✺
GEOGRAFIAS E IMAGENS:
NOTAS DECOLONIAIS PARA UMA AGENDA
DE PESQUISA
LEO NAME*
Resumo: Com vistas a esboçar uma agenda preliminar de pesquisa, primeiramente será feito um cotejamento das
“geopolíticas do conhecimento”, conforme às conceituações decoloniais, com duas abordagens geográficas
interessadas em imagens: o debate produzido por intelectuais da geopolítica crítica a respeito das “geopolíticas
populares” e a discussão a respeito das “geografias pop”. Depois, serão apresentadas algumas das abordagens
decoloniais que, mais recentemente, têm dado ênfase à análise de imagens. Frente à exposição deste leque de
contribuições, finalmente serão delineadas geografias nas imagens e geografias das imagens dispostas a
desencobrir o eurocentrismo e a colonialidade do poder que desenham e movimentam representações geo-
historicamente reproduzidas a respeito do Outro e seus espaços.
Palavras-chaves: imagens, decolonialidade, geografias pop, geopolíticas populares, geopolíticas do conhecimento.
MATARÁN-RUIZ, 2012 e 2014; NAME, objeto obervado; e que media relações de pessoas e
grupos sociais entre si e com objetos e espaços.
2016 e 2017; NAME e MOASSAB, 2014;
2 “Pensamento fronteiriço”, “mapas linguísticos”,
SOUZA, 2017). “pluriverso”, “pluriversalidade”, “hermenêutica
Na busca de geografias nas pluritópica” e “geopolítica do conhecimento”
imagens ou das imagens, o esforço com sãotermos comumente acionados por intelectuais
DODDS, K. Jason Bourne: gender, geopolitics, and FREIRE-MEDEIROS, B. A favela e seus trânsitos
contemporary representations of national security. turísticos. Revista Acadêmica Observatório de
Journal of Popular Film & Television, v. 38, n. 1, p. Inovação do Turismo, v. 2, p. 2-13, 2007.
21-33, 2010.
FREIRE-MEDEIROS, B. e NAME, L. Como ser
DODDS, K., KUUS, M. e SHARP, J. (Orgs.). The estrangeiro no Rio: paisagens cariocas no cinema
Ashgate Research Companion to Critical Geopolitics. brasileiro e norte-americanos dos anos 90. Estudos
Farnham: Ashgate, 2013. Históricos, v. 31, P. 201-219, 2003.
KEATING, A.L. (Org.). The Gloria Anzaldúa MIGNOLO, W.D. The darker side of Renaissance.
Reader. Durham: Duke University Press, 2000. Michigan: The University of Michigan Press,
(1995) 2010.
KITTLER, F. Mídias ópticas. São Paulo:
Contraponto, (1999) 2016. MIGNOLO, W.D. The darker side of Western
Modernity. Durham/Londres: Duke University
LACOSTE, Y. Paysages politiques. Paris: Librairie Press, 2011.
Général Française, 1990.
MIGNOLO, W.D. Espacios geográficos y
LACOSTE, Y. Dictionnaire de géopolitique. Paris: localizaciones epistemológicas: la ratio entre la
Flammarion, 1993. localización geográfica y la subalternización de
conocimientos. In: CABALLO, F. e HERRERA,
LACOSTE, Y A Geografia: isso serve, em primeiro L.A.R. Habitar la frontera: sentir y pensar la
lugar, para fazer a guerra. Campinas: Papirus, descolonialidad (Antología, 1999-2014). Barcelona:
(1976) 2002. CIDOB/UACJ, (1999) 2015a, p. 117-139.
LANDER, E., Org. La colonialidad del saber: MIGNOLO, W.D. e ESCOBAR, A. (Orgs).
eurocentrismo y ciencias sociales. Buenos Aires: Globalization and the decolonial option. Londres:
CLACSO, 2000. Routledge, 2010.
LEÓN, C. Imagen, medios y telecolonialidad: hacia MIGNOLO, W.D e WALSH, C. Las geopolíticas
uma crítica decolonial de los estudios visuales. del conocimiento y la colonialidad del poder:
Aisthesis, v. 51, p. 109-123, 2012. conversación con Catherine Walsh. In: CABALLO,
F. e HERRERA, L.A.R. Habitar la frontera: sentir y
LEÓN, Christian. Regímenes de poder y pensar la descolonialidad (Antología, 1999-2014).
tecnologías de la imagen, Foucault y los estudios Barcelona: CIDOB/UACJ, (2003) 2015, p. 191-
visuales. Post(s), v. 1, n. 1, p. 32-57, 2015. 218.
LIMA, E.A. O canto da sereia: melodia do paraíso NAME, L. Rio de cinema – made in Brazil, made in
racial. Congresso Internacional da Associação everywhere: o olhar norte-americano construindo e
Brasileira de Literatura Comparada, 15, 2017. singularizando a capital carioca. 2004. Dissertação
Anais... Rio de Janeiro: UERJ, 2017. (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
MACDONALD, F. Geopolitics and „the vision
thing‟: regarding Britain and America's first NAME, L. Apontamentos sobre a relação entre
nuclear missile. Transactions of the Institute of cinema e cidade. Arquitextos, v. 4, n. 037.02, 2003.
British Geographers, v. 31, n. 1, p. 53-71, 2006.
NAME, L. Cidades em movimento: sobre cinema,
MIGNOLO, W.D. Local histories/Global designs. percursos e acelerações. Cadernos de Antropologia e
Princenton: Princenton of University Press, 2000. Imagem, v. 18, n.1, p. 115-134, 2004.
SOUZA, L.H. El lado oscuro de Brasilia: análisis VESENTINI, J.W. Novas geopolíticas. São Paulo:
del conflicto territorial en el distrito federal Contexto, 2000.
brasileño a través de la producción documental
sobre la región. Cine Documental, v. 16, 2017 (no VIRILIO, P. Guerra e cinema. São Paulo: Boitempo,
prelo). (1984) 2005
SZERSZYNSKI, B. e URRY, J. Cultures of
cosmopolitanism. The Sociological Review, v. 50, n. WALSH, C. (Org.). Pensamiento crítico y matriz
4: p. 461-481, 2002. colonial. Quito, UASB-Abya Yala, 2005.
SZERSZYNSKI, B. e URRY, J. Visuality, mobility WRIGHT, J.K. Terrae incognitae: The place of
and the cosmopolitan: inhabiting the world from the imagination in geography. Annals of the
afar. The British Journal of Sociology, v. 57, n. 1, p. Association of American Geographers, v. 37, n. 1,
113-131, 2006. p. 1-15, 1947.