MANAUS-AM
2018
LUCAS MATHEUS CABRAL DA SILVA COSTA
MANAUS-AM
2018
RESUMO
ABSTRACT
The economic freedom’s impact regarding the prosperity of nations have become a
recurrent topic of econometric studies after the creation of indexes that measure the
institutional quality of countries. Thus, it is the main object of this work to investigate the
impacts of economic freedom, and the institutional dynamic on economic growth, while
contextualizing the principles of classical liberalism, a school of economic thought
regarded as freedom’s most avid advocate. Therefore, a regression with fixed and random
effect is runned to investigate the correlation between economic freedom and prosperity.
The periods of the regression are 1970-2000 regarding 47 nations and 2000-2014 for a
sample of 135 countries. The results of the regression shows that there is a positive
relation between economic freedom and economic growth; however, the model suggests
ambiguity regarding the geographic variables due to missing data.
Keywords: Economic Freedom, Human Action, Inclusive Institutions
Sumário
RESUMO .............................................................................................................. 3
ABSTRACT ......................................................................................................... 3
LISTA DE FIGURAS........................................................................................... 6
LISTA DE QUADROS ........................................................................................ 7
LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 8
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 9
Estrutura do Trabalho ......................................................................................... 10
Justificativa ......................................................................................................... 10
1. Objetivos................................................................................................... 14
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................ 15
2.1 Liberdade .................................................................................................. 15
2.1.1 Ação Humana ............................................................................................ 15
2.1.2 Sociedade ................................................................................................... 17
2.1.3 Liberdade Econômica. ............................................................................... 18
2.1.4 Coerção ...................................................................................................... 20
2.1.5 O Mercado ................................................................................................. 22
2.1.6 Divisão do trabalho. ................................................................................... 23
2.1.7A preservação da sociedade ........................................................................ 24
2.1.8 O Estado..................................................................................................... 25
2.1.8.1 Estado mínimo ........................................................................................ 26
2.1.8.2 O Estado de Direito ................................................................................ 27
2.1.8.3 Estado e Mercado ................................................................................... 28
2.2 Instituições .................................................................................................... 31
2.2.1 A Era dos Extremos ................................................................................... 32
2.2.2 Estudos empíricos – uma análise dos resultados obtidos. ......................... 33
2.2.3 Conclusão – a dinâmica institucional e a liberdade econômica ................ 39
3. METODOLOGIA ..................................................................................... 41
3.1 Descrição das variáveis ............................................................................ 43
3.2 Amostragem ............................................................................................. 46
3.3 Dados em Painel ........................................................................................... 46
3.4 Desenvolvimento da equação de regressão .............................................. 50
3.5 Base de dados ............................................................................................... 52
4 RESULTADOS ............................................................................................... 53
5 CONCLUSÕES ............................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 60
ANEXOS ............................................................................................................ 67
LISTA DE FIGURAS
INTRODUÇÃO
1
Adam Smith (1723 – 1790) publicou “Uma Investigação sobre a Natureza” e as “Causas da Riqueza das
Nações ” em 1776, sendo uma das primeiras obras a oferecer uma teoria sobre a origem do crescimento
econômico. Rothbard (1995) dedica boa parte da obra “An Austrian Perspective on the History of Economic
Thought” aos esforços de Smith em transformar a economia como ciência.
2
Magnun opus: obra de grande relevância e popularidade. Oxford Advanced Learner’s Dictionary.
3
Em A Critique of Interventionism (1929), Ludwig von Mises define o Capitalismo como Primeiro
Sistema, Socialismo como Segundo e Intervencionismo como o Terceiro Sistema econômico.
4
Hobsbawn (1994) aponta para o fenômeno imperialista mundial durante e no pós segunda-guerra,
intensificando a militarização das grandes potencias, o nacionalismo e práticas protecionistas
(intervencionismo econômico).
5
Para uma análise do intervencionismo como sistema econômico proeminente no mundo moderno ver
Chang (1995).
10
Estrutura do Trabalho
Justificativa
6
Segundo Rothbard (1995), a escola Liberal Clássica tem sua origem no início do século XIX, com autores
expoentes como John Locke, David Ricardo, Adam Smith, Ludwig von Mises entre outros. A escola
advoga a liberdade como fator principal para o crescimento e desenvolvimento econômico.
11
mesmo pela forte presença de escolas ortodoxas, como a Keynesiana, nos círculos
acadêmicos no Brasil. Dado a escassez de pesquisas teóricas que envolvam tais temas, a
abordagem de tais autores reforça a importância e mesmo a necessidade de estudar
pensadores que possuam visões novas no meio acadêmico sobre temas de tamanha
relevância.
Além de expor uma escola de pensamento que possui baixa inserção na academia,
o presente estudo é relevante na medida em que aborda o tema liberdade econômica,
assunto que tem sido objeto de intensa análise em âmbito internacional nos últimos anos
(PIERONI 2013; ORIAKHI 2013; HUSSAIN e HAQUE 2016; GWARTNEY
2004;2008). A partir da criação, recentemente, dos índices de liberdade econômica, como
o Economic Freedom of the World (EFW) – Fraser Institute, utilizado no presente
trabalho, e o Economic Freedom Index (EFI) – Heritage Foundation, dentre vários outros
índices, foi proporcionado a oportunidade para se investigar empiricamente a relação
entre a liberdade econômica e a prosperidade dos países .
Portanto, é evidente a relevância do tema, dado à quantidade de obras pertencentes
a autores consagrados, permitindo-se investigar a relação entre a Liberdade econômica e
o crescimento dos países. Logo, este trabalho tem como hipótese: as instituições –
políticas e econômicas – afetam positivamente no crescimento e desenvolvimento dos
países, isto é, quanto maior a liberdade econômica de um país, maior será os seus
indicadores de desempenho econômico.
Além da miríade de estudos pertinentes à liberdade econômica, o tema se mostra
ainda mais relevante quando observado o ranking dos países mais livres na tabela 1. A
tabela a seguir evidencia a relação positiva entre liberdade, qualidade institucional e
crescimento econômico, no qual os países mais livres tendem a ser os mais prósperos.
Tabela 1 – Os 10 países mais livres do mundo e os 10 países menos livres em 2014
(continua)
Posição País Pontuação
1º Hong Kong 9.03
2º Singapura 8.71
3º Nova Zelândia 8.35
4º Suíça 8.25
5º República de Maurício 7.98
5º Canadá 7.98
5º Geórgia 7.98
5º Irlanda 7.98
10º Austrália 7.93
10º Reino Unido 7.93
12º Qatar 7.91
150º Iran 5.27
151º Argélia 5.15
152º Chade 5.12
153º Guiné 5.10
12
7
Quanto ao rank de liberdade econômica ver Anexo 1 e 2.
8
Os Anexos 11,12,13 e 14 ilustram os países mais e menos livres de cada continente.
9
Os 10 países mais livres possuem ranks elevados quanto a categoria de sistema legal e direitos de
propriedade (Legal System and Property Rights). A pontuação desta categoria das 10 países mais livres
são respectivamente de; 8.08; 8.31; 8;73; 8.45; 6.49; 8.05; 6.61; 8.04; 8.02; 7.83. fonte: Fraser Institute
Economic Freedom of the World (EFW) de 2014
13
1. Objetivos
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Liberdade
10
AcemogluEt al. (2012) define as instituições em duas categorias, a saber, Inclusivas – instituições que
fomentam o direito de propriedade para todos, “those that distribute political power widely in a pluralistic
manner” (2012. Pg 469) -, e Extrativas – instituições que favorecem elites políticas e econômicas,
transferindo a renda de muitos para a mão de poucos e minando a liberdade, “which concentrate power in
the hands of a few, who will then have incentives to maintain and develop extractive economic institutions
for their benefit”(2012, pg 470).
16
esforços, utilizando sua propriedade privada – pessoal e material – da maneira que lhes
convir, sem, no entanto, ferir os direitos de propriedade de seus semelhantes.
Para analisar a ação humana e ulteriormente a liberdade, Mises (1949)
desenvolveu em “Human Action” a Praxeologia, uma ferramenta dedutiva que busca
fundamentar o processo de agir dos indivíduos. Fazendo uso dessa ferramenta, será
analisada a seguir a Ação como fator embrionário da liberdade.
O que define uma ação? De modo sucinto, uma ação consiste em uma vontade,
um anseio posto em prática a fim de atingir um objetivo, uma meta desejada, antes de a
ação tomar lugar. O ato de agir e de colocar em prática a vontade do indivíduo atuante
consiste em renunciar a algo em favor de algum outro curso de ação que o indivíduo
considera mais favorável (MISES, 1949 passim).
Definido o conceito de ação, é possível obter outro questionamento: por que o
homem age? O que motiva o indivíduo a sair do estado letárgico e incorrer em uma ação?
A Praxeologia define que a ação humana é impulsionada por um desejo de atingir um
estado mais satisfatório para o indivíduo atuante, isto é, de sair de um patamar para outro
mais favorável.
“The ultimate goal of human action is always the satisfaction of the acting
man's desire. There is no standard of greater or lesser satisfaction other than
individual judgments of value, different for various people and for the same
people at various times. What makes a man feel uneasy and less uneasy is
established by him from the standard of his own will and judgment, from his
personal and subjective valuation. Nobody is in a position to decree what
should make a fellow man happier.” (MISES,1949. pg.14)
seu meio. Tal conceito é rotulado pelos economistas como Custo de Oportunidade11.
(MISES, 1949)
Dado que cada indivíduo é único, os níveis de satisfação são diferentes para cada
pessoa ou grupo de pessoas. Dessa forma, ações que renunciem à autossatisfação ou
mesmo à própria autopreservação, ainda assim, é considerada uma ação que de nenhuma
maneira pode ser classificada como irracional, pois, foram feitas mediante um processo
de escolha pessoal a fim de atingir algum objetivo.
2.1.2 Sociedade
A economia como ciência é em sua essência o estudo da ação humana, tendo por
pressuposto a verificação dos impactos da mesma sobre o seu meio e o indivíduo atuante.
Por meio do instrumental teórico desenvolvido por Mises (1949), a ação humana é
caracterizada como a ação realizada para saciar as vontades do indivíduo e elevar a sua
satisfação. É vital a compreensão da ação humana, na medida em que por intermédio dela
o homem obtém seus fins, portanto, investigar a causa da prosperidade é analisar o
conjunto de ações humanas que formam a economia de uma país. A liberdade é somente
encontrada nas ações dos indivíduos (MISES, 1949. passim), portanto, o estudo da
relação entre crescimento e desenvolvimento econômico com a liberdade econômica é
somente possível por meio do entendimento da ação humana quando esta atende aos
anseios do indivíduo (liberdade econômica) ou quando é vítima da coerção de terceiros.
(MISES, 1949)
Analisada a ação humana sob a perspectiva praxeológica de Mises (1949), é
possível observar o conjunto de ações em um meio social e também como grupos de
indivíduos interagem entre si a fim de atingir, individualmente, seus níveis ótimos de
satisfação. Mises (1949) define a sociedade como sendo o conjunto de ações individuais
em cooperação espontânea12e coletiva. De acordo com Mises (1949), a sociedade é
definida como o conjunto de indivíduos que agem por meio do esforço coletivo para a
promoção do bem individual, cujo resultado indireto é o bem coletivo. A sociedade existe
somente nas ações dos indivíduos.
Mises (1949) define que a divisão do trabalho é o componente essencial para a
renúncia do indivíduo à vida isolada em favor da vida social, na medida em que a
eficiência de trabalho em sociedade é significativamente maior que o trabalho individual,
proporcionando, assim, maiores benefícios para os indivíduos que compõem a sociedade.
“Human society is an association of persons for cooperative action. As against
the isolated action of individuals, cooperative action on the basis of the
principle of the division of labor has the advantage of greater productivity. If
a number of men work in cooperation in accordance with the principle of the
division of labor, they will produce (other things being equal) not only as much
as the sum of what they would have produced by working as self-sufficient
11
Mankiw (1997) define custo de oportunidade como sendo o preço em abrir mão de determinado curso de
ação em favor de outro.
12
Cooperação espontânea são as ações voluntarias em sociedade que buscam satisfazer os anseios mútuos
dos indivíduos mediante contratos. (MISES, 1949)
18
“A man has freedom as far as he shapes his life according to his own plans. A
man whose fate is determined by the plans of a superior authority, in which the
exclusive power to plan is vested, is not free{…}” (MISES, 1949. p. 285)
of the indispensable hegemonic bond, the state, is curbed lest the operation of
the market be endangered. In a totalitarian system there is nothing to which
the attribute "free" could be attached but the unlimited arbitrariness of the
dictator.” (MISES, 1949. p. 281)
13
Smith (1776) argumenta que o indivíduo possui total soberania sobre si mesmo e detém a propriedade do
seu trabalho, dessa forma, ao ‘misturar’ o trabalho com um objeto, é criado então a propriedade privada.
Nas palavras do autor“ the property which every man has in his own labour, as it is the original foundation
of all other property, so it is the most sacred and inviolable (SMITH, 1776. 1976ª, I xc, 12, 138). Anterior
a Smith (1776), Locke (1690) define ainda que a propriedade precede ao Estado, sendo a sua fonte, e como
consequência, o “Estado possui nenhum outro fim, senão o de preservar a propriedade” (LOCKE, 1690.
1991, 329).
14
Propriedade material – propriedade tangível fruto do trabalho ou de contratos -, propriedade pessoal –
corpo e mente do indivíduo. Locke (1690) descreve que ‘apesar de a Terra e as criaturas inferiores serem
comuns ao homem, este possui ‘propriedade’ em si mesmo e ninguém dispõe do direito de aliená-la”
(LOCKE, 1690. 123 – tradução autoral). Sobre o tema de propriedade pessoal e material, ver Le Fevre
(1966) e Rothbard (1973)
15
Schumpeter (1911) descreve a destruição criadora como sendo o incessante processo de inovação de
tecnologias e métodos produtivos, substituindo-se as tecnologias que se tornam obsoletas mediante a
evolução técnica. Esse processo de reestruturação econômica possui impactos significativos no
desempenho econômico no longo prazo. Acemoglu et al. (2012) define que a destruição criadora é fruto
direto da liberdade econômica e das instituições sólidas.
20
2.1.4 Coerção
O indivíduo alvo de coerção age para atender os anseios da entidade que o coage
por meio do uso de violência, caso a conduta desejada pelo agente coercitivo não seja
realizada. A coerção elimina a individualidade do homem ao negar suas ações, a fim de
atingir não os seus fins, mas os de outrem, impedindo o indivíduo de se auto realizar.
“So long as the act that has placed me in my predicament is not aimed at
making me do or not do specific things, so long as the intent of the act that
harms me is not to make me serve another person's ends, its effect on my
freedom is not different from that of any natural calamity-a fire or a flood that
destroys my house or an accident that harms my health.”(HAYEK, 1960).
16
Rothbard (1973) descreve o Estado em condição de entidade coercitiva, ao coagir o indivíduo a atender
somente as finalidades do Poder Público sob a promessa do uso de violência. Da mesma forma, máfias,
grupos de indivíduos e instituições impõem sua vontade ao indivíduo mediante ações violentas.
21
A ação humana livre é vital, pois, é somente dessa forma que a sociedade possui
o incentivo para realizar ações econômicas. Logo, é possível inferir que a instituição da
propriedade é, em sua essência, o baluarte da liberdade econômica, pois, de forma
inviolada (não sendo vítima de coerção) a sociedade pode prosperar por intermédio do
mercado, buscando caminhos mais eficientes para atender as suas necessidades.
“In a free trade world, as in a free economy in any one country, transactions
take place among private entities—individuals, business enterprises,
charitable organizations. The terms at which any transaction takes place are
agreed on by all the parties to that transaction. The transaction will not take
place unless all parties believe they will benefit from it. As a result, the interests
of the various parties are harmonized. Cooperation, not conflict, is the rule.
When governments intervene, the situation is very different. Within a country,
enterprises seek subsidies from their government, either directly or in the form
of tariffs or other restrictions on trade. They will seek to evade economic
pressures from competitors that threaten their profitability or their very
existence by resorting to political pressure to impose costs on others.
Intervention by one government in behalf of local enterprises leads enterprises
in other countries to seek the aid of their own government to counteract the
measures taken by the foreign government. Private disputes become the
occasion for disputes between governments.” (FRIEDMAN, 1979)
2.1.5 O Mercado
Nesse sentido, o Mercado é o guia oculto (SMITH 1776) das interações humanas
livres que visam ao auto interesse por meio da cooperação recíproca espontânea, sendo
qualquer atividade ou ação que mine tal processo um ataque direto à liberdade individual
e econômica.
Isolado, o indivíduo iria depender unicamente das suas próprias capacidades para
se prover, por meio do uso do seu trabalho, a fim de conseguir seu objetivo. Sozinho, o
homem não consegue ser tão produtivo quanto um grupo de indivíduos. Em coletividade,
por outro lado, e compartilhando de seus diversos conhecimentos e experiências, o
horizonte de possibilidades é inimaginável. Na sociedade, esse escopo é ampliado de
maneira imensurável e o indivíduo pode beneficiar a si e ao outro com seus
conhecimentos e habilidades. O homem isolado está limitado aos seus conhecimentos;
em sociedade, por outro lado, ele pode aproveitar todo o conhecimento disponibilizado
por seus concidadãos, bem como compartilhar os seus.
“In other words, it is largely because civilization enables us constantly to
profit from knowledge which we individually do not possess and because each
individual's use of his particular knowledge may serve to assist others
unknown to him in achieving their ends that men as members of civilized
24
society can pursue their individual ends so much more successfully than they
could alone.”(HAYEK, 1960, p. 25)
Mises continua:
“Government is a necessary institution, the means to make the social system
of cooperation work smoothly without being disturbed by violent acts on the
part of gangsters whether of domestic or of foreign origin.” (MISES, 1958. Pg.
34)
2.1.8 O Estado.
Adiante será estudado a anatomia do Estado18, suas funções e seus limites à luz
da tradição liberal. Não será objeto de estudo, portanto, a origem desta entidade, sua
evolução histórica no decorrer do tempo, desde o surgimento das primeiras civilizações
17
É consenso entre os pensadores da escola liberal clássica que o Estado é vital para o funcionamento
pacífico da sociedade. Assegurando os direitos de propriedade privada – material e pessoal – o Estado
garante que a sociedade possa prosperar. Ao definir o Estado como ‘aparato de coerção social’,
diametralmente oposto a liberdade, Mises parece entrar em um dilema quando afirma que o Poder Público
é indispensável à sociedade (ROTHBARD 1973). Pois na condição de aparato de coerção social, o Estado
passa a ser então o maior violador da liberdade econômica. É por intermédio desse dilema do liberalismo
clássico em Mises, que o economista Murray Rothbard (1973;1974) radicaliza o pensamento liberal e
propõe a escola de pensamento Libertária, em que o Estado é visto como entidade dispensável a sociedade.
18
Rothbard (1974) oferece uma análise minuciosa sobre a teoria do Estado.
26
19
Sobre bens públicos ver Varian (1996, p. 667).
20
Gwartney (2016) conclui, por meio de estudos econométricos, que países mais livres possuem taxas de
crescimento econômico exponencialmente maiores que as de países menos livres. Esta obra será discutida
na segunda parte do presente capítulo.
27
21
Rothbard (1974) descreve o ato de conscrição por parte do Estado como uma das maiores violações da
liberdade e um dos meios pelo qual o Poder Público perpetua a sua predação da propriedade privada. O
autor então radicaliza o pensamento liberal clássico e propõe a dispensabilidade do Estado.
28
age por meio de sua propriedade privada (pessoal e material) para atingir seus fins. Dessa
forma, ações livres e não destrutivas à coletividade são consideradas legitimas e por isso
não frustradas pelo Estado de Direito. .
“It is because the lawgiver does not know the particular cases to which his
rules will apply, and it is because the .judge who applies them has no choice
in drawing the conclusions that follow from the existing body of rules and the
particular facts of the case, that it can be said that laws and not men
rule.”(HAYEK, 1960, p. 153)
Ações por parte do Estado que intervenham no mercado rompem com seus limites
definidos anteriormente sob a ótica Liberal. O Poder Público, portanto, não deve interferir
nas interações humanas. O motivo pelo qual o liberalismo clássico defende que o mercado
não deve sofrer intervenções por parte do Estado, ocorre tendo em vista que esta entidade
age por meio do uso de coerção para conseguir seus objetivos, o que se caracteriza por
um ataque às liberdades dos indivíduos, ao limitar as suas escolhas no mercado (MISES,
1958).
Friedman (1979) cita como exemplo o caso Americano durante a década de 1970,
ilustrando os efeitos do intervencionismo na limitação das escolhas da sociedade e na
variação do estoque de produtos alvos da intervenção:
“The long gasoline lines that suddenly emerged in 1974 after the OPEC oil
embargo, and again in the spring and summer of 1979 after the revolution in
29
Iran, are a striking recent example. On both occasions there was a sharp
disturbance in the supply of crude oil from abroad. But that did not lead to
gasoline lines in Germany or Japan, which are wholly dependent on imported
oil. It led to long gasoline lines in the United States, even though we produce
much of our own oil, for one reason and one reason only: because legislation,
administered by a government agency, did not permit the price system to
function. Prices in some areas were kept by command below the level that
would have equated the amount of gasoline available at the gas stations to the
amount consumers wanted to buy at that price. Supplies were allocated to
different areas of the country by command, rather than in response to the
pressures of demand as reflected in price. The result was surpluses in some
areas and shortages plus long gasoline lines in others. The smooth operation
of the price system—which for many decades had assured every consumer that
he could buy gasoline at any of a large number of service stations at his
convenience and with a minimal wait—was replaced by bureaucratic
improvisation.” (FRIEDMAN, 1979. p. 14)
22
O Brasil experimentou problemas de escassez de alimentos, e de outros bens e serviços causados pela
ditadura militar (ABREU, 1989). A Venezuela, como evidenciado por Benzaquen (2017) caminha em
direção oposta a liberdade econômica, e por consequência a sociedade sofre com escassez de alimentos e
outros produtos básicos. Quanto aos efeitos nefastos causados pelo intervencionismo ver Mises
(1929;1958).
30
23
Keynesianismo, Desenvolvimentismo e Marxismo são as escolas dentre outras que defendem, variando o
grau, a participação ativa do Estado em fomentar o crescimento econômico.
24
Hong Kong, Coreia do Sul, Singapura e Taiwan.
25
Mises (1949) define que o Estado possui monopólio das forças armadas, ou meios de violência, meio pelo
qual o Poder Público protege a sociedade.
31
sociedade para ser seu maior agressor, por meio da intervenção direta e/ou indireta no
mercado.
Como visto anteriormente, a intervenção econômica por parte do Estado, além de
se caracterizar como um ataque a liberdade, desestabiliza o sistema de preços,
transmitindo informações e incentivos distorcidos à economia, o que acarreta no
rompimento da automatização do mercado. Além de desestruturar a economia dos países,
o processo intervencionista acaba por consolidar instituições extrativas. Essa linha tênue
em que o Estado pode passar de protetor da sociedade para seu maior agressor é discutido
extensivamente em escolas como a Libertária, Marxista dentre outras26.
Por fim, o caminho orientado para a liberdade é tido como o único a fomentar o
crescimento econômico sustentável, permitindo à sociedade agir de maneira livre
enquanto protegida pelo Estado. A seção seguinte busca sustentar a teoria liberal clássica
por meio de estudos econométricos, a fim de provar a relação positiva entre liberdade
econômica e prosperidade.
2.2 Instituições
26
Rothbard (1973, 1998) descreve o Estado como sendo o maior violador da propriedade privada,
subsistindo a partir da predação da propriedade privada, limitando a liberdade mediante os seus monopólios.
Rothbard (1973), portanto, advoga a extinção do Poder Público. Marx (1848) e Lenin (1899) entendem o
Estado capitalista como perpetuador da burguesia sobre o proletariado, fortificando os mecanismos
capitalistas e subjugando as classes menos abastadas, portanto, ambos defendem o surgimento do Estado
Socialista – Ditadura do Proletariado – para então atingir o ‘verdadeiro Comunismo’.
32
Acemoglu et al. (2012) argumenta que a razão para os extremos, como no caso
das Coreias29 e o motivo geral do não crescimento econômico dos países é devido às suas
27
A seção anterior discutiu os efeitos da ação do Estado na economia – intervencionismo - portanto é
consenso entre os pensadores da escola liberal que a participação ativa do Poder Público sobre o mercado
é algo negativo. Para mais informações sobre o intervencionismo histórico na América Latina, ver: NIÑO
(2016).
28
Sobre o processo de substituição de importação no Brasil e na América Latina, ver Bresser Pereira (1991;
2012).
29
Os extremos econômicos, prosperidade e pobreza, não são somente encontrados nas Coreias. Na América
do Norte também é possível observar, dentre tantos outros exemplos, as diferenças entre Nogales, Arizona
(EUA) e Nogales, Sonora (México), a primeira uma cidade com elevados padrões de vida e a última como
sendo uma região de extrema pobreza (ACEMOGLU et al.,2012,p. 19). Essa disparidade ocorre devido às
diferenças institucionais. Enquanto os EUA possuem um conjunto de instituições inclusivas, o México
consolidou em sua formação econômica instituições extrativas (ACEMOGLU et al.,2012,p.31).Extremos
institucionais são encontrados em todo o globo, como o Oeste e Leste Europeu, América Latina
(Instituições inclusivas: Chile, Peru; Instituições extrativas: Argentina, Brasil, Venezuela) etc.
33
À luz do arcabouço teórico exposto nas seções anteriores, foi observado que as
instituições inclusivas representam um papel essencial no que remete ao crescimento
econômico, amparando e protegendo legalmente as ações humanas. Na presente seção,
dar-se-á continuidade às análises teóricas de North(1991) e Acemoglu (2012) e a estudos
econométricos versando sobre a relação entre liberdade econômica e a riqueza das países
.
30
Para mais conhecimento sobre as instituições inclusivas como fator condicional para o crescimento
econômico, ver: Bauer (1957), Hayek (1945, 1960), Olson (2000), de Soto (1989) e Scully (1988, 1992).
31
Além de mercados livres, a mídia livre é segundo Roy et. al (2011) essencial para a prosperidade. Os
resultados empíricos de sua obra concluem que baixos níveis de instabilidade sociopolítica estão associados
a mídia livre. Sobre o tema, ver Williamson e Mathers (2011).
34
32
The Rule of Law, ou Estado de Direito é o arcabouço jurídico pelo qual o Estado soberano faz cumprir
sua função de protetor da propriedade privada e do indivíduo. Em sociedade, o Estado de Direito é
responsável pela harmonia entre as ações humanas, conferindo-as proteção ou punição para as ações
violentas contra indivíduos e/ou o Estado (BAUMGARTH, 1978 ). O Poder Público garante o Estado
de Direito mediante seu monopólio dos meios de violência. (MISES, 1958)
33
Quanto aos resultados de Berggren (2014) acerca dos efeitos da liberdade econômica sobre o
desenvolvimento social, ver Anexos 3,4,5 e 6.
35
34
Quanto ao papel das instituições sobre o crescimento econômico, Pal, Dutta e Roy (2011) descrevem a
importância da mídia livre em impor limites à esfera política, conferindo transparência às ações do
Estado e inibindo ações arbitrárias por parte do Poder Público sobre a sociedade.
35
Karras (1998) sustenta o argumento de Berggren (2003) ao propor que a função multifatorial neoclássica
é positivamente influenciada pela liberdade econômica.
36
Coeficiente de Gini é o índice que mensura o nível de desigualdade de uma país. O índice é uma medida
estatística de dispersão a fim de representar a distribuição de renda dos residentes de um país.
(RAVALLION e CHEN, 2005)
36
efeito fixo, A relação proposta pelo artigo, a de que a liberdade econômica impacta
positivamente o desenvolvimento econômico, é explicada em 69% pela liberdade
econômica.
O estudo recente de Cebula (2016) investiga os efeitos da liberdade econômica
na qualidade de vida, gastos em educação pública e padrões migratórios nos Estados
Unidos da América. O estudo analisou 50 estados dos EUA, excluindo-se Washington,
durante o período de 2005-2012. Fazendo-se uso de dados em painel com efeito fixo
linear, o autor conclui que estados com elevados índices de liberdade possuem
crescimento econômico maior e, portanto, atraem em 9,6% mais imigrantes ilegais.
Naudé (2004) estudou o impacto da liberdade econômica em conjunto com a
teoria geográfica de Sachs (2003) no crescimento econômico. O estudo compreende o
período de 1970 a 1990 para todo continente africano. Naudé (2004) emprega o método
de efeito fixo e aleatório para estimar o modelo e conclui que instituições inclusivas,
liberdade econômica bem como as variáveis geográficas influenciam positivamente no
crescimento econômico dos países africanos.
Yamarik e Redmon (2017) estudaram a relação entre liberdade econômica e
corrupção durante o período de 1995 e 2012 para uma amostra de 164 países,
utilizando-se de variáveis como estabilidade política, PIB per capita, investimento
externo, antiga colônia britânica e protestantismo. Os autores concluíram que um nível
elevado de liberdade econômica não reduz necessariamente a corrupção de um país.
Yamarik e Redmon (2017) descrevem:
“We used a principal-agent-client model to develop theoretical possibilities
for freedom to lower corruption under a “helping hand” and for corruption to
lower freedom under a “grabbing hand.” Using a series of panel GMM
estimators, we found strong and robust evidence that corruption lowers
economic freedom, but little evidence that freedom reduces corruption.
Instead, we found that GDP per capita, FDI, political stability, democracy,
and resource rents are all significant determinants of corruption. Policy
implications from these results are complicated because a country cannot
abruptly increase output, FDI, democracy or its reliance on natural resources.
“ (YAMARIK; REDMON. 2017. Economic Freedom and Corruption.
Department of Economics, California State University, Long Beach, CA. p.
19)
37
As crises do petróleo ocorreram em 1973 e 1979 (HOBSBAWM, 1994)
37
países. Em ambas as obras, o autor aponta para a relação positiva entre as variáveis,
além de provar o melhor poder explicativo da teoria institucional sobre a teoria
geográfica de Sachs (2001, 2003) e Diamond (1997) (GWARTNEY 2008).
Karras e Ayal (1998) por meio de estudos de regressão, usando 13 componentes
de liberdade econômica como variáveis independentes (crescimento monetário,
variação da inflação, tamanho de mercado,etc.) concluem que a liberdade econômica
eleva o crescimento econômico via o aumento da produtividade total e do acumulo de
capital. O estudo em questão analisou 58 países durante o período de 1975-1990,
fazendo uso do índice Economic Freedom of the World – EFW Fraser index.
Gwartney et al. (2004) analisaram 99 países no período de 1980-2000, utilizando
o índice Economic Freedom of the World – EFW Fraser index em estudos de regressão e
concluíram que cada unidade adicional do rank de liberdade econômica elevará em 2,16%
a parcela de investimento/PIB e 1,24% na taxa de crescimento anual de capital por
trabalhador. Países com rank maior que 7,0 têm sua taxa de investimento elevada em
13,6% maior que a de países com rank de liberdade econômica entre 5,0 e 6,99. Para
estudar a relação entre liberdade econômica e crescimento, os autores usaram variáveis
independentes como: distância em quilômetros da costa, proximidade a grandes centros
comerciais, posição quanto aos trópicos e etc. Gwartney (2004) conclui que a taxa de
crescimento do PIB per capita é elevado em 1.24% para cada unidade adicional do índice
de liberdade econômica.
O estudo econométrico de regressão de Gwartney (2008) conclui que para cada
unidade adicional no rank de liberdade econômica, a taxa de crescimento se eleva, em
média, 1,5% (variáveis utilizadas; população costeira, investimento privado/PIB,
investimento público/PIB, crescimento de capital humano, etc). O artigo investiga 141
países durante 1980-2005 e utiliza o índice Economic Freedom of the World – EFW
Fraser index.
Cole (2005) analisa a relação entre liberdade econômica e a taxa de crescimento
do PIB per capita para o período de 1980-1999 para 123 países, o autor faz uso da teoria
institucional e geográfica para explicar a prosperidade dos países. As variáveis
independentes do modelo são, investimento, taxa de fertilidade, índice de liberdade
econômica EFW – Fraser index, escolaridade, posição tropical, distância mínima em
relação a costa e distancia aos grandes centros econômicos. O autor conclui que:
“Perhaps the most important conclusions of this study relate to the role of
economic freedom. Higher degrees of economic freedom, as measured by the
EFW index, are associated with higher rates of economic growth. The main
channel of influence appears to be through a direct "productivity effect," since
many of the components of the EFW index amount to measures of price
distortions, which can be expected to affect economic growth through their
effects on efficiency in the allocation of resources. An indirect "incentive
effect" via the investment rate may also be present, but the evidence is less
clear on this point (though there does appear to be a strong positive
relationship between economic freedom and the productivity of
investment).(COLE, Julio, 2005. Economic freedom and world economic
growth: evidence and implications. RLDE. N.5 La Paz. Outubro de 2005.)
38
Por fim Cole (2005) aponta que a teoria geográfica possui melhor poder
explicativo em descrever o crescimento econômico, se comparado com a teoria
institucional.
Hussaine e Haque (2016) em seu artigo econométrico chegam a conclusão que
a taxa de crescimento está positivamente associada ao índice de liberdade econômica (o
coeficiente é de 0,12 e é significativo no nível de 5%). Isto significa que quanto mais livre
for um país, maior será sua taxa de crescimento anual. O estudo de regressão em questão
utilizou o índice de liberdade econômica Heritage Foundation/Wall Street
Journal(HF/WSJ) para 186 países nos períodos de2004 – 2014 e, individualmente, os
anos de 2013, 2014 e 2015. Quanto às variáveis independentes, foi utilizado no artigo a
liberdade econômica, exportação de bens, expectativa de vida, matricula escolar e
investimento direto estrangeiro. Os autores utilizaram o métodos de efeito fixo e aleatório
para estimar o modelo
Antes dos estudos de North (1993), o crescimento econômico dos países era
atrelado ao progresso técnico, a partir do modelo de Solow (1956). As diferenças entre as
riquezas dos países era resultado, de acordo com o modelo neoclássico, do avanço
tecnológico. Seguindo essa corrente de pensamento, vale destacar os estudos de
Mankiwet al (1992), no qual o modelo de Solow é ampliado ao adicionar as variáveis de
acumulo de capital humano e capital físico. Por meio da regressão, Mankiw (1992)
conclui que o modelo ampliado de Solow é responsável por explicar 80% da variação da
renda per capita doas países.
“To test the augmented Solow model, we include a proxy for human-capital
accumulation as an additional explanatory variable in our cross-country
regressions. We find that accumulation of human capital is in fact correlated
with saving and population growth. Including human-capital accumulation
lowers the estimated effects of saving and population growth to roughly the
values predicted by the augmented Solow model. Moreover, the augmented
model accounts for about 80 percent” (MANKIW et at, 1992. A contribution
to the empirics of economic growth The Quarterly Journal of Economics,
May 1992.)
Por fim, a última teoria a tentar explicar o crescimento econômico dos países foi
desenvolvida por Sachs (2003), em que este postula a prosperidade como sendo oriunda
da localização geográfica dos países. Pode-se destacar três variáveis do estudo de Sachs
(2003) para explicar o crescimento econômico, a saber, a) proporção da área de um país
localizada nos trópicos, b) distância aérea mínima (em quilômetros) dos maiores centros
comerciais (Nova York, Rotterdam e Tokyo), c) porcentagem da população vivendo a
100km da costa. Sachs (2003) descreve que o crescimento econômico é inversamente
proporcional a variável Localização nos Trópicos e diretamente proporcional as demais
variáveis Distancia aos Grandes Centros Comerciais e Localização Costeira.
Por fim, Gwartney (2004;2008; 2016) propõe que as três teorias do crescimento
econômico possuem, isoladas, certo poder explicativo quanto a prosperidade dos países.
39
38
Friedman (1979, p. 14)
39
A confirmação da teoria liberal clássica pode ser evidenciada observando-se as disparidades
entre países com altos e baixos índices de liberdade econômica nos Anexos 11,12,13 e 14
40
Gwartney (2004, 2016), Berggren (2014)
41
Gwartney (2004) e Gwartney (2008) discutem o melhor poder explicativo da teoria institucional
sobre a teoria geográfica de Sachs (2003). No entanto, ambos os autores propõem a integração entre ambas
as teorias para melhor entender a razão da prosperidade.
42
AcemogluEt. Al (2012)
43
Friedman (1979, p.63) discute essa dicotomia
40
44
Ver Anexos 8, 9 e 10
41
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa tem como foco analisar a relação entre liberdade econômica
e a prosperidade dos países, empregando-se o modelo de regressão múltipla linear, com
dados em painel e utilizando o método de efeito fixo e aleatório. A partir do liberalismo
clássico em Locke (1690) e Smith (1776), a origem da riqueza das nações foi teorizada
como fruto da liberdade e, com o advento da escola Austríaca pensadores como Menger
(1871) e Mises (1929) aprofundaram a teoria liberal clássica, explicando o fracasso de
outros sistemas45 em prover a prosperidade. A partir da década de 1980, a criação de
índices que mensuravam a liberdade econômica dos países, como Heritage Foundation e
EFW – Fraser Institute, possibilitaram aos estudos econométricos a investigarem
empiricamente a relação entre liberdade e prosperidade, como teorizado pelos pensadores
iluministas.
Autores como Hussaine e Haque (2016), Georgiou (2015), Hafer (2013), Scully
(2002), Hann e Sturm (2000), Weede e Kampf (2002), Berggren (2014), Karras (1998),
Gwartney (2004;2008), dentre outros, discutidos no capítulo 2, compõem a miríade de
estudos econométricos versando sobre o tema proposto na presente monografia.
O presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa de abordagem quali-
quantitativa, qualitativa pois compreende a análise do comportamento humano e da
dinâmica das relações sociais (GIL, 2002. Pg. 133). No capítulo 2, foi estudado a ação
humana mediante a praxeologia, que é um instrumental teórico desenvolvido por Mises
(1949). E a dinâmica institucional – instituições inclusivas e extrativas - em North (1993)
e Acemoglu et al. (2012), a fim de compreender a relação entre liberdade individual,
crescimento econômico e o Estado, sob a ótica liberal clássica.
A abordagem quantitativa da presente pesquisa estará baseada no estudo
econométrico de regressão no capitulo 4 com o intuito de sustentar a teoria liberal clássica
e provar a hipótese central deste trabalho: a liberdade econômica e a dinâmica
institucional são fatores condicionais para o crescimento econômico.
“A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo
positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na
análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos
padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem
matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre
variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa
permite recolher mais informações do que se poderia conseguir
isoladamente.” (FONSECA, 2002, p. 20)
45
Mises (1929) descreve a existência de três sistemas econômicos, a saber, capitalismo, socialismo e
intervencionismo, sendo somente o primeiro a proporcionar o crescimento econômico sustentável e a
garantir a liberdade individual e propriedade privada.
42
46
Os Anexos 15 e 16 contêm, respectivamente, a lista dos países analisados para os períodos de 1970-2000
e 2000-2014.
43
47
As categorias 1 – tamanho do governo e 5 – regulação representam as instituições políticas dos países de
acordo com Gwartney (2004; 2008; 2016).
48
O índice de liberdade econômica EFW foi criado em 1995 pelo instituto Fraser (GWARTNEY, 2008).
44
49
Para mais detalhes sobre a teoria de localização, as variáveis geográficas escolhidas na presente
monografia e o banco de dados desenvolvido por Sachs (2003) ver Gallup, Sachs, e Mellinger (1999; 2003)
45
3.2 Amostragem
50
São 193 os países membros da ONU que possuem igual representação perante a Assembleia Geral. Para
mais detalhes ver <http://www.un.org/en/member-states/> acessado em: 02/01/2018
51
Nos estudos de Gwartney (2004; 2008) o autor exclui os países Bahrein, Kuwait, Omã e Emirados Árabes
Unidos, na medida em que o PIB destes países é majoritariamente influenciado pela condição do mercado
de petróleo bruto. Dessa forma a presente monografia segue o método de Gwartney (2004; 2008) em excluir
os países supracitados.
47
Caso a hipótese H0 não for rejeitada o método por efeito aleatório é o mais
apropriado, se H0 for rejeitado será escolhido o estimador por efeito fixo.(GUJARATI,
2011)
Além da riqueza analítica proporcionada por amostras maiores e a análise do
comportamento dos indivíduos ao longo do tempo, a utilização de dados em painel
confere ainda a possibilidade de mitigar o efeito de omissão de variáveis que descrevem
ou proporcionam unicidade aos indivíduos analisados, como na presente monografia, que
se propõe averiguar a relação entre liberdade econômica e prosperidade, embora aspectos
étnicos, políticos, religiosos, históricos e culturais também tenham impactos no
crescimento econômico. (HSIAO, 1986). Gujarati (2011) descreve que a aplicação do
modelo de efeito fixo consiste em combinar as observações e atribuir a cada unidade de
52
Gujarati (2011) classifica colinearidade como sendo a existência de correlação significativa entre as
variáveis independentes
48
corte transversal sua própria variável dummy53, ou intercepto. Assim, embora o intercepto
possa diferir entre indivíduos, a variável dummy, ou intercepto, de cada indivíduo é
constante no tempo, caracterizando o efeito fixo.
Segundo Wooldridge (2011) o modelo de efeito fixo estima os parâmetros das
variáveis explicativas partindo do pressuposto que há estrita exogeneidade para os
regressores, ou seja a variável X não pode ser correlacionada com qualquer erro.
Sendo a equação linear com efeitos não observados:
Yit= αi + βxit + µit (4)
Em que Yité a variável dependente, αi o intercepto de Y, xita variável explicativa
e β o parâmetro de x, e por fim µit o erro. Wooldridge (2011) define que quando i descreve
os indivíduos do modelo, αi é tido como o efeito individual, ou heterogeneidade
individual. O termo erro, µit, passa a ser classificado como erro idiossincrático, na medida
em que varia aleatoriamente para todos os indivíduos observados e períodos.
(WOOLDRIDGE 2011).
De acordo com Gujarati (2011) o modelo de efeito fixo pressupõe ainda que αi
representa os parâmetros a descreverem a população. A regressão a partir de efeito fixo
com a adição de variáveis dummy é:
Yit= β0 + Σkj=1βjxit + α2I2 + . . . + αnIn + µit (5)
Em que Iji=1 se j=i, Iji=0 se j≠i. Os estimadores de αj são as variáveis dummy, ou
binarias. O intercepto β0 se caracteriza como o efeito para o indivíduo. Sendo a unidade
de referência i=1. Dessa forma, cada coeficiente αj representará a diferença em relação à
unidade de referência (i=1). (WOOLDRIDGE 2011).
Assim, o modelo de Efeito Fixo parte do pressuposto de que há heterogeneidade
não observada, isto é, características individuais que são captadas pelo intercepto. Assim,
é possível controlar o viés dos estimadores oriundo da omissão de variáveis não
observável. (GUJARATI, 2011)
Hsiao (1986) aponta para o fato de que o método de dados longitudinais, em
painel, oferece além de maior número de dados, a elevação dos graus de liberdade e a
redução de colinearidade entre as variáveis explicativas. Outro ponto notável sobre a
vantagem de dados em painel sobre séries temporais e cortes transversais é, segundo
Hsiao (1986), o controle da heterogeneidade do modelo, ao estimar efeitos individuais.
No que tange a análise entre a liberdade econômica e a riqueza dos países , autores como
Berggren (2014), Scully (2002), Hafer (2013), Georgiou (2015), Karras (1998),
Gwartney (2004; 2008), empregaram o modelo de efeito fixo a fim de corrigir o viés
oriundo da endogeneidade, isto é a correlação da variável explicativa X it com o erro µit
(WOOLDRIDGE 2011, p.50). Segundo Wooldridge (2011) a endogeneidade pode ser
causada por três fatores, a saber omissão de variáveis, erro de mensuração e
simultaneidade. Kang (2012) explica que além do viés, a endogeneidade é responsável
53
Variável dummy, ou binária, assume valor 1 para determinada categoria e 0 para categoria
mutualmente exclusiva à primeira. (GUJARATI 2011)
49
54
Wooldridge (1991) discute extensivamente sobre regressão robusta e seus efeitos em controlar
problemas de estimação causados por violações dos pressupostos como no caso da heterocedasticidade.
51
β6DCit = Distância aos grandes centros comerciais (Tóquio, Nova York e Roterdã)
µit = termo de erro
A base de dados utilizada nesse trabalho como fonte para a estimação do modelo
econométrico, a fim de provar a relação positiva entre liberdade econômica e
prosperidade, foi extraída, em parte, do The World Bank group para as variáveis
Agregado Monetário (Broad Money em inglês – BD),(EXPit) Exportação de Bens e
Serviços (% do PIB), (LEit) Expectativa de vida em anos, (FIit) entrada liquida de
investimento direto estrangeiro (balança de pagamentos, dólar atual) e a taxa de
crescimento do PIB per capita das países analisadas. Como dito anteriormente, o índice
de liberdade econômica foi extraído do Fraser Institute – Economic Freedom of the World
index, as variáveis geográficas Distância dos Grandes Centros Comerciais, Proximidade
ao Litoral e Posição Tropical são originadas do Center for International Development,
Harvard a partir do estudo de Gallup, Sachs and Mellinger (1999). A estimação
econométrica foi feita por meio do software STATA.
53
4 RESULTADOS
Este capitulo contém os resultados obtidos pela regressão linear múltipla usada
para averiguar a relação entre liberdade econômica e prosperidade durante os períodos de
1970-2000 para 47 países e 2000-2014 para 135 países. Como descrito na metodologia,
o teste de Breusch e Pagan (1979) foi utilizado a fim de constatar a presença de
heterocedasticidade no modelo. Ocorreu a rejeição da hipótese nula de
homocedasticidade em ambos os períodos analisados e, portanto, foi executado a
regressão robusta a fim de corrigir os efeitos de estimação nos parâmetros causados pela
variabilidade do erro (WOOLDRIDGE, 2011). Os valores dos testes supracitados bem
como as estimações do modelo constam nas tabelas 3 a 7.
De maneira a examinar qual método, efeito fixo ou aleatório é o mais apropriado,
aplicou-se o teste de Hausman. Para o período de 1970-2000, a hipótese nula foi aceita,
sendo o método por efeito aleatório o mais apropriado para estimar o modelo
(GUJARATI, 2011). Por outro lado, o teste conduzido no período de 2000-2014 rejeitou
a hipótese nula, assim, o método por efeito fixo se mostrou o mais apropriado.
O coeficiente da variável EFWit (índice de liberdade econômica mundial – Fraser
Institute) presente na tabela 2 denota que o regressor possui influência positiva sobre o
PIB per capita, sendo estatisticamente significante para o intervalo de confiança de 95%.
Ademais, o coeficiente obtido para o período de 1970-2000 é condizente com os
resultados de Gwartney (2004) e Hussain e Haque (2016), em que os coeficientes da
variável liberdade econômica são respectivamente 0.48 e 1.10. Outrossim, a regressão do
presente modelo estipula que, tudo o mais constante, cada unidade adicional de liberdade
econômica é responsável pela elevação de 0.74 da taxa de crescimento do PIB per capita
durante o período de 1970-2000.
Tabela 3 - Resultados das estimativas da equação de regressão linear utilizando o método
de efeito aleatório e fixo sobre a relação entre liberdade econômica e crescimento
econômico durante o período de 1970-2000 para 47 países.
(continua)
Variável dependente: taxa de crescimento anual do PIB per capita, 1970-2000
Variáveis Efeito aleatório Efeito fixo
Coeficientes
Liberdade econômica 0.7487073** 0.5992723
(0.3699347) (0.416384)
Exportação de bens e serviços 0.0134186 0.0358862
(0.0243883) (0.0688512)
Expectativa de vida -0.0853883 -0.311123**
(0.1075456) (0.129416)
Investimento estrangeiro 4.59e-12 8.47e-12**
(3.87e-12) (3.03e-12)
Agregado monetário 5.15e-16 4.03e-16
(1.61e-15) (1.57e-15)
Posição Tropical 2.703065 0
(1.466223) (Variável omitida)
54
55
Sachs (2003) descreve que países mais próximos aos trópicos têm o crescimento econômico menor se
comparados a países em regiões temperadas. Isto ocorre devido a presença de doenças como malária, a
baixa produtividade da agricultura em virtude do clima e baixa produtividade do capital humano.
56
5 CONCLUSÕES
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ANEXOS
68
Fonte: Fraser Institute – EFW. GWARTNEY. James; LAWSON, Robert; HALL, Joshua.
Economic Freedom of the World 2016 annual report. Fraser Institute. 2016.Disponível
em:https://www.fraserInstitute.org/studies/economic-freedomAcesso em: 28 Jun. 2017.
69
Anexo 2 –
Fonte: Fraser Institute – EFW. GWARTNEY. James; LAWSON, Robert; HALL, Joshua.
Economic Freedom of the World 2016 annual report. Fraser Institute. 2016.Disponível
em:https://www.fraserInstitute.org/studies/economic-freedomAcesso em: 28 Jun. 2017
70
Anexo 3 –
Nota: o eixo horizontal contém o índice de Liberdade econômica (EFW) e o vertical o nível de
confiança como contabilizada pelo autor, é possível observar uma nítida relação positiva entre as variáveis.
Fonte: replicação do gráfico como utilizado no artigo do autor citado, a saber, Berggren (2014, pg
53).
Anexo 4 –
Nota: o eixo horizontal contém o índice de Liberdade econômica (EFW) e o vertical o nível de
tolerância em relação a homossexuais, é possível observar uma nítida relação positiva entre as variáveis.
71
Fonte: replicação do gráfico como utilizado no artigo do autor citado, a saber, Berggren (2014, pg
58)
Anexo 5 –
Nota: o eixo horizontal contém o índice de Liberdade econômica (EFW) e o vertical o nível de
tolerância em relação outras raças, é possível observar uma nítida relação positiva entre as variáveis.
Fonte: replicação do gráfico como utilizado no artigo do autor citado, a saber, Berggren (2014, pg
58).
Anexo 6 –
Nota: o eixo horizontal contém o índice de Liberdade econômica (EFW) e o vertical o nível de
importância em ensinar tolerância as crianças, é possível observar uma nítida relação positiva entre as
variáveis.
Fonte: replicação do gráfico como utilizado no artigo do autor citado, a saber, Berggren (2014, pg
58).
Anexo 7 –
Fonte: replicação do gráfico como utilizado na obra de Gregory Clark (2008) A Farewell to Alms:
a brief economic history of the world.
73
Anexo 8 –
Anexo 9 –
Anexo 10 –
Legenda: eixo horizontal: quartil de liberdade econômica; expectativa de vida no nascimento, total (anos),
2014. Nota: a expectativa de vida é de 20 anos maior em países mais livres se comparados com os menos livres Fonte:
Gwartney, Lawson and Hall, 2015, Economic Freedom of the World: 2015 Annual Report; World Bank, 2016, World
Development Indicators.
Anexo 11–
Tabela – 8 Os países mais livres e menos livres economicamente do continente
Asiático.
Posição País Pontuação (0 a 10)
23º Taiwan 7.65
40º Japão 7.42
42º Coreia do Sul 7.40
45º Mongólia 7.39
112º Índia 6.50
113º China 6.45
121º Bangladesh 6.35
127º Timor leste 6.14
148º Myanmar 5.39
Fonte: Elaboração própria a partir do índice Economic Freedom of the World (EFW) de 2014
75
Anexo 12 –
Tabela 9 Os países mais livres da Europa (Oeste e Leste europeu)
Posição País Pontuação (0 a 10)
4º Suíça 8.25
5º Irlanda 7.98
10º Reino Unido 7.93
15º Lituânia 7.81
19º Estônia 7.70
81º Croácia 7.00
86º Grécia 6.93
90º Turquia 6.86
102º Rússia 6.66
Fonte: Elaboração própria a partir do índice Economic Freedom of the World (EFW) de 2014.
Anexo 13 –
Tabela 10 Os países mais livres e menos livres economicamente do continente
Africano
Posição País Pontuação (0 a 10)
54º Uganda 7.34
59º Botswana 7.27
105º África do Sul 6.64
140º Moçambique 5.81
147º Rep. Dem. Congo 5.49
158º Líbia 4.58
Fonte: Elaboração própria a partir do índice Economic Freedom of the World (EFW) de 2014.
Anexo 14 –
Tabela 11 Os países mais livres pertencentes a América Latina
Posição País Pontuação (0 a 10)
13º Chile 7.83
52º Peru 7.35
74º Uruguai 7.08
88º Paraguai 6.88
122º Bolívia 6.34
124º Brasil 6.27
156º Argentina 4.81
Fonte: Elaboração própria a partir do índice Economic Freedom of the World (EFW) de 2014
76
Anexo 15
Tabela 12 - Lista de países em inglês e português para o período de 1970-2000
(continua)
Fonte: elaboração própria a partir do índice de liberdade econômica EFW – Fraser Institute
Anexo 17
Tabela 14- Lista de países em inglês e português para o período de 2000-2014
(continua)