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2 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
Suzano/SP, 2018
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Obras Póstumas – Projeto 1868
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Obras Póstumas – Ensinamento Espírita
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
Autoridade da Doutrina Espírita – O Consolador
1.2 – O Controle
O primeiro controle é o da razão, ao qual é necessário submeter,
sem exceção, tudo o que vem dos Espíritos. Esse controle é incompleto
para muitos casos, em virtude da insuficiência de conhecimentos.
A concordância do ensino dos Espíritos é, portanto, o seu melhor
controle, mas é ainda necessário que ela se verifique em certas
condições. A única garantia segura do ensino dos Espíritos está na
concordância das revelações feitas espontaneamente, através de um
grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos
lugares, como ocorreu na Codificação. Essas comunicações se referem
aos próprios princípios da doutrina.
É esta unanimidade que tem posto abaixo todos os sistemas parciais
surgidos na esteira da origem do Espiritismo, porque cada qual
explicava os fenômenos do mundo visível com o mundo invisível de
forma própria.
Allan Kardec usou isso como a base de apoio para formular os
princípios da doutrina, porque não se julgava mais infalível do que os
outros, e não é também porque um princípio nos foi ensinado que o
consideramos verdadeiro, mas porque ele recebeu a sanção da
concordância.
Kardec recebeu as comunicações de centenas médiuns sérios,
espalhados pelos mais diversos pontos do globo, a partir das
observações recebidas adquiriu condições de ver como o princípio
sobre essa concordância se estabelecia.
Esse princípio da concordância é uma garantia contra as alterações
que em proveito próprio, alguns pretendessem introduzir no
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CICLO____________
Espiritismo, ou contra as seitas que dele quisessem se apoderar. Quem
quer que tente fazê-lo desviar de seu fim providencial fracassara, pela
simples razão de que os Espíritos, através da universalidade dos seus
ensinos, farão cair toda modificação que se afaste da verdade. “Esse
controle universal é uma garantia para a unidade futura do
Espiritismo, e anulará todas as teorias contraditórias”. (Kardec, ESE)
Sabemos que os Espíritos Superiores procedem, nas suas
revelações, com extrema prudência, que só abordam as grandes
questões da doutrina de maneira gradual, e que a medida que a
inteligência se torna apta a compreender as verdades de uma ordem
mais elevada, e que as circunstancias são propicias para a emissão de
uma ideia nova, eles vão revelando. Todas as pretensões isoladas cairão,
pela força mesma das coisas, diante do grande e poderoso critério do
controle universal. Não será pela opinião de um homem que se
produzira a união, mas pela unanimidade da voz dos Espíritos.
“As grandes ideias não aparecem nunca de súbito. As
que têm a verdade por base contam sempre com
precursores, que lhes preparam parcialmente o
caminho. Depois, quando o tempo é chegado, Deus
envia um homem com a missão de resumir, coordenar
e completar os elementos esparsos, com eles formando
um corpo de doutrina. Dessa maneira, não tendo
surgido bruscamente, a doutrina encontra, ao
aparecer, Espíritos inteiramente preparados para a
aceitar”. (Kardec, ESE, Introdução)
1.3 - O CONSOLADOR
“Se vós me amais, guardai meus mandamentos; e eu
pedirei a meu Pai, e ele vos enviará um outro
Consolador, a fim de que permaneça eternamente
convosco: o Espírito de verdade que o mundo não pode
receber, porque não o vê e não reconhece. Mas quanto
a vós, vós o conhecereis porque permanecerá
convosco e estará em vós. Mas o Consolador, que é o
Santo-Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos
ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo
aquilo que eu vos tenha dito”. Jesus (João, cap. XIV v.
15 a 17 e 26)
Jesus nestas máximas traz novas esperanças para todos, pois Ele
nos promete um novo Consolador que vem lembrar tudo que disse e
trazer novos ensinamentos, que na época a humanidade não estava
pronta para entender, fortalecendo assim a fé no futuro.
O Espírito de verdade preside o trabalho da Terceira Revelação, O
Consolador Prometido, que é o Espiritismo, pois somente com o
conhecimento da verdade que podemos ser consolados.
O Espiritismo através da manifestação dos Espíritos vem
confirmar, explicar e desvendar os mistérios que estavam ocultos sobre
o véu, trazendo consolação e entendimento as almas sequiosas de uma
causa justa e um objetivo útil, com respostas concretas a todas as
dúvidas e aflições.
A Doutrina Espírita é produto de um trabalho coletivo da
Espiritualidade Maior, não sendo uma concepção humana e individual,
por ser obra dos Espíritos se espalha por todos os cantos dos planetas
confirmando sua veracidade de seus ensinamentos.
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Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Introdução, itens II
e IV; KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns – Cap. III - O Método;
PIRES, José Herculano - Os Filósofos - Sócrates e Platão;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos - Cap.
Doutrina Espírita;
PIRES, José Herculano - A Pedra e o Joio - O Método de Kardec;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. VI, itens 3 a 8.
GODOY, Paulo Alves - Os Padrões Evangélicos - “O Consolador”.
EMMANUEL, O Espírito de Verdade - Espíritos Diversos nº 22
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CICLO____________
CAPÍTULO 2
Lei natural e Lei de Adoração
2.2 - Introdução
Devemos entender por lei natural, ou lei divina, o conjunto de
princípios eternos, imutáveis e perfeitos que governam o Universo,
funcionando automaticamente. São as chamadas “leis da Natureza” e
exprimem a vontade do Criador para a criação. Como estas leis
provêm de Deus, trazem consigo as características ou atributos do
próprio Deus, ou seja, são leis perfeitas, eternas e imutáveis.
Ensinam os Espíritos [LE - qst 614] que a lei natural é a única
necessária à felicidade do homem, indicando-lhe o que deve fazer e o
que deve evitar. A infelicidade surge sempre como uma consequência
do seu afastamento da lei.
Entre as leis naturais algumas estão relacionadas ao mundo
material, à constituição e às propriedades da matéria, tais como a lei
de gravitação, leis da eletricidade, leis da genética, a estrutura dos
átomos, etc. Outras se relacionam mais ao homem, como Espírito, e
as suas relações com Deus e com seus semelhantes; são as chamadas
leis morais.
O objetivo das leis divinas é levar o Homem à perfeição, através
do desenvolvimento da sua inteligência e da sua moralidade. A
legislação humana é um pálido reflexo das leis divinas, variando de
povo para povo através dos tempos, segundo o grau de evolução
alcançado pelos homens. Conforme cresce o conhecimento das leis
divinas, o homem evolui e aperfeiçoa suas próprias leis.
2.8 - Sacrifícios
A palavra sacrifício, etimologicamente, tem o sentido de “fazer
alguma coisa sagrada.”
No sentido primitivo e unicamente religioso, representa uma
oferenda que se faz à divindade, através de rituais. A oferenda pode
ser representada por uma pessoa ou animal vivo, ou ainda produtos de
colheita vegetal ou outros objetos.
É importante que se faça uma diferença entre os conceitos
religiosos que se tem do termo e a sua concepção social ou popular.
Assim, no aspecto religioso, além da característica do ritual,
subentende-se que o sacrifício será consumido pela divindade. O fato
de alguém exercer tarefas que certas religiões exigem dos adeptos,
como por exemplo, o pagamento do dízimo, não são sacrifícios, mas
regras da prática religiosas.
Raramente é usado em ciências sociais no seu significado popular
de renúncia de qualquer coisa de valor em favor de qualquer
autoridade superior ou objeto de respeito ou dever. O propósito
declarado do sacrifício varia muito entre as diferentes culturas.
Por extensão, o sacrifício pode ser considerado como uma
renúncia ou privação voluntária de alguma coisa. Neste sentido, o
Espiritismo esclarece-nos que as privações voluntárias meritórias
seriam representadas pela “privação dos gozos inúteis, porque
desprende da matéria o homem e lhe eleva a alma. Meritório é resistir
à tentação que arrasta ao excesso ou ao gozo das coisas inúteis; é o
homem tirar do que lhe é necessário para dar aos que carecem do
bastante.”
Portanto, para a Doutrina Espírita, fazer o bem aos nossos
semelhantes é o maior mérito que as privações voluntárias podem
proporcionar.
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CICLO____________
2.9 - A Prece e Sua Eficácia
“Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento
no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades,
inútil se tornar a expô-las.” [ESE - cap. XXVII it 6]
Este argumento não oferece muita lógica porque, independente de
Deus conhecer as nossas necessidades, a prece proporciona, a quem
ora, um bem-estar incalculável já que aproxima a criatura do seu
Criador.
Não existe qualquer fórmula para orar.
“O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos
os cultos, quando ditas de coração e não de lábios somente.”
[ESE - cap. XXVIII it 1]
A qualidade principal da prece é ser clara, simples e concisa. Pode
ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. As
preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução
de suas vontades.
“Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons
Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e
a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire, desse modo, a força
moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao
caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também
desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas.”
[ESE - cap. XXVII it 11]
Quando Jesus nos disse: “tudo o que pedirdes com fé, em oração,
vós o recebereis” [Mateus-XXI:22] revelou-nos que o ato de orar é
algo muito profundo do que se pode observar à primeira vista. Desta
máxima: “concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”,
fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a
Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que
ela sabe, melhor do que nós, o que é para o nosso bem.
“O que o homem não deve esquecer, em todos os sentidos
e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da declaração,
no santuário de lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as
suas realizações de esforço sincero.”
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Características da Prece
É clara, simples, espontânea e breve;
Está acompanhada de sentimento de
humildade e sinceridade;
Dispensa aparatos exteriores;
Independe de local, hora, atitude física e
gestos.
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Entre a Terra e o Céu - André Luiz / Chico Xavier
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CICLO____________
CAPÍTULO 3
Lei do Trabalho
Objetivos do Trabalho:
Aspecto Material - Manutenção da Vida Física
Aspecto Espiritual: - Desenvolvimento da Inteligência
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Estudos Espíritas - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
A Constituição Divina - Richard Simonetti
26 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 4
Lei de Reprodução 1
4.3 - O Divórcio
A posição espírita ante o divórcio está plenamente estabelecida
nas duas obras mais conhecidas da codificação espírita: [O Livro dos
Espíritos] e [O Evangelho Segundo o Espiritismo].
Em [LE - qst 697] Kardec pergunta se a indissolubilidade do
casamento pertence a Lei de Deus ou se é apenas uma lei humana. Os
Espíritos responderam:
“A indissolubilidade do casamento é uma lei humana
muito contrária a lei natural.”
28 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Após a Tempestade - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
Vida e Sexo - Emmanuel/Chico Xavier
Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier - Waldo
Vieira
30 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 5
Lei de Reprodução 2
5.1 - Anticoncepção
5.2- Introdução
Segundo o pensamento médico oficial, o Planejamento Familiar
tem como finalidade:
Prevenir gestações não desejadas; opção do casal quanto ao tempo
de conceber;
Evitar a gravidez nas pacientes de risco produtivo; aquelas
mulheres portadoras de moléstias várias que poderiam sofrer um
agravamento com a gestação;
Diminuir o índice de abortamento, por impedir a gravidez não
desejada.
5.7.2 - Introdução
Reconhece-se duas formas de aborto: o aborto espontâneo e o
provocado. O aborto espontâneo é aquele que se verifica contra a
vontade dos pais, dependente de enfermidades maternas ou fetais. O
aborto provocado ou criminoso, como o próprio nome indica, se deve
a uma ação física ou primária provocada pelos pais, ou por outrem,
com o objetivo de destruir o feto intrauterino.
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier
Após a Tempestade - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
Vida e Sexo - Emmanuel/Chico Xavier
Constituição Divina - Richard Simonetti
Vida em Família - Rodolfo Calligaris
Ação e Reação - André Luiz/Chico Xavier
Escola no Além - Claudia Pinheiro Galasse/Chico Xavier
Dos Hippies aos Problemas do Mundo - Chico Xavier
Psicologia Espírita - Jorge Andréa
Forças Sexuais da Alma - Jorge Andréa
Atravessando a Rua - Richard Simonetti
Leis Morais da Vida - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
Após a Tempestade - Joanna de Ângelis/Dilvaldo P. Franco
36 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 6
Lei de Reprodução 3
b) POLIGAMIA
“Poligamia, do grego muitos matrimônios. No reino animal, a
poligamia se refere à relação onde os animais mantêm mais de um
vínculo sexual no período de reprodução. Nos humanos, a poligamia é
um tipo de relacionamento amoroso e sexual entre mais de duas
pessoas, por um período significativo de tempo ou por toda a vida. É
permitida por algumas religiões e pela legislação de determinados
países.”
A poligamia para ser uma lei natural deveria ser universal, mas, no
entanto, é utilizada, ainda, em alguns países pela legislação humana.
A abolição da prática poligâmica marca o progresso social, pois a
monogamia é a união onde proporciona aos cônjuges a oportunidade de
se conhecerem afetivamente e se elevarem moralmente através dos
princípios de amor e fraternidade, respeito, constituindo a união ideal
do raciocínio e do sentimento entre as almas eleitas. “...o casamento
segundo as vistas de Deus tem que se fundar na afeição dos seres que
se unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade...”
(LE -pergunta 701)
c) UNIÃO ESTÁVEL
Nossa legislação, bem como a maioria dos outros países, permite a
separação dos casais, através do desquite ou divórcio. As leis humanas
vão se modificando, procurando acompanhar o progresso da
civilização. A Doutrina Espírita concorda com essa posição,
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Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, questões 50 a 54 e 686 a 701;
KARDEC, Allan -A Gênese - cap. I, parágrafos 31 e 32; cap. VI, parágrafos 7, 24, 28,
32, 48 e 49; cap. VII, parágrafos 7, 24, 28, 32, 48 e 49;
cap. X, parágrafos 26 a 30; cap. XI, parágrafos 15, 16, 23, 29, 32, 39, 41 e 42; cap.
XII, parágrafos 25 e 26; KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - questão 142;
KARDEC, Allan - Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. XVII, itens 7 e II; cap.
XXII, itens I a 5; cap. XVII, itens 3 e 10; PIRES, José Herculano - O Homem no
Mundo - Heloisa Pires, pág. 137;
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CICLO____________
CAPÍTULO 7
Lei de Conservação
7.1 - Introdução
Desde suas primeiras manifestações no plano físico, o Espírito
vem automatizando reações aos impulsos exteriores, através de
experiências sucessivas em organismos cada vez mais complexos.
Estas reações reflexas incorporaram-se ao patrimônio espiritual dos
seres e se manifestam no vegetal, no animal e no homem, através de
atos involuntários e espontâneos. A estes atos inconscientes e reflexos
denominamos instintos.
Um dos mais perfeitos atos instintivos é o de viver. O instinto de
conservação, ou seja, a busca pela sobrevivência é, por isto mesmo,
uma lei da Natureza. Todos os seres vivos o possuem, qualquer que
seja o grau de sua inteligência.
O despertar da necessidade de viver tem por finalidade a
manutenção da vida orgânica, necessária ao desenvolvimento físico e
moral das criaturas. O instinto de conservação é, portanto, um dos
instrumentos naturais que cooperam na evolução dos seres.
Deus fornece aos homens os meios necessários para a sua
sobrevivência, através de tudo que a Terra é capaz de produzir.
Quando falta ao homem o mínimo para a sua subsistência é devido ao
egoísmo, à imprevidência ou à displicência. A Natureza não pode ser
responsabilizada pela má organização social e pela consequência que
advêm da ambição e do amor-próprio de muitos. A insuficiência da
produção e a má distribuição de alimentos, no entanto, têm sido
atenuadas pelos progressos da ciência e pela fraternidade crescente
entre os homens.
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
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CAPÍTULO 8
Lei de Destruição
8.3 - Violência
Violência: constrangimento físico ou moral. Coação definida por
uma situação oposta ao Direito e à Justiça. Ato de periculosidade
resultante de uma condição inferior variando em grau e em
intensidade. Quando a ação negativa atinge índices elevados, surge a
violência que constitui um sistema de vida contrário à lei de justiça e
amor.
Para nós espíritas, analisando a lei de causa e efeito, a violência é
um dos mais lamentáveis estados humanos e um dos problemas da
autoridade cujos efeitos degradam a criatura, levando-a à condição de
animalidade primitiva.
Com a ambição desmedida, a inquietação e o desamor, a violência
leva o homem a fomentar guerras e inúmeras barbaridades. Assim
vemos:
• crimes incontáveis sendo praticados em nome da
liberdade;
• homens reduzidos a seres desprezíveis no “apartheid”, nas
lutas de classes, nas fugas para a loucura e o suicídio pela
ingestão de drogas e alcoólicos;
• doenças graves ainda incuráveis refletindo o estado de
desamor e o império do egoísmo;
• a miséria econômica, as injustiças sociais, o abandono e o
desrespeito aos direitos humanos;
• guerras intermináveis entre as nações, entre povos da
mesma nacionalidade, eclodem como consequência de
ambição materiais, crises sociais e religiosas;
• a violência da fome dizimando crianças e velhos
indefesos.
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CICLO____________
Enumerar a violência em nossos dias não é tarefa difícil e suas
causas são de variadas amplitudes, contudo todas têm origem no
sentimento humano mais nefasto que é o egoísmo.
Causas da violência
Allan Kardec [LE - qst 913] nos mostra o egoísmo como o vício
mais radical, incompatível com a justiça, o amor e a caridade.
“Sendo o egoísmo, inerente à espécie humana, não será
um ele obstáculo permanente ao reino do bem absoluto sobre
a Terra?”
“É certo que o egoísmo é o vosso mal maior, mas ele se
liga aos Espíritos encarnados na Terra e não à Humanidade
em si mesma.” [LE - qst 915]
“Qual é o meio de se destruir o egoísmo?”
“De todas as imperfeições humanas a mais difícil de se
desenraizar é o egoísmo, porque se liga à influência da
matéria da qual o homem, ainda muito próximo de sua origem,
não pode libertar-se. Tudo concorre para entreter essas
influências: suas leis, sua organização social, sua educação.”
[LE - qst 917]
Como causas da violência, segundo as instruções dos Espíritos
Superiores estão o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ciúme e
todos os vícios morais engendrados pelo egoísmo que perturba as
relações sociais, provoca dissensões, destrói a confiança, levando o
indivíduo a atitudes de revide e insensatez.
É o egoísmo, fonte de todos os males da Humanidade, que leva o
homem a agir contrariando a lei divina ou natural, gerando lutas e
conflitos no meio social e familiar.
8.5 - Eutanásia
Eutanásia, ou “morte feliz”, é o ato de abreviar a morte em
doentes terminais. O Espiritismo manifesta-se também em oposição a
essa medida.
“Um homem agoniza, preso a cruéis sofrimentos. Sabe-se que o
seu estado é sem esperanças. É permitido poupar-lhe alguns instantes
de agonia, abreviando-lhe o fim?”
Resposta de São Luís:
“Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios
de Deus? Não pode ele conduzir um homem até a beira da
sepultura, para em seguida retirá-lo, com o fim de fazê-lo
examinar-se a si mesmo e lhe modificar os pensamentos? A
que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode
dizer com certeza que soou a sua hora final.
A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas
previsões?
Bem sei que há casos em que se podem considerar, com
razão como desesperador. Mas se não há nenhuma esperança
possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há
também inúmeros exemplos de que, no momento do último
suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por
alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é
concedida, pode ser para ele da maior importância, pois
ignorais as reflexões que o seu Espírito poderia ter feito nas
convulsões da agonia, e quantos tormentos podem ser
poupados por um súbito clarão de arrependimento. Aliviai os
últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de
abreviar a vida, mesmo que seja em apenas um minuto, porque
esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro.” [ESE -
cap. V]
Bibliografia
Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 53
CICLO____________
A Constituição Divina - Richard Simonetti
As Leis Morais - Rodolfo Calligaris
Após a Tempestade - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
Quem Tem Medo da Morte - Richard Simonetti
Obreiros Da Vida Eterna - André Luiz/Chico Xavier
Sexo e Destino - André Luiz/Chico Xavier
Cartas e Crônicas - Humberto Campos/Chico Xavier
Alerta - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
As Leis Morais - Rodolfo Calligaris
Entender Conversando - Chico Xavier
Manual Prático do Espiritismo - Ney Prietro Peres
O Consolador - Emmanuel/Chico Xavier
54 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 9
Lei de Sociedade, Laços de Família
Bibliografia
O Livros dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
O Que é o Espiritismo - Allan Kardec
Vida e Sexo - Emmanuel/Chico Xavier
Estudos Espíritas - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 59
CICLO____________
CAPÍTULO 10
Lei de Progresso
podem aprender que é bom fazer o bem, que seremos beneficiados com
isso, além de beneficiarmos o semelhante. Podemos aprender que o
cigarro e a droga fazem mal para a saúde, que usá-los nos trará prejuízo
e, com certeza, anteciparemos a própria morte. No entanto, uma coisa é
saber disso; outra é agir nesse sentido. Se bastasse saber, os médicos
não fumariam: no entanto, mesmo sabendo que o cigarro é nocivo à
saúde, muitos médicos fumam, e comprometem sua saúde. Parece uma
estupidez; mas o ser humano é contraditório. Por aí vemos como é
difícil transferir para o campo moral aquilo que aprendemos no campo
intelectual. Um exemplo simples, mas que nos faz pensar nas nossas
atitudes.
O Homem, até atingir o senso moral, por ter desenvolvido a
intelectualidade, pode usar dessa capacidade para o mal. Com o tempo,
a moral e a inteligência vão se equilibrando (LE 780-b). O progresso
sempre parte do imperfeito para o perfeito, do mal para o bem, do
simples para o complexo. E uma realização ininterrupta e constante, é
um caminhar longo e difícil, tortuoso e sofrido, porque exige
aprendizagem, e não há aprendizagem sem desconforto e sofrimento.
Esse desenvolvimento implica em conflitos, toda a forma de
divergência e desequilíbrio, que surge tanto na intimidade de cada
indivíduo, como no seio das coletividades. O confronto de ideias, em
geral, leva ao progresso. Se todos pensássemos da mesma forma nos
acomodaríamos, satisfeitos, estacionaríamos. O desequilíbrio leva a
procura do equilíbrio.
O desenvolvimento intelectual é necessário - imprescindível para o
progresso moral, podendo ser considerado o alicerce para o restante das
habilidades. Contudo, não basta apenas saber, é preciso ir além.
“Conhecereis a verdade e à verdade vos libertará”. Não saber das
coisas nos leva ao erro, dificulta nossa vida e a dos outros. O saber leva
a competência, o aprimoramento. Podemos prejudicar a nós ou a
alguém por não saber ajudar. Um exemplo simples é cair de uma arvore,
levar um choque elétrico - causa e efeito - sofre-se por causa da
ignorância.
Não fosse o progresso intelectual (a filosofia, a ciência e a
tecnologia), não teríamos alcançado o tipo de vida que hoje levamos. O
homem do final do século XX, em plena civilização, já pode desfrutar
de grande conforto com o qual o homem primitivo jamais sonharia: a
eletricidade, a energia nuclear, os transportes, os meios de
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CICLO____________
comunicação, o cinema, o rádio, a televisão, o telefone, a informática,
a alimentação, a medicina, a produção dos mais sofisticados aparelhos
para todos os usos e fins, o conforto das cidades, etc. Não há termos de
comparação - por exemplo - entre a vida do homem atual e a do homem
da idade média. Materialmente a nossa vida é um paraíso em relação
aquele tempo.
Analisando-se os aspectos morais da evolução temos de considerar
que moral é regra de convivência. É impossível haver convivência sem
regras. Mesmo entre as tribos primitivas existem regras - repartição de
bens, divisão de funções e trabalho, modos de tratamento, relações entre
as pessoas. Essas regras garantiram a vida em grupo e permitiram que
todos se unissem para um objetivo comum, que é o bem-estar da
coletividade.
A moral depende da base que recebemos em casa, com os pais, a
educação regular, etc., da sociedade (ideias, informações,
conhecimentos), contudo, depende fundamentalmente de nosso
sentimento, o que implica na evolução do Espírito.
Mesmo sabendo de tudo isso, o Homem pode entravar a marcha do
progresso, através de leis erradas, atitudes contrárias as Leis da
Natureza, etc., contudo, não poderá asfixiar o progresso
indefinidamente.
Quando essas leis humanas se tomam de todo incompatíveis com o
progresso, Deus, a inteligência suprema, as derruba com todos os que a
querem manter, e assim será até que o homem harmonize as suas leis
com a justiça divina, que deseja o bem para todos e não as leis feitas
para o forte em prejuízo para o fraco.
A marcha do progresso depende de cada povo, região e época. Pode
ser regular e lento, dependendo das circunstancias, mas, quando um
povo não avança bastante rápido, Deus lhe provoca, de tempos em
tempos, um abalo físico ou moral que o transforma. O homem não pode
permanecer perpetuamente na ignorância, porque deve chegar ao fim
determinado pela Providência: ele se esclarece pela própria força das
circunstancias.
As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram
pouco a pouco nas ideias, germinam ao longo dos séculos e depois
explodem subitamente, fazendo ruir o edifício carcomido do passado,
que não se encontra mais de acordo com as necessidades novas e as
novas aspirações. Não percebemos nas grandes comoções, mais do que
64 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
Bibliografia:
KARDEC. Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 3°, cap. VIII, questões 776 a 789;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - questões 139 a 141, 142 e 143 e, 155 e 156;
KARDEC, Allan - Céu e Inferno - cap. III, itens 6, 9, 13, itens 1 e 2 e, 15;
KARDEC, Allan- A Gênese - cap. I, itens 56 e 57; cap. III, itens 5 e, 9; cap. XI, itens
31, 32 e 34; cap. XVII, item 18; cap. XVIII, itens 13 a 15; KARDEC, Allan - Obras
Póstumas;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. Xl, itens 5 e 6; DENIS,
Léon - O Progresso - toda a obra;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Estude e Viva – nº 12, 15, 24, 37, 39 e 40
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - item 29;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos;
EMMANUEL, André Luiz - Opinião Espírita – nº 10;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier- O Livro da Esperança - item 82;
KARDEC, Allan - O Céu e o Inferno - cap. III, itens 6 a 13;
68 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 11
Lei de Igualdade
Bibliografia
O Livros dos Espíritos - Allan Kardec
Constituição Divina - Richard Simonetti
Leis Morais - Rodolfo Calligaris
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 73
CICLO____________
CAPÍTULO 12
Lei de Liberdade
Posição espírita
O Espiritismo nos ensina que não há um fatalismo absoluto, um
determinismo que norteará a vida do homem.
O livre-arbítrio foi talvez a grande conquista do princípio
inteligente em sua jornada evolutiva, pois, através dele, tornou-se o
Espírito responsável pelos seus atos.
Embora o homem esteja subordinado ao seu livre-arbítrio, sua
existência está também submetida a determinada característica de
acordo com o mapa de seus serviços e provações na Terra e, delineado
pela individualidade em harmonia com as opiniões de seus guias
espirituais antes da reencarnação.
As condições sociais, as moléstias, os ambientes viciosos, o cerco
das tentações, os dissabores, são circunstâncias da existência do
homem. Entre elas, porém, está a sua vontade soberana.
O homem é, pois, livre para agir, para escolher o tipo de vida que
procura levar. As dores, as dificuldades existentes na sua vida são
provas e expiações que vem muitas vezes como consequência do uso
incorreto do livre-arbítrio em existências anteriores.
78 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
Livre-arbítrio e Evolução
Período de infância
Estado de loucura
Conclusões
1) Pelo uso do livre-arbítrio, construímos o nosso destino, que
pode ser de dores ou de alegrias.
2) Livre-Arbítrio, na fase evolutiva em que nos encontramos,
é sempre relativo.
3) O determinismo, também relativo, pode ser traduzido como
a consequência inaceitável de nossa conduta prévia.
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Ação e Reação - André Luiz/Chico Xavier
A Constituição Divina - Richard Simonetti
Leis Morais da Vida - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
Leis Morais - Rodolfo Calligaris
80 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 13
Lei de Justiça, Amor e Caridade
1
Tomás Torquemada, um terrível inquisidor do séc. XV, foi o inquisidor-geral de
origem Sefardita dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha
Isabel a Católica.
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 83
CICLO____________
homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o
Espiritismo provar melhor a sua origem, do que a apresentando como
regra, por isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-
a por guia, nunca o homem se transviará.
Para fim de estudo é preciso que se estabeleça a diferença entre
Caridade, Esmola e Filantropia. A resposta à questão 886 de O Livro
dos Espíritos fala-nos a respeito do verdadeiro sentido da palavra
caridade como a entendia Jesus, ou seja, benevolência para com todos,
indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.
A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola; abrange
todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes,
sejam eles inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos
prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós
mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados,
contrariamente ao que se costuma fazer. O homem verdadeiramente
bom, procura elevar aos seus próprios olhos aquele que lhe é inferior,
diminuindo a distância que os separa.
A caridade, sendo virtude por excelência constitui a mais alta
expressão do sentimento humano, sobre cuja base as construções
elevadas do Espírito encontram firmeza para desdobrarem atividades
enobrecidas em prol de todas as criaturas.
Vulgarmente confundida com a esmola - essa dádiva humilhante
do que sobeja e representa inutilidade - a caridade excede, sobre
qualquer aspecto considerado, as doações externas com que supõe em
tal atividade encerrá-la...
Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e
moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de
Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele
humilhação. Não que a esmola mereça reprovação, mas a maneira por
que habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a
caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado sem
esperar que este lhe estenda a mão.
Sem dúvida, valioso é todo gesto de generosidade, quando
consubstanciado em dádiva oportuna ao que padece tal ou qual aflição.
Entretanto, a caridade que se restringe às ofensas transitórias, não
poucas vezes pode ser confundida com filantropia, esse ato de amor
84 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 14
O Conhecimento de Si Mesmo
Como conhecer-se
A disposição de conhecer-se a si mesmo pode surgir naturalmente
como fruto do amadurecimento de cada um, de forma espontânea,
nata, resultante da própria condição do indivíduo, ou poderá ser
provocada pela ação do sofrimento renovador que, sensibilizando a
criatura, desperta-a para valores novos do Espírito. Uns chegam pela
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 89
CICLO____________
compreensão natural, outros pela dor, que também é um meio de
despertar a nossa compreensão.
Grande número de indivíduos são levados, devido a
desequilíbrios emocionais, a gabinetes psiquiátricos ou psicoterápicos
para tratamento específicos. Através desses tratamentos vêm a
conhecer as origens de seus distúrbios, aprendendo a identificá-los e
a controlá-los, normalizando, até certo ponto, a sua conduta. Porém,
isso acorre dentro de uma motivação de comportamento compatível
com os padrões de algumas escolas psicológicas, quase todas
materialistas.
Na Doutrina Espírita, como Cristianismo Redivivo, igualmente
buscamos o conhecimento de nós mesmos, embora dentro de um
sentido muito mais amplo, segundo o qual entendemos que a fração
eterna e indissolúvel de nosso ser só caminha efetivamente na sua
direção evolutiva quando se pautando nos ensinamentos evangélicos,
únicos padrões condizentes com a realidade espiritual nos dois planos
da nossa existência.
É preciso, então, despertar em nós a necessidade de conhecer o
nosso íntimo, objetivando nossa transformação dentro do sentido
cristão original, ensinando e exemplificado pelo Divino Mestre Jesus.
Conhecer exclusivamente as causas e as origens de nosso traumas
e recalques, de nossas distonias emocionais nos quadros da presente
existência é limitar os motivos dos nossos conflitos, olvidando a
realidade das nossas existências anteriores, os delitos transgressores
do ontem, que nos vinculam aos processos reequilibradores e aos
reencontros conciliatórios do hoje.
As motivações que nos induzem a desenvolver nossa remodelação
de comportamento projetam-se igualmente para o futuro da nossa
eternidade espiritual, onde os valores ponderáveis são extremamente
aqueles obtidos nas conquistas nobilitantes do coração.
Percebendo o passado longínquo de erros, trabalhamos livremente
no presente, preparando um futuro existencial mais suave e edificante.
Esse é o amplo contexto de nossa realidade espiritual, à qual
almejamos nos integrar atuantes e produtivos.
Allan Kardec [CI - cap. VII] mostra, nos itens 16º do Código
Penal da Vida Futura, que no caminho para a regeneração não basta
90 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
Bibliografia
Manual Prático do Espírita - Ney Prietro Peres
[CI - cap. VII] O Céu e o Inferno - cap. VII - Allan Kardec
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 91
CICLO____________
CAPÍTULO 15
Os Vícios
15.1 - Introdução
Para o verbete Vício, os dicionários da língua portuguesa
apresentam a seguinte equivalência: defeito físico ou moral,
deformidade, imperfeição, falta, hábito de negativo.
Definição semelhante apresenta o Richard Simonetti ao dizer que
“vício é uma espécie de condicionamento que prende o indivíduo a
determinada prática nociva.”
Admite-se didaticamente sua divisão em dois grupos:
Vícios Sociais: hábitos prejudiciais.
Vícios Morais: defeitos
15.2.1 - Gula
Ação e Reação - André Luiz
“Aqueles que por vezes diversas perderam vastas
oportunidades de trabalho na Terra, pela ingestão de
elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos
das forças orgânicas, tanto quanto os inveterados cultores da
gula, quase sempre atravessam as águas da morte como
suicidas indiretos, e despertando para a obra de reajuste que
lhes é indispensável, imploram o regresso à carne em corpos
desde a infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração
gástrica, ao desequilíbrio do pâncreas e as múltiplas
enfermidades do intestino que lhes impõem torturas
sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da existência
inteira.”
15.2.2 - Tabagismo
Entrevista com Divaldo Franco publicada pela Imprensa Espírita
Pergunta: “Após a morte, o fumante continua desejoso de
fumar? E consegue satisfazer o seu vício?”
Resposta: “Indubitavelmente. Os hábitos que se nos
arraigam durante a vida física prosseguem na vida espiritual.
As obsessões aí estão demonstrando esse fenômeno, a
sociedade. Espíritos de ex-fumantes induzem e exploram
pessoas invigilantes ou em estado de desequilíbrio a fim de
que prossigam no vício.”
Pergunta: “Vícios como cigarro e os tóxicos atuam
também no perispírito?”
Resposta: “Sem dúvida. Tudo o que de bom ou de mau
façamos, imprime como que uma matriz no perispírito, qual se
fora um filme virgem que mais adiante irá revelar a exata
imagem colhida pela objetiva da câmara. Além disso os vícios
do cigarro e dos tóxicos atuam nos centros vitais e nas
correntes magnéticas do organismo, alterando a constituição
da aura da pessoa. Viciações e excessos são, também, formas
disfarçadas de autocídio.”
15.2.3 - Etilismo
Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz
“Caía a noite ... Após o dia quente, a multidão desfilava
na via pública, evidentemente buscando o ar fresco.
Dirigíamo-nos a outro templo espírita, quando tivemos nossa
atenção voltada para enorme gritaria. Dois guardas
arrastavam, do restaurante barato, um homem maduro em
deploráveis condições de embriaguez. Achava-se o pobre
amigo abraçado por uma entidade da sombra, qual se um
polvo estranho o absorvesse. Num átimo, reparamos que a
bebedeira alcançava os dois, porquanto se justapunham
completamente um ao outro, exibindo as mesmas
perturbações.
96 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
15.2.4 - Toxicomania
Entrevista com Chico Xavier e Divaldo Franco
Pergunta: “Chico, poderia comentar algo sobre os
tóxicos?”
Chico: “Eu não entendo o vício como um problema de
criminalidade, mas como um problema de desequilíbrio nosso,
diante das Leis da Vida. O tóxico é um problema para os
nossos irmãos que se enfraqueceram diante da vida, que
procuraram uma fuga; não são criminosos, são criaturas
carentes de mais proteção, mais amor, porque se nossos
companheiros enveredaram pela estrada do tóxico, eles
procuraram esquecer algo; esse algo é eles mesmos; eles não
puderam suportar a carga deles próprios.”
Pergunta: “Com relação à toxicomania qual o tratamento
mais efetivo?”
Divaldo: “O do lar. A exemplo no lar. O apresentado pela
sociedade familiar. A que decorre do Evangelho vivido em
casa. Um velho adágio popular com muita sabedoria: Casa de
pai, escola de filhos. O lar não é apenas o primeiro santuário,
mas, também o primeiro educandário. Há exceções, mas são
o corolário da regra geral. Sendo o lar equilibrado, os jovens
98 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Manual Prático do Espírita - Ney Prietro Peres
Ação e Reação - André Luiz/Chico Xavier
Diretrizes de Segurança - Divaldo Franco e Raul Teixeira
O Consolador - Emmanuel/Francisco Cândido Xavier
Janela para a Vida - André Luiz/Chico Xavier
Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier
Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier
No Mundo Maior - André Luiz/Chico Xavier
Nas Fronteiras da Loucura - Manoel Philomeno de
Miranda/Divaldo Franco
Psicologia Espírita - Jorge Andréa
Dramas da Obsessão - Bezerra de Menezes/Yvonne Pereira
Dos Hippies aos Problemas do Mundo - Espíritos Diversos
Obras Póstumas - Allan Kardec
104 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 16
As Paixões
16.1 - Introdução
Genericamente, paixão é um sentimento excessivo em torno de
alguém, de algum objeto ou ideal.
Alguns a traduzem como amor ardente, afeição intensa com
características de parcialidade e exclusivismo.
Allan Kardec [LE - qst 907] faz uma abordagem importante deste
assunto:
Esclarece, inicialmente, que as paixões em si mesmo não são um
mal. A paixão está no excesso provocado pela vontade pois, o
“princípio da paixão” aqui significando “amor intenso em torno de”,
foi dado ao homem para o bem e as paixões podem conduzi-lo a
grandes coisas.
Em [LE - qst 908] indaga:
“Como definir o limite em que as paixões deixam de ser
boas ou más?”
R: “As paixões são como um cavalo, que é útil quando
governado e perigoso quando desgoverna. Reconhecer, pois,
que uma paixão se torna perniciosa no momento em que a
deixam de governar e quando resulta num prejuízo qualquer
para vós ou para o outro.”
As paixões são impulsoras do progresso e ajudam a cumprir as
leis divinas se conseguirmos direcioná-las para o bem e para a
evolução. Devemos, portanto, dominá-las e não permitir que elas nos
dominem.
“Todas as paixões têm um princípio num sentimento ou
numa necessidade da natureza. O princípio das paixões não é,
portanto, um mal, pois repousa sobre uma das condições
providenciais da nossa existência”
Dada a nossa condição espiritual ainda inferior, exageramos o
sentimento ou a necessidade que nos leva ao desequilíbrio e às
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 105
CICLO____________
consequências funestas do arrastamento do mal dando vazão ao
egoísmo e ao orgulho impedindo-nos de usufruir a serenidade e a paz
interior.
O excesso, a parcialidade, o extremismo são fatores que tornam
as paixões maléficas com implicações prejudiciais ao nosso progresso
moral.
“Toda paixão que aproxima o homem da sua natureza
animal, distancia-o da natureza espiritual”.
Este posicionamento retarda seu progresso espiritual, denuncia a
supremacia da matéria sobre o Espírito, gerando animosidade e
conflitos em sua vida social e familiar.
Abnegação:
Sacrifício voluntário do interesse pessoal, renunciando pelo bem
do próximo.
A abnegação é indicativa daquilo que fazemos em favor de
alguém ou de alguma causa, sem interesse próprio, com esquecimento
de nós mesmos ou até com sacrifício do que possa nos pertencer.
Nós espíritas, temos nas obras assistenciais, na tarefa mediúnica,
na doação de energias fluídicas, no trabalho desenvolvido em favor do
próximo, oportunidades de executar a reformulação de nossas atitudes
e dominar as paixões que nos arrastam ao desequilíbrio.
Vigiemos nossos atos e palavras que expressam, realmente, o que
sentimos e em que condições íntimas nos encontramos. Nem sempre
agir apaixonadamente é incorreto, desde que canalizemos toda a
emoção, todo o sentimento que nos move para realizações que
beneficiem a nós mesmos e aos que nos cercam.
Neste nível de consciência, as paixões são conduzidas e regradas
sem que tragam danos ao psiquismo humano.
Age-se com serenidade e a vida estua em vibrações de paz e amor!
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
As Leis Morais - Rodolfo Calligaris
Momentos de Saúde - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
O Homem Integral - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
Manual Prático do Espiritismo - Ney Preito Peres.
O Consolador - Emmanuel/Chico Xavier
108 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 17
Felicidade e infelicidade relativas
Bibliografia
O Livro dos Espíritos. - Allan Kardec
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
Estudos Espíritas - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 111
CICLO____________
CAPÍTULO 18A
Penas e Gozos Terrenos
inferno e um paraíso e que mais certo é irem para o inferno, visto que
também lhes disseram que o que está na natureza constitui pecado
mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas,
se algum juízo tem, não podem admitir tal coisa e se fazem
materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente,
nada mais há.
Quem tem fé tem a certeza do futuro. Quem tem esperança conta
com uma vida melhor. Quem tem caridade sabe que não tem de temer
o mundo para onde vai.
O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que a vida
espiritual tem na Terra, penas e gozos materiais. A sua alma,
constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida,
conserva-se numa ansiedade e uma tortura aparentemente perpétuas.
A morte o assusta porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar
no mundo todas as suas afeições e esperanças.
O homem moral, que se colocou acima das necessidades fictícias
criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem
material desconhece. A moderação dos seus desejos dá-lhe ao espírito,
calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele
decepções e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma, sem
nenhuma impressão dolorosa deixarem.”
CAPÍTULO 18B
Suicídio
18.5 - Introdução
O suicídio é considerado como a falta mais grave passível de ser
cometida pela criatura humana. O suicida viola o instinto de
conservação, força admirável da qual é dotado o princípio espiritual e
que dá a ele a vontade e a obstinação de lutar pela sua sobrevivência.
Embora seja um crime de consequências tão funestas, e
combatido por todos as religiões, seus índices têm crescido de forma
significativa, especialmente nos países desenvolvidos e nas classes
mais bem favorecidas economicamente.
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 117
CICLO____________
18.6 - Causas
Várias condições são anotadas como responsáveis pelas diversas
causas de autocídio: dificuldades econômicas, perda de ente querido,
frustração amorosa, complexo de culpa, viciações múltiplas, etc.
Allan Kardec, sintetizando a questão, afirma que
“se excetuarmos os que se verificam por força da
embriaguez e da loucura, é certo que, sejam quais forem os
motivos particulares, a causa geral é sempre o
descontentamento.”
Joanna de Ângelis [Após a Tempestade] completando o tema diz
que a base real do autocídio está no orgulho ferido. O suicida é uma
alma extremamente orgulhosa que, ante o descontentamento, prefere
a morte ao esforço nobre para superação do obstáculo ou da frustração.
Lembra Joanna, que a vontade do suicida é:
“destruir Deus, mas como isso não é possível, ele destrói
a si mesmo que é a mais sublime criação de Deus.”
18.7 - Consequências
Allan Kardec [LE - qst 957] diz:
“As consequências do suicídio são as mais diversas. Não
há penalidades fixadas e em todos os casos, elas são sempre
relativas às causas que o produziram. Mas uma consequência
a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De
resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das
circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros
numa nova existência que será pior do que aquela cuja curso
interromperam.
Há, porém, as consequências que são comuns a todos os
casos de morte violenta; as que decorrem da interrupção
brusca da vida. Observa-se a persistência mais prolongada e
mais tenaz do laço que liga o Espírito ao corpo, porque este
laço está quase sempre em todo o vigor no momento em que
foi rompido. Na morte natural ele enfraquece gradualmente e,
118 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
Bibliografia
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
O Céu e o Inferno - Allan Kardec
Memórias de um Suicida - Yvonne Pereira.
Após a Tempestade - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 121
CICLO____________
CAPÍTULO 19
Penas e Gozos Futuros 1
atividade da outra...”.
O Mestre Jesus enaltece a importância da Vida Futura ao dizer a
Pilatos: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18:33, 36 e 37).
Como cada ensinamento Vem há seu tempo e assim como Moisés
não podia revelar as coisas espirituais a um povo pastoril, arraigado as
coisas materiais, Jesus só pode conformar o “seu ensinamento ao
estado dos homens da sua época”, a fim de não lhes ofuscar a
compreensão.
Coube ao Espiritismo a tarefa de completar os ensinamentos do
Cristo. Surgido numa época em que a razão despertava na humanidade,
pode demonstrar que “a Vida futura não é mais um simples artigo de
fé, uma hipótese”. Através das manifestações dos Espíritos comparava-
se a realidade da Vida espiritual por aqueles que aqui estiveram e lá
estão. Trazendo descrições particularizadas dos seus estados, sejam eles
felizes ou infelizes, nos proporcionando relacionar os atos praticados e
suas consequências.
Bibliografia
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, questões 958 a 982; conclusão, item 5;
KARDEC, Allan - O Que é Espiritismo - cap. I; cap. II, n.º 100 e 103; cap. III, nº 145;
KARDEC, Allan A O Livro dos Médiuns - questão 290, item 16; n°2 e 292;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - cap. Il, itens 2, 3 e 5; cap.
III, item 2; cap. V, itens 3, 12 e 17;
KARDEC, Allan - O Céu e O Inferno - cap. I, n° 14; 1ª Parte, cap. VII; KARDEC,
Allan -A Gênese f cap. I, n.º 25, 31, 37 e 62;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Justiça Divina, pág. 107 - Penas Depois
da Morte; PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- n° 16 e 18;
EMMANUEL, O Espírito da Verdade - Diversos Espíritos, item 18;
KARDEC, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. II, itens 1 a 3 e 5 a 7;
PERALVA, Martins - O Pensamento de Emmanuel- n° 31;
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 127
CICLO____________
CAPÍTULO 20
Penas e Gozos Futuros 2
Todo aquele que é mau e não reconhece seus erros na vida corporal,
com certeza os reconhecera na vida espiritual e por isso sofrerá muito
quando reconhecer todo mal que praticou. Logicamente esse
arrependimento não é de imediato; alguns, mesmo sofrendo
permanecem alheios a necessidade do arrependimento, mas como a
todos, Deus dá oportunidades iguais, esses também um dia o
arrependimento baterá a porta do coração.
Como o progresso é uma lei Divina, todos aqueles que
necessariamente não são maus, mas não se preocupam com a própria
vida e muito menos se ocupa de coisas uteis, terão de sofrer por aquilo
de bom que deixaram de fazer. Mas eles também têm o desejo de
amenizar seus sofrimentos; ainda não o fazem porque a vontade
verdadeira ainda está longe de ser conseguida. Citamos como exemplo
uma pessoa que prefere morar sob viaduto, ponte, marquise, pedindo
esmolas do que trabalhar para saírem da situação em que se encontram.
Há Espíritos desencarnados que têm consciência que são maus e
agravam sua situação prolongando seu estado de inferioridade
desviando os homens que seguem um bom caminho. Esses são aqueles
de arrependimento tardio. Não podemos esquecer que nem todo
arrependimento vem do âmago de alma, portanto, alguns podem se
deixar levar para o caminho do mal pelas influências de Espíritos mais
atrasados.
Existem Espíritos bastante inferiores que aceitam e acolhem as
preces que são feitas em seus benefícios e há outros mais esclarecidos
que são dotados de um endurecimento e de um cinismo enorme. Os
Espíritos, na questão 997 do LE, nos esclarecem que “a prece só tem
efeito em favor do Espírito que se arrepende”. Aquele que permanece
no orgulho, com o coração revoltado contra Deus e persistindo nos seus
erros, com certeza não recebem as benesses da prece, até o dia de seu
arrependimento sincero.
“A expiação se cumpre na existência corpórea, através das provas
a que o Espírito é submetido, e na vida espiritual pelos sofrimentos
morais decorrentes do seu estado de inferioridade” (Questão 998)
Não basta o Espírito se arrepender sinceramente do mal praticado,
se esse arrependimento não estiver acompanhado de boas obras. Todo,
ato mal deve ser reparado.
Podemos a partir desta vida resgatar nossas faltas, mas não
_______________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º____________ 131
CICLO____________
podemos esquecer que “o mal não é reparado senão pelo bem, e a
reparação não tem mérito algum se não atingir o homem no seu
orgulho ou nos interesses materiais” (questão 1000)
Segundo Martins Peralva no livro “O Pensamento de Emmanuel”,
Cap. 37, “em sã consciência, nenhum espírita esclarecido julgar-se-á
isento de experiências reabilitadoras sob alegação, doutrinariamente
inconsistente, de que “se arrependeu do mal praticado” e, por tal
motivo, justificado está perante as leis divinas"
Completando esse capítulo, ele nos diz que devemos levar em conta
quatro pontos essenciais, a saber:
Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos, Livro 4°, cap. II, questões 983 a 1018;
KARDEC, Allan - O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. III; cap. IV, nº 13; cap. V, nº 8;
caps. VII e VIII; 2ª Parte, cap. V; cap. VI, nº 19; KARDEC, Allan - O Evangelho
Segundo o Espiritismo - cap. IV itens 4 a 17; cap. XXVII, item 21;
Revista Espírita, de outubro de 1858; Revista Espírita, de dezembro de 1863; Revista
Espírita, de julho e outubro de 1864; Revista Espírita, de maio de 1866;
Bibliografia Complementar:
O Espírito da Verdade - Diversos Espíritos - itens 61, 68 e 98; PERALVA, Martins -
O Pensamento de Emmanuel- n° 37 a 40; EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier -
Estude e viva – nº 11;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Religião dos Espíritos, cap. 71 a 251;
EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - Justiça Divina; EMMANUEL, Francisco
Cândido Xavier - Roteiro - n° 6
134 __________Curso Básico de Espiritismo Associação Espírita Allan Kardec – 2º CICLO____________
CAPÍTULO 21
Evolução Espiritual – O Educador da Humanidade
Bibliografia:
Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos. Questões 798 a 801 Kardec, Allan - O
Livro dos Espíritos. Comentário a questão 982 Kardec, Allan - O Livro dos
Espíritos. Conclusão, item V
Kardec, Allan - O Que é Espiritismo - questões 139 a 141, 155 e 156; Kardec,
Allan - A Gênese, Cap. XVIII, item 24 e 25
Revista Espírita, de janeiro de 1860; Revista Espírita, de fevereiro de 1863;
Revista Espírita, de setembro de 1866;
Calligaris, Rodolfo, “As Leis Morais”, Cap. Influência do Espiritismo no
Progresso da Humanidade Emmanuel (Espírito), “Roteiro”, Cap. 38, pelo
médium Francisco Cândido Xavier
Emmanuel (Espírito), “A Caminho da Luz”, Cap. XXV pelo médium
Francisco C. Xavier Emmanuel, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de
Francisco Cândido Xavier EMMANUEL, Francisco Cândido Xavier - O
Consolador, questões 54 a 65, 67 e 68; PIRES, José Herculano - Curso
Dinâmico de Espiritismo, caps. I, V e XVII;
PIRES, José Herculano - O Espírito e o Tempo – 3ª parte - cap. V; PIRES,
José Herculano - Curso Dinâmico de Espiritismo- cap. V;
Na EDUCAÇÃO, item 24, Jesus e suas Parábolas de Pedro de Camargo
(Vinicius) Incontri, Dora. “A EDUCAÇÃO SEGUNDO O ESPIRITISMO”.
Vinicius, Pedro de Camargo. “O MESTRE NA EDUCAÇÃO”. Toda a obra
Xavier, Francisco C. “RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS” pelo Espírito
Emmanuel (item Jesus e atualidade)
Xavier, Francisco C. “O CONSOLADOR” pelo Espírito Emmanuel (itens:
282, 283, 285 a 289, 302, 306, 314, 316, 317, 342 a 344, 346 a 348,
351, 361)
Kardec, Allan “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” trad. J. H.
Pires