Paulo Margutti
FAJE
1. Introdução
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que respeitam as regras da inferência válida e, mesmo assim constituem falácias; segundo, o
daqueles que desrespeitam as regras de inferência válida e são, da mesma forma, falaciosos.
O primeiro grupo subdivide-se em argumentos cuja validade é explicável em nível inter-
sentencial ou intra-sentencial, enquanto o segundo compreende apenas o nível intra-
sentencial. O quadro abaixo apresenta a lista dos principais argumentos retóricos com base
nessa divisão. Ela, porém, não é exaustiva, apenas buscando estabelecer alguma ordem na
enumeração dos mesmos.
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2. Argumentos que respeitam as regras da inferência válida
Temos de optar por eleições com votantes qualificados para evitar o apelo à
emoção popular.
Portanto, devemos escolher as eleições indiretas para impedir o recurso à
demagogia.
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Notemos aqui que, enquanto expressa uma inferência, o argumento é válido, pois as duas
sentenças se equivalem e podemos, assim, obter uma a partir da outra. Na demonstração
porém, da conclusão, não podemos usá-la como premissa, pois nesses caso não estaríamos
provando coisa alguma. O círculo vicioso deve ser evitado aqui.
Por vezes, uma petição de princípio é construída através de uma série de
argumentos que, pela distância da conclusão à premissa que a ela é equivalente, mascaram a
circularidade. O exemplo esquemático abaixo ilustra essa forma de argumentação.
D porque A
C porque D
B porque C
A porque B
logo, A.
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A isto, os patrões poderiam responder:
Nos dois casos, o que temos é a criação de uma disjunção com o objetivo de provar uma de
suas alternativas. O que os empregados pretendem com a sua disjunção é que os patrões
raciocinem assim:
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Ou voltamos ao trabalho ou não haverá diálogo.
Haverá diálogo (porque precisamos dele para obter o aumento)
Logo, voltamos ao trabalho.
Os patrões reforçam sua posição através do seguinte argumento, que também funciona
como contrapartida do anterior:
Aqui, novamente, toda a argumentação depende da correção da disjunção que está na base.
Ora, é fácil constatar que a volta ao trabalho e a existência de diálogo não são logicamente
disjuntas. Essa também é uma disjunção política, criada para defender uma posição bem
definida no contexto da greve. Outra vez, os argumentos empregados são corretos, mas
apoiados numa disjunção que ultrapassa os limites da Lógica Formal, articulando
alternativas tais que uma não é relevante para a demonstração da outra.
Alguns argumentos têm sido utilizados com muita freqüência em nossa cultura
ocidental, constituindo os exemplos clássicos do silogismo disjuntivo retórico. Dentre eles,
destacam-se os seguintes:
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Um exemplo que ilustra bem esse tipo de argumento é o utilizado pelo governante
autoritário, quando diz:
Como exemplo, podemos citar o caso do aluno reprovado que tenta demonstrar
ao professor quão danosas serão as conseqüências dessas reprovação em sua vida:
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A contrapartida, aqui também, é o argumento que reforça essa situação pela
desgraça que poderá ocorrer:
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Se fulano possui essa qualidade, então fulano assume essa posição.
Ora, fulano não assume essa posição.
Logo, fulano não possui essa qualidade.
O modus tollens tem também utilidade aqui, pois o mesmo pistoleiro ainda
poderia dizer:
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Certamente esse interlocutor despertará a ira do professor, impedindo um bom
desenlace para a discussão.
De um modo geral, como se pode ver, o argumento ad hominem tenta mostrar,
através de uma condicional cujo antecedente não é relevante para o conseqüente, interesses
ou circunstâncias que comprometam definitivamente um dos interlocutores de uma
discussão.
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Se não há prova de que Deus não existe, então Deus existe.
Ora, não há prova de que Deus não existe.
Por conseguinte, Deus existe.
Com base no aforismo que diz ser a voz do povo idêntica à voz de Deus (vox
populi, vox Dei), é possível construir uma condicional que fundamente um argumento de
forte apelo emocional à multidão. Seu esquema é o seguinte:
Como se pode ver, o que justifica esse argumento é a idéia de quantidade: se todos fazem
ou dizem tal coisa, então fazer ou dizer tal coisa é correto. Os políticos e os comunicadores
de todos os tipos conhecem a sua força e utilidade. Nem sempre, contudo, é preciso fazer
uma referência explícita ao "povo". Eis alguns exemplos:
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c) Se todos acreditam que a mulher é dependente, então ela possui natureza
dependente.
Ora, todos acreditam que a mulher é dependente.
Logo, a mulher possui natureza dependente.
Se todos fazem ou dizem tal coisa, ela é um lugar comum a ser evitado.
Ora, todos fazem ou dizem tal coisa.
Portanto, ela é um lugar comum a ser evitado.
Todas as propagandas que tentam provar que apenas pessoas "especiais" têm certas crenças,
consomem determinado produto ou assumem determinados comportamentos, recorrem a
esse tipo de argumentação. Da mesma forma que criticamos o argumento ad populum no
item anterior, vemos aqui também que essas atitudes e preferências, só pelo fato de
pertencerem a pessoas "especiais", não são necessariamente corretas.
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2.1.3.5. Apelo à autoridade (argumentum ad verecundiam)
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seus patrões. Estes últimos, num dado momento da discussão, podem alegar que estão
tendo prejuízos de qualquer maneira através do seguinte dilema:
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Se a greve continua, não há diálogo possível.
Se não há diálogo possível, temos de aplicar a lei.
Logo, se a greve continua, temos de aplicar a lei.
Como se pode ver, é sempre possível adaptar um argumento válido, simples ou complexo,
às necessidades da persuasão. Não nos estenderemos mais sobre esse assunto. Passemos
agora ao outro tipo de argumento retórico.
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O aumento dentro da lei é um aumento justo.
O argumento é logicamente válido, mas não é isso que interessa. No calor da discussão,
essa sentença implícita, de caráter duvidoso, pode permanecer aceita sem discussão por
muito tempo, até ser revelada por alguém. Mas pode também permanecer elíptica durante a
discussão e colaborar significativamente para a vitória de uma das partes.
Neste caso, foi usado o mesmo nome São Francisco para duas entidades diferentes. Do
ponto de vista puramente formal, temos de considerar válido o argumento. Apenas quando
levamos em conta o que nome São Francisco tem dois sentidos diferentes é que temos
condições de invalidar o argumento. As regras formais, contudo, que pressupõem a
conservação do sentido de cada termo do argumento, não têm como detectar a ocorrência de
fatos como esse, que desrespeitam tal pressuposição.
Como exemplo de equívoco conclusão persuasiva, temos:
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Aqui, o termo pedir esmolas foi tomado em duas acepções, conforme a finalidade da
solicitação. Primeiramente, significa o ato do mendigo que pede a esmola para garantir seu
sustento individualmente, permanecendo na rua. A primeira premissa usa pedir esmolas
nessa acepção. Segundamente, significa o ato da associação de caridade, que pede a esmola
para garantir o sustento do mendigo, retirando-o da postura mendicante e da rua. Ora, a
segunda premissa usa pedir esmolas nessa nova acepção. Confundir as duas leva à
conclusão incorreta de que as associações de caridade constituem um problema que, bem ou
mal, tentam resolver. Se desejamos demonstrar que essas associações constituem, elas
também, um problema social, teríamos que recorrer a outras premissas.
Nesse segundo exemplo, as regras formais da inferência válida até agora
apresentadas também são insuficientes para identificar a falha.
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estamos acoplando a classe representada por empregado mal-remunerado a uma outra,
representada por está em extinção. No primeiro caso, a relação entre nome e predicado é de
pertinência de um elemento a um conjunto. No segundo, a relação entre predicado e
predicado é de inclusão de um conjunto em outro conjunto. Aqui, o termo empregado mal-
remunerado teve de ser tomado coletivamente, ou seja, como algo que é atribuído aos
elementos da classe enquanto propriedade partilhada por todos em comum. Ora, é certo que
ambos os sentidos pertencem ao mesmo predicado empregado mal-remunerado. Todavia, é
certo também que a troca de um sentido pelo outro pode gerar argumentos incorretos, com
o que vai abaixo:
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Cada deputado é politicamente hábil.
A Assembléia Legislativa é a reunião de todos deputados.
Logo, a Assembléia Legislativa é politicamente hábil.
Neste caso, o predicado politicamente hábil, da primeira premissa, tem um claro sentido
divisivo, expresso pelo termo cada. De acordo com ele, ficamos sabendo que cada deputado
pertence à classe dos politicamente hábeis. Na conclusão, porém, ficamos sabendo que a
propriedade de ser politicamente hábil foi atribuída à Assembléia Legislativa como um
todo. Nem sempre a reunião de indivíduos politicamente hábeis é capaz de dar origem a um
corpo que também seja politicamente hábil. Pode haver tantas divergências que, no
conjunto, a incompetência política da Assembléia Legislativa seja evidente. Passamos
incorretamente do sentido divisivo ao coletivo, realizando, assim, a chamada falácia da
composição. O argumento não é válido, mas só a aplicação de considerações relativas ao
sentido dos termos permitiu sabê-lo.
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No caso relatado pelo argumento, os fatos de a escuta telefônica ter sido adotada e de ela ter
tido sucesso na desarticulação de complôs políticos não autorizam a transformação da
mesma em rotina governamental, porque a circunstância de ter havido uma ditadura na
época torna esses fatos muitos específicos e invalida a generalização feita. Podemos dizer
que ela foi apressada justamente por ter desconsiderado essa circunstância.
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3. Argumentos que desrespeitam as regras sintáticas da inferência válida
A conclusão é análoga, com efeito, mas totalmente diversa. Sua demonstração, de fato, não
ocorreu. Ficamos fora do assunto, ignorando-o. Mas não podemos esquecer que as
premissas utilizadas criam uma atmosfera psicológica desfavorável à liberdade política,
atmosfera essa que pode ser reforçada através de exemplos colhidos em diferentes épocas.
O clima emocional assim obtido facilita em muito o mascaramento da incorreção da
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inferência e predispõe o interlocutor a aceitar a conclusão indevida. Esse tipo de argumento
é talvez o único que pode ser explicado através das regras formais, pois a conclusão não
decorre das premissas usadas. O que nele ocorre é um desvio repleto de sugestões
emocionais com a finalidade de obscurecer a não-validade da inferência realizada.
4. Observações finais
5. Exercícios
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1.1. Todos homens são mortais. Aristóteles Onassis era um homem Portanto, sua mulher
Jacqueline sabia o que fazia quando casou com ele
(Adaptado de um texto fotocopiado, sem referência à fonte).
1.2. Se você é rico, terá os carinhos da mulher que se casou por interesse. Se você é pobre,
terá os carinhos da mulher que se casou por amor. Ter os carinhos da mulher que se casou
por interesse é ser pobre. Ter os carinhos da mulher que se casou por amor é ser rico. Logo,
se você é rico, é pobre e se você é pobre, é rico.
1.3. Todas sentenças lógicas são analíticas, ou seja, são verdadeiras apenas em função dos
significados dos termos nelas empregados Todas as sentenças matemáticas são redutíveis a
sentenças lógicas. Logo, todas as sentenças matemática são analíticas, ou seja, são
verdadeiras apenas em função dos significados dos termos nelas empregados.
1.4. "Um exemplo de fêmea que procura um macho capaz de ajudar nas tarefas do ninho é o
da galinhola. A Dra. Marion Petrie, da universidade inglesa de East Anglia, descobriu
recentemente que as galinholas fêmeas gostam de machos pequenos e gordos - porque esses
precisam de menos alimento e podem dedicar mais tempo para chocar ovos" (Revista
senhor, nº 126, de 17.08.83, p.62).
1.5. "Viaje com amor. Alguém sempre zela por você. Colabore com o zelador" (Cartaz
encontrado no sanitário masculino de um posto à beira da rodovia belo horizonte/Brasília).
1.6. "A inflação também tem suas compensações - o que você não tinha antes valia muito
menos do que o que você não tem agora" (Millôr Fernandes, ISTO É, nº 355, de 12.10.83,
p.16).
1.7. "Feliz foi Adão, que não teve sogra nem caminhão" (Escrito em pára-choque de
caminhão).
1.8. "Para cada fio de dada estrutura S (...), há um peso determinado, W, tal que o fio se
romperá se a ele se ligar um peso superior a W. Para cada fio de tipo S, o peso suportável
W é igual a K. T é um pedaço de fio do tipo S. B, que tem peso superior a K, é ligado a T.
Conseqüentemente T se rompe" (Lambert, K & Brittam Jr. G.G. Introdução à Filosofia da
ciência. São Paulo: Cultrix 1972, p.46).
1.9. Se nós terráqueos afirmamos que o sistema solar é geocêntrico, os venusianos
poderiam afirmar que sistema solar é venucêntrico. Ora, o sistema solar não pode ser
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geocêntrico e venucêntrico ao mesmo tempo. Portanto, algo deve estar errado com um
sistema solar planocêntrico.
1.10. "O místico crê num Deus desconhecido. O pensador e o cientista crêem numa ordem
desconhecida. É difícil dizer qual deles sobrepuja o outro em sua devoção não racional".
(Whyte, L.L. Cit. por Alves R. Filosofia da Ciência - Introdução ao jogo e suas regras. 2 ed.
São Paulo: Ed Brasiliense, 1982, p.35).
1.11. Todo bêbado bebe muito. Quem bebe muito dorme muito. Quem dorme muito não
pratica o mal. Quem não pratica o mal é um verdadeiro santo. Portanto, todo bêbado é um
verdadeiro santo.
1.12. "Se tem remédio, por que se preocupar? Se não tem remédio, por que se preocupar?"
(Escrito na parede da sala de pensamentos do Tio Patinhas).
1.13. "Todo cliente do Unibanco tem direito ao Unicheque. Todo Unicheque tem um cartão
de garantia. Todo Cartão de garantia tem um limite impresso. Todo Unicheque é garantido
pelo Unibanco até o limite do cartão. Logo, o Unibanco é o banco do cheque que todo
mundo aceita" (Propaganda do Unibanco, em 1983).
1.15. "De acordo com Okham, (...) o movimento não é uma propriedade de um corpo, mas
uma relação que o corpo mantém com outros corpos e o tempo. Como a mudança de
posição não é uma propriedade do corpo, não há necessidade de atribuir uma causa eficiente
a este deslocamento relativo. Okham afirmava que dizer que um corpo move-se devido ao
ímpeto adquirido não é dizer mais do que um corpo se move, e recomendou a eliminação
do conceito de ímpeto da física" (Losee, J. Introdução Histórica a filosofia da Ciência, Trad.
de B. Cimbleris. B. Horizonte: Ed. Itatiaia; S. Paulo: EDUSP, 1979, p. 50).
1.16. "Para que ele seja um burro só lhe faltam as penas. Nenhum burro tem penas.
Portanto, para que ele seja um burro, não lhe falta nada. (Adaptado de um dito popular
brasileiro).
1.17. "Quem tem boca vai a Roma (proverbialmente certo). Eu tenho boca (basta olhar para
a minha cara). Agora só me faltam a passagem e os travelers checks" (Extraído de um texto
xerocado sem referência à fonte, p. 107).
1.18. "Todos os homens são iguais. Eu sou homem. Logo, não entendo por que você prefere
o Alain Delon" (Texto xerocado sem referência à fonte, p. 108).
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1.19. "Deus não existe porque não quer" (Idem, p. 109).
1.20. "Você quer dinheiro. Eu não tenho dinheiro. Logo, você quer o impossível". (Id.,
p.108).
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3.1. Os escravos eram as mãos e os pés dos senhores de engenho. Zumbi era escravo. Logo,
Zumbi era as mãos e os pés dos senhores de engenho.
3.2. O índio Brasileiro esta desaparecendo. Juruna é um índio Brasileiro. Portanto, Juruna
está desaparecendo.
3.3. A alma humana é imortal porque é espiritual. A alma humana sobrevive à morte porque
é imortal. A alma humana é eterna porque sobrevive à morte. A alma humana é espiritual
porque é eterna. Portanto, a alma humana é espiritual.
3.4. O Colégio Eleitoral da Velha República votou em Tancredo. O senador Fulano de Tal
pertenceu ao Colégio Eleitoral da Velha República. Logo, o senador Fulano de Tal votou
em Tancredo.
3.5. Se o Congresso não aprovar o decreto-lei, a reação do Exercito será violenta. A reação
do Exercito não foi violenta. Logo, o Congresso aprovou o decreto-lei.
3.6. Ou o Ministro da Educação dialoga com os professores universitário ou contribui para
a intervenção nas Universidades. O Ministro da Educação não contribuiu para a intervenção
nas Universidades. Portanto, O Ministro da Educação dialogou com os professores
universitários.
3.7. Tudo aquilo que você não perdeu ainda conserva. Ora, você não perdeu os chifres.
Logo, você ainda conserva os chifres.
3.8. Ele deve obedecer-me, porque sou seu pai.
3.9. "Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, todos os homens são Sócrates".
(Woody Allen).
3.10. Se você tiver fé, conseguirá tudo o que deseja, porque a fé move montanhas.
3.11. Os pacifistas não conseguiram até hoje provar que uma guerra nuclear acabará com a
vida na terra. Portanto, as experiências com bombas nucleares e a produção em série das
mesmas pode continuar.
3.12. Grevistas e patrões entraram em acordo satisfatório, já que homem é um ser dotado de
razão.
3.13. Este filme é inteiramente vazio e desprovido de qualquer forma elementar de bom
senso. Portanto, será um fracasso de bilheteria.
3.14. Quem manda em minha casa sou eu. Portanto, ou você concorda comigo ou sai daqui.
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3.15. Ele merece um aumento de salário, porque o que ganha mal dá para comer.
3.16. Nunca um escândalo perturbou a vida de Afonso Pena. Portanto, ele deve ter sido um
político honesto.
3.17. O jogo é meu. Logo, que dita as regras sou eu.
3. 18. A democracia é o ideal de todos os brasileiros. Superamos a ditadura de 1964 e
estamos caminhando a passos largos para uma participação cada vez maior do povo nas
decisões políticas de peso. Não há dúvidas de que para ela avançamos e seu triunfo final é
inevitável.
3.19. Você não pode duvidar que seu pai deve ir para a Unidade de Terapia Intensiva,
quando tem diante de si a afirmação clara dos médicos de que esse é o procedimento mais
adequado nesse caso.
3.20. Você dirigia seu carro com excesso de velocidade. Ou você é multado e tem a carteira
de motorista apreendida ou colabora com uma "doação" para a "torcida do flamengo".
Como você não pretende ser multado nem ter sua carteira apreendida, concluo que vai
colaborar com uma "doação" para a "torcida do flamengo".
3.21. Ninguém conseguiu provar ate hoje, de maneira convincente, que Deus não existe.
Concluo, portanto, que ele existe.
3.22. Senhor Inspetor, concordo que furei o sinal. O senhor tem toda razão em querer
multar-me. Todavia, já fui multado antes e agora terei de pagar a multa em dobro. Como
tenho tido muitas dificuldades financeiras, especialmente depois que minha mãe adoeceu e
tive que pagar seu tratamento no hospital, tenho certeza de que o senhor será compreensivo
e me deixará ir embora sem multar-me novamente.
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