UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG

INSTITUTO DE LETRAS E ARTES – ILA

CURSO DE LETRAS
DISCIPLINA: MORFOSSINTAXE I / 2015 / TURMAS A e B
Prof.ª Dr.ª Marilei Grantham

1 A Responsabilidade dos Jornais além das Redações

2 Marta Gleich
3 (Editora-Chefe do Zero Hora de Porto Alegre)
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 5 O ser humano melhora ou piora com o passar dos séculos? Se pudéssemos pôr de um lado
6todo o mal do mundo e, de outro, todo o bem do mundo, para que lado penderia hoje a balança? Madre
7Teresa de Calcutá puxaria o ponteiro para o bem. Pol Pot, o líder comunista que matou pelo menos 1
8milhão de cambojanos, para o mal. Mas o ser humano comum, eu, você, essa pessoa que está aí do seu
9lado, está melhorando ou piorando?
10 Quanto há de Madre Teresa ou de Pol Pot em cada um? Somos melhores ou piores do que há
1110 anos?
12 No Brasil, nos últimos tempos, está ocorrendo algo que se rotulou uma "cruzada ética". Somos
13todos contra a morte de meninos de rua. Desenvolvemos total ojeriza à corrupção na política.
14Denunciamos atentados contra a liberdade e os direitos humanos. Somos a favor da cidadania, do
15desenvolvimento sustentável, da democracia. Somos contra as discriminações e a violência. Estamos
16mesmo melhorando? Como se explica que consigamos dormir depois de ver uma criança dormindo na
17rua? Que espécie de ser humano é esse que dorme o sono dos justos sem se dar conta de que é co-autor
18da miséria e da injustiça? Como é que se explica este clamor feroz contra a corrupção e um clamor
19apenas pálido contra a miséria, só para continuar no mesmo assunto? Por que escolhemos a corrupção
20e não a miséria? Por que CPI dos Precatórios é manchete de jornal e uma criança dormindo na rua não
21é? Qual dos dois é mais grave? Qual dos dois deveria pesar mais?
22 O ser humano é engraçado. Evolui por etapas, por setores. Ninguém diz isso, mas na prática
23andamos desse jeito: "A corrupção me dá engulhos, mas convivo bem com a miséria". Que ser
24destroçado e esquizofrênico é este? Por que não conseguimos pender a balança para o bem por
25completo?
26 De quem é a responsabilidade? Ah, deve ser do governo. Gente comum como eu e você não
27tem nada a ver com isso. Ok, não dá para sair catando crianças na rua e levando para casa. Ninguém
28vai resolver sozinho o abandono de meninos e meninas. Mas, coletivamente, onde estamos colocando
29nossas forças? E, mesmo individualmente, qual a irresponsabilidade de cada um?
30 A responsabilidade da imprensa nesta balança desequilibrada é importante. Que espécie de
31jornalistas temos sido? Ao escolher este ou aquele assunto, levamos em conta nosso papel social?
32 O jornal tem que mostrar os bons exemplos. Tem que dar as boas notícias. Tem que educar e
33contribuir. Isso não significa perder a independência, optar por um dos lados da história ou fazer
34páginas cor-de-rosa.
35 Ou mudamos de postura e fazemos o jornal-cidadão ou continuamos fazendo de conta de que
36não temos nada com isso. Esquecemos o menino lá na rua e fingimos que dormimos bem.
37 QUESTÕES
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391. Observa os vocábulos “menino” (linha 22) e “governo” (linha32) e:
40 1.1. Realiza a análise mórfica e identifica os morfemas;
41 1.2. Comenta as noções teóricas relacionadas com os morfemas encontrados;
42 1.3. A partir desses vocábulos, forma outros dois, pelo acréscimo de morfemas derivacionais;
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442. Explica a diferença entre morfemas flexionais e derivacionais e, tomando como base essa
45 classificação, analisa o vocábulo “ponteiro” (linha 3) e compara-o com o vocábulo “ponteira”.
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473. No enunciado “Que espécie de ser humano é este que dorme o sono dos justos...” (l. !3), o
48 vocábulo “justos” está no plural.
49 Analisa essa ocorrência, identificando o tipo de morfema que forma esse plural. E
50compara-o com o vocábulo ser, mostrando como se daria a formação do plural e identificando o
51tipo de morfema que apareceria nesse caso.
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534. Analisa os morfemas sublinhados nas palavras abaixo:
54 4.1. desenvolvimento (l.11)
55 4.2. coletivamente (linha 24)
56 4.3. desequilibrada (l.26)............................................................
57 4.4. jornalistas (linha 27): ........................................................
58 4.5. independência (linha 29): ............................................................
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