META
OBJETIVOS
Esperamos que,após o estudo do conteúdo desta aula,você seja capaz de:
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1. INTRODUÇÃO – quanto custa a qualidade
Sakurai (1997 apud MAIA, 2006, p. 20) classifica os custos da qualidade como
sendo custos para conseguir um ambiente em que os funcionários possam
trabalhar de forma eficiente, custos de expectativa de falhas e custos de falhas
ocorridas por sua vez. 2
Por último, podemos citar a definição de uma associação de peso, a ASQC
(American Society for QualityControl), que corrobora com as demais definições
trazidas. Para a ASQC os Custos da Qualidade consistem na medida dos
custos especificamente associados ao sucesso e ao fracasso no processo
deobtenção da qualidade, sendo representado pelo somatório dos custos de
suas quatro categorias: custos de prevenção, custos de avaliação, custos de
falhas internas e custos de falhas externas.
Agora, veremos com maior detalhe como se caracteriza cada uma das
categorias de custos da qualidade, trazendo exemplos de cada uma delas.
2. CATEGORIAS DE CUSTOS
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As categorias denominadas de “custos de prevenção” e “custos de avaliação”
são espécies do gênero “custos da qualidade” ou “custos de conformidade”,
conforme colocam alguns especialistas da área.
• - Planejamento da qualidade;
• - Revisão de novos produtos;
• - Capacitação do pessoal para a qualidade
• - Controle do processo;
• - Relatórios da qualidade;
• - Planejamento e administração dos sistemas de qualidade;
• - Obtenção das medidas de qualidade e controle do equipamento;
• - Suporte aos recursos humanos;
• - Custos administrativos da qualidade;
• - Estudo de processos;
• - Compra de Normas e equipamentos;
• - Círculos da Qualidade;
• - Desenvolvimento do sistema de gestão da qualidade;
• - Concepção de métodos para melhorar a qualidade;
• - Manutenção preventiva dos equipamentos;
• - Revisão de Projeto;
• - Qualidade na concepção (qualidade desde o projeto);
• - Criação e preparação de processos, instruções, etc.
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Já os custos de avaliação são aqueles que incorremos quando aferimos a
qualidade do sistema/produto, detectando falhas antes que o produtos seja
posto no mercado de consumo. São exemplos desta categoria de custos:
• Inspeção da Matéria-prima;
• Testes ao equipamento;
• Material consumido nos testes;
• Avaliação de estoques de produtos acabados e matéria prima;
• Custos de preparação para inspeção e teste;
• Operações de laboratório;
• Envio dos produtos testados para a produção;
Os custos das falhas internas são todos aqueles incorridos devido a algum erro
do processo produtivo, seja ele falha humana ou falha mecânica. Estes erros
são detectados antes que o produto chegue às mãos do consumidor. Alguns
exemplos ilustrativos poderiam ser:
• Refugos, sucatas;
• Retrabalhar o produto;
• Reinspeção dos produtos retrabalhados;
• Paradas na linha;
• Falhas do fornecedor;
• Utilização de material rejeitado para outras finalidades;
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• Ações corretivas derivadas de materiais e processos;
• Tempo para preencher as fichas de anomalias;
• Tempo para analisar as anomalias;
• Tempo para determinar as ações corretivas;
• Manutenção corretiva;
• Horas extras para recuperar atrasos
As falhas externas podem ser conceituadas como aquelas que ocorrem quando
os produtos já se encontram nas mãos do consumidor. Tais custos, muitas
vezes, são difíceis de mensurar devido a seu caráter intangível, como por
exemplo danos a imagem da empresa associados a defeitos de seus produtos.
A seguir são apresentados exemplos de falhas externas:
• Atendimento a reclamações;
• Tratamento das queixas pelo serviço Pós-venda;
• Tempo para analisar as reclamações;
• Tempo para determinar as ações corretivas;
• Material devolvido;
• Sucatas;
• Retrabalhos;
• Custos com garantia;
• Custos de concessões dadas aos clientes, descontos;
• Reinspeção dos produtos retrabalhados para reposição,
Múltiplas escolhas:
B O termo está associado, na verdade, aos produtos produzidos sem defeitos, incluindo os
custos de produção, detecção, reparo e correção dos defeitos e suas causas
C Falhas detectadas depois que o produto já está no mercado geram custos da qualidade
chamados de custos das falhas externas
A São os custos com recursos humanos e materiais relacionados com ensaios e inspeções
destinados a detectar falhas
B São os custos com recursos humanos e materiais que têm por objetivo prevenir falhas,
defeitos, anomalias, ou, em outras palavras que têm por objetivo permitir que tudo saia 7
correto na primeira vez
C Custos resultantes da incapacidade de um produto satisfazer as exigências da qualidade,
antes do seu fornecimento são, por exemplo os custos com reparo de defeituosos e
inspeção dessa reparo
A São os custos com recursos humanos e materiais relacionados com ensaios e inspeções
destinados a detectar falhas
B São os custos com recursos humanos e materiais que têm por objetivo prevenir falhas,
defeitos, anomalias, ou, em outras palavras que têm por objetivo permitir que tudo saia
correto na primeira vez
A São os custos com recursos humanos e materiais relacionados com ensaios e inspeções
destinados a verificar se a qualidade está sendo mantida ou em outras palavras,
destinados a detectar falhas
B São os custos com recursos humanos e materiais que têm por objetivo prevenir falhas,
defeitos, anomalias ou em outras palavras, que têm por objetivo permitir que tudo
C São os custos com recursos humanos e materiais relacionados com ensaios e inspeções
destinados a verificar se a qualidade está sendo mantida ou em outras palavras,
destinados a detectarfalhas
B Inspeção dos primeiros lotes e qualificação das inspeções e testes dos fornecedores
B Inspeção dos primeiros lotes e qualificação das inspeções e testes dos fornecedores
Resposta Comentada:
Fim da atividade
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3. CUSTO OTIMIZADO
Figura 2.2
Por outro lado, os custos da não qualidade (falhas internas e externas) são
considerados evitáveis. Também a figura 2.3 mostra que à medida que um
produto se aproxima de 100% de conformidade, há uma diminuição das citadas
falhas. Mas quanto custaria eliminá-las por completo? Seria vantajoso para a
empresa?
Figura 2.3
Figura 2.4
ATIVIDADE 2
RESPOSTA COMENTADA: 11
Observe que a partir do ano de 2013 os custos da não qualidade continuaram a
aumentar, entretanto os custos da não qualidade ficaram estáveis.
Considerando que as medidas tomadas de investimento em qualidade foram
corretas (não sendo mais possível reduzir os custos de não qualidade),
podemos afirmar que o ano de 2013 foi o ano onde foi alcançado o ponto
ótimo. O gráfico a seguir nos ajuda a entender este raciocínio.
Imagine que após dois anos (sem uma explicação plausível), embora tenha se
investido capital em “custos da qualidade”, as falhas internas e externas da
empresa tivessem tido um surpreendente aumento. Neste caso,
indubitavelmente, as ações implementadas deveriam sofrer uma nova análise e
possíveis correções de curso.
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Por último, pense em uma empresa que nada ou pouco investe nos chamados
“custos da qualidade”. Por certo, apresentará altos custos relacionados a falhas
internas e externas.
Os conceitos de custos da qualidade que estudamos até aqui não são difíceis,
contudo, para uma melhor fixação do conteúdo e perfeito entendimento, vamos
trabalhar, a partir de agora com um exercício resolvido passo a passo e,
posteriormente, com exercícios propostos para que você coloque em prática o
que aprendeu na aula de hoje.
É importante que você entenda que os conceitos até aqui vistos são meios
para as análises que passaremos a fazer. Na sua vida prática você será
cobrado não pelos conceitos, mas sim pela aplicação dos mesmos, como
veremos a seguir.
Lembre-se que suas dúvidas poderão ser sanadas pelo seu tutor.
Caro aluno, baseado nos dados da tabela a seguir, vamos juntos, fazer as
seguintes tarefas:
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a) Classifique os elementos mostrados na tabela de acordo com as
categorias de custos da qualidade (ou seja, prevenção, avaliação e
falhas internas e externas).
Elementos de Custos Primeiro Ano ($) x 1000 Segundo Ano ($) x 1000
Planejamento da qualidade 2 78
Revisão de projeto 4 0
Treinamento 16 24
Produtos devolvidos 17 17
Primeiro vamos:
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Por último:
c) Para realizar o cálculo solicitado, o primeiro passo é agrupar os custos
da qualidade e os custos da não qualidade. Para o cálculo do aumento
ou redução utiliza-se a seguinte relação: {(ANO 2 – ANO 1) / ANO 1)} * 100.
Como conclusão, dos números encontrado na letra “c” pode-se aferir que a
empresa aumentou pouco seu investimento em prevenção e avaliação (apenas
2%) e que não houve redução dos custos da não qualidade. Ao contrário, estes
tiveram um aumento de 10% que se investigado mais a fundo, forma
provenientes do aumento do refugo, que se encontra na categoria de falhas
internas. Em uma análise preliminar, parece acertado afirmar que a empresa
precisa investir em meios de prevenção e avaliação, focados na redução do
refugo.
Agora, depois do exemplo que eu dei acima, é a sua vez de fazer sozinho.
Vamos lá?
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Elementos de Custos $ (ano 1) $ (ano 2)
Retrabalho 1.113 1.147
Planejamento da qualidade 30 250
Garantia (assistência técnica) 1.412 1.855
Refugo 1.344 2.100
Equipamento de inspeção 408 920
Revisão de projeto 4 7
Treinamento 16 70
Produtos devolvidos 17 34
Outros custos de prevenção 340 394
Outros custos de avaliação 1.900 3.000
Resposta Comentada
Com estes números você é capaz de perceber que embora a empresa tenha 18
investido fortemente em custos da qualidade (aumento de 46% em relação ao
ano anterior), os custos da não qualidade não diminuíram, mas sim
aumentaram em 13%.
Neste caso, na prática, você precisaria verificar as possíveis causas deste
comportamento. Talvez os planos de melhoria da qualidade não tenham
surtido o efeito desejado por erros no planejamento ou até mesmo na
execução. E resumo, na vida real, estes dados hora trabalhados são apenas
indicadores de que o processo não está alcançando os valores desejados,
cabendo ao gestor a investigação das causas.
Fim da atividade
Produto
A B C
Vendas Totais 8 000 000 1 800 000 800 000
Faça uma análise destes custos de qualidade, indicando quais as medidas que,
eventualmente, deveriam ser adotadas? Qual a importância da avaliação dos
custos de qualidade?
Resposta Comentada
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Produto
A B C
Através dos números encontrados no quadro acima, você pode perceber que o
produto A destoa dos demais produtos. É evidente que o produto A recebeu
maior investimento (proporcionalmente) em prevenção e avaliação, mas
mesmo assim, os custos correspondentes as falhas internas e externas,
superam, em muito, os custos apresentados pela linha de produto B e C.
Fim da atividade
Produto
A B C
Vendas Totais 600 000 200 000 400 000
Prevenção 1% 1,3% 3,5%
Avaliação 2% 1% 4%
Falhas internas 0,4% 0,25% 2%
Falhas externas 0,45% 0,22% 1%
Fim da atividade
RESUMO
Prezado aluno, chegamos ao fim de mais uma aula. O estudo dos custos da
qualidade é de suma importância para nossa disciplina. Através dele é possível
entendermos como estão sendo investidos recursos na prevenção e avaliação
da qualidade e quais são os custos decorrentes na “falta de qualidade”.
Na primeira categoria temos tudo àquilo que investimos para melhoria do nível
da qualidade em nossas empresas. Ainda, esta categoria pode ser subdividida
em custos de prevenção e custos de avaliação. Por outro lado, temos a outra
categoria que engloba tudo àquilo que perdemos por não ter qualidade. Esta,
por seu turno, é subdividida em custos de falhas internas e falhas externas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
JURAN, J. M., GRYNA, F. M. Quality planning and analysis. 2.a Ed. New York:
McGraw-Hill, 1980.
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