CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
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1. A NATUREZA DA BÍBLIA
a) Preparação para responder a todos que pedirem razão da esperança que há em nós (I Pe 3.15)
b) Aumentar a fé do cristão. (Is 34.16)
c) Para que o obreiro maneje bem à Palavra. (II Tm 2.15)
d) Para ter o caminho iluminado, e chegar a Deus. (Sl 119.105,130)
e) Por ela é dado alimento, que traz crescimento para a salvação. (Jr. 15.16; I Pe 2.1,2)
f) A Bíblia é instrumento para o Espírito Santo operar. (Ef 6.17)
g) Ela é uma ferramenta para edificar e dar herança ao cristão (At 20.32)
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1.2.3 Porque a Bíblia é uma das formas de Deus falar aos cristãos.
De suma importância é o cristão viver cheio da Palavra de Deus. Assim vivendo será ele um
agente útil que complementa e integra o corpo de Cristo. Será valoroso em sua “função (Obreiro)”
e em “utilidade (Ide; Pregar, ensinar).” Importante é o cristão meditar (mentalizar, contemplar,
orar mentalmente, pensar) (leia Sl 1.2; Js 1.8; Sl 119.47.97,167). Deve o cristão deixar as
Escrituras em seu viver exercer pleno domínio. Deverá agir sobre seu corpo, sua alma,
“pensamentos, sentimentos, entendimento e vontade” e espírito. Deve dominar a tricotomia
humana. A vida cristã deve estar dentro dos padrões Bíblicos. Todo cristão que almeja o
episcopado excelente coisa almeja (I Tm 3). Para esta função deve o cristão examinar as
Escrituras para apresentar-se como obreiro aprovado. Caso não conheça “Bíbliologia ou
Introdução à Bíblia” necessário se faz conhecer. Por meio da “Bíbliologia” o obreiro capacitado
estará para ministrar à Palavra de Deus. Sabemos que o Espírito Santo só nos fará lembrar dos
textos Bíblicos que conhecemos (leia Jo 14.26). Estudando a Bíblia estará o cristão preparado
para ensinar e pregar, então será aprovado para levar à Palavra de Deus aos confins da terra, e o
Espírito Santo servir-se-á de sua pessoa como agente do reino. Ciente deve-se estar o cristão que
anseia ser obreiro que, ter conhecimentos das Escrituras e não ter o Espírito Santo leva ao
“legalismo” e ter o Espírito Santo e não conhecer à Bíblia conduz ao “fanatismo.” O Cristão
vivendo esta forma de cristianismo usa o Espírito Santo, em vez de por Ele serem usadas. Uma
pessoa que se enquadra nestes padrões, embaraça sua vida espiritual e a de outros.
1.3.1 Diariamente.
Avaliações feitas revelam que em média 90% dos cristãos não cultivam o habito da leitura bíblica
diária. Desta falta, as conseqüências são; cristãos desinteressados, mornos espiritualmente,
desanimados e infrutíferos. Cristãos estéreis à leitura bíblica tornam-se cristãos carnais. (Gl 5.19-
21). O cristão que não examina a Bíblia torna-se carente de leite, isto é, das verdades básicas da
Bíblia. (Hb 5.12; 6.1,2). “Aqueles que examinam a “Palavra” crescem.” Os que se firmam na
leitura diária fundamentam-se nas “Doutrinas de Cristo,” não em obras mortas (Hb 9.14) que são
os pecados que os homens cometem, e que os condena a morte eterna. Há cristãos que consomem
seu tempo com leituras variadas, menos com a Bíblia. É útil a leitura de bons livros, mas não
substituir a Bíblia por eles.
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1.3.2 Com orações, de forma reflexiva e devocional
Devem-se examinar as Escrituras com espírito de devoção (Sl 119.12.18). O estudo precedido e
envolvido por orações tornará para o educando mais fácil receber revelações das coisas que são
incompreensíveis. Deve saber o estudioso da Bíblia que, o primeiro propósito como estudante é
obter benefício próprio, sua transformação.
1.3.3 Integralmente.
Impossível é a qualquer pessoa conhecer um livro que ainda não leu todo. Por mais sábio que seja
o estudante da Bíblia, ele é carente do auxílio divino, para sua melhor compreensão. Ninguém
conhece a Bíblia em sua totalidade, sempre seremos discípulos do Mestre Jesus. (Rm 11.33,34)
Jorge Muller leu a Bíblia 200 vezes (100 vezes de joelhos).
Vejamos alguns:
1.4.2 Peles
Este material foi utilizado no Egito por volta de 2.900 a 2.750 a.Cseu manuseio era mais habitual
por sua durabilidade.
1.4.3 Papiro
Acredita-se que o papiro foi o material empregado para os manuscritos originais do Novo
Testamento. Este material era o mais utilizado para fazer uso na escrita nos três primeiros
séculos. Papiro é uma “planta aquática,” de dois a quatro metros de altura, que era abundante às
margens do rio Nilo e na Palestina. Estas plantas eram colocadas umas sobre as outras, assim
formando livros. Os livros da antiguidade tinham forma de rolos (Jr 36.2) estes rolos eram feitos
de papiro ou pergaminho. Este material utilizado para escrita é descrito várias vezes na Bíblia.
Algumas versões bíblicas usam o sinônimo “junco”. Do vocábulo papiro origina-se a palavra
papel.
1.4.4 Vellum
Era uma pele fina de animal, comum era ser de antílope ou bezerro. Era um material de boa
qualidade, podia ser usado de ambos os lados. Assemelhava-se ao pergaminho. A diferença era
que o pergaminho era exclusivamente pele de ovelhas, cabras ou cabritos. Sabe-se hoje que quase
todos os manuscritos foram escritos em Vellum ou Pergaminho.
1.4.5 Pergaminho
Este material era preparado com peles de ovelhas, cabras ou cabritos. Tinham a finalidade de
servir como material de escrita (II Tm 4.9,13). Estas peles passaram a denominar-se (Chartae
pergamenae) de onde se deriva a palavra pergaminho. Alguns crêem que pergaminho deriva do
vocábulo latino “pergamina” que significa de “Pérgamo,” cidade onde se produzia e comercializava
peles de animais para nelas se escrever. Ambos os conceitos são aceitos.
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1.4.6 Papel
Este material já era utilizado na China no século II a.C. Entre os Árabes ocorreu sua introdução
no século VII a.C. Começou a tornar-se de uso geral nos séculos X e XIII. Caminhou lado a lado
com o Vellum até que foi criada a imprensa em 1450.
1.4.7 Tinta
Esta palavra hebraica significa “fluir suavemente” (Jr 36.18). No idioma grego significa “negro”. O
emprego deste vocábulo é dado porque regularmente as tintas eram feitas de fuligem ou fumaça
de lâmpadas e goma, este material era dissolvido com água. Ainda que fosse mais aceito o preto,
também se fazia uso no Novo Testamento da cor azul, amarela e vermelha.
1.4.9 Estilete
Era feito de madeira, metais ou de ossos. Utilizavam-se as duas extremidades, cada uma tinha
um tipo diferente de escrita. O estilete era bastante empregado para escrever em tabletes de
argila.
1.4.10 Cinzel
É o instrumento denominado por Jó como “Pena de Ferro” (Jó 19.24). No livro de Jeremias foi
chamado de “Ponteiro de ferro e diamante pontiagudo” (Jr 17.1). O cinzel foi considerado um
objeto excelente para escrever sobre superfícies sólidas, como pedras ou lâminas de mármore.
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1.6.2 Também podem ser encontrados alguns termos figurativos
Lâmpada e Luz – (Sl 119.105) Ouro Fino – (Sl 19.10) Semente – (Lc 8.11)
Fogo e Martelo – (Jr 23.29) Espada – (Ef 6.17) Espada do Espírito – (Hb 4.12)
Alguns textos podem conter variações dependendo da tradução. A principio estes textos
relacionavam-se ao Velho Testamento. Com o tempo achegaram também ao Novo Testamento. (I
Tm 5.18) Paulo diz nas Escrituras “ não ligará a boca ao boi que debulha e digno é o obreiro do
seu salário” aqui nos é apresentado os textos de (Dt 25.4 e de Lc 10.7).
1.7.2 Classificação
Estes 39 livros estão subdivididos em 4 grupos. Classificam-se conforme seus assuntos.
Lei, História, Poesia, Profecia.
1.7.2.1 Lei
“Torah” - Lei ou Instrução” - De Gênesis a Deuteronômio. É a coleção dos 5 primeiros livros do
AT, denominam-se “Pentateuco” (gr. Pentateuchos) 5 livros. Eles relatam as origens, todos os
acontecimentos da Lei, e a estabilidade de Israel.
1.7.2.2 História
De Josué à Ester - Livros históricos, 12 livros. Registra a história do povo de Israel desde sua
entrada em Canaã (1290 a 400 a C). Retrata um período de tempo, onde salienta a Teocracia -
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Juizes direcionados pelo Espírito para liderar o povo ( Jz 2.16 ) Monarquia - Através de Saul, Davi
e Salomão. Divisão do reinado e Cativeiro – Expõe quando Israel foi levado cativo à Assíria e Judá
à Babilônia. Pós Cativeiro - datam de Zorababel, Esdras e Neemias.
1.7.2.4 Profecias
De Isaías à Malaquias, são 17 livros, que se subdivide em profetas maiores, 5 livros, de Isaias a
Daniel. E profetas menores, 12 livros, de Oséias à Malaquias.
1.7.8 Classificação
Os 27 livros do NT estão subdivididos em 4 classes. Esta classificação está em conformidade com
seus temas. Biografia, História, Doutrina e Profecia.
1.7.8.1 Biografia
São os 4 evangelhos. De Mateus a João. Apresenta a vida terrena de Jesus sua honra obtida por
suas ações, e seus feitos à humanidade. Mateus, Marcos e Lucas denominam-se “Sinópticos” (que
forma Sinopse - resumo) por terem semelhanças em suas idéias, e opiniões.
1.7.8.2 História
É formada por apenas um livro – Atos dos Apóstolos. Contém a relação da Igreja Primitiva, sua
conduta e seu viver. Atos apresentam o desenvolvimento da Igreja, e a propagação do Evangelho.
Estes fatos deram-se mediante a ação do Espírito Santo e sua ação. (At 1.8)
1.7.8.3 Doutrina
São 21 livros, também denominados “Epístolas ou Cartas”. Inicia-se com a “Epístola aos
Romanos, e finaliza-se com a “Epístola de Judas”“. Estes livros contêm a doutrina da Igreja.
Algumas foram remetidas às Igrejas, outras às pessoas. Nove foram remetidas às Igrejas, de
“Romanos a 2 Tessalonicenses”. Quatro foram destinadas às pessoas, “1 e 2 Timóteo, Tito e
Filemom”. Uma foi remetida aos Cristãos hebreus, ”Hebreus.” Sete destinaram-se, não
distinguindo judeus nem gentios (Tg, 1 e 2 Pe, 1, 2,3 Jo e Judas). Recebem também o título de
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“Epístolas ou Cartas Universais, Católicas ou Gerais”. Apesar de receber este título, duas delas (2
e 3 João), são destinadas à pessoa.
1.7.8.4 Profecia
1 livro – “Apocalipse” esta palavra significa “Revelação”. O próprio título declara este livro ele
“revela a volta pessoal de Jesus a terra”. Apocalipse é o inverso de Gênesis. Gênesis relata como
tudo teve início, Apocalipse relata como tudo findará.
Quer seja em símbolos, figuras, profecias ou tipos, Jesus é o tema central da Bíblia.
BÍBLIA 66 LIVROS
LEI 5 LIVROS
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HISTÓRICOS 12 LIVROS
POÉTICOS 5
PROFÉTICOS 17
PROFETAS MAIORES 5 LIVROS
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PROFÉTICOS 17
PROFETAS MENORES 12 LIVROS
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1.8.3 Jesus em cada livro da Bíblia: No Novo Testamento
BÍBLIA 66 LIVROS
BIOGRAFIA 4 LIVROS
HISTÓRIA 1 LIVRO
DOUTRINA 21
LIVROS: EPÍSTOLAS PAULINAS 13 LIVROS
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PROFECIA 1 LIVRO
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1.8.4 Fatos e peculiaridades Bíblicas
“Os livros que formam a Bíblia” em sua origem não tinham divisões em capítulos e
versículos. A “Bíblia foi dividida em capítulos” em 1250 d.Cpelo cardeal Hugo de Sancto Caro
abade dominicano e estudioso das Escrituras. As divisões em versículos foram feitas em duas
etapas. O AT em 1445 pelo Rabi Nathan, e o NT em 1551 por Robert Stevens, um impressor de
Paris. Robert Stevens publicou a primeira Bíblia dividida em capítulos versículos em 1555.
Esta publicação era a versão da Bíblia “Vulgata” latina. Vejamos alguns dados.
DADOS AT NT A BÍBLIA
Número de livros 39 27 66
Capítulos 929 260 1.189
Versículos 23.214 7.959 31.173
Números de palavras 592.439 181.253 773.692
Números de letras 2.728.100 838.380 3.566.480
Livro do meio Pv II Ts Mq – Na
Capítulo do meio Jó 29 Rm 13.14 Sl 117
Versículo do meio II Cr 20.17 At 17.17 Sl 118.8
Menor livro Obadias III João III João
Maior livro Salmos Atos Salmos
Menor versículo Êx 20.13 - Dt 5.17 Jo 11.35 Êx 20.13 – Dt 5.17
Maior versículo é Ester 8.9. Nas edições brasileiras exceto a tradução brasileira. O maior
capítulo da Bíblia é o Salmo 119 o menor é o 117. Nos livros de “Ester e Cantares não consta à
palavra Deus.” Há na Bíblia 8.000 referências à pessoa de Deus, relacionado com seus vários
nomes. Há na Bíblia 177 referências ao diabo, sob seus vários nomes. A vinda do Senhor é
mencionada 1845 vezes. Destas citações 1527 estão no AT, e 318 no NT. O Salmo 119 em
hebraico tem 22 seções de 8 versos cada. O número 22 é proporcional à quantidade de letras
do alfabeto grego. Cada uma destas 22 subdivisões começa com uma letra deste alfabeto, e em
cada seção todos os versos iniciam com as letras da citada seção. Semelhança dá-se com o
livro de Lamentações de Jeremias. Lamentações em hebraico os capítulos 1,2,4 tem 22 versos
cada, o que corresponde as letras do alfabeto hebraico, de “Aléfe a Tau.” O capítulo 3 de
Lamentações tem 66 versos sendo que cada um leva uma letra do alfabeto. O livro de Isaias é
uma miniatura da Bíblia – Contém 66 capítulos assemelhando-se a Bíblia, que contém 66
livros. No livro de Isaías os primeiros 39 capítulos narram uma mensagem idêntica ao VT. Na
Segunda seção os últimos 27 capítulos narram uma mensagem idêntica ao NT. O NT menciona
o novo céu e a nova terra, o mesmo ocorre com Isaias, que menciona novo céu, e nova terra em
(Is 66.22). O Nome de Isaias assemelha-se ao de Jesus, Isaias que dizer “Salvação de Jeová” e
Jesus “Jeová é Salvação”. A frase não temas é apresentada 365 vezes em toda Bíblia
correspondendo aos 365 dias do ano. O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico a Isaías 37. O VT
encerra mencionando a palavra “maldição.” O NT finaliza mencionando “a graça de Nosso
Senhor Jesus Cristo.” A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso no mundo após a invenção do
prelo. Tal fato ocorreu em 1452 em Mainz, Alemanha. Os números 3 e 7 predominam em toda
Bíblia. O Nome de Jesus está descrito no primeiro e no último versículo do NT. No período de
1600 anos em que a Bíblia levou para ser escrita está incluído o período Inter Bíblico. Isto é
entre Malaquias e Mateus. A Bíblia poderá ser lida num período de 70 horas e 40 minutos, no
sistema de literatura de púlpito. O AT leva 52 horas e 20 minutos. O NT gasta 18 horas e 20
minutos.
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1.8.5 Divisão entre texto, contexto, referências e inferências.
1.8.5.1 Texto
1.8.5.2 Contexto
1.8.5.2.1 anterior
É a parte que fica antes do texto que estamos lendo.
1.8.5.2.2 posterior
1.8.5.2.3 imediato
1.8.5.2.5 referências
1.8.5.2.6.1 verbais
São as correspondências entre palavras.
1.8.5.2.6.2 reais
São as que coincidem em assuntos e idéias.
1.8.5.2.6.3 inferência
É uma “ligação” indireta entre assuntos. É uma “conclusão ou dedução” de um raciocínio.
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2. INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO DIVINA
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opinião que este esclarecimento espiritual seja aplicação adequada sobre a origem das
Escrituras. Ensinam que no homem há uma faculdade pela qual pode ele conhecer a Deus “um
tipo de olho da sua alma”. Quando na antiguidade homens meditavam em Deus, o Espírito de
Deus avivava essa faculdade expondo-lhes os mistérios divinos. Esta explicação é prometida e
tem sido provada pelos Cristãos. Este esclarecimento não é a mesma coisa que inspiração.
Através dos escritos de (I Pe 1.10-12) tomamos conhecimento que os profetas eram usados por
inspiração e lhes era negado esclarecimento necessário a sua compreensão dessas mesmas
verdades. O Espírito concedeu-lhes inspiração das palavras, mas não achou necessário
conceder-lhes entendimento do real significado. Vejamos um exemplo: “Caifás” foi condutor
duma mensagem inspirada (inconsciente) apesar de não estar pensando em Deus. Nesse
momento foi ele inspirado, mas não recebeu esclarecimento (Jo 11.49-52).
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comeceis a dizer em vossos corações” “O tolo disse em seu coração” logo podemos entender que
uma palavra é um pensamento ao qual se deu por palavras ou gestos. Os pensamentos de Deus
são expressos por palavras também inspiradas por Deus. O apostolo Paulo fala de “palavras
ensinadas pelo Espírito (I Cor 2.13)”. Difícil seria formular uma idéia sem palavras. Não se pode
separar a palavra da idéia. As inspirações das escrituras não são somente “pensadas” também
são “faladas”. Podem-se observar porções referentes a este assunto onde está empregado o
vocábulo “falar” veja (II Pe 1.21; Hb 1.1). Estes textos facilitam compreender que as palavras
também foram inspiradas (AP 22.19).
2.2.6.1 Revelação
É a ação de Deus pela qual ela dá-se a conhecer ao homem, o que este por si próprio não teria
condições de saber. (Dn 12.8). A inspiração nem sempre envolve revelação. Toda Escritura é
inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelação. Lucas examinou trabalhos já
conhecidos (Lc 1.4).
a)Os primeiros capítulos de Gênesis, Moisés relatou fatos acontecidos antes de ele ter
nascido. Se não recebeu revelação, usou algum escrito da época.
b) José interpretando os sonhos de Faraó: (Gn 40.8; 41.15,16 38,39).
c) Daniel, expondo e interpretando o sonho que o rei Nabucodonosor esquecera. (Dn 2.2-
7,19,28-30).
d) Paulo diz que recebeu revelações (Gl 1.11,12; Ef 3.3-7).
2.2.6.2 Inspiração
É a influência sobrenatural do Espírito Santo soprando os escritores bíblicos habilitando-os a
receber e transmitir as mensagens divinas sem erros.
Ex: O Decálogo foi revelado e Moisés foi inspirado ao escrevê-lo nas tábuas. A inspiração nem
sempre envolve revelação; Ex; Moisés foi inspirado a escrever fatos que havia presenciado tais
fatos lhe era conhecido.
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3. REVELAÇÃO DIVINA
A Sagrada Escritura é diferente de todos os outros livros existentes por algumas razões. A
revelação divina possui inspiração divina e tem autoridade divina.
A primeira é através dos cinco sentidos “visão, olfato, paladar, audição e tato”. Estes sentidos
capacitam o homem, a saber, sobre a natureza física que o rodeia. Através de sua faculdade
intelectual ele terá percepção, isto é resultado de suas experiências sensitivas.
18 CLAUDEMIR DE NARDI
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3.3.3.1 A teologia natural
Apresenta a doutrina da natureza e a vontade divina, fundamentando-se em conceitos não das
Escrituras. A razão do homem é a base na qual firma-se a teologia natural. Mas há de se saber
que a natureza também é uma fonte (através razão). São Tomaz de Aquino, que viveu na Idade
Média é destacado por sua teologia natural que se fundamentou principalmente sobre a razão.
“Karl Barth teólogo contemporâneo afirmou que “Nenhum conhecimento válido de Deus pode
ser obtido por meio da revelação geral.” “O homem só pode conhecer a Deus pela revelação
especial, que se centraliza na pessoa de Jesus Cristo”“. Ele salienta uma segunda fonte para se
conhecer a Deus –“Como a Bíblia e a tradição, ou a Bíblia e a razão, sempre resulta em
desvalorização da primeira fonte”. Segundo o pensar de “Barth” pode haver uma revelação
geral, mas não há possibilidades de haver uma teologia natural, que apresente valor, e isto
porque a mentalidade do homem pecador altera os conhecimentos divinos através da natureza.
3.4.1 A revelação especial relaciona-se a obra redentora de Deus na vida de Israel, seu
povo escolhido no VT e da vida da Igreja no NT.
Ao homem necessário é uma revelação especial. Tal fato é preciso devido a sua natureza
pecaminosa. Se não houvesse um encontro especial de Deus com o homem, este permaneceria
a satisfazer as vontades da carne. Preservando seus apetites e sua natureza depravada, o
pecado vai proliferando e sustenta a separação entre criatura e o Deus Criador, e por fim a
morte eterna. O pecador não consegue perceber em que condição encontra-se, e tal revelação é
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impossível por meio da revelação geral. O homem torna-se capacitado somente após sua
regeneração, para ler o “livro da natureza” e dele entenderem.
3.5.2 Dentre estas revelações estão adicionados alguns preceitos que são;
a) Deus é justo e deseja que todas as nações sejam justas.
b) Deus é amoroso, misericordioso, e concede perdão aos homens que se arrependerem.
c) Deus providenciou a vida eterna para todos os que vivem pela fé nele.
3.5.3 Deus revelou-se um Deus justo e exigiu justiça de seu povo em alguns fatos
históricos.
a) Na destruição de Sodoma e Gomorra.
b) Na entrega dos 10 mandamentos, na punição dos peregrinos no deserto, no cativeiro e na
cruz de Cristo. Deus revelou se misericordioso, e anseia trazer perdão e liberdade a seu povo.
c) A libertação do Egito, a provisão para suas viagens pelo deserto, à conquista da terra de
Canaã, a libertação do cativeiro babilônico, e a vida, morte e ressurreição de Cristo.
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3.5.5 A revelação final de Deus através de Jesus Cristo
Jesus o Filho unigênito é a última revelação de Deus. Jesus disse que aqueles que o viram,
viram o Pai. João disse que Jesus era a Palavra de Deus, que Jesus revela o Pai e seu desejo à
humanidade. Os preceitos e doutrinas de Cristo constituem a Palavra de Deus. Estas
atividades são manifestações de Deus na história. Através da natureza divina e sua relação
com o Pai, os homens encontram-se capacitados a conhecer a Deus de forma pessoal, por meio
de Cristo. Não é simples o homem entender a Deus, como um Ser espiritual. Na pessoa de
Jesus Cristo a natureza divina está exposta, capacitando o homem a compreendê-la por meio
de sua personalidade. Deus não se manifestou conhecido na pessoa de seu Filho Jesus em
aparência física, mas em amor. Na pessoa de Jesus, Deus revela-se com personalidade
definida, não de maneira simples e indefinida. Além da revelação de sua Pessoa e de sua
essência, são apresentados na pessoa de Cristo tanto sua natureza quanto sua personalidade
que em sua maior parte conserva-se oculta.
(Extraído do livro Understanding the Bíble - The Semenary Extension Departament SBC
Nashiville - Tennessee).
3.7.2 Neo-Ortodoxo
Estes declaram que “as Escrituras tornam-se a Palavra de Deus.” Alguns liberais do século XX
afirmaram que as Escrituras estão repletas de erros e imperfeições. Como poderá ser as
Escrituras a perfeita palavra de Deus quando está cheia de palavras imperfeitas de homens? A
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esta pergunta Karl Barth respondeu que; a Bíblia torna-se a palavra de Deus quando Deus
escolhe o canal imperfeito para confrontar o homem com sua palavra perfeita. A Bíblia revela
Deus ao homem, não propõe sobre Deus, mas servi como um canal através do qual é feito o
encontro pessoal de Deus com o homem por meio da revelação. Na prática da vida, as palavras
das páginas da Bíblia tornam-se vivas e falam pessoalmente ao homem. Entre os “Neo-
Ortodoxos” temos duas correntes a da “Visão Demitizante” e a do “Encontro Pessoal”. Você
poderá encontrar mais sobre o assunto no livro Introdução Bíblica “Como a Bíblia chegou até
nós” de Norman Geisler e William Nix, pág 18 Editora Vida.
3.7.3 Ortodoxo
“A Bíblia é a Palavra de Deus - Por volta de18 séculos de história da Igreja prevaleceu à
convicção “Ortodoxa” de que a Bíblia é a Palavra de Deus”. Os pais da Igreja neste tempo
sempre ensinaram que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Os teólogos Ortodoxos deste o
princípio vem expondo que a Bíblia é inspirada por Deus verbalmente, isto é o registro escrito
por inspiração de Deus. Entre os ortodoxos há divergência quanto a Bíblia ser Inspirada por
Deus e ao mesmo tempo escrita por homens. Entre os Ortodoxos há dois conceitos o do
“Ditado Verbal” e o dos “Conceitos Inspirados” Alguns argumentam quanto o “ditado verbal”
considerando que os escritores da Bíblia registram somente o que Deus lhes havia ditado,
palavra por palavra. Há também os defensores da teoria dos “Conceitos Inspirado” este
conceito deduz que Deus só concedeu aos autores pensamentos inspirados, e os autores
tiveram a liberdade de revesti-los com seu próprio vocabulário.
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4. O CÂNON BÍBLICO
Cânon ou Escrituras canônicas é a disposição completa dos livros divinamente inspirados, que
constituem a Bíblia. A canonização do Velho Testamento aparenta ser tão antiga quanto à
origem da literatura. Contemporâneos de Jesus já aceitavam vários livros como sendo
inspirados por Deus. Alguns destes livros eram: a Lei, Profetas e Escritos. Como estes livros
vieram a tornar-se reconhecidamente a Palavra de Deus, como e porque eles foram
reconhecidos e autorizados? Qual a razão de alguns livros serem considerados inspirados ao
passo que outros foram considerados apócrifos. Isto é o que veremos a partir de agora.
4.2.2 Inspiração - Registro sob a liderança do Espírito Santo, da verdade que Deus tornou
conhecida na revelação.
4.2.3 Canonização - O reconhecimento daqueles escritos que contêm a divina revelação, e que
são divinamente inspirados.
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4.3 Reconhecendo os Livros Divinamente Inspirados
O que tornou difícil e custoso na história da canonização do VT foi como se tornar
compreensível qual o tipo de reconhecimento constitui canonização e qual não. O cânon pode
ser desta forma definido como sendo “um corpo definido de literatura sagrada que foi
reconhecido oficialmente como divinamente inspirado e autorizado”. A maior parte dos livros do
VT foi admitida pelo povo antes que as autoridades tomassem qualquer decisão sobre o Cânon.
4.4.1 Lei
Gênesis, Êxodo, Levítico, Número e Deuteronômio. Não se tem alguma data conhecida de
quando a “Lei” foi admitida como documento constando autoridade divina. Talvez algumas leis
fôssemos dadas. Os preceitos instituídos pelos sacerdotes, os ensinamentos aconselhando por
regras de conduta, a pronuncia de sentença de um juiz ou ainda de homens versados na lei
24 CLAUDEMIR DE NARDI
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(advogados) foram entendidos como vindas de Deus significando autoridade divina. Antes do
Exílio não tinha afirmação que definisse se uma “Coleção” de escritos sagrados que tivesse sido
popularmente reconhecida ou recebida era declaração Canônica. O Torah “a Lei” deu inicio a
reunião dos materiais que compuseram e expressaram o desejo divino relacionado ao povo
hebraico. Os livros dos “profetas e os escritos” foram reconhecidos com sendo por Deus
inspirado, mas não se nivelaram à influência e o prestígio da Lei na vida do povo. Declarou R K
Harrison que “a Lei estava profundamente vinculada na antiguidade e na santidade da tradição
Mosaica, que o termo ”Torah” não era usado somente aos primeiros livros do Cânon, que se
desenvolvia, mas também ao corpo inteiro da Escrituras Hebraicas até um período posterior”.
4.4.2 Profetas
Assemelham-se à Lei, suas mensagens eram aceitas destes tempos passados com oriundas de
Deus, e eram considerados como mensageiros da autoridade de Deus. As palavras dos
verdadeiros profetas eram ditas pelo Espírito Santo e reconhecidas quando faladas como “A
palavra do Senhor”. Apesar disso os livros proféticos não foram reunidos, tão pouco aceitos por
canônicos senão séculos mais tarde. Informações sobre a idoneidade dos livros proféticos
surgiram após a volta de Esdras. A Segunda divisão do Cânon foi depois subdividida em duas
partes. “Os primeiros Profetas” este são formados por “Js; Jz; Sm; e Rs”. Os “profetas
posteriores” formados por “Is, Jr, Ez e os doze Menores”. Os primeiros profetas são importantes
por relatarem as provisões dos pactos ou a aliança entre Deus e o povo. Os profetas posteriores
foram por alguns reconhecidos no tempo em que foi apresentada sua mensagem. Alguns
reconhecem a autoridade da palavra dos profetas quando de suas profecias cumpriram-se se
no “Exílio”. Os profetas não se importavam com as conseqüências, conquanto que
pronunciassem “A palavra do Senhor”.
4.4.3 Escritos
Os escritos do VT hebraico podem ser divididos em: “Livros de Poesia” reunindo “Salmos;
Provérbios; e Jó”. Os “Cinco Rolos (Megilloth) reunindo Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas”.
Os escritos têm suas variantes quanto a seu caráter e autoria. Entretanto a coleção inteira
pode ter sido mencionada em certas ocasiões como “Os Salmos” (Lc 24.44). Iguais aos livros
das outras seções os desta foram reconhecidos como contendo a Palavra de Deus, ainda antes
de serem reunidos num mesmo corpo o material que posteriormente fora constituído parte do
Cânon. A canonização dos Escritos deu-se mais tarde que a dos profetas.
4.4.4 Apócrifos
Os 22 livros aceitos nas Escrituras hebraicas correspondem aos nossos 39 do VT. No que se
refere à aceitação ou não de determinados livros obrigou o surgimento de 4 termos técnicos
para melhor compreensão. Vejamos quais são; Os livros bíblicos aceitos por todos eram
chamados “Homologoumena” (i.e, falar como um). Os livros bíblicos que em alguma ocasião
foram questionados por alguns eram classificados como “Antilegomena” (i.e, falar contra). Os
livros não-bíblicos rejeitados por todos denominavam-se “pseudepígrafos” (i.e, falsos escritos).
Os livros não bíblicos aceitos por alguns, mas que eram rejeitados por outros incluindo os
livros que eram questionados chamavam-se “Apócrifos” (i.eescondidos ou duvidosos). Apócrifos
são escritos religiosos que não foram considerados Canônicos pelos estudiosos no “Concílio de
Jâmnia”. Este título tem a conotação de algo “secreto ou escondido”. Na palestina era comum a
leitura “Apócrifa”. Talvez todo o escriba do nosso NT tivesse conhecimento de todos os
“apócrifos” e muitos dos “pseudos apócrifos”. Estes apócrifos eram usados por pessoas que
falavam o grego e o latim, tanto é que estes foram somados ao Cânon do VT. Jerônimo aceitou
o Cânon filiado pelos judeus da Palestina e diferenciou entre os livros contidos no mesmo e os
Apócrifos. Ele traduziu os livros apócrifos para o latim e adicionou-os no Cânon hebraico.
Estes livros foram empregados na Idade média pela Igreja Latina, e não se distinguia entre os
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BIBLIOLOGIA
livros canônicos e os apócrifos incluídos. Em 1546 no “Concílio de Trento” a Igreja Católica
Romana aceitou oficialmente o lugar canônico dos livros apócrifos e denominou-os como sendo
“Deuterocanônicos” os livros encontrados na tradução latina (Vulgata) de Jerônimo foram
considerados canônicos. Martinho Lutero negou infalibilidade do Papa e de certas doutrinas da
Igreja Católica alicerçada em livros apócrifos. Desafiou a doutrina do purgatório negando o
direito de adicionar ao cânon (II Macabeus 12.46). Expressou que os livros apócrifos não
estavam contidos no Cânon Hebraico. Lutero acrescentou os livros no final da Bíblia alemã em
1534, mas concedeu a eles menor mérito. A coleção modelo de “pseudepígrafos” contém 17
livros. Adiciona-se a esta o “Sl 151” que está na versão do AT feito pelos Setenta.
4.4.4.1.2 Lendários
1- O livro do Jubileu
2- Epístola de Aristéias
3- O livro de Adão e Eva
4- O martírio de Isaías
4.4.4.1.3 Apocalípticos :
1 - 1 Enoque
2 - Testamento dos doze patriarcas
3 - O oráculo Sibili
4 - Assunção de Moisés
5 - 2 Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque
6 - 2 Baruque, ou o Apocalipse Siríaco de Baruque * Baruque relaciona-se entre os “apócrifos”
7 - 3 Baruque, ou o Apocalipse grego de Baruque
4.4.4.1.4 Didáticos
1 – 3 Macabeus
2 – 4 Macabeus
3 – Pirque Abote
4 – A História de Aicar
4.4.4.1.5 Poéticos
Salmos 151
4.4.4.1.5 Históricos
Fragmentos de uma obra de Sadoque
Vimos uma tabela de Livros “pseudepígrafos” veremos agora uma tabela com os livros
“Apócrifos”. Onde estiver na frente um “asterisco * “são livros que não foram aceitos como
canônicos no “Concílio de Trento” em 1546”. Com dois “asteriscos**” não estão relacionados ao
sumário de Douai, por estarem juntos a outros livros.
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BIBLIOLOGIA
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4.5.2 Septuaginta
Houve um grande crescimento do povo judeu no Egito, perto dos limites Alexandrinos. Os
hebreus Alexandrinos falavam a língua grega, e careciam de uma tradução grega para sua
grafia religiosa. A lei foi trazida em 250 a.C. Outros escritos foram traduzidos para o grego em
150 a.C. A Escritura grega contém toda a grafia contida nas Escrituras hebraica aumentada
com outros materiais aceitos. Temos algumas partes desta escritura de meados do século 2
a.C. A igualdade entre a Septuaginta e a Bíblia hebraica aparenta que não houve muitas
diferenciações em seu conteúdo após ser feita sua tradução para o grego. No tempo em que foi
terminada a Bíblia grega, já tinha sido definida a forma do Cânon. Septuaginta é a versão grega
preparada por um grupo de setenta e dois eruditos, em Alexandria. Esta era a Bíblia nos dias
de Cristo.
4.5.3 Eclesiástico
Jesus, filho de Siraque escreveu em 190 a.C . um livro de sabedoria (Eclesiástico) Livro este
que foi traduzido para o grego por seu neto em 132 a.C. Este confirmou a introdução que seu
avô tinha examinado “Lei, profetas e outros materiais dos antepassados”. Por esta narrativa
fica claro que as três divisões do VT já tinham sido reunidos e formado uma coleção definitiva.
Mas a quantidade de livros talvez ainda não houvesse sido definida. O neto escreveu a
tradução original do hebraico para o grego e expressou que só grafou estes escritos para ajudar
os gentios a amar e ter compromisso com “a Lei, com os profetas e outros livros de nossos
pais”.
Tais fatos expressam uma variedade de fatos que relaciona a Bíblia hebraica primitiva.
a) A Bíblia hebraica estava dividida em três partes a Lei, Profetas e os Escritos.
b) A Lei e os profetas aparentam referir-se a partes definidas de leitura, enquanto “os outros
livros” a uma seção menos definida.
c) Os cinco livros de Moisés há muito tempo já eram considerados como Escrituras.
d) Os Escritos ou outros livros eram todos de valor, talvez como Escrituras, mas sua
quantidade alinda não havia sido decidida.
4.5.5 II Macabeus
Este livro data por volta do século 100 a.C. O escriba examinou a Lei Mosaica em todo contexto
social e religioso do seu povo. Relatou que “Judas motivou seus homens” desde a Lei e os
profetas ““ (15.9) Em 2.13-15 dizem “As mesmas coisas foram registradas, também nos escritos
e memórias sobre Neemias, como na formação de uma biblioteca, e ele conseguiu reunir os livros
sobre os reis e os profetas, os sobre Davi e cartas de Reis sobre dádivas.” Tal fato revela o tempo
primário quanto à formação do Cânon que relata sobre os dias de Neemias no 5o século a.C. Os
Reis e Profetas aludem aos profetas primeiros e aos posteriores. Os de “Davi” se relacionam aos
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BIBLIOLOGIA
Salmos. O desejo de Neemias era montar uma biblioteca que tivesse uma coleção que
resguardasse a antiga literatura judaica.
4.5.6 II Esdras
Sua data é de 90 AD. Contém a história da destruição da Lei pelo fogo e sua recuperação por
meio do Espírito Santo. Esdras diz a Deus que o mundo ficaria sob as trevas por haver sido os
livros da lei destruídos em Jerusalém. Esdras pede a Deus para que o Espírito Santo viesse
para direcioná-lo na recuperação dos escritos. Foi orientado a reunir-se com outros cinco
escribas e conseguir grande numera de material para a grafia. No dia seguinte ”uma voz lhe
ofereceu uma xícara cheia de alguma coisa semelhante à água, mas sua cor era como que de
fogo” (14.39) Após beber este líquido seu coração transbordou de sabedoria. Ficou inspirado a
ditar de forma contínua aos escribas por 40 dias, o que originou 94 livros, sendo que 24 deles
fizeram parte do VT hebraico, ou os livros considerados Canônicos. Os quais deveriam ser
publicados. Os 70 livros restantes são denominados (Apocalípticos e deveriam ser promovidos).
4.7.1.1 Clemente
Escrita pelo pastor de Roma, representando sua Igreja. À Igreja de Corinto em “96 A.D” pela
qual tinha grande consideração. Clemente era discípulo dos apóstolos (talvez de Pedro) era
superintendente da Igreja. Westcott narrou que seu trabalho era pouco abaixo das epístolas
Pastorais. Clemente relata que I Coríntios são “as palavras do Senhor Jesus”. Sua doutrina da
29 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
justificação assemelhava-se a de Paulo. Sobre trabalhos de justiça seu trabalho era idêntico a
Tiago. I Clemente era lido em cultos públicos da Igreja de Corinto, em 170 a.D. Irineu, de Lyon
(França ou Gália), Clemente e Orígenes de Alexandria considerava seu trabalho valioso.
4.7.1.2 Didache
(O ensino dos 12 apóstolos) Constitui-se numa coleção de preceitos morais cristãos, contendo
orientação quanto ao batismo e a eucaristia e instruções para ministros. Clemente de
Alexandria e Orígenes consideram-na como Escrituras Sagradas. Sua escrita data do ano 120
d.Cou antes, com freqüência expunha Mateus.
Westcott disse que talvez a formação canônica fosse impedida por algumas razões
1) Pelos meios de comunicação, que eram vagarosos e precários.
2) Em virtude dos gastos e das dificuldades em reproduzir os manuscritos
3) Devido à destruição do lugar comum em que os cristãos se reuniam em Jerusalém.
E por causa dos vários grupos eclesiásticos que reuniam em várias partes do Império e que
tinham as suas próprias opções de livros. Antes de findar o 1o século era exigida uma literatura
autorizada. Começaram então a surgir os grupos heréticos, e a maneira de solucionar estes
problemas seria por meio dos documentos que não pudessem ser mudados, que fossem
incorruptíveis. A Igreja em desenvolvimento necessitava de liderança em questão de fé e
prática. Deus solucionou tais problemas por meio do Espírito Santo, O Espírito da Verdade,
que os direcionou Apóstolos e a Igreja a ampliar e canonizar a Palavra inspirada e autorizada.
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4.9.1 Clemente de Roma. 96 AD
Provavelmente já conhecia a primeira carta aos Corintios, os ensinos de Cristo (Um dos
evangelhos) e a epístola aos hebreus, contudo não fez menção destes como Escrituras. Quando
escreveu suas obras alguns apóstolos estavam vivos. Os dirigentes das Igrejas eram nomeados
pelos apóstolos. Nesta época a Igreja sentia a autoridade apostólica, portanto não carecia de
precipitar para obter escrito autorizados.
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4.9.7 Marcião de Ponto e Roma 140 AD
O Pai de Marcião que era bispo de Ponto (Ásia Menor) e o excomungou por sua imoralidade
bem como por seus erros doutrinários. Marcião foi para Roma, novamente foi excomungado
por promover doutrinas gnósticas. Afirmava que Deus que criou e governa o mundo não era Pai
de Jesus, porque Deus alegrava-se com sacrifícios de sangue e morte de pessoas como se vê no
VT. Cristo não era um homem que veio com natureza humana, do contrário estaria ele sob o
controle do Deus do VT. O Deus do NT não exigia que se guardasse a lei, mas requeria fé e
amor. O Evangelho do Cânon de Marcião consistia na revisão de Lucas com várias omissões.
Aceitou as 10 epístolas de Paulo, rejeitou Atos por conter doutrinas de Pedro em medida
excessiva. Tentaram extrair do seu Cânon todos os ensinos judaizantes. Em 150 A.D a Igreja
não tinha ainda seu Cânon expresso, algumas referências apresentam que as maiorias dos
livros do NT já eram usadas na Síria, na Ásia menor e em Roma. Na metade do século II a força
do cristianismo tinha sido transferida para Roma. A heresia de Marcião, a adoção de um
cânon, e a notoriedade dos seus ensinos ajudou a Igreja a aceitar um Cânon.
32 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.11 Formação doutrinária
A Igreja combatia os heréticos, gnósticos e ebionitas. Os gnósticos desejavam unir o
Cristianismo com as idéias e costumes gregos e com filosofias pagãs. Queriam o cristianismo
aceito pelos intelectuais. Seus ensinos fundamentavam-se em alcançar a salvação por meio de
conhecimento ocultos (Gnósis). Aceitavam haver possibilidade obter revelação por meio de
palavras secretas ou por um ritual. O alvo do homem era estar alheio ao mundo que era mau.
Acreditavam que toda matéria era má porque era imperfeita, e que um Deus bom não poderia
ter criado o mundo. Ensinavam que a criação natural originou-se de algum poder inferior e
inimigo de Deus. Estes negavam a encarnação de Jesus, isto por causa da natureza
pecaminosa do homem. As pessoas assumiram o seguinte ponto de vista; a natureza
pecaminosa está inerente ao cristão, então este pode entregar-se as práticas imorais desde que
não envolvam seu espírito. O ibionismo originou-se dos costumes judaizantes de forma
indiretas apresentada em At. 15 e Gálatas. Desde o início o tema sobre as Leis Mosaicas e “as
tradições dos anciãos” tem sido polêmico à Igreja Cristã. O resultado do Concílio de Jerusalém,
em At. 15 libertou a Igreja das formas judaicas. Opositores de Paulo enfatizavam o
monoteísmo, portanto não aceitou Jesus ser Deus. Estes mantiveram alguma reverência por
terem em mente que a Lei era sagrada, portanto mantinham seus rituais de sacrifício e
purificação. Opositores de Paulo preferiam Mateus e Tiago. Ensinavam que era obrigação
guardar a lei mosaica após serem salvos pela fé. Cria ser Cristo um homem que recebeu
inspiração, que recebeu sua adoção de filho de Deus após o batismo por ter um viver digno.
Quaisquer livros que fossem relacionados às idéias gnosticistas ou ibionistas seria posto em
duvida pela igreja.
4.12.2 Agostinho de Hipona (África do Norte) (354-430 AD) Aceitou todos os sete livros que
foram discutidos em reuniões da Igreja.
4.12.3 Concílio de Laodicéia (363AD) Reuniram-se 32 lideres cristãos neste que era o 59o
Concílio e decidiram que somente os livros canonizados do VT e NT poderiam ser lidos na
Igreja.
4.13.3 Os manuscritos de Antioquia - Em 167 a.C antes da revolta dos Macabeus, foram
destruídos quase todos os manuscritos pelos Sírios.
33 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.13.4 Manuscritos da Bíblia Hebraica Moderna - A edição atual da Bíblia hebraica - (Bíblia
Hebraica de Kittel). Baseia-se nos seguintes manuscritos; O código de Cairo, o Códice de
Allepo, o código de Leningrado.
4.13.6 Papiro de Nash - Em 1902 foi comprado no Egito por W.L.Nesh uma folha de papiro
grafada uma cópia do decálogo de “Ex 20.2 e Dt 6.4”.
4.13.7 Rolos do mar morto - Estes rolos apresentaram partes valiosas dos livros do VT.
4.13.8 Textos Massoréticos - Por volta de 100 a.C judeus prepararam uma edição modelo dos
textos hebraicos consonantal do VT.
4.13.9 Pentateuco Samaritano - Não é tradução ou versão do VT, mas sim um manuscrito
com os 5 livros de Moisés.
4.13.10 Septuaginta - Grande número de judeus que falavam o grego habitava em Alexandria,
então foi traduzido o Pentateuco para o grego no ano de 250 a.C por ser traduzida por 72
eruditos recebeu o nome de Septuaginta.
4.13.11 Várias traduções Gregas - Houve uma tradução feita por Áquila em 130 AD e outra
feita por Símaco em 170 AD e uma terceira feita por Teodósio, em 200 AD
4.13.12 A hexapla de Orígenes - Teólogo de Alexandria que compôs uma Bíblia com seis
colunas paralelas. - O texto hebraico - O texto hebraico sem letras gregas( transliteração ) - o
texto grego de Áquila - O texto grego de Símaco - A septuaginta - O texto grego de Teodósio.
4.14.1 Para o Aramaico - Após o exílio o judaísmo trocou o hebraico pelo aramaico, necessário
foi traduzir a Bíblia hebraica para o aramaico. A ação da tradução chamou-se “targem” e a
própria tradução “targum”.
4.14.2 Dialeto aramaico – sírio - A Igreja na Síria desejou uma tradução simples do VT em
Aramáico-Sírio que é um dialeto do Aramaico da Palestina. Denominava-se “Peschitta” que
quer dizer tradução simples. Traduzida por volta do 1o século AD.
4.14.3 Latim - Com a propagação do idioma oficial do Império Romano tornou-se preciso
traduzir o VT para o Latim.
4.15.2 P52 - Um fragmento de papiro de 6,5 cm por 8,5 contendo alguns versos do quarto
evangelho, é a porção do NT mais antiga que existe. Teve origem por volta de 117 e 138 AD
4.15.3 P45, P46, P47 - Papiros comprados em Londres por Chester Beatty. Estes papiros
continham muito dos Evangelhos e dos Atos, das Epístolas Paulinas e do Apocalipse.
34 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.15.4 P66, P72, P75 - P66 Contém grande parte do Evangelho de João, data de 200 AD.
P72 Contém Judas e Epístolas Paulinas data do 3o século. Também contém livros apócrifos e
salmos.
P75 contém 102 das 144 páginas do códice de Lucas e João, datam de 175-225 AD.
4.16.1 Códice vaticano - Data do 4o século (3325 AD) está entre os mais importantes
manuscritos gregos
4.16.2 Códice Sinaítico - Foi escrito no 4o século pouco depois que o Códice Vaticano.
4.16.3 Códice Alexandrino - Escrito no 5o século, contém o VT com algumas faltas, e maior
parte do NT.
4.16.4 Códice de Efraim - Reescrito no 5o século, foi apagado no século 12, e as folhas foram
empregadas por Santo Efraim para traduzir sermões em grego.
4.16.5 Códice de Bezae - Bezae, erudito francês líder que sucedeu João Calvino na Igreja de
Genebra.
4.16.6 Vulgata Latina de Jerônimo - A mando do Papa Damasco, em 382 AD Jerônimo fez a
revisão da velha tradução latina. Optou por temas latinos, e comparou-os com manuscritos
gregos antigos. Langton em 1228 dividiu a Vulgata em capítulos modernos.
4.16.8 Tradução de João Wycliffe (1383) - Esta tradução deu-se de forma literal de textos
inferiores da Vulgata. Completou sua tradução em 1383 ano em que faleceu.
4.16.9 William Tyndale (1526) - O rei da Inglaterra proibiu a tradução inglesa, William
Tyndale foi para a Alemanha para imprimir o NT. Em 1535 trabalhando na tradução do NT foi
condenada a forca e a ser queimado.
4.16.10 Coverdale (1535) - A tradução de Coverdale não foi baseada no original hebraico ou
grego, mas numa tradução do latim. Sua Bíblia é a primeira impressa em Inglês.
4.16.11 A grande Bíblia (1539) - “Grande Bíblia” foi assim denominada por seu tamanho, foi
apresentada em 1539, era uma revisão da Bíblia de Matew. Foi colocado um exemplar em cada
Igreja Inglesa.
4.16.12 Bíblia de Genebra - Foi o primeiro NT Inglês com divisão em capítulos e versículos,
assemelhando-se ao NT grego de Epifânio, foi impressa em (1557).
4.16.13 Versão do rei Tiago ( King James ) - Os Anglicanos usavam a “Grande Bíblia” Os
protestantes Calvinistas usavam a Bíblia de Genebra. O Rei Tiago nomeou 54 eruditos para
prepararem uma nova tradução que fosse aprovada por todas as Igrejas.
35 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
4.17 Bíblias recentes
4.17.1 A versão Inglesa - Revista e aceita em 1870, e sua publicação deu-se entre1881-1885.
4.17.2 Versão Americana - Revista e publicada pela Fundação Locman com o título de “Nova
Bíblia Americana Padrão” (New American Standard Bíble)
4.18.2 Versão de Figueiredo – Antonio Pereira de Figueiredo. A Bíblia de Figueiredo Foi pela
primeira vez publicada em um único volume em 1821. Atualmente é Impressa pela Sociedade
Britânica e Estrangeira - Londres
4.18.3 Versão de Rhoden – Huberto Rodhen. Apresenta somente o NT. Esta é uma versão
particular deste ex-padre Catarinense.
4.18.4 Versão de Matos Soares - Este padre brasileiro fez a tradução da “vulgata” concluiu
sua versão 1932, mas sua publicação deu-se somente em 1946. Esta é a versão popular dos
católicos brasileiros. (Edições Paulinas)
4.18.5 Edições brasileiras - Em 1879 uma edição do NT foi publicada pela “Sociedade de
Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro”. Foi anunciada com a “Primeira Edição
Brasileira”.
4.18.6 Tradução revista da Imprensa Bíblica Brasileira - Esta Imprensa tinha pronta a
revisão do NT em 1949, sendo edição especial deste ano.
4.18.7 Centro Bíblico de São Paulo – C.B.P.S. Edição Católica popular da Bíblia, São Paulo.
4.18.10 Bíblia de Jerusalém – Bíblia esta traduzida por monges Meredsous (1959) que é a
Bíblia de Jerusalém Foi traduzida pela Escola Bíblica de Jerusalém (padres dominicanos) e que
em 1981 foi editada no Brasil por Edições Paulinas.
4.18.11 Bíblia na linguagem de hoje – Esta versão foi publicada pela Sociedade Bíblica do
Brasil (1988)
36 CLAUDEMIR DE NARDI
BIBLIOLOGIA
Bibliografia
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BERKHOF, L. Teologia Sistemática, Campinas, Luz para o Caminho Publicações 1990.
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BIBLIOLOGIA
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BIBLIOLOGIA
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