FARMÁCIA HOSPITALAR

Seleção e padronização de
medicamentos

Profa. Dra. Gabriela Modenesi Sirtoli

gabrielamodenesi@yahoo.com.br
 BRASIL

Elevado número de medicamentos

25.000 apresentações e 8.000 marcas;
2.000 princípios ativos;
Eficácia clínica (?) – “me too”
Pressão da IF  propaganda x uso racional.

“muito é bom, porém o dobro de muito não é

necessariamente o dobro de bom”
ACESSO X EXCESSO
 PROCESSO DE SELEÇÃO
Dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo.
Assegura uma terapêutica racional e de baixo custo,
adotando critérios de eficácia, segurança e qualidade.

•Seleção racional de medicamentos

•Maior eficiência administrativa
•Adequada racionalidade na prescrição
•Utilização de fármacos
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 PROCESSO DE SELEÇÃO
• Multidisciplinar:
– Farmacoeconomia
– Farmacoepidemiologia
– Farmacologia
– Terapêutica clínica
– Farmacovigilância
– Farmacotécnica
– Farmacocinética
 FARMACOECONOMIA
Escolha do arsenal terapêutico:
-Farmacoeconomia: Definida como a descrição, a análise e
a comparação dos custos e das consequências das terapias
medicamentosas para os pacientes, os sistemas de saúde e a
sociedade, com o objetivo de identificar produtos e serviços
farmacêuticos cujas características possam conciliar as
necessidades terapêuticas com as possibilidades de custeio.
FARMACOECONOMIA
❖ Qual a melhor droga para um determinado paciente?

❖ Qual a melhor droga para uma indústria farmacêutica

desenvolver ou para um país investir?

❖ Quais drogas devem ser incluídas num protocolo médico?

❖ Qual o custo por qualidade de vida por uma droga?

❖ A qualidade de vida do paciente irá sofrer uma melhoria pela

adoção de uma determinada terapia?

❖ Quais são os resultados para o paciente das várias

modalidades de tratamento?
 FARMACOECONOMIA
TERAPIA DOMINADA VALE A PENA??

VALE A PENA?? TERAPIA DOMINATE

FARMACOEPIDEMIOLOGIA
FARMACOVIGILÂNCIA
FARMACOVIGILÂNCIA
 PROCESSO DE SELEÇÃO

A seleção de medicamentos é um processo complexo. É importante

que seja realizado considerando:

• Critérios epidemiológicos: problemas de saúde prevalentes na

população .
• Critérios técnicos: relacionados aos medicamentos essenciais.
• Critérios econômicos: preços dos medicamentos e disponibilidade
no mercado.
• Estrutura dos serviços de saúde: a quais tipos de serviços os
medicamentos se destinarão.
 OBJETIVOS DA SELEÇÃO DE
MEDICAMENTOS
• Implantar políticas de utilização de medicamentos com base em
correta avaliação, seleção e emprego terapêutico no hospital;

• Promover a atualização e a reciclagem de temas relacionados à

terapêutica hospitalar;

• Reduzir custos, visando a obter a disponibilidade dos medicamentos

essenciais à cobertura dos tratamentos necessários aos pacientes.

“Proporcionar ganhos terapêuticos e econômicos”.

 REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DE
MEDICAMENTOS EM HOSPITAL
Requisitos Indispensáveis
– Apoio politico da direção do hospital, da administração, e colaboração dos
chefes dos serviços, principalmente médicos;
– Criação da Comissão de Farmácia e Terapêutica e elaboração de seu
regimento ou estatuto;
– Acesso a fontes de informações técnico-científicas atualizadas para subsidiar a
execução dos trabalhos;
– Assessoria de um profissional farmacêutico, de preferência que atue no Centro
de Informação de Medicamentos, capacitado para desenvolver o Formulário ou
Guia Farmacoterapêutico;
– Definição de política para compra de medicamentos, tanto para os incluídos na
lista/formulário de padronização, como para aqueles produtos que, sendo
eventualmente necessários, não estão incluídos.
 REQUISITOS PARA A SELEÇÃO DE
MEDICAMENTOS EM HOSPITAL
Requisitos Complementares
– Estrutura funcional e organizacional da Farmácia;
– Estabelecimento de sistema de gestão de medicamentos;
– Assessoria de um epidemiologista, para fornecer o perfil local.
 Fase Política
• Sensibilizar os gestores de saúde
• Conscientização da equipe de saúde (reuniões, boletins
informativos e outras estratégias educativas)
ETAPAS DE SELEÇÃO

Fase técnica-normativa
• Nomeação de uma CFT
• Definição das normas de funcionamento e atribuições da CFT

Fase de seleção propriamente dita

• Definição dos critérios de inclusão ou exclusão de
medicamentos
• Levantamento das informações (doenças prevalentes,
medicamentos mais utilizados, rede de serviços )

Fase de divulgação e implantação

• Edição e divulgação do formulário farmacêutico
• Avaliação da utilização e atualização periódica do
formulário farmacêutico (no mínimo, a cada dois ano).
VANTAGENS DA SELEÇÃO

•Maior eficiência no gerenciamento da assistência

farmacêutica, aumentando a qualidade da
farmacoterapia e facilitar a vigilância farmacológica;
•Redução no número de fórmulas e formas
farmacêuticas;
•Promoção do Uso racional;
•Racionalizar custos e otimizar recursos disponíveis, sem
prejuízos para a segurança e a efetividade do
tratamento;
VANTAGENS DA SELEÇÃO

•Uniformização de condutas terapêuticas, reduzindo a

incidência de reações adversas;
•Facilitar o fluxo de informação entre a farmácia,
equipe médica, pessoal da enfermagem e seções
administrativas;
•Simplificar rotinas de aquisição, armazenamento,
dispensação e controle;
•Favorecer atividades educativas de prescritores e
dispensadores.
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE
MEDICAMENTOS

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CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE
MEDICAMENTOS

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CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE
MEDICAMENTOS

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 COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
CPM E CFT;
Comissões hospitalares responsáveis pela seleção
de medicamentos;
Possuem o mesmo objetivo, mas as atividades que
desenvolvem são diferentes;
 CPM X CFT
CPM: CFT:
Junta deliberativa Desenvolver e
designada pela supervisionar todas as
diretoria clínica com a políticas e práticas de
finalidade de utilização de
regulamentar a medicamentos no
padronização de hospital com intuito de
medicamentos utilizados assegurar resultados
no receituário clínicos ótimos e um risco
hospitalar. potencial mínimo.
 COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
Padronização:
Relação básica de medicamentos selecionados
para constituir os estoques das farmácias
hospitalares, objetivando o atendimento médico
hospitalar de acordo com suas necessidades e
peculiaridades locais.
 ATRIBUIÇÕES DA CPM
Selecionar medicamentos para uso no hospital;

Redigir padronização dos medicamentos e mantê-

la atualizada;

Divulgar informações sobre medicamentos.

COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA
(CFT)
Comissão de caráter multidisciplinar, responsável pelo
desenvolvimento e supervisão de todas as políticas e
práticas de utilização de medicamentos com intuito de
assegurar resultados clínicos ótimos e um risco potencial
mínimo.
 COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA (CFT)
• É composta por:
– um médico presidente,
– médicos representantes
(Clínica Médica,
Clínica Pediátrica,
Clínica Cirúrgica...),
– farmacêutico e
– representante da enfermagem.
COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA
(CFT)
Atividades da CFT:
 Estabelecer normas e procedimentos relacionados à
seleção, à distribuição, à produção, à utilização e à
administração de fármacos e agentes diagnósticos;

 Padronizar, promover e avaliar o uso seguro e

racional dos medicamentos prescritos;

 Redigir o guia farmacoterapêutico ou formulário

farmacêutico;
COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA
(CFT)
Atividades da CFT:
 Avaliar periodicamente o arsenal terapêutico
disponível, promovendo a inclusão ou exclusão
segundo critérios de eficácia, eficiência clínica e
custo;

 Normalizar procedimentos farmaco-clínicos que se

relacionam com a terapêutica medicamentosa;

 Coordenar avaliações clínicas e estudos de consumo

de medicamentos em pesquisa ou recém lançados;
COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA
(CFT)
Atividades da CFT:
 Sugerir medidas que possibilitem a disponibilidade de
recursos materiais e humanos, assegurando a viabilidade
da política de medicamentos dentro de instituição;

 Disciplinar a ação dos representantes da IF dentro do

serviço;

 Estudar medicamentos sob o ponto de vista clínico,

biofarmacêutico e químico, emitindo parecer técnico sob
sua eficácia terapêutica como critério fundamental de
escolha;
COMISSÃO DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA
(CFT)
Atividades da CFT:
 Divulgar informações relacionadas a estudos clínicos
relativos aos medicamentos incluídos e excluídos do
formulário farmacêutico;

 Fazer estudos e/ou revisões bibliográficas sobre

medicamentos;

 Elaborar programas de notificação e

acompanhamento de reações adversas.
FORMULÁRIO FARMACÊUTICO

oPublicação geralmente em forma de manual, que

traz a relação atualizada de medicamentos
selecionados para o uso no hospital e informações
essenciais sobre estes medicamentos.
oObjetivo – Garantir o uso racional de medicamentos
e reduzir os custos sociais e institucionais.
oO formulário deve ser completo e de fácil consulta
e sua revisão deve ser periódica;
FORMULÁRIO FARMACÊUTICO
Dados que devem constar em um Formulário
Terapêutico

✓ Agrupados por sistemas ou classes

farmacológicas ou terapêuticas

✓ Normas e procedimentos que disciplinam sua

prescrição, dispensação e uso;

✓ Outras informações Aspectos farmacêuticos:

estocagem, reconstituição, incompatibilidades,
etc
GRUPO FARMACOLÓGICO
Sumário com os subgrupos farmacológicos
Considerações gerais
SUBGRUPO FARMACOLÓGICO
Medicamento
• Indicações: evidência, graus de recomendação, primeira ou segunda escolha
• Justificadas.
• Não justificadas.
• Precauções: insuficiência renal, insuficiência hepática, idosos, gestação, amamentação,
prematuros, patologias subjacentes.
• Contra-indicações:
• Efeitos adversos: tóxicos (absolutos e relativos), alérgicos, efeitos colaterais, idiossincrasias
etc.
• Interações: benéficas e nocivas (medicamentos, alimentos, álcool, exames laboratoriais).
• Prescrição: dose-via (por patologia e faixa etária), intervenção, justificativas
farmacocinéticas, duração, peculiaridades (incluindo cuidados na administração),
monitorização.
• Orientação ao paciente.
• Seguimento.
• Preparações farmacêuticas.
• Aspectos farmacêuticos: estocagem, reconstituição/dissolução, incompatibilidades.

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FORMULÁRIO FARMACÊUTICO
O uso de medicamentos não incluídos no formulário
(conhecidos como medicamentos não padrão) deve ser
controlado pela CFT. Estes medicamentos só devem ser
liberados para utilização, após a solicitação contendo
justificativa avaliada e aprovada pela CFT. Essas medidas
visam inibir o uso de medicamentos não incluídos no
formulário e incentivar o uso de padronizados, com intuito
de controlar a prescrição médica e reduzir custos;
 PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTO NÃO
PADRONIZADO
Pacientes com patologias raras;

Ausência da resposta terapêutica e/ou intolerância

aos efeitos colaterais dos medicamentos
padronizados;

Pacientes em tratamento ambulatorial com fármaco,

cuja substituição não é recomendável;
USO RESTRITO
 SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS

Exclusão de medicamentos e medicamentos de uso

eventual:
oFármaco não prescrito nos últimos 6 (seis) meses a
pacientes internados ;
oEvidências de efeitos tóxicos ou outros efeitos adversos
significativos, havendo alternativas mais seguras ;
oIndisponibilidade do produto no mercado,
inviabilizando a compra.
INCLUSÃO E EXCLUSÃO
 SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS

Uso esporádico:
São aqueles medicamentos que por
possuírem consumo muito pequeno ou irregular
e/ou usados em condições excepcionais, não
devem ser mantidos no estoque.
MÉTODOS DE SELEÇÃO
Método qualitativo Método quantitativo ou
ou clássico farmacoeconômico

Não excludentes, mas complementares.

MÉTODO QUALITATIVO
Busca-se demonstrar e comparar as características farmacológicas e
terapêuticas dos medicamentos, de acordo com critérios aplicados de
maneira hierarquizada:
1. eficácia e segurança comprovadas;
2. menor custo por tratamento;
3. farmacocinética mais favorável;
4. facilidade de administração e posologia;
5. disponibilidade no mercado;
6. indicação para mais de uma enfermidade;
7. maior estabilidade e facilidade de armazenagem;
8. medicamentos com um único princípio ativo – monodrogas ou
monofármacos.
 MÉTODO QUALITATIVO
Revisão da classe terapêutica

➢Avaliação comparativa de fármacos de uma determinada classe

terapêutica
➢Farmacêutico elabora uma monografia dos fármacos da classe
terapêutica em análise
➢Propicia uma avaliação sistemática de cada classe terapêutica
organizando o processo de seleção e assegurando uma análise
adequada dos fármacos disponíveis para o arsenal terapêutico.
MÉTODO QUALITATIVO
 MÉTODO QUANTITATIVO
Objetiva a construção de parâmetros terapêuticos e,
principalmente, econômicos, em virtude do crescimento acelerado
dos preços dos novos medicamentos frente à crescente escassez de
recursos financeiros.

Com freqüência, há necessidade de escolhas

entre medicamentos que aparentemente se
equivalem para os critérios qualitativos.

Nessas situações, a seleção acaba ocorrendo em função da

avaliação dos custos econômicos, que se realizada de maneira
apenas contábil e empírica, pode acarretar escolhas inadequadas.
MÉTODO QUANTITATIVO
Análise de decisão clínica

É uma abordagem quantitativa que auxilia a tomada de

decisões definindo o modo mais efetivo de lidar com
problemas específicos.
MÉTODO QUANTITATIVO
Análise de decisão clínica
A análise de decisão é um método que quantifica de
forma sistemática e lógica os fatores que afetam o
resultado final de um processo, permitindo uma escolha
mais apropriada. Aplicada principalmente pra classes
terapêuticas que apresentam grande homogeneidade.

A quantificação de todos os atributos dos fármacos

permite um processo de seleção lógico e racional,
evitando longas discussões e evitando erros pessoais
MÉTODO QUANTITATIVO
Análise de decisão clínica
Esta seleção envolve as seguintes etapas:
Definição do problema, dos objetivos e identificação das
alternativas.
Estruturação da análise com definição dos critérios de
avaliação.
Caracterização das informações necessárias à análise de
decisão.
Análise de sensibilidade
MÉTODO QUANTITATIVO
Análise de decisão clínica
MÉTODO QUANTITATIVO

(para 6 meses)
 Paradoxo:
A análise isolada dos custos pode levar a conclusões
enganosas (quando não se consideram os resultados
clínicos obtidos)
 CONCLUSÃO
O processo de seleção de medicamentos visa facilitar a
escolha crítica de fármacos, promover a utilização racional
de medicamentos e reduzir o custo da AF;

A padronização dos medicamentos é um facilitador da

implementação de um programa de uso racional de
medicamentos;

O serviço de farmácia hospitalar deve incentivar a

implantação de uma comissão para seleção de
medicamentos.