além de ter a dilatação. Uma vez que ele torce, os principais vasos (artérias gástricas, artérias
gastroepiplóicas e artéria gastroesplênica) que fazem a irrigação do estomago obliteram, então temos um paciente
evoluindo para um quadro clinico de choque. Essa torção do estomago, pela intima relação que o estomago tem
com o baço, muitas vezes faz com que o baço torça junto com ele. Então é comum em qualquer exame de imagem
encontrar o baço fora da topografia normal dele, ao invés de estar do lado esquerdo ele pode estar no centro ou do
lado direito.

 Sinais clínicos:
A característica da doença é a dilatação abdominal progressiva, se fizermos a percussão vamos ter um som
timpânico (gás), principalmente nos pacientes que sofrem a torção além da dilatação. Ele tem um esforço para
vomitar, mas é improdutivo, ele não consegue vomitar.
No início da doença o paciente fica bastante inquieto, ele não tem posição para deitar. Quando ele sofre a
torção, começa a ter sinais clínicos de choque pela congestão, então ele começa a apresentar prostração ao invés de
inquietação.
A produção de saliva é abundante, ele vai ter bastante sialorréia. A maioria dos pacientes chegam em
decúbito, poucos pacientes vão chegar andando na clínica, porque é uma doença que evolui muito rápido.
Como a alimentação geralmente é feita a noite, o animal apresenta os primeiros sintomas de madrugada e
muitas vezes a sintomatologia só vai ser vista pela manhã e ai pode ser tarde para socorrer o animal.
- Sinais de choque: taquicardia, pulso fraco ou ausente, TPC aumentado. Geralmente eles são taquipneicos,
porque o estomago comprime o diafragma e ele fica com dificuldade respiratória.

 Tratamento clínico X Exame radiográfico:


No momento em que vamos atender esse paciente, nós temos que pensar que o nosso atendimento vai ser
de suma importância na sobrevida dele. Poucas doenças vão gerar quadros de abdômen timpânico grave,
prostração. Então nem sempre o exame radiográfico ou a ultrassonografia se fazem necessário no primeiro
momento do atendimento. Se o animal chega num quadro de choque, primeiro temos que reverter o quadro para
depois chegar num diagnostico, porque se colocamos um paciente desse para o exame radiográfico, podemos
perder ele na mesa de exame.
Então para estabilizar o paciente nós devemos dar uma fonte de oxigênio a 100%, porque o choque gera
baixa perfusão tecidual. Nesse mesmo momento devemos pegar um acesso venoso, pois precisamos repor a
volemia, sendo que o acesso periférico é mais dificultoso, porque ele está com baixa volemia, então
preferencialmente pegar o acesso na jugular e colocar um cateter calibroso.
Durante a fase inicial podemos ser bem agressivos na fluidoterapia, podendo chegar até 90ml/kg/h, não por
muito tempo, senão ele pode apresentar edema, mas primeiro temos que retirar esse animal do quadro de choque.
O Ringer lactato é uma boa opção nesse caso.
O mais importante nesse momento ao mesmo tempo, é fazer a passagem de uma sonda orogástrica que é
mais calibrosa e tem como objetivo retirar gás e se possível retirar conteúdo macerado. Se não conseguirmos passar
a sonda orogástrica devemos bater o trocater externamente ao estomago, atrás da 13° costela do lado esquerdo,
para retirar ar, mas não vamos conseguir retirar conteúdo. Então vamos ter uma melhora clínica do paciente por
algumas horas, mas depois ele começa a ter nova dilatação e piora novamente. Quando conseguimos retirar
conteúdo pela sonda a melhora é bem mais significativa. Os animais mais prostrados geralmente não precisamos
sedar para fazer a passagem da sonda, mas nos animais que não aceitam a sonda ou que não estão tão prostrados
devemos fazer uma sedação, mas devemos ter cuidado na escolha da droga. Geralmente usamos um
benzodiazepínico associado a um opióide, como midazolam com tramadol, em animais mais agressivos pode fazer
uma baixa dose de cetamina associada ao benzodiazepínico e ao tramadol.
Se for possível antes da sedação ou depois da sedação, devemos fazer a intubação orotraqueal, leva esse
animal para perto de uma fonte de agua e na sonda orogástrica lavaria o estomago, porque vamos conseguir retirar
o conteúdo. Porém, para lavar o estomago tem que intubar, senão faz falsa via, mas a maioria dos pacientes não
conseguimos fazer dessa forma.
Depois disso podemos fazer os exames complementares, porque o paciente já vai estar estabilizado. Além
disso, devemos fazer antibioticoterapia antes da intervenção cirúrgica, porque esse paciente tem uma grande
propensão a infecção no pós-operatório.
É muito difícil durante um exame radiográfico dar um diagnóstico diferencial entre uma torção parcial e uma
total. Isso se faz muito pela localização do piloro, mas precisa de um bom radiologista para conseguir esse
diagnóstico, pela ultrassonografia essa identificação fica muito mais fácil. Se o piloro estiver próximo da posição
anatômica dele geralmente é só timpanismo, se tiver próximo a linha alba é uma torção parcial e se tiver
completamente do lado esquerdo temos o paciente evoluindo para uma torção total.

 Tratamento cirúrgico:
Quando o paciente já estiver estabilizado, sem taquicardia, com TPC próximo do normal, PA próximo do
normal e com pulso cheio, podemos induzir a anestesia geral, porque agora ele está apto para receber a droga
anestésica.
Uma vez induzida a anestesia podemos fazer a laparotomia, que é protocolada, vamos fazer seguindo as
mesmas etapas, então nunca vamos nos perder. A última coisa a fazer é a fixação do estomago e a primeira coisa
que vamos fazer é avaliar o estomago e o baço. Devemos avaliar o grau de necrose que eles apresentam ou não e
isso vai ser uma análise macroscópica das lesões, vamos avaliar se o órgão está aumentado, se apresenta pontos de
necrose. Tem alguns pacientes que durante a rotação do estomago e consequente rotação esplênica, podem ter
uma ruptura esplênica, então vai ter hemoperitônio, que é mais grave.
Na periferia do estomago a serosa fica mais clara, mais próxima do normal e aonde tem as artérias ela fica
bem mais enegrecida. Nesse momento devemos tracionar o estomago para fora da cavidade e decidir se vamos
fazer esplenectomia ou não. Hoje em dia optamos pela esplenectomia antes do reposicionamento do estomago,
porque quando o baço está grande, congesto, ao reposicionarmos o estomago vamos devolver o fluxo de sangue
para o baço e consequentemente o retorno do baço. Então temos muitos casos de arritmia por conta de radicais
livres que ficam concentrados no baço e caem na corrente sanguínea. Então se avaliarmos que o baço apresenta
necrose, devemos fazer esplenectomia antes de reposicionar o estomago. Porém, se o baço não tiver com necrose
mantém ele.
Devemos avaliar também se o estomago tem necrose ou não, se tiver necrose nós temos que fazer a
gastrectomia. A porção da grande curvatura pode ser quase toda retirada, mas vamos estar tirando o omento
também que se insere ali. Já na pequena curvatura vamos ter mais dificuldade em fazer a gastrectomia, porque a
artéria celíaca passa próximo, então temos que tirar as áreas de necrose com cuidado, temos que usar o bom-senso.
Pacientes que apresentam necrose estomacal no momento em que fazemos a laparotomia, ele tem 11 vezes mais
chances de vir a óbito do que um paciente que não apresenta necrose.
Na cirurgia existem marcadores de prognostico, então aquela alteração vai gerar um prognostico bom ou
ruim e na DVG a necrose é um marcador de prognóstico desfavorável. Então toda vez que tivermos necrose gástrica,
sabemos que esse paciente tem uma grande probabilidade de vir a óbito, mesmo fazendo a gastrectomia. Para gerar
uma necrose gástrica, o estomago tem que estar com baixa perfusão tecidual por um tempo muito prolongado. A
necrose esplênica é mais comum, porque o principal vaso para o baço será obliterado na torção.
Então se o baço estiver com necrose devemos retirar ele, se não tiver devemos manter. Vamos avaliar o
estomago e ver se tem áreas de necrose ou não. Se tiver sido possível a passagem da sonda orogástrica, esse
estomago vai ter pouco conteúdo e se tiver sido feita a lavagem não vai ter conteúdo. Se não tiver feito a passagem
da sonda e tiver batido só o trocater, vamos ter bastante conteúdo, porque só tirou o ar. Então em pacientes que
apresentam conteúdo, obrigatoriamente vamos ter que fazer uma gastrotomia para retirar esse conteúdo e aqui
que ocorre a grande probabilidade de infecção, porque esse conteúdo está bem contaminado.
Se no centro cirúrgico tiver aspirador, sonda e pessoas para te ajudar, ao invés de fazer a gastrotomia para
retirar conteúdo, podemos passar a sonda orogástrica, porque ele já vai estar intubado. Então vamos conectar o
aspirador a sonda e vamos fazer a lavagem e a retirado do conteúdo via sonda orogástrica. Devemos retirar o
conteúdo, mas podemos escolher a melhor forma para isso.
Depois devemos reposicionar o estomago e não devemos fazer a gastrectomia antes de reposicionar, porque
algumas áreas que apresentam alguma dúvida se estão em necrose ou não, por exemplo, uma área que está entre o
rosáceo que é o normal e o enegrecido que é necrose, é uma área de intercessão, então quando devolvermos o
estomago para a posição normal ele vai reperfundir e o tecido volta a coloração normal. Então a gastrectomia deve
ser feita depois que o estomago está na posição normal, porque provavelmente vamos poder fazer uma intervenção
menor, porque algumas áreas de suspeitas vão ser normalizadas. Também podemos pegar soro fisiológico morno e
lavar o estomago para causar vasodilatação, porque assim algumas áreas suspeitas provavelmente vão reperfundir e
voltar ao normal.
Sempre é necessária a fixação do estomago, porque é muito comum um paciente que teve DVG ter
novamente. Então no final sempre fazer a gastropexia pilórica direita.

 Cuidados pós-operatórios:
É o grande problema, geralmente o que acontece é que o paciente fica no canil com um veterinário ou um
enfermeiro observando ou muitas vezes fica sozinho. Nós temos poucas clinicas com UTI e quando tem é bem caro a
diária e esse paciente necessita disso, porque é muito comum esses cães apresentarem arritmia pós-operatória, por
conta da liberação de radicais livres liberados no reposicionamento do baço e do estomago. Só que ela não acontece
no pós-operatório imediato, geralmente ela acontece entre 12 e 36hrs de pós-operatório e nesse momento
provavelmente o paciente vai estar sem nenhum cuidado intensivo. Caso seja diagnosticado e só vai ser
diagnosticado se o paciente estiver acoplado num monitor cardíaco, ela é facilmente revertida com lidocaína.
Então muitas vezes a cirurgia é um sucesso e o animal acaba morrendo no pós-operatório por causa da
arritmia que ninguém diagnosticou. Por isso, devemos ter cuidado no pós-operatório. Quando sabemos que o animal
não vai ficar numa UTI, podemos fazer infusão continua de lidocaína no pós-operatório, mesmo que ele não tenha a
arritmia. Só que foi visto que a lidocaína não atua muito bem quando temos um desbalanço entre sódio e potássio, e
geralmente vamos ter uma acidose metabólica nesse paciente. Então, teoricamente nós devemos primeiro corrigir
esse déficit para depois fazer a lidocaína. Uma outra droga que podemos usar é a procainamida. Sempre devemos
corrigir essa arritmia, porque ela vai evoluir para uma fibrilação.
Além disso, se fizermos uma gastrectomia parcial, devemos ter cuidado com drogas pró-cinéticas, que
aumentam a motilidade, como ranitidina e metoclopramida. Então devemos trocar a ranitidina pelo omeprazol e a
metoclopramida pela ondansetrona, porque vamos controlar o vomito sem alterar a motilidade.
Devemos manter o animal em jejum 12hrs no pós-operatório, depois vamos começar a introduzir água e se
não tiver vomito introduz o alimento, sempre em pequenas quantidades e várias vezes ao dia. A melhor opção são
as rações terapêuticas úmidas hipercalóricas, como A/D, Recovery, etc. Fazer a alimentação 5 vezes ao dia, sempre
em pequenas quantidades e depois de uns 10 dias podemos introduz a ração seca aos poucos. O mais importante é
fracionar a alimentação durante o dia.

 Recomendações aos proprietários:


1. Alimentação dividida em duas ou três vezes ao dia, em pequenas quantidades.
2. Evitar estresse durante a refeição do paciente, caso necessário separar os cães.
3. Restringir os espaços para evitar exercícios antes e depois da alimentação.
4. Não utilizar comedouro elevado (aerofagia).
5. Não cruzar cães que tenham parente de primeiro grau com histórico de DVG.
6. Paciente de alto risco, considerar gastropexia profilática.
7. Procurar tratamento médico veterinário tão logo se observe sinais de timpanismo.
(Glickman et al., 1998)
 Prognóstico:
A taxa de mortalidade é de 20 a 45%. A dilatação simples pode ser resolvida clinicamente, descomprimindo o
estomago. Quando tem necrose gástrica o paciente tem 11 vezes mais probabilidade de vir a óbito.
Se não fizermos a gastropexia, geralmente 80% dos pacientes tem recidiva. Então não podemos esquecer de
fixar o estomago.

AFECÇÕES CIRÚRGICAS INTESTINAIS

Corpo estranho intestinal:


É muito mais comum termos que intervir no intestino, pela dificuldade do endoscópio chegar até ele.
Geralmente a fibra endoscópica passa pela cavidade oral, esôfago, estomago, conseguimos fazer a flexão e entrar no
duodeno, mas se restringe ali. E geralmente os corpos estranhos se localizam em jejuno e íleo, então temos que
intervir cirurgicamente.
Nós separamos os corpos estranhos em dois grupos, em corpos estranhos lineares e corpos estranhos não
lineares. Os corpos estranhos lineares necessitam sempre de intervenção cirúrgica o mais rápido possível, porque
caso não tire a tendência é que dê mais aderência porque a superfície de contato é muito longa e na maioria das
vezes tem vários pontos de necrose e perfuração da alça intestinal. Então quanto mais breve retirarmos esse corpo
estranho melhor para o paciente.
Já os corpos estranhos não lineares podem ser perfuro-cortantes ou não. Porém, mesmo não sendo perfuro-
cortante, não significa que ele será carreado para ser excretado. Um corpo estranho não perfuro-cortante também
pode perfurar a víscera, porque ele promove aderência e se fixa naquela região, o peso do corpo estranho na
mucosa leva a dificuldade de vascularização daquela área, então a baixa perfusão tecidual causa necrose e
perfuração da víscera.
É muito comum em quadros obstrutivos parciais demorarmos para dar o diagnóstico, porque muitas vezes
uma obstrução parcial cursa com sinais clínicos mais amenos e que melhoram e pioram. Porém, em casos de
obstrução total teremos casos de abdômen agudo, então é fácil o diagnóstico, o paciente vai ter bastante dor
abdominal, bastante acumulo de gás nas alças intestinais, sempre cranial a obstrução vamos ter dilatação de alça
intestinal.
Temos algumas alterações secundarias a obstrução. A presença do corpo estranho por si só causando
pressão na mucosa pode gerar quadros de necrose por pressão, dificuldade de perfusão tecidual e perfuração da
víscera.
Antes da obstrução nós temos várias alterações que causam essa dilatação, nós temos aumento da secreção
digestória e diminuição da absorção, só isso já leva a dilatação de um segmento intestinal. Começa na porção cranial
a aerofagia e produção de gás secundaria ao crescimento bacteriano. Também temos diminuição da peristalse.
O sinal clinico mais característico de presença de corpo estranho é vômito, depois é dor abdominal. Muitas
vezes em um paciente com vômito, o clinico trata o vômito, espera o proprietário na revisão e se ele não tiver
melhorado pede o exame complementar. Então pode ser que nesse intervalo de tempo entre o tratamento clinico e
o diagnostico já tenha perfuração da alça intestinal. Então mesmo que o proprietário não faça o exame
complementar, quando o paciente estiver vomitando nós devemos solicitar o exame ultrassonográfico ou
radiográfico.
Em alguns casos podemos só acompanhar o trajeto desse corpo estranho, quando o paciente não estiver
apresentando clínica e se o proprietário tiver visto o que ele engoliu. Porém, devemos ter muito cuidado se
quisermos fazer isso, porque quando o paciente começar a apresentar a clínica vamos ter que intervir nesse
momento. O corpo estranho não pode ficar parado no mesmo lugar por um tempo muito prolongado.

 Corpo estranho linear:


Uma vez diagnosticado indicamos a retirada cirúrgica. Tudo que tem formato filiforme e alongado é
considerado um corpo estranho linear, como fios, tecidos, plástico, meia-calça, meia, fio dental, fita cassete, etc.
Quando o paciente ingere o corpo estranho linear, uma das suas extremidades ou até a sua porção central,
isso depende de como ele foi ingerido, vai promover aderência. Os locais de mais frequente aderência são a base da
língua, a outra porção do fio desce pelo trato gastrointestinal e é comum a aderência na curvatura do piloro.
Uma vez que a extremidade está fixada, a peristalse começa a tracionar a outra extremidade do fio numa
tentativa de soltar, só que cada vez piora mais a aderência. Isso causa um pregueamento intestinal, que é mais
visível na ultrassonografia. Sempre que temos pregueamento intestinal é um corpo estranho linear, não tem
nenhuma outra doença que cause esse tipo de alteração. O intestino franze porque uma parte do fio está preso e a
peristalse começa a puxar e como não consegue as alças começam a enrugar, começa a impactar e fica pregueado.
Quando o corpo estranho está completamente esticado ele desce dentro da alça intestinal, então a perfuração da
víscera vai ser sempre perto da borda mesentérica. Podemos ter só o pregueamento, nem sempre temos uma
perfuração, mas a probabilidade de causar uma perfuração é grande. Sempre que tivermos perfuração devemos
fazer ressecção e anastomose.
- Sinais clínicos: é mais comum em gatos do que em cães. Os sinais clínicos mais comuns são vomito e dor
abdominal, mas pode ter prostração, diarreia, desidratação.
- Diagnóstico: é feito através da ultrassonografia. Devemos ter cuidado se optarmos em fazer um raio x
contrastado, porque se tiver perfuração o contraste vai para a cavidade abdominal e isso gera peritonite química
pela presença do contraste. Por isso é sempre melhor fazer ultrassonografia.
- Tratamento cirúrgico: deve consistir de múltiplas enterotomias. Se não tiver nenhuma perfuração,
devemos palpar as alças para sentir o início e o final do corpo estranho, próximo do início devemos fazer uma
enterotomia, aprisiona o corpo estranho com uma pinça e vai tracionando ele, se ele estiver vindo continua
puxando, mas se ele travar e na hora que estivermos puxando ele mexer uma alça devemos parar de puxar, porque
ele está aderido lá e se puxarmos pode romper o segmento intestinal. Então vamos puxar até onde conseguirmos,
corta o excesso de fio e faz a rafia da alça intestinal. Como tem aderência vamos pular para um outro segmento de
alça intestinal e vamos fazer uma nova enterotomia, puxando o corpo estranho, se travar de novo devemos parar de
puxar. Geralmente temos que fazer várias enterotomias para fragmentar o corpo estranho e ir tirando em pedaços.
Primeiro devemos fazer a enterotomia para retirar o corpo estranho e depois vamos fazer anastomose nas áreas
com aderência. Se já tiver perfuração ou se tiver aderência vamos fazer enterotomia para diminuir o tamanho da
anastomose. No momento que tirarmos o corpo estranho o intestino volta ao normal. O objetivo da enterotomia é
diminuir as áreas de anastomose que vamos ter que fazer, se conseguirmos tirar só com a enterotomia melhor.
- Pós-operatório: o animal precisa ficar em jejum. Toda vez que fizermos anastomose o jejum vai ser mais
prolongado, se for só a enterotomia o jejum é mais curto. Então se fizer enterotomia geralmente voltamos com a
agua após 8-12h e depois o alimento em 12-24h. Se fizermos anastomose vamos voltar com a agua em 24h após e
depois vamos introduzir a alimentação. Sempre em pequenas quantidades, várias vezes ao dia. Devemos administrar
antibiótico, analgésico e avaliar peritonite. Clinicamente avaliamos a peritonite com febre, dor abdominal e efusão
abdominal, isso é característico de peritonite. Se tiver liquido livre devemos coletar, centrifugar e mandar para
citologia e uma outra amostra para cultura e antibiograma. Se tiver com peritonite podemos associar com mais um
antibiótico, como cefalexina + metronidazol.
- Prognóstico: é muito variável, vai depender se foi feito só enterotomia, se tinha perfuração, se foi feito
anastomose, se tem peritonite. Então vai depender do caso. Quando temos que fazer uma grande anastomose,
podemos ter no pós-operatório o que chamamos de síndrome do intestino curto, onde o paciente tem dificuldade
de absorver os alimentos, porque ele tem uma área menor de segmento intestinal. Então esse paciente tem que ser
manejado o resto da vida com alimentação terapêutica hipercalórica, pois a tendência dele é emagrecer. Existe uma
droga chamada Loperamida (0,1-0,2mg/kg/BID) que diminui muito a peristalse, então ela pode ser utilizada com
cuidado, mas não no pós-operatório imediato. Podemos usar depois de uns 4-5meses depois da cirurgia, nesses
animais que apresentam a síndrome do intestino curto, para manter o alimento mais tempo dentro do trato
gastrointestinal. Porém, essa droga as vezes constipa o paciente.

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